Open Arena 11

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OPENARENA

UM MAR DE PALAVRAS COM MARGENS POLÍTICAS

PONTUALIDADES | ESTÁGIO À LUPA | REVISTA PORTUGUESA DE CIÊNCIA POLÍTICA | CALL FOR PAPERS | AGENDA REVIEW & PREVIEW

XI Newsletter do Observatório Político Abril 2017 – Julho 2017

Direção do Observatório Político

CristinaMontalvãoSarmento

SuzanoCosta

PatríciaOliveira

Editorial:

CristinaMontalvãoSarmento

Colaboradores:

DuarteCarrasquinho

MarinaFinger

PatríciaTomás

PedroBaraona

Edição

PatríciaTomás

Composição e Organização DuarteCarrasquinho

MarinaFinger

PatríciaOliveira

PatríciaTomás

PedroBaraona

Capa

MascotedoOP| O Político Fotografia e edição de imagem: PatríciaOliveiraePatríciaTomás

Contactos

RuaAlmerindoLessa PóloUniversitáriodoAltodaAjuda 1349-055LISBOA

Telf.(+351)213619430

geral@observatoriopolitico.pt www.observatoriopolitico.pt

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2 3 Editorial CristinaMontalvãoSarmento 5 Pontualidades Revista Portuguesa de Ciência Política 7 Estágio à Lupa DuarteCarrasquinho 10 Programa de Estágios do Observatório Político 12 Palestra “A Crise dos Refugiados” Um contexto político, social e local 15 Dissertações e teses | Membros Associados 17 Conferência com Dilma Rousseff Neoliberalismo, Desigualdade, Democracia sob Ataque 19 Agenda | Review & Preview

EDITORIAL

Professora Doutora Cristina Montalvão Sarmento Coordenadora do Observatório Político (ISCSP-ULisboa)

A Open Arena já é uma tradição do Observatório Político. Ganhou vida própria. Arquitetada pela vontade dosqueconnoscovêmaprendertem sido um veículo de transmissão da prática noticiosa interna, de planeamento e registo da atividade. A criatividade tem sido a sua marca distintiva, fazendo jus ao espírito que presidiu à fundação da associação, conforme vamos relembrando no vídeo, que mantemos na nossa página eletrónica. Criatividade e arrojo são os critérios mais referidos, a par da cientificidade, que caracterizam e fundamentamacontinuidadedoOP.

Assim é, este mar de palavras com margens políticas. Porque embora a política não seja a nossa atividade, massim,asuaexplicaçãoeanálisea partir do estudo consolidado, mas sempre assumindo culturalmente que o estudo da política tem de manter a originalidade que lhe está associada. Prosseguir com a reunião associativa e o esforço de fomentar umacomunidadedosqueestudama política nem sempre vem sendo tarefa fácil, mas tem sido sempre lúdica. Esta Open Arena é mais uma vezprovapráticadesteenunciado.

A institucionalização progressiva queotempoprovoca,aintegraçãona UniversidadedeLisboa,noInstituto

Superior de Ciências Sociais e Políticas, a dificuldade de encontrar atividades científicas reprodutivas fazem escassear os meios e obrigam à adequação a dinâmicas novas, por vezes restritivas. Exemplo dessa restriçãofoianecessidadedeadiaras conferênciasprevistasparaesteano, nomeadamente a Jornada e a conferência internacional, Between Hemispheres: the new world of global interactions, por razões que nos são alheias e se prendem com a agenda institucional. No entanto, informamosquetemosjáinteressada para acompanhar a conferência e se associar à edição da sua produção científica, a Cambridge Scholars Publishing,agoraprevistapara2018, de modo a assinalar os dez anos de funcionamentodoOP.

Nesta Open Arena, após as nossas habituais pontualidades, damos relevo à Revista Portuguesa de Ciência Política e às alterações que ano de 2017 imprimiu. O estágio vistoàlupaédaresponsabilidadedo Duarte Carrasquinho, assim como a síntese da palestra sobre a crise dos refugiados. A Mariana Finger oferece-nos o texto com o relato da conferência Dilma Rousseff. Abrimos neste número uma secção, queresultadanecessidadepráticade divulgarostítulosdasdissertaçõese

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teses defendidas por membros do OP, o que é um facto de assinalar, indício do impulso formativo que o OP também tem gerado. Além da oferta de um novo serviço que julgamos ser de grande utilidade futura para os nossos associados: a revisão de normas de estilo internacional e a publicação de artigos científicos em revistas da área.

Terminamos com a nossa habitual agenda de review e preview, sem esquecer na capa, o nosso distinto Político, nova mascote do OP, que no muro da Escola, mira o rio Tejo como que a adivinhar o seu lugar próprio, em direção ao amplo mar queseencontranasuafoz.

Fiquem connosco nesta OPen Arena.

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Imagem 1: O Político – Mascote do Observatório Político

PONTUALIDADES

É chegado o momento de dedicarmos esta XI Open Arena à RPCP. Já no fim deste trimestre, em queoencerramentodocicloletivodá lugar ao período de férias, é o momento de realizarmos o devido balanço e projetarmos os próximos desafioseobjetivos.

ARPCPassume-seestrategicamente como o desafio e o objetivo por excelência do OP. Esta revista científica é um foco de reflexão, debate e de divulgação da investigação na área dos estudos políticos.

A renovação de um ciclo Conforme as metas definidas para a avaliaçãoequalidadedapublicação, ao longo deste ano o Observatório Político desenvolveu um projeto de adequaçãoeditorial,quepassoupela revisão e atualização da estrutura e periodização.

A RPCP é uma marca registada e uma publicação oficial de carácter científico do Observatório Político, destinada à edição, circulação e publicitação de estudos e investigaçõesacadémicas originaise inovadores no domínio dos estudos políticos. Faz convergir as várias perspetivas dos estudos políticos: a teoria política, os processos e instituiçõespolíticas,a estratégiaea segurança.

A RPCP está indexada no Catálogo Latindex – Sistema de Informação Internacional de Revistas Científicas e no European Reference Índex for the Humanities (ERIH) da European Science Foundation (ESF).

Destemodo,aRPCPficouconforme às regras dos catálogos de referenciação científica: SciELOPortugal e Scopus. A RPCP é uma edição semestral mantendo a tiragemprevistade300exemplares. Dada a génese do Observatório Político, é compreensível a ambição decolocaraRPCPnoutroscatálogos de indexação, abrindo novos caminhosdedivulgação,cooperação edesenvolvimentocientíficonaárea de Ciência Política. A contribuição da RPCP já leva 7 anos e a continuidade e crescimento da revista dependerá dos esforços realizados para reforçar o seu estatuto e imagem um pouco por todos os cantos onde a Ciência Políticaédiscutida.

Entretanto,ofocodestaNewsletteré dedicadoàinvestigaçãocientíficaeà RPCP,celebrandoaimportânciados meios de produção e divulgação científica.

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Encontra-se aberto o Call for Papers para a Revista Portuguesa de Ciência Política 9 e 10 | 2018, até 1 de Setembro de 2017.

ESTÁGIO À LUPA

A viagem de um chaparro à descoberta do mundo

O meu nome é Duarte Amador Carrasquinho,souestudantedapósgraduação em Comunicação e Marketing Político no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e neste momento encontro-me a frequentar o programa de estágios do ObservatórioPolítico.Aproveitoeste espaço para dar a conhecer o meu percurso académico e partilhar algumas das experiências que tive enquantoestudanteuniversitárioaté então.

NaturaldeÉvora,apósterconcluído o ensino secundário decidi começar uma nova fase da minha vida mudando-me para Lisboa e ingressando na Licenciatura em Relações Internacionais, do ISCSP. Esta foi uma grande mudança uma vez que Lisboa é uma cidade com

uma dimensão hegemónica e bem maisdesafiantequeÉvora.

Avindaparaacapitalabriu-meuma janela de novas oportunidades, não só em termos de qualidade e diversidadenaformaçãoacadémica, comotambém,porexemplo,através da possibilidade de participação em simulações e na fundação, em conjunto com outros alunos do ISCSP, da Sociedade de Debates da UniversidadedeLisboa(SDUL).Esta experiência foi extremamente marcante para mim. O facto de ter cargos institucionais dentro da SDUL relativos, nomeadamente à logística da realização de debates semanais e a proposta de eventos que envolviam todas as outras Sociedades de Debate do resto do país,comoaidaacompetições,quer nacionais quer internacionais, e ainda a participação efetiva no debate competitivo universitário foramumdesafio.

O exercício do debate é altamente estimulante. O facto de ter de defender princípios e normas contrárias às minhas foi ao encontro da velha máxima de que qualquer indivíduo só pode estar convicto do seu ponto de vista se conhecer e perceber os argumentos contrários aos seus e, sinceramente, na minha

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Imagem 2: Duarte e Teresa Carrasquinho na Serenata Monumental do Instituto Superior Técnico, 2014.

perspetiva, não há nada mais verdadeiro. Este é por si só um exercício extremamente interessante eenriquecedorquepermitequecada umseconheçamelhorasipróprio.

Do vasto leque de competições em que participei, a mais marcante foi, sem dúvida, a participação no “World University Debate Championship2016”queserealizou em Salónica, na Grécia. Esta competição permitiu-me adquirir uma outra visão em relação ao mundo.Nãosóporquefoiaprimeira vez que estive presente num evento com pessoas dos quatro cantos do mundo, mas também porque possibilitou interiorizar a noção de que, independentemente do sítio de onde somos e vivemos – Portugal, Paquistão ou Coreia do Sul, sítios opostosecomculturasdistintas – no que diz respeito à nossa maneira de pensar e à forma como esgrimimos osnossosargumentosacabamospor sermuitoparecidos.Constateiassim a premissa de que somos todos diferentes,mastodosiguais.

Logo a seguir a esta competição, desloquei-me para a capital da Eslovénia, Ljubljana, com o intuito de realizar um período de 6 messes de Erasmus. O Erasmus foi tão ou maisenriquecedorqueoMundialde Debates, não só pelo facto de ter vivido durante este período de temponumpaísdiferenteedeterde meadaptaraumaoutracultura,mas também por ter vivido numa

residênciadeestudantescomoutros alunos Erasmus, provenientes de países Europeus, bem como da América do Sul, da Ásia ou mesmo deÁfrica.

Deste modo, as experiências retratadas permitiram-me aprofundar a compreensão do sentimentodeque,alémdeacimade tudo ser Português, também sou Europeu. Assim, e indo de encontra com os princípios do programa Erasmus, existem diversos valores latentes e transversais a todos os países da Europa e da União Europeia,quesãomaterializadosnas vivênciasdosalunosaquandodasua participação neste programa de internacionalizaçãodoensino.

Após esta maravilhosa aventura, regressei a Portugal tendo-me inscrito na pós-graduação que me encontroaconcluir,ecandidatadoao ProgramadeEstágiosAcadémicose Curriculares do Observatório Político.Esteestágiotem-serevelado uma aposta ganha no enriquecimento do meu percurso académico, pois tive oportunidade de experienciar um contacto com o meio profissional e científico até então insistente. No essencial, este estágiopermitiu-mepercebercomoé que é desenvolvido o trabalho científico no Ensino Superior e conferiu-me um conjunto de competências e ferramentas de trabalho que serão fundamentais no meufuturoprofissional.

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ESTÁGIOS DO OBSERVATÓRIO POLÍTICO

OObservatórioPolíticovaijáparaaVII edição do programa de estágios académicos e curriculares, destinado a proporcionar aos jovens estudantes e recém-licenciados uma experiência de desenvolvimento de funções em contexto de trabalho numa associação científica.

OprogramadeestágiosdoObservatório Político permite uma mais eficaz transição das instituições académicas para o mercado de trabalho, contando com uma elevada taxa de sucesso na inserção dos seus estagiários no contextoprofissional.

Os pedidos de estágio devem ter correspondência com as áreas de intervenção do Observatório Político e situar-se em proposta de desenvolvimentodetarefasemEstudos Políticos, Relações Internacionais, Comunicação e Imagem, Secretariado e Informática, entre outras. Tendo a duraçãomáximadetrêsmeses.

Paramaisinformaçõesvisteonossosite, www.observatoriopolitico.pt, ou contacte-nos por email: geral@observatoriopolitico.pt

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PUBLICAÇÃO

DE NORMAS DE ESTILO
REVISÃO
DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
o novo serviço do Observatório Político de revisão de normas de estilo para publicação de artigos científicos em revistas nacionais e internacionais Mais informações contacte-nos através do email: geral@observatoriopolitico.pt
Experimente

PALESTRA “A CRISE DOS REFUGIADOS”

Por Duarte Carrasquinho, Membro Associado do OP 9 de Março de 2017 Instituto Superior Técnico

Nodia9demarçode2017,realizousenoInstitutoSuperiorTécnico(IST) uma conferência com o tema “A Crise dos Refugiados, um contexto político,socialelocal”, organizado pelo Grupo de Acão Social do InstitutoSuperiorTécnico(GASIST). O Observatório Político foi instituição associada, tendo-se feito representar pelo Investigador Associado, Mestre Ricardo Cabral Fernandes. A conferência contou, ainda, com a participação da PlataformadeApoioaosRefugiados, representada pelo Engenheiro Tiago Marques.

Esta conferência iniciou-se com a apresentação por parte de Miguel Carneiro, estudante do IST e membro do GASIST, das atividades realizadas por este Grupo de Acão Social,expondootrabalhorealizado em a parceria com a Junta de Freguesia de Arroios, junto dos jovensmaiscarenciadosquehabitam nesta Freguesia, que vai desde

ocupação de tempos livres, a explicações que abrangem áreas tão distintas como a Matemática, o Português,oInglês,entreoutras.

De seguida tomou a palavra o Investigador do Observatório Político, Ricardo Cabral Fernandes queabordouatemáticadaCrisedos Refugiados, explicando, designadamente,oseuinícioeoseu desenrolar ao longo do tempo; as políticas e as soluções da União Europeia; bem como a problemática daascensãodospartidosdeextrema direita na resolução desta crise humanitária. Terminando a sua intervenção com a partilha junto da plateiadasuaexperiênciapessoalde voluntariado no campo de refugiados de Idomeni, no norte da Grécia junto à fronteira com a Macedónia.

Assim, foram explicados primeiramente os acontecimentos que originaram a Crise dos

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Refugiados,equetiveramoavalea participação da União Europeia. Consentimento este que advém dos acordosratificadosnopassadoentre paísesEuropeuseregimesditatoriais do Norte de África, principal fonte dasrotasderefugiados.

Seguidamente foram apresentadas as principais portas de entrada de refugiados na Europa, como Marrocos-Espanha,aIlhaItalianade Lampedusa, próxima da fronteira comaTunísia,eaTurquiaeasilhas Gregas, sendo a mais importante, a ilhadeLesbos.

Deste modo, e tendo em conta os muros construídos ao longo dos anos,deformaatravaraentradade refugiados em certos países do território Europeu, o orador transmitiu a ideia de que estes obstáculos são as primeiras adversidades que os refugiados encontramnasuadeslocaçãodentro do continente. Os casos mais conhecidos são o muro construído pela Espanha, na fronteira entre a suacidade deCeutae Marrocos,e o muro construído pela Hungria, na fronteiracomaSérviaeaRoménia.

Esta temática, expandiu o debate para a ascensão na Europa de partidosdeextrema-direita,eparaos desafiosquecomportamtantoparao futuro da União Europeia, como para a resolução desta Crise. Assim, e de uma forma natural, incidiu-se nas preocupações originadas pelas futurasbrechasnopilarcomunitário da União, e nas medidas unilaterais decadapaís,deformaadarresposta a este problema. Tendo ficado esclarecido as diferenças entre populismodeesquerdaepopulismo de direita, de modo a clarificar à audiênciaoconceitoeadaralgumas luzes que explicam o porquê deste fenómeno estar a acontecer neste momentodahistóriadaEuropa.

No final da sua intervenção o investigador associado do Observatório Político, Mestre Ricardo Cabral Fernandes, referiu, ainda, a sua experiência pessoal no campo de refugiados na Grécia, de Idomeni, enaltecendo as dificuldades e prioridades que o campo ultrapassou durante os dias que lá esteve, descrevendo de um modo bastante sincero e concreto, a realidade do que é para um refugiadochegaràEuropa.Oorador

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abordou a resposta dada pela nação gregaàproblemáticaemquestão – a crise económica grega e resposta dada pela sociedade civilenaltecendo várias organizações, comoaIgrejaOrtodoxaGregaesem se esquecer do cidadão comum grego. Contudo, o mais prejudicial para o investigador é o facto de este ser um local que depõe espectativas bastanteelevadasperanteaquiloque deixouparatrás,equeacabaporser encaminhado para um campo de refugiados que não se encontra minimamente preparado para receber pessoas, de forma a terem um tempo digno enquanto lá se encontrarem.

OTerceiro,eúltimoorador,foiTiago Marques representante da PlataformadeApoioaosRefugiados. Este teve como primeiro foco, a explicação do que é a Plataforma de ApoioaosRefugiadosequaissãoas atividades e projetos que esta promove, demonstrando alguns exemplos de iniciativas realizadas dentro das fronteiras Portuguesas, como por exemplo a receção de famílias de refugiados em território nacional.

Posteriormente foi feita a distinção entrerefugiadoseimigrantes,acrise de valores e de direitos humanos dentrodaUniãoEuropeia,acabando por chegar à hipocrisia europeia peranteestarealidade.

Osataquesterroristasrealizadosnos últimos anos na Europa, também foram tema de discussão. Procurouse desmistificar a ideia de que a entrada em massa de refugiados na Europa constitui uma ameaça e perigodeterrorismo.

Por fim, foi lançada a questão à plateia sobre qual o contributo que cadaum denóspode dar por forma aminimizaresteproblemaqueafeta e afetará o continente Europeu e a realidade mundial nos próximos anos, sem ter um fim propriamente anunciado.

Em suma, o Observatório Político marcou presença em mais uma iniciativa que debateu um tema pertinenteparaarealidadeEuropeia da qual Portugal faz parte, debatendo questões importantes relativamente à apatia da União Europeianaresoluçãodestedesastre humano.

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DISSERTAÇÕES E TESES DE MEMBROS ASSOCIADOS DO OBSERVATÓRIO POLÍTICO

Como forma de divulgar os trabalhos científicos e académicos realizados na área dos estudos políticos e fomentar a sua consulta entre a comunidade científica, inauguramos esta nova seção da Newsletter, com vistaà partilha dos títulos das dissertações de mestrado e teses de doutoramento mais

Teses de Doutoramento

recentesdosmembrosassociadosdo ObservatórioPolítico.

Deste modo, reiteramos o convite a todos os membros associados para remeterem os títulos dos seus trabalhos científicos através do email:info2@observatoriopolitico.pt.

Raquel Duque - Terrorismo, aviação civil e políticas de segurança - desafios e estratégias

Samuel de Paiva Pires - Tradição, razão e mudança

Teses de Doutoramento em fase final de conclusão

Camila Rodrigues - The neighbourhood movement beyond the revolution - socialism was not around the corner

Carlos M. J. Alves - Crises económicas e movimentos sociais de protesto: o caso de Portugal, 2011-2014

Jorge Botelho Moniz - Portugal, um caso de secularização católica? Perspetivas de uma Europa católica sobre a secularização portuguesa entre 1974-2014

Dissertações de Mestrado

Bernardo Esperança - Reforma agrária e a sua influência nas políticas agrícolas em Portugal (1975-2015)

Carlos M. J. Alves - possibilidade de uma sociedade justa na filosofia política de John Rawls

Catarina Rolim - A evolução da ameaça terrorista no discurso político transatlântico

Cristiana Oliveira - Nation branding como instrumento de soft power - o caso da Alemanha

João Bandeira - A escola como ator de desenvolvimento local

João Mártires - O papel da RTP no contexto do serviço público de televisão em Portugal: a televisão pública portuguesa ainda se justifica?

Júlio Reis Silva – A fundamentação constitucional do direito à assistência religiosa

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CALL FOR e-WORKING PAPERS Convidamos todos os investigadores do Observatório Político a submeterem as suas propostas de e-WP através do email: geral@observatoriopolitico.pt

CONFERÊNCIA “NEOLIBERALISMO, DESIGUALDADE, DEMOCRACIA SOB ATAQUE” COM DILMA ROUSSEFF

Por Marina Finger, Membro Associado do OP 15 de Março de 2017

Teatro da Trindade

No dia 15 de Março, representantes doObservatórioPolíticoassistiramà Conferência “Neoliberalismo, Desigualdade, Democracia sob Ataque”, proferida pela expresidente do Brasil Dilma Rousseff e organizada pela Fundação José Saramago, pela Fundação Inatel, pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e pela Casa do Brasil de Lisboa. O evento realizou-se no Teatro da Trindade, emLisboa,queatingiuasualotação máxima – 450espectadores.

A fala de Dilma Rousseff em Portugalinseriu-senotourqueaexpresidente fezpelaEuropa,afimde denunciar o seu processo de

afastamento da presidência brasileira como golpe parlamentar. Dilma entrou no palco carregando um cravo, e defendeu as conquistas sociais dos governos do Partido dos Trabalhadores,argumentandoqueo projeto de governo implementado visava essencialmente a melhora na redistribuição de renda do Brasil. Tais medidas teriam representado uma mudança na postura dos governosbrasileirosatéentão,quese aproximavam da onde neoliberal que atingiu a América Latina nos anos1990.

Emrelaçãoaoprocessoqueaafastou da presidência em agosto de 2016, Dilmadefendeuquesetratoudeum movimento de golpe parlamentar, noqualnãohárepressãoaosdireitos dapopulação,porémquefragilizaas instituições e a política do país. Um segundo golpe teria se materializado, ainda, quando os novos governantes adotaram um projeto de país oposto ao que havia sidoeleito,e,portanto,maispróximo dos ideais neoliberais e da visão de paísqueasuacandidaturaeleitaem 2014 propunha para o Brasil. Dilma criticou fortemente a aprovação da Emenda Constitucional que limitou a expansão dos gastos primários do

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governo federal e a proposta de reforma do sistema previdenciário brasileiro.Tambémapolíticaexterna do atual governo brasileiro foi alvo de condenação por parte da expresidente. Reforçando o antagonismo entre a política atual e aquela que fora adotada durante o seu governo e o anterior, de Lula, Dilma reprovou a postura de afastamento externo dos países africanos e da cooperação sul-sul e enfatizou a necessidade de reforçar os laços entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Napartefinaldoseudiscurso,Dilma endereçou as eleições presidenciais brasileiras de 2018, fazendo referênciajáàpré-candidaturadoexpresidente Luiz Inácio Lula da Silva e chamando a atenção para potenciais manobras com o intuito de tirá-lo da disputa. Reforçando a necessidade de respeito às instituições democráticas a fim de que o país volte a encontrar a paz, Dilma afirmou que “mais democracia sempre beneficia a população”, e que, portanto, faz-se necessário manter a atenção aos próximosacontecimentosdapolítica brasileira.

Falando a um público maioritariamente – senãototalmente – aseufavor,Dilmaesteveàvontade paraexporoseupontodevistasobre os acontecimentos recentes da vida política brasileira. Evitou assuntos delicados, como a operação policial que desmembrou uma gigantesca rede de corrupção nas empresas estatais Lava Jato, e agradou aos espectadoreschamando aquelesque promoveram o processo de impeachment de “golpistas” e fazendo piada com a sessão de votação ocorrida na Câmara dos Deputados brasileira que aprovou a instalação do processo de impeachment, tendo sido em diversosmomentosovacionadapela plateia.

Independente do posicionamento que se tem sobre a gestão e as medidas adotadas pela expresidente,nãosepodereduzirasua importância histórica e relevância políticaparaoBrasil.Comoprimeira mulher eleita presidente, e segunda no cargo a sofrer o impeachment, a passagem de Dilma por Lisboa representou um importante marco no relacionamento entre Portugal e Brasil, e o Observatório Político esteveláparaver.

AGENDA | REVIEW

2017

Abril:

4 Disponibilização do e-Working Paper #70, da autoria do Membro Associado Maria Ejarque Albuquerque sobre o tema: “Mali peace process. Constitutional implications of the Algiers peace processagreement”.

Início da terceira fase do VI Programa de Estágios do ObservatórioPolítico.

7 Foi convidada do Jornal 2 da RTP2, para comentar a intervenção militar dos EUA na Síria, a Investigadora Associada do ObservatórioPolítico,MartaCeia.

9 Aberturado Call for Papers paraa Revista Portuguesa de Ciência Política9e10|2018.

Revista Portuguesa de Ciência Política números 7 e 8 | 2017, conclusãodoprocessodeavaliaçãoe arbitragem científica. Montagem e edição.

Maio:

3 Disponibilização do e-Working Paper #71, da autoria do Membro AssociadoCristianaOliveirasobreo tema:"NationBranding:Opoderdas ideias nas relações internacionais contemporâneas”.

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Junho:

1 Disponibilização do e-Working Paper #72 da autoria do Membro Associado Fátima Lampreia Carvalho sobre o tema “Política comoaconstruçãodopovoversuso fenómeno das multidões como a mortepolítica”.

7 Foi convidada do programa “Ponto de Partida” da Antena 1, dedicado à política, cidadania e sistemaspartidários,acoordenadora do Observatório Político do ISCSPULisboa, Professora Doutora CristinaMontalvãoSarmento.

Julho:

3 Disponibilização do e-Working Paper #73, da autoria do Membro Associado Tiago Ramalho, com o tema “Uma visão sistémica da sociedade e dos partidos políticos: Robert Michels e o OligárquicoElitismo”.

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2017

Setembro:

1 Aberturadascandidaturasparaa

1ªFasedoVIIProgramadeEstágios Académicos e Curriculares do ObservatórioPolítico.

Fimdo Call for Papers paraa Revista PortuguesadeCiênciaPolítica9e10 |2018.

4 Disponibilização do e-Working Paper#74.

4-6 O Observatório Político irá estar representado, na 39ª ConferênciaAnualdaAssociaçãode

Estudos Ibéricos Contemporâneos (ACIS), na Universidade de East Anglia,Norwich,Inglaterra.

22 Encerramentodascandidaturas para a 1ª Fase do VII Programa de Estágios Académicos e Curriculares noObservatórioPolítico.

Outubro:

2 Inícioda1ªFasedoVIIPrograma deEstágiosdoObservatórioPolítico.

Lançamento e distribuição da Revista Portuguesa de Ciência Políticanúmero7|2017.

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AGENDA | PREVIEW

O Político deseja a todos os membros do OP umas

Boas Férias!

Voltamos em Setembro.

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