Sexta Edição

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Diretor: Filipe Resende | Diretores-adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade Edição nº6 (Abril de 2013) - Jornal Mensal

Católica mete ponto final ao Projeto “Meninos da Católica” p.6

10 Maneiras de alcançar o sucesso académico A Prof. Marília Lopes dá os 10 melhores conselhos de como conseguir um bom desempenho universitário Vida Universitária - Páginas 11 a 13

ERASMUS: Uma oportunidade académica para a mobilidade internacional Páginas 7 e 8

Opinião “Memórias Universitárias” do Professor José Luís Ramos Pinheiro e “Fumar no Bar” pela nova colunista, Catarina Maia - pp.14 a 17

Roteiro Gastronómico da Palma de Cima

Quase FM, está quase a chegar

Oportunidades de Estágios Internacionais

Conhece nesta edição os melhores restaurantes próximos do Campus p.9

A rádio da Católica nas horas de almoço está prestes a começar p.5

O ponto de partida para uma experiência real no mercado de trabalho p.4

O melhor de Itália em Lisboa segundo Gaspare Trapani - Página 20 e 21


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Editorial

7 Meses d’O Académico enso que desde da Revista “Éter”, na qual colaborei, não havia uma publicação regular da Faculdade.” Estas foram as palavras simpáticas do Professor Adérito Tavares em relação ao O Académico. Com esta publicação já vamos para a sexta edição. É com grande orgulho saber que somos tão bem aceites por toda a comunidade académica desta faculdade. Esperamos poder continuar nos próximos anos com as futuras gerações da FCH. Com apenas 7 meses, já estamos totalmente integrados num espaço de comunicação, de saber bem informar o nosso público-alvo. O último grande momento testemunhado pelo O Académico foi o fecho do bar, em que grande parte da comunidade académica soube graças à página do nosso jornal no Facebook, e que fomos o primeiro jornal a chegar à reitoria da Universidade. Mas achamos que podemos fazer melhor e, por acreditarmos nisso, fomos ouvir os conselhos do veterano e professor de jornalismo, Fernando Cascais. Foram palavras sábias que esperamos poder adaptar já a partir desta edição para a frente. Vamos apostar numa linha de proximidade, porque foi o principal conselho sugerido por este professor de Géneros Jornalísticos. Apostaremos numa maior cobertura nos eventos e factos dentro da Faculdade. Vamos aprofundar, investigar mais cada momento. Vamos tentar saber e descobrir mais pormenores que ninguém conhece. Porque afinal de contas isto é jornalismo. Um excelente jornalista

“O Académico vai apostar numa maior cobertura e investigação dos eventos dentro da Faculdade.” Jornal O Académico | Nº6 | Ficha Técnica

“P

é aquele, que investiga, que procura, que entrevista, que tem as suas próprias fontes. O bom jornalista é aquele que não se baseia nos press realeses feitos pelas agências de comunicação carregados de boa imagem. O Académico também está em diversas iniciativas. Fomos convidados a colaborar no Congresso das Pré-Guerras e estamos a organizar futuras atividades que fomentem a interação entre a comunidade académica. Queremos fazer mais eventos como workshops na área da Comunicação e do Jornalismo. Mas para isso é necessário uma maior participação dos alunos nesses eventos porque sem eles não será possível ter iniciativas. Como já foi dito, O Académico vai apostar numa maior cobertura e investigação dos eventos dentro da Faculdade. Nesta edição fomos conhecer e investigar mais projetos dentro da FCH que têm impacto relevante. Como vêem já estamos dentro da tal linha da proximidade. O Académico já está ligado à rede alumni da FCH. Para nós não bastou a reportagem que fizemos na quarta edição sobre este projeto. Agora pretendemos ajudar a formar uma base de dados de raiz de todos os alunos que passaram pela FCH, nas diversas áreas para que possamos criar uma nova relação entre antigos e atuais alunos. Acreditamos que a nossa publicação mudou a FCH em relação à forma de comunicar e informar. Como refere Victor Hugo “A imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso”, e é essa linha da inovação que estamos a desenvolver na FCH.

Diretor: Filipe Resende Diretores-Adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Ubach Trindade Redação: Beatriz Isaac, Dário Alexandre, Gonçalo Fonseca, Inês Correia, Joana Portugal, João Marinheiro, João Pedro Rodrigues, José Paiva, Rafael Reis, Sara dos Santos e Susana Gil Soares Agradecimentos: Catarina Maia, Pedro Miguel Caldas Professor José Luís Ramos Pinheiro


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Pesos & Contrapesos Congresso das Pré-Guerras (+8) Até que enfim, que existe um congresso aberto aos alunos para poderem apresentar um trabalho académico. Este congresso do CECC vai ter dois painéis específicos para que os alunos possam mostrar um trabalho científico sobre temas relacionados com as Pré-Guerras.

Concurso de Fotografias (+4) Chega de gastar dinheiro em bancos de imagens. Que tal dar a oportunidade aos alunos de criarem um portfólio de imagens para a FCH? Este é o lema do concurso de fotografias da FCH, que vai dar a oportunidade aos alunos de mostrarem o seu talento através de uma máquina fotográfica. Participa até dia 26 de abril! Boa Iniciativa da FCH!

Reitoria (+1) A bem ou a mal a reitoria foi capaz de fechar o bar da FCH durante um dia após alguns alunos continuarem a insistir em fumar dentro deste espaço, quando é proibido. Foi uma atitude correta, mas que generalizou os alunos que nunca fumaram lá dentro. No entanto a ação foi certa até porque a lei estabelece que não existem condições de funcionamento quando há um nível elevado de fumo.

Alunos Fumadores (-10) Não bastou o fecho do bar durante um dia para alguns alunos mudarem a sua atitude. Infelizmente muitas pessoas continuam a fumar dentro do bar.

Editora da UCP (-18) Os meninos da Católica era sem dúvida um projeto com pernas para andar, mas a editora assim não o entendeu e proibiu por estar a colocar em causa o bom nome da instituição, quando era o projeto tratava a UCP como uma autêntica segunda casa.

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FCH News

Noster, O grupo de teatro da Católica

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Joana Portugal

oster? Saberemos todos o que é o Noster? Estará a comunidade académica da FCH e da UCP alertada para este projeto? São perguntas que O Académico se deparou quando decidiu conhecer este grupo de teatro, que apresenta um défice de dinamização deste projeto. O Noster é um grupo de teatro que existe desde 1998 e que segundo o encenador A. Branco encontra-se “aberto a elementos de todas as unidades de ensino da Universidade Católica.” Atualmente e segundo alguns dados, a equipa de teatro conta com alunos das licenciaturas e mestrado em Direito, Comunicação Social e Cultural, Gestão e Economia. Diversos espetáculos foram já realizados entre eles “Primvs Inter Pares” (em 2005), “Habeas Corpus” (em 2008 e 2009), “Éramos alguns e um coro” (em 2010) e “Romeu e Julieta” (em 2010 e 2011).

A última peça do grupo foi “Um nome provisório”, apresentada em Junho de 2012 e reposta em Novembro do mesmo ano. Atualmente, a equipa está a trabalhar num novo projeto, na obra de Jorge Silva Melo “Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver”. Tal como o nome do grupo Noster, que significa “nosso”, o grupo percorre um caminho de conquista diária junto dos alunos da FCH/UCP, assim deseja o encenador referindo que sempre procurou “melhorar a relação inter cursos, as capacidades de exposição oral e escrita dos membros, proporcionar uma experiência e formação em teatro, mas sobretudo, criar e apresentar espetáculos.” Mas ainda há muito a fazer no que respeita à dinamização deste grupo de teatro no espaço académico, de forma a criar condições para que os elementos da UCP e da FCH se familiarizem com o projeto e desejem acompanhá-lo ou mesmo participar nele.

O grupo de teatro “Noster ” foi fundado em 1998


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FCH News

Estágios de Verão da AETC: O ponto de partida para uma experiência real no mercado de trabalho

João Póvoa Marinheiro

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naugurado este ano, o Atlantic Erasmus Training Consortium trata-se de uma parceria repartida por três instituições do ensino superior à qual pertencem a Universidade do Algarve, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, sendo esta última, a encarregada pela coordenação do Consórcio. A meta passa por uma ampla oferta de estágios curriculares e extracurriculares aos estudantes de primeiro, segundo e terceiro ciclo, de maneira a possibilitar-lhes uma experiência real nos meios profissionais e no contexto multicultural da União Europeia e de outros países europeus. Desta associação, e para garantir maior facilidade de colocação dos estagiários, também cooperam empresas e outras entidades empregadoras, fontes de prestígio e de contactos profissionais. Da seguinte forma, tal experiência internacional permite fortalecer os laços entre o mundo académico e o mercado de trabalho, especialmente num mundo globalizado onde a mobilidade é um factor crucial. O Académico foi igualmente falar com a Prof.ª Doutora Adriana Martins, coordenadora

do programa Erasmus da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e do Consórcio AETC. Quantos estágios disponibiliza o Consórcio? O número de vagas é extenso? Não podemos saber o número de estágios existentes em geral, pois apenas recebemos ofertas ao longo de todo o ano. No que diz respeito aos estágios de verão, a FCH tem tentado negociar com algumas empresas lugares, mas não quero adiantar um número, pois este é um processo que ainda está a decorrer. Nada impede, por outro lado, que alguns estágios sejam negociados pelos próprios estudantes através dos seus contactos pessoais (o que é, de resto,

uma ótima iniciativa). Estes estudantes depois procuram o Consórcio para saberem como proceder para virem a beneficiar de uma bolsa Erasmus para a realização de um estágio no estrangeiro através do Consórcio AETC. O Consórcio dispõe de uma verba para a realização de 100 mobilidades visando os estágios no estrangeiro. Esses 100 fluxos são divididos pelas 3 instituições de ensino superior parceiras, ou seja, a FCH, a ESTHE e a UAlg. É importante sublinhar que a equipa técnica do AETC pode aconselhar os estagiários na preparação da sua candidatura, mas esta é feita a título individual e está condicionada pelos procedimentos de seleção de cada empresa de acolhimento. Os chamados “estágios de verão”


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estão compreendidos nesses 100 fluxos. Mesmo que a FCH esteja a negociar para os seus alunos alguns lugares para a realização de estágios de verão, cada aluno será sujeito ao processo de seleção da empresa de acolhimento. O AETC só facilita os contactos entre o estudante e a entidade de acolhimento. Que atividades são praticadas e quais os objetivos desses estágios? As atividades a desenvolver estão descritas em cada oferta de estágio. Se o estudante for selecionado pela entidade de acolhimento para a realização do estágio no estrangeiro, e se o estudante beneficiar da bolsa através do Consórcio AETC, o plano de atividades a desenvolver fica descrito no chamado training agreement, documento que é assinado pelo estudante, pelo supervisor da entidade de acolhimento e pelo tutor designado pela instituição de ensino superior de origem do estudante. Assim sendo, no que diz respeito aos objetivos, tudo dependerá de cada uma das ofertas.

“O Consórcio dispõe de uma verba para a realização de 100 mobilidades visando os estágios no estrangeiro.” Professora Adriana Martins

O regresso da Quase FM está para breve

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Beatriz Isaac

m estado letárgico desde o segundo semestre do anterior ano letivo (2011/2012), ressurge florescente a Quase FM. É já dia 15 de Abril que a estação de rádio da FCH vai para o ar, a partir dos Estúdios de Rádio, junto ao Auditório 2, para animar as nossas “horas de almoço”. A Quase FM desenvolvese no âmbito da disciplina Projeto Rádio, pelos alunos que a frequentam, com o objetivo de fortalecer competências técnicas ao nível de produção e programação em Rádio e, por outro lado, dinamizar os espaços comuns da própria faculdade. Para este semestre planeia-se a emissão semanal de “uma reportagem da autoria de um dos animadores da Quase. Cada um escolheu o seu tema e pensamos

que vão ser do agrado dos ouvintes.” conta-nos Cláudia Godinho, discente de Projeto Rádio. Este projeto radiofónico, ainda que de pequenas dimensões (como, aliás, o próprio nome indica), é uma peça vital na construção dos nossos ‘eus’ jornalistas pelo facto de nos permitir “meter a mão na massa” e de nos introduzir nos meandros da produção jornalística em Rádio, essencial para diminuir o fosso entre o ensino e as exigências do mercado de trabalho. Não obstante, nem toda a comunidade académica lhe concede a devida importância dado que, como salienta Cláudia Godinho, “A turma possui apenas cinco pessoas.”. Ficamos, deste modo, aguardando entusiasticamente pela ressurreição da Quase FM que certamente irá animar o espírito da FCH com boa música e conteúdos informativos de qualidade!


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FCH News

Projeto “Meninos da Católica” cancelado

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Sara dos Santos

projeto das camisolas “Meninos da Católica”, apresentado este ano por Diogo Lopes e Afonso Sousa na ExpoCarreiras, foi cancelado após uma reunião com a Dra. Anabela Antunes, diretora do centro de publicações da Universidade Católica. A linha de camisolas destes jovens empreendedores não foi aceite por vários motivos, tais como: poderiam estar sujeitos a ser alvo de um processo jurídico, uma vez terem utilizado um tipo de letra que uma outra entidade já tinha registado para seu uso exclusivo. Esta entidade teria também proposto uma nova linha de camisolas, a qual não foi aceite pela Universidade, uma vez que a linha oficial era bastante bem aceite. Outros dos motivos recaíam no facto de a imagem que as camisolas “Meninos da Católica” transmitiam não ia de encontro com a imagem que a universidade defende. O logotipo que as camisolas apresentavam desfigurava o da Universidade, indo contra o que ela representa, segundo Diogo Lopes “a nossa figura humana, semelhante ao famoso “Homem de Vitrúvio”, apresentava-se desnudada e a figura do logotipo oficial usava vestes. Supostamente este pormenor (de entre outros) ia contra a ideologia cristã desta instituição.”

A imagem estampada nas camisolas semelhante ao Homem de Vitrúvio, apresentava-se desnudada quando a imagem do logotipo oficial da UCP usa vestes e ia contra a ideologia cristã da UCP Após 60 encomendas feitas, Diogo e Afonso estão a devolver o dinheiro aos compradores e o projeto foi cancelado, no entanto, “grande parte de se ser empreendedor prende-se em valores como a perseverança e a força de carácter” diz Diogo Lopes “não creio que este plano gorado nos trave para o futuro. Pelo contrário, pode-nos ajudar a aprender

com a situação e a voltar mais preparados para o que “der e vier”.


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ERASMUS: Uma oportunidade académica para a mobilidade João Póvoa Marinheiro

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Esquema de Ação Regional Europeia para a Mobilidade de Estudantes Universitários, mais conhecido pela sigla ERASMUS, trata-se não só de uma oportunidade para o fortalecimento de competências académicas como também de uma ocasião para estimular a mobilidade internacional. Na Universidade Católica Portuguesa, a Faculdade de Ciências Humanas tem tido uma longa experiência de incentivo aos seus estudantes neste tipo de intercâmbio. Este programa conhece cada vez mais adesão e crescimento, muito devido à consolidação do fenómeno da globalização e à assinatura da Declaração de Bolonha. Nos últimos 15 anos aliás, foram mais de 500 os alunos da FCH que decidiram completar um período de estudos numa outra universidade europeia à luz deste processo. Tendo a possibilidade de escolher entre mais de 60 instituições de referência com a qual a Faculdade mantém acordo, esta mobilidade de estudos conhece “resultados positivos”, como assegura a Professora Doutora Adriana Martins, coordenadora Erasmus da FCH. Segundo a própria, os segredos para o sucesso tanto académico como pessoal durante esta iniciativa definem-se pela “vontade, o empenho, a organização e o senti-

Nos últimos 15 anos aliás, foram mais de 500 os alunos da FCH que decidiram completar um período de estudos numa outra universidade europeia à luz deste processo. do ético, pois nada na vida se consegue sem esforço e dedicação”. De forma a conhecer também a perspetiva de quem está prestes a embarcar nesta aventura, O Académico falou

falou igualmente com Joana Krämer Horta, aluna de segundo ano do curso de Comunicação Social e Cultural que se prepara para estudar em Barcelona através do programa Erasmus.


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FCH News

Como é que te sentes por partir? Estou ansiosa por ir e mal posso esperar, sinto necessidade de mudar de ares e de me lançar a outro espaço. Quais são as tuas razões e expectativas relativamente ao programa Erasmus? Fazer Erasmus sempre esteve nos meus planos por várias razões, mas as mais fortes são, claramente, a aquisição de novos conhecimentos, novos métodos de estudo, a interação com uma nova cultura, bem como a vontade de ter uma experiência académica forte que me abra os horizontes e forneça ferramentas para a minha vida profissional.

Quero também aperfeiçoar as minhas competências linguísticas no que diz respeito ao espanhol/ catalão e, obviamente, entregar-me a toda a mística e beleza da cidade. Não tenho dúvidas de que vai ser uma experiência enriquecedora para a minha vida tanto pessoal como académica. Não quero criar muitas expectativas mas acima de tudo é uma oportunidade de crescer, ganhar mais responsabilidade, conhecer pessoas e fazer contactos.

Porque é que escolheste Barcelona? Escolhi Barcelona porque acho que tem uma riqueza histórica e cultural deslumbrante. Espanha é um país em que a inovação faz parte do modo de vida e penso que o saber falar espanhol é uma vantagem não só pelos inúmeros sítios em que esta língua predomina mas também para o meu futuro, pois pode vir a ser muito útil para as minhas relações profissionais.

Quantas cadeiras tencionas fazer? Está nos meus planos fazer entre 5 e 6 cadeiras.

Fumar no bar - O que diz a lei sobre a responsabilidade da UCP? Filipe Resende

O

fecho do bar foi sem dúvida o momento mais crítico para a comunidade da FCH do mês de Março. Fomos conhecer melhor a lei e perceber o que é que a reitoria da UCP pode fazer no caso de algum aluno fumar no bar. Segundo a lei não é permitido fumar “Nos estabelecimentos de ensino, independentemente da idade dos alunos e do grau de escolaridade, incluindo, nomeadamente, salas de aula, salas de estudo, de professores e de reuniões, bibliotecas, ginásios, átrios e corredores, bares, restaurantes,

cantinas, refeitórios e espaços de recreio.” Em caso de infração, a lei determina que os responsáveis do local “devem determinar aos fumadores que se abstenham de fumar e, caso estes não cumpram, chamar as autoridades administrativas ou policiais, as quais devem lavrar o respetivo auto de notícia.” A mesma lei diz também que “os utentes dos locais referidos […] têm o direito de exigir o cumprimento do disposto podendo para o efeito, nomeadamente,

pedir o livro de reclamações disponível no estabelecimento em causa.” Contactado pel’O Académico a engenheira Maria João Oliveira Martins, disse que "a polícia tem mais que fazer" do que estar a tomar conta de ocorrência como fumar dentro de bares das faculdades. Mas desta forma o que é se pode fazer para que os alunos não fumem dentro do bar? Segundo o Vice-Reitor da UCP, o Pe. José Tolentino de Mendonça , não se pode ter um policia a tomar conta de cada pessoa. Deve-se sim mudar a mentalidade de cada um.


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Sugestões

Roteiro Gastronómico da Palma de Cima Rafael Reis

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ão 13 horas, a aula acabou e a fome aperta. A grande maioria opta por uma ida à cantina ou ao bar. Mas para os dias em que a fome transpasse as fronteiras da faculdade, o Académico sugere alguns dos restaurantes “vizinhos” da Católica. Comecemos pelo Pérola de Palma. Bem perto da nossa faculdade, a grande maioria já passou por lá. E a quem o nome não diz nada, estamos a falar do “café dos chapéus vermelhos”. Aqui é possível disfrutar de almoços e petiscos por um preço a rondar os cinco euros. Tem ainda a vantagem de ter mesas na esplanada que fazem o deleite de muitos quando o bom tempo aparece. Cerca de dez metros mais abaixo fica outra das nossas sugestões, a churrasqueira O Cardosão. Trata-se de um estabelecimento pequeno, famoso pelas suas bifanas grelhadas na brasa que se conjugam com um pão tostado na mesma. A simpatia do dono, o senhor Cardoso, faz qualquer um voltar. E o preço também: uma bifana no pão e uma imperial custa dois euros e sessenta. Para

além das bifanas existe ainda entrecosto, entremeada, frango assado, entre outros. Ainda na mesma zona podemos encontrar O Cantinho de Palma. Trata-se de um restaurante com comida tradicional portuguesa que preza pela qualidade dos seus pratos. As especialidades são favas com entrecosto e bacalhau espiritual. O preço médio ronda os sete euros e meio. Tem ainda a vantagem de aceitar reservas para grupo, com comida e bebida à descrição, por treze euros por pessoa. A ementa consiste em entradas variadas, grelhada mista, sangria de vinho branco e tinto, cerveja, sobremesa e café, tudo isto servido com muita simpatia. Para aqueles que procuram uma refeição diferente sugerimos

o restaurante japonês Nagoya. Localizado junto ao metro das Laranjeiras, este estabelecimento apresenta verdadeiras iguarias orientais, que irão deliciar os apreciadores de sushi e sashimi. O preço é relativamente mais elevado que as sugestões anteriores, situandose nos dez euros e noventa por pessoa. Mas mostrando o cartão de estudante, os alunos poderão beneficiar de um desconto de quinze por cento. Ficam então as nossas sugestões gastronómicas. Sempre que quiserem variar o almoço já sabem que existem bem perto da nossa faculdade vários restaurantes e snack-bares, todos eles com uma ementa diversificada. Resta-nos desejar um bom apetite.


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Iniciativas

Concurso de “Banco Imagens da FCH” Dário Alexandre

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hegou a oportunidade de mostrar o que a faculdade tem de bom. Podes fazer parte disso, basta mostrá-lo através de uma câmara. De acordo com o site da iniciativa “O concurso Banco de Imagens FCH é um concurso de fotografia apresentado a toda a comunidade académica da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.” Os alunos da FCH poderão fotografar algo relacionado com a Faculdade, devendo, no entanto, seguir determinadas regras quanto ao que registam. O professor Rogério Santos, mobilizador deste concurso, enviou uma lista via e-mail com os momentos necessários a registar pelos participantes. A escolha das melhores fotografias será feita por um júri (um docente da disciplina de Edição Multimédia, um membro do Gabinete de Marketing e Comunicação da FCH e um membro da Direção da FCH). Existem ainda dois prémios, um de 200€ e outro de 100€ para os vencedores, algo tentador. O objetivo deste concurso é “criar um portefólio com imagens relacionadas com a vida da FCH, que possam ser usadas pela Faculdade e pela Universidade em situações de divulgação dos seus cursos e das suas atividades”.

Congresso das Pré-Guerras aberto à participação dos alunos da FCH

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José Paiva

m 2014 serão celebrados os 100 anos da Primeira Grande Guerra Mundial. Ano em que será aberto um espaço em todo o mundo para o debate e reflexão das consequências que essa guerra teve, mas também perceber se ainda hoje muitos dos estudos e análises que foram feitas durante estes 100 anos farão sentido e se podem ter aplicações no nosso presente mas também no futuro. Apesar das memórias portuguesas relativamente a esta primeira guerra não serem as melhores, Portugal através de uma iniciativa da Universidade Católica, coordenada pela Professora Ana Paula Rias, será dos primeiros países já em Janeiro do próximo ano, a “ abrir as hostes” para a discussão desta temática tão importante e contemporânea. Uma das novidades da “International Conference

on Culture and Conflict”, é a possibilidade dada aos alunos da licenciatura em Comunicação Social e Cultural do 2º Semestre e do 1º Semestre do próximo ano letivo, de apresentar 8 comunicações relativas à temática principal, sujeitas a critérios de avaliação por parte dos docentes. O objetivo deste workshop proposto pela Professora Ana Paula Rias, foi o de associar as disciplinas da FCH com os saberes transmitidos, abrindo a oportunidade aos alunos de serem criativos de explorar os materiais deixados por diversas personalidades há cem anos atrás. Num processo de seleção rigoroso, para que só os melhores cheguem ao palco principal de dia 6 de Dezembro, O Académico não quer deixar de dar o incentivo a todos os alunos para que participem, e dêem o seu contributo para uma celebração que se prevê cheia de surpresas e de interesse público.


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Vida Universitária

10 Maneiras de alcançar o sucesso académico

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Filipe Resende

êxito universitário é algo sempre desejado por todos os alunos. Para a professora Marília Lopes, docente da FCH este carateriza-se de uma forma bastante simples “Saber mais - Fazer melhor.” Mas afinal de contas o que é que podemos fazer para alcançar este tão desejado resultado na universidade? O Académico foi conhecer algumas dicas e sugestões para alcançar um bom trabalho universitário: Dica 1 – Não deixes tudo para o fim… O sucesso universitário exige um trabalho contínuo em que a rotina diária deve ser estudar um bocadinho de cada vez. Como refere a Professora Marília Lopes “na Universidade dever-se-á ter um ritmo de trabalho diário.” Como é óbvio o estudo não deve ser levado ao extremo. Devemos definir pequenas metas de trabalho de forma a alcançar todos os dias uma etapa diferente. Dica 2 – Reflete sobre as matérias lecionadas Não basta saberes as coisas de cor, tens que ser crítico em relação às teorias e aos trabalhos desenvolvidos no meio

universitário. A Professora Marília aponta que é importante ter uma “capacidade de refletir e debater aprofundada e clara as temáticas abordadas”. Dica 3 – Como ter um bom teste? Ter um bom teste nunca foi uma tarefa fácil e por vezes surgem dificuldades em alcançar um melhor resultado neste ou naquele teste. Para a professora a solução de uma boa prova passa por “ir além do conhecimento adquirido”, mas também “a forma como se estruturam as ideias e a clareza da apresentação.”

Dica 4 – Procura mais além da bibliografia obrigatória Para muitos alunos, a bibliografia já parece um pequeno pesadelo de consulta. Mas a verdade é que se fores ainda mais longe, ou seja além da bibliografia obrigatória, podes ter alguns pontos a mais por isso. Como apresenta a nossa entrevistada, as leituras além da bibliografia obrigatória “é um sinal de que se procura trilhar caminhos próprios.” Dica 5 – Boa apresentação = Tema + Modo de intervenção As melhores apresentações exigem imaginação, trabalho, pesquisa, mas também é fundamental a abordagem escolhida.


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Vida Universitária

Num próximo trabalho deves escolher em primeiro lugar, um tema que te agrade, para que gostes daquilo que estás a desenvolver. Depois fala com teu o professor e apresenta-lhe a ideia. Na apresentação intervém de uma forma que te diferencie dos outros. Tenta ser original e criativo. Faz um vídeo, faz uma entrevista, faz uma conversa via skype com um investigador. Sê diferente. Como diz a Professora Marília “um excelente trabalho é aquele que tem certamente um modo original e rigoroso com que se apresenta e se demonstra as ideias apresentadas.” Dica 6 – Dominar bem o tema da apresentação Isto parece óbvio numa intervenção oral, mas infelizmente alguns alunos não têm ideia do que dizem, simplesmente citam determinado autor, sem ter noção do impacto das palavras. Isto é mau porque a audiência pode não perceber o que está a ser dito (incluindo o professor). Desta forma é necessário ter em conta uma boa preparação da intervenção. Para a nossa professora convidada uma excelente apresentação “é aquela que não só revela que se conhece bem e a fundo a temática que se

está a apresentar, como também a intenção de o fazer de modo a que os colegas a possam igualmente entender.” Dica 7 – Participar e discutir nas aulas Um aluno que tenha uma participação positiva normalmente tem maior tendência a tirar melhor nota no final. Como conta a nossa docente “A participação é um sinal da vontade de perceber, esclarecer e debater uma temática, pelo que poderá ser assim um bom meio de refletir e interiorizar problemáticas e conteúdos.” Como vimos a participação é um excelente mecanismo de interiorizar as matérias lecionadas. Dica 8 – Curiosidade e motivação Não basta saberes bem a matéria de cor, tenta ser um aluno curioso e mantêm-te motivado para trabalhares ainda mais. Deves procurar outras leituras e conhecimentos. Como indica a nossa professora “fui sempre uma aluna curiosa, trabalhadora e muito motivada e assim pude reunir condições favoráveis ao meu desenvolvimento intelectual e humano.”

Dica 9 – Tentar refazer os trabalhos Embora existam poucas oportunidades de reformulares os teus trabalhos ao longo da tua licenciatura, quando é dada essa possibilidade tenta sempre refazer os respetivos elementos. Quem tem a Professora Marília Lopes como docente sabe que pode reformular um teste. Ao O Académico a professora justifica que permite a respetiva reformulação porque “a aprendizagem não é um ato único e isolado, mas sim um processo contínuo que exige leituras críticas do trabalho que estamos a realizar, saber corrigir e melhorar o trabalho feito. Neste sentido e para incentivar este exercício de aperfeiçoamento os alunos podem refazer alguns testes.” Por isso nunca te esqueças, aproveita as oportunidades de refazeres alguns trabalhos, para poderes fazer ainda melhor.

Tenta ser original e criativo. Faz um vídeo, faz uma entrevista, faz uma conversa via skype com um investigador. Sê diferente.

5 Fatores externos para o sucesso académico, segundo a Professora Marília Lopes: © ARMAN ZHENIKEYEV/CORBIS

1. Exercitar a curiosidade; 2. Disciplina; 3. Trabalho; 4. Não ficar rapidamente satisfeito; 5. Querer inovar.


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3 Perguntas Diretas à Prof. Marília Lopes 1. Para si o que precisa de um

2. Qual foi a melhor nota que deu na sua carreira enquanto docente (nas licenciaturas) e o que é esse(a) aluno(a) tinha para ter dado essa nota? A nota mais elevada que dei foi 18 valores. Uma feliz conjugação entre a realização de um excelente trabalho, original e muito aprofundado, com uma atitude de grande amadurecimento sobre as temáticas abordadas. 3. A professora deu aulas na Alemanha, acha que os alunos alemães têm melhores hábitos de estudo que os alunos portugueses? E porquê? Como em todo o lado, há bons e menos bons alunos. O que sempre apreciei na Alemanha, já nos tempos de estudante, foi a enorme autonomia que os alunos tinham. Sempre curiosos e com muito interesse, iam além do definido, pois eles próprios se reviam nos trabalhos que estavam a realizar, pelo que aprendi já imenso com os meus colegas.

© ROBERT BOESCH/CORBIS

aluno para ter o 20? É uma pergunta a que tenho dificuldade em responder, pois depende do exercício proposto. Talvez possa contudo acrescentar que um excelente aluno é aquele que não só procura compreender as temáticas expostas mas que vai mais longe na reflexão das mesmas.

Devemos definir pequenas metas de trabalho de forma a alcançar todos os dias uma etapa diferente. Dica 10 – Não estudes apenas, diverte-te e aproveita a vida Os melhores alunos não são aqueles que apenas estudam. Um bom aluno segundo a Professora Marília Lopes “deve procurar desenvolver projetos próprios.” Um aluno que apenas estude não consegue concentrar-se a 100%, porque o cérebro cansa-se, o que leva a que os níveis de concentração sejam reduzidos. Como tudo na vida, nunca devemos adotar um extremo. Devemos ficar sempre pelo equilíbrio.

Como menciona Marcelo Rebelo de Sousa “É impossível ter notas altas sem estudar. Mas é fundamental ter uma vida além dos estudos”.

É impossível ter notas altas sem estudar. Mas é fundamental ter uma vida além dos estudos


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Opinião

Memórias Universitárias José Luís Ramos Pinheiro Professor da FCH e Administrador do grupo R/COM Há muito, muito tempo, em 1978, a “Católica”, como já na altura lhe chamávamos, vivia num único edifício. Ali se concentravam os cursos já ensinados na Universidade. Direito tinha nascido em 1976, no âmbito da Faculdade de Ciências Humanas, contribuindo para apertar quem já não vivia à larga. O bar (único, claro) ficava junto ao chamado A2 (anfiteatro 2). Algures a meio da sala principal onde hoje decorrem as aulas de Comunicação Radiofónica e Projecto Rádio, ficava o balcão de atendimento. Mais ao fundo (imagino que no espaço onde se construíram os actuais estúdios de rádio) situavam-se as cozinhas e zonas de apoio. Acabado de sair do Liceu Camões, para mim, tudo era novo, num país que em tudo estava a mudar. Havia muitas incertezas, no mundo e também por cá. Internamente, a democracia dava os primeiros passos e viviam-se momentos de crise política, mas também social e económica. Externamente a Guerra Fria não dava tréguas. A questão nuclear bombardeava os noticiários internacionais. Do Vaticano, após um pontificado abruptamente interrompido, com a morte de

O Papa João Paulo II visitou a Universidade Católica em 1982 João Paulo I, surgia um sinal inesperado: os Cardeais tinham acabado de eleger um Papa que vinha precisamente do leste. Tudo somado, uma nuvem de incertezas, mas também um mar de esperanças. Trinta e cinco anos depois, é forçoso concluir que a esperança foi

mais forte. Até o sistema soviético, totalitário e materialista, desabou como um castelo de cartas. João Paulo II revelou-se um Papa de mão-cheia que tocou – talvez deva dizer, abanou! – regimes e consciências. Os jovens deixaram-se contagiar por um Papa que lhes falou ao coração. Ao dirigir-se


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a Fátima, para agradecer à Virgem a protecção da sua vida durante o atentado de 13 de Maio de 1981 (facto inédito e, na altura, cheio de interrogações, dúvidas e medos) os jovens portugueses acompanharam o Papa intensamente. A Católica recebeu João Paulo II, no campus de Lisboa. No parque de estacionamento, o coro da Universidade cantou para o Santo Padre. De braços cruzados e com o pé a marcar o compasso, o Papa polaco também cantou, acompanhando o coro num tema entoado na sua língua natal. Muitos de nós que ali cantámos, tínhamos vindo no dia anterior de Fátima, regressados de uma inesquecível peregrinação a pé, organizada pelo também inesquecível capelão da altura, Pe. João Seabra. Ao visitar a Católica, João Paulo II reforçava a importância de uma Universidade da Igreja, como plataforma de diálogo e transformação das sociedades. Dito de outro modo: usar a inteligência, para chegar ao coração da sociedade. Na altura, era forte o espírito de corpo da Universidade numa conceção saudável e não elitista. Nesses anos, a Católica, sendo muito mais pequena tinha as vantagens e as desvantagens da sua dimensão. Mas em todo o caso, a influência da Católica na sociedade portuguesa, a partir dos seus estudantes e dos seus professores, começava a notar-se e a deixar frutos.

Ao olhar o passado são incríveis as analogias com o presente. Trinta e cinco anos depois, Portugal vive novamente anos de incerteza, confrontando-se com inequívocas fragilidades próprias, tantas vezes diagnosticadas, muitas vezes negligenciadas e raramente atacadas. Na Europa, e no mundo em geral, o regime capitalista estremece, já não contra o império soviético, mas em função dos seus próprios defeitos. Com a histórica resignação de Bento XVI (outro pontificado inesperadamente interrompido, tal como em 1978…) sopra novo sinal de esperança a partir do Vaticano, com a eleição do Papa Francisco, jesuíta e sul-americano. Cabe às gerações atuais, a responsabilidade de fazer da esperança o caminho para ultrapassar as incertezas. Claro que o percurso é difícil, mas cada um pode fazer a diferença, a começar pelo seu pequeno círculo familiar, universitário e comunitário. As questões, as dificuldades, a recessão, o desemprego, os problemas não podem ser vistos como caminho de chegada; devem antes ser encarados como o melhor impulso, para o melhor de cada um de nós - com os mais jovens à cabeça. Encolher os ombros e deixar a participação pública para “os outros” seriam as piores opções. Lançar pontes com a sociedade, a partir de uma formação cristã sólida e esclarecida, em todas as frentes, constitui, assim, o papel insubstituível

deste já enorme “universo” da Católica. Como Professor da Faculdade de Ciências Humanas, desde meados dos anos 90, tenho tido o privilégio de ensinar centenas de alunos com enorme potencial. Alguns deles trabalham hoje nas rádios e nos sites do grupo Renascença – comunicação multimédia; muitos outros valorizaram outras empresas ou meios de comunicação, aos quais chegaram por mérito próprio. Seja qual for o território profissional em que se movimentem, confio que os nossos alunos sejam portadores dessa diferença saudável e construtiva que dá pelo nome de esperança. Só por isso vale a pena ensinar, hoje e aqui.

“Lançar pontes com a sociedade, a partir de uma formação cristã sólida e esclarecida, em todas as frentes, constitui, assim, o papel insubstituível deste já enorme “universo” da Católica.”


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Opinião

Fumar no bar Catarina Maia Colunista d’O Académico

A

Faculdade de Ciências Humanas entrou em alvoroço no dia 7 deste mês e, dadas as circunstâncias, eu perguntei-me se esse dia não deveria ter chegado antes. Confesso que fui apanhada de surpresa quando, por volta do meio dia, me expulsaram do bar, juntamente com todos os que nele se encontravam, sem me conseguirem dar uma justificação concreta. Algumas pessoas diziam que era um “castigo” por se fumar dentro do bar, outras diziam que não sabiam. Pedi à funcionária da Eurest D. Fátima que me encaminhasse a quem me soubesse explicar o que se estava a passar e, obtida a resposta, dirigi-me, com duas colegas, ao edifício da biblioteca. Íamos em passo rápido e falávamos sobre todas as questões que nos passavam pela cabeça. Lembrei-me que nos dois dias anteriores o bar tinha estado empestado de fumo. Eram dias de chuva, mas isso não justificava aquele ambiente cinzento e pesado que ali se sentia, sobretudo porque é proibido fumar no bar. Mesmo assim, não era caso para o fecharem de repente porque nós não tínhamos culpa. Chegámos à conclusão de que, na verdade, sentíamo-nos muitas vezes incomodadas com o fumo constante. Uma, porque não é fumadora e os pais já lhe per-

guntaram se ela andava a fumar, porque chegava a casa a cheirar a tabaco. Outra, porque teve uma infeção pulmonar há uns tempos e ficava aflita quando entrava no bar. Entrei na FCH em 2010 e, desde então, tenho ficado com a ideia de que é só mais ou menos proibido fumar no bar. Não se deve, mas podese, e não acontece nada a quem fuma. No caso de ser apanhado, é-lhe pedido que vá lá para fora – o que, muitas vezes, nem sequer acontece. Quando, finalmente, conversámos com a Diretora dos Serviços Gerais, Engª. Maria

João de Oliveira Martins, percebemos a gravidade da situação. Já outras medidas tinham sido tomadas, mas sem grande resultado. A própria Engª chegou a chamar à atenção vários alunos, dos quais alguns foram bastante mal-educados. À medida que a conversa avançava, mais alunos chegavam com o mesmo propósito. A Engª pediu-nos desculpa pelo facto da decisão de fechar o bar ter afectado daquela maneira a quem nunca fumou lá dentro. Sublinhou que era uma medida drástica que esperava ter resultados e disse-nos que nós, enquanto alunos da FCH,


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deveríamos também agir de forma a contrariar o comportamento de quem não respeita aquela regra do bar. “Façam uma página do facebook, um grupo, qualquer coisa que chame a atenção dos vossos colegas”, sugeriu, acrescentando que podíamos contar com o seu apoio. A verdade é que eu já pedi a alguns colegas que não fumassem dentro do bar, normalmente enquanto almoçava. Eu não me importo de o fazer – aliás, acho que todos temos o direito de intervir quando sentimos que estamos a ser desrespeitados. Ao mesmo tempo, sentia-me triste por notar que não era a mim que cabia esse papel. Alguém mencionou a possibilidade de se ter um segurança à porta do bar diariamente, de forma a controlar a situação. Essa possibilidade foi descartada e nem percebi bem porquê. Seria preferível ao fecho do bar? Sim. Mudaria alguma coisa? Sinceramente, não sei. Mas porque não tentar? Tivemos a oportunidade de falar, de seguida, com o ViceReitor Pe. Doutor José Tolentino de Mendonça. Neste caso, apenas entrámos no gabinete o Filipe Resende, o presidente da AEFCH, José Diogo, o Pedro Madeira e eu. Explicou-nos que esta situação não é uma luta contra o tabaco, uma vez que cada pessoa sabe bem o que faz e a FCH nada tem a ver com tem isso. A questão era, mais uma vez, apenas o respeito de regras. Colocou-se a hipótese de se montar um toldo na entrada do bar, e o Vice-Reitor

“Entrei na FCH em 2010 e, desde então, tenho ficado com a ideia de que é só mais ou menos proibido fumar no bar. Não se deve, mas podese, e não acontece nada a quem fuma.” disse-nos que ia estudá-la. Como aluna, eu não gostei que me fechassem a porta do bar e me impedissem de lá entrar durante um dia inteiro. Nos intervalos, não tinha o que comer, excetuando as máquinas que ninguém gosta. Não tinha um espaço para estar com os meus colegas. Só corredores, cadeiras dispersas, a entrada do A2. Como aluna, não compreendo como é que levou tanto tempo até que uma

simples regra fosse respeitada, porque fumava-se no bar em dias de chuva e em dias de sol. Todos os dias. Se calhar, foi mesmo a única medida capaz de funcionar. Aguardemos que montem o toldo.

Catarina Maia é a nova colunista d’O Académico. É aluna do terceiro de Comunicação Social e Cultural.


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Correio FCH

Melhoria das condições da nossa faculdade e dos nossos alunos Pedro Miguel Caldas Membro da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas

Caros alunos e demais leitores, na qualidade de membro da Associação de Estudantes (AE) da Faculdade de Ciências Humanas (FCH), venho por este meio fazer um ponto de situação do nosso trabalho na melhoria das condições dos alunos na faculdade. No passado mês de Fevereiro dirigi-me em conjunto com a vice-presidente da AEFCH, Maria Miguel Gomes ao diretor da FCH, professor José Miguel Sardica, que esteve acompanhado de um outro membro da direção, o professor Henrique Joaquim, no sentido de fazer ver à direção da FCH alguns aspetos a melhorar na nossa faculdade. Apresentámos à direção as várias situações que os alunos nos apresentaram, quer ao nível do funcionamento das aulas quer ao nível dos acessos e do funcionamento de outros locais frequentados pelos alunos, com destaque para o bar. Relativamente ao funcionamento das aulas, apresentámos como aspetos a melhorar o exagerado número de alunos por turma, as salas demasiado pequenas para turmas tão grandes e o limite de faltas que, na minha ótica, prejudica os alunos interessados em assistir às aulas com a presença de alunos que não têm o mínimo interesse nas mesmas, estando presentes

única e exclusivamente para não atingirem o limite de faltas, prejudicando o bom ambiente de algumas aulas. Desta forma, foram apresentadas as seguintes soluções; número limite de alunos por turma mais curto (entre 50 a 60 alunos por turma), melhor programação das salas e o fim do limite de faltas, tendo a perspetiva de melhorar o funcionamento das aulas. Com o intuito de melhorar e facilitar a organização dos alunos trabalhadores ou com outras atividades no final da tarde, também propusemos o fim dos horários muito díspares das várias disciplinas (um aluno ter uma aula às oito da manhã e às 17 horas), assim como o número exagerado de frequências num só dia. Nesta linha de ideias, aos dois membros da direção foi pedido um parecer sobre os estatutos de trabalhador/estudante e de dirigente associativo cuja existência será proposta à direção da Universidade Católica Portuguesa (UCP) por parte da AE da FCH, no dia 10 de Maio, na assembleia geral da UCP. Por fim, o funcionamento do bar e a inatividade do elevador do bloco 2 do edifício da FCH também foram abordados. De todas as alterações que propusemos, nenhuma foi aceite, à exceção da formação dos estatutos de trabalhador/

estudante e dirigente associativo, que mereceram o apoio da direção. No que toca ao número exagerado de turmas, foi-nos dito que estas estão dentro dos números que propusemos, sendo que com o passar das semanas acabam por se juntar alguns alunos de Erasmus e outros finalistas, pelo que as turmas se tornam, por vezes, inevitavelmente grandes. Relativamente às salas por vezes pequenas para turmas tão grandes, foi-nos referido que quando existe este problema, significa que

De todas as alterações que propusemos, nenhuma foi aceite, à exceção da formação dos estatutos de trabalhador/ estudante e dirigente associativo, que mereceram o apoio da direção.


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nessa mesma hora os auditórios e outras salas com maior capacidade já se encontram preenchidas e por turmas igualmente grandes, visto que no mesmo edifício estão presentes mais faculdades da UCP, sendo também esta a razão pela qual existem horários muito díspares nos cursos da FCH. No que concerne ao limite de faltas, Henrique Joaquim referiu que o fim do limite de faltas já foi experimentado, não tendo qualquer efeito no ambiente das aulas. O professor José Miguel Sardica teve um ponto de vista centrado naqueles que faltam e não tanto naqueles que vão e que são, por vezes, prejudicados pelos que apenas vão às aulas marcar presença, sem qualquer interesse no conteúdo da mesma. Nesta situação, foinos aconselhado que caso aconteça alguma situação de comportamento menos próprio nas aulas, nomeadamente a perturbação da mesma através da conversa entre alunos, fosse incumbido aos alunos que se sentissem prejudicados o aviso verbal e apelo ao bom senso dos alunos menos bem comportados. Em relação às frequências em demasia num só dia, consta no Processo de Bolonha que cada aluno poderá ter até duas frequências no mesmo dia, pelo que a faculdade se limita a cumprir com as normas europeias, sem nada poder alterar. O funcionamento do bar e o elevador do bloco 2 também não sofrerão alterações, o primeiro porque não pertence à FCH a responsabilidade e o poder de alterar qualquer tipo de norma de funcionamento do bar e o segundo porque não consta na lei portuguesa a obrigação de ter um elevador qualquer edifício escolar com menos de cinco pisos. A formação de um estatuto de trabalho/ estudante e de dirigente associativo mereceram todo o apoio da

direção, com alguns conselhos que nos foram dados para que obtivéssemos sucesso nos nossos objetivos no próximo dia 10 de Maio na assembleia geral da UCP. Estando todos os pontos esclarecidos, partiremos após as férias escolares da Páscoa para a ação, dentro das nossas possibilidades. As nossas possibilidades passam pela participação ativa na assembleia geral da UCP no dia 10 de Maio, no sentido de serem formados os estatutos referidos acima, mas também no incentivo da participação de todos os alunos numa luta que achamos comum a todos nós: a melhoria das condições do bar, no que toca à maior rapidez de atendimento. Assim, iremos fazer um abaixo-assinado com a participação de todos aqueles que quiserem mostrar a sua insatisfação na tentativa de sermos ouvidos no seio da empresa que explora o bar, a Eurest. Relativamente ao funcionamento das aulas, compreendo as dificuldades da nossa direção em proporcionar melhores condições aos alunos, mas estou convencido que é possível fazer melhor na organização das turmas no próximo ano letivo. Por fim, gostaria de apelar à participação dos alunos na discussão destes assuntos, de modo a percebermos a urgência ou não de alguns temas aqui tratados e de outros que porventura não tratámos. Não é garantido que o que nos foi negado na reunião nunca poderá concretizar-se. Tudo depende dos sacrifícios que estamos dispostos ou não a fazer para melhorarmos as nossas condições e é neste sentido que pretendo as vossas opiniões. Basta que me enviem e-mail(s) para pedro_caldas8@msn.com. Saudações académicas.

Tal como a AEFCH, O Académico também apresentou como um dos principais problemas da Faculdade, as filas no Bar.

“Tudo depende dos sacrifícios que estamos dispostos ou não a fazer para melhorarmos as nossas condições e é neste sentido que pretendo as vossas opiniões.”


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Especial

Raquel Trindade Se sempre tiveste aquele amor platónico por Itália, e sonhas em respirar tudo o que tenha a famosa bandeira no rótulo, não precisas de ir muito longe. Preparámos-te um roteiro para experimentares Itália em Lisboa. Quem melhor do que Gaspare Trapani para desenhar esta experiência? Há 17 anos em Portugal, este nosso querido siciliano tem muito a dizer sobre Portugal. Os seus alunos que o digam. Não lhe perguntámos pelo melhor bitoque mas sim pelo melhor de Itália em Lisboa. Não percas este verdadeiro mapa do tesouro! Começo por dizer que a primeira coisa que me vem à mente é o Instituto Italiano de Cultura, não só porque lá trabalho, mas porque, sendo parte da Embaixada da Itália, respira Itália. Há cursos de Língua e Cultura, livros, DVDs, CDs de música e espetáculos de todos os tipos, onde a cultura italiana está aberta a todos os portugueses amantes de Itália.

Melhor restaurante Tenho dois restaurantes italianos preferidos em Lisboa: se eu quiser comer a verdadeira pizza vou ao Mezzogiorno, uma pizzaria no centro de Lisboa, na Rua Garrett: só lá fazem a verdadeira pizza napolitana que, contrariamente ao que pensa a maior parte dos portugueses, não deve ser demasiado fina. Para uma refeição mais completa, no entanto, prefiro o Casa Nostra. Um dos restaurantes italianos mais antigos em Lisboa, localizado no Bairro Alto. Tem uma rica variedade de pratos italianos, incluindo pratos regionais, muito bons e sempre diferentes. Casanostra no Bairro Alto em Lisboa

Mezzogiorno no Chiado

Mezzogiorno Rua Garrett 19, (Chiado) 1200 Lisboa

Casanostra Travessa do Poço da Cidade 60 (Bairro Alto), 1200 Lisboa


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Melhor geladaria Para gelados não tenho dúvidas e vou a um sítio muito próximo do Parlamento, na Rua Nova da Piedade: a Geladaria Nannarella. O nome é inspirado na grande atriz italiana Anna Magnani. É uma pequena gelataria, de 2 italianos de Roma, que fazem o verdadeiro gelado italiano com ingredientes de qualidade. Fior di Basilico e Gianduia são os sabores que eu recomendo!

Melhor livro Quanto ao livro, eu recomendo um livro de Tabucchi, traduzido para o Português pela editora Quetzal, com o título Chamam Ao Telefone O Senhor Pirandello, no qual o autor imagina um diálogo entre dois génios da literatura mundial: Luigi Pirandello, Prémio Nobel de Literatura, e Fernando Pessoa.

Geladaria Nannarella

Melhor música Para a música recomendo um CD com as mais belas árias de Giuseppe Verdi, visto que este ano se celebra o bicentenário do seu nascimento. Em oposição, na música pop, eu sugiro ouvir Marco Mengoni, um jovem de 24 anos, com uma voz poderosa que irá representar a Itália no próximo festival da Eurovisão. "Pronto para correr" é o título do seu mais recente CD.

Marco Mengoni

Melhor filme

António Tabucchi

Quanto ao filme, eu recomendo dois: um, A Melhor Juventude, de Marco Tullio Giordana, que esteve recentemente em Lisboa para o Festival de Cinema Italiano. Um filme que conta a história de uma família que tem lugar em um tempo história contemporânea. Il Caimano, um filme de Nanni Moretti, muito útil para a compreensão do fenómeno de Berlusconi, o protagonista da política italiana nos últimos 20 anos.

Fime “A Melhor Juventude”

Mamma mia! Tante cose italiane!!


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Question à Trois

Filipe Resende Diogo Lopes

O

Sr. Editor-Chefe d’O Académico, Filipe Resende, vai dar início a uma reunião de redação com todos nós, vamos ouvir o que têm para nos

dizer. De aluno aplicado, a colega interessado passando por trajado ferrenho, todos nós já ouvimos falar ou conhecemos Filipe Resende. Destacando-se desde o primeiro dia, não fosse ele o “caloiro do ano” de 2010, o Sr. Resende têm vindo a ganhar um lugar cada vez mais relevante no seio da nossa Universidade como força interventiva e empreendedora que busca sempre a melhor das relações com

1. Qual foi o professor que mais e menos gostas? E porquê? Bem essa pergunta é um bocadinho complicada, visto que ainda não acabei o curso (risos). Mas de forma geral gostei de quase todos os professores que tive. Talvez seja melhor destacar apenas os que mais gostei. Não vou esquecer de certeza de nomes como Fernando Ilharco, Ana Paula Rias, Gaspare Trapani, Rita Figueiras, Verónica Policarpo, Jorge Fazenda Lourenço. Todos os professores de rádio, o Nélson Ribeiro, José Patrício, Ramos Pinheiro, Carlos Calaveiras e o Luís Loureiro). A nossa exdiretora da FCH, Isabel Capeloa Gil e o atual diretor, José Miguel Sardica. Gosto de todos estes professores porque são competentes e têm um vasto conhecimento das matérias que lecionam. Acho que um bom professor também tem que ter talento, e todos estes professores são talentosos na forma como dão as suas aulas.

a faculdade, seja ela relações com a faculdade, seja ela pela forma dos alunos, seus colegas ou pelo corpo docente e funcionários. Vicepresidente da Comissão de Praxe, membro da Associação de Estudantes e da Juventude Popular e, mais recentemente, Editor-Chefe do vosso O Académico, este jovem não hesita em procurar sempre as informações mais escondidas e insólitas de tudo o que o rodeia, fazendo jus ao seu espírito de jornalista intrépido e inquiridor. Quisemos dá-lo a conhecer, para que não se sintam mal quando ele souber tudo sobre vocês e nada sobre ele. Senhoras e Senhores, fiquem com Filipe Resende:

2. O que te fez criar O Académico? Criei O Académico com o João, Diogo, Raquel, Filipa e o Afonso porque achámos que era necessário criar um jornal que representasse e fosse dos alunos. Uma publicação que não tivesse apenas 2 edições por ano, e estivesse perto dos alunos. Antes d’O Académico havia um jornal da AEFCH, que era tudo menos jornalismo. Tinha uma primeira página coberta de publicidade e alguns conteúdos que nem eram bem jornalísticos. O nosso jornal nasceu como consequência do convite do José Diogo Vinagre para ficar com a pasta do Jornal. Eu sempre pensei em criar um médium dentro da FCH. No ano passado eu, a Filipa Marques Henriques e o Diogo Lopes éramos para ter avançando com a criação de um núcleo de alunos de Comunicação tal como o ISCSP tem. Mas nunca passou do papel para a frente. Quando me convidaram para criar


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Culturismo LITERATURA

este jornal, sabia perfeitamente o que queria e tentei adaptar alguns simples conteúdos dos jornais nacionais para um jornal universitário. Desta forma criei juntamente com os meus colegas O Académico. Desde daí nunca mais parámos!

3. O que achas daqueles que criticam o trabalho d’O Académico? Não tenho absolutamente nada a dizer. Fico contente por haver pessoas preocupadas com o jornal, tal como eu e que exigem bastante dele. Mas sei que muitas dessas pessoas que criticam, infelizmente tentam lançar criticas para destruir o trabalho do nosso jornal, para desmotivar. O que é estranho, é que para mim as críticas ainda dão mais motivação e força para poder trabalhar e crescer mais. Com toda a sinceridade acho que há pessoas pequeninas e que têm inveja do nosso trabalho e para essas pessoas o que tenho a dizer é que tenho pena delas, porque quando acerto com o cotovelo nalgum lado, tenho sempre uma dor terrível.

“O Repórter do Kiribati”, de Henrique Monteiro Susana Gil Soares

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ste terceiro romance de Henrique Monteiro, antigo diretor do Expresso, é uma espécie de rascunho de romance. Um livro que não chega a sê -lo porque, se fosse escrito, ganharia um Pulitzer ou o Nobel. Daí que o narrador, intimidado com a obra colossal que tem em mãos e não sendo capaz de escrevê-lo, publica assim. Em capítulos, as temáticas que o livro aborda. “À pergunta, ultimamente muito comum – o livro que andas a escrever é sobre o quê? – nunca dei uma resposta clara. O tema em causa não é de definição fácil; não é sobre um homem que procura uma mulher, ou sobre uma mulher que vive apaixonada por

um homem”. Num tom bastante divertido, ficamos a saber das aventuras e desventuras de John Slide, luso-americano com mãe em A-dosCunhados e da sua perspetiva de fazer jornalismo, tendo trabalhado no Spriengfield Echoes, no Chicago Mirror e mais no fim da sua vida, no jornal de um remoto país chamado Kiribati. Enquanto jornalista passa por vários cenários de guerra sem nunca abandonar os hotéis onde se hospeda e angariando informações através de empregados de mesa ou outras personagens secundárias. Em A-dos-Cunhados, onde chega em 1974 onde a mãe tem um pequeno café, depois de peripécias falhadas com o Chicago Mirror,

consegue a proeza de escrever sobre o 15 de Abril, sempre em frente ao televisor com as informações transmitidas pela RTP e sem nunca pôr os pés em Lisboa. À capital chega, no entanto, para começar a traficar droga que introduz depois em A-dosCunhados.

“O tema em causa não é de definição fácil; não é sobre um homem que procura uma mulher, ou sobre uma mulher que vive apaixonada por um homem”.

“O Repórter do Kiribati” de Henrique Monteiro, Gradiva, 12 Euros


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Culturismo

Once Upon a Time in America (1984), Sergio Leone Inês Correia

F

icámos habituados à grandeza da dupla Leone /Morricone nos famosos western spaghetti, mas depois de ter terminado a Trilogia dos Dólares e ter recusado realizar “O Padrinho”, Leone queria fazer um filme de gangsters que capturasse o espírito americano. Assim surgiu o que muitos apelidam como a sua obra-prima. Muitos dos filmes de Leone eram uma homenagem à América: os sonhos americanos de um italiano que cresceu nos cinemas. Infelizmente, a América nem sempre retribuía o elogio e quando saiu, Once Upon a Time in America não foi nomeado para um único óscar e foi mal recebido pelos críticos. Leone tinha dedicado dez anos da sua vida a este projeto baseado na obra “The Hoods” escrita pelo anterior mafioso Harry Grey. Depois de muitas voltas com o guião e com seis guionistas creditados, o projeto avançou e entre 1980-82, o realizador ocupou o seu tempo a entrevistar mais de 3000 atores para mais de 110 papéis, procurou localizações e supervisionou toda a produção. O filme conta a história de um grupo de gangsters Judeus em Nova Iorque desde a sua infância, passando pelos seus

anos de glória durante a Lei Seca e até ao seu reencontro 35 anos mais tarde. A personagem principal, Noodles regressa a casa, ao som do Yesterday dos Beatles, onde tem de mais uma vez confrontar os fantasmas e arrependimentos da sua vida passada. Através de flashbacks atravessamos vários pedaços da vida de Noodles e do gang e viajamos por cinco décadas de história americana. Deborah, é uma constante quase etérea. É a única coisa pura na vida de Noodles, a única coisa que realmente ama e que acaba por destruir doentiamente. O filme explora os temas de honra, amizade, ganância, luxúria, lealdade e perda de inocência

através das fantásticas atuações, escrita, direção e banda sonora. A história não é contada cronologicamente, ao contrário, os capítulos são lentamente relevados como peças de um grande puzzle. Cada peça traz alegria, tristeza ou incredibilidade. Mas à medida que cada uma se encaixa, um mistério começa a fazer sentido. A versão final do filme tinha cerca 4 horas. Contudo, contra a vontade de Leone, o filme foi editado pelos estúdios e eliminado 40% do seu tamanho original- a sua estreia foi um fiasco. A visão de Leone estava perdida, e havia falhas no enredo. Anos mais tarde a versão


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do realizador foi lançada, e o filme atingiu o coração dos críticos. Os que lhe tinham chamado o pior filme dos anos 80, agora glorificavam-no. É irónico que esta homenagem à América tenha sofrido um atentado pelos estúdios Americanos. Leone sentia que os filmes clássicos de Hollywood que adorava já não eram feitos. Desde muito cedo que quis que este filme fosse um tributo ao film noir e uma homenagem ao cinema. Sendo um autêntico mestre no que diz respeito a criar uma atmosfera especial, cheia de mistérios, surpresa e drama, é também um dos diretores que percebe verdadeiramente a arte de montar um filme de tal forma que nos prende até ao fim.

O tema favorito de Leone, lealdade/traição está presente, mas no filme também há o estudo da memória, de uma alma perdida a chegar a acordo com o seu passado. O filme não só transcende géneros ao encaixar-se tanto em crime como fantasia ou drama, como também atravessa a ténue linha que separa os sonhos da realidade. Once Upon a Time in America começa e acaba com a mesma cena. O final, tal como as suas personagens, é ambíguo e cabe a nós decifrá-lo. O sorriso de Noodles assombra-nos tal como o seu passado o faz e fica connosco enquanto os créditos continuam, enquanto continuamos a pensar nele.

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(in)direto

equeno espaço de leitura onde são escritos poemas que carecem de interpretações individuais, porque os poemas precisam disso, necessitam que cada leitor os sinta e os aplique para que eles possam viver.

Estás nu, Nu de ti e em frente a mim. Encontras-te decadente, a definhar num fedor a casebre. Soturno e incapaz de unir. Onde param os teus seios rasgados do norte? E os braços fortes das searas? Onde paras, Portugal do passado? Portugal das mentes de oiro, Dos olhares sensuais e dos poetas infelizes Onde estás? Sentimos a tua falta, o país apodrece entretanto… Vem, dá sinal de ti, sacode os teus contemporâneos Fá-los desejar o teu sexo, o teu corpo, o corpo que nos une e somos nós sem o ser. Portugueses, dizemos nós na Europa e da Europa no mundo inteiro. Falsas vontades do orgulho, mentiras vocais nos identificam. Ira do passado, regressa. Vem e arranca esta sepultura de conforto. Vem brava mas branda e faz ver aos demais enamoramento pelos outros do passado.

Estrelas d’O Académico

9/10 Estrelas

Vem, regressa, crava a humana fera, abre a cortina da tua boca e canta aos demais, a sabedoria da preservação da arte, do corpóreo desejo Da inspiração, da musa e do herói que és tu, Portugal esquecido.

Joana Portugal


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Edição Limitada

Local Natives - Hummingbird Afonso Sousa Num dos Alives que este mundo já viu erguer, fomos uma vez surpreendidos por uma banda de quem nunca tínhamos propriamente ouvido falar. O final de tarde pedia-se calmo e tranquilo, tendo sido os Local Natives capazes de abraçar da melhor forma possível esse espírito relaxado e surpresa foi mesmo a sensação dominante ao fim de menos de uma hora de concerto. Abraçar uma pop levezinha, simpática, que não faz mal a ninguém, já foi o destino de milhões. O som dos Local Natives pareceu pegar um pouco demais por aí, mas a banda mostrou personalidade. Wide Eyes, uma das melhores de Gorilla Manor, é talvez o melhor exemplo disso mesmo. Passeandose entre uma folk de psicadelia controlada, trata-se de um tema direto e assertivo, mais eficaz no ataque à emoção, não se deixando tornar numa canção demasiado bonitinha. A história do sucessor Hummingbird começa com o single Breakers, mas sobretudo com a descoberta de que era Aaron Dessner, o produtor do álbum. Homem forte nos National, Dessner entra aqui no baralho e dá cartas da melhor forma que sabe. O papel meio fantasma que carrega na sua banda, sai aqui evidenciado. Tal como em Wide Eyes, Breakers vence pelo sentimento de catarse, pela explosão e por diversos pormenores brilhantes, da bateria à própria estrutura do tema, Hummingbird dificilmente poderia ter ganho melhor cartão-de-visita.

Mais do que uma maior fixação pela Natureza e temas que não chegavam realmente a sair do armário, Hummingbird evolui pela frieza e pela objetividade das suas diferentes partes. You & I é mais uma das provas da sobriedade e delicadeza impressa por Dessner numa banda que está hoje, mais crescida do que nunca. Funcionando liricamente de forma bastante simples, Hummingbird é também um trabalho contemplativo, que merece fazer-nos levar por todos os seus mais preciosos recantos. De canções mais despidas como Mt. Washington, bela pela sua sim-

plicidade, aos temas mais trabalhados e arrojados como Wooly Mammoth, os Local Natives parecem ter pegado numa série de referências como Grizzly Bear, Fleet Foxes e, inevitavelmente, The National, para daí construírem algo com uma personalidade muito própria, mas sobretudo algo incrivelmente belo. Muitas bandas podiam ser como os Local Natives. Agora já não.

Escrito em colaboração com o blogue Arte-Factos


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(Des)focado

"Deito-me ao comprido na erva. E esqueço do quanto me ensinaram. O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio, O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa. O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos. O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava." Alberto Caeiro Fotografia Por: Gonçalo Fonseca (500px.com/goncalofonseca)


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Crónica

Deixo-me cair nas mãos do universo e sinto-me feliz Diogo Lopes Altos e baixos, tempestades e bonanças, a vida corre. Passamos meia vida a correr atrás do que criamos com cores de sonho e esperança dentro de nós, um futuro, um sonho. Passamos meia vida e ela passa por nós também até que, de repente, estamos sozinhos: a visão cega que deixámos que crie raízes no centro dos nossos passos, dos nossos sorrisos, das nossas palavras, prendenos ao desconhecido, ao milagre que esperamos... Há fé de quem deseja dias melhores. Mas os dias não param, as noites não congelam, os ventos não fraquejam... O sol sobe e desce e toda a vez que o faz puxa-nos mais e mais para o reino da memória. E nós lutamos por aquele pedaço de terra firme no meio das correntes da vida. Partimos ossos, esprememos lágrimas e gotas de sangue porque acreditamos que no fim triunfaremos. Seremos os atores principais do filme que se constrói a cada respiração nossa. Passamos a nossa carne por martelos, facas e balas porque acreditamos. Um certo dia, íamos nós a passear. Um com o outro,

juntos, de mãos dadas, de braços dados, de pernas dadas, de vida dada. Unidos por o amor que tanto esperámos. Negros pelo percurso que a nossa ambição nos obrigou a percorrer: valeu a pena. Tanta coisa deixámos cair, mas valeu a pena. Estamos os dois aqui, juntos, com sorrisos e olhos semicerrados na cara. Uma

estrada, um camião. Colhido pelo destino morro, atropelado pelo passado futuro e presente que pintaram as cores com que me levantava todos os dias. Tudo aquilo... Para perder-se num segundo buzinado, quente e metálico. E assim, tudo o que fiz, senti e suportei durante todo aquele tempo esfumou-se.


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Porque nos cegamos pelo futuro e não olhamos o presente? Porque andamos sempre de olho na hora que vem e esquecemos os minutos que passam em ponteiros de relógio observados com olhos ansiosos? Somos humanos, sim. Vivemos numa irracionalidade de corações e cérebros inexplicáveis e devemos sempre perseguir o que nos faz feliz, o que faz o nosso bater de coração soar a música de felicidade: mas o mundo é um colosso. As linhas infinitas de amor que tecem o universo não pagam bilhete para nos ver a chocar, vendados, contra paredes que nem ao toque nos são sensíveis por tanta ambição nos inundar o interior. Elas falam, mexem-se, cantam, choram. Agem e nós agimos em conformidade. O destino é real invisível. É vento, é gravidade. E, nublado por nublado por todos os seus mistérios e incertezas, move-se entre nós e o resto… Temos de ouvir os seus passos. Quando a meta vaza-nos os olhos, não vemos a realidade que nos rodeia. Não ouvimos os passos. Deixamos o destino escapulir-se por entre o nosso caminhar obsessivo. E portas fecham-se. Janelas também. Sofremos, talvez até, ao escolher aquele caminho quando podíamos ter visto clareiras no meio do mato cerrado. E perdemo-nos na nossa obsessão. Podemos até chegar a esse destino, mas a vida é mais pela viagem que pela meta. Se o sol nasce todos os dias porque não o podemos saudar como se nunca o fizesse? Vamos tentar? Manter as nossas amarras presas num futuro que desejamos mas laças o suficiente para que

não nos sufoquem as oportunidades. Ter rumo, não destino. O caminho surgirá... Pode-nos levar a um local diferente que até nos pode encher as medidas, mas vivemos cada passo que

damos até o alcançar rendidos ao Deus real. Ao Amor, ao Destino, ao Universo. Eu entreguei me a ele mesmo há bocado...Fazem me companhia?

“O caminho surgirá... Pode

-nos levar a um local diferente que até nos pode encher as medidas, mas vivemos cada passo que damos até o alcançar rendidos ao Deus real.”


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Parte para rasgar

CSC: Chipre, Sócrates, Católica João Tavares Às Aranhas Contra a Crise Este mês, ficámos a saber que tudo o que é sítios onde há gente grega a morar, dá buraco! Por isso já sabem, evitem os mesmos locais que pessoal vindo da Grécia, que ao contrário das aranhas, a presença deles não traz dinheiro... fá-lo desaparecer. É o caso do Chipre, onde o governo (em sacro acordo com a santa troika) decidiu implantar uma simpática taxa sobre quantias superiores a 100 mil euros depositadas nos bancos. Taxa essa, que poderia chegar a uns nada abusivos 40%, se tivesse ido para a frente, pois os protestos fizeram-se sentir de tal maneira, que o parlamento cipriota se viu obrigado a recuar na sua aplicação, o que deitou o fetiche tributário da troika por água abaixo. Mas não totalmente. No passado dia 26, os líderes políticos do Chipre, viram-se obrigados a voltar atrás no acordo e assim, os pequenos depositantes cipriotas não estarão livres de contribuir para o bem-estar económico da sua pátria amada, pois as taxas mantêm-se, ainda que mais baixas. Não se safa o Chipre, e já se fala em implantar este fabuloso e eficaz método de recuperação financeira noutros países em crise, como

Cidadãos do Chipre fizeram uma autêntica corrida às caixas multibanco. Foi a primeira maratona a não ser ganha por um atleta do Quénia.

por exemplo em Espanha... e quiçá em Portugal. A verdade é que, como os gregos, para as fatiotas ambulantes que dominam mercados e agências de rating, nós não somos mais do que porcos (PIGS) e lixo. Assim que, para sermos amuletos de riqueza como as aranhas, o melhor talvez seja contar com mezinhas polvilhadas em rezas aos santinhos. José Cristo Sócratstar Sua excelência o nosso antigo primeiro-ministro voltou, como Jesus renascido para salvar o país. O problema é que

nem ele é Jesus, nem o país tem à vista um milagre que lhe traga a salvação. E que dizer do aparato mediático que ele fez girar em seu torno a esse propósito? Não é só a lata com que ele aparece depois de ter deixado o país à beira do precipício, a dizer-se o virtuoso porque quis evitar a derrocada, mas os outros, que são maus, é que o empurraram. Não é só a aura de salvador da pátria frouxa e falsa, que mais ninguém consegue vislumbrar a não ser para ele próprio. Não é só o facto de todos sabermos que está mais que


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intrincado nesta “máquina” que tritura a nossa vida e deixarmos que os Media lhe dêem o seu tempo de antena... É o facto de TANTOS de nós terem parado para ouvir esta amostra de engenheiro a falar! Demonstra mais uma vez, o nosso desespero: se já nem a mezinha com folha de couve e azeite resulta, viramo-nos para o Sócrates à espera de ouvir... algo de novo?

Entrevista a José Sócrates no âmbito do convite da RTP

É só Fumaça... Pelo nosso cantinho do mundo, e pouco depois de fechar a edição anterior d’O Académico, foi o nosso querido bar que decidiu também fechar. A situação foi temporária e deveu-se à perseverança da comunidade fumadora da nossa faculdade. A estranha maneira de compensar a tenacidade deste setor, foi encorajar toda a gente a seguir também o seu hobbie, mas lá fora, encerrando portas. Uma solução muito sensata, pois o vento e chuva (inimigos eternos do cabelo e roupa das nossas estudantes) não foram suficientes para apagar as chamas de cigarros e não só, e o calor humano fez-se sentir ao ponto de ficaram todos amigos e juntarem-se à porta da reitoria, unidos por uma mesma causa, independentemente de terem roupa da Mambo, da Doce Cábanna, ou (porque não?) do McDonalds! Também podia acabar esta parte a referir mezinhas, mas as que se praticam no bar não são feitas com folhas de couve, por isso...

Eu - Olá José. Sente-se feliz com esta nova etapa? José Sócrates – Não.

Dário Alexandre

Eu – Como pode afirmar isso? José Sócrates – Então, porque sou mentiroso e estou a mentir desde o início desta entrevista.

Eu – Mas está confiante no seu poder de comentador? José Sócrates – Não. Eu – Acha que Portugal o quer ver na televisão? José Sócrates – Sim, tenho a certeza de que ainda gostam de mim.

GAG DO MÊS Por João Pedro Rodrigues | FCH GAG

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Parte para rasgar

Nota da Palma de Cima

E

José Paiva

ncontro-me neste momento, com bastante serenidade, à procura dos ovos da Páscoa que comprei para mim para os comer no Domingo, mas cheira-me que o Papa Francisco já os tirou para distribuir pelos fiéis ou então foi o José Sócrates, que voltou agora de França cheio de saudadinhas nossas e do “chicolate” português. Mas nestes últimos meses, a serenidade não tem sido propriamente palavra de ordem na Católica, e se a falta de ação já se estava a tornar habitual , observei que a rebeldia e promiscuidade, ou em bom português, o “ saltar a franga” contagiou muito boa gente. Primeiro foram os magnatas da “Eurest“ que fecharam os portões do bar, depois um indivíduo árabe, ao que consta, assaltou um dos veículos no interior do campus da Universidade, dando assim, mais dinheirinho à “Carglass”, e finalmente, uma tentativa muito bem conseguida por ladrões vários que tentaram abrir os portões do bar, por baixo, mas que fugiram com o rabo entre as pernas mal o alarme disparou (olha uma coisa que funcione por estes lados). Gritos, reuniões, desespero, ratos, vidros pelo ar, areia das obras a entrar pelas nossas gargantas, todo um maralhal de situações e situações que, na minha sincera opinião, mudaram um pouco a índole desta Faculdade, ainda que seja só durante uns dias. Houve ainda tempo para ver como cada um reage a estas histó-

rias, por exemplo, o segurança do nosso bar que resolveu emancipar-se depois de tantos sapos engolir, e inchar que nem um tomate soltando impropérios a tudo o que parecia ser um “ser humano a efetuar leves gestos de quem irá, possivelmente fumar”. O Diretor da nossa Faculdade, que fez o que se exige a um diretor nestas ocasiões, isto é, nada. O pessoal que fuma, que desenvolveu técnicas bastante subtis de esconder o vício (e aqui incluo-me) que se resumem a sair para fora das portas do bar. Fico aqui com uma dúvida e uma hipótese também, eu penso, que estas duas tentativas de

assalto foram feitas para desviar a atenção dos alunos da Católica para o que se está realmente aqui a passar: os donos “Eurest “ querem comprar a nossa faculdade e transformá-la numa fábrica de alimentos. Primeiro, enfeitiçamnos com a sua comida, segundo amedrontam-nos com estes assaltos e depois tentam assemelhar-se a nós, utilizando a nossa língua (vejam os avisos que deixaram). Preparem-se meus amigos, mais dia menos dia estamos todos com fatos brancos a embalar comidinha para as outras universidades. Não sou nenhum Messias, mas já estou à procura de outro sítio para estudar, façam o mesmo!

A parte para rasgar é a parte satírica e irónica do Jornal O Académico. Todos os conteúdos desta seção devem ser encarados como artigos de humor e não como jornalismo real. Alguns conteúdos são ficcionais.


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Random “A informação só tem valor no momento em que é nova”

Walter Benjamin

Professor José Miguel Sardica em Pop Art. Na próxima edição não percas a grande entrevista com o Diretor da FCH!

Espaço “Agora a sério” “Porque é que o futuro não vale a pena? Porque o Pretérito já é Perfeito”

Playlist do mês (80’s) 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

The Cure - Pictures Of You Depeche Mode - Enjoy the silence Guns N´Roses - November Rain Eurythmics - Sweet Dreams Are Made Of These INXS - Never Tear us Apart David Bowie - Heroes Alan Parsons Project- Eye in the Sky Billy Idol - Eyes Without A Face Genesis - Carpet Crawers Alice Cooper—Poison

Envia a tua playlist favorita para o.academico.geral@gmail.com e poderás vê-la eventualmente no teu jornal!


Estamos de volta no pr贸ximo dia 7 de maio. Est谩 atento ao teu email e ao nosso Facebook!


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