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Material Digital de Apoio à Prática do Professor ESCRITO POR FERNANDA EMEDIATO
Material Digital de Apoio à Prática do Professor ESCRITO POR FERNANDA EMEDIATO LIVRO DO PROFESSOR
Livro do Professor SEM
SEM com Alan Maia
O morcego sem asas © 2023
Escrito por Fernanda Emediato
1ª edição – 2023
Material Digital de Apoio à Prática do Professor, baseado na obra O morcego sem asas, escrito por Fernanda Emediato. A autora declara anuência para a elaboração deste guia com base em sua obra e desde já autorizam o uso de seu conteúdo textual e visual no todo ou em parte para a sua composição.
Assistente Editorial
Ana Paula Lou
Elaboração do Material Digital de Apoio à Prática do Professor
Fernanda Emediato
Projeto Gráfico e Diagramação
Alan Maia
Revisão
Josias A. de Andrade Marcia Benjamim de Oliveira
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Material Digital de Apoio à Prática do Professor 3 SEM SUMÁRIO CARTA AO PROFESSOR ......................................................... 4 A OBRA ..................................................................................... 8 Quem escreveu 8 Designer ....................................................................................................... 9 Uso 9 Categoria 9 Temas 9 Gênero ........................................................................................................ 10 MERGULHO NA HISTÓRIA .................................................... 11 PROPOSTA DE ATIVIDADES ................................................ 14 Pré-leitura 14 Leitura 17 Pós-leitura 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMENTADAS ............ 27
CARTA AO PROFESSOR
Prezado(a) professor(a),
Que alegria poder apresentar O morcego sem asas para você! Este é um livro que evidencia a importância da persistência e da empatia para com o próximo. Subliminarmente ele trabalha a normalidade de viver com deficiência, já que o personagem principal é um morcego que nasceu sem as asas, mas sua deficiência não é o foco da história e sim sua vontade de poder voar e o que ele faz para conseguir realizar seus sonhos, jamais desistindo.
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Não temos, com este material, a intenção de dirigir sua leitura, tampouco de engessar sua interpretação da obra. Nosso intuito é apoiá-lo(a) no seu imprescindível trabalho de formação de leitores críticos e atuantes, a fim de que eles, em um futuro bem próximo, possam contribuir para tornar este mundo mais justo e feliz.
Para tanto, gostaríamos de inserir em nossa conversa a frase de Jules Ferry, ministro da Instrução Pública na França nos anos de 1880: “Aquele que é senhor do livro é senhor da educação”. Refletindo sobre a importância dessa frase para a construção de leitores conscientes e críticos, enxergamos com mais clareza o papel fundamental do professor na sociedade, bem como sua responsabilidade nessa formação.
Infelizmente, para grande parte das crianças do nosso país, o único lugar onde elas podem ter contato com os livros é a escola, situação que ocorre por vários motivos, como a baixa ou nenhuma escolarização dos pais, a extrema desigualdade social, o esvaziamento cultural e mesmo a falta de
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interesse das famílias pelos livros. Daí a importância e a responsabilidade do trabalho do professor com os livros, com a literatura e na elaboração de propostas capazes de atrair seus alunos para a leitura.
O psicanalista Bruno Bettelheim, no livro A psicanálise da alfabetização, afirma que a capacidade de ler é de importância tão singular para a vida de uma criança, que sua experiência na aprendizagem e na prática da leitura sela o seu destino para toda a vida, pois aquilo que ela experimenta na escola determinará o modo como irá lidar com a aprendizagem em geral. A capacidade de ler com desenvoltura, além de provocar na criança uma grande satisfação, habilita-a a enfrentar os mais diversos desafios que lhe serão propostos ao longo da sua vida escolar.
Como sabemos, a aprendizagem da leitura não se esgota na alfabetização, e também não deve ser encarada apenas de maneira utilitária. Ler um texto literário é diferente de ler uma carta, um jornal, uma poesia, uma receita ou um manual. São diversos os níveis de leitura que precisamos alcançar, assim como são diversos os gêneros dos discursos.
Por tudo isso é que a prática da leitura deve despertar na criança a fé de que um mundo de experiências maravilhosas se abrirá à sua frente se ela for capaz de ler. No que diz respeito à leitura literária, o ensino da literatura deve ser visto como a iniciação de um novato num mundo de experiências, fonte de um conhecimento ilimitado, na aquisição de uma arte arcana que revelará segredos. A leitura abre as portas para a sabedoria e dá ao leitor a permissão para compartir as sublimes conquistas da poesia
Outro ponto que merece nossa reflexão é que a leitura de textos literários não deve ser encarada apenas como entretenimento, mas principalmente como fonte inesgotável de aprendizado, restauração da nossa psiquê, compreensão dos conflitos e adversidades que aparecem tanto nos textos como na vida real, e, sobretudo, como uma comovente experiência estética.
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Mesmo que você ache um tanto exagerado e idealista, podemos dizer que o professor pode se tornar um especialista da aventura interior, sua e de seus alunos, pois é capaz de guiá-los na viagem em busca do conhecimento. Quando realiza suas tarefas de forma competente e apaixonada, sempre será lembrado pelos alunos, e se lembrará deles. Será uma referência, um exemplo a ser seguido. Basta nos lembrarmos dos professores que nos marcaram, aos quais queríamos ser iguais. Nesse sentido, o ensino da literatura e o trabalho com o texto favorecem essa identificação, uma vez que o texto pode suscitar reflexões que nos provocam, que dialogam com nossa alma, com nossos desejos, com nossas descobertas e até com nossas dores. E o professor é o guia dessa viagem.
A literatura é fundamental para que exercitemos a capacidade de nos colocar no lugar do outro e de enxergar a pluralidade do mundo para além do senso comum. Ao transportar o leitor para o universo do texto, onde pode escapar da realidade, ele tem a oportunidade de renovar sua percepção de mundo e, desse modo, contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. O livro de Fernanda Emediato poderá contribuir de forma bastante significativa nessa direção, sobretudo porque aponta caminhos para o debate e a resolução de conflitos raciais. Além disso, ele certamente oferecerá a você e aos seus alunos uma agradável experiência estética de leitura, entrelaçando texto e imagem em composições capazes de proporcionar efeitos sensoriais importantes para a faixa etária a que se destina.
Os livros infantis de qualidade, além do prazer que sua leitura e/ou escuta são capazes de proporcionar, contribuem para o amadurecimento da criança, bem como para a formação do sentimento de empatia, tão fundamental para o convívio em sociedade. A literatura infantil configura-se em meio para transformar a experiência humana. Por meio dela, a criança pode imaginar aquilo que nunca viu e pode representar, pela experiência dos personagens, aquilo que só existe no plano da fantasia, indo além de suas limitações, assimilando a experiência histórica e social de outros. Sem contar que a imaginação é condição absolutamente necessária para, praticamente, toda atividade intelectual.
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E como a imaginação não brota do nada, ela precisa de alimento, experiência, trocas e vivências para se manifestar em sua plenitude. Logo, devido às restrições inerentes à pouca idade, essa troca de experiências e vivências, bem como a oportunidade de sentir o que o outro sente, a criança as retirará do seu contato com a literatura infantil, na qual pode buscar o alimento necessário para desenvolver sua imaginação e, consequentemente, sua cognição.
No livro O prazer do texto, Roland Barthes, pensador francês de grande importância para os estudos literários no mundo ocidental, afirma que um texto literário precisa seduzir o leitor, “precisa dar provas de que o deseja”. Premissa fundamental para pensarmos a formação de leitores, embora Barthes não estivesse se referindo às obras destinadas ao público infantil, mas sim a todo tipo de texto literário. Essa afirmação, porém, pode servir de norte para a nossa prática diária de formação de leitores, principalmente o leitor criança. O pensador também destacou a força da literatura como instrumento privilegiado de conhecimento do mundo. Para ele, a obra literária reúne saberes plurais, pertinentes a todas as ciências.
Essas premissas de Barthes dialogam com a forma de pensar de Aristóteles, filósofo grego para quem “todos os homens tendem por natureza ao conhecimento”. Em todo homem, portanto, habitaria o desejo de conhecer. A essa afirmação, cabe acrescentar que os livros devem despertar esse desejo.
Fundamentados por essas premissas é que nos propomos a elaborar este material, que julgamos capaz de contribuir com seu trabalho de formação de cidadãos leitores, além de propiciar a você e aos seus alunos a oportunidade de realizar um mergulho na história desse livro, munidos com os equipamentos necessários para uma travessia prazerosa e segura.
Esperamos que você goste do livro e deste material de apoio. Boa leitura! Fernanda Emediato
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PROPOSTA DE ATIVIDADES
Conforme prevê a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é importante que se aprofunde a reflexão crítica sobre os conhecimentos adquiridos pela criança nas etapas anteriores da educação, propiciando um ambiente de leitura que contribua para o desenvolvimento da capacidade de abstração, dos modos de compreender, interpretar o mundo e se expressar.
A ampliação do repertório cultural da criança é uma das habilidades a serem desenvolvidas no Ensino Fundamental 1, conforme indica a BNCC. Nesse sentido, as atividades de pré-leitura devem contribuir para essa ampliação. Por isso, se faz necessário que, antes da leitura de um livro, o leitor seja estimulado por atividades que possam prepará-lo para uma melhor fruição do texto literário, bem como para estabelecer relações entre esse texto e outras linguagens, para que, desse modo, comece a se familiarizar com o universo ficcional do autor, tanto do ponto de vista linguístico quanto poético, e também com o contexto histórico e social da obra.
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Além disso, como destaca a antropóloga francesa Michèle Petit, “a leitura é um meio para se ter acesso ao saber, aos conhecimentos formais e, sendo assim, poder modificar as linhas do nosso destino escolar e social”. A verdadeira democratização da leitura é proporcionar o acesso, tanto aos livros como às mais diversas experiências da leitura em seus diferentes registros.
Antes da leitura é importante observar os seguintes pontos:
• Conhecer o livro literário escolhido;
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• Estabelecer, de forma prévia, a intenção da leitura;
• Observar a adequação do texto em relação aos alunos;
• Organizar rotinas próprias da leitura literária (ambiente, tempo, materiais, atividade que será proposta);
• Planejar a leitura a ser feita para as crianças, incluindo controle de propriocepção e entonação vocal;
• Elaborar planos de trabalho que antecedem a leitura do livro, de forma que auxiliem no desenvolvimento da proposta.
O trabalho de leitura com qualquer texto deve partir sempre do fato de que a leitura é um processo dialógico, em que ocorre interação entre texto e leitor. Logo, para que essa interação se dê de forma proveitosa é importante pensar em maneiras de facilitar todo o processo. Isso deve se dar por meio das estratégias de leitura, sendo a pré-leitura uma delas.
Vamos às atividades
As atividades de pré-leitura pretendem estabelecer expectativas em relação ao texto que será lido (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), com base nos conhecimentos prévios dos alunos, sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens e dados da própria obra.
1. Antes da leitura do livro O morcego sem asas, de Fernanda Emediato, problematize a capa a partir das imagens e do título; a princípio coberto com uma tira de papel, para que, num primeiro momento, os alunos não o vejam. Então, você, professor(a), pode apresentar a capa aos alunos e perguntar: “Observando a ilustração da capa, que pistas ela nos dá? Quem vocês acham que são os personagens da história? Crianças ou animais?”.
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2. Em seguida, comente com os alunos que o título foi coberto para que eles primeiro inventassem outro e, depois, descobrissem o título real, dado pela autora. Para a problematização do título, uma sugestão é dizer: “Que título será que tem essa história? Por que você acha isso?”.
Após abrir a janela do título, pergunte a eles:
3. Esse título combina com a imagem da capa?
4. O que será que ele revela da história?
5. Quem vocês acham que aparece na capa?
6. O que significa não ter asas?
7. Será que o morcego nasceu sem asas, ou ele as perdeu em algum acidente?
8. Como é um morcego com asas e um sem asas?
9. Morcegos sem asas conseguem voar?
Esse momento é importante para instigar a curiosidade e o interesse das crianças para a história, e também para propor o levantamento de algumas hipóteses a fim de, depois, poder confrontá-las ou confirmá-las durante a leitura.
10. Pergunte aos alunos o que é uma sinopse. Estimule-os a se aproximarem da definição. Caso não tenham ideia do que se trata, você pode questioná-los sobre onde poderiam buscar essa
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informação. Espera-se que os alunos mencionem o dicionário, sites de busca ou perguntem para alguém da escola.
Após essa pesquisa, organize com os alunos a ideia de que a sinopse é um gênero de texto semelhante a uma síntese, que traz a versão mais curta da história, sem revelar o seu final. Converse com eles para que compreendam o objetivo de um texto como esse: chame a atenção do leitor para os aspectos principais da história e instigue-os a lê-la por completo. Comente também que a sinopse é, geralmente, escrita pelo próprio autor do livro e que não costuma emitir opinião (como ocorre, normalmente, nas resenhas). Além de sinopses de livros, há sinopses de filmes, que cumprem a mesma função.
Leitura da sinopse do livro O morcego sem asas, de Fernanda Emediato ANTES DE LER O LIVRO...
ROTEIRO PARA LEITURA E DISCUSSÃO DA SINOPSE:
Leia a sinopse do livro, procurando observar:
A) Que informações ela revela sobre o livro (personagens, trecho da história, conflito etc.)?
B) Que aspectos da sinopse chamaram sua atenção para conhecer o livro?
C) Há alguma palavra da sinopse deste livro que você não conhece? Qual?
LEITURA
Professor(a), aqui você encontrará propostas de atividades que podem contribuir para sua prática diária em sala de aula, ampliando, dessa forma, a relação dos estudantes com a leitura literária e com os conhecimentos linguísticos. Propõem-se também atividades que podem ser orientadas para serem realizadas no ambiente doméstico, promovendo a integração entre escola, família e práticas literárias (literacia familiar).
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LITERACIA FAMILIAR
Mantenha os familiares informados das atividades que estarão em desenvolvimento; e sempre que possível, envolva-os nos momentos propostos. De posse do seu livro, cada criança, junto com seus familiares, pode buscar os locais que aparecem nos textos e assim visualizar onde os personagens poderiam estar.
Para tanto, é importante destacar algumas competências formuladas pela BNCC no que se refere ao ensino da Língua Portuguesa (que incluem as práticas literárias), como o desenvolvimento do senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, uma vez que o trabalho com a leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ ouvinte/ espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e sua interpretação.
Assim, elencamos algumas propostas de atividades que podem ser realizadas com esse livro, ampliando, dessa forma, ainda mais a relação dos estudantes com a leitura literária e com os conhecimentos linguísticos.
Veja abaixo sugestões para o momento da leitura:
• Apresentar o livro, preparando as crianças para a leitura do texto;
• Elaborar recursos visuais além do livro escolhido;
• Realizar uma leitura dialogada com uso de uma entonação alta e clara;
• Explorar a sonoridade e repetições estruturais, dentro do esquema rítmico do texto;
• Formular perguntas que possibilitem que as crianças falem sobre o que ouvem e o que veem, bem como esclarecer perguntas e dúvidas sobre o texto e o vocabulário;
• Dominar o ambiente para saber como e quando retornar para o livro e sua história;
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• Estimular as manifestações críticas das crianças e a construção de hipóteses.
Durante a leitura, ressalte as ilustrações contidas no livro (do próprio livro ou trazendo-as em imagens maiores); as crianças desta faixa etária são muito visuais. As imagens enriquecem a leitura compartilhada e permitem ser utilizadas para estimular a imaginação das crianças, acrescentando à narrativa personagens e detalhes que não estão presentes no texto verbal.
Em consequência, conferem ao livro, além de valor estético, pretexto para a interação entre os leitores pequenos e a narrativa verbal, assegurando espaço para o sonho, tão importante em uma leitura criadora.
A linguagem simples, rimada, coloquial e muito próxima do cotidiano da criança pequena facilita a leitura e a compreensão do texto, possibilitando desconstruir questões como medo, preconceito e solidão, facilitando também os momentos de leitura dialogada, bem como quando aparecem no texto expressões engraçadas que podem render bons momentos de interação, com questionamentos do tipo: quem já escutou essa expressão em casa?
Lembre sempre que mesmo sendo uma leitura dialogada, esta precisa manter sua fruição para que não se perca o interesse da criança pela história e até mesmo o sentido do momento de leitura iniciado.
VAMOS ÀS ATIVIDADES
Por se tratar de crianças menores, a forma de explorar o livro escolhido deve ser mais detalhada e organizada; sendo assim, convide as crianças a sentarem em círculo. A biblioteca da escola pode ser um ambiente adequado para esse momento, ou mesmo algum ambiente aberto de que a escola disponha.
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1. Antes de sugerir que seus alunos leiam o livro, fale das suas impressões sobre ele: o que achou da história ao ler a quarta capa, se gostou das ilustrações, e ainda o que achou do personagem.
Faça uma leitura em voz alta para aguçar a curiosidade dos alunos e, depois que todos o tiverem lido, estimule debates sobre o texto.
2. O livro tem uma brincadeira com repetições. Cada vez que o morcego tenta voar usando alguma coisa, ele repete na próxima página acrescentando a última coisa na lista. Tente fazer que as próprias crianças completem oralmente as frases de repetição.
“O morcego ficou triste, pois queria voar.
Ele não tinha asas, não tinha balão, não tinha aviãozinho
Ele encontrou um ventilador de teto.
Ele subiu no ventilador.
O ventilador de teto girou e ele voou. Mas a luz acabou, o ventilador parou e o morcego caiu. O morcego ficou triste, pois queria voar.
Ele não tinha asas, não tinha balão, não tinha aviãozinho, não tinha ventilador Ele encontrou um pássaro.”
3. Promova um debate sobre o texto, que deverá ser verbalizado e registrado nos respectivos cadernos dos alunos.
4. Peça que recontem a história do livro com suas próprias palavras.
5. Em uma roda de conversa, peça que citem os temas de que o livro trata, relacionando-os e propondo buscar trechos em que tais temas ficam evidentes.
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6. Do mesmo modo, construam coletivamente uma lista dos modos como o morcego conseguiu voar. O que ele usou?
7. Pergunte se eles conhecem algum animal ou pessoa que não possui alguma parte do corpo.
8. Caso haja na sala algum aluno com deficiência, que saiba de sua condição e não tenha problema com isso, peça que ele se pronuncie sobre como é viver com a deficiência. O que ele faz para superar a deficiência? O que é diferente para ele?
9. Dê início a um debate sobre inclusão e preconceito em relação às pessoas com deficiência e a importância de inserir estas pessoas e crianças nas brincadeiras e convívio.
PÓS-LEITURA
Apresentamos aqui algumas propostas que podem contribuir com o trabalho do(a) professor(a) para potencializar os conteúdos e experiências oferecidos pela leitura do livro O morcego sem asas. Além do trabalho do livro em sala de aula, é importante destacar a importância da literacia familiar, que por definição é “o conjunto de práticas e experiências relacionadas com a linguagem, a leitura e a escrita, as quais a criança vivencia com seus pais ou cuidadores”. Esse é o momento em que a escola deve integrar o convívio familiar à prática literária, com a colaboração ativa de pais e responsáveis. A prática da literacia familiar independe de recursos, condições sociais ou mesmo bagagem cultural, e por isso deve ser incentivada em todos os cenários. Ouvir e contar histórias fazem parte da vida familiar. É comum retornarmos às leituras que nos marcaram na infância e deixaram um sentimento de prazer que nos levou a outras leituras.
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Agora é hora de explorar as diferentes possibilidades de compreensão, interpretação, interação verbal e escrita da produção textual dos estudantes. E para isso é muito importante que cada criança esteja de posse do seu livro. Desse modo, você pode:
• Promover um ambiente em que o livro esteja acessível à turma;
• Substituir palavras e expressões do livro por outras de igual significado;
• Propiciar momentos de expressão em diferentes linguagens (desenho, colagem, pintura, música, pesquisa, exposição oral etc.);
• Investigar o quão apreciaram a leitura e por quê;
• Propor que façam desenhos das cenas e/ou personagens retratados no livro para compor um painel na sala de aula ou até mesmo no corredor, de modo a sensibilizar a comunidade escolar para as práticas leitoras;
• Após a leitura, estimular a escrita de frases sobre o que foi lido, ressaltando os diferentes tipos de pontuação existentes.
Como o MEC destaca em https://alfabetizacao.mec.gov.br/contapramim, “por meio de simples interações com as crianças em forma de conversa, muitas vezes de maneira lúdica, os pais podem construir relacionamentos positivos com seus filhos, ajudá-los a desenvolver o vocabulário e as habilidades necessárias para a leitura e o aprendizado posteriores na escola”. Na literacia familiar, é importante conversar com a criança sobre sua impressão a respeito da história do livro, efetivando a interação verbal. Os pais, ou responsáveis, podem reler trechos do livro, com intervenções e comentários próprios, exercitando a leitura dialogada. A criança pode narrar para seus pais, ou responsáveis, usando as próprias palavras e sua percepção do tema, obtida na escola, como também elaborar uma lista de palavras e expressões presentes no texto e compartilhar seus significados no âmbito familiar, ampliando seu vocabulário expressivo e receptivo. Cabe ao(a) professor(a) orientar os alunos e seus familiares sobre possíveis atividades no ambiente doméstico.
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VAMOS ÀS ATIVIDADES
1. Terminada a leitura, incentive as crianças a expressarem o que sentiram: se gostaram ou não da história, trechos de que mais gostaram, a que outra história esta lhes remete (caso tenham alguma lembrança de histórias semelhantes) ou outro comentário que desejem fazer. Esse momento é importante para os alunos se posicionarem oralmente e explicitarem seus pensamentos e gostos literários, além de verbalizarem sentimentos e mostrarem identificação com o estilo literário da autora ou empatia em relação aos personagens.
2. Você pode utilizar um roteiro para nortear a roda de conversa, que também ajudará as crianças a interpretarem melhor a narrativa. Você não precisa ler as perguntas no momento da roda de conversa, mas pode planejar a conversa com elas a partir desse roteiro, incluindo outros pontos que deseje acrescentar à discussão.
Roteiro para a roda de conversa SOBRE AS PALAVRAS DESCONHECIDAS...
• Há alguma palavra cujo significado você não conhece?
• Alguém sabe o que essa palavra significa ou pode ajudar a construir seu significado?
• Você aprendeu alguma palavra nova a partir da leitura? Considerando o contexto em que aparece, o que você acha que ela significa?
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Vamos fazer uma pesquisa sobre deficiências físicas? Abaixo, uma seleção de vídeos interessantes:
Vídeo sobre como construir cadeira de rodas para cachorros: https://www.youtube.com/watch?v=C2JqmXYxjcg
Matéria sobre como atletas amputados correm ainda mais rápido do que muitos atletas com pernas: https://www.youtube.com/watch?v=10Dxrr5z9lg
Animação de pássaro que voa sem asas: https://www.youtube.com/watch?v=CI8fWzaiqQs
História da mulher sem braços: https://www.youtube.com/watch?v=iLnbNvUfZSw
3. Pintando as asas do morcego: você pode fazer um grande morcego em um pedaço de cartolina para que as crianças pintem em conjunto. Ou, se puder, baixe e imprima para cada uma das crianças a imagem abaixo pelo link: https://drive.google.com/ file/d/17qalF0lH_CFfOxkb3w4z_Hr1vaBo58U7/view?usp=sharing
Envie o desenho para os pais.
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VAMOS COLORIR? VAMOS
4. Ajudando o morcego a ter asas: Abaixo, duas opções de reconstrução de asas. Se puder, baixe, escolha a imagem preferida e imprima para cada uma das crianças pelo link: https://drive.google.com/file/d/17qalF0lH_CFfOxkb3w4z_ Hr1vaBo58U7/view?usp=sharing
Opção 1
Opção 2
Ajude-as a cortarem o morcego e as asas e veja qual combinação elas querem fazer. Se não puder imprimir, peça que parte das crianças desenhem asas e parte das crianças desenhem o morcego sem asas.
5. Teatro de fantoches. Construa fantoches em sala de aula e organize uma dramatização com os colegas. Releia o texto e veja quais são as “falas” desse personagem para dramatizá-las em voz alta. Dica de como fazer um morcego: https://www.youtube.com/watch?v=Hkc1uB7EUkM
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RECORTE AS FIGURAS ABAIXO E RECORTE AS FIGURAS ABAIXO E COLOQUE AS ASAS NO MORCEGO COLOQUE AS ASAS NO MORCEGO RECORTE AS FIGURAS ABAIXO E RECORTE AS FIGURAS ABAIXO E COLOQUE AS ASAS NO MORCEGO COLOQUE AS ASAS NO MORCEGO
6. Na história, o morcego tentou voar usando avião, balão, ventilador, pássaro, floco de neve e o vento. Peça a cada criança que desenhe outra forma que o morcego poderia voar e ao final compartilhe com todos o resultado.
7. Vamos ajudar o morcego sem asas a voar?
Baixe e imprima a atividade abaixo e entregue aos alunos. Link: https://drive.google.com/file/d/17qalF0lH_CFfOxkb3w4z_ Hr1vaBo58U7/view?usp=sharing
Atividade para fazer em casa
1. Sugira aos alunos que peçam a seus familiares para lerem O Morcego sem asas e comentem com eles o que foi discutido na escola.
2. Peça aos alunos que realizem uma pequena entrevista em casa: os familiares conhecem alguém que não tem algum membro do corpo? Quem é essa pessoa? Com que essa pessoa trabalha?
3. Estimule os alunos a apresentarem a entrevista para a turma.
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VAMOS AJUDAR O MORCEGO SEM ASAS A VOAR? VAMOS AJUDAR O MORCEGO SEM ASAS A VOAR? CIRCULE OS ELEMENTOS QUE VOAM CIRCULE OS ELEMENTOS QUE VOAM Drone Boneca Balão Carro Cavalo Skate Helicóptero Avião Bola Patinete
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMENTADAS
BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 2019. Esse livro trata da relação do texto com o leitor. Num escrito caleidoscópico, quase um bloco de anotações, Barthes analisa o prazer sensual do texto para quem lê ou escreve.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
A BNCC reúne conteúdos mínimos a serem trabalhados nas diferentes etapas da educação básica brasileira. Detalha competências gerais de formação, competências específicas de cada componente curricular e direitos de aprendizagem (ou habilidades) relativos aos diferentes objetos de conhecimento. O documento é também orientador da ação docente nas escolas.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. PNA - Política Nacional de Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019. O PNA sugere diretrizes relativas ao processo de alfabetização, voltado para a educação infantil e para os anos iniciais do Ensino Fundamental no Brasil. Apoiado na ciência cognitiva da leitura, tem como propósito dar ênfase ao ensino de seis componentes: consciência fonêmica, instrução fônica sistemática, fluência em leitura oral, desenvolvimento de vocabulário, compreensão de textos e produção de escrita, e estimula o incentivo das famílias para incrementar os hábitos de leitura e escrita.
CADEMARTORI, Ligia. O professor e a literatura: para pequenos, médios e grandes. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
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A professora e pesquisadora apresenta uma reflexão sobre o gênero literatura infantil e dá suporte ao trabalho do professor em sala de aula para otimizar a formação de leitores.
GOMES, Alexandre de Castro; BARRETO, Cintia (orgs.) Literatura infantil e juvenil: aprendizagem e criação. Divino de São Lourenço (ES). Semente Editorial, 2021. Escrito por cinco docentes de pós-graduação em Literatura Infantil e Juvenil da Universidade Candido Mendes, Alexandre de Castro Gomes, Camilo Martins, Celso Sisto, Cintia Barreto e Leo Cunha, o livro traz um percurso de leitura crítica com atividades literárias para professores da educação básica e pesquisadores da literatura brasileira infantojuvenil, com temas importantes para a formação humana, o letramento literário e o cotidiano escolar, como história da literatura infantojuvenil, ilustração, poesia, contação de histórias e práticas literárias.
HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Cosac Naify, 2010. p. 43. Hunt é um dos principais críticos de literatura infantil e juvenil da contemporaneidade. Nesse livro, ao propor o estudo da literatura infantil por viés teórico e não histórico, cultural ou afetivo, o pesquisador inglês estuda temas como o objeto-livro, a noção de leitor e de leitura na infância e, principalmente, a definição de o que é ou pode ser literatura infantil. Seus questionamentos são lidos ao lado da teoria literária do século XX, o que os torna especialmente relevantes.
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura. São Paulo: Editora 34, 2008.
. A arte de ler. São Paulo: Editora 34, 2009. Esses dois livros da antropóloga francesa abordam a importância da leitura e da literatura na formação de sujeitos atuantes e críticos. Escritos a partir de experiências colhidas pessoalmente ou por meio do diálogo constante com leitores, mediadores de leitura, bibliotecários, professores,
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psicanalistas, escritores e animadores culturais de todas as partes do mundo, mas sobretudo da América Latina, a autora apresenta diversas experiências compartilhadas e desenvolvidas em regiões afetadas por conflitos armados, desequilíbrio social, migrações populacionais etc.
PIAGET , J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, sonho e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
Livro de importância central na obra de Jean Piaget. Os dados da afirmação da personalidade infantil se liberam de todas as peias e caminham livremente em busca de satisfação e sentido, sendo a imaginação o reino próprio da infância – seu universo está povoado de uma liberdade que o adulto rotula para poder compreendê-lo, mas que, na verdade, tem um sentido biológico de equilíbrio vital. Piaget não se satisfaz com as explicações cumulativas ou mecânicas, tão somente: o poder de simbolizar, que é das faculdades mais notáveis do homem, na criança tem função transitória. Sua formação é o objetivo desse livro que, à medida que desdobra suas intuições e constatações, amplia-se para uma dimensão de obra única e insubstituível.
VIGOTSKI, L. S. Imaginação e criatividade na infância. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
Escrito por um dos maiores psicólogos russos, o livro aborda o desenvolvimento e a natureza da imaginação artística nas crianças. É uma obra de referência da psicologia da criatividade.
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Omorcego sem asas é uma história sobre persistência e empatia. O morcego nasceu sem asas e isso o impedia de realizar seu maior sonho: voar. Para conquistar seus objetivos, ele tenta diversos recursos para superar sua deficiência. Fracassa em todos, mas não desiste, até achar uma inesperada solução. Nessa obra, as crianças descobrem a importância de ter sonhos e jamais desistir deles.
Material Digital de Apoio à Prática do Professor ESCRITO POR FERNANDA EMEDIATO
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