Odivelas Life 06

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Suplemento mensal do jornal Nova Odivelas Nº6 10/02/12

Arsénio Isidoro

Um homem de Deus que não esquece os homens


Olá

Estamos de novo consigo, no mês mais curto do ano, mas onde a primavera se antecipou e os dias têm estado radiosos, sem chuva, embora com algum frio. Já temos seis meses de vida e já conquistámos o nosso espacinho no coração e da vontade de nos ler por parte de muitas pessoas que através de correio electrónico nos vão incentivando, dando sugestões ou apenas dizendo que gostam de nos ler. Embora de caracter mais abrangente em termos de conteúdos noticiosos não nos esquecemos que somos um suplemento de um jornal regional e por isso Odivelas terá sempre destaque em todas as nossas edições, trazendo à capa e em reportagem desenvolvida uma personagem da história diária deste concelho onde existem muitas pessoas com actividade relevante e que nem sempre são lembrados no turbilhão diário de notícias e acontecimentos que ocupam os nossos meios de comunicação social local mais generalistas. Nesta edição a pessoa de quem se fala é um Padre, de seu nome Arsénio Isidoro. Um homem que estica o seu tempo para dirigir para instituições sociais e ainda consegue tempo para ser feliz e trazer felicidade aos outros. Por isso, ao inclui-lo na lista das personalidades a publicar na Odivelas Life pretendemos dizer apenas. Obrigado Padre Arsénio.

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Rapidamente Arsénio Isidoro em 20 respostas

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Pipinha de Barbedo e Melo pipinha@novaodivelas.pt

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Teatro: Heróis na Luz e Lampedusa em Sintra

Concurso de fotografia em Sintra

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Beijinhos da vossa

Um homem de Deus que não esquece os homens

Saúde: Tratamento inovador em radioterapia e na hipertensão

A corrosiva Tia Dédé continua a combater o tédio

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Q u e m é o Pa d r e A r s é n i o ? Um homem que aos 17 anos, com a morte do padre da sua paróquia sentiu o chamamento para a vida religiosa brotar do seu coração e que ao longo dos anos abraça todas as causas que lhe surgem e que sejam para a melhoria do bem comum.

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Com que idade e como sentiu a vocação para o sacerdócio? Na altura tinha chegado há um ano atrás à minha paróquia um jovem Padre. Tinha 32 anos e dava um testemunho de imensa alegria no serviço aos outros. Deixei-me interrogar pela sua forma de vida. Tinha 17 anos quando ele morreu. Senti-me interpelado: e agora quem é que vai dar Jesus às pessoas? Atrás dessa pergunta surgiu outra: Que queres de mim Senhor? Que queres da minha vida? A resposta foi imediatamente escutada no meu coração: «O que estás disposto a dar?» Eu não estava disposto a muito, mas a minha curiosidade levou-me a participar num retiro no Seminário. Acabei por entrar no seminário em 1991 e depois de nove anos de caminhada, decidi dar tudo.

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Onde se formou e em que anos? Escola primรกria do Carvalhal 1979 a 1983 Telescola do Salgueiro 1983 a 1985 Escola Secundรกria do Bombarral de 1985 a 1991 Liceu de S. Joรฃo do Estoril de 1991 a 1993 Universidade Catรณlica de Lisboa , Licenciatura de 1993 a 1999 e Mestrado de 1999 a 2001

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Onde deu a sua primeira Missa? A primeira Missa é a da nossa Ordenação. Aí concelebramos pela primeira vez com o Bispo que nos ordenou sacerdote, a minha foi no dia 2 de Julho de 2000. Mas a primeira vez que Presidi à Missa foi no seminário dos Olivais, durante a primeira semana de Ordenação. No dia 8 de Julho celebrei a chamada Missa Nova, ou primeira Missa, na minha Paróquia de origem, que é o Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal.

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Como surgiu a sua ligação ás diversas instituições a que está ligado? A minha ligação a qualquer uma das instituições nasce de uma obediência. Primeiro o Centro Comunitário Paroquial da Ramada, por inerência da nomeação como Pároco em 2005. Depois veio a Casa do Gaiato de Lisboa. Em 2006 a Casa do Gaiato passou da Obra da Rua para o Patriarcado de Lisboa e como estava aqui perto e conhecia a pedagogia do Padre Américo, o Senhor Patriarca nomeou-me presidente da direção. Nesse mesmo ano fui também nomeado Presidente do Conselho de Administração do Instituto da Sãozinha, em Abrigada, Alenquer. Que entre várias valências tem também a de Lar de Jovens e crianças em risco. Em 2007, e porque já era Presidente da Assembleia-geral da Associação Protectora das Florinhas da Rua, em Lisboa, aceitei ser Presidente da direção. Neste mesmo ano criei a ONGD Ligar à Vida, que desenvolve projetos de intervenção social na Ramada, no Príncipe e no Bombarral e da qual sou também presidente da direção. Em 2009 criámos a Associação Mover Mundos, que promove actividades de voluntariado em Portugal e nos PALOP e da qual sou Presidente da Direção. Em 2011 e por ter sido nomeado Pároco in solidum, de Famões, sou também Presidente do Centro Comunitário Paroquial de Famões.

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Quais são essas instituições? Pároco da Ramada, desde 2005

 Pároco in solidum de Famões, desde 2011

 Presidente da Direcção do Centro Comunitário Paroquial da Ramada, desde 2005 Presidente da Direcção do Centro Comunitário Paroquial de Famões, desde 2011 Presidente da Casa do Gaiato de Lisboa, desde 2006

 Presidente da Direcção da Associação Protectora das Florinhas da Rua, desde 2007 Presidente do Conselho de administração do Instituto da Sãozinha, desde 2006 Presidente da Direcção da ONGD Ligar á Vida, desde 2007

 Presidente da Direcção da Associação Mover Mundos, desde 2009

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Que tem sido feito na ilha do Príncipe? O Príncipe é um desses projetos que se transformou numa presença permanente. Em 2001 nasceu uma geminação Paroquial entre a Ramada e o Príncipe. Diante das necessidades da comunidade da Ilha do Príncipe foram nascendo as cozinhas nas roças, para resposta a situações de carência alimentar. Em 2004 foi inaugurada a Casa de Betânia, uma resposta de Lar de Idosos. Em 2005 foi inaugurado um centro de Fi-

sioterapia e Reabilitação. Quando entrei na paróquia abracei também esta presença na Ilha do Príncipe. A minha primeira intuição foi o de promover o futuro da Ilha. A aposta na educação foi a primeira iniciativa. Criámos uma rede de pré-escolar que responde neste momento a 410 crianças da ilha. 200 crianças no colégio de Santa Te r e s i n h a , 120 crianças no colégio João Paulo, mais 90 crianças em Santa Ana. Inaugurámos ainda um Lar de Crianças órfãs, que se chama Lar de S. José e tem capacidade para 18 crianças. 13


C o m o e s t á o p r o j e t o F l o r i n h a s d e Ru a n a A r r o j a ? Está em andamento. Já começaram as movimentações de terras e iniciamos esta semana com os alicerces. Ainda este ano vamos inaugurar uma casa nova para as Florinhas que são 25 crianças.

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Po r q u ê a C a n d i d a t u r a à C o n f e d e r a ç ã o N a c i o n a l d a s Instituições de Solidariedade? Uma das motivações nasceu do envolvimento no dinamismo de um grupo que se tem reunido, na procura de soluções, diante da imensidão de dificuldades que têm chegado às nossas Instituições. Esta etapa surgiu na minha vida como resposta à insistência de alguns companheiros empenhados na valorização da solidariedade. Os seus anseios e preocupações diante do momento presente, ressoaram de tal forma no meu íntimo, que os juntei aos meus. Criámos um movimento que se chama “juntos pela solidariedade solidária”.

Mas as motivações mais consistentes são as que brotam do meu próprio coração: acredito que juntos valemos mais; acredito que o serviço desinteressado é um tesouro; acredito que somos instrumentos ao serviço do Bem Comum. Gosto de pensar que o mundo avança, quando o deixamos um pouco melhor do que o encontrámos, e que esta é a via da humanização que me completa e realiza. Uma inquietação constante que a compaixão desperta num olhar que vê. E eu quero trazer esse olhar que vê, mais dentro, mais longe, mais humano. 15


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Como comenta o resultado das eleições? Pessoalmente foi uma experiência muito enriquecedora. O cruzarmonos com gente boa, que pratica o bem, e tanta gente pelo nosso País que faz o bem e que o quer fazer bem feito. Como vitória, o entusiasmo num Movimento que criámos. Um espírito que há-de promover uma verdadeira cultura solidária e que não se esgota nas eleições. A derrota, uma satisfação pessoal e um alívio porque, neste momento da minha vida, não saberia como conseguir uma agenda que me permitisse um bom desempenho. Também a satisfação de alcançar 350 votos, que é um número superior a qualquer um dos resultados em vitórias anteriores. O ter promovido a maior participação de sempre da história da CNIS, também foi bom. A derrota no ato eleitoral, assumo-a agora como uma responsabilidade de denunciar sempre que a direção não promover o bem feito, e anunciar caminhos de solidariedade e de futuro. 17


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B i o g r á f i a d o Pa d r e A r s é n i o I s i d o r o

Nascido a 01 Maio 1973 Naturalidade: Bombarral Seminário de S. José de Caparide: 1991 a 1993 Seminário de S. Paulo em Almada: 1993 a 1996 Seminário de Cristo Rei dos Olivais: 1996 a 2000 Licenciatura em Teologia pela UCP de Lisboa em 1999 Ordenado Diácono a 05.12.1999
 Ordenado Sacerdote a 02.07.2000 Assistente da Região de Lisboa das Equipas de Jovens de Nossa Senhora, 1999 a 2005 Assistente Nacional das Equipas de Nossa Senhora, 2001 a 2005
 Conselheiro Espiritual da Região de Lisboa das Equipas de Nossa Senhora, 2002 a 2005 Conselheiro Espiritual de quatro equipas de casais, desde 2000

Assistente Espiritual do Movimento ao Serviço da Vida, 2000 a 2003
 Assistente da equipa d’África, 2003 a 2004
 Membro do Departamento da Juventude do Patriarcado de Lisboa, 2000 a 2003 Equipa Formadora do Pré-Seminário de Lisboa, 1999 a 2005
 Professor de Ed. Moral e Religiosa Católica no Externato de Penafirme, 2001 a 2005 Pároco de Famões, 2005 a 2006
 Pároco da Ramada, desde 2005
 Pároco in solidum de Famões, desde 2011
 Presidente da Direcção do Centro Comunitário Paroquial da Ramada, desde 2005 Presidente da Direcção do Centro Comunitário Paroquial de Famões, desde 2011 Presidente da Casa do Gaiato de Lisboa, desde 2006
 Presidente da Direcção da Associação Protectora das Florinhas da Rua, desde 2007 Presidente do Conselho de administração do Instituto da Sãozinha, desde 2006 Presidente da Direcção da ONGD Ligar á Vida, desde 2007
 Presidente da Direcção da Associação Mover Mundos, desde 2009
 Membro do Conselho Geral da Escola Secundária de Odivelas, desde 2009 19


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Rapidamente... 1. Qual foi o último livro que leu? Pai-nosso que estais na terra, de José Tolentino Mendonça. 2. Qual é a sua viagem de sonho? Ao Deserto. 3. Que personalidade mais admira? Jesus Cristo. 4. Qual foi o filme que mais o marcou? A vida é bela, de Roberto Benigni. 5. A que prato de comida não resiste? Coelhinho da minha mãe. 6. Prefere praia ou campo? Praia... Muito mais mar. 7. Bebida? Um bom vinho. 8. Qual é o seu clube desportivo? Glorioso... SLB. 9. Não dispensa a companhia de… Amigos. 10. O que o faz feliz? Servir os outros e anunciar Jesus Cristo. 11. De que tem medo? Ser Padre.

12. Orgulha-se de… Ser Padre. 13. Qual é a sua maior ambição? A exclusão da pobreza e da solidão. 14. E o maior sonho? Acolher todos os que sofrem de solidão. 15. Um lugar para descansar… Ilha do Príncipe ou Peniche. 16. Onde se sente melhor? Na paróquia da Ramada. 17. Se não fosse Padre o que é o que seria? Pai... 18. Não vive sem… A Missa e a comunidade da Ramada. Sem AMOR. 19. Quem gostaria de conhecer? Todos os meus paroquianos. 20. Por último, um desejo… Que não nos deixemos desumanizar pela crise. Que brilhem os valores da partilha, da compaixão e da fraternidade. Que se valorizem as pessoas e não as coisas. 21



Teatro

Heróis no Teatro da Luz

Encenada por Phillipe Leroux e produzida pela Formação Teatral, “Heróis” está em cena no Teatro da Luz onde pode ser vista até 25 de fevereiro. Os super-heróis poderão estar em perigo caso se cumpra o plano da escriba para os destruir, tornando-se na mais poderosa do Mundo. Mas se os heróis morrerem, que esperanças restarão aos Homens? Trata-se da trama na base da peça “Heróis”. A peça, que conta com um elenco de 14 atores, tem encenação de Phillipe Leroux e pode ser vista de quarta a sábado às 21h30. SINOPSE Morgana, a escriba, convocou todos os heróis, para se confrontarem, num mundo que só ela conhece… com o desejo de provar a kaira, sua irmã, que é a mais poderosa do Mundo. Para isso será necessário levar à morte e destruição de seres com forças sobrenaturais. Conseguirá alcançar o seu objectivo ou um poder maior avassalará o seu plano? Duas questões se levantam como poeira num deserto: Como ficará o mundo depois destas batalhas, se os heróis forem morrendo, e que esperanças restam para os homens? Produzido por: Formação Teatral Texto: Criação colectiva Encenação: Phillipe Leroux Com: Alexandra Pereira,Ana Catarina Santos, Ana de Jesus, André Delgado, Carina Paquete, Catarina Santana, Erika Saet, Mafalda Saraiva, Marta Correia, Mónica Martins, Rafaela Santos, Rita Viegas, Rute Franco e Telma Bicho Preço do Bilhete: 7,5€


LAMPEDUSA De 17 a 26 de fevereiro a Casa de Teatro de Sintra apresenta Lampedusa, às sexta, sábados e domingos às 21h30. «Não sei quantos éramos, talvez 280, 300. Havia 40 mulheres, oito delas somalis, como eu». Disse Asha Omer, grávida, de 21 anos, que se salvou porque o marido a agarrou pelo cabelo. Desde Janeiro de 2011, mais de 40 mil imigrantes clandestinos venceram as costas de Lampedusa fugindo da guerra e da pobreza. Chegam em pequenas embarcações amontoadas de gente, sem água, sem comida, a esta ilha do sul de Itália com apenas 6 mil habitantes autóctones. As reacções desencadeadas perante as crescentes notícias sobre naufrágios, o consequente número de mortos, repatriações, histórias incríveis de sobrevivência, constituem o nosso material de trabalho, necessariamente enformado pela visão

crítica de cidadãos de uma Europa que brilha aos olhos de quem parte de África. Cruzando diferentes narrativas sobre a ilha (nomeadamente um nosso, in loco, Diário de Viagem a Lampedusa), propomos uma reflexão performativa sobre alguns conceitos tangenciais a este tema: identidade, território e fronteiras. Quando 17 a 26 de Fevereiro Sextas, sábados e domingos às 21h30 Onde Casa de Teatro de Sintra 24


(Rua Veiga da Cunha, 20, Sintra) Bilheteira Bilhete: 7,5€ Desconto de 2,5€ para menores de 25 anos, maiores de 65 anos, estudantes, profissionais do espectáculo, Cartão Amigo Chão de Oliva, Cartão Cultura Sábado. Bilhetes à venda no local, uma hora antes do início de cada sessão. Informações e reservas pelo 96 624 79 34 ou pelo email geral@utopiateatro.com Duração: aproximadamente 50 minutos Classificação etária: maiores de 16 anos Ficha Técnica e Artística Direcção e Dramaturgia: Susana C. Gaspar Assistente de Encenação: Nuno Vicente Música Original e Sonoplastia: Bruno Béu Desenho de Luz: Paulo Campos dos Reis Interpretação: Filipe Araújo, Paulo Campos dos Reis, Susana C. Gaspar Produção Executiva: Nuno Teixeira Direcção de Produção: Rui Braz Apoio: Câmara Municipal de Sintra, Éter - Produção Cultural 25


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Ambiente

Parques de Sintra promove edição de Inverno do concurso de fotografia ‘Captar

O Inverno traz novas cores aos Parques de Sintra. Inspirados pelas novas tonalidades da serra, fotógrafos amadores e profissionais poderão voltar a fotografar momentos únicos e candidatar os seus trabalhos ao concurso de fotografia “Captar Sintra – A biodiversidade das estações”.

O conjunto dos melhores trabalhos apresentados a concurso será exposto em local e data a indicar, bem como no website do projecto Bio + Sintra, no final de cada estação do ano. Informações, regulamento completo e inscrições na secção “Concursos de fotografia” em: http://www.parquesdesintra.pt/bio+sintra

Este é o segundo de oito concursos fotográficos, a lançar pela Parques de Sintra até 2013, em cada estação do ano, no âmbito do projeto Bio+Sintra, que promove os principais valores naturais da Serra e procura dar a conhecer as relações causais diretas entre as atividades diárias e as emissões de carbono. O concurso está aberto à participação de todos os visitantes dos parques geridos pela Parques de Sintra, quer sejam fotógrafos profissionais ou amadores, com fotografias captadas nos Parques da Pena, Monserrate, Convento dos Capuchos, Castelo dos Mouros, Jardim da Condessa D’Edla ou em qualquer das Tapadas anexas. As candidaturas deverão ser entregues até dia 2 de Março de 2012. Cada participante poderá candidatar até três fotografias originais da sua autoria, que serão avaliadas de acordo com a originalidade, impacto da imagem e qualidade fotográfica. Os três melhores trabalhos serão premiados com a estadia de uma noite, para duas pessoas, com pequeno-almoço, num dos hotéis mais emblemáticos e românticos de Sintra (1º Prémio), cheques oferta FNAC e cartões anuais de visitante da Parques de Sintra.

Conhecidos vencedores do 1º concurso A primeira edição dos concursos fotográficos decorreu entre 19 de Novembro e 21 de Dezembro e teve como vencedores: Cristina Menezes, com a fotografia “Cascata de Beckford; João Vasco Santos, com a fotografia “Cores de Outono”; e Francisco Lourenço, com a fotografia “Espelho de vida”. Das 55 fotografias apresentadas a concurso e que procuraram captar a biodiversidade de Sintra, os trabalhos dos três candidatos destacaram-se pela sua criatividade e por contribuírem para a adopção de comportamentos mais sustentáveis. Os trabalhos foram avaliados por um júri constituído por Nanã Sousa Dias, fotógrafo profissional, Carlos Albuquerque, representante da Câmara Municipal de Sintra, João Vieira, representante da associação cultural 3Pontos, e Maria Inês Moreira, coordenadora do projecto BIO+Sintra. As melhores fotografias e mais representativas da biodiversidade na Serra de Sintra estarão expostas no Palácio de Monserrate, entre os meses de Fevereiro e Março de 2012. 27



Saúde

Radioterapia que elimina tumor numa só sessão chegou a Portugal

Uma radioterapia que pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com o tumor já espalhado, estará em breve disponível em Portugal, através de uma máquina quase única no mundo que ficará instalada na Fundação Champalimaud. O equipamento, permitirá fazer radioterapia de dose única, tratamento que requer um elevado nível de precisão e que poderá ser feito em poucos minutos e sem qualquer toxicidade para o doente, segundo explicou em entrevista agência Lusa o oncologista Carlo Greco. «É o mais avançado equipamento no mundo. Será absolutamente único em Portugal e, na Europa, há muito poucos. Mas a máquina vai ser equipada com ferramentas especiais que a tornam única no mundo», afirma o diretor da área do cancro da Fundação Champalimaud. Carlo Greco, que considera o cancro como um dos piores problemas sociais da atualidade. Mas frisa que a taxa de sucesso nos tratamentos tem melhorado de ano para ano. Esta técnica de radioterapia de dose única, disponível para tratamento no final do primeiro trimestre de 2012, vem permitir tratar muitos dos casos de cancro com metástases, sobretudo os menos disseminados. Trata-se de uma radioterapia por imagem guiada, em que

se faz uma TAC e o tratamento em simultâneo, que exige um elevado nível de precisão para que a dose única seja aplicada no local adequado e se torne suficiente. «Já testámos este equipamento e esta técnica na Universidade de Pisa, em Itália, e os resultados foram surpreendentes. Tem é de ser administrada uma dose suficientemente forte para erradicar o tumor. E já provámos que funciona em qualquer tipo de cancro, mesmo num dos mais resistentes à quimio ou radioterapia, como o do rim», explicou Carlo Greco. O responsável da Fundação Champalimaud vinca mesmo que um estudo demonstrou uma taxa de sucesso de 80% deste tipo de tratamento nos casos de cancro dos rins. «É uma revolução”, resume, assegurando que é indolor, se 29


elimina a toxicidade e se consegue fazer o tratamento “de olhos fechados» demorando menos de um quarto do tempo do que as sessões convencionais de radioterapia. Ou seja, em 10 minutos consegue-se o mesmo do que com a cirurgia, mas permitindo ao doente ir para casa de seguida e sem risco de morte. A vantagem, segundo o especialista, é que este método permite tratar várias lesões numa mesma e única sessão: «Podemos finalmente oferecer aos doentes metastáticos, mais do que uma esperança, uma realidade - sem dor e sem invasão».

Tratamento mais barato do que a radioterapia convencional Contudo, a radioterapia de dose simples requer uma equipa estruturada e investigação em patologia molecular, para que se estude cada caso e a dose certa a dar em cada tipo de cancro. «Isto significa uma medicina personalizada. Selecionamos a dose conforme a histologia e a genética de cada pessoa. Só pode ser executado por uma equipa multidisciplinar», comenta. Carlo Greco espera vir a receber doentes de hospitais portugueses e também de qualquer país da Europa ou do mundo: «Queremos abrir as portas a todos». O diretor da Fundação lembra que a administração tem estado a trabalhar com o Governo português e que as negociações futuras serão feitas com cada um dos hospitais que manifestem interesse. Por agora, a Fundação só recebe doentes particulares, tendo já acordos com oito instituições com seguros de saúde. Apesar de nunca revelar o custo do equipamento para a radioterapia de dose única, Greco garante que o tratamento sai menos caro do que a radioterapia convencional. «O custo para o sistema de saúde é muito mais baixo. A máquina vive por 10 anos e trata quatro vezes mais doentes», sublinha.

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Especialistas debatem tratamento inovador para hipertensão arterial resistente Em Portugal, quase metade da população tem hipertensão, sendo que em apenas 11 por cento destes a doença está controlada. O 6º Congresso de Hipertensão dá destaque a este problema de saúde pública. No âmbito do 6º Congresso da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, especialistas nacionais e internacionais debatem os avanços no diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial (HTA) resistente, isto é, pacientes que apesar do tratamento com três ou mais medicamentos anti-hipertensivos continuam com níveis elevados de pressão arterial. Este tema terá especial destaque no dia 11 de Fevereiro, pelas 11 horas, no Tivoli Marina, em Vilamoura, com a realização de uma mesa redonda sobre os últimos avanços nesta área. De acordo com Fernando Pinto, Presidente-Eleito da Sociedade Portuguesa de Hipertensão e Presidente da Comissão Organizadora do Congresso, «A hipertensão resistente ao tratamento é uma doença crónica especialmente perigosa devido à sua associação com um aumento do risco cardiovascular, incluindo AVC e enfarte, assim como insuficiência cardíaca e doenças renais». Ainda de acordo com o especialista, «As investigações sugerem que cerca de 28 por cento dos indivíduos hipertensos tratados são considerados resistentes ao tratamento. É também de salientar que estes pacientes têm o triplo de probabilidade de sofrer de doenças cardiovasculares, quando comparados com indivíduos com pressão arterial controlada, daí o destaque que quisemos dar a este tema na reunião anual da sociedade».

A mesa redonda vai contar com a intervenção de Michel Azizi, especialista francês, que vai apresentar as novas abordagens terapêuticas para a hipertensão resistente, nomeadamente a técnica de desnervação da artéria renal lançada há menos de um ano em Portugal; e com José Alberto Silva, especialista português, que explicará como se faz o diagnóstico e seguimento das pessoas com esta doença. 32


Síndrome do Olho Seco atinge 10 a 20 por cento da população Desconforto, ardor e olho vermelho são sintomas de alerta A síndrome vulgarmente chamada de “olho seco”, é uma patologia inflamatória que Atinge 10-20% da população adulta e, segunda a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), a sua incidência tem vindo a aumentar. Desconforto ocular, ardor, sensação de corpo estranho e olho vermelho são alguns dos sintomas de alerta para esta e outras formas de inflamação ocular. Segundo Ana Paula Sousa, coordenadora do Grupo de Inflamação Ocular da SPO, «O olho seco pode ser consequência da diminuição da produção de lágrima ou da deficiência de alguns dos seus componentes. Está relacionado com causas ambientais (poluição, ar condicionado), profissionais (uso excessivo de computador insuficiente pestanejo), uso prolongado de lentes de contacto, com o processo natural de envelhecimento ou pode ser um efeito secundário de alguns medicamentos». A especialista refere que «É importante lembrar que esta síndrome pode ser manifestação de doenças sistémicas, particularmente as do foro imunológico (artrite reumatoide; lúpus eritematoso disseminado; Síndrome de Sjögren ou sarcoidose).” Já o tratamento, “ é sintomático: devem ser utilizadas substâncias lubrificantes, denominadas lágrimas artificiais». O “olho seco” é apenas uma das manifestações das inflamações que podem afetar as estruturas extraoculares, em particular a

superfície do olho. As situações mais frequentes ocorrem nas pálpebras – as blefarites, e na conjuntiva - as conjuntivites - que podem ser de origem alérgica ou infeciosa. Neste último caso é essencial prevenir o contágio, utilizando medidas de higiene, e tratar com antibióticos na forma de colírios ou pomadas. Ana Paula Sousa afirma ainda que as inflamações podem surgir dentro do olho, estando associadas a doenças sistémicas, podendo ser a sua primeira manifestação. As origens possíveis são doenças infeciosas como a tuberculose, sífilis, toxoplasmose, a sida ou patologias auto-imunes como a espondilite anquilosante, a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso disseminado, a esclerose múltipla. A oftalmologista explica que os «Processos inflamatórios intra-oculares são geralmente designados por uveíte ou inflamação da úvea. Os sintomas são geralmente baixa da visão, olho vermelho, dor ocular, fotofobia e “moscas volantes. A sintomatologia e a gravidade do quadro clínico variam conforme a estrutura anatómica atingida, mas se não forem detetadas e tratadas precocemente, estas inflamações podem conduzir à cegueira». Os métodos de tratamento e diagnóstico destas patologias sofreram uma «Verdadeira revolução, o que tem contribuído para um melhor prognóstico das inflamações intra-oculares», conclui Ana Paula Sousa.

Guess What PR 33



Olá Ricas Tias de Odivelas Cá estou de novo para mais uma crónica da fofoca. Manter as ricas tias informadas e bem-humoradas faz-me bem… Não sei a quê, mas faz. Cridas anda tudo muito indignado com as declarações do tio Aníbal, tem sido um burburinho o tio está nas bocas do povo… sei lá. Ninguém gostou de o ouvir dizer que a reforma é curta não chega o tio está pobre, oh cridas! O tio Aníbal tem razão a reforma é pequena não dá, eu avisei-o e disse-lhe: «Tio Aníbal não vá para Presidente da República que isso não dá nada, o tio tem Curriculum, vá para presidente duma REN, duma EDP ou sei lá dum banco qualquer». Se o tivesse feito agora estava a ganhar uns milhares de euros e ninguém tinha nada com isso, assim está com uma reforma de pobre… Mas, o tio é muito teimoso queria ser Presidente não se calava, porque a ti Maria queria ir à Capadócia… sei lá… queria porque queria e agora aguente-se. Bom, mas isto não é nada que as cridas tias de Odivelas não resolvam já estamos a fundar uma nova associação AAPRC – Associação Apoio a Presidentes da República Carenciados, já comecei a fazer uns contatos para arranjar uma cesta básica para o nosso tio Aníbal tem tudo até uns cubinhos da nossa famosa marmelada branca oferecida pelo crido do tio Hernaninho que é confrade, para a ti Maria. Já temos uns modelitos dos chineses, muito lindos muito vistosos nós as tias giras de Odivelas não queremos a ti Maria mal pronta lá nos eventos da

República, a pobrezita já anda sempre embrulhada numas mantinhas muito manhosas mas as tias de Odivelas não querem isso, já arranjámos uns lenços de seda da china que são uma maravilha, também providenciámos umas jóias dos chineses muito boas, enfim tudo do melhor porque não queremos que o tio Aníbal gaste as poupanças da vidinha toda, que horror, nem pensar. Vamos para Belém com a cesta básica, os modelitos as frutas e as hortaliças tudo muito fresquinho. Sim porque nós as tias giras de Odivelas não temos problemas nenhuns com as poupanças, que ninguém vai gastar o que não tem, tá a ver tio Aníbal eu bem lhe disse que não fosse para PR. Bom, estou louca para vos contar… As más línguas espanholas não deixam a pobre da princesa Letizia em paz agora não se calam que a crida andava às compras em grande intimidade com o guarda costas. Que feio que é ter tão maus pensamentos não é nada disso, é tudo por causa desta vaga de frio que está a assolar a Europa a pobre da princesa está muito magrita muito levezinha e o guarda costas tem que andar muito encostadinho a ela por causa dos ventos, senão a princesa voa e depois lá vai a casa real à vida. Francamente haja um pouco de compreensão, o que seria destas casas reais europeias se não fossem estes abnegados guarda costas, motoristas jardineiros? Sei lá, se calhar já tinham acabado. Já a do Mónaco também tem cinco anos para dar um herdeiro, depois admiram-se de a verem aos beijos ao 35


motorista como é que querem que ela faça o herdeiro? Será que ainda julgam que os principezinhos vêm de Paris no bico da cegonha? Francamente haja compostura não se pode dizer mal das princesas a torto e a direito. Mas por princesas, cridas ontem fui ver o Benfica com a minha colega tia Cinha Jardim, estávamos lindas maravilhosas fomos de propósito para aplaudir aquele caturra do Djaló, mas qual não foi o nosso espanto quando o caturra julgou que estava a ser aplaudido por estar a jogar no Benfica não é que os holofotes se viraram todos para aquela lindinha da Luciana Abreu, que muito ingenuamente estava de pé a mostrar à filhinha ao papá? Olhem ricas o pobre foi logo ofuscado, mas também vos digo com esta mulher e estas filhas bem se pode matar que nunca vai ser o centro das atenções, como diz o meu amigo Hernaninho… «Temos pena». Ai cridas vai aí um diz que disse porque o Pedrocas acabou com o Carnaval. Não sei qual é o problema até acho muito bem. Olhem chamei logo a minha secretária para os serviços domésticos e disse-lhe: oh crida! traga lá as suas malas dos chineses para trocar com as minhas louis vuitton, para eu ir passar o Carnaval ao Rio de Janeiro, porque isto em Portugal já deu o que tinha a dar, em matéria de feriados claro, e eu quero é divertir-me, mas tenho que ir mascarada de pobre porque agora está na moda e quem cá ficar que trabalhe porque o país não pode parar, além do mais isto são ordens médicas, por isso tenho que cumprir, claro que a minha secretária não percebeu nada, mas não faz mal a caturra é

muito pitoresca, enfim… Amigas estava aqui com um grande dilema: Não sabia bem como acabar esta crónica já estava a pensar ligar para as cartas da Maya para resolver este dilema mas qual é o meu espanto o Pedrocas antecipa-se e resolve o assunto da maneira mais caturra, então não diz que somos todos uns piegas? Oh ricas, isto vai ser cá uma bomba está tudo chocadíssimo com esta saída do Pedrocas, mas eu acho que o traquina até tem razão, somos mesmo piegas então há pieguice maior do que o próprio Presidente da República vir para as televisões queixar-se da reforma, ou melhor enquanto a Tróica põe o país a pão e laranjas, vai tudo a banhos para o Algarve e entre um mergulho e uma cervejola, lá nos vamos lamentando que a crise está aí… Sei lá… Isto está mau… Bom mas por enquanto apanhamos sol, depois logo se vê. Este Pedrocas é mesmo crido, adorei a forma como ele nos chamou piegas e nos disse: No Verão cantaram não foi? Então no Carnaval dançam… Não é uma caturreira? Oh cridos deixem-se de pieguices e organizem umas manifestações… Sei lá, umas caminhadas de protesto vamos acampar à porta do Pedrocas escrevam uns cartazes, uns artigos de opinião enfim façam qualquer coisa senão o Pedrocas ainda diz que anda tudo a dormir. Bom mas enquanto não acontece nada eu já estou sambando a caminho do Rio de Janeiro que continua lindo… Vá lá não sejam piegas!

Beijo

Dédé

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