Newsletter abril 2014

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2º/3º Ciclos e Ensino Secundário O ÚLTIMO GAITEIRO Longe da farroupilha, Andasse por onde andasse,

O Serafim tinha ficado

Chamavam-lhe pobre de pedir

A exibir a sua gaita de foles

Vestia roupa esfarrapada

De tocadores acompanhado.

A tocar todos o queriam ouvir. Tinha chegado o tempo frio Muito gostava da sua gaita de foles,

E pouco mais sobrava do que a velha carcaça

Nela estava sempre a tocar;

E o nosso amigo, coitado,

Na aldeia que visitou

Estava a dormir na praça!

Punha toda a gente a dançar! Com bom tempo na Moimenta Para ele, Gaiteiro ou Serafim Gaiteiro

O Serafim sentia-se em casa,

Ao mesmo tudo ia dar,

Depois de estar acomodado

O que ele queria mesmo

Pedia uma cama ao pé da brasa.

É que o viessem ajudar. Esteve na Moimenta

Era sempre uma festa

Dois ou três dias,

A chegada do Gaiteiro

Pediram-lhe para ficar,

Feita pela miudagem

Mas ele pôs-se logo a andar.

Que o acompanhava em cortejo. Pôs-se logo a andar O recém-chegado

Para missas domingueiras,

Cansado e lento

Não era preciso avisá-lo

Abancava em silêncio

Estava lá as missas inteiras.

Para encher a rua de encantamento.

Nos ambientes de festa, Apressadamente

Serafim tocava os primeiros acordes,

Ia o pobre de pedir

Toda a miudagem o rodeava

Pedia esmola e uma sopa quente

Para ouvir a sua gaita de foles.

Para o estômago se divertir.

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N O T Í C I A S D A E NC O ST A


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