2º/3º Ciclos e Ensino Secundário O ÚLTIMO GAITEIRO Longe da farroupilha, Andasse por onde andasse,
O Serafim tinha ficado
Chamavam-lhe pobre de pedir
A exibir a sua gaita de foles
Vestia roupa esfarrapada
De tocadores acompanhado.
A tocar todos o queriam ouvir. Tinha chegado o tempo frio Muito gostava da sua gaita de foles,
E pouco mais sobrava do que a velha carcaça
Nela estava sempre a tocar;
E o nosso amigo, coitado,
Na aldeia que visitou
Estava a dormir na praça!
Punha toda a gente a dançar! Com bom tempo na Moimenta Para ele, Gaiteiro ou Serafim Gaiteiro
O Serafim sentia-se em casa,
Ao mesmo tudo ia dar,
Depois de estar acomodado
O que ele queria mesmo
Pedia uma cama ao pé da brasa.
É que o viessem ajudar. Esteve na Moimenta
Era sempre uma festa
Dois ou três dias,
A chegada do Gaiteiro
Pediram-lhe para ficar,
Feita pela miudagem
Mas ele pôs-se logo a andar.
Que o acompanhava em cortejo. Pôs-se logo a andar O recém-chegado
Para missas domingueiras,
Cansado e lento
Não era preciso avisá-lo
Abancava em silêncio
Estava lá as missas inteiras.
Para encher a rua de encantamento.
Nos ambientes de festa, Apressadamente
Serafim tocava os primeiros acordes,
Ia o pobre de pedir
Toda a miudagem o rodeava
Pedia esmola e uma sopa quente
Para ouvir a sua gaita de foles.
Para o estômago se divertir.
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N O T Í C I A S D A E NC O ST A