Revista neomondo Ed. 66

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Meio Ambiente

Mata Atlântica Social A Mata Atlântica abriga quase 65% de toda a população do Brasil, ou seja, cerca de 120 milhões de pessoas. Isso porque foi na área original do bioma que os primeiros aglomerados urbanos, pólos industriais e principais metrópoles foram formados. Além da população urbana, nela vivem diferentes tribos com culturas tradicionais, o que faz com que a área tenha uma das maiores diversidades culturais brasileiras. Entre os indígenas, destacam-se os Guaranis. Já entre as culturas tradicionais não-indígenas, o destaque fica com os caiçaras, os quilombolas, os roceiros e os caboclos ribeirinhos. Mesmo possuidora de tal patrimônio cultural, a Mata Atlântica também é muito excludente. Muitas vezes as comunidades ficam marginalizadas da sociedade. Isso ocorre por causa do processo de desenvolvimento desenfreado das redes urbanas, que acabam por deixar de lado essas populações e até, muitas vezes, acabam expulsando os moradores de seus territórios originais. Desmatamento e Degradação Muitos são os fatores que implicam na destruição da Mata Atlântica. Um deles é o avanço das cidades espontâneas, ou seja, aquelas que não são planejadas e acabam por crescer “desgovernadamente”. Esse tipo de crescimento não leva em conta os remanescentes florestais, o que faz com que o bioma seja destruído. Além disso, sem um prévio estudo da melhor maneira de se expandirem, muitos desastres acabam por ocorrer, como deslizamentos e enchentes. Outro fator é o da construção de hidrelétricas, em especial em duas regiões: na da Bacia do Rio Uruguai, que fica na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, e na da Bacia da Ribeira de Iguape, divisa de São Paulo com Paraná. Quando foram construídas, as hidrelétricas alagaram grande parte das áreas ao redor, acabando com a biodiversidade daqueles pontos. 30

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21 de setembro: Dia da Árvore

Um terceiro fator é a atividade mineradora. As regiões do sul de Santa Catarina e as áreas de Minas Gerais e Espírito Santo têm essa atividade ocupando um alto número de hectares da floresta, o que significa que os montantes de impactos ambientais negativos também são grandes. Outra questão importante é o avanço das monoculturas de árvores exóticas e da própria agricultura feita sem planejamento, ordenamento ou controle dos governos estaduais. O desmatamento feito para o plantio de exóticas e de grãos é responsável pela maior parte da atividade destruidora dessas áreas.

No dia 21 de setembro, comemoramos o Dia da Árvore. Formalizada há 30 anos no Brasil, esta data relembra os laços do nosso povo com a cultura indígena. Um desses laços é o amor e respeito pelas árvores. Dia 21 marca também a chegada da primavera no hemisfério sul. Uma das mais belas estações assinala um novo ciclo para o meio ambiente, na qual se recupera a vida na natureza, após os meses de silêncio do inverno.

Fontes: Almanaque Brasil Socioambiental - ISA 2008 - Mundo de Sabores - www.mundodesabores.com.br WWF Brasil - www.wwf.org.br Instituto Ambiental Nova - www.diadaarvore.org.br

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