Revista Neo Mondo - Edição 53

Page 22

ESPECIAL - Dia Mundial da Água

Medem cerca de 200 metros ou 2 campos de futebol e podem carregar até 35 mil toneladas do líquido (35 milhões de litros). São feitas de poliéster, costuradas com linha plástica, resistente.” Uma das companhias que teriam usado tais bolsões é a Nordic Water Supply, da Noruega. Comentando sobre a segurança destes equipamentos, um dos executivos da empresa comparou o sistema com os cintos-de-segurança dos carros ou seja, eles salvam vidas mas também têm seus riscos. Bolsões deste tipo desgarraram-se dos rebocadores em pleno oceano. Então elas foram equipadas com alarmes ou balizas eletrônicas luminosas -“homing beacon”para evitar colisões com navios e possibilitar sua localização. Nota da redação: Aparentemente o negócio do transporte de água só deu prejuízos pelo menos à empresa citada na

matéria. Na mesma pesquisa via Internet verificamos que a Nordic Water Supply teria decretado falência (banckruptcy) por volta de 2003, quando planejava desenvolver water-bags para até 100 mil toneladas. Ela ficou nesse mercado só cinco anos, tendo saído da lista de companhias ligadas à “Oslo Stock Exchange”. Não confirmamos se ela retomou as atividades posteriormente. Há outras empresas no ramo.

IMAGINÁRIO AMAZÔNICO? A notícia de que existiria um tráfico internacional de águas amazônicas surpreende mesmo jornalista escolado na região. Mas o histórico local sempre foi de predação. A primeira reação de quem já conhece a Amazônia é perguntar se uma informação tão esdrúxula -tráfico de água doce, hidro-pirataria- não estaria entre os surtos do imaginário sulista sobre a região, sempre abordada –há trabalhos acadêmicos sobre isto- como um mundo fantástico, de imensidões despovoadas e ainda fornecedora de notícias e documentários sobre o exótico. A denúncia-base, no entanto, não saiu em nenhuma publicação engajada na defesa daquela região. Com periodicidade quinzenal, a revista Consulex, instalada num daqueles endereços complicados de Brasília, busca destacar-se no cenário das publicações jurídicas pela análise de temas relevantes mas sem a aridez própria da linguagem técnica inerente ao Direito, isto é, sem juridiquês. De leitura agradável, a publicação se propõe a abordar assuntos nacionais e internacionais que implicam em análise jurídica, bem como da evolução doutrinária e jurisprudencial. Provocando a Marinha Mas a denúncia não encontrou guarida na grande imprensa do Sudeste. Por isso busquei contato com o Ministério da Marinha, em Brasília. A Marinha, através de sua asses22

Neo Mondo - Março/Abril 2013

soria de Comunicação, informou que sim, já tinha tomado conhecimento de tal noticiário. A tenente que me atendeu disse que a Instituição nunca foi “provocada” diretamente, e que eu teria sido o primeiro jornalista a contatar quem de direito. Mostrava-me com um pé atrás quanto à história. Ela teria encaminhado as questões ao Comando de Operações Navais e ainda aguardava uma resposta até o fechamento desta matéria. Mas pela Internet verifica-se que eu não fui o único a “provocar”, vale dizer, a entrar em contato com a instituição. No dia 3 de março último um internauta preocupado com o tema, Eduardo Fróes, também cobrava posição da Marinha. Ele teve uma resposta formal de um oficial da Inteligência, Marcelo Palma, dizendo que “o assunto constante de sua denúncia já foi informado aos órgãos competentes e que providências estão sendo tomadas, a fim de apurar a responsabilidade e coibir práticas ilícitas como as mencionadas na carta” Palma termina agradecendo “em nome de comandante e em meu nome a preocupação nacionalista de nos informar a respeito de tão importante assunto. Respeitosamente, CF(FN) Palma (Oficial de Inteligência).”

Marcelo Palma é do 1º Comando Naval, que fica no Rio de Janeiro. O problema ocorre 6 mil km longe, na foz do Amazonas. A “Amazônia azul” Em artigo especial publicado no site do Yahoo em 11 de março último, assinado por Danilo Almeida, a manchete dizia que “Marinha tenta superar defasagem para vigiar a Amazônia Azul”. Em contraste com a Amazônia verde, das matas, a azul estaria esparramada por 4,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície marítima brasileira, uma riqueza incalculável; nos 55 mil quilômetros quadrados de bacias, a capacidade hídrica é pujante e a reserva de água doce é a maior do planeta. Enfim, um patrimônio inestimável para se tomar conta, uma vastidão a ser vigiada”, dizia o artigo. E prosseguia lembrando que “para quem almeja protagonismo entre as grandes potências, exercer soberania nesse terreno é lei. É o fator determinante por trás da retomada dos investimentos e dos planos de modernização da Marinha”. O artigo falava do reaparelhamento da Força, aí incluindo um caro submarino nuclear esperado para o longinquo 2.024, ao custo total de R$ 15 bilhões, dentro de um pacote frances que inclui mais 4 submarinos convencionais.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.