Racismo e Cultura

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Franz Omar Fanon - Para a Revolução Africana, Escritos Políticos

dos meios de produção provoca assim, inevitavelmente, a camuflagem das técnicas de exploração do homem e das formas de racismo. Não é, então, na sequência de uma da evolução dos espíritos que o racismo perde a sua virulência. Nenhuma revolução anterior explica essa obrigação do racismo de contextualizar-se, de evoluir. Em todos os lugares, os homens libertaram-se da letargia à qual a opressão e o racismo haviam condenado. Em pleno coração das “nações civilizadoras”, os trabalhadores descobriram enfim que a exploração do homem, base de um sistema, encontra os vários rostos. Nesse nível, o racismo não se atreve mais a apresentar-se sem maquiagem. Ele questiona-se. O racista, em um número cada vez maior, com frequência se esconde. Aquele que afirma “sentir”, “adivinhar”, se descobre alvo, é visto e julgado. O projeto do racista é então um projeto assombroso, devido à maldade consciente. A salvação só pode vir de 26

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