A criação de um audiolivro e a temática da acessibilidade: crítica genética

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fiquei quando tive a oportunidade e condição de me apropriar de uma base científica acerca do defeito da visão a partir do legado histórico e cultural de Vigotski (sujeito 3).

Demonstra, assim, o enfrentamento da adversidade como possibilidade de obter uma condição mais humana e com plenas possibilidades de realização; trata-se do denominado processo de supercompensação, reportando-se aos estudos de Vigotski (2019), já mencionados neste estudo, os quais demonstram que os sentidos remanescentes à perda da visão são integrados numa reorganização do funcionamento cerebral, e não uma mera substituição sensorial, como defende a visão biológica da deficiência.

A avaliação da mídia sonora com os dois contos e a audição em MecDaisy e DOSVOX A terceira parte do processo recepcional refere-se à avaliação da mídia sonora em análise. Os sujeitos foram questionados a respeito de suas impressões decorrentes da audição dos dois contos por meio da mídia sonora produzida, comparando-a com a audição dos textos dos contos utilizando-se no tocador MecDaisy e a leitura pelo DOSVOX. Seguiu-se um elenco de sugestões por parte dos sujeitos entrevistados, analisadas a seguir. Figura 34 – Fragmento em fac-símile de arquivo em txt com as respostas ao questionário sobre o conto A terra dos cegos

Fonte: Elaborada pela autora

Inicialmente, importa citar que algumas dessas pessoas cegas indicaram que o contato com o audiolivro foi uma novidade para elas, sendo bem aceito pela sensação agradável que tiveram ao ouvi-lo. Quanto às impressões que tiveram da mídia, a avaliação enfatizou destaque para as vozes dos atores. Em relação à voz da atriz na gravação do conto A cega e a negra – uma fábula tem-se:

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