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2. Metalinguagem
obra contada pelas palavras daquele que está reproduzindo. As ideias principais são mantidas, mas apresentadas de outra forma, para reafirmar as ideias do texto referenciado. Paródia: tem o objetivo de produzir uma crítica ou ironia a respeito do texto referenciado. A estrutura se repete, mas o conteúdo muda para se tornar cômico ou crítico.
Pastiche: Assim como a paródia, imita abertamente o estilo de outra obra de arte, mas com a intenção de homenagear e não satirizar ou criticar.
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Epígrafe: usada quando um trecho de um determinado texto (geralmente uma frase) é utilizado para introduzir o tema que será discutido em outro, ou seja, a epígrafe apoia um tema a ser desenvolvido.
Crossover: muito utilizado em produções cinematográficas e séries, acontece quando um personagem pertencente a um universo fictício aparece em outro. Quanto maior for o repertório do leitor, mais fácil será para ele reconhecer o uso de intertextualidade. Ela também pode funcionar como uma forma de convidá-lo a conhecer novas obras e aumentar sua bagagem cultural.
2. METALINGUAGEM
Esses livros dentro da gente: Uma conversa com a pessoa que
escreve é, em essência, uma obra metalinguística. Uma das mais complexas formas de manifestação da linguagem, a metalinguagem acontece quando a arte reflete sobre si mesma. É uma autoanálise de um sistema de signos, construída a partir dos mesmos signos. A obra de arte, nesse caso, é feita para pensar sobre seu próprio processo de criação, seus recursos e seus limites. Alguns exemplos são filmes que falam sobre a rotina de um set de filmagens, canais de vídeos
que ensinam a montar canais de vídeo, pinturas nas quais o pintor é retratado no exercício da atividade, livros que versam sobre o ato da escrita. Ela pode aparecer em qualquer forma de arte.
A metalinguagem literária é uma reflexão crítica sobre a própria criação literária, ou seja, ao refletir sobre a linguagem, o escritor compartilha com o leitor o nascimento de seu texto e o aproxima do ato criativo. Em Esses livros dentro da gente: Uma conversa com a pessoa que escreve, Stella Maris oferece dicas ao jovem escritor e o convida a conhecer seu próprio processo de escrita, suas inspirações e referências, em uma viagem poética pelos caminhos da literatura.
Esses livros dentro da gente: Uma conversa com a pessoa
que escreve é uma ótima obra para leitura coletiva, pois a presença da metalinguagem estimula a reflexão e o debate. Explique aos estudantes sobre essa possibilidade e incentive que façam comentários sempre que sentirem vontade. Apesar de falar especialmente sobre o escritor, o livro de Stella Maris Rezende passa por diversos assuntos e formas de viver, e é interessante que vocês discutam e aprofundem esses temas sempre que acharem necessário.
Na seção “Sugestões de Referências Complementares”, você encontrará indicações de obras que podem ser trabalhadas em conjunto com Esses livros dentro da gente: Uma conversa com a pessoa que escreve para explorar a metalinguagem. São obras de diversos suportes narrativos que, de alguma forma, refletem sobre as potencialidades da linguagem em que estão. No filme Adaptação, por exemplo, o protagonista da história chama-se Charlie Kaufman – mesmo nome do roteirista do longa – e consegue, ao mesmo tempo que tece uma narrativa, refletir sobre as dificuldades da escrita de um roteiro. Observar obras como essa em conjunto com o livro de Stella Maris Rezende propiciará aos estudantes uma compreensão aprofundada do que é metalinguagem e poderá inspirá-los a produzir suas próprias obras.
Outra possibilidade para aprofundar a discussão com os estudantes é propor a leitura de textos teóricos sobre a criação literária,
como “A criação do texto literário”, capítulo do livro Flores da escrivaninha, de Leyla Perrone-Moisés.
Observar a forma como cada uma dessas autoras explica o fazer literário pode oferecer novas perspectivas aos estudantes e resultar em boas reflexões ao longo do estudo.

