Narina 30 Anos – Uma história de superação

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CAPÍTULO 6

CHEGANDO AO TOPO CHEGANDO AO TOPO

E

m 1995 estávamos novamente no topo, vendendo para o Brasil todo. Foi uma época de grande efervescência para o skate. Foi criado no mesmo ano o “Dia do Skate” na cidade de São Paulo pelo então vereador Alberto Hiar, o “Turco Loco”, que se distinguiu pelo apoio ao skate, ao surf, ao rock, ao hip hop, e por trabalhar com surfwear e streetwear. O Dia do Skate, comemorado na cidade em 3 de agosto, foi depois estendido para todo o Estado de São Paulo em 2003, quando Turco Loco era Deputado Estadual. A data foi criada depois que Bob Burnquist venceu o Slam City Jam, no Canadá, sagrando-se o primeiro brasileiro a ganhar um campeonato internacional de importância e Digo Menezes sagrou-se o primeiro brasileiro campeão mundial, no evento Münster Monster Mastership, na Alemanha. O skate brasileiro estava com tudo. Com os negócios crescendo sempre, mudamos para uma nova sede em 1995/96, ainda em Nova Petrópolis, bem mais ampla, e nela montamos uma mesa de corte para confecção com 11m2. A partir daí nossa linha de skate wear cresceu cada vez mais e nos aperfeiçoamos muito no processo. Costumávamos usar os vizinhos para terceirizar tarefas da confecção. Um apartamento embaixo do meu fazia acabamento e três outros operavam só com bermudas e calças, perto de onde minha cunhada morava. Tínhamos um funcionário só para supervisionar as costureiras, levando peças para

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costurar, pegando material pronto e levando para outro acabamento ou trazendo para a empresa para embalagem e despacho. Os representantes comerciais vendiam em todo o Brasil e trabalhávamos com grandes transportadoras para enviar os produtos para fora da Grande São Paulo. A parte de confecção (bermudas, moletons, calças, camisetas) tinha suas oficinas terceirizadas, mas elas não faziam o acabamento, só fechavam as peças que nós cortávamos. Por isso mantínhamos quatro costureiras revisoras que trabalhavam em suas próprias residências e que tiravam as linhas a mais, verificavam os defeitos, colocavam as etiquetas, passavam e embalavam as peças. Aí nosso funcionário ia de casa em casa recolhendo as peças todos os dias e as pagando por peça. Funcionou muito bem na época. Hoje são as próprias oficinas terceirizadas que fazem isso. Ainda em 1995 a ESPN criou os “Extreme Games” nos EUA, em Rhode Island, o que iniciou o processo de mudança da imagem do skate como contracultura e esporte de rebeldia. Estava nascendo um esporte muito sério, que em nada ficava devendo a qualquer outro transmitido pela imprensa. A atividade começou a transitar pelos canais esportivos e a chamar a atenção da mídia, aumentando ainda mais sua popularidade e atraindo importantes patrocinadores. No ano seguinte o evento passou a se chamar “X Games” e o sucesso só foi aumentando com o passar dos anos.


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