Edição 60 - Revista do Ovo

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Editorial Balanço do setor de postura Esta edição da Revista do Ovo traz em seu destaque um balanço do setor de postura. O que foi o ano de 2020 para o setor e o que aguardar para o próximo ano? Foram ouvidas algumas personalidades para traçar um panorama da atividade. E temos muito mais: apresentamos também um especial sobre automação, com a opinião das empresas do setor. E uma homenagem aos 15 anos da Hendrix Genetics no Brasil. O mundo corporativo, artigos técnicos, a ciência e os números da avicultura de postura, na edição de dezembro. Boa leitura a todos!

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

Publicação Bimestral nº 60 | Ano VI Setembro/2020

EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br

Sumário

Redação Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br

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Balanço do setor de postura As opiniões sobre o ano de 2020 E o que esperar de 2021?

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Exportação de ovos e ovoprodutos: é um caminho para o setor? SANOVO TECHNOLOGY GROUP, uma história de sucesso e comprometimento com a industrial mundial do ovo Hendrix Genetics celebra 15 anos no Brasil Dieta Triturada para aves: Conheça os benefícios da linha Qualifeed Contaminação em ovos de poedeiras Revolução digital moderniza o processo de vacinação de aves Qualidade de casca O sistema produtivo pode interferir na qualidade do ovo? Inovações, tendências de mercado, e os processos atuais da produção de embalagens biodegradáveis para ovos Melhora da produção e qualidade de ovos com suplementação de parede celular de levedura ESPECIAL AUTOMAÇÃO - MRE ESPECIAL AUTOMAÇÃO - Yamasa ESPECIAL AUTOMAÇÃO - Sanovo Pintainhas postura Desempenho do ovo na granja Matérias-primas

Comercial Natasha Garcia e Paulo Godoy (19) 3241 9292 (19) 98963-6343 comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Luciano Senise senise@senise.net Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br

Para facilitar o acesso às matérias que estão na internet, disponibilizamos QrCodes. Utilize o leitor de seu computador, smartphone ou tablet

Ponto Final Marco de Almeida Diretor de Área – América do Sul – Hendrix Genetics 2020 tem sido um ano esquisito O contexto saúde é grave, assim como são graves as consequências sobre a atividade econômica.

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Eventos

2021 Janeiro 25

Conferência Latino-Americana de Avicultura Local: Georgia World Congress Center - 285 Andrew Young International Blvd NW - Atlanta, Georgia, USA Realização: U.S. Poultry & Egg Association Email: info@ippexpo.org Site: www.ippexpo.org 26 a 28

International Poultry Expo (IPE) - Feira de Atlanta Local: Georgia World Congress Center - 285 Andrew Young International Blvd NW - Atlanta, Georgia, USA Realização: U.S. Poultry & Egg Association Email: info@ippexpo.org Site: www.ippexpo.org Site: www.eurotier.com/en

Abril 6a8

21º Simpósio Brasil Sul de Avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Ness – Chapecó, SC Realização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas de Santa Catarina (NUCLEOVET) Site: www.nucleovet.com.br

Maio 30 a 2 de junho

3ª Conbrasul Ovos - Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos Local: Wich Serrano Resort & Convention - Gramado, RS Realização: Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) - Programa Ovos/Rio Grande do Sul Site: www.conbrasul.ovosrs.com.br

As 4 notícias mais lidas no OvoSite em Novembro

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Ovos: índices de evolução diária continuam com bom desempenho na segunda quinzena O período mais desafiante do mês vai transcorrendo sem que os compradores tenham conseguido melhorar suas condições de negociação. Isso porque os produtores conseguiram manter as disponibilidades ajustadas à demanda mais retraída do momento.

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Ovos: mercado segue apresentando estabilidade nos preços Por mais um dia os produtores de ovos brancos e vermelhos conseguiram manter os preços estabilizados nos negócios realizados sustentados por uma disponibilidade mais adequada à demanda do momento.

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Exportação de ovos e ovoprodutos em outubro e no acumulado do ano Em outubro o volume exportado de ovos e ovoprodutos atingiu apenas 1,077 mil toneladas e significou receita de 3,464 milhões de dólares, equivalendo a quedas de 30% e 31% em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente.

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Ovos: preço médio do terceiro decêndio segue em bom patamar, mas não cobre o custo de produção A última semana cheia de novembro deve ser caracterizada pela disputa entre compradores e vendedores de ovos brancos e vermelhos. Os primeiros, pressionando por preços favorecidos, enquanto os produtores tentam suportar a pressão até que o mercado dê sinais de revitalização.

Há 05 anos no OvoSite www.avisite.com.br

Exportação de ovos comerciais em novembro de 2015 18/12/2015 - Em novembro as exportações de ovos comerciais retrocederam no mês mas continuaram superiores ao ano anterior. O volume embarcado, quase 31,9 milhões de unidades, ou, 2.641 mil dúzias, representaram redução de 25,6% no mês, mas, permaneceram 41,3% acima do volume exportado em novembro de 2014. No acumulado deste ano – janeiro a novembro - o setor de postura comercial embarcou perto de 230 milhões de ovos, superando em mais de 78% os embarques do ano passado. Por ora, nos últimos doze meses – dezembro de 2014 a novembro de 2015 – o volume exportado atingiu 260,4 milhões e equivale a 82,3% de aumento sobre o mesmo período imediatamente anterior. O alto índice de aumento no ano – independente de haver retrocesso no volume de dezembro - demonstra o grande esforço do setor em alavancar as exportações do produto, auxiliando, também, em maior equilíbrio do mercado interno. Se no próximo ano os embarques continuarem crescendo, pode se aproximar ou até superar o recorde alcançado em 2012, de 365,9 milhões de unidades.

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Notícias Curtas Mudanças

FACTA elege novos membros da sua diretoria O Conselho Curador da FACTA (Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas) elegeu para o biênio 2021/2022 dois novos membros: Ariel Mendes é o atual diretor-presidente da instituição e Silvio Hungaro, o diretor administrativo-financeiro. Ariel Mendes é médico-veterinário formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), Mestre pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Doutor pela Universidade Nacional Autónoma do México e realizou estágio de pós-doutorado junto ao Departamento de Poultry Science da Universidade de Arkansas (EUA). Com mais de 40 anos dedicados à pesquisa e ao fortalecimento da avicultura brasileira e latino-americana. Já Silvio Hungaro é médico-veterinário formado pela FMVZ-USP e há 40 anos atua na área de saúde e nutrição animal, tendo passado por diversas empresas renomadas do setor.

Ariel Mendes, eleito diretor-presidente da Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA)

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Mercados internacionais

Exportação de ovos e ovoprodutos é um caminho para o setor? O avanço das exportações de ovos para o setor de postura comercial deixa de ser um desejo e passa a ser uma necessidade urgente

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José Eduardo dos Santos, Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura lista as vantagens e as principais dificuldades encontradas pelo setor avícola na busca por mercados internacionais:

“As vantagens são escoar o excesso de produção do mercado interno, agregar valor ao produtor, expandir a qualidade do ovo brasileiro em diversos países e fidelizando muitos clientes. As dificuldades são a concorrência com os principais países produtores, as variações cambiais e estratégias de prospecção no mercado externo, especificamente para a demanda ovo e ovo produto”

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odo produto alimentício que possui um processo de industrialização e não perde propriedades nutricionais, certamente terá espaço no mercado externo. Segundo José Eduardo dos Santos, Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, ASGAV, a necessidade de processos de produção de alimentos em larga escala para atender a demanda mundial será cada vez mais relevante no nosso dia a dia. Assim, o produto ovo, seja ele em pó ou liquido, atende essa necessidade. “É de extrema importância ampliarmos a divulgação e comercialização interna e também externa do ovo liquido e em pó”, destacou Santos. O avanço das exportações de ovos para o setor de postura comercial deixa de ser um desejo e passa a ser uma necessidade urgente. Ainda segundo José Eduardo dos Santos, é notório o aumento da produção de ovos no Brasil e também notória a entrada de novos empreendedores. “Outro movimento que também nos leva a ter este pensamento, são os investimentos nas produções alternativas e nas ampliações de empreendimentos. Ante a esta situação e como o aumento do consumo não acompanha o ritmo do aumento da produção, não há outra saída a não ser a expansão no mercado externo”, apontou o executivo.


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Empresas

Sanovo Technology Group, uma história de sucesso e comprometimento com a industrial mundial do ovo Paixão, direcionamento, tecnologia avançada, responsabilidade social e ética são os principais elementos de uma empresa que tem constantemente expandindo ao longo dos anos e está constantemente aumentando sua linha de produtos e serviços

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anovo Technology Group tem fornecido soluções completas para a indústria de processamento de ovos por mais de 60 anos. As origens remetem aos anos 60 com a criação da Sanovo Engineering em Odense,

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Dinamarca. Com as adições da RAME­ HART e STAALKAT, o nome e conceito por trás da Sanovo Technology Group foi oficialemnte introduzido em 2009. Nos anos recentes, o grupo pode contar com uma nova matriz em

Odense, e novas filiais espalhadas por todo o mundo, da Itália a China e da Malásia até o Brasil, a mais nova filial dessa empresa global. Atualmente, Sanovo Technology Group é uma empresa líder de sucesso, especializada em várias áreas,


tais como processamento, classificação e embalagem de ovos, equipamentos para a indústria de vacinas, enzimas para melhorias das propriedades funcionais dos ovoprodutos, processamento em pó e mais recentemente, a tecnologia de vacinação in-ovo e secagem de fontes proteicas de valor agregado. A empresa possui departamentos com engenharia de ponta na Dinamarca, Itália e Holanda. Quebradora de ovos, carregamento, secadores e automação robotizada é gerenciado pela Dinamarca; Pasteurização e automação & robôs na Itália; e classificadoras e empacotadoras na Holanda. Novos produtos e inovações são continuamente implementadas e testadas para proporcionar a mais avançada tecnologia aos clientes. Ainda assim, todo equipamento é projetado e produzido tendo em mente o quão valiosos são os ovos para os clientes.

A jornada dos ovos Ovos à mesa Da granja de ovos à mesa dos consumidores: a jornada dos ovos não é fácil. Primeiro, todos os ovos são coletados nos galinheiros antes

de serem acumulados e embalados em uma Farmpacker para fins de transporte. Quando chegam à estação de classificação e embalagem, as bandejas geralmente são movidas e esvaziadas por um braço robótico, como o despaletizador SANOVO, e eles seguem sua jornada em uma máquina de classificação de ovos, que não apenas os classifica, mas também identifica sujeira, vazamentos, rachaduras e sangue. O equipamento usado para classificar os ovos precisa ser não apenas de alta capacidade e fazer um trabalho eficiente, mas também ter tecnologia e confiabilidade, ter sistemas sofisticados e um bom software integrado para controlar os ovos classificados e embalados dentro de uma ampla variedade de materiais de embalagem. A SANOVO OPTIGRADER é a linha de classificadoras de ovos que incorpora uma longa lista de novos desenvolvimentos tecnológicos, bem como melhorias nas técnicas existentes. Nesse caso, desde a alimentação até o posicionamento de cada ovo na caixa, cada etapa do processo de classificação foi avaliada e aprimorada ou totalmente reprojetada para criar uma classifica-

Novos produtos e inovações são continuamente implementadas e testadas para proporcionar a mais avançada tecnologia aos clientes. Ainda assim, todo equipamento é projetado e produzido tendo em mente o quão valiosos são os ovos para os clientes Revista do Ovo

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Empresas

dora mais eficiente. A linha OPTIGRADER inclui classificadores para 400 a 700 caixas / hora (252.000 ovos / hora). Isso representa uma significativa capacidade de classificação e mais eficiência. Para garantir que todos os ovos sejam tratados da forma mais delicada possível, a SANOVO OPTIGRADER foi projetada para reduzir o estresse colocado sobre os ovos. A velocidade da corrente / esteira principal foi reduzida, alcançando assim uma maior eficiência de classificação. A OPTIGRADER foi desenvolvida e projetada para facilitar a limpeza, economizando tempo e reduzindo o consumo de água. A máquina usa menos peças/ componentes e, em caso de avaria, a maioria dos componentes vitais podem ser substituídos de forma rápida e fácil. Depois de passar pelo processo de classificação, outros dois braços robóticos são úteis: o empacotador de caixas, que embala as caixas de ovos em caixas de papelão, e o paletizador para as caixas de papelão em pallets, deixando tudo pronto para ser entregue no próximo destino. Ovo Líquido A jornada se torna completamente diferente se os ovos são destinados a se tornar um produto lí-

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Os pasteurizadores SANOVO podem ser equipados com três diferentes tipos de seção de aquecimento: placas, tubular ou uma combinação de ambos. Todas as seções são adequadas a todos tipos de ovoprodutos mas a escolha correta depende dos parâmetros e tipo de produto final desejado

quido. Os ovos, nesse caso, chegam a uma unidade de processamento, onde serão carregados em uma quebradora SANOVO, uma máquina altamente especializada que lava, quebra, drena e separa a gema e clara dos ovos, incorporando as últimas e mais avançadas tecnologias. Cada gota de ovo líquido tem grande valor para a fábrica de processamento sendo assim, equipamentos de ponta são requiridos nessa parte do processo para se garantir a máxima eficiência. Como dito anteriormente, o ato de quebrar e separar torna os ovos em um negócio altamente rentável. Uma vez na forma líquida, é possivel seguir com a pasteurização visando a segurança e extensão da validade do produto. Ainda é possível transformer o produto final em pó, através de um secador, ampliando as possibilidadades de destino do produto final. Os pasteurizadores SANOVO podem ser equipados com três diferentes tipos de seção de aquecimento: placas, tubular ou uma combinação de ambos. Todas as seções são adequadas a todos tipos de ovoprodutos mas a escolha correta depende dos parâmetros e tipo de produto final desejado. As principais diferenças entre aquecedores tubulares e a placas são o espaço requerido, tempo de residencia, perdas de cargas, possibilidade de inspeção, custos de manutenção e procedimentos de limpeza. A seção de aquecimento é o coração de um Sistema de pasteurização – garantindo uma aquecimento estável e uniforme ao produto. Todos pasteurizadores são equipados com um painel de controle o qual possibilita uma operação e controle autómatico dos principais parametros tais como: temperaturas, pressão e vazões. Um sistema SCADA pode ser instalado, possibilitando um acesso remote para controle e operação do equipamento. Uma clara límpida assim como gema com alto teor de sólidos estão se tornando ingredientes básicos para aqueles que desejam fornecer

produtos alimentícios sofisticados e de alta qualidade. Os ovoprodutos líquidos também podem ser transformados em pó através de um secador, aumentando seu prazo de validade e reduzindo custos de armazemagem e transporte. Produtos em pó especiais também podem ser feitos como: gema em pó com maior resistência ao calor ou clara em pó isolada. Para essa etapa de secagem, a SANOVO oferece um secador do tipo spray dryer, o qual produz produtos em pó de alta qualidade com o menor consumo energético. Essa tecnologia tem como principais características: isolamento térmico otimizado, projeto higiênico (Padrão alimentício), operação simples, e longo tempo de operação entre as limpezas periódicas. Esse secador está disponível em diferentes tamanhos e, como único fornecedor europeu de secadores horizontais (tipo caixa), nós atendemos todos os padrões da indústrias tais como: CE, ATEX, EN. As demandas e concorrência no mercardo de ovos estão direcionando a indústria a um ambiente muito mais complexo referente aos processos e embalagens. A SANOVO sempre tem como objetivo engajar seus clientes em uma mentalidade pró ativa visando o desenvolvimento de soluções que vão ao encontro das demandas da indústria brasileira de ovos. A SANOVO foi a primeira empresa a implementar os sistemas de empacotamento atráves de braços robotizados com nossa Case packer CP160, ao mesmo tempo que temos em teste, alguns protótipos nos Estados Unidos para detecção de trincas. Além disso, a empresa está gerando avanços no campo da descontaminação com a introdução da SANOVO Biosecurity, e está continuamente aumentando seu leque de produtos através de parcerias com a Ovotrack (rastreabilidade) e Giordano Poultry Plast (bandejas). Enquanto a concorrência permanece reativa as demandas do mercado, a SANOVO se orgulha de ser uma empresa líder em tecnologia. Revista do Ovo

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Empresas

Hendrix Genetics celebra 15 anos no Brasil Muitas empresas contribuíram para a formação da Hendrix Genetics ao longo dos anos e suas raízes se estenderam por todas as partes do mundo

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Hendrix Genetics é uma empresa de genética multiespécie, líder em seleção e distribuição de galinhas poedeiras. Estamos celebrando 15 anos de operação no Brasil de onde atendemos toda a América do Sul, bem como outras regiões do mundo quando há necessidades especificas. Como muitas histórias, o início da trajetória dessa empresa de origem holandesa remonta de épocas ainda mais antigas quando observamos que linhagens que constituem o portfólio tiveram origem nos idos de 1900. A partir de 1920 a família holandesa Hendrix dava início as suas atividades empresariais e nos anos 50 se especializou na produção avícola. Com o passar dos anos, o pequeno empreendimento familiar incorporou outras espécies animais se tornou um líder mundial em melhoramento genético por seleção natural. Muitas empresas contribuíram para a formação da Hendrix Genetics ao longo dos anos e suas raízes se estenderam por toda a parte do mundo. No entanto, o marco de consolidação para o surgimento das operações da Hendrix Gene-

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tics no Brasil ocorreu no ano de 2005, com a incorporação dos ativos da empresa francesa ISA (Institut de Sélection Animale), a qual já possuía operação no Brasil, na cidade de Salto, interior do estado de São Paulo. A aquisição da ISA e estruturação da base da empresa holandesa no Brasil em 2005, dá início ao incremento e fortalecimento da distribuição de matrizes das linhagens de poedeiras da Hendrix em toda a América do Sul. A empresa passou a operar sob o nome Hendrix Genetics Ltda. Ao longo dos 10 anos seguintes, a empresa seguiu com a introdução de seu portifólio de linhagens de postura, através de distribuidores independentes sediados no Brasil. Como resultado, as marcas Hisex, Dekalb, Bovans e Isa Brown foram alcançando cada vez mais participação no mercado nacional de postura, o qual, simultaneamente vinha exigindo cada vez mais alta produtividades e resultados zootécnicos competitivos das empresas genéticas. A Hendrix Genetics possui uma energia única, proveniente da força de

suas equipes. Os colaboradores são pessoas dedicadas, leais, respeitosos, abertos e orientados a trabalhar para seus clientes. A empresa tem a capacidade de manter e renovar equipes, com pessoas capazes de fazer frente a desafios em todos os níveis. A história da empresa no Brasil tem sido construída com esse espírito de união, humildade e dedicação, o que consequentemente tem trazido resultados sólidos para a corporação e contribuições para a avicultura de postura no país. A empresa segue superando seus desafios. A partir de 2014 alguns projetos especiais foram desenhados e implementados no Brasil, como veremos nos itens a seguir. Entre 2014 e 2019 houve um incremento na biosseguridade e consequente prevenção de risco de desabastecimento de ovos na América do Sul: investimentos superiores a US$ 5milhões em nova Granja Avozeira Domélia e automação da Granja Avozeira Xaréu, ambas certificadas pelo MAPA como compartimentos contra Gripe Aviária e Doença de Newcastle.

Equipe produçao Birigui Revista do Ovo


Imagem aérea da Granja Domelia

Na Hendrix, o enorme potencial de suas linhagens genéticas é um diferencial que se deve ao trabalho de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) que já foi e continua sendo feito pelo time de geneticistas; dada a importância estratégica do Brasil, a equipe de geneticistas conta com profissionais brasileiros para acelerar o melhoramento das linhagens em relação as nossas necessidades regionais A partir de 2016, iniciou-se uma nova frente de expansão, assumindo-se os canais de distribuição no Brasil de suas linhagens Dekalb e Hisex. Essa estratégia trouxe consigo um novo tônus ao mercado e maior proximidade entre produtor e a casa genética. Além do fornecimento direto ao produtor brasileiro a empresa também estabeleceu uma relação mais conjunta com a Mercoaves, empresa inde-

Incubatório Birigui

pendente distribuidora das linhagens Bovans e Isa. A Hendrix pratica sua gestão pautada no comprometimento com as políticas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente por meio de aprimoramento de seus processos e produtos, para melhoria contínua da qualidade ambiental e minimização dos impactos ambientais associados a produção da empresa. A empresa entende a sua responsabilidade em trabalhar de forma preventiva e sustentável, cuidando do hoje para as gerações futuras. Essa responsabilidade é estampada no slogan institucional da Hendrix mundial “Better Breeding Today. Brighter Life Tomorrow” (Melhor reprodução animal hoje. Melhor vida amanhã). Em 2018 a Hendrix Genetics global foi escolhida pela Fundação Bill & Me-

linda Gates para fomento de avicultura junto a populações carentes da África; dada os padrões de biosseguridade a sede brasileira é a que mantem os plantéis avozeiros destinados a este importante projeto para pequenos agricultores africanos. Seguindo a incorporação da francesa SASSO em 2016, no ano de 2019 a brasileira Hendrix Genetics Ltda passou a dar apoio a essa parceria, cujo Distribuidor brasileiro é e continua sendo a tradicional empresa gaúcha, a Gramado Avicultura. Para atender a atual demanda no Brasil, a empresa conta com um time de mais de 400 colaboradores que trabalham diretamente em suas unidades de produção e administrativa, bem como com centenas de outras pessoas vinculadas a distribuidores autônomos, incubatorios, empresas de transporte e outras Sempre entendendo seu papel na sociedade, a empresa apoia projetos sociais locais que visam melhorar a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade. Além de manter parceria com instituições de ensino e pesquisa, para fomentar a produção, pesquisa e desenvolvimento de conhecimento junto as instituições acadêmicas; com o advento da pandemia da Covid19, tais iniciativas foram aumentadas, interna e externamente. Desde 2014 a empresa tem trabalhado paralelamente ao segmento de poedeiras comerciais, com o desenvolvimento de negócios de outras espécies para serem implantadas no Brasil. Um novo capítulo de uma história que começou há 15 anos atrás, mas que está longe de terminar. Revista do Ovo

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Informativo Técnico-Comercial

Dieta triturada para aves: conheça os benefícios da ® linha QUALIFEED A ração triturada uniformiza o tamanho das partículas de alimento, evitando que as aves selecionem ingredientes

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avicultura brasileira é um exemplo de atividade produtiva de sucesso, sendo o setor que mais se destaca entre as cadeias de produção animal. Para alcançar os índices zootécnicos de excelência, entregar produtos com a qualidade esperada pelo mercado e gerar a máxima rentabilidade ao produtor, a dieta triturada para aves é uma das estratégias nutricionais que têm impacto significativo sobre o consumo de ração e o desempenho das aves. Visto que a alimentação representa em torno de 70% do custo de produção da atividade — principalmente porque as matérias-primas utilizadas na criação tecnificada das aves também são utilizadas para o consumo humano —, o avicultor não pode descuidar do manejo nutricional dos animais. Pensando na importância do tema para quem atua na área, preparamos este artigo sobre os principais benefícios da dieta peletizada e triturada para aves. Aproveitamos também para explicar como a linha QualiFEED® da Vaccinar pode ajudar você a conquistar melhores resultados na granja. Continue conosco!

Os benefícios da ração peletizada e triturada As aves de criação modernas são altamente eficientes na produção, possuindo um material genético que melhora os índices de produtividade, sanidade, ambiência e nutrição, proporcionando melhor desempenho zootécnico na criação.

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Assim, as rações fornecidas às aves buscam suprir os nutrientes e a energia de que elas necessitam para a sua mantença e máximo desempenho zootécnico. Por esse motivo, a ração deve conter todos os nutrientes necessários, de forma balanceada conforme a idade das aves e a finalidade da criação. Com isso, busca-se proporcionar: • ganho de peso adequado; • lotes uniformes; • melhor conversão alimentar; • menor mortalidade; • melhor rendimento de carcaça (nas produções de frango de corte); • maior retorno financeiro. A forma física impacta de forma significativa o consumo de ração e, consequentemente, o desempenho das aves. A ração triturada uniformiza o tamanho das partículas de alimento, evitando que as aves selecionem ingredientes — o que é comum com as rações fareladas. Com isso, é há a redução do desperdício. Além disso, o tamanho das partículas do alimento e sua forma física também influenciam a velocidade da digestão no trato gastrintestinal das aves. Nesse caso, as partículas maiores são digeridas mais lentamente do que as menores, o que estimula o desenvolvimento e o peristaltismo intestinal — sendo, portanto, ideal para a fase inicial das aves. Diversos estudos que avaliaram a influência da forma física da ração, tanto no desempenho dos animais quanto no aproveitamento dos nutrientes e no de-

senvolvimento do seu trato gastrointestinal, comprovaram os resultados superiores das rações triturada e peletizada nas fases pré-iniciais. As aves alimentadas com ração farelada têm menor consumo de ração, de acordo com as pesquisas. Ou seja, a dieta peletizada e posteriormente triturada proporciona melhor ganho de peso e melhor conversão alimentar. Isso porque as partículas exigem menor esforço físico dos animais para consumirem a ração, o que ocasiona menor gasto energético e, consequentemente, resulta em maior disponibilidade de energia, que será utilizada para a produção.

Os cuidados da Vaccinar na seleção dos grãos Quando se fala em fabricação de ração, a qualidade dos grãos utilizados na mistura é o primeiro e o mais importante item para obter-se um produto que garantirá o melhor desempenho das aves. Para alcançar esse nível de excelência, é preciso conhecer muito bem os ingredientes. A linha QualiFEED® da Vaccinar abrange rações especiais desenvolvidas para atender às necessidades nutricionais das aves em diferentes fases e sistemas de criação, buscando o aumento da taxa de ganho de peso e a melhoria da eficiência alimentar. Para tanto, são produzidas com grãos selecionados: ingredientes de alta qualidade e alta digestibilidade inspecionados e analisados de forma a assegurar a qualidade da ração.


Ainda, a linha QualiFEED® HD é processada com aditivos para a proteção contra micotoxinas e com a adição de enzimas digestivas que promovem melhor aproveitamento dos ingredientes da ração e maior absorção dos nutrientes no trato digestivo das aves. Além disso, as rações trituradas apresentam granulometria ideal para a fase em que será fornecida.

Os tipos de dietas trituradas QualiFEED® As demandas nutricionais das aves variam de acordo com a linhagem, a idade, o sexo, o estado sanitário e nutricional, a fase produtiva e, também, com a finalidade econômica. A Vaccinar Nutrição Animal, por meio da nutrição de precisão, elabora rações tanto para a criação de frango de corte quanto para a criação de galinhas poedeiras e matrizes, nas suas respectivas categorias produtivas. Veja só. QualiFEED® HD Matrizes Recomendada para os primeiros 28 dias de vida da ave. Segue o conceito HD (High Definition) e inclui nutrição de precisão para matrizes pesadas, visando desenvolvimento adequado, uniformidade e viabilidade na fase inicial, além de alto desempenho e longevidade na fase produtiva de machos e fêmeas. QualiFEED® Inicial Poedeiras Recomendada para pintainhas dos 7 aos 28 dias de idade. Tem o objetivo de minimizar os efeitos negativos da

debicagem sobre o desempenho e o bem-estar das aves. QualiFEED® Pré-inicial Aves de Corte Indicada para a fase pré-inicial das aves de corte. Tem como objetivo a menor mortalidade, o maior ganho de peso aos 7 dias e o melhor desenvolvimento do trato gastrointestinal. QualiFEED® Pré-inicial Matrizes e Poedeiras Recomendada para pintainhas que serão matrizes e poedeiras. Proporciona o ganho de peso adequado aos 7 e 14 dias e é ideal para promover a uniformidade do lote pós-alojamento. QualiFEED® Pottent Galo Destinada a galos reprodutores a partir da 29ª semana de idade para promover a melhor uniformidade, o controle de peso corporal, o desenvolvimento adequado do sistema reprodutor e a melhoria da fertilidade (alcançada precocemente), o que resulta em maior número de pintos por matriz alojada. A escolha da linha QualiFEED® Como você bem sabe, é por meio da alimentação que os animais adquirem todos os nutrientes necessários para a realização de suas funções vitais e produtivas. Para as aves comerciais, é preciso fornecer uma dieta balanceada que permita que elas expressem o seu potencial genético na produção a que são destinadas. A trituração dos pellets é um processo que melhora a fluidez e o valor nutricional das rações, visto que as

aves preferem grãos maiores em detrimento dos farelos comumente usados pelos produtores. A forma física dos grãos influencia principalmente o sucesso nos primeiros dias de vida, fase crítica para a avicultura, em que se objetiva o máximo crescimento da ave e o bom desenvolvimento do seu sistema digestivo. Além disso, o aumento do consumo, do ganho de peso e da eficiência alimentar confere mais vantagens econômicas ao produtor. Entretanto, para obter êxito na atividade, as rações oferecidas às aves devem ter qualidade certificada, visto que a sua importância impacta todo o sistema produtivo. A Vaccinar Nutrição Animal é uma das líderes do segmento de nutrição e saúde animal no país, conhece as dificuldades e os desafios da avicultura nacional e desenvolve soluções seguras e eficazes aos produtores, como a dieta triturada para aves. Por meio da proximidade com os avicultores e o investimento em tecnologias de ponta, busca fornecer alimentos de excelência que promovem o sucesso do negócio. Gostaria de saber mais informações a respeito dos nossos produtos? Então, entre em contato conosco e converse com um de nossos especialistas em nutrição de aves! Este conteúdo foi elaborado com a colaboração de Jacqueline Moura, especialista em Nutrição de Aves no Departamento de Nutrição e Tecnologia da Vaccinar. Revista do Ovo

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Ciência e Pesquisa

Contaminação em ovos de poedeiras O ovo apresenta naturalmente barreiras físicas e químicas de proteção contra contaminação de microrganismos patógenos Autores: Carolina Fourgiotis Rodrigues1, Dora Ines Kozusny-Andreani², Vando Edésio Soares3, Sarah Sgavioli*3, Danila Fernanda Rodrigues Frias2, Cássia Maria Barroso Orlandi3 (1) Docente do Curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Unifacimed; (2) Docente do Programa de Pós graduação em Ciências Ambientais – Universidade Brasil; (3) Docente do Programa de Pós graduação em Produção Animal – Universidade Brasil; *autor correspondente: sarahsgavioli@yahoo.com.br

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ovo é um alimento perecível e frágil, assim sofre facilmente contaminação bacteriana, o que prejudica a sua qualidade. A casca do ovo é a primeira e mais importante barreira contra a invasão de microrganismos. Além da cloaca, a contaminação deste alimento logo após a postura pode ocorrer pela terra, poeira e excretas. Portanto, a qualidade da casca é um fator de suma importância em relação a contaminação interna dela, pois há relação direta com a presença de microrganismos no ambiente. O ovo apresenta naturalmente barreiras físicas e químicas de proteção contra contaminação de microrganismos patógenos, tais como a casca, membranas e componentes antimicrobianos (lisozima, avidina, proteína ovoinibidor, ovoflavoproteína e ovotransferrina), além do pH que pode atingir valores em torno de 9,0, conferindo ao albúmen um ambiente desfavorável para a maioria dos microrganismos. O tamanho e o peso do ovo aumentam com a idade das aves, porém, o peso da casca não aumenta

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na mesma proporção. Então, na medida que a ave envelhece, a estrutura da casca sofre modificações que demonstram queda na qualidade. Para tanto, utiliza-se métodos como medir peso, espessura, resistência e a relação entre peso da casca e peso do ovo, sendo essas medidas servidas para descarte das aves velhas. Com o aumento na produção e consumo de ovos, as toxinfecções alimentares vem se destacando no cenário de saúde pública devido a ocorrência de doenças gastrointestinais. Na avicultura, algumas destas enfermidades estão associadas ao consumo de ovos contaminados com sorotipos paratifóides de Salmonella. São conhecidos mais de 2.600 sorotipos de Salmonella, dentre estes, quatro são considerados principais em infectar aves: S. pullorum, S. gallinarum (importância para sanidade animal), S. enteritidis e S. typhimurium (importância para saúde pública). Nos Estados Unidos, estima-se a ocorrência anual de 142.000 casos de salmoneloses devido ao consumo de ovos contaminados, o que

representa um importante problema de saúde pública. Recomendam-se ações de educação em saúde, destacando os hábitos de higiene pessoal, principalmente a lavagem correta das mãos entre as pessoas que manipulam alimentos, observando cuidados na preparação, manipulação, armazenamento e distribuição de alimentos. Além da Salmonella, as bactérias da família Enterobacteriaceae são utilizadas frequentemente como indicadores de condições sanitárias em indústrias de alimentos. Essas bactérias são amplamente distribuídas na natureza e no trato gastrointestinal de seres humanos e animais. Elas pertencem ao grupo dos coliformes totais e são representadas por gêneros como: Enterobacter, Klebsiella, Serratia, Hafnia e Citrobacter.

Samonella spp. A bactéria Salmonella spp. é um dos principais patógenos envolvidos em casos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), entre os principais veículos desse patógeno estão os ovos crus ou mal cozi-


dos. A contaminação dos ovos, tanto na casca como no conteúdo interno, é o principal fator de qualidade, que deve ser rigorosamente inspecionado na tentativa de garantir segurança ao consumidor, considerando relatos sobre a alta incidência de salmonelose e contaminação de ovos no mercado por Salmonella. Salmonella pullorum e gallinarum são sorotipos com grande relevância por serem os principais responsáveis por causar doenças em aves. Já os sorotipos Salmonella enteriritis e typhimurium podem estar presentes nas aves, no entanto, não causam doenças nesses animais, mas as aves podem ser hospedeiras e causarem graves problemas aos seres humanos, mediante a ingestão de ovos contaminados por estes microrganismos. A transmissão se dá, pois, o nicho da Salmonella é o trato gastrointestinal das aves e durante a postura pode haver a contaminação da casca dos ovos, portanto, a qualidade da casca dos ovos e a forma de armazenamento deste produto são extremamente importantes para que não ocorra a contaminação. O hábito alimentar é o principal fator que causa a salmonelose, ou seja, o preparo inadequado e o consumo do ovo cru ou mal cozido, principalmente em pratos que

são à base de ovos sem cozimento. A persistência de Salmonella na casca do ovo pode chegar a 21 dias, tanto para os armazenados em temperatura ambiente, quanto para os mantidos sob refrigeração. Após esse período, a bactéria é aspirada para o interior do ovo, devido a diferença de pressão que é regulada por meio dos poros da casca, esse processo é influenciado pelo envelhecimento do ovo e o aumento da câmara de ar.

Coliformes As bactérias do grupo coliformes são divididas em coliformes totais e termotolerantes, onde os coliformes totais são bastonetes Gram negativos não esporogênicos, aeróbios ou anaeróbios facultativos e são capazes de fermentar a lactose com produção de gás em 24 a 48 horas com temperatura de 35°C, já os coliformes termotolerantes fermentam lactose com produção de gás em 24 horas com temperatura de 44,5 a 45,5°C. Os coliformes termotolerantes são um grupo que inclui quatro gêneros sendo Escherichia, Enterobacter, Citrobacter e Klebisiella. Dos quatro, a E. coli é de indicação de origem fecal, sendo a bactéria mais representativa dentro deste grupo. Soares e Mesa (2009) apontaram em uma pesquisa que a E. coli representa 95% das bactérias que compõem o grupo

As características de qualidade dos ovos, tanto interna quanto externa, são de suma importância para evitar possíveis infecções de ordem pública. Todas as etapas no processamento dos ovos são indispensáveis para manter uma boa qualidade do produto final Revista do Ovo

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Ciência e Pesquisa dos coliformes fecais, sendo a mais conhecida e a de mais fácil identificação. A presença de coliformes nos alimentos é de grande importância para a indicação de contaminação durante o processo de fabricação ou mesmo pós-processamento dos alimentos. O índice de coliformes totais é um meio de avaliar as condições higiênicas e o índice de coliformes termotolerantes é um indicador de contaminação fecal, e serve também, para avaliar as condições higiênico-sanitárias precárias, sendo que a população deste grupo é constituída em sua maioria por Escherichia coli. Essa contaminação pode ocorrer de modo direto e indireto. O primeiro ocorre durante o processamento do alimento e devido à falta de higiene pessoal dos manipuladores, no caso de ovos, o manejo incorreto em relação a coleta de ovos diariamente ou na preparação de algum prato que inclui este alimento cru, já a indireta pode ocorrer por meio da água contaminada. A E. coli é uma espécie comensal que predomina na microbiota anaeróbica facultativa do aparelho gastrointestinal de humanos e de animais de sangue quente. As cepas da E. coli produzem gastroenterites em crianças, adultos e animais e são denominadas de enteropatogênicas, onde se manifestam clinicamente e epidemiologicamente de forma diferente em seus hospedeiros, baseado nos fatores de virulência da bactéria. Essa bactéria é oportunista e frequentemente isolada no aparelho reprodutor das aves e causam infecções bacterianas, as quais comprometem o aparelho reprodutivo produzindo deformações no oviduto e como consequência, alteram a apresentação da casca do ovo. Em alguns trabalhos que estudaram a contaminação da casca de ovos vendidos em feiras livre, a E. coli foi isolada em todos os ovos, independente da procedência, ou seja, de um modo geral, os ovos

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examinados apresentaram contaminação por coliformes (BARBOSA et al., 2012).

Controle de contaminação As características de qualidade dos ovos, tanto interna quanto externa, são de suma importância para evitar possíveis infecções de ordem pública. Todas as etapas no processamento dos ovos, desde a colheita na granja, transporte, desinfecção, seleção, embalagem e armazenamento são indispensáveis para manter uma boa qualidade do produto final. O crescimento de Salmonella spp. em ovos pós postura, depende da temperatura de armazenamento, que é considerado um fator extrínseco na prevenção do crescimento deste microrganismo. Dentre as medidas de controle que visam a eliminação do patógeno presente na casca do ovo, o rápido resfriamento e o armazenamento sob refrigeração se destacam. Já como prevenção devemos estimular a disseminação de medidas educativas que informem aos consumidores como armazenar e consumir o ovo. Com relação aos consumidores a recomendação é de não lavar os ovos, pois a água pode penetrar através dos poros da casca e levar contaminantes, no entanto, se este procedimento for extremamente necessário o ideal é que seja só no momento do consumo, pois, não é recomendado lavar e armazenar os ovos na geladeira. Em criações intensivas e industrializadas, no processo de limpeza em ovos sujos é permitido a lavagem, sanitização e secagem dos ovos. Um dos sanitizantes permitido é o cloro, em níveis menores que 50ppm e compostos à base de iodo. A lavagem em ovos melhora a aparência para a comercialização e aceitação do produto pelos consumidores, além da desinfecção do mesmo. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento preconiza


normativas para o controle de contaminação em ovos, por meio da IN nº 20 de 2016 que envolve o controle e o monitoramento de Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de galinhas, pela IN nº 56 de 2007 que estabelece procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas comerciais, pela IN nº 78 de 2003 que rege sobre vacinas em plantéis de reprodução, a IN nº 41 de 2017 que veio para atualizar e revogar alguns artigos da IN nº 78 e também estabelece padrões vacinais com cuidados nos procedimentos para que não interfira no monitoramento de Salmonella em matrizes.

Saúde pública Apesar da grande relevância do assunto algumas pesquisas e reportagens apontam que milhões de casos são registrados mundialmente relacionados a surtos ocasionados por salmoneloses e para cada caso notificado, estima-se que 30 não são notificados. A resolução N0 331 de 2019, estabelecida pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária determina a ausência de qualquer Salmonella spp. em 25 gramas da amostra analisada. Kottwitz et al. (2008) realizaram um estudo no estado do Paraná, durante de janeiro de 1999 a dezembro de 2006, avaliando a incidência de Salmonella e constataram que 45% dos surtos de salmonelose ocorridos durante o período do estudo, foram causados por alimentos elaborados a base de ovos. Em outro estudo Kottwitz et al. (2010) relataram que 23% das granjas estudadas apresentaram o isolamento da Salmonella nas galinhas, no entanto, a mesma não foi detectada nas amostras de ovos analisadas. Na análise microbiológica realizada por Campello (2012), na cidade de Jaboticabal/SP, avaliou-se a presença de Salmonella em ovos brancos comercializados em supermercados, proveniente de quatro fornecedores. Nesse estudo foram utilizadas 340 amostras e foi observado um percentual de 1,47% de amostras contaminadas.

Em estudo desenvolvido com ovos de feiras livres em Rondônia foi possível detectar Salmonella em todos os ovos, com 55% dos ovos contaminados quanto a presença da bactéria na casca e 20% dos ovos com presença da bactéria na gema. É notória a necessidade de sensibilização da população e órgãos de saúde pública e animal para o estabelecimento de medidas de controle quanto à qualidade microbiológica durante a venda deste produto em feiras livre

Considerações finais A prevenção de toxinfecções causadas pelo consumo de ovos contaminados é de responsabilidade de toda a cadeia de produção e até mesmo, da comercialização. A conscientização de todos os manipuladores deve ser levada em consideração implantando programas de controle desse patógeno para assim, minimizar os riscos de contaminação. A lista de referências pode ser solicitada ao autor correspondente Revista do Ovo

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Empresas

Revolução digital moderniza o processo de vacinação de aves Especialista da Phibro Saúde Animal explica o conceito 4.0, que está em todos os debates sobre a produção animal no Brasil

S

ensores, ferramentas computacionais avançadas e técnicas estatísticas modernas para coleta massiva de dados e em tempo real, além do uso de inteligência artificial para interpretar e gerar resultados a partir de padrões não captados pelo cérebro humano. Este é o futuro da produção animal brasileira. E o futuro já chegou. A Produção Animal 4.0 já é uma realidade no país e tem sido uma importante aliada para a lucratividade dos produtores, bem como para a garantia do bem-estar animal, aumento da produtividade e confiabilidade dos dados. "A expressão Pecuária 4.0 uma analogia à Indústria 4.0, que, por sua vez, faz referência à 4ª Revolução Industrial. Esta revolução digital iniciou-se na virada do século XXI e tem auxiliado no resultado produtivo da produção animal, mesmo sem ser amplamente conhecida ou entendida pelo público", afirma o Zootecnista Eric Culhari, mestre em bioclimatologia e bem-estar animal e especialista pHi-Tech da Phibro Saúde Animal. A Phibro explora o conceito de internet das coisas (ou IoT, na sigla da versão em inglês Internet of Things) para produzir tecnologias disruptivas que se enquadrem na constante e ágil evolução digital da produção animal. Um exemplo é o pHi-Tech, inovador sistema de gerenciamento de vacinação de aves de ciclo longo. A ferramenta conta com três componentes: equipamento de injeção, aplicativo para celular e modo analítico para web.

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"O sistema, totalmente ligado ao objetivo da avicultura de precisão, permite que tenhamos uma visão ampla de todo o processo de vacinação das aves, bem como uma aplicação precisa, promovendo correções em tempo real e gerenciando os dados de todo o processo, com visibilidade de todas as informações da granja", explica Culhari. "Isso ajuda a ser mais eficaz na prevenção de doenças com alto potencial para impactar a produção de carne e de ovos, tão importante para o país."

Evolução e revolução da produção animal Ainda que a expressão "Pecuária 4.0" esteja ligada à mais recente evolução da indústria, o zootecnista da Phibro explica que o desenvolvimento da produção animal é muito anterior à 1ª Revolução, iniciada na Inglaterra na década de 1760, com o surgimento das máquinas a vapor. A "1ª Revolução da Produção Animal" ocorreu há mais de 500.000 anos, quando arqueólogos acreditam que o homem passou a domesticar os primeiros animais, dando início à atividade pecuária. "A domesticação possibilitou que a energia da caça fosse redirecionada para outros fins. A partir disso, a 2ª Revolução – iniciada após a Segunda Guerra Mundial – estabeleceu o método científico para o incremento da produção. Com isso, houve alterações na sociedade e o êxodo rural aumentou a população urbana, alterando a dinâmica alimentícia e de criação de animais. Afinal, se antes as pessoas produziam para subsistência, agora grande parcela ne-

cessita adquirir proteínas para de alimentar", diz Culhari. Todos esses desafios culminaram, na segunda metade do século passado, na 3ª Revolução Industrial, quando computadores e outros eletrônicos chegaram para substituir meios analógicos para gerar, armazenar e analisar dados. Na produção animal, especialmente de aves, não foi muito diferente. A informática passou a ser determinante para a alta performance de propriedades modernas, que buscam a produção de alimentos com sustentabilidade para um mundo em constante expansão. "Com o avanço da eletrônica e da capacidade computacional, dados antes registrados e armazenados fisicamente, em folhas de papel, passaram para planilhas eletrônicas, facilitando a análise e a visualização dos resultados obtidos. Além disso, equipamentos, como alimentadores automáticos, passaram a ser vistos em granjas de suínos e aves, ordenha mecanizada em sistemas de produção leiteira, entre outros equipamentos", detalha o mestre pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). A produção avícola passou por intensa transformação nos últimos anos, o que resulta na modernização dos galpões, por meio da adoção de modernas tecnologias de manejo ambiental e biosseguridade, entre outras. "No entanto, o processo de vacinação injetável sofreu pouca interferência desse processo de modernização. Estamos trabalhando para mudar essa realidade, por meio do sistema pHi-Tech. Com ele, a revolução digital chega às granjas com maior eficácia", ressalta Eric Culhari.


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Produção

Qualidade de casca do ovo A qualidade da casca é fundamental para a garantia da segurança alimentar Autora: Tânia Regina Lima Baratto, Eng. Agronôma e MSc. Zootecnia. Consultora da Ceva Saúde Animal pela IB Agroambiental Consultoria e Assessoria Ltda.

O

ovo é um dos alimentos mais completos nutricionalmente, sendo rico em proteínas, vitaminas e ácidos graxos, além de ser extremamente acessível à grande maioria da população brasileira. A qualidade da casca é fundamental para a garantia da segurança alimentar, e qualquer comprometimento da sua estrutura ou formação podem deixar os ovos mais suscetíveis à contaminações biológicas, aumentando os riscos para o consumidor e também reduz os lucros do produtor. A casca do ovo é uma barreira física que separa o conteúdo do ovo do meio externo, e é formada majoritariamente por cristais de carbonato de cálcio, que representam 94% dos constituintes da casca do ovo. O cálcio necessário para a formação da casca e produção de ovos é provenientes da dieta das aves, mas em algumas situações essa demanda pode ser suprida pela retirada de cálcio dos ossos, que é mobilizado e transportado através do plasma sanguíneo. (Taylor, T.G. 1970; How a eggshell is made. Scientific American 222: 88 – 95 , 1970 ) A casca do ovo das aves é uma es-

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trutura altamente ordenada e mineralizada, e formada de maneira sequencial. Após a ruptura do folículo ovariano, o óvulo percorre o oviduto da ave onde ocorrem a fecundação(no caso de aves reprodutoras) e a deposição do albúmen, mas é no istmo que acontece a formação das membranas interna e externa da casca do ovo, e cada uma delas é composta por uma rede de fibras proteicas (mucopolissacarídeos) que envolvem o albúmen. Na porção distal do istmo, ocorre mineralização do carbonato de cálcio que se dispõe em camadas sobre as membranas da casca. As membranas são pré-requisitos para o processo de mineralização da casca. (Krampitz e Grazer 1988), pois são o local de depósito dos cristais de cálcio formando a camada mamilar que corresponde ao local de remoção de cálcio pelo embrião. Estudos demonstraram que quando ocorrem quebras na casca, geralmente, o inicio acontece na camada mamilar. As membranas da casca são semipermeáveis, e permitem a troca gasosa e de água, agindo como filtro contra a penetração de microrganismos. Os poros são formados quando as colunas de cristais adjacentes não es-

tão reunidas. Estes são essenciais para as trocas de gases entre interior do ovo e o ambiente. No útero, também chamado de glândula da casca, o ovo é banhado por fluido uterino que contém todos os minerais e componentes orgânicos necessários à formação da casca. Para tanto, é necessário que haja suprimento adequado de íons cálcio no útero e presença de íons carbonato suficiente para a formação de carbonato de cálcio (CaCO3). O processo de calcificação da casca é a etapa mais longa do processo de formação do ovo. A mineralização da casca do ovo ocorre no útero e dura aproxidamente 18 horas, terminando com a pigmentação e a produção da cutícula final ocorrem durante os últimos estágios do útero, aproximadamente 1 hora antes da oviposição.

Fatores que determinam a qualidade da casca de ovo A casca de ovo é formada a partir de carbonato de cálcio (CaCO3), contudo, a ave tem uma capacidade limitada de armazenamento de cálcio, principalmente nos ossos medulares e em forma de partículas na moela. Isso


significa que a fonte, a qualidade e o tamanho das partículas de cálcio na dieta desempenham um papel importante na disponibilidade, juntamente com a relação cálcio-fósforo e o metabolismo da vitamina D, elemento-chave na fixação e transporte de cálcio.

Fontes de cálcio A principal fonte de cálcio para ave é o calcário, de rocha sedimentar formada a partir de calcita e aragonita.. O calcário é predominantemente carbonato de cálcio, mas nem todos os calcários são iguais, e a qualidade e pureza podem variar consideravelmente. O calcário dolomítico é uma fonte barata de cálcio, mas deve ser evitado, pois contém altos níveis de magnésio, que podem ligar o cálcio no intestino, tornando-o indisponível para a ave. Considera-se que a principal fonte de cálcio para as rações de aves seja o calcário calcítico. O calcário pode ser considerado calcítico quando possuí em sua composição teores de carbonato superiores a 50% e concentração menor que 3% de magnésio

Tamanho da partícula de cálcio Estudos demonstraram que as características da casca do ovo melhoraram com o aumento do tamanho das partículas de cálcio. Com capacidade de armazena-

mento limitada de cálcio, o tamanho das partículas é de extrema importância, pois partículas com menos de 1 mm de diâmetro podem passar da moela para o duodeno juntamente com o quimo, que é tamponado por sais biliares, aumentando o pH . Quando isso ocorre, não haverá cálcio disponível na partícula. Desta forma, é recomendado uma mistura de partículas de tamanhos diferentes, onde as partículas de diâmetros maiores serão armazenadas na moela e usadas para moer partículas de alimentos mantendo assim o aporte de cálcio ser utilizado para a produção de casca de ovo.

Relação cálcio / fósforo Quando uma poedeira inicia a produção com aproximadamente 18 semanas de idade, ela pesa apenas dois terços do peso corporal esperado para o adulto, de modo que ainda precisa crescer durante o período de postura. No entanto, sabe-se que o excesso de fósforo tem um efeito negativo na qualidade da casca do ovo por se ligar ao cálcio no intestino, tornando-o indisponível. É por isso que a relação cálcio / fósforo na dieta é ajustada durante o ciclo de postura.

Vitamina D A vitamina D, ou colecalciferol, é convertida em 25-hidroxicolecalciferol no fígado antes de ser convertida para 1,25-di-hidroxicolecalciferol nas

Qualquer comprometimento da estrutura da casca ou na formação podem deixar os ovos mais suscetíveis à contaminações biológicas, aumentando os riscos para o consumidor e também reduz os lucros do produtor Revista do Ovo

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Produção mitocôndrias do rim (DeLuca, 2008). Este composto circula no intestino e ossos, e é importante no transporte de cálcio do intestino para os ossos e para o útero. O 25-hidroxicolecalciferol é seletivamente bioativo e promove a captação de íons cálcio no intestino delgado (Phandis & Nemere, 2003). Fatores que determinam a qualidade interna dos ovos

Cor da gema A cor da gema é a característica interna mais observada pelo consumidor, embora seja uma medida subjetiva, variando de amarelo claro a laranja avermelhado. A cor da gema não indica a qualidade nutricional, mas está ligada ao aspecto visual. A cor da gema está intimamente relacionada aos carotenóides presentes na dieta das aves. Estes carotenóides podem ser devido a adição de aditivos corantes ou de alimentos ricos em carotenóides.

Fatores que alteram a qualidade de casca Idade da ave Com o envelhecimento da ave são produzidos folículos maiores (frequência de postura é menor, o óvulo permanece maior tempo no folículo e a deposição de lipideos continua), o que resulta na produção de ovos maiores, com consequente alteração na espessura de casca (pois a quantidade de cálcio para deposição é em torno de 1,6 a 2,4g independente do tamanho do ovo), no número e diâmetro dos poros, nas trocas de gases e vapor de água entre o embrião e o meio ambiente. Uma ave jovem tem uma taxa de retenção de cálcio de aproximadamente 60%, enquanto a ave velha possui a retenção de apenas 40% do cálcio absorvido (BAIÃO; CANÇADO, 1997). Ambiência Quanto mais as aves se afastam da sua zona de conforto térmico, maior é o gasto energético para se ajustar a temperatura ambiente. Temperaturas elevadas reduzem a ingestão de alimentos, resultando em menor peso corporal, produção, tamanho de ovo e qualidade de casca (SOUZA; LIMA,

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2007). Nutrição A qualidade da casca pode ser alterada por fatores nutricionais, uma vez que o cálcio que é utilizado para formar à casca vem exclusivamente da dieta das aves. Pequenas variações no fornecimento de ração podem afetar a produção de ovos. A granulometria do calcário, o uso adequado do balanço eletrolítico nas formulações, minerais orgânicos e formas mais ativas de Vit. D3 são ferramentas nutricionais importantes na manutenção da qualidade de casca. A nutrição deve ser dinâmica , e devemos ajustar além do perfil nutricional das matérias primas, também as necessidades da ave, considerando fatores estruturais, ambientais, oscilações de luminosidade, produtividade, linhagem, digestibilidade do alimento, forma física, granulometria, tempo de consumo, tamanho dos ovos, peso e composição corporal das aves. Sanidade As doenças respiratórias continuam a ser a principal causa de perdas econômicas na indústria avícola mundial, pelo aumento dos índices de mortalidade, custo de medicamentos, índices de condenação, quedas na produção de ovos, perda na qualidade de casca e queda na incubabilidade de ovos férteis. Qualquer tipo de doença que prejudicar os órgãos relacionados à absorção de cálcio e fósforo, compromete a qualidade da casca. Virus com ação mais relevante: 1. Coronavirus  Bronquite Infecciosa 2. Pneumovirus (APV)  Pneumovirose Aviária,TRT 3. Adenovirus (EDS)  Sindrome de Queda de Postura Bronquite Infecciosa O VBI infecta aves comerciais de todas as idades. Imediatamente após ingresso pelas vias respiratórias, o vírus se replica em tecidos respiratórios superiores e traqueia da ave. Na sequência, atinge outros tecidos causando lesões em órgãos dos sistemas reprodutivo e urinário principalmente. Em aves em produção, o tropismo


viral e sua replicação intensa no trato reprodutivo causam lesões em diferentes porções do oviduto com diferentes consequências que afetarão a formação interna e externa do ovo. Poedeiras Infecções nas duas primeiras semanas de vida causam atrofia permanente do oviduto, desta forma estas aves nunca produzirão ovos (falsa poedeiras). Infecções posteriores produzem doença respiratória e renal, com aumento da mortalidade e necessidade de tratamentos com antibióticos. A doença respiratória é pouco descrita em aves na fase de produção. Os principais prejuízos da infecção na fase de produção estão relacionados à qualidade interna e externa do ovo. A infecção aumenta o número de ovos deformados e com casca fina, que quebram na esteira sujando os ovos adjacentes, que consequentmente perdem seu valor comercial. A infecção sistêmica afeta clinicamente e causa uma queda transitória da produção de ovos.

O controle eficaz do vírus BR-I através do uso de vacinas vivas e inativadas contendo a cepa BR-I, trouxe ganhos econômicos que confirmaram que a BIG era a doença de maior impacto econômico da avicultura brasileira. Em 2016 foi registrada e licenciada a primeira vacina viva formulada com vírus BR-I para uso em aves de todas as idades. A vacina Cevac IBras, foi testada em empresas de todos os segmentos da avicultura e seu uso vem aumentando rapidamente devido aos enormes retornos financeiros e outros benefícios indiretos decorrentes do controle eficaz da doença ((Chacón et al., 2020)) EDS Enfermidade infecciosa viral caracterizada por queda de produção na postura, e produção de ovos má qualidade, casca mole e sem casca. O vírus atua no oviduto na região da glândula da casca ou útero. Pneumovírus O pneumovírus aviário (APV) tem

adquirido, ano após ano, papel de destaque entre os patógenos respiratórios, com o agravamento dos quadros respiratórios em reprodutoras, poedeiras comerciais e frangos de corte, além de seu hospedeiro preferencial, os perus. Os dados de experimentos demonstram que o pneumovírus provoca queda de produção e alteração de qualidade de casca. A adoção de programas sanitários completos tem demonstrado que o pneumovírus pode ser considerado como um patógeno primário, agravado com a presença de outros agentes de tropismo respiratório. Em resumo, a qualidade da casca do ovo é parte fundamental para garantia da qualidade nutricional dos ovos e da segurança alimentar para os consumidores. Além disso, agentes fisícos (ambientais), nutricionais ou biológicos (Bronquite infecciosa), podem impactar diretamente a qualidade da casca, e consequentemente a lucratividade das empresas, a credibilidade da marca e a segurança dos consumidores. Revista do Ovo

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Produção

O sistema produtivo pode interferir na qualidade do ovo? As aves poedeiras podem ser criadas em diferentes sistemas produtivos Autora: Paula Gabriela da Silva Pires Médica Veterinária – Doutora em Zootecnia paula.pires@ufrgs.br

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os últimos anos, a produção global de ovos aumentou consideravelmente. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO (2018), a produção total de ovos passou de 61,7 milhões de toneladas em 2008 para 76,7 milhões de toneladas em 2018 - um aumento de 24% em dez anos. Em 2019, a produção brasileira de ovos foi de aproximadamente 49 bilhões de unidades. O consumo per capita no Brasil aumentou de 148 em 2010 para 230

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unidades de ovos em 2019 (ABPA, 2020). Além disso, um aumento no consumo de ovos é esperado como resultado da instabilidade econômica e consequência da pandemia. Atualmente, as aves poedeiras podem ser criadas em diferentes sistemas produtivos. Por exemplo, o sistema tradicional em que as aves são alojadas em baterias de gaiolas, que tem como vantagem a maior produtividade, uma vez que é possível alojar um maior número de aves em um espaço menor. O sistema cage-free, em que as aves são criadas soltas dentro de galpões, mas não têm acesso ao exterior. O sistema caipira, onde todos os critérios do sistema cage-free devem ser atendidos, além dos requisitos determinados pela Norma Técnica da ABNT NBR 16437:2016. O sistema free-range, que deve seguir as exigências do sistema cage- free, porém, as aves devem ter acesso diário a uma área externa, por pelo menos seis horas durante o dia (se as condições climáticas permitirem). E ainda, o sistema orgânico de produção que tem como principal diferença a alimentação fornecida as aves. O sistema de produção orgânico é definido pela lei nº 10.831, de 23/12/2003 (BRASIL,

2003) e segue as instruções IN nº 64, publicada em 18/12/2008 e a IN nº 17 publicada em 18/06/2014 do MAPA (Brasil, 2008, 2014). A busca por alimentos produzidos em sistemas alternativos tem aumentado nos últimos anos, devido principalmente à preocupação dos consumidores com o uso de gaiolas na avicultura de postura convencional (Anderson, 2011). Além da disponibilidade de diferentes tipos de ovos no mercado, outros fatores podem influenciar os consumidores na hora da compra. Por exemplo, o estilo de vida, a região onde vive, a renda e o nível de escolaridade. Outras preocupações dos consumidores no momento da escolha do produto incluem o bem-estar das galinhas poedeiras e o impacto dos diferentes sistemas de produção no meio ambiente. Apesar disso, ainda é comum que uma parcela dos consumidores tenha percepções equivocadas sobre os diferentes sistemas e a qualidade do produto, o ovo. Alguns consumidores acreditam que ovos oriundos de aves criadas ao ar livre, orgânicos ou marrons são mais nutritivos, quando comparados aos ovos brancos oriundos de aves criadas no sistema convencional de gaiolas. Os


consumidores também consideram que ovos especiais (orgânicos e caipiras) e os marrons têm melhor sabor do que os convencionais (aves alojadas em gaiolas) ou ovos brancos, e ainda relacionam a coloração mais acentuada da gema (amarela mais escura) com sabor mais pronunciado (Bertechini, 2017). Contudo, diversas pesquisas já demonstraram que não há diferença nutricional em ovos com diferentes cores de casca ou com a coloração da gema mais acentuada. Para os consumidores ainda é difícil entender as diferenças entre os sistemas produtivos e os impactos nos custos de produção, no bem-estar animal e no meio ambiente. Melchior et al., (2019) realizaram uma pesquisa para avaliar o consumo de ovos produzidos em sistemas alternativos e verificaram que 41% dos participantes da pesquisa consomem ovos caipiras e 30% consomem ovos caipiras e orgânicos. A pesquisa também demonstrou que 30% dos entrevistados estão dispostos a pagar um valor até 5% superior por ovos com diferenciais, e outros 27% pagariam até 10% acima deste valor. Há uma tendência do consumidor em valorizar os alimentos produzidos pelos sistemas orgânicos e caipiras. Além de possibilitar a melhora em fatores ambientais e de bem estar das aves, o desenvolvimento de um sistema sustentável pode contribuir para a melhora na dinâmica social, pois esses sistemas exigem uma

utilização maior de mão-de-obra, sendo uma boa alternativa para a pequena propriedade familiar (Demattê Filho, 2014).

Qualidade dos ovos de acordo com o tipo de sistema produtivo Segundo alguns estudos, o tipo de sistema de criação das aves pode influenciar a quantidade e qualidade dos ovos produzidos (Van Den Brand et al., 2004; Hidalgo, et al., 2008). O peso e os parâmetros relacionados ao tamanho do ovo (área de superfície, diâmetro e altura) podem ser influenciados pelo sistema de produção. Resultados controversos sobre o peso de ovos produzidos nos diferentes sistemas foram encontrados, com vantagens produtivas relatadas para ovos de poedeiras criadas ao ar livre (Tumova & Ebeid, 2005; Pistekova et al., 2006) ou alojadas em gaiolas (Anderson & Adams, 1994; Leyendecker et al., 2001). Acredita-se que o menor peso de ovos de galinhas alojadas em gaiolas convencionais pode estar relacionado a uma maior produção de ovos, como verificado por Michel & Huonnic (2003) e Hulzebosch (2006). Estudos demonstraram que ovos oriundos de poedeiras criadas no sistema orgânico apresentam melhor qualidade interna quando comparados aos produzidos por poedeiras criadas no sistema convencional (Duric-Stojcic et al., 2009). A menor intensi-

O sistema tradicional em que as aves são alojadas em baterias de gaiolas, que tem como vantagem a maior produtividade, uma vez que é possível alojar um maior número de aves em um espaço menor Revista do Ovo

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Produção dade de postura neste sistema, é um dos fatores que podem explicar esta variação. A melhora na qualidade também pode ser explicada pela maior atividade motora exercida pelas poedeiras criadas em sistemas alternativos quando comparada com as aves criadas em gaiolas no sistema convencional (Van Den Brand et al., 2004; Singh et al., 2009). Entretanto, algumas características de qualidade do ovo são superiores em ovos produzidos em gaiolas quando comparados com sistemas alternativos (Englmaierová, 2014), como uma melhor qualidade de casca (Tumova & Ebeid 2005). Além disso, menor espessura da casca foi observada em ovos produzidos ao ar livre quando comparados aos ovos produzidos em gaiolas (Pavlovski et al., 2001). Küçükyýlmaz et al. (2011) verificaram variação nos níveis de minerais entre ovos comerciais e orgânicos, apesar dos níveis semelhantes de ingestão dietética, e concluíram que isto poderia ser explicado pelo fato das aves criadas no sistema orgânico terem sido expostas a condições de

O sistema cagefree, em que as aves são criadas soltas dentro de galpões, mas não têm acesso ao exterior 28

Revista do Ovo

maior estresse ambiental em comparação as criadas em gaiolas convencionais. Assim, as aves no sistema orgânico, supostamente utilizam maiores níveis de fósforo e zinco como nutrientes essenciais para manutenção do sistema imunológico. Além disso, a exigência de fósforo de poedeiras criadas em sistema orgânico pode ser subestimada devido às atividades físicas extras realizadas, devido ao acesso ao ar livre. Ovos produzidos por aves mantidas em sistema aberto apresentam maiores níveis de β-caroteno (Anderson, 2011), alfa-tocoferol, polifenóis e maior teor de carotenóides em comparação aos ovos de aves criadas em gaiolas (Mugnai, 2009). Além disso, aves criadas ao ar livre têm acesso a diferentes alimentos (principalmente forragem), o que pode influenciar na coloração da gema (Holt, 2010). Com relação às propriedades funcionais, ovos orgânicos apresentam maior estabilidade de espuma. Segundo Hidalgo et al., (2008) isso pode estar relacionado com um teor mais elevado de proteína e com a porcentagem de albúmen dos ovos orgânicos. Ao investigar a qualidade de ovos produzidos em diferentes sistemas de produção (convencionais x orgânicos) e comercializados em um mesmo local, Hidalgo et al., (2008) também verificaram que ovos orgânicos possuem maior câmara de ar e atribuíram esse efeito ao tipo de manejo utilizado no sistema orgânico, como possível atraso na coleta dos ovos e demora para distribuição no varejo. Além disso, Patterson et al., (2001) relataram que ovos produzidos no sistema orgânico apresentam menor Unidade Haugh (UH), provavelmente como consequência de um volume de negócios mais lento, sugerindo que ovos orgânicos permanecem por um período mais elevado nas gôndolas de supermercados. Ovos orgânicos apresentam um custo mais elevado quando comparado aos produzidos no sistema convencional, como resultado das dificuldades no processo de aquisição de matéria prima, transporte e armazenamento. Ao contrário do sistema

convencional de produção avícola, no sistema orgânico os custos adicionais não podem ser diluídos aumentando número de aves alojadas por metro quadrado, uma vez que a Instrução Normativa N° 46 (BRASIL, 2011), regulamenta o número de aves por área, sendo para aves de postura 6 aves/m². A lei determina ainda, que todas as aves tenham acesso a áreas externas ao galpão seis horas por dia, o que aumenta a complexidade deste sistema. O preço mais alto pago pelos ovos orgânicos cria expectativas elevadas entre os consumidores que presumem que esses ovos serão de melhor qualidade quando comparados aos oriundos de outros sistemas de produção. Com base no crescente interesse público por produtos de maior valor agregado, novos estudos têm demonstrado que a composição nutricional do ovo pode ser manipulada através da formulação das dietas das aves (Mugnai et al., 2009; Küçükyılmaz et al., 2012). Pesquisas mostram que o conteúdo de PUFA (substância natural presente em algas marinhas, alguns vegetais e peixes de água fria) e ômega-3 dos ovos pode ser aprimorado através da alimentação e do uso de ingredientes dietéticos adequados, além do consumo de grama verde (Küçükyılmaz et al., 2012). Além disso, a alimentação de aves a pasto pode favorecer o aumento do teor de vitamina E dos ovos (Karsten et al., 2010). Por conta das variações existentes entre os sistemas de produção, é importante considerar que as tecnologias desenvolvidas para a indústria avícola devem ser testadas em ambos os sistemas. Entretanto, é comum que os produtos sejam preferencialmente testados nos sistemas convencionais, em detrimento dos extensivos. Apesar das diferenças entre os sistemas de produção, ainda não há um consenso entre os pesquisadores sobre os impactos que podem ocorrer na qualidade dos ovos. Com o aumento do consumo de ovos produzidos nos sistemas alternativos há também a necessidade de ampliação das informações sobre cada sistema, além do o aumento de investimentos em pesquisas na área.


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Tecnologia/Embalagens

Inovações, tendências de mercado, e os processos atuais da produção de embalagens biodegradáveis para ovos Novas alternativas de produção têm sido vislumbradas no sentido de fazer com que os processos da produção se tornem cada vez mais eficientes Autores: Juliana Macedo, Victor Germano e Vinicius Poli

A

s embalagens têm um papel fundamental na sociedade atual, não somente pela proteção que oferecem durante o transporte e manuseio de produtos ou alimentos, mas também como uma forma de preservá-los. Além disso, a embalagem desempenha um papel importante na identidade visual do produto do ponto de vista de marca e marketing. A embalagem pode aumentar a atratividade do produto e assim influenciar diretamente a intenção de compra do consumidor. Neste sentido, o propósito é o de fazer com

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que o produto se destaque na prateleira, aumente as vendas, forneça informações importantes sobre o produto e aumente o interesse do consumidor. Uma embalagem também pode contar toda uma história sobre os valores da empresa por trás do produto no que tange aos impactos ambientais, sociais e econômicos. Com o atual cenário mundial e a velocidade da mudança que está acontecendo no setor econômico, as empresas precisam, a cada dia, tornarem-se cada vez mais competitivas para poderem sobreviver nesse mercado globalizado.

Por isso, novas alternativas de produção têm sido vislumbradas no sentido de fazer com que os processos da produção se tornem cada vez mais eficientes, em função das mudanças nas necessidades dos consumidores. A flexibilidade e a capacidade de produzir dentro da expectativa do consumidor é uma necessidade imperativa. A embalagem tornou-se cada vez mais presente e importante no contexto do produto, além da sua utilização na proteção e garantia da qualidade. Também tem suma importância como veículo de informação e facilitador na decisão do usuário.


Com essa visão, a indústria de embalagens biodegradáveis Sanovo Greenpack busca atender o mercado atual, maximizando os interesses daqueles que, de alguma forma, nela estão envolvidos. A embalagem biodegradável se mostra como uma necessidade cada vez maior e não apenas como uma opção a mais a ser oferecida. Essa embalagem soma benefícios às marcas e à imagem do produto no mercado. Como a consciência ambiental está mais madura e em expansão, principalmente entre as novas gerações, é necessário investir nas alternativas que promovem essas mudanças. O impacto vem pela força da influência positiva que essas empresas têm no mercado, proporcionando uma substituição gradual das embalagens convencionais pela biodegradável. O planejamento da produção de embalagens biodegradáveis em polpa moldada envolve questões importantes tanto em relação aos aspectos do ambiente produtivo, como questões de cunho econômico e ambiental. O processo de produção pode ser subdividido em dois processos: o processo de moldagem, que envolve as etapas de formação de polpa, eliminação de impurezas, moldagem propriamente dita, secagem e prensagem; e o processo de estampagem que envolve as etapas de impressão ou apli-

cação de rótulo, empacotamento e expedição. A imagem ilustra as etapas envolvidas no processo de produção de embalagens da Sanovo Greenpack. A primeira etapa do processo de produção é a formação da polpa. Nesta etapa, as matérias-primas, que consistem em aparas de diferentes tipos de papel, são misturadas com água e outros agentes químicos em um equipamento conhecido como pulper, de modo que a polpa seja formada nas condições desejadas de cor e consistência. Em seguida, a polpa passa por um sistema de purificação de massa, que elimina as impurezas da polpa de celulose. Posteriormente, a massa segue para um tanque de armazenagem que supre a etapa de moldagem, etapa mais importante do processo. Nesta etapa, a massa passa através de uma máquina que trabalha com dois rotores sincronizados, que dão a forma da embalagem desejada, por meio de operações de pressão e sucção do excesso de água. Nestes rotores, são acoplados ferramentais que contêm os moldes para a formação dos produtos, os quais são denominados “padrões de moldagem”. Cada padrão de moldagem pode conter moldes de um único tipo de produto, dois ou até três tipos diferentes. Quando acoplado às máquinas de mol-

dagem, cada padrão de moldagem pode produzir embalagens de diferentes tipos e com diferentes taxas de produção. O planejamento e a programação da produção de embalagem moldada são realizados de forma separada para o processo de moldagem e para o processo de impressão ou rotulagem. O planejamento no processo de moldagem é realizado com base nas previsões de demanda para um horizonte de tempo determinado. Entretanto, o planejamento no processo de acabamento é baseado nas ordens diretas dos clientes, visto que depende das especificações destes para a personalização dos produtos. A tecnologia dinamarquesa das embalagens da linha Imagic combinada com o design, oferece uma resistência de proteção e visibilidade no ponto de venda de alta qualidade, adequada para atender as novas tendências de mercado, como as linhas específicas de ovos, enriquecidos, vitaminados, orgânicos, caipira entre outros. Com isso o mercado necessita de uma tecnologia e um design diferenciado para apresentar os diferentes tipos de ovos para o consumidor. Confira a variedade de ovos no mercado e como podemos diferenciá-los através do layout das embalagens, indispensável para promover a marca do produtor de ovos. Revista do Ovo

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Informativo Técnico-Comercial

Melhora da produção e qualidade de ovos com suplementação de parede celular de levedura A alta produção de galinhas poedeiras está sujeita a desafios que podem interferir diretamente na saúde e imunidade intestinal das aves Autores: Liliana Borges e Melina Bonato, P&D, ICC Brasil

A A alta produção de galinhas poedeiras está sujeita a desafios que podem interferir diretamente na saúde e imunidade intestinal das aves 32

Revista do Ovo

produção de galinhas poedeiras tem alcançado níveis elevados de produtividade, resultado das inovações tecnológicas do setor e da evolução constante em áreas específicas como genética, nutrição e saúde. Essa alta demanda é impulsionada continuamente pela crescente procura dos consumidores de ovos, que buscam cada vez mais produtos de boa qualidade, produzidos com aditivos naturais na alimentação, saúde e bem-estar animal. A alta produção de galinhas poedeiras está sujeita a desafios que podem interferir diretamente na saúde e imunidade intestinal das aves, tornando-as suscetíveis aos efeitos nocivos de bactérias patogênicas, micotoxinas, estresse ambiental etc., fatores que podem influenciar negativamente a produtividade e a qualidade dos ovos. As toxinas bacterianas e micotoxinas podem translocar para alguns órgãos e alterar o metabolismo, causando problemas de saúde às aves e contaminando seus ovos, o que resulta em um problema de segurança alimentar. A integridade intestinal é um indicador da eficiência da barreira protetora formada pelo trato gastrointestinal, que impede a translocação paracelular de compostos indesejados, como micotoxinas e patógenos do lúmen intestinal pa-

ra a lâmina própria e, subsequentemente, para a corrente sanguínea. Assim, quanto menos permeável for a barreira da mucosa, menor será a passagem destes compostos. Nesse contexto, o efeito do MOS na aglutinação das bactérias patogênicas contribuirá diretamente para a melhor integridade das vilosidades, ou seja, a permeabilidade intestinal é reduzida, favorecendo uma barreira protetora contra bactérias e micotoxinas na corrente sanguínea. As β-glucanas fornecem imunomodulação das respostas do sistema imunológico inato por meio da estimulação da produção de citocinas, que desencadeia um aumento do número de células fagocíticas (também chamadas de células apresentadoras de antígeno). Esse estímulo promove uma resposta mais rápida e eficiente do sistema imunológico inato e específico do animal. As β-glucanas também podem aglutinar micotoxinas por ligações de hidrogênio e forças de Van der Walls. Os aditivos alimentares à base de levedura são uma alternativa natural, segura e benéfica para a produção da indústria de ovos. Está cientificamente comprovado que esses aditivos têm ação eficaz contra bactérias patogênicas e micotoxinas, principalmente devido à presença de β-glucanas e MOS na parede celular. A suplementação da parede celular de levedura tem sido usada como


uma alternativa aos antibióticos melhoradores de desempenho, principalmente após o surgimento de questões sobre o uso de níveis subterapêuticos de antibióticos e o potencial de desenvolvimento de resistência microbiana. Embora não existam muitos estudos relacionando os efeitos da parede celular da levedura com a qualidade dos ovos e o desempenho de poedeiras, seus benefícios são conhecidos em diversos parâmetros da produção animal, principalmente em frangos de corte. Um estudo realizado por Koiyama, et al. (2018) mostrou que a suplementação de parede celular de levedura apresentou efeitos benéficos no desempenho produtivo de poedeiras e melhorou a qualidade interna e externa dos ovos (Tabela 1). Galinhas poedeiras alimentadas com dieta suplementada com 450 ppm de parede celular de levedura apresentaram desempenho superior aos demais tratamentos (Tabela 1). A suplementação da parede celular de levedura, em todas as doses, foi ca-

paz de melhorar a altura do albume e a unidade Haugh (P <0,05) nos ovos. Maiores espessuras da casca do ovo foram obtidas nos ovos de poedeiras alimentadas com a dieta com 450 ppm de parede celular de levedura, em comparação com o tratamento controle, entretanto, não diferiram significativamente dos valores relacionados as poedeiras alimentadas com os demais tratamentos (Tabela 2). A suplementação com parede celular de levedura não melhorou a cor da gema. A resistência foi numericamente maior para o grupo com 450 ppm e a porcentagem de ovos não vendáveis foi melhor para o grupo suplementado com parede celular de levedura a 900 ppm; no entanto, nenhum efeito significativo entre os tratamentos foi encontrado (P> 0,05) (Tabela 2). Um programa de manejo que inclui nutrição balanceada, redução de fatores de estresse, boas práticas de gestão/manejo, vacinas, boas condições sanitárias e promoção do bem-estar animal pode melhorar significativa-

mente a produção e a qualidade dos ovos. A adição de aditivos alimentares que atuam diminuindo a contaminação por patógenos, modulando as respostas imunológicas, ligando as micotoxinas e mantendo a integridade intestinal, proporcionará ao animal maior capacidade de enfrentar aos desafios e proporcionar um produto final mais seguro para os consumidores.

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Especial Automação | MRE

Automação para Classificação de Ovos Na década de 90, houve um grande salto na automação das unidades produtoras, que passaram de sistemas convencionais para sistemas automatizados

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tualmente, o uso da tecnologia na avicultura é uma tendência crescente. As granjas buscam continuamente competitividade e melhorias no desempenho, qualidade e segurança dos seus

produtos. Devido à grande demanda e aumento no consumo per capta de ovos, evidencia-se a necessidade de uma produção maior, mais padronizada e com melhor eficiência no processo produtivo. Na década de 90, houve um grande salto na automação das unidades produtoras, que passaram de sistemas convencionais para sistemas automatizados, reduzindo os custos em diversas etapas como: ração, coletas de ovos, climatização dos aviários, sistema de coletas de dados, dentre outros. Diante destas melhorias na sala de classificação dos ovos através das novas tecnologias, o produtor brasileiro tem buscado, tanto no mercado brasileiro, como no mercado externo, estas inovações.

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Nesse sentido, os equipamentos da MOBA, por oferecerem alta inovação e soluções completas em classificação de ovos, contribuem substancialmente na redução de perdas durante a classificação e melhora a precisão nos controles de peso. Os equipamentos contam com um sistema de transporte de ovos sem contato com os outros ovos até o final da embalagem, possuindo facilidades de limpeza e robôs. A MOBA é uma empresa Holandesa, líder no mercado mundial de máquinas de processamento de ovos para qualquer tamanho de granja, com manutenção e serviço de primeira linha, além de peças para reposição. No Brasil, a MOBA é representada pela MRE Technology, empresa que apresenta soluções tecnológicas para avicultura e agroindústria.

A MOBA introduziu no mercado o conceito de manipulação individual de ovos, também conhecido como " manuseio suave". Nesse conceito, cada ovo é tratado como um produto individual, desde o momento em que os ovos chegam das esteiras de transportes e entram nos roletes de alimentação, até a embalagem do consumidor, sem qualquer contato entre eles. De acordo com os nossos clientes, o manuseio de ovos individuais resulta em um aumento de 2% nos ovos vendáveis. A implementação dos Robôs da MOBA contribuiu para um aumento de suas funções na otimização de várias etapas do processo de classificação, sendo robôs independentes, que contam com uma ampla gama de opções de trabalho. Este sistema se tornou "padrão” no mercado mundial e já está em operação no Brasil, melhorando a competitividade no setor. iMoba é um serviço em nuvem para usuários de equipamentos MOBA, acionado por meio de um aplicativo 100% feito pela MOBA e no idioma do cliente. O serviço oferece informações instantâneas de todas as etapas do processo de classificação de ovos com a opção de se aprofundar em dados que, no dia a dia, fica impossível saber de forma rápida e segura. As informações são apresentadas em gráficos onde o operador pode configurar do jeito mais fácil e simples. Os resultados podem ser recebidos em qualquer smartphone, tablet ou computador, pois o sistema é totalmente baseado na web. Com esta ferramenta você consegue verificar o rendimento da produção e, consequentemente, aumentar o rendimento da sua máquina, ganhando mais em qualidade e deixando de perder tempo com a ociosidade de todo o equipamento. Revista do Ovo

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Especial Automação | Yamasa

Classificação de ovos: o que realmente importa para cada negócio? Transformação, inovação e tecnologia envolvem pessoas, e mais importante do que oferecer o que existe de mais moderno, é oferecer o que existe de mais conveniente para cada negócio Autora: Katia Yamasaki, Indústria de Máquinas Yamasa Ltda.

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“A velocidade e o nível de performance obtidos com as novas tecnologias já são incompatíveis com o processo manual. A automação bem gerenciada garante consistência produtiva, eficiência de processos e os resultados esperados”. Marcio Seike, engenheiro da Yamasa.

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s equipamentos atuais para a classificação dos ovos comerciais permitem automatizar não só a classificação dos ovos por peso. Na realidade, com a elevada capacidade produtiva, que ultrapassa 250 mil ovos/hora, faz-se necessário automatizar todas as etapas do processo para que a performance seja mantida do começo ao fim. É possível automatizar desde a chegada dos ovos na máquina classificadora, passando pela ovoscopia de detecção automática, detector de fissuras, com sensibilidade para trincas não-visíveis, até o fluxo na embaladora de ovos, para que o consumidor final seja o primeiro contato manual com o ovo. Em outras palavras, os avanços em tecnologia permitem que, quando compramos um ovo, sejamos os primeiros a tocá-lo, o que pode contribuir para a redução de contaminação, garantindo assim uma melhor qualidade do produto. As classificadoras de ovos por peso trabalham com pesagem eletrônica, através de células de carga de alta precisão, para a pesagem dinâmica. O painel de controle permite ajustes de configuração e gestão dinâmica da produção em tempo real, resultando em maior eficiência e consistência no


“Os esforços em pesquisa e desenvolvimento são constantes. O nosso objetivo é a evolução construtiva e de layout dos equipamentos, sem perder a simplicidade, a praticidade e a facilidade de manutenção”. André Mirandola, engenheiro da Yamasa.

“A Yamasa se mantém atenta aos avanços tecnológicos para incorporar em suas inovações. Mas a relação humana se mantém mais importante. Saber identificar o investimento com o melhor custobenefício para cada cliente é primordial”. Nelson Yamasaki, Presidente da Yamasa. manejo dos ovos, além da confiabilidade e agilidade que o fluxo requer, reduzindo o tempo entre a postura e a entrega do produto no ponto de venda. As matérias-primas também evoluíram. Equipamentos são construídos em aço inoxidável, em graus alimentícios, para maior durabilidade e facilidade na higienização. Rolamentos em aço inox para melhor performance e durabilidade. Tudo contribui para que um equipamento, usado por longas horas diárias, resista ao desgaste e mantenha a sua funcionalidade e

capacidade produtiva por muitos anos. A Yamasa está atenta ao que existe de mais moderno para incorporar em suas inovações. O portfólio de produtos inclui equipamentos inteiramente automatizados, com ampla faixa de capacidade produtiva, que atende desde produções em menor escala, até escala industrial, e grande variedade de acessórios para configurações diversas. Isso porque, transformação, inovação e tecnologia envolvem pessoas, e mais importante do que oferecer o que existe de mais moderno, é

oferecer o que existe de mais conveniente para cada negócio. Com essa premissa em mente, a tecnologia Yamasa é modular em sua construção, o que permite adaptação ou evolução de partes, sem que o equipamento tenha que ser substituído na sua totalidade. Com isso, os usuários fazem uma adaptação progressiva à automação, com diluição do investimento ao longo do tempo. Podemos dizer que o cliente vai sentindo e se adaptando à tecnologia, com upgrades quando se sente confortável, e não o contrário. Revista do Ovo

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Especial Automação | Sanovo

Melhore a eficiência e o desempenho de sua fábrica de ovos com automação Veja como a automação robótica pode ir mais além do que uma questão para economizar custos com mão de obra

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m uma fábrica moderna de classificação de ovos, como minimizar as operações manuais? Bem, atuando nas áreas de menor eficiência e desempenho da produção, como na paletização, de-paletização, embalagem, carregamento... E, a automação robótica é a solução para melhorar esses índices Pensando no processo de classificação de ovos, a robótica pode estar presente em quatro setores: 1. No processo de paletização e despaletização de ovos nas granjas “off-lines”; 2. Na alimentação de linhas com um sistema automático de carregamento de ovos (“egg loader”), responsável por alimentar a classificadora;

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Revista do Ovo

3. No final do processo de classificação, com um sistema para posicionar e embalar (“case packer”) diferentes modelos de bandejas e estojos em caixas de papelão; 4. Na paletização dessas caixas no final do processo. Sobre as vantagens da automatização na cadeia produtiva do ovo, podemos enumerar algumas tanto para o produtor como para o consumidor: 1. Redução das perdas por quebras e/ou incorreto manuseio, posicionamento e alojamento dos ovos; 2. Redução do número de afastamentos de colaboradores por lesões causadas por esforços repetitivos, melhorando a ergonomia no processo; 3. Reduzir o impacto do aumento do custo da mão de obra, bem como

a dificuldade de alocação de pessoal nos turnos de final de semana e feriado; 4. A automação e os robôs também podem desempenhar um papel na segurança alimentar, reduzindo o contato humano e equipamentos automatizados podem lavar, inspecionar, classificar e embalar grandes volumes de ovos por hora, minimizando o risco de surtos de gripe aviária. Mas, a automação robótica vai além de uma questão de economizar custos de mão de obra, está relacionada tanto com a garantia da segurança alimentar em sua produção como com a conformidade com as normas e procedimentos, uma parte vital de qualquer fábrica moderna de manuseio e processamento de ovos.


Nutrição

A colina e a saúde cardiovascular

A recomendação de ingestão adequada de colina para homens e mulheres é de 550 mg e 425 mg respectivamente Autora: Lúcia Endriukaite Nutricionista, Instituto Ovos Brasil

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uito tem se falado do nutriente colina e sua relação com a cognição e transmissão do impulso nervoso. Entretanto, esta vitamina do complexo B tem um papel fundamental na síntese de fosfolípides, fosfatidilcolina, esfingomielina e apresenta outras funções no organismo entre elas participa da estrutura da membrana celular, do metabolismo hepático, do colesterol, da manutenção da homocisteína que é um marcador de doenças cardiovasculares. A colina é produzida pelo fígado, mas em quantidade insuficiente para atender as necessidades do organismo; portanto a ingestão através da alimentação é fundamental. A recomendação de ingestão adequada de colina para homens e mulheres é de 550 mg e 425 mg respectivamente (1) os ovos contém 335 mg em 100 g (2). Dois ovos ou 100 g apresentam cerca de 309 mg de fosfocolina, 25 mg na forma de esfingomielina e 0,6 mg na forma de fosfatidilcolina e Glicerofosfocolina presentes predominantemente na gema (2). Estudos mostram, que os fosfolípides interferem na absorção de lipídios através de interações moleculares regulando a absorção de lipídios no intestino, metabolismo hepático e inflamação (3). Quando o assunto é inflamação, um estudo avaliou o efeito do consumo de ovos nas concentrações de colesterol, colina e resistência à insulina em uma população com síndrome metabólica que é uma inflamação caracterizada por hipertensão, resistência à insulina, dislipidemia e alterações na circunferência de cintura.

O estudo cruzado e randomizado teve a participação de 23 pessoas com síndrome metabólica (SM) com o seguinte protocolo: após 2 semanas sem ingestão de colina, os participantes foram alocados de forma aleatória para consumir 3 ovos / dia ou consumo de suplemento de bitartarato de colina (equivalente a 400 mg / dia) por 4 semanas. Após houve uma pausa de 3 semanas sem o consumo de colina e consumo de alimentação alternativa por 4 semanas. Foram verificados alimentação e exercício, lipídios plasmáticos, glicose, insulina e biomarcadores inflamatórios (PCR, IL-6, TNF α, MPC1). O que os autores verificaram é que houve um aumento da colina plasmática independente da fonte de colina, e que ocorreu uma redução nas concentrações de interleucina 6. Não houve alterações no colesterol total, HDL-C, LDL-C, razão HDL:LDL, triglicérides e glicose de jejum com o consumo de 550 mg adicionais de colesterol proveniente dos ovos. Ainda, na fase ovo houve menor consumo de carboidratos e maior consumo de proteínas quando comparado a ingestão de suplemento. Houve redução nos valores de insulina, HOMA e proteína C reativa (PCR) na ingestão de ovos (4). O ovo é uma excelente fonte de proteína, possui vitaminas do complexo B, vitaminas lipossolúveis, minerais e carotenoides. Os estudos mais recentes incentivam o consumo de vegetais (verduras, legumes, frutas, alimentos integrais) e fibras, porque estes alimentos estão inversamente relacionados a doença cardiovascular.

A minha proposta é que você tenha uma alimentação equilibrada e inclua o ovo no seu dia a dia.

Referências

1- IOM (Institute of Medicine). Food and Nutrition Board, Dietary reference Intake for Thiamin, Riboflavin, Niacin, Vitamin B6, Folate, vitamin B12, Pantothenic acid, Biotin and Cholin. National Academy of Sciences. Washington, DC: Food and Nutrition Board, Institute of Medicine National Academic Press; 1998: p390-42 2- https://fdc.nal.usda.gov/fdc-app. html #/food-details/748967/nutrients acesso em 12/11/ 2020 3- Blesso CN. Egg phospholipids and cardiovascular health. Nutrients. 2015 Apr 13;7(4):2731-47. doi: 10.3390/ nu7042731. PMID: 25871489; PMCID: PMC4425170. 4- DiBella M, Thomas MS, Alyousef H, Millar C, Blesso C, Malysheva O, Caudill MA, Fernandez ML. Choline Intake as Supplement or as a Component of Eggs Increases Plasma Choline and Reduces Interleukin-6 without Modifying Plasma Cholesterol in Participants with Metabolic Syndrome. Nutrients. 2020 Oct 13;12(10):3120. doi: 10.3390/nu12103120. PMID: 33066009; PMCID: PMC7600433. Revista do Ovo

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Balanço preliminar 2020 | Segmento Postura

O que dizem alguns representantes da postura brasileira sobre o ano de 2020? Associação Brasileira de Proteína Animal - ABPA Ovos: Mercado Interno é o Drive, mas novas oportunidades surgem no Exterior Ricardo Santin, Presidente da ABPA Em 2020, o setor de ovos foi ao céu e às trevas em curtos intervalos de tempo. Em determinado momento, vimos os preços dos produtos alcançarem níveis históricos de preços, rentabilizando significativamente os produtores. Pouco tempo depois, os preços se restabeleceram, e vimos o setor produtivo enfrentar as dificuldades que alcançaram a todos que dependem do milho e da soja - que, para o ovo, tem um peso ainda mais significativo. No primeiro trimestre, havia muita incerteza sobre o que viria nos meses seguintes. Os efeitos mais devastadores da pandemia alcançaram o Brasil a partir de março. Com ele, vieram os custos para o enfrentamento do “novo normal”. Comprovando a aceitação do produto como fator nutricional de saudabilidade, o consumo de ovos foi impulsionado ao final do primeiro trimestre, alcançando altas superiores à 30% na caixa de 30 dúzias, segundo o monitoramento do CEPEA. O mercado logo voltou à normalidade em termos de preço e oferta.

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Mas, naquele momento, o mercado do milho e da soja, já pressionados desde janeiro, iniciava uma “decolagem de preços” que veria o seu auge em outubro. O milho alcançou R$ 80,00. Em determinadas praças, as altas superaram 100% no período de um ano. Estocados de grãos, alguns produtores conseguiram mitigar estes efeitos. Outros, infelizmente, viram a margem apertada sofrer maior pressão. Desta vez, as altas para o consumidor não se dão pela pressão da demanda por ovo e, sim, pela alta expressiva dos custos. Mas os indicadores não apontam para retrações ainda este ano. O consumo per capita deverá superar 250 unidades - se afastando positivamente da média mundial de 230 unidades. O ovo, graças às diversas iniciativas setoriais, continua a ganhar espaço no cardápio e na mesa do consumidor brasileiro. Neste ano, as projeções preliminares apontam para produção de 54 bilhões de unidades de ovos. São Paulo segue como principal produtor, mas Espírito Santo e Rio Grande do Sul reforçaram seu papel no mercado nacional.

Se vimos alta de consumo no mercado brasileiro, as exportações não seguiram o mesmo caminho. Nosso principal mercado importador, os Emirados Árabes Unidos, foram severamente impactados em um de seus principais fatores de demanda de importação: o fluxo de turismo. A gradativa retomada nas atividades do país islâmico deverá influenciar positivamente o quadro das exportações, que agora ganham um novo fator: o México, que abriu suas portas para ovos processados brasileiros. Falta, apenas, a publicação do Certificado Sanitário Internacional (CSI) pelo Brasil para que o país possa ter acesso ao mercado com maior consumo per capita no mundo. De forma geral, 2021 deve ser um ano menos complexo para todos nós, ao menos é o que esperamos, e com o setor de ovos não será diferente. Mas neste “novo normal”, teremos que nos acostumar com um quadro diferente, em que custos mais elevados potencialmente não serão sazonais. Todos os indicadores apontam para grãos com preços sustentados no próximo ano. É um fator que precisa estar presente no planejamento de todos.

Se vimos alta de consumo no mercado brasileiro, as exportações não seguiram o mesmo caminho. Nosso principal mercado importador, os Emirados Árabes Unidos, foram severamente impactados em um de seus principais fatores de demanda de importação: o fluxo de turismo

LABORATÓRIO MÓVEL UNIQUÍMICA & PIDOLATO DE CÁLCIO: SOLUÇÕES INTEGRADAS PARA A POSTURA COMERCIAL

A UNIQUÍMICA reconhecida como pioneira na Prestação de Serviços com o LABORATÓRIO MÓVEL, segue oferecendo novas tecnologias na área da Avicultura no Brasil. Estamos aperfeiçoando continuamente para garantir a alta performance aliada à satisfação dos nossos Clientes.  O LABORATÓRIO MÓVEL no formato de Prestação de Serviços de Consultoria ao Produtor, tem revisado todos os setores da produção de ovos, ou seja, são estudados e identificados os pontos que necessitam ser corrigidos e melhorados na manutenção, nos processos produtivos, no controle de dados e na nutrição, completando o Ciclo de Soluções Integradas UNIQUÍMICA com resultados baseados em dados reais da Granja.  O PIDOLATO DE CÁLCIO junto à Nutrição para a Postura Comercial atua na formação dos aminoácidos arginina e prolina e na absorção de cálcio no organismo animal, que conferem maior suporte para a formação da estrutura óssea e da casca do ovo.

CASO REAL: INCLUSÃO DO PIDOLATO DE CÁLCIO NA NUTRIÇÃO O Gráfico traz o cenário real de uma situação com recuperação de lote acima de 80 semanas. Com 88 semanas o lote apresentava 33,34% de ovos entre casca fina e insatisfatório. Com 89 semanas notam-se melhorias nos resultados das aves, entregando naturalmente ovos melhores. Após duas semanas de tratamento, são observadas reduções significativas em relação às perdas do lote, tendo como predominância o prolongamento do prazo de descarte do lote.

www.uniquimica.com  (11)4061-4100 /  uniquimica@uniquimica.com

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Balanço preliminar 2020 | Segmento Postura Associação de Avicultores de Minas Gerais - Avimig Antônio Carlos Vasconcelos Costa – Presidente da Avimig O ano de 2020 está sendo muito diferente daquele esperado pelo setor, afetado por uma pandemia que abalou todo o cenário econômico mundial, trazendo muitas incertezas e prejuízos para todos os setores. A avicultura mineira de corte e postura mesmo com todas essas adversidades têm mostrado sua força num cenário onde ocorreram muitas perdas econômicas devido à pandemia. Na avicultura de postura o setor comemora o aumento do consumo de ovos, reforçando que, o ovo é uma proteína mais barata e acessível à população. Com a permanência desse crescimento, foi possível manter os empregos e garantir o fornecimento de uma proteína de alto valor nutricional. Dados obtidos até agosto de 2020 informam que o numero de aves alojadas no estado mineiro foram de 15.785.000 com produção de 8.419.000 caixas de ovos com 30 dúzias. A Avimig desempenhando seu papel associativista, continua acompanhando os desdobramentos dessa pandemia, orientando seus associados para que mantenham as medidas e ações necessárias para minimizar o avanço do vírus e acreditando que em 2021 será um ano de recuperação do setor, com aumento nas exportações e valorização das proteínas de frango e ovos.

Associação Paulista de Avicultura - APA Retrospectiva e perspectiva postura 2020 José Roberto Bottura, Diretor Técnico da APA O ano de 2020 começou bem, com bons preços para o ovo, até por volta de um ou dois meses pós início da pandemia. As pessoas ainda tinham dinheiro, e como não era possível estocar carne, o pessoal estocou ovo. Houve uma redistribuição da venda. Quem vendia ovo na rua, teve que parar. Restaurantes e lanchonetes também passaram a consumir menos. Mas houve um aumento no consumo doméstico. O alojamento continuou altíssimo. Sobre matérias primas, já existiam rumores de que a China poderia passar a comprar mais do Brasil e ninguém se deu conta. Ao mesmo tempo

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o desemprego aumentou. O alojamento alto já começou a sobre ofertar ovo. Até que houve um aumento significativo no preço de matérias primas, por volta de agosto. O aumento rápido dos preços das matérias primas não conseguiu ser repassado para o consumidor, que estava com baixo poder aquisitivo. Por volta de outubro ou novembro, o produtor começou a antecipar a idade de abate de aves, pra ajustar produção. Pra não precisar pagar pra produzir. O preço de venda não está remunerando o custo de produção. Atualmente o produtor de ovo está perdendo dinheiro.

2021 Depende como vai se comportar a safra de milho. Pode ser que melhore. Mas as chuvas estão atrasadas e abaixo do volume, o que podem impactar na plantação de safra. O aumento dos insumos também decorre da alta do dólar. O milho e soja são cotados em bolsas internacionais. Vitaminas e minerais também. O aumento do preço da celulose, que afetou o custo da embalagem, é mais um efeito negativo. Houve um aumento significativo de vários fatores.

Para o começo de 2021, o ovo, que nunca pagou ICMS por ser considerado item da cesta básica, vai começar a pagar. O governador de São Paulo, João Doria, ordenou um aumento de cerca de 2,5% no ICMS do ovo. Todos os produtos com ICMS de alíquota abaixo de 18% terão o ICMS incrementado em 20%. Para 2021, o alojamento precisa ser menor. Temos notícias de que em outubro ele já estava acima de 10 milhões. E isso é muito. Para que 2021 seja mais tranquilo é preciso melhoras nas perspectivas de safra, dólar. A China preciso comprar menos milho.

Associação dos Avicultores do Estado do ES - AVES Nélio Hand, Diretor Executivo da Associação da AVES

2020 certamente entrará para a história como um ano muito desafiador, especialmente para quem produz alimentos. De enfrentamento a uma pandemia séria a custos altíssimos para a produção de proteína animal, fechando o ano com a disponibilidade de insumos limitada, certamente provocando grande preocupação para quem está imbuído de alimentar as pessoas. Para a postura comercial, um ano com altos e baixos, onde é possível vivenciar a grande aceitação do ovo na mesa do brasileiro, com números confiantes de que o consumo per capita fechará o ano em torno de 250 ovos por habitante, mas por outro lado, a convivência com os resultados dos alojamentos crescentes nos últimos meses não tem sido nada fácil, o que tem alçado prejuízos que preocupam o segmento, especialmente onde o custo de produção é o maior do país, como no caso do Espírito Santo. O avicultor capixaba teve que ajustar a sua produção de codornas no início da pandemia em razão do baixo consumo daquele momento, ocasionado pelos fechamentos dos

food services e demais consumidores do ovo dessa ave. Situação que percebemos que vem sendo revertida com a retomada gradual dos alojamentos. No caso do ovo de galinha, a percepção é de que os últimos alojamentos vêm acompanhando a tendência nacional, mas já com um alerta de que isso também estará atrelado à dificuldade, ou não, em relação à obtenção de insumos e os seus altos custos. E não estamos falando somente em relação ao milho e soja, mas também de outras matérias-primas que são necessárias para a produção e escoamento da produção, a exemplo do setor de papel que fornece embalagens. De maneira geral se percebe que a preocupação real é com o que pode vir pela frente e com as incertezas que estão se configurando em vários âmbitos e que dependem do empenho de todos, mas especialmente das autoridades e do governo brasileiro, desde a criação de mecanismos para que se possa promover o melhor equilíbrio no abastecimento até a disposição de recursos para que o avicultor possa buscar e realizar estoques e outros meios de precaução. Revista do Ovo

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Balanço preliminar 2020 | Segmento Postura Associação Gaúcha de Avicultura - ASGAV Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do RS - Sipargs José Eduardo dos Santos - Presidente Executivo Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul O Rio Grande do Sul é o 5º maior produtor de ovos do Brasil e o 1º maior exportador. O setor produz em torno de 3,5 bilhões de unidades de ovos por ano e deverá fechar 2020 com uma exportação em torno de 2,600 mil toneladas de ovos. O consumo per capita no RS está em torno de 257 ovos por habitante/ano, conforme apuração em dezembro de 2018. O RS conta também com duas indústrias de ovos processados (pasteurizados, líquidos e pó).

Pesquisa de Mercado: Demonstrativos de preços ovos em 2020 no RS

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Instituto Ovos Brasil 2020: um ano marcado por vitórias e turbulências O que falar sobre o ano de 2020? O Instituto Ovos Brasil faz um balanço de suas ações durante este ano turbulento. Um ano iniciado com o temor de uma pandemia mundial, já deixava no ar muitas expectativas do que poderia vir a acontecer. Com um planejamento para 2020 criado no final de 2019, o IOB iniciou suas ações com conteúdos voltados para o verão/carnaval, além da participação da nutricionista Lúcia Endriukaite em entrevistas para veículos de comunicação. O trabalho de relacionamento com a imprensa foi intenso e muito positivo. Através de conteúdos criados pela nossa nutricionista, o IOB sempre abasteceu os veículos especializados no setor agro, saúde e os demais, gerando muitos assuntos sobre o universo do ovo em todo o país. Uma novidade foi o trabalho mais intenso nas redes sociais, com a criação de um conteúdo diversificado e interativo, levando a um envolvimento maior do público com os perfis do IOB no Instagram e Facebook. O ovo esteve mais digital do que nunca em 2020! Lives e palestras “online” tomaram uma proporção gigante devido ao momento da pandemia em todo o mundo. O IOB realizou e participou de ações “online” realizadas por instituições de ensino e veículos de comunicação. Os temas relacionados ao ovo tomaram conta de todo país, conseguindo atingir grandes números de visualizações através das transmissões e dos conteúdos gerados. As ações do Instituto Ovos Brasil continuaram apresentando o ovo como um alimento que faz bem para a saúde das pessoas e também dos pets das mais variadas formas de consumo e preparo. Vídeos foram criados com conte-

údos específicos e gerais sobre o ovo. Confira: - Fevereiro: Iniciou com conteúdo voltado para o verão/carnaval; - Março: Lançado conteúdo sobre os benefícios do ovo para a saúde da mulher; - Abril: Com um foco para a pre-

venção, foram lançados dois vídeos, um apresentando o ovo (codorna e galinha) como um alimento que ajuda na prevenção de doenças e o outro foi com a nutricionista do IOB, a Lúcia Enfriukaite, falando sobre os benefícios de uma alimentação equilibrada e como o ovo pode contribuir;

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Balanço preliminar 2020 | Segmento Postura - Junho: Período onde o medo do desabastecimento e da proliferação do Novo Coronavírus amedrontava a população, o IOB lançou o vídeo onde garantia que os produtores de ovos de todo o país continuava firmes e fortes, produzindo com a mesma qualidade e segurança; - Julho: Conteúdo sobre os benefícios do ovo para a saúde do idoso; - Outubro: Uma série de conteúdos para serem trabalhados durante

O Instituto Ovos Brasil comemora o sucesso da 12 edição da “Semana do Ovo”. O alimento foi assunto em todo o país durante o mês de outubro, com muitas receitas, palestras, lives e matérias em veículos de comunicação 46 Revista do Ovo

as comemorações do dia mundial do ovo. Receitas e conteúdos sobre os pets estavam dentro da pauta.

Semana do Ovo 2020 Um mês inteiro de comemoração e promoção do Dia do Ovo! O Dia Mundial do Ovo foi 9 de outubro e neste ano o Instituto Ovos Brasil trabalhou durante todo o mês de outubro com ações “online” promovendo o consumo e os benefícios do alimento da família brasileira: o ovo. Em anos anteriores todas as ações aconteciam em apenas uma semana. O Instituto Ovos Brasil criou e divulgou diversos conteúdos, sempre promovendo o consumo e os benefícios que ovo proporciona para a saúde das pessoas. Devido aos protocolos de prevenção ao Novo Coronavírus, as ações foram 100% “online”, contando ainda com “spot” para rádios e VT’s (em alguns estados, através de associações estaduais). O Instituto Ovos Brasil comemora o sucesso da 12 edição da “Semana do Ovo”. O alimento foi assunto em todo o país durante o mês de outubro, com muitas receitas, palestras, lives e matérias em veículos de comunicação.

Consumo e produção de ovos O consumo de ovos tem aumentado mês a mês, com projeção no aumento do consumo per capta para o final de 2020. As informações são da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, parceira institucional do IOB. A população brasileira está comendo mais ovos e é motivo de muita comemoração para o setor de produção e comercialização de ovos. A projeção é que o consumo per capta chegue aos 250 ovos, um fato inédito e vitorioso. Ricardo Santin, presidente da ABPA e do IOB, fala em matéria publicada no site da ABPA que, “ao longo da última década, o brasileiro mudou seus hábitos alimentares – e o ovo foi um dos protagonistas deste processo. A preocupação com a

saudabilidade dos alimentos ganhou força, ao mesmo tempo, em que a população tinha informações mais claras sobre as qualidades do ovo. É de conhecimento público que o ovo é um alimento completo e recomendável a todas às faixas etárias. Essa ampla divulgação de atributos, após pesquisas que comprovaram a sua eficácia alimentar, impulsionaram o consumo e fizeram justiça a um alimento que é acessível e extremamente seguro”, avalia. O Instituto Ovos Brasil olha para o futuro com precauções. Com um rápido crescimento das exportações de milho e soja no Brasil, consequentemente veio a rápida valorização do preço dos grãos, impactando principalmente no setor de produção de aves e ovos. Atualmente o problema está em o produtor não conseguir repassar os custos de produção para o valor final de venda, acarretando prejuízos diários. O Instituto Ovos Brasil e a Associação Brasileira de Proteína Animal, juntos, com o apoio das associações estaduais, estão sempre e contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o objetivo de buscar soluções que evitem especulações ou, a falta de grãos no mercado interno. Alternativas como a importação de milho e soja também já está sendo analisado (praticado em alguns estados, ainda em pouco volume). Em entrevista ao site Suíno Brasil, dia 29 de outubro, Ricardo Santin apresentou alguns dados referentes ao milho como exportações menores, que em 2019 (cerca de 4 milhões de toneladas), safra de 100 milhões de toneladas, com possibilidade de quebra apenas no Rio Grande do Sul (1 milhão de toneladas). “O fato é que tem milho e ele está dentro do Brasil”, declarou. O Instituto Ovos Brasil deseja um 2021 de muita saúde, força e prosperidade. O trabalho continua até o dia 31 de dezembro de 2020 e, em 2021, estaremos prontos para enfrentar os desafios com todos os produtores de ovos do Brasil.


Katayama Alimentos acompanha crescimento setorial e produzirá 1 bilhão de ovos em 2020 Gilson Katayama, diretor comercial do Grupo Katayama Em um ano em que a imunidade nunca foi tão comentada e valorizada, o ovo também ganhou papel de destaque, afinal, estamos falando de um dos alimentos mais completos em termos de nutrientes, além de ser altamente versátil, prático e de fácil acesso. A conscientização do consumidor sobre os benefícios do ovo tem sido responsável pelo aumento expressivo do consumo desse alimento nos últimos anos. Com a disseminação de pesquisas sobre os atributos do ovo e de informações nutricionais, as pessoas começaram a deixar mitos de lado, como o de que o ovo aumentaria o colesterol. Hoje, sabe-se que ele é um alimento essencial à saúde e, com isso, o ovo ganhou mais espaço na mesa do consumidor. Ainda entre as consequências do desafiador ano de 2020, impactado fortemente pela pandemia mundial, está o aumento do consumo de ovos por se tratar de uma fonte de proteína mais acessível do que as carnes em períodos de recessão econômica. A variedade das proteínas animais diminuiu na mesa do consumidor e a procura por alternativas mais baratas e práticas nas refeições aumentou. Na escala dos alimentos que tiveram aumento da demanda em tempos de pandemia, o ovo certamente está entre os principais itens da lista. Bandejas e estojos com o produto chegaram a se tornar escassos nos supermercados logo no início do isolamento social imposto no Brasil para conter o avanço do Coronavírus.

Aumento do consumo per capita A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que o consumo per capita nacional deve alcançar 250 unidades em 2020, um aumento de 8,5% em relação ao ano passado. Em 2010, este índice era de 148 unidades. O mercado de ovos no

País cresceu 32% nos últimos cinco anos (37 bilhões de ovos em 2014 para 49 bilhões de ovos em 2019), segundo números da entidade. Com quase 80 anos de história e aproximadamente 4 milhões de aves entre recria e postura, a Katayama Alimentos tem acompanhado o aumento dessa demanda e também elevou sua participação no mercado de ovos, que é extremamente pulverizado. A indústria avícola incrementou sua produção em 29% nos últimos cinco anos e está atualmente entre as maiores do País. A previsão é encerrar 2020 com a produção de 1 bilhão de ovos, o que representa um aumento de 40% sobre a produção de 2019 e de 42% no faturamento deste ano. Para 2021, a perspectiva de crescimento é de 15%. O varejo é responsável por 85% do total das vendas, seguido pelos demais canais: atacadistas/distribuidores, indústria alimentícia e food service. Além do foco dado na expansão das vendas para o interior do Estado de São Paulo, onde se concentra o maior volume de vendas, a Katayama Alimentos tem planos estruturados para aumentar sua participação em outros Estados.

Para manter uma produção de ovos eficiente é preciso estabelecer um equilíbrio entre nutrição, saúde e bem-estar dos animais

Mercado externo O Brasil é o sétimo maior produtor mundial de ovos e quase toda a produção é destinada ao mercado interno. Segundo dados da ABPA, em 2019, menos de 0,5% da produção foi destinada às exportações. Na Katayama Alimentos temos adotado como estratégia comercial aumentar o volume das exportações, tanto do ovo “in natura” como de produtos industrializados (ovos líquidos pasteurizados e desidratados). A Katayama Alimentos participou da missão empresarial aos Emirados Árabes Unidos, no início de 2020 sob promoção da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP) - e isso possi-

bilitou estreitar os laços e selar uma parceria com a Agência em Xangai e Dubai onde a InvestSP mantém escritórios estrategicamente localizados e pode nos dar todo o suporte necessário. Os mercados do Golfo Pérsico, do leste da África, da Ásia, especialmente China e Índia, são potencialmente importantes e atuar nestas regiões é uma de suas metas. A Katayama Alimentos já está presente no mercado do Golfo, especificamente nos Emirados Árabes Unidos e recentemente iniciou tratativas comerciais com clientes da Ásia. Recentemente também fechou Revista do Ovo

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Balanço preliminar 2020 | Segmento Postura

As aves poedeiras criadas pela Katayama Alimentos vivem em ambientes tranquilos e sem contato com outras espécies de animais

contrato de exportação do ovo desidratado para o mercado de Bangladesh, no Sul da Ásia. Vale destacar que a Certificação Halal conquistada pela Katayama Alimentos, tanto para o ovo “in natura” como para o ovo industrializado, é um grande diferencial da empresa para acessar o mercado muçulmano composto de aproximadamente 1,8 bilhão de pessoas no mundo. O mercado de alimentos Halal é estimado em US$ 1,3 trilhão, segundo Africa Islamic Economic Foundation, e garante aos muçulmanos que o fornecedor certificado atua com transparência, responsabilidade socioambiental e de acordo com a jurisprudência islâmica.

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Biosseguridade Também em 2020 vimos o tema “Segurança Alimentar” ganhar destaque. Sendo um alimento que está presente nas mesas das famílias de todas as classes sociais, o ovo também requer medidas que garantam sua qualidade e segurança aos consumidores. Nos últimos anos, a Katayama Alimentos tem feito aportes significativos em um rigoroso programa de biosseguridade. Atualmente, a tecnologia de ponta está presente em todos os processos da produção de ovos, desde o preparo da nutrição animal à classificação e embalagem dos ovos. Dentro dos aviários existe monitoramento em tempo real do consumo de água, controle de ração, conforto térmico, qualidade do ar e todos os aspectos que envolvem o bem-estar das aves. Para manter uma produção de ovos eficiente é preciso estabelecer um equilíbrio entre nutrição, saúde e bem-estar dos animais. As aves poedeiras criadas pela Katayama Alimentos vivem em ambientes tranquilos e sem contato com outras espécies de animais. O tratamento é caracterizado por um manejo criterioso, programa de vacinação eficiente e as aves recebem água tratada em tempo integral juntamente com uma alimentação balanceada, de qualidade garantida, fabricada dentro do complexo produtivo da unidade. A empresa, sediada em Guararapes (SP), está há mais de sete anos sem usar antibióticos em suas aves, recebendo, em 2019, o “Certificado Ovos Livres de Antibióticos”, pela Certificadora WQS – A QIMA Group Company, especializada em auditorias e certificação alimentar.

Expansão A Katayama Alimentos sabe que a agroindústria está se transformando em virtude dos anseios dos consumidores - cada dia mais exigentes e conscientes de sua alimentação - e se mantém atenta a disponibilizar uma maior variedade de produtos. Além dos ovos de galinha “in natura” brancos, vermelhos, líquidos pasteuriza-

dos e ovos de codorna, este ano a empresa também lançou novidades importantes e diferenciadas, ampliando sua gama de produtos e especialidades. Lançou a linha de ovos enriquecidos com ômega 3, selênio e vitamina E, que trazem mais benefícios à saúde; ampliou a linha dos industrializados, com os ovos desidratados ou em pó, que vêm conquistando cada vez mais espaço no meio gastronômico; e ainda lançou os ovos caipiras e os ovos orgânicos, atendendo a uma tendência do mercado. Ainda dentro da estratégia de crescimento, a Katayama Alimentos tem se aproximado de seus consumidores por meio dos canais digitais. Desde o ano passado, tem investido fortemente na comunicação via site, redes sociais (Facebook, Instagram e YouTube) e webséries, a fim de se aproximar dos vários públicos com quem se relaciona para construir uma forte conexão de fidelidade e confiança. A empresa criou o Canal Ovo de Novo na plataforma do YouTube, em que são apresentados semanalmente receitas culinárias que utilizam ovos. Com o objetivo de oferecer um conteúdo de qualidade, foi criada a websérie “Por Dentro da Casca” (disponibilizada no site) propõe uma reflexão sobre segurança de alimentos e desvenda mitos e verdades sobre o consumo de ovos, por meio de depoimentos de profissionais das mais diversas áreas de saúde e nutrição. Recentemente, a Katayama Alimentos lançou também o plantão “Fale com a Nutri”, um canal exclusivo para os interessados esclarecerem dúvidas sobre nutrição e os benefícios dos ovos, diretamente com a consultora técnica da Katayama Alimentos, Dra. Milena Cornacini, Nutricionista Clínica, Esportiva e Ortomolecular, Mestre e Doutora em Nutrição. Todas essas ações e projetos visam a expansão da marca com base em um crescimento sólido, responsável e sustentável. Afinal, A Katayama Alimentos tem o firme compromisso de garantir a segurança e conformidade dos alimentos desde a sua origem até a mesa do consumidor.


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Balanço preliminar 2020 | Segmento Postura Grupo Mantiqueira Principais ações em 2020 Lançamento de galinheiro Mantiqueira no supermercado Zona Sul no RJ Com o objetivo de atrair a garotada e suas famílias para uma experiência rural e interativa, o Grupo Mantiqueira e o grupo Zona Sul lançaram em Fevereiro uma novidade na flagship do supermercado na Barra da Tijuca: um galinheiro com 200 galinhas que produzem diariamente, cerca de 150 ovos, que são vendidos na loja. Esta foi a primeira iniciativa do gênero dentro de um supermercado no Rio de Janeiro. As crianças, acompanhadas de seus pais ou responsáveis, podem fazer visitas guiadas nas instalações do galinheiro e ver de perto a produção de ovos pelas galinhas. Expansão do Clube de Ovos Mantiqueira O Clube Mantiqueira, que oferece kits de ovos para assinantes (desde Novembro de 2018), no início da pandemia em Março, começou a investir numa grande expansão de suas atividades. Para atender o aumento da demanda de novos clientes foi necessária uma força- tarefa, que ampliou largamente a área de entregas. Hoje o clube registra 4000 assinantes e realiza mais de 300 entregas por dia, com cobertura no Grande Rio de Janeiro, Niterói, Grande São Paulo e ABC Paulista. O Sul de Minas está em fase inicial e a expansão prevê em breve a chegada ao Vale do Paraíba. Além disto, o Clube Mantiqueira acaba de ingressar no Magalu, para ampliar a presença como empresa multicanal, além de ter desenvolvido parcerias com o ChefsClube, SindRio e Greenpeople, entre outras. O Grupo Mantiqueira e Família Abílio Diniz doaram 12 milhões de ovos para 1 milhão de famílias A iniciativa social de combate a fome na pandemia, começou em

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Abril e contou com o apoio dos projetos União Rio, União São Paulo, CUFA, Gerando Falcões e Gastromotiva, que aproximaram as empresas da sociedade civil organizada. Os ovos foram distribuídos nos estados de RJ e SP, assim como em outras 25 regiões do Brasil. O valor do investimento foi estimado em R$ 5 milhões. As caixas de entrega dos ovos, após o uso, também se transformam em brinquedos para as crianças, seguindo os conceitos de sustentabilidade. A Ovos Mantiqueira também doou o valor de R$ 250 mil para a implantação de leitos e melhorias na UTI da Santa Casa de Itanhandu (MG), onde a empresa começou e tem uma unidade produtiva. A empresa também criou um projeto de voluntariado, para os funcionários poderem doar e também participar da iniciativa. Lançamento dos Ovos Caipira Azuis Em Outubro o Grupo Mantiqueira lançou os Ovos Caipira Azuis,

“2020 foi um ano extremamente desafiador. Foi um ano no qual a palavra de ordem foi superação. A Mantiqueira pregou extrema união entre os colaboradores e o sentido da palavra ‘equipe’ ganhou mais força no propósito da busca da coesão. Sobre o setor avícola pesou o aumento de custos em função principalmente do aumento do nível dos estoques chineses. Conseguimos aumentar o nível de vendas de ovos devido principalmente à sua importância na nutrição humana. Aumentamos também as exportações e nosso produto ganhou uma grande valorização neste ano. Mesmo com o aumento dos canais de exportaçao, a Mantiqueira manteve a sua função principal que é disponibilizar alimentação para o povo brasileiro. Equalizamos o consumo interno, exportação e a nossa produção de forma muito eficiente. Para 2021 continuarão os desafios e estamos preparados, com novos produtos, novos lançamentos alinhados com o novo consumidor, que exige qualidade e praticidade.” Leandro Pinto, Diretor do Grupo Mantiqueira


Depois do lançamento do N.OVO, primeiro substituto de ovos para receitas, em março de 2019; a startup foodtech do Grupo Mantiqueira acaba (novembro 2020) de ampliar seu portfólio de produtos. Chega às gôndolas dos supermercados no primeiro trimestre de 2021, a versão inédita plant based, para o preparo de ovos mexido e omeletes, com sabor e consistência idênticos ao ovo tradicional

proveniente de uma linhagem de aves, que é novidade no Brasil: a Hendrix Azur. Esses ovos recebem a classificação caipira, pois cumprem todos os critérios da produção cage-free (galinhas livres de gaiolas), em área aberta para pastagem e com banho de sol, seguindo todas as normas de bem-estar animal. A venda dos Ovos Caipira Azuis da Mantiqueira acontece inicialmente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, na região Sudeste do país, com expectativa de expandir para outras regiões gradativamente. Lançamento do blog (blog. ovosmantiqueira.com.br): Também no mês de Outubro, foi lançado o blog Mantiqueira que atualizará conteúdos semanais relacionados ao universo do ovo com dicas nutricionais do alimento, os benefícios para a saúde, o ovo pelo mundo, curiosidades, mitos e verdades, as diferenças dos diversos tipos de ovos existentes, muitas receitas, e os mais diversos temas relacionados, a um dos mais importantes e completos alimentos do mundo, rico em proteínas e vitaminas. Mantiqueira anuncia o compromisso cage- free, no aniversário de 33 anos da empresa Conhecida pelo forte DNA de pioneirismo, a empresa anunciou no dia 30/10, seu maior investimento e compromisso voltados ao bem-estar animal, para a produção em larga escala de ovos no sistema cage-free (sigla para aves criadas livres de gaiolas). A Mantiqueira anuncia que a partir de agora não construirá novas granjas no sistema convencional de produção e chegará à marca de um milhão de galinhas livres de gaiolas até o final de 2021, alcançando 2.5 milhões até 2025.Com investimentos que ultrapassarão R$100 milhões, o Grupo está construindo novas unidades produtoras no sistema cage-free no estado de São Paulo, em Cabrália Paulista e Lorena, com previsão também para mais uma unidade em Campanha (MG). Com projetos priorizando ESG (sigla em inglês

para Meio Ambiente, Investimento Social e Governança da Gestão), são lastreados em tecnologia de produção e digitalização de processos geridos por equipe especializada. As unidades seguem os rigorosos processos voltados para o bem-estar animal, que incluem a não utilização de gaiolas, permitindo que as aves expressem seus comportamentos naturais como ciscar, se movimentar, arriscar voos rasteiros e subir em poleiros. Lorena será a unidade modelo de tecnologia e sustentabilidade das novas granjas da Mantiqueira e também a primeira do Brasil a ter produção com ninhos automatizados de última geração. Neste processo, as aves colocam os ovos, que rolam e caem em esteiras centrais, por onde são levados à classificação, sem nenhum contato ou toque de mãos humanas. A distribuição dos ovos de galinhas livres de gaiolas atenderá inicialmente, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná com as linhas de produtos Caipira e Happy Eggs. Startup Foodetech da Mantiqueira acaba de lançar produto inédito no Brasil Depois do lançamento do N.OVO, primeiro substituto de ovos para receitas, em março de 2019; a startup foodtech do Grupo Mantiqueira acaba (novembro 2020) de ampliar seu portfólio de produtos. Chega às gôndolas dos supermercados no primeiro trimestre de 2021, a versão inédita plant based, para o preparo de ovos mexido e omeletes, com sabor e consistência idênticos ao ovo tradicional. O N.OVO Mexido, inédito até então no Brasil, tem composição desenvolvida a partir de tecnologia inovadora com fórmula à base de soja e ervilha (duas fontes proteicas vegetais), ainda contém extrato de cúrcuma, raiz com ação antioxidante e anti-inflamatória, grande aliada no fortalecimento do sistema imunológico. O produto vegano é também livre de transgênicos, não contém glúten, leite, gorduras trans e colesterol. Apresentado na versão em pó, tem preparo fácil, sendo necessário apenas adiRevista do Ovo

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cionar água e colocar na panela. Antes do lançamento nos PDV’s , é possível experimentar o produto no restaurante Le Manjue em SP, do chef Renato Caleffi, pioneiro em gastronomia orgânica, eleito como um dos embaixadores da marca, ao lado da nutricionista eco-consciente Ale Luglio. Outro lançamento que já está nas gôndolas de São Paulo é um trio saborosíssimo de maioneses, 100% vegetais e totalmente livres de transgênicos nos sabores gourmets tradicional, lemon pepper e ervas finas. A novidade é elaborada a partir de um mix de vegetais e óleo de girassol fonte natural de gorduras poliinsaturadas - e com aromas 100% naturais. A nova linha foi desenvolvida pelo setor de P&D da empresa e está inicialmente disponível na La frutaria (Rio de Janeiro) e na Casa Santa Luzia (SP capital). Ano passado a empresa já anunciava o desenvolvimento de novidades para 2020. Mas foram ne-

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cessários de um a três anos, até chegar às fórmulas ideais de cada produto, após viagens dedicadas à pesquisa e desenvolvimento, nos principais núcleos e simpósios mundiais de referência em inovação, como o Future of Food (GFI), a Expo West, Singularity University e Vale do Silício, todos no estado da Califórnia. Com os novos produtos, a Mantiqueira pretende ampliar a parceria da marca com os clientes atuais e também aumentar a distribuição, para mais de 1000 pontos de venda no país. A primeira versão do N.OVO Receitas já pode ser encontrada nas cinco regiões do Brasil e já cruzou fronteiras, lançado na Noruega, onde está sendo feita a primeira experiência internacional. Mantiqueira inaugura fábrica de ovos pasteurizados em Uberlândia (MG) O Grupo Mantiqueira inaugurou uma indústria de ovos pasteu-

rizados na cidade de U berlândia (MG) com planta renovada e 10 0 % automatizada. Com início da produção ainda em 2020, a iniciativa faz parte do plano de verticalização do Grupo Mantiqueira, que pretende com a produção, atingir 470 toneladas por mês para atender a indústria alimentícia e a grandes marcas como Bauducco, Barilla e Forno de Minas, entre outras gigantes do mercado. O produto também terá produção e canal direto voltado para o varejo, restaurantes, panificadoras e hotelaria em geral, com foco inicial nas regiões de São Paulo, Minas Gerais e R io de Janeiro. A empresa comemora a instalação da indústria na região, que além de gerar empregos, aumentará também a sua capilaridade em Minas Gerais, garantindo a distribuição dos produtos, para diversas regiões do país.


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PINTAINHAS DE POSTURA COMERCIAL Alojamento cresce 9% em 2020

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nformações colhidas no mercado indicam que o alojamento de pintainhas de postura comercial apresenta forte crescimento no decorrer de 2020. O volume alojado nos primeiros dez meses do ano – mais exatamente 107,752 milhões – representa aumento de 9,6% sobre o alojado no mesmo período do ano anterior, quando atingiu 98,298 milhões de cabeças. O volume médio do período, projetado para o ano aponta cerca de 129,3 milhões de cabeças. Se alcançado, significará aumento de 9,1% sobre o total de 118,5 milhões de pintainhas alojadas em 2019. O acumulado em período de doze meses – novembro de 2019 a outubro de 2020 – aponta 127,9 milhões de cabeças e equivale a 9,6% de aumento sobre o mesmo período imediatamente anterior. Desse total, pouco mais de 79% das pintainhas se destinam à produção de ovos brancos.

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O plantel produtivo no decorrer do ano (desconsiderando a mortalidade no período), apresenta crescimento de 11,3%, significando uma grande capacidade instalada na produção de ovos comerciais para atender as necessidades do mercado interno e externo. O que o setor não esperava foi o exponencial aumento nas matérias-primas básicas, milho e farelo de soja, utilizadas na alimentação do plantel alojado: enquanto o preço médio da caixa de ovos brancos alcançou aumento de pouco menos de 25% no acumulado até novembro, o milho evoluiu 45,5% e o farelo de soja 52%. O significado disso é que em grande parte do ano o valor recebido pelo produtor não foi suficiente para cobrir o custo de produção. Analistas do mercado de grãos estimam que os preços se manterão elevados no decorrer de 2021 e, por isso, os produtores de ovos terão que envidar esforços para manter a saúde financeira de suas empresas se quiserem permanecer na atividade.


Desempenho do ovo em 2020

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o analisar-se o desempenho do ovo em 2020 sob o ângulo, exclusivo, da variação anual de preços, a conclusão – imediata – é a de que, a despeito de todos os transtornos ocasionados pela pandemia, o ano foi excepcional para o setor visto ter-se alcançado, até novembro, valorização superior a 20% em relação a 2019 (no ano passado, em 12 meses, R$69,87/caixa; em 2020, 11 meses concluídos, R$85,29/caixa, valores aplicáveis a cargas fechadas do ovo branco do tipo extra comercializadas no atacado da cidade de São Paulo). Tal resultado, entretanto, não reflete o real desempenho do setor no decorrer do corrente exercício. Um desempenho marcado por altos e baixos extremos. O melhor momento do ovo neste ano foi, como sempre ocorre, registrado na Quaresma. O produto atingiu, então, preços que ninguém do setor imaginava serem alcançados, chegando a obter valorização anual superior a 35%-40%. Porém, não foi exatamente o período religioso que ocasionou esse “boom”, mas o isolamento social – o primeiro deste século – imposto após a constatação de que o mundo estava sendo afetado por uma pandemia. Então, confinadas em seus lares, as famílias (e não só as brasileiras) lembraram da existência de um alimento nutritivo, saudável e de preparo rapidíssimo: o ovo. Faltou produto para atender imediatamente a nova onda. E até que o sistema logístico permitisse redirecionar para o varejo aquela parcela originalmente destinada à indústria da alimentação e ao food service, os preços se mantiveram elevados, situação que persistiu por cerca de três meses, entre fevereiro e abril. Mas, logo a seguir, tudo voltou ao que, à primeira vista, seria a normalidade.

Assim, embora o mês de junho tivesse sido encerrado com um valor médio 22% menor que o alcançado dois meses antes, em abril, a média registrada nos seis primeiros meses do ano superou em quase 35% os preços do mesmo período de 2019, desempenho que proporcionava certa tranquilidade ao setor produtivo, inclusive porque, àquela altura, o custo de produção evoluía de forma moderada, registrando aumento anual pouco superior a 16%. Mas o custo continuou aumentando. E os preços recebidos continuaram caindo. Em setembro, fundo do poço neste ano, apresentaram variação de apenas 3% em relação ao valor de um ano antes, ao mesmo tempo que perdiam quase um terço do valor registrado em abril. O retorno à normalidade só ocorreu no bimestre outubro/ novembro e deve prosseguir em dezembro, “salvando” os resultados – ou, pelo menos, minimizando as perdas – do segundo semestre. Ou seja: no trimestre julho/setembro, os preços alcançados foram apenas 9% superiores aos do mesmo período de 2019 e, portanto, insuficientes para cobrir o aumento de custo então registrado. Já no atual trimestre (sem considerar, ainda, dezembro) a valorização sobre idêntico período do ano passado não está distante dos 20% e, portanto, mais próxima dos custos. Enfim, apesar de todos os pesares, o ovo obtém, em 2020, a melhor remuneração de todos os tempos. Porém, apenas em termos nominais. Porque, deflacionados os valores anteriores, a constatação é a de que a remuneração alcançada apenas se iguala (com diferenças mínimas) às de 2016 e 2017. Mas com um aumento de custo significativamente maior.

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Balanço preliminar 2020

Custos das matérias-primas colocam em xeque a competitividade da avicultura de postura comercial

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nteriormente a 2020, o pior momento enfrentado pela avicultura de postura comercial em relação ao abastecimento de sua principal matéria-prima, o milho, foi registrado em 2016, devido à quebra de safra do grão. Na época os preços do milho atingiram valores então considerados estratosféricos. Mesmo assim, os produtores de ovos conseguiram alavancar preços e acompanhar de perto a elevação no custo de produção. Neste ano, mesmo alcançando safra recorde, os preços atingiram níveis alarmantes que tirou totalmente a sustentação financeira das empresas. Isso porque enquanto o preço do milho registrou expressiva evolução de 45,3% nos primeiros onze meses do ano, a comercialização da caixa de ovos na base de produção alcançou índice positivo de 26,7%. Com isso, houve piora de quase 13% na capacidade de compra do avicultor que necessitou de 12,6 caixas de ovos para adquirir a tonelada da matéria-prima, enquanto no ano passado a quantidade foi de apenas 11 caixas. Isoladamente, o desempenho do milho já corresponde a um problemão. Mas, diferente de 2016, desta vez ele teve a companhia do farelo de soja que registrou preços exorbitantes no decorrer do ano.

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Em novembro, por exemplo, o preço médio de R$2.716,00 por tonelada superou em mais de 110% o valor médio praticado no mesmo período do ano anterior. Aliás, índice bem próximo do alcançado entre os preços mínimos e máximos praticados no decorrer do ano, R$1.310,00 e R$2.750,00 por tonelada. O preço médio de comercialização nos onze meses encerrados em novembro atinge R$1.844,00 e equivale a aumento de quase 52% em relação ao mesmo período de 2019. O significado disso é que houve queda considerável no poder de compra do produtor de ovos também nesse cereal. De acordo com o preço médio recebido na venda da caixa de ovos brancos (valor na granja, interior paulista) o produtor de ovos necessitou de, aproximadamente, 23,2 caixas de ovos para adquirir uma tonelada de farelo de soja, indicando perda de 16,6% na capacidade de compra já que no decorrer do ano passado a quantidade média atingiu somente 19,4 caixas. Independente das vindouras safras de milho e de soja, isso – tudo indica – veio para ficar. E representa o maior desafio a ser enfrentado pelos produtores de ovos no ano que se aproxima, pois afeta diretamente a competitividade da moderna avicultura de postura comercial.


Ponto Final

2020 tem sido um ano esquisito Marco de Almeida Diretor de Área América do Sul Hendrix Genetics

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pandemia do novo corona vírus ou Covid-19 tem afetado a todos. Sentimos as consequências em nossa vida pessoal e profissional. O Brasil e outros países tem anunciado medidas para minimizar o impacto na sociedade. Como empresa, apoiamos e, em certos casos, até antecipamos medidas de proteção e apoio a comunidades mais próximas; por meio do chamado “distanciamento social” temos tentado limitar a disseminação do corona vírus e estimular a consciência de autoproteção dos colaboradores. Para empresas que como a nossa trabalham com animais vivos e está inserida na produção de alimentos, é essencial preservar a saúde das pessoas para manejo dos animais, focar no bem estar deles e manter continuidade da produção. A situação ainda não está sob controle e há muita expectativa nas vacinas sendo desenvolvidas, mas ainda teremos que continuar trabalhando nessa nova normalidade por algum tempo.

O contexto saúde é grave, assim como são graves as consequências sobre a atividade econômica O contexto saúde é grave, assim como são graves as consequências sobre a atividade econômica. Combinando os efeitos da Covid-19 com desequilíbrios no comércio internacional, custo de matérias-primas e pressão tributária, a avicultura de postura tem tido que se reinventar; cada vez mais produtores de ovos tem posto em prática que o crescimento sustentado não se dá somente por um elevado número de aves, mas por galinhas de maior produtividade e com plantéis repostos continuamente. Ao invés de focar somente em indicadores específicos, os Avicultores têm medido cada vez mais o desempenho agregado: maior quantidade de ovos viáveis por ave e menor custo por ovo durante todo o ciclo. 2020 tem sido um ano esquisito, mas a mentalidade empresarial acima e manutenção das constantes divulgações da importância do ovo como fonte de proteína animal, farão com que se aumentem as chances de obter maior valorização do produto ovo pelos consumidores. Revista do Ovo

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