Edição 57 - Revista do Ovo

Page 22

Comunicação e Marketing

Qual é o marketing que o agronegócio precisa? Em entrevista exclusiva à Revista do Ovo, Rodrigo Capella aponta os diferenciais relativos a uma boa estrutura de comunicação para o agronegócio

O

agronegócio ainda está muito enraizado nas ações de marketing de relacionamento, sejam elas realizadas em feira, agro-revenda, leilão, dia de campo, viagem ou fábrica. É comum, então, as interações com os clientes e prospects contemplarem, na maior parte das vezes, palestra, café da manhã e encontro de agropecuaristas com foco em informações técnicas, entre outras possibilidades. É o que explica Rodrigo Capella, diretor geral da Ação Estratégica – Comunicação e Marketing. Capella é palestrante, atua no agronegócio desde 2004 e tem amplo engajamento no setor. É autor do projeto “Alertas do Agronegócio”, que entrega para deputados e senadores as demandas dos produtores rurais. Ele é autor de livros e de artigos publicados no Brasil e no exterior. Também é idealizador do site Marketing no Agronegócio (www. marketingnoagronegocio.com.br), que apresenta gratuitamente dicas e orientações para os profissionais de empresas de agronegócio. A Revista do Ovo foi conversar com Capella para debater o tema. Ele aponta que para se diferenciar neste

22

Revista do Ovo

contexto e ganhar ainda mais visibilidade no mercado, algumas empresas de agronegócio, principalmente as startups e as empresas dos segmentos de máquinas, nutrição vegetal e sementes, apoiam-se em cinco elementos. São eles: a) Engajamento é o mentor: em um evento, uma empresa se destacou ao convidar os agricultores a fazerem um tour diferenciado: visitar uma plantação, segurando um tablet. A cada parada, os agricultores tinham acesso a informações e participavam de jogos de perguntas e respostas para testar o conhecimento sobre a empresa de agronegócio. A ação promoveu um grande engajamento dos agricultores, que queriam aparecer no ranking dos melhores e mostrar que sabiam tudo sobre a empresa. A iniciativa mostrou que, com sinergia e engajamento, as ações de marketing podem ter resultados ainda mais efetivos. b) Experiência não generalizada: oferecer uma rica e contundente experiência ao agropecuarista, baseada em características reais e não generalizadas. Cada região precisa ter ações diferenciadas e que contribuam para a necessidade de se produzir mais em

menos espaço. Uma experiência oferecida a um agricultor do Mato Grosso pode não interessar a um agricultor do Rio Grande do Sul. Uma estratégia interessante é desenvolver vídeos sobre a contribuição da empresa de agronegócio para cada um dos Estados estratégicos. Esta ação agregará valor aos vídeos institucionais - muito comuns no segmento -, mas com cada vez menos apelo, devido ao fato de a informação ser generalizada. c) Valor da praticidade: outro dia assisti a um vídeo no qual um produtor rural dirigia um trator e tomava um chimarrão ao mesmo tempo. Tudo era muito prático: com apenas um toque no botão, o trator mudava de direção. A nítida felicidade do agricultor denunciava que ele estava gostando da praticidade, até então desconhecida. Certamente, outros produtores, ao assistirem ao vídeo, também se interessaram pela tecnologia, comprovando que mais importante do que fazer ações de marketing para lançar uma tecnologia para agronegócio, é mostrar a real praticidade que ela pode oferecer. d) Interatividade natural: muitas empresas de agronegócio têm disseminado, com frequência, conteúdo e


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.