Revista Mundo Agro 2024

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- No 3 - Ano III www.mundoagro.com.br
MANTENDO
a
GLOBAL Uma nova era de inovação e crescimento
ABOISSA A força por trás da Aboissa Commodity Brokers
Março/2023
FUTURO TRADIÇÃO,
A Após duas décadas as revistas AviSite, OvoSite, PecSite e SuiSite se tornam um único produto:
Revista Mundo Agro. ABRAÇANDO O GIORDANO
MUNIR

das à produção animal, as publicações da Mundo Editora são reconhecidas pela credibilidade e uanto às informações de mercado, estatísticas, ário nacional e internacional e novidades icas e tecnológicas voltadas à agropecuária. E credibilidade é o diferencial estratégico para a nicação do seu produto, serviço e da imagem da mpresa.

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I E N O S M A I S D E I E N O S M A I S D E I N O M A 2 0 A N O S 2 0 A O S 0 A N O S D E E X P E R I Ê N C I A D E P R I Ê C I A D E E X P E R I Ê N I A E C R E D I B I L I D A D E N O E C R E D I B I I D D E O E C R E D I B I L I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G Ó C I O A G R O E G Ó C I O

A Nova Revista Integrada da Editora Mundo Agro

Há mais de duas décadas, a Editora Mundo Agro tem sido um farol de conhecimento e inovação no cenário da agroindústria brasileira. Desde os seus primeiros passos, a nossa missão tem sido clara: fornecer informações precisas, relevantes e de qualidade para os profissionais do campo, impulsionando o desenvolvimento sustentável do setor.

Hoje, estamos emocionados em anunciar um novo capítulo na nossa história, marcado pela união e pela evolução contínua. A partir deste momento, as nossas quatro respeitadas publicações –AviSite, OvoSite, PecSite e SuiSite – convergem em uma única e poderosa fonte de conhecimento: a Revista Mundo Agro.

Essa mudança não apenas simplifica o acesso às informações essenciais sobre as proteínas, mas também reflete o nosso compromisso em atender às necessidades dinâmicas dos nossos clientes e leitores. Reconhecemos que a integração dessas áreas é fundamental para uma compreensão abrangente e holística do complexo panorama agroindustrial.

Ao longo dos anos, fomos pioneiros em diversas iniciativas, incluindo a criação do primeiro portal dedicado à avicultura brasileira. Agora, mais uma vez, lideramos o caminho ao unificar as nossas publicações, fortalecendo o nosso papel como uma fonte confiável de insights e tendências para todos os envolvidos na cadeia produtiva.

Esta transição não significa apenas uma mudança superficial. Ela representa um compromisso renovado com a excelência jornalística, a pesquisa aprofundada e a colaboração com os melhores especialistas do setor. Estamos empenhados em garantir que a nossa nova revista continue a oferecer o mais alto padrão de informação, capacitando os nossos leitores a tomarem decisões informadas e estratégicas.

Por fim, gostaríamos de expressar a nossa sincera gratidão aos nossos leitores, colaboradores, parceiros e a toda a comunidade agrícola que nos acompanha ao longo desta jornada. O seu apoio e confiança são a força motriz por trás de cada conquista da Editora Mundo Agro, e estamos ansiosos para continuar a servir e inspirar vocês nesta nova fase emocionante.

Juntos, avançamos rumo a um futuro de prosperidade e sustentabilidade para o agronegócio brasileiro.

Com gratidão,

Natasha Garcia

CEO Mundo Agro Editora

Redação Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) e Stéfani Campos (MTB: 0093684/SP) imprensa@mundoagro.com.br

José Carlos Godoy jcgodoy@mundoagro.com.br

Comercial

Natasha Garcia e André Di Fonzo (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br

Diagramação e arte

Gabriel Fiorini gabrielfiorini@me.com

Internet Gustavo Cotrim webmaster@mundoagro.com.br

Administrativo e circulação adm@mundoagro.com.br

Mundo Agro Editora Ltda. - Rua Erasmo Braga, 1153 - 13070-147 - Campinas, SP. Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista da Mundo Agro são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.

EDITORIAL SUMÁRIO
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Natasha Garcia natasha@mundoagro.com.br

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A importância do uso do NIRS na produção animal

Importância do cálcio e fósforo na dieta de aves de postura

Importância dos Nutrientes na Dieta das Aves

Cultivar de capim mostra bom desempenho ao anteceder a soja

Interação e oferta de objetos para bezerros leiteiros podem ajudar a reduzir estresse da desmama

O Papel dos Cereais de Inverno na Alimentação de Suínos: Uma Revisão Técnica

EVENTOS OS + COMENTADOS NOTAS DESTAQUE MUNDO AGRO ESTATÍSTICAS ENTREVISTA: MUNIR ABOISSA INSTITUTO OVOS BRASIL COBERTURA: APA 2024 PONTO-FINAL 06 06 07 10 14 16 42 44 46
5 MUNDOAGRO #03

ABRIL

24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura

9 a 11 de abril

Chapecó (SC)

Agrishow

29 de abril a 3 de maio

Ribeirão Preto (SP)

JUNHO

X Clana - Congresso Latino-Americano De Nutrição Animal

4 de junho

São Paulo (SP)

6° Congresso Sobre Tecnologia Da Produção De Alimentos Para Animais

4 a 6 de junho

São Paulo (SP)

2º Symposium Feed Technology

11 a 14 de junho

Curitiba (PR)

AGOSTO

SIAVS 2024

6 a 8 de agosto

São Paulo (SP)

Simpósio OvoSite

7 de agosto

São Paulo (SP)

Simpósio Brasil Sul de Suinocultura

13 a 15 de agosto

Chapecó (SC)

OUTUBRO

9º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio

23 e 24 de outubro

São Paulo (SP)

NOVEMBRO

Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite

5 a 7 de novembro

Chapecó (SC)

Congresso Latino-Americano de Avicultura

12 a 15 de novembro

Punta Del Este – Uruguai

OS + COMENTADOS

Confira o que gerou mais repercussão e resultados em nossas redes sociais:

JANEIRO:

Alcance: 1.872

Reações 75

FEVEREIRO:

Alcance: 1.046

Reações: 199

MARÇO:

Impressão: 2.885

Reações: 92

EVENTOS
EM NOSSAS REDES SOCIAIS
+
NEW POST @ 00:50 3 LIKE! 6 MUNDOAGRO #03

RESULTADOS A OLHOS VISTOS

PERFORMANCE
MAIOR RENDIMENTO 20 PINTOS A MAIS POR FÊMEA PONTOS MELHOR EM C.A. 2 RAÇÃO POR PINTO -10,5% +0,4% +0,6% PEITO PERNAS VIABILIDADE +0,6% Saiba mais em ross308ap.com.br
A MELHOR
DO MERCADO O MENOR CUSTO EM TODA A CADEIA PRODUTIVA

Evonik desenvolve novo consórcio para reduzir o uso de antibióticos na criação de aves

OBiotech Hub da Evonik lidera um novo projeto de pesquisa, em colaboração com a Universidade Técnica de Munique (TUM) e a RWTH Aachen, chamado Chicken Synthetic Microbiota (ChiSYN). O projeto visa fortalecer o sistema imunológico das aves e reduzir o uso de antibióticos, com um financiamento superior a 2 milhões de euros, proveniente de recursos públicos e investimentos dos parceiros. O objetivo é desenvolver um aditivo para ração que promova a colonização de microrganismos benéficos no intestino das aves, prevenindo infecções por patógenos. A colaboração entre as instituições complementa-se com a experiência em microbiologia e imunologia, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e saudáveis.

Kemin Industries apresenta novo slogan global: “Compelled by Curiosity”

AKemin Industries revelou seu novo slogan global, “Compelled by Curiosity” (“Impulsionado pela Curiosidade”). O slogan representa a força motriz por trás da visão da empresa de transformar vidas e destaca a curiosidade como impulsionadora da inovação e colaboração contínuas. Fundamentada na ciência, a empresa busca soluções pioneiras para necessidades futuras, liderada pelo Dr. Chris Nelson. O slogan reflete tanto a história da empresa quanto suas aspirações futuras, mantendo-se fiel à curiosidade que a caracterizou desde sua fundação em 1961. A Kemin reafirma seu compromisso com a mudança positiva e duradoura, impulsionada pela paixão da descoberta.

NOTAS
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“Compelled by Curiosity” captura perfeitamente o espírito da Kemin somos movidos por uma curiosidade unificadora, que nos leva a alcançar nossa visão de transformar vidas em todo o mundo”, comentou o Dr. Chris Nelson.ç

Aleris Animal Nutrition apresenta tecnologias para a pecuária na Expodireto Cotrijal 2024

Participando pela primeira vez da Expodireto Cotrijal 2024, a Aleris aproveitou a oportunidade para mostrar a fundo as vantagens e tirar dúvidas sobre o Cultron, uma Cultura de Levedura produzida no Brasil, e exclusiva da Aleris, com excelentes resultados zootécnicos para os bovinos.

Segundo Giuliano Pavani de Campos, Gerente de Ruminante da Aleris Animal Nutrition, o objetivo foi se aproximar do produtor, levando conhecimento e informações, sobre as tecnologias Aleris, comprovadas por instituições de pesquisa, além de aproveitar ótimas oportunidades de negócios e acompanhar importantes debates ligados ao meio durante a feira.

“O investimento contínuo em pesquisa e expansão de mercado reflete o compromisso da empresa em oferecer soluções inovadoras e de alta qualidade para o setor agropecuário”, destaca Giuliano.

GIORDANO GLOBAL: UMA NOVA ERA DE INOVAÇÃO E CRESCIMENTO

A transformação da Gi-Ovo em Giordano Global não apenas redefine a identidade corporativa, mas também promete uma resposta global para as demandas crescentes do setor avícola

AGiordano Global, antes conhecida como Gi-Ovo, está passando por uma transição significativa em sua identidade corporativa. A mudança de nome para Giordano Global reflete não apenas a evolução da empresa ao longo dos anos, mas também seus ambiciosos planos de expansão e crescimento no mercado global.

Ao conversar com a gerente de Unidade de Negócio LATAM, Duda da Silva, ficou claro que a transição para Giordano Global não implica em mudanças nas marcas individuais que compõem o grupo, como EggsCargoSystem, HatchCargoSystem, Eggyplay e Valery Technologies. Em vez disso, a mudança se concentra na identidade corporativa das empresas do grupo, alinhando-se com a longa história e reputação da Giordano Holding.

Segundo Duda, a Giordano Holding sempre representou um grupo diversificado de empresas unidas pelo fio condutor de uma matéria-prima com infinitas possibilidades de processamento: o plástico. Cada empresa individual conquistou uma reputação sólida em seus respectivos mercados ao longo das décadas. A transição para Giordano Global visa posicionar melhor a imagem comercial do grupo, especialmente no setor avícola, e aumentar o reconhecimento internacional da marca.

“Uma das principais preocupações durante esse processo de transição foi garantir que os clientes, fornecedores, parceiros e demais partes interessadas não fossem impactados. Os contatos internos e os documentos formais permanecerão os mesmos, assegurando uma transição suave e sem interrupções nos negócios”, afirma a gerente.

Com a transição para Giordano impulsionada

DESTAQUE MUNDO AGRO: GIORDANO GLOBAL
Glaucia Bezerra glaucia.bezerra@mundoagro.com.br
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Duda da Silva é gerente de Unidade de Negócio LATAM da Giordano Global

Uma nova marca, novas possibilidades

Em termos de longo prazo, a Giordano Global tem como objetivo maximizar suas capacidades e solidificar sua presença global no mercado avícola. Isso inclui a expansão da oferta de produtos e a localização estratégica de unidades de produção para aproveitar oportunidades em diferentes regiões do mundo.

A estratégia de comunicação e posicionamento da nova marca no mercado está sendo cuidadosamente planejada. Além do novo logotipo, a empresa está trabalhando na migração para um novo site, onde os visitantes poderão encontrar informações sobre todas as empresas do grupo. Estratégias de marketing e publicidade, juntamente com o apoio de parceiros de mídia, estão sendo implementadas para promover a nova marca globalmente.

Giordano Global, a empresa se lança em uma nova era de oportunidades, impulsionada pela inovação, comprometimento e uma visão audaciosa para o futuro

“A transição para Giordano Global reflete não apenas uma mudança de nome, mas também uma visão de futuro para a empresa. A palavra “Global” destaca a crescente presença da empresa em todo o mundo e sua capacidade de atender às demandas do mercado globalizado”, salienta Duda.Por fim, a empresa reconhece que enfrentará desafios nos próximos anos, mas vê a transição como uma oportunidade para superá-los. O investimento em treinamento, marketing e infraestrutura demonstra o compromisso da Giordano Global em alcançar seus objetivos de crescimento e excelência no mercado avícola.

Em suma, a mudança para Giordano Global representa não apenas uma nova identidade corporativa, mas também o próximo capítulo emocionante na história de uma empresa comprometida com a inovação, qualidade e expansão global.

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PONTE PARA O FUTURO

Simpósio Brasil Sul de Avicultura e 15ª Poultry Fair debatem os avanços essenciais para a avicultura brasileira

DIA 9

Nos dias 9 a 11 de abril, o Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (PR), será o epicentro do conhecimento e da inovação no campo da avicultura. O Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), em conjunto com a 15ª edição da Brasil Sul Poultry Fair, promete ser um evento de destaque no calendário nacional e internacional.

O presidente do Nucleovet, Tiago José Mores, enfatiza a importância do evento para as áreas médico-veterinária e zootécnica, especialmente considerando o contexto atual da avicultura. “O SBSA reúne profissionais, técnicos, produtores e estudantes de todo o país, comprometidos com o avanço das técnicas e com o desenvolvimento da atividade avícola. Por isso, buscamos sempre uma programação que integre as mais recentes novidades do setor, proporcionando aplicabilidade prática no campo e na produção avícola do dia a dia”.

• Desafios do Brasil na competição global por produção animal mais sustentável, Palestrante: Roberto Ignacio Betancourt

• Cenários e Perspectivas para o Mercado de Carnes, Palestrante: Bruno Barcelos Lucchi

• Exigências internacionais para manutenção das exportações brasileiras, tendências e abertura de novos mercados, Palestrante: Juliana Satie Becker de Carvalho Chino

• Cenário Econômico, Palestrante: Dr. Paulo Guedes

DIA 10

• Antioxidantes e qualidade de carne, Palestrante: Vivian Aparecida Rios de Castilho Heiss

• Prevalência de dermatose em frangos de corte e sua relação com o manejo préabate, Palestrante: Luiza Fernanda da Silva Sabino

• Imunocompetência nas fases iniciais e sua relação com a nutrição, Palestrante: Breno Castello Branco Beirão

• Desafios relacionados à integridade estrutural em aves, Palestrante: Mercedez Vázquez-Añón

• Enfrentamento do foco de IAAP em aves de subsistência em Maracajá/SC pelo serviço veterinário oficial - CIDASC, Palestrantes: Diego Rodrigo Torres Severo e José Henrique de Oliveira

• Fatores de risco a campo para controle de salmonelas, Palestrante: Fernando Ferreira

• Enterite necrótica em frangos de corte, Palestrante: Dino Garcez

• Vacinas autógenas na avicultura: uma visão regulatória, Palestrante: Bruno Pessamilio

DIA 11

• Manejo de cama de frangos de corte, Palestrante: Connie Mou

• Artrites e problemas locomotores em frangos de corte: uma abordagem multifatorial, Palestrante: Jovanir Ines Müeller Fernandes

• Implementação de indicadores de bem-estar animal como ferramenta de gestão da avicultura, Palestrante: Victor Abreu de Lima

• Biosseguridade e desempenho zootécnico estão associados? Palestrante: Isabella Lourenço dos Santos

Mais informações: https://nucleovet.com.br/simposios/avicultura

DESTAQUE MUNDO AGRO: SBSA
Glaucia Bezerra glaucia.bezerra@mundoagro.com.br
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ABATE DE BOVINOS E SUÍNOS CRESCE

ENQUANTO O DE FRANGOS CAI

NO 4º

TRIMESTRE DE 2023

Bons resultados também foram obtidos para o setor leiteiro e de couro, que encerraram o trimestre com números positivos

Os primeiros resultados da produção animal no 4º trimestre de 2023 apontam que, ante o mesmo período de 2022, o abate de bovinos aumentou 19,9%, o de suínos subiu 0,8% e o de frangos recuou 2,3%. Na comparação com o 3º trimestre de 2023, o abate de bovinos aumentou 1,3% enquanto o de suínos diminuiu 3,5% e o de frangos caiu 3,2%.

A aquisição de leite foi de 6,43 bilhões de litros, com aumento de 1,8% ante o 4º trimestre de 2022 e incremento de 3,2% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Já aquisição de peças de couro pelos curtumes subiu 17,5% frente ao 4º trimestre de 2022 e aumentou 3,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, somando 9,15 milhões de peças inteiras de couro cru.

Foram produzidas 1,05 bilhão de dúzias de ovos de galinha no 4º trimestre de 2023, estabilidade em relação ao mesmo período do ano passado e queda de 1,0% frente ao 3º trimestre de 2023.

Abate de bovinos sobe 19,9% no ano e 1,3% frente ao trimestre anterior

No 4º trimestre de 2023, foram abatidas 9,05 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade representou uma variação positiva de 19,9% em comparação com o 4º trimestre de 2022 e aumento de 1,3% em relação ao 3º trimestre de 2023.

A produção de 2,41 milhões de toneladas de carcaças bovinas no 4º trimestre de 2023 consistiu em incrementos de 18,0% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e de 1,1% em relação ao apurado no 3º trimestre de 2023.

Abate de suínos cresce 0,8% na comparação anual e retrai 3,5% no trimestre

O abate de suínos somou 14,11 milhões de cabeças no 4° trimestre de 2023, representando um aumento de 0,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e queda de 3,5% em comparação ao 3° trimestre de 2023.

O peso acumulado das carcaças registrou 1,30 milhão de toneladas no 4º trimestre de 2023, aumento de 1,5% em relação ao 4º trimestre de 2022 e redução de 5,6% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Abate de frangos recua 2,3% na comparação anual e 3,2% na trimestral No 4º trimestre de 2023, foram abatidas 1,53 bilhão de cabeças de frango. Esse resultado significou reduções de 2,3% em relação ao trimestre equivalente do ano anterior e de 3,2% na comparação com o 3º trimestre de 2023.

O peso acumulado das carcaças foi de 3,19 milhões de toneladas no 4º trimestre de 2023. Esse total significou decréscimos de 4,1% em relação ao 4º trimestre de 2022 e de 3,8% frente ao trimestre imediatamente anterior.

ESTATÍSTICAS
IBGE
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https://ibge.gov.br

Abate de animais, aquisição de leite, aquisição de couro cru e produção de ovos de galinha

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Agropecuárias, Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, Pesquisa Trimestral do Leite, Pesquisa Trimestral do Couro e Produção de Ovos de Galinha. Notas: 1. Os dados do 4º trimestre de 2023 são referentes aos primeiros resultados das respectivas pesquisas. 2. Os primeiros resultados das pesquisas trimestrais da pecuária passaram a ser divulgados a partir do 1º trimestre de 2018 apenas no nível Brasil. São dados prévios, que podem sofrer alterações até a divulgação dos resultados do trimestre de referência. 3. Nota: Os dados do ano de 2023 são preliminares até a divulgação dos dados do 1º trimestre de 2024.

Aquisição de leite sobe 1,8% no ano e 3,2% no trimestre

A aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) no 4º trimestre de 2023, foi de 6,43 bilhões de litros. O valor correspondeu a um aumento de 1,8% em comparação ao volume registrado no 4º trimestre de 2022 e incremento de 3,2% em comparação ao obtido no trimestre imediatamente anterior.

Aquisição de couro tem aumento de 17,5% no ano e de 3,6% no trimestre

Os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que efetuam curtimento de pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 9,15 milhões de peças inteiras de couro cru bovino no 4º trimestre de 2023. Essa quantidade representa um acréscimo de 17,5% em comparação à registrada no 4º trimestre de 2022 e aumento de 3,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Produção de ovos fica estável no ano e cai 1,0% no trimestre

A produção de ovos de galinha foi de 1,05 bilhão de dúzias no 4º trimestre de 2023. O resultado representou estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior e queda de 1,0% em comparação ao 3º trimestre de 2023.

2022 2023 2023 Variação (%) 4º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre 3/1 3/2 1 2 3 Número de animais abatidos (mil cabeças) Bovinos 7 544 8 935 9 048 19,9 1,3 Suínos 13 990 14 615 14 108 0,8 -3,5 Frangos 1 565 231 1 580 549 1 529 999 -2,3 -3,2 Peso das carcaças (toneladas) Bovinos 2 039 608 2 380 371 2 407 145 18,0 1,1 Suínos 1 276 601 1 373 343 1 295 886 1,5 -5,6 Frangos 3 325 484 3 315 512 3 189 938 -4,1 -3,8 Leite (mil litros) Adquirido (cru) 6 316 242 6 231 393 6 428 763 1,8 3,2 Industrializado 6 305 265 6 222 039 6 419 949 1,8 3,2 Couro (mil unidades) Adquirido (cru) 7 791 8 838 9 154 17,5 3,6 Curtido 7 579 8 544 8 923 17,7 4,4 Ovos (mil dúzias) Produção 1 049 652 1 060 798 1 050 087 0,0 -1,0
15 MUNDOAGRO #03

O LEGADO DE MUNIR ABOISSA

Descubra como Munir Aboissa transformou sua paixão e visão em uma das empresas líderes no mercado de commodities agrícolas da América Latina

ENTREVISTA DO MÊS
Glaucia Bezerra glaucia.bezerra@mundoagro.com.br
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Há mais de três décadas, Munir Aboissa trilhou um caminho singular no universo das commodities agrícolas, fundando em 1987 a Aboissa Commodity Brokers, uma das principais referências do setor na América Latina. Munir não apenas ergueu uma empresa, mas uma instituição conhecida por sua excelência e comprometimento com os clientes.

Graduado em Ciências Sociais pela PUC, Munir destaca a importância dessa formação em sua trajetória. “Estudar Ciências Sociais me ajudou muito pelo fato de melhorar minha sensibilidade para entender meus clientes e melhor atendêlos”.

Com uma equipe especializada dedicada a cada categoria de produtos, desde o planejamento até o pós-venda, a Aboissa destaca-se não apenas por seu tamanho, mas pela qualidade de seu serviço. Sua missão de criar, desenvolver e executar os melhores negócios para os clientes é refletida em cada interação. Além disso, os valores fundamentais da empresa - ética, disciplina, comprometimento, trabalho em equipe, flexibilidade e eficiênciapermeiam todas as operações, consolidando uma cultura empresarial que transcende o sucesso financeiro.

Nesta entrevista exclusiva, Munir Aboissa compartilha não apenas sua jornada pessoal, mas também os princípios que impulsionaram o crescimento e sucesso contínuo da Aboissa.

“O Agronegócio é a vocação do Brasil, um mundo muito difícil de entrar, mas impossível de sair”
Munir Aboissa, fundador e CEO da Aboissa Commodity Brokers. Foto: Aboissa
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REVISTA MUNDO AGRO: Quais foram os principais desafios que enfrentou ao fundar a Aboissa Commodity Brokers e como os superou?

MUNIR ABOISSA: Nestes quase 37 anos, passamos por 8 planos de governo e 6 moedas diferentes. Os momentos mais difíceis foram a inflação de 1% ao dia, salvo pelo FHC, e o plano Collor com sequestro das poupanças. Superamos esses momentos com muita austeridade nas contas e trabalhando 75 horas semanais. Nossos clientes reconheciam nosso esforço e permaneceram fidelizados com a empresa.

Como você descreveria sua jornada desde o início de sua carreira até se tornar um empresário de sucesso no setor de commodities agrícolas?

Todos me perguntam como entrei neste negócio, e eu sempre respondo que não entrei, nasci dentro dele. Meu pai era gerente de uma planta da Bunge em Presidente Prudente (SP), onde nasci. Depois, em 1969, foi convidado a inaugurar o primeiro escritório da De Smet na América Latina. Em 1979, iniciei minha carreira lá, fiquei por 5 anos, depois ingressei numa empresa de Brokers de Commodities, a Kaufmann, e em 1987 inaugurei a Aboissa.

Quais foram as estratégias-chave que você adotou para se destacar no mercado e posicionar a Aboissa como uma referência no setor?

Servir bem para servir sempre foi nossa maior preocupação. Criar processos e protocolos para dar segurança ao cliente em todas as etapas do processo de compra e venda foi nosso maior desafio. Até hoje, nossa maior preocupação é com o pós-venda.

Ao longo dos anos, quais habilidades ou competências você identificou como essenciais para o sucesso como empreendedor no Brasil?

Para oferecer o melhor, é preciso treinar, treinar e treinar sua equipe de forma obsessiva. Hoje, tenho muito orgulho do nosso time. O treinamento sempre foi o terceiro maior investimento da empresa.

Quais são os principais diferenciais competitivos que você acredita ter contribuído para o crescimento e sucesso da Aboissa Commodity Brokers?

Na nossa profissão, informação é tudo. Estamos ligados estrategicamente a todas as agências de informação no Brasil e no mundo, com troca permanente de informações, o que nos faz privilegiados em relação à nossa concorrência. Beminformados, chegamos primeiro na oportunidade. Este é o nosso diferencial.

Diante dos desafios específicos de empreender no Brasil, como você adaptou suas estratégias de negócios para garantir o crescimento sustentável da empresa?

Dividir para multiplicar. Temos um plano de carreira ambicioso, que realiza o sonho do nosso colaborador de construir o negócio dele dentro do nosso negócio. Este sentimento de dono faz com que nosso time tenha sempre entusiasmo para superar qualquer dificuldade. Hoje, somos 70 colaboradores, e juntos, somos invencíveis. Atuando simultaneamente em vários segmentos, pulverizamos o risco. Um ajuda o outro, e vamos juntos superando as dificuldades.

Em sua opinião, quais são as característicaschave de um profissional de sucesso no setor de commodities agrícolas?

Primeiro lugar, estar sempre bem-informado. A informação tem que chegar para seu cliente em primeira mão por você. Isto colabora muito com

ENTREVISTA DO MÊS
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a sua reputação, gera confiança. Depois, o mais importante é visitar permanentemente seus clientes, o olho no olho é um acelerador de relacionamentos. No mundo de hoje, só se faz negócios com amigos. Por último, é manter um acompanhamento muito próximo do seu cliente, mantenha-o sempre de braços cruzados, antecipe-se a cada necessidade dele, esteja junto dele antes que ele precise de você.

Como você se mantém atualizado e se prepara para os desafios em constante evolução do mercado de commodities?

Lendo muito. Como já disse, informação é o nosso oxigênio.

“Criar processos e protocolos para dar segurança ao cliente em todas as etapas do processo de compra e venda foi nosso maior desafio”

Qual conselho você daria para profissionais que desejam seguir uma trajetória semelhante à sua no setor de commodities agrícolas Se você ainda está na faculdade, venha trabalhar conosco. Nós temos a receita, e acredite, é uma receita de sucesso. Se você já está no mercado, procure um ambiente que tenha a sua cara, onde você se sinta bem. Mas não pode faltar pressão, pois é ela que te empurra para cima e te tira do lugar. Da sua parte, não pode faltar muita disciplina e dedicação. O Agronegócio é a vocação do Brasil, um mundo muito difícil de entrar, mas impossível de sair. Muitas oportunidades e muita fartura para quem gosta de trabalhar.

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Munir Aboissa destaca a importância da informação e do comprometimento para o crescimento sustentável da Aboissa Commodity Brokers. Foto: Aboissa

A IMPORTÂNCIA DO USO DO NIRS NA PRODUÇÃO ANIMAL

NUTRIÇÃO ANIMAL
20 MUNDOAGRO #03
Maite Vidal Mendonça agroceresmultimix.com.br

Oagronegócio é um dos mais importantes segmentos da economia brasileira. De acordo com os dados do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia

Aplicada – Esalq/USP), a participação do setor na economia, no ano de 2022, foi de 25% do PIB (Produto Interno Bruto).

Nesse cenário, a produção de proteína animal é fundamental para a economia do país. O VBP (Valor Bruto da Produção) gerado pela produção de frangos de corte entre 2010 e 2021, por exemplo, registrou um aumento de 54% (ABPA, 2022).

De acordo com Deepa et al. (2016), com o aumento da concorrência na indústria de alimentação animal e as estreitas margens de lucro, a necessidade de melhorar a eficiência do processo de produção e a redução de desperdícios aumentaram cada vez mais no decorrer dos anos.

Dentre os custos envolvidos na produção animal, a nutrição é responsável por 80% do custo de produção. Segundo dados da ABPA (2022), a nutrição atingiu 75,36% e 81,10% do custo de produção do frango e suíno vivo, respectivamente, no ano de 2021.

Dessa maneira, fica evidente a necessidade de sempre formular as rações visando a atender as exigências nutricionais dos animais, bem como elaborar as rações garantindo a qualidade das matérias-primas e uma boa mistura, a fim de oferecer alimentação adequada para atender o máximo do potencial genético das aves.

QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS

O monitoramento e a inspeção de ingredientes é uma ferramenta fundamental para garantir a qualidade das matérias-primas, o que se traduzirá, no final, em produtos superiores para a alimentação dos animais de produção, e, portanto, em maior lucro operacional.

Contribuem para a variabilidade e qualidade final dos ingredientes utilizados nas rações animais (MANZKE et al., 2011), fatores como:

• a genética da semente,

• a fertilidade do solo,

• o clima,

• o manuseio,

• o processamento e a armazenagem,

• a mistura de lotes, entre outros aspectos.

A utilização de matérias-primas com alta variabilidade, sem uma monitoria, ou controle do que se está recebendo na fábrica, favorece o fornecimento de rações fora do padrão esperado em termos de formulação. Isso resulta em:

• dificuldade de formular com maior precisão,

• redução do potencial produtivo dos animais e

• perdas econômicas.

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NIRS

Uma maneira de avaliar as amostras de matérias-primas com rapidez e eficiência é através do uso do NIRS (Near Infrared Spectroscopy). A espectroscopia NIRS facilita medições, em tempo real, em todas as etapas da produção, desde a análise da matéria-prima até a verificação dos ingredientes e do produto acabado (WOODCOCK et al., 2008; BERZAGHI; RIOVANTO, 2009).

De acordo com Pasquini (2018), o NIRS é um tipo de espectroscopia vibracional de alta energia realizada na faixa de comprimento de onda de 750 a 2500 nm. Segundo Rech e Werner (2020), após a onda eletromagnética produzida pelo NIRS incidir na amostra a ser analisada, uma parte será absorvida e outra refletida.

As ligações covalentes das substâncias orgânicas absorvem essa energia, que é transformada em vibração das ligações moleculares. A radiação que não é absorvida é refletida, analisada e quantificada.

Assim, quando uma amostra é irradiada, a luz é absorvida seletivamente, de acordo com as frequências de vibração específicas das moléculas presentes e esse processo dá origem a um espectro (GIVENS; DEAVILLE, 1999).

O espectro depende dos grupos funcionais que absorvem a radiação NIRS que, por sua vez, estão correlacionados aos principais componentes químicos, físicos e/ou sensoriais de uma substância. Todas as informações decorrentes da interação da luz com a amostra, bem como artefatos instrumentais, coleta de dados e erros computacionais são responsáveis pela composição do espectro (BURNS; CIURCZACK, 2007).

Após a obtenção dos dados espectrais é necessário processá-los matematicamente para extrair as informações sobre as propriedades químicas das amostras. Para tal, é necessário

construir um modelo de previsão geralmente denominado calibração. A calibração é um modelo de regressão que permitirá a previsão da composição química com base em dados espectrais (BERZAGHI; RIOVANTO, 2009).

QUALIDADE DE MATÉRIA-PRIMA

O NIRS permite a elaboração de um banco de dados robusto de resultados de matérias-primas recebidas, que possibilita a criação de um padrão de qualidade de compra para cada matéria-prima, favorecendo assim a classificação dos fornecedores. Soma-se a isso, a possibilidade de melhores negociações de compra e recebimento de matérias-primas, devido ao conhecimento sobre a variabilidade delas de acordo com a região e com parâmetros préestabelecidos no padrão de qualidade.

espectroscopia método Além resíduos, NIRS simultaneamente, Uma vez operador
NUTRIÇÃO ANIMAL 22 MUNDOAGRO #03
Assim nutritivos rentabilidade

VANTAGENS DO NIRS

Cabe destacar que, além da rapidez de análise, a espectroscopia NIRS oferece outras vantagens importantes em relação aos métodos químicos tradicionais. Trata-se de um método físico, não destrutivo, que requer preparação mínima (ou nenhuma) da amostra e sua precisão é alta.

Além disso, não são necessários reagentes e não há produção de resíduos, o que contrasta com a análise química tradicional. Através do NIRS é possível avaliar diversos parâmetros da mesma amostra, simultaneamente, e é possível analisar a mesma amostra quantas vezes forem necessárias.

vez calibrado, o espectrômetro NIR é simples de usar e um único operador pode analisar diversas amostras (GIVENS et al., 1997; BERZAGHI; RIOVANTO, 2009).

Assim sendo, o NIRS pode ser utilizado como um método alternativo rápido e simultâneo para prever os valores nutritivos dos alimentos, ocasionando melhoria do controle de qualidade e eficiência, conduzindo a uma maior rentabilidade e competitividade (DEEPA et al., 2016; SAMADI et al., 2018).

A classificação dos fornecedores colabora com a redução da variabilidade dos ingredientes, o que permite aumentar o número de amostras e construir uma base de dados robusta para atualização de matrizes nutricionais. Ao formular rações com matrizes nutricionais mais próximas da composição nutricional das matérias-primas que se tem a campo, é possível trabalhar com formulações mais precisas, visando o atendimento das exigências nutricionais dos animais, possibilitando melhores resultados zootécnicos.

Ademais, as informações e controle obtidos através do NIRS possibilitam ao nutricionista realizar estudos econômicos por meio de formulações, por um lado e, por outro,

beneficiam os setores de suprimentos e qualidade para tomada de decisões mais rápidas e precisas

ORIGEM

A espectroscopia do infravermelho próximo não é uma tecnologia descoberta recentemente. Pelo contrário, ela se consolidou a partir da década de 60, após os estudos e trabalho de Karl Norris em diferentes áreas da produção animal (BERZAGHI; RIOVANTO, 2009).

E, ainda hoje, o NIRS é ampla e prosperamente usado em diversas áreas, como por exemplo a

23 MUNDOAGRO #03

agrícola, farmacêutica, de controle de processos, medicina, controle de qualidade, entre outras. Além do mais, há a possibilidade de novos usos práticos a serem descobertos para os próximos anos (CAMPESTRINI, 2005; BURNS, CIURCZACK 2007).

PONTOS DE ATENÇÃO

Diante do exposto, são muitas as vantagens do NIRS, com exceção da dependência de um método de referência (requer análises químicas e físicas precisas como amostras de referência), sendo fundamental reconhecer que, se forem usados valores de calibração incorretos, o NIRS fará uma previsão incorreta (UNDERSANDER et al., 2006).

Vale destacar ainda que é fundamental obter um grande conjunto de dados para incorporação na calibração, possuir pessoal altamente treinado para o desenvolvimento dos modelos de calibração e considerar que a baixa sensibilidade do sinal pode limitar a determinação de substâncias com concentrações menores. Além disso, a transferência de calibração é limitada entre instrumentos diferentes e a interpretação de dados espectral pode ser complicada.

O alto investimento financeiro inicial para a instrumentação também pode representar um importante obstáculo para a compra (CAMPESTRINI, 2005; BERZAGHI; RIOVANTO,

2009). Em contrapartida, Deepa et al. (2016) alertam que, apesar de ser necessário investir altos custos para a implementação da tecnologia NIRS e realizar retransmissões em quimiometria, a longo prazo, e se for desenvolvida adequadamente, a aquisição e uso do NIRS se torna muito rentável para a empresa.

Em suma, a tecnologia NIRS desempenha e desempenhará um papel central em muitas indústrias e setores produtivos, visando impulsionar as cadeias de produção de alimentos para atender a requisitos de padrões de qualidade cada vez mais elevados (BERZAGHI; RIOVANTO, 2009).

Portanto, conclui-se que o NIRS é importante, uma vez que possibilita formular rações com maior garantia de qualidade das matériasprimas e com maior precisão nutricional, beneficiando o desempenho dos animais e retorno financeiro para a empresa. E ainda, o uso do NIRS de forma eficiente dentro de uma empresa, significa a mudança de forma de trabalho, onde a interação entre as áreas de suprimentos, garantia de qualidade e nutricionistas será constante e muito benéfica.

NUTRIÇÃO ANIMAL
Consulta junto à autora Maite Vidal Mendonça é nutricionista de aves na Agroceres Multimix 24 MUNDOAGRO #03
REFERÊNCIAS Sob

IMPORTÂNCIA DO CÁLCIO E FÓSFORO NA DIETA DE AVES DE POSTURA

Aprodução de ovos é uma atividade essencial na indústria avícola, e garantir a saúde e a produtividade das galinhas poedeiras é de suma importância para os produtores. A formulação adequada da dieta dessas aves é crucial para assegurar não apenas a produção de ovos de qualidade, mas

também a saúde geral do rebanho. Dois minerais fundamentais que desempenham papéis vitais na saúde óssea, no metabolismo e na produção de ovos são o cálcio (Ca) e o fósforo (P). Este artigo se propõe a explorar a importância desses minerais na dieta das galinhas poedeiras.

NUTRIÇÃO ANIMAL
OvoSite glaucia.bezerra@mundoagro.com.br 26 MUNDOAGRO #03
Redação

Papel do Cálcio e do Fósforo na Saúde e Produção de Ovos

CÁLCIO (CA)

O cálcio é um mineral essencial para a formação e manutenção de ossos fortes e para uma casca de ovo saudável. Durante o período de produção de ovos, a galinha poedeira requer uma quantidade significativa de cálcio para a formação diária de cascas de ovos. A deficiência de cálcio na dieta pode resultar em problemas como cascas de ovos finas ou quebradiças, ovos com cascas irregulares e até mesmo o desenvolvimento de distúrbios metabólicos, como a osteoporose.

FORMULAÇÃO DE DIETAS BALANCEADAS

Para garantir uma dieta equilibrada para as galinhas poedeiras, é essencial que a relação entre cálcio e fósforo seja adequada. A proporção ideal de cálcio para fósforo na dieta de galinhas poedeiras varia dependendo da idade e do estágio de produção das aves. Geralmente, durante o pico de produção de ovos, é recomendado que a relação cálcio:fósforo na dieta esteja entre 2:1 e 4:1.

Os ingredientes utilizados na formulação da ração das galinhas poedeiras devem ser cuidadosamente selecionados para garantir níveis adequados de cálcio e fósforo. Fontes comuns de cálcio incluem calcário calcítico e conchas de ostras, enquanto fontes de fósforo podem incluir farelo de soja, farelo de arroz e fosfato bicálcico. É importante monitorar regularmente os níveis desses minerais na ração e ajustá-los conforme necessário para atender às necessidades específicas das aves.

FÓSFORO (P)

O fósforo desempenha um papel essencial na formação de ossos e no metabolismo energético das aves. Junto com o cálcio, o fósforo é um componente chave dos ossos e das cascas de ovos. Além disso, o fósforo está envolvido em processos metabólicos, como a produção de energia e o armazenamento de compostos de energia nas células. Uma deficiência de fósforo na dieta pode resultar em problemas de crescimento, redução na produção de ovos e fragilidade óssea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cálcio e o fósforo desempenham papéis fundamentais na saúde óssea, no metabolismo e na produção de ovos das galinhas poedeiras. Uma dieta equilibrada, que forneça níveis adequados desses minerais, é essencial para garantir a saúde e o desempenho ótimo das aves. Os produtores devem estar atentos à formulação da ração e monitorar regularmente os níveis de cálcio e fósforo para garantir que as necessidades nutricionais das galinhas sejam atendidas em todas as fases de produção.

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IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES NA DIETA DAS AVES

À medida que exploramos o tema da nutrição animal, é fundamental compreender como os diferentes nutrientes desempenham um papel essencial na saúde e no desenvolvimento das aves.

NUTRIÇÃO ANIMAL – ESPAÇO IOB
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PROTEÍNAS: OS BLOCOS DE CONSTRUÇÃO

Comecemos com as proteínas, os verdadeiros blocos de construção para o crescimento e reparação do corpo das aves. As proteínas são compostas por aminoácidos essenciais e não essenciais, sendo os primeiros cruciais, pois não podem ser sintetizados pelo organismo das aves e devem ser fornecidos através da dieta. É essencial garantir um suprimento adequado de proteínas para promover o crescimento saudável, o desenvolvimento muscular e a produção de ovos nas aves.

VITAMINAS:

MICRONUTRIENTES VITAIS

As vitaminas desempenham um papel vital no metabolismo e na função fisiológica das aves. Desde a vitamina A, que é essencial para a saúde ocular, até a vitamina D, necessária para a absorção de cálcio e fósforo, cada vitamina desempenha uma função única no corpo das aves. Garantir uma dieta equilibrada e rica em uma variedade de vitaminas é fundamental para manter a saúde e a vitalidade das aves.

MINERAIS:

SUPORTE ESTRUTURAL E METABÓLICO

Os minerais são essenciais para uma variedade de funções estruturais e metabólicas nas aves. Do cálcio, necessário para a formação de ovos e ossos fortes, ao ferro, essencial para o transporte de oxigênio no sangue, os minerais desempenham papéis críticos no funcionamento saudável do organismo avícola. Uma dieta equilibrada em minerais é fundamental para prevenir deficiências e garantir a saúde geral das aves.

CARBOIDRATOS:

FONTE DE ENERGIA VITAL

Por fim, os carboidratos fornecem uma fonte vital de energia para as aves. Os carboidratos são metabolizados para produzir glicose, que é então utilizada como combustível para as atividades diárias das aves, desde o voo até a postura de ovos. Uma dieta balanceada em carboidratos é essencial para garantir níveis adequados de energia e promover um bom desempenho nas aves.

Em conclusão, é evidente que uma dieta equilibrada e nutritiva é fundamental para a saúde e o bem-estar das aves. Como especialista do Instituto Ovos Brasil, estou comprometida em promover a conscientização sobre a importância dos nutrientes na dieta das aves e em fornecer orientações práticas para garantir uma nutrição adequada. Juntos, podemos garantir o crescimento saudável e a produção sustentável de ovos em nossas aves.

DANIELA DUARTE

Daniela Oliveira, Médica Veterinária graduada pela Universidade de Alfenas, é uma renomada especialista em avicultura, com mestrado e doutorado em Medicina Veterinária Preventiva e Ciência Animal, respectivamente, pela UFMG. Com mais de uma década de atuação no setor, ela se destaca por sua vasta expertise em manejo, sanidade, tecnologia e controle de qualidade de ovos. Autora de obras acadêmicas, incluindo o livro “Qualidade e Tecnologia de Ovos”, e membro do Comitê Estadual de Sanidade Avícola de Minas Gerais, sua liderança como Diretora Técnica do Instituto Ovos Brasil e Consultora na Elanco Saúde Animal contribui significativamente para o avanço e a regulamentação da avicultura nacional.

SOBRE
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CULTIVAR DE CAPIM

MOSTRA BOM DESEMPENHO AO ANTECEDER A SOJA

Cultivares de capim Panicummaximum, como é o caso da BRS Zuri, podem promover até 40 quilos de carcaça animal por hectare em sistemas ILP

Estudo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) mostrou que o uso da cultivar de capim BRS Zuri antecedendo a soja é viável e pode trazer bons resultados em sistemas de integração-lavourapecuária (ILP). Isso é possível adotando-se uma estratégia de manejo adequada. Essa cultivar é

conhecida pela elevada produção de forragem, alto valor nutritivo, resistência à cigarrinhadas-pastagens e à mancha das folhas, o que a torna interessante para a alimentação do gado. Por outro lado, essa forrageira necessita de manejo especial para que ela não permaneça no campo na hora de plantar a soja.

NUTRIÇÃO ANIMAL
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Embrapa Agropecuária Oeste embrapa.br/agropecuaria-oeste

Panicum maximum

BRS Zuri

https://www.embrapa.br/busca-de-solucoestecnologicas/-/produto-servico/1309/ panicum-maximum---brs-zuri

“As cultivares de Panicum maximum mais vigorosas, como os capins BRS Zuri, Mombaça e Miyagui, têm sido deixadas de lado pelo fato de serem mais tolerantes ao herbicida glifosato, por formarem touceiras e devido ao porte elevado, que dificulta um pouco o plantio da cultura em sucessão”, completa o pesquisador da Embrapa Luís Armando Zago Machado.

Ele salienta que esses capins são os mais produtivos, em condição de pastejo, capazes de produzir 40 arrobas de carcaça por hectare, por ano, quando em sistemas de integração lavoura-pecuária.

“Esse potencial de produção do capim BRS Zuri foi o que motivou estudar seu controle com herbicidas, já que, nos sistemas integrados, a pecuária necessita ser muito lucrativa para justificar sua rotação com culturas anuais”, declara o cientista.

Quando o capim BRS Zuri foi avaliado nos ensaios de valor de cultivo e uso, ele foi mais produtivo que os capins Tanzânia e Mombaça, além de apresentar melhor valor nutricional que esse último. Ao ser avaliado em sistemas integrados, foi obtida produtividade de 20% a 40% maior que a braquiária. “Porém, os P. maximum são mais exigentes em adubação, para que expressem todo seu potencial de produção, por isso eles vão tão bem nos sistemas integração lavoura-pecuária”, alerta Zago.

RESULTADOS OBTIDOS COM A DESSECAÇÃO DO CAPIM BRS ZURI

O uso de cultivares de P. maximum de porte alto como a BRS Zuri nos sistemas integrados é bem-sucedido quando as plantas são rebaixadas. Esse trabalho comprovou que o sucesso do controle químico consiste na aplicação de duas doses de herbicida sistêmico ou a primeira com sistêmico e a segunda de contato, antes do plantio da soja. A primeira aplicação deve ser realizada com 12 a 14 dias antes do plantio da soja. A segunda aplicação pode ser feita de quatro a dez dias após a primeira, dependendo da dose e do produto aplicado. Essas duas aplicações foram eficientes para a dessecação do capim. Foram utilizados os herbicidas sistêmicos (glyphosate ou haloxyfop) ou de contato (glufosinato) e ambos apresentaram resultados positivos.

O estudo comprovou que o controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e que pode ser usada com segurança pelos produtores. “Com essa informação, é possível realizar o controle e diminuir o intervalo para posterior semeadura da soja”, diz Zago.

Armando
Foto: Luís
Zago
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O capim BRS Zuri é mais uma espécie a ser empregada nos sistemas de integração lavourapecuária, possibilitando a diversificação das forrageiras, principalmente, com as do gênero Brachiaria (B. ruziziensis e B. brizantha cv. Xaraés), que são bastante cultivadas e apresentam características muito interessantes, segundo os pesquisadores. Eles recomendam manter alguns talhões com Brachiaria, já que elas são menos estacionais, ou seja, a redução na produção de forragem durante a seca é menor em Brachiaria, em relação a Panicum.

Outro aspecto a ser considerado no estabelecimento do capim BRS Zuri em sucessão à soja é o percevejo barriga-verde, que é uma praga secundária da soja, mas pode inviabilizar o estabelecimento desse capim. Nesse caso, está sendo avaliado em outro projeto o controle dessa praga. Observou-se que a pulverização de inseticida é pouco eficiente, já que a planta fica abrigada sob a palha da soja. Os melhores resultados têm sido obtidos com o tratamento das sementes da forrageira.

Zago acrescenta que, no sistema ILP, o capim desempenha um papel fundamental na rotação de culturas e estruturando o solo, que pode contribuir para intensificar e gerar melhorias no ambiente de produção e, consequentemente, promover o aumento de produtividade nas lavouras de soja de forma sustentável.

Os resultados deste estudo foram publicados no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, nº 92, Estratégias para o controle de Panicum maximum cv. BRS Zuri antecedendo o cultivo de soja em sistemas ILP, redigido pelos pesquisadores da Embrapa Luís Armando Zago Machado, Rodrigo Arroyo Garcia e Germani Concenço.

Download gratuito.

A BRS ZURI

Desenvolvida pela Embrapa e parceiros e lançada em 2014, a BRS Zuri é uma gramínea cespitosa, da espécie Panicum maximum, que deve ser manejada, preferencialmente, sob pastejo rotacionado, sendo considerada uma boa opção para diversificação de pastagens nos biomas Amazônia e Cerrado.

Os capins da espécie Panicum maximum são conhecidos como capim-colonião. É uma espécie de gramínea tropical muito utilizada como forrageira em sistemas agropecuários. É nativa de diversas regiões da África e tem se disseminado em vários países de clima tropical devido à sua adaptabilidade e valor nutritivo para o gado.

Essa espécie de capim é valorizada devido a sua capacidade de crescimento vigoroso e rápido, tornando-se uma opção popular para a alimentação de bovinos, ovinos e outros animais de pastagem. Caracteriza-se por apresentar folhas largas e compridas, que formam densas touceiras, e suas sementes são dispersas pelo vento. A planta possui uma alta tolerância ao pastejo e consegue se recuperar bem após ser cortada ou consumida pelo gado.

Foto: Carlos Maurício Foto: Carlos Maurício
NUTRIÇÃO ANIMAL 32 MUNDOAGRO #03

INTERAÇÃO E OFERTA DE OBJETOS PARA BEZERROS LEITEIROS PODEM AJUDAR A

REDUZIR ESTRESSE DA DESMAMA

A pesquisa avaliou os efeitos do enriquecimento social no comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto e como melhorar a capacidade dos animais em lidar com mudanças de ambiente

Afase de aleitamento é um período sensível e estressante para os bezerros leiteiros, por conta do afastamento da mãe e, em alguns casos, do isolamento social. Buscando alternativas para minimizar os impactos negativos dessa fase, a Embrapa Pecuária Sudeste conduziu um experimento para testar a efetividade do enriquecimento social e físico.

A pesquisa avaliou os efeitos do enriquecimento social no comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. O intuito, de acordo com a pesquisadora Teresa Alves, foi melhorar a capacidade dos animais em lidar com mudanças de

PESQUISA E INOVAÇÃO
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Embrapa Pecuária Sudeste embrapa.br/pecuaria-sudeste

ambiente. Além disso, o enriquecimento físico, com a disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho, buscou identificar benefícios funcionais e biológicos.

A separação do filhote e a mãe logo após o nascimento é uma prática corriqueira entre os produtores de leite, principalmente para assegurar maior eficiência no recebimento do colostro. Quando separados, muitos são colocados em baias individuais, a fim de diminuir a transmissão de doenças e a competição por alimento.

Por outro lado, a criação coletiva de bezerros oferece um ambiente com espaço e estímulos necessários ao bom desenvolvimento cognitivo. A interação com outros animais pode melhorar a capacidade de lidar com mudanças de ambiente e situações de estresse. Porém, um desafio frequente nesse modelo é a ocorrência da mamada cruzada (ato de bezerros em sugar um ao outro). Tal ação pode resultar em ferimentos de partes do corpo do animal sugado e interferir no desempenho produtivo. Nesse caso, a inserção de “brinquedos” é uma forma de reduzir o problema, melhorando sanidade, índices reprodutivos, aumento da aptidão inclusiva e redução de comportamento doloroso. E não é necessário um grande investimento para o produtor.

Na
imagem, o experimento que contou com bolas e escovas (marcadas com um círculo) e espantalhos como enriquecimento físico do ambiente. Foto: Gisele Rosso
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horários próximos ao fornecimento do leite pode estar relacionada com o contato humano-animal. É provável que os bezerros tenham associado à imagem do espantalho à pessoa responsável pelo manejo, uma vez que os bonecos usavam a mesma vestimenta dos tratadores.

Participaram do estudo 35 bezerros das raças Holandês e Jersolando distribuídos em dois tratamentos: um apenas com enriquecimento social - piquetes coletivos de criação; e outro com enriquecimento social e físico. Nesses, além dos piquetes serem coletivos, foram colocados diferentes objetos (espantalho, bola e escova), oferecidos simultaneamente.

O experimento foi conduzido no Sistema de Produção de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP).

A distribuição dos grupos foi aleatória, com a condição de que os animais não tivessem diferença de idade maior do que 15 dias e, no máximo, cinco filhotes.

Os bezerros foram separados de suas mães logo após o nascimento e receberam o colostro por meio de baldes individuais com bico. Desde o primeiro dia de vida, tiveram acesso livre à água e ao concentrado. O desaleitamento ocorreu, gradativamente, próximo aos dois meses de idade.

pesquisadora explicou que o sistema foi planejado para que houvesse piquetes ociosos para mudança do lote para áreas com melhor qualidade sanitária, principalmente no período das chuvas.

Os animais foram avaliados diariamente e pesados a cada 14 dias, com a avaliação de mucosa, infestação de carrapatos e temperatura retal.

As observações comportamentais também foram a cada 14 dias, anotadas durante 10 horas, com identificação dos bezerros.

Foram 60 dias de observações do comportamento do nascimento ao desmame.

Para saber mais sobre o experimento, entre em contato com: Gisele Rosso pecuaria-sudeste.imprensa@embrapa.br

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O PAPEL DOS CEREAIS DE INVERNO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS: UMA REVISÃO TÉCNICA

A alimentação alternativa desempenha um papel crucial na suinocultura brasileira, fornecendo uma fonte vital de alimentação, diversificando a dieta dos suínos, reduzindo custos, contribuindo para práticas agronômicas sustentáveis e garantindo a segurança alimentar

Redação SuiSite glaucia.bezerra@mundoagro.com.br

Cereais de inverno desempenham um papel significativo na alimentação animal, especialmente na produção de suínos. Esses cereais incluem trigo, cevada, centeio e aveia, e são fontes importantes de energia, proteína, vitaminas e minerais na

dieta suína. Este artigo técnico visa analisar a contribuição dos cereais de inverno na nutrição suína, destacando seus benefícios, considerações de manejo e práticas recomendadas.

NUTRIÇÃO ANIMAL 38 MUNDOAGRO #03

BENEFÍCIOS NUTRICIONAIS

DOS CEREAIS DE INVERNO:

1. Fonte de Energia: Os cereais de inverno são ricos em carboidratos, fornecendo energia essencial para o crescimento e desenvolvimento adequados dos suínos.

2. Teor Proteico: Embora os cereais de inverno tenham menor teor de proteína em comparação com outras fontes de alimentação, eles contribuem significativamente para as necessidades proteicas dos suínos quando combinados com outras fontes de proteína.

3. Fibra Dietética: A presença de fibras nos cereais de inverno, como a aveia e o centeio, promove a saúde intestinal e melhora a digestibilidade, reduzindo os problemas de constipação em suínos.

OS CEREAIS DE INVERNO DESEMPENHAM UM PAPEL CRUCIAL NA SUINOCULTURA BRASILEIRA POR VÁRIAS RAZÕES:

1. Alimentação dos Suínos: Os cereais de inverno, como o trigo, a cevada e o centeio, são frequentemente utilizados na formulação de rações para suínos. Eles fornecem uma fonte importante de energia, proteína e outros nutrientes essenciais para os suínos em crescimento e reprodução.

2. Diversificação da Dieta: Ter uma variedade de opções de cereais disponíveis permite aos produtores diversificarem a dieta dos suínos, o que pode ajudar a melhorar a saúde e o desempenho dos animais. Isso também pode reduzir a dependência de ingredientes específicos, mitigando os riscos associados a possíveis escassezes ou flutuações de preços em determinados cereais.

3. Custo e Disponibilidade: Dependendo da região e da época do ano, os cereais de inverno podem ser mais acessíveis e abundantes do que os cereais de verão. Isso pode ajudar a reduzir os custos de produção na suinocultura, contribuindo para uma operação mais econômica.

4. Rotação de Culturas: O cultivo de cereais de inverno faz parte de sistemas de rotação de culturas, o que pode trazer benefícios agronômicos, como a melhoria da estrutura do solo, a redução de pragas e doenças e o aumento da produtividade geral da terra. Isso é importante para manter a sustentabilidade a longo prazo da produção de grãos e, consequentemente, da suinocultura.

5. Segurança Alimentar: Ter uma oferta estável e diversificada de cereais ajuda a garantir a segurança alimentar na suinocultura. Isso significa que os produtores têm acesso consistente a ingredientes essenciais para alimentar seus animais, o que é fundamental para manter a produção de carne suína em níveis adequados para atender à demanda do mercado interno e externo.

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PRINCIPAIS OPÇÕES DE CEREAIS DE INVERNO:

1. Trigo (Triticum aestivum): O trigo é amplamente cultivado em diversas regiões e é uma fonte valiosa de energia na dieta suína. Existem variedades de trigo duro e trigo mole, cada uma com diferentes características nutricionais.

2. Cevada (Hordeum vulgare): A cevada é conhecida por sua resistência ao frio e é uma excelente fonte de carboidratos e fibras na alimentação suína. Ela pode ser utilizada em dietas de suínos em várias formas, incluindo grãos inteiros, farelo ou grãos processados.

3. Centáurea (Secale cereale): O centeio é cultivado em áreas com climas mais frios e tem uma alta resistência a condições adversas. Ele contém níveis moderados de proteína e é frequentemente utilizado em dietas para suínos em crescimento e terminação.

4. Aveia (Avena sativa): A aveia é rica em fibras solúveis e possui um teor de proteína relativamente mais alto em comparação com outros cereais de inverno. Ela pode ser uma excelente fonte de energia e nutrientes para suínos em todas as fases de crescimento.

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CONSIDERAÇÕES DE MANEJO:

1. Processamento: O processamento adequado dos cereais de inverno é crucial para melhorar sua digestibilidade. A moagem fina ou a micronização podem aumentar a disponibilidade dos nutrientes contidos nos grãos.

2. Equilíbrio da Dieta: Os cereais de inverno devem ser utilizados em combinação com

outras fontes de nutrientes, como farelos de soja, suplementos vitamínicos e minerais, para garantir uma dieta equilibrada e atender às exigências nutricionais dos suínos em diferentes estágios de crescimento.

3. Controle de Qualidade: A qualidade dos cereais de inverno, incluindo sua composição nutricional e potenciais contaminantes, deve ser rigorosamente monitorada para garantir a segurança alimentar e o desempenho ideal dos suínos.

PRÁTICAS RECOMENDADAS:

1. Formulação de Dietas: A formulação de dietas balanceadas, levando em consideração as características nutricionais dos cereais de inverno e as exigências específicas dos suínos, é essencial para otimizar o desempenho produtivo e a saúde dos animais.

2. Testes de Desempenho: Avaliações regulares do desempenho dos suínos alimentados com diferentes formulações de dietas de cereais de inverno ajudam a ajustar as formulações e maximizar a eficiência alimentar.

3. Uso Eficiente de Recursos: A utilização eficiente dos cereais de inverno na alimentação suína contribui para a sustentabilidade ambiental e econômica da produção animal, reduzindo o desperdício e otimizando os recursos disponíveis.

CONCLUSÃO:

Os cereais de inverno desempenham um papel crucial na alimentação de suínos, fornecendo uma fonte de energia, proteína e outros nutrientes essenciais. No entanto, é importante considerar o processamento adequado, o equilíbrio da dieta e o controle de qualidade para garantir o máximo aproveitamento dos benefícios nutricionais desses grãos. Ao implementar práticas recomendadas e realizar avaliações regulares, os produtores podem otimizar o desempenho produtivo, a saúde dos animais e a sustentabilidade da produção suína.

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POSTURA EM FOCO: DESTAQUES DO XXI CONGRESSO APA DE OVOS 2024

“Participar do XXI Congresso APA é uma oportunidade excepcional para o Instituto Ovos Brasil fortalecer laços, compartilhar conhecimento e colaborar para o avanço sustentável do setor”, diz o presidente do IOB

No dia 14 de março, encerrou-se o XXI Congresso da APA de Produção e Comercialização de Ovos, evento de destaque na avicultura realizado no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, São Paulo. Este congresso, organizado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), foi o encontro anual mais importante para profissionais e especialistas do setor, oferecendo uma plataforma única para a discussão de inovações, tendências e pesquisas no campo da avicultura.

Neste ano, o congresso focou em temas críticos como sanidade, nutrição, genética, manejo, bem-estar animal, legislação, marketing, gestão e comercialização, enriquecendo o debate entre a academia e a indústria. José Roberto Bottura, diretor técnico da APA, destacou a importância deste encontro como um marco para a sinalização de tendências e inovações tecnológicas que moldarão o futuro da avicultura.

O presidente do Instituto Ovos Brasil, Edival Veras, expressou seu entusiasmo com a participação do IOB no evento:

“Participar do XXI Congresso APA foi uma oportunidade excepcional para o Instituto Ovos Brasil fortalecer laços, compartilhar conhecimento e colaborar para o avanço

SOBRE O INSTITUTO OVOS BRASIL

sustentável do setor. Estamos comprometidos em promover as melhores práticas e compartilhar informações valiosas para impulsionar o desenvolvimento da avicultura”.

O Instituto Ovos Brasil esteve presente no evento, com os diretores Tabatha Lacerda, diretora administrativa, Daniela Duarte, diretora técnica e Airton Carneiro, diretor comercial, oferecendo informações atualizadas sobre o mercado da avicultura, destacando suas iniciativas mais recentes e fornecendo insights sobre o futuro do setor. A presença do IOB no congresso foi uma prova de seu compromisso com o desenvolvimento da avicultura, proporcionando uma excelente oportunidade para networking, troca de experiências e estabelecimento de novas parcerias.

Um marco na avicultura, os congressos da APA reúnem conhecimento especializado, oportunidades de networking e negócios. “A troca de experiências e o compartilhamento de informações contribuem para o desenvolvimento sustentável do setor e para a promoção de uma produção de ovos cada vez mais eficiente e responsável”, finaliza Veras.

O Instituto Ovos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, que foi criada em 2007 com objetivo de educar e esclarecer a população sobre as propriedades nutricionais do ovo e os benefícios que o alimento proporciona à saúde. Entre seus propósitos, também destaca-se a missão de desfazer mitos sobre seu consumo. O IOB tem atuação em todo o território nacional e hoje é referência em informação sobre ovos no Brasil.

INSTITUTO OVOS BRASIL
Ovos Brasil www.ovosbrasil.com.br
Instituto
Edival Veras, presidente do Instituto Ovos Brasil
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43 MUNDOAGRO #03 DE PROTEÍNA ANIMAL S A L Ã O IN T ERN A CION A L FEIRA & CONGRESSO Visite nosso site para saber mais: www.siavs.com.br ORGANIZAÇÃO siavs@abpa-br.org O MAIOR EVENTO DA AVICULTURA E DA SUINOCULTURA DO BRASIL AGORA É MULTIPROTEÍNAS! BRASIL | SÃO PAULO 06 A 08 DE AGOSTO DE 2024 DISTRITO ANHEMBI - SP S I VS A 2024 +55 11 3095-3120

POSTURA EM FOCO: DESTAQUES DO XXI CONGRESSO APA DE OVOS 2024

Profissionais se reuniram para discutir os últimos avanços na produção de ovos, com destaque para palestras sobre tecnologia, nutrição e bem-estar animal

OXXI Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos 2024 foi marcado por uma série de eventos de destaque. Profissionais da indústria avícola de todo o país estiveram no auditório para participar de palestras de alto calibre. Organizado pela Associação

Paulista de Avicultura (APA), com o apoio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA), o evento foi realizado entre os dias 11 e 14 de março, no Centro de Exposições de Ribeirão Preto (SP).

José Roberto Bottura, Diretor Técnico da APA e Coordenador do congresso, enfatizou a importância da programação abrangente, que abordou

desde a genética até a comercialização dos ovos. Temas como a qualidade da água de bebida e práticas de manejo foram debatidos intensamente, destacando a necessidade de atenção à estrutura e qualidade microbiológica dos galpões avícolas.

Especialistas como Orlando Peruzzo e Edgar Olviedo trouxeram informações valiosas sobre tecnologia de criação e nutrição mineral de poedeiras, respectivamente. Estudos apresentados evidenciaram a importância do manejo de minerais para aprimorar a qualidade dos ovos.

A jornada técnico-científica do primeiro dia foi concluída com palestras sobre bem-estar animal e o uso de aditivos alternativos na dieta das poedeiras.

No segundo dia houve premiações e palestras sobre avanços na produção de codornas, eficácia óssea, análise de dados produtivos e vacinação de coccidiose, entre outros temas. A tarde foi dedicada a discussões sobre vacinas, nutrição de precisão e controle de desafios entéricos em poedeiras. No último dia, 14 de março, foram premiados os melhores trabalhos em manejo e nutrição. O foco do dia foi a influenza aviária, com palestras sobre medidas preventivas, situação atual no Brasil e papel das vacinas. Uma mesa redonda discutiu o tema das vacinas para influenza aviária, com representantes de diversas empresas e instituições. Mais tarde, foram abordados aspectos de inspeção, como embalagem, rotulagem e manutenção da qualidade dos ovos, encerrando o evento com debates sobre esses tópicos.

COBERTURA: APA 2024
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Redação Mundo Agro glaucia.bezerra@mundoagro.com.br

Abertura oficial do XXI Congresso APA de Ovos 2024

Grandes nomes do setor marcaram presença na aguardada solenidade de abertura do XXI Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos 2024. A cerimônia que aconteceu no auditório do Centro de Convenções de Ribeirão Preto na noite do dia 12 de março também serviu de espaço para homenagens a grandes nomes da avícola postura nacional e internacional.

Antes da abertura oficial, os participantes conferiram a palestra ministrada pelo professor, pesquisador, escritor e consultor internacional, Evaristo Eduardo De Miranda. Ele compartilhou suas experiências e visões sobre a força e as diferenças que tornam o agronegócio brasileiro uma locomotiva econômica e sustentável, em sintonia com as tendências ambientais.

“A indústria de produção de ovos do Brasil é um exemplo de segmento econômico que, pelo uso de tecnologias, foi capaz de elevar a quantidade, qualidade e o consumo de ovos ao longo dos últimos anos”, mencionou.

Rogério Iuspa deu as boas-vindas às autoridades e iniciou a apresentação da mesa de abertura. Entre os destaques da tribuna estiveram Érico Antonio Pozzer, presidente da APA e Erasmo Berger, presidente do XXI Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos 2024. Também estavam presentes Gustavo Shimizu Nagai, vice-presidente da Associação Paulista de Avicultura, e Ricardo Santin, presidente da ABPA, entre outros representantes de instituições importantes do setor.

Ricardo Santin, Érico Pozzer, Elenita Monteiro e Erasmo Berger foram os homenageados pela Comissão Organizadora do congresso. “O primeiro homenageado foi Ricardo Santin pelo árduo empenho e dedicação na presidência da ABPA. Na sequência, o Presidente da APA Érico Pozzer, por sua dedicação para o desenvolvimento político-setorial. Já a jornalista Elenita Monteiro da revista A Hora do Ovo, foi lembrada em função da comemoração do seu aniversário no mesmo dia do cerimonial. E, por fim, Erasmo Berger pelo seu histórico de contribuição na avicultura capixaba, representando todos os produtores de ovos do país.

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Gisele Dela Ricci faz parte do time de Colunistas da Mundo Agro Editora, periodicamente a especialista com pós-doutorado em Produção e Ciência Animal compartilha informações no portal do AviSite.

Atualmente para manter a competitividade na produção comercial de aves, é necessário garantir melhorias contínuas nas instalações e no manejo buscando superar os efeitos nocivos de fatores ambientais críticos, como altas temperaturas e umidade relativa do ar no bem-estar e produtividade dos animais. O ambiente deve garantir a possibilidade dos animais manterem o conforto térmico, garantindo, assim, a produção com o mínimo de gasto energético possível para cada fase da produção.

Buscando meios de intervenção rápida e formas de mensurar indicadores técnicos, a termografia infravermelha surge como um método prático, rápido e não invasivo que permite avaliar as condições térmicas das instalações e dos animais, indicando possíveis situações de estresse térmico. O emprego da termografia, reduz a influência do clima no comportamento natural dos animais, diminui a mão de obra assim como o risco da operação. É um método moderno, de zootecnia de precisão, com alta acessibilidade, inclusive através da câmera de celulares que possuem o sensor embutido.

A análise termográfica surgiu como uma técnica para mapear a temperatura superficial, fornecendo uma estimativa de perda de calor. A técnica pode ser utilizada de forma precisa para o cálculo da transferência de calor e massa entre as aves e o ambiente. Torna-se essencial para a elaboração de projetos de sistemas de ventilação e resfriamento evaporativo, além de inferência sobre o manejo das aves. Essa técnica tem sido cada vez mais utilizada na

A TERMOGRAFIA PODE SER USADA COMO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE ESTRESSE POR CALOR NA AVICULTURA?

A produção animal em países tropicais como o Brasil é afetada negativamente pelas altas temperaturas, que comprometem o bem-estar e a produtividade das aves, em todas as etapas da produção.

área de produção animal, uma vez que possibilita detectar doenças, estresse, processos inflamatórios, entre outros fatores que afetam a saúde e o bem-estar dos animais.

As aplicações da termografia infravermelha na produção animal têm mostrado eficiente para identificar variações na temperatura superficial em animais de produção. Pesquisas indicam o uso de imagens termográficas em diferentes estágios do manejo, bem como nos ambientes avaliados no estudo, por meio de mapas térmicos específicos. Por exemplo, em pintinhos de um dia, permite maior precisão nas medições das perdas de calor sensível, demonstrando variações nas perdas de calor sensível em diferentes partes do corpo da ave.

A aplicação da termografia em frangos de corte é considerada complexa, uma vez que as penas têm uma boa propriedade isolante, bloqueando parte das emissões da pele. Mesmo assim, a técnica tem sido empregada com sucesso no estudo do conforto térmico animal, no qual se registra a temperatura superficial das aves no ambiente de alojamento, trazendo mecanismos de interferência rápida a desvios importantes a produção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A termografia por infravermelho é um método eficiente para avaliar o estresse térmico na avicultura, uma vez que permite o diagnóstico de doenças e alterações fisiológicas relacionadas à temperatura corporal.

Para ler esse e outros artigos na íntegra, acesse:

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