Maria, Rainha dos Profetas

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MARIA: RAINHA DOS

PROFETAS

S

etembro é o mês da bíblia. Esta celebração surgiu há 39 anos, por ocasião do 50° aniversário da arquidiocese de Belo Horizonte. Desde então, a Igreja no Brasil destaca a importância da leitura, do estudo e da contemplação das sagradas escrituras. O mês da bíblia contribuiu para o desenvolvimento da pastoral bíblica nas nossas comunidades. Neste ano, a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, juntamente com as Instituições Bíblicas, propõe para o mês da bíblia, o estudo e a meditação do livro de Jonas, com destaque para a evangelização e a missão na cidade. O livro de Jonas tem como objetivo ilustrar o tema da misericórdia de Deus, mostrando que Ele não é um Deus particular, mas o Deus de toda a humanidade. Um Deus imprevisível que muda suas decisões a partir das decisões do próprio homem. Acima de tudo, é o Deus da vida e quer que todos se convertam para ter vida. É uma história para instruir e formar o leitor sobre a necessidade de romper com uma visão nacionalista e excludente. Jonas é enviado a Nínive, mas recusa a sua missão. No entanto, Javé o coloca novamente a caminho de Nínive. Contra a sua vontade, ele prega a destruição para a cidade. A população acolhe o anúncio e se converte. E Deus se compadece, provocando a ira de Jonas. O livro é uma ironia contra uma corrente judaica que acreditava que o povo judeu era o único povo eleito e os estrangeiros eram considerados impuros. Neste mês da bíblia, estudando e rezando o livro de Jonas, queremos nos aproximar de Maria, mãe de Jesus e nossa, contemplando-a como a Rainha dos Profetas. Trata-se da terceira

Ela faz memória da esperança e atualiza as profecias que atravessaram a história de Israel 000

das doze invocações de Maria como rainha na ladainha. A comunidade cristã conseguiu captar na vida de Maria e na reflexão dos evangelhos, sua inserção corajosa na história do povo de Deus, sua participação nas esperanças de Israel. Na sua vida de fé e em seu sim generoso se realizou plenamente a esperança profética. O evangelho de Mateus (Mt 1,20-23), de modo especial, possibilitou aos cristãos enxergar na profecia de lsaías (Is 7,14) uma alusão, ainda que indireta, à jovem Maria, escolhida por Deus como aquela que conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel, Deus conosco. No novo testamento, tempo onde as promessas se cumprem, o apóstolo Paulo, escrevendo aos Gálatas, diz que, na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, que nasceu de uma mulher, submetido à lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção (cf. GI 4,4-5). O fato do Filho de Deus ter nascido de mulher, para que recebêssemos a filiação divina, e nascer sujeito à lei, para libertar todos os que estão sujeitos à lei, aponta para o extraordinário que o texto de Paulo não dissolve, deixando-o como base que permite perceber nesta mulher inominada a estreita relação de Maria com a ação salvífica de Cristo. O mistério da encamação do Fi lho de Deus no seio de Maria é o ponto mais alto da profecia. É a realização plena da esperança de Israel. Maria participa com sua vida da irrupção de Deus na história da humanidade. Ao dizer um sim generoso e disponível, Ela faz memória da esperança e atualiza as profecias que atravessaram a história de Israel. Ela é a Rainha dos Profetas. PADRE CLEMILSO TEOOORO MISSIONÁRIO DA IMACULA •...• n ••...•... r V~. nr

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