Revista Inspira #2

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inspira AGOSTO 2019 EDIÇÃO #2 LEITURA SONORA DISPONÍVEL

SÍNDROME DO IMPOSTOR Você não é uma fraude! Entenda como pensamentos negativos fazem pessoas altamente qualificadas se acharem incapazes

Respirar para curar

Alimentação plena

Correr para a saúde

Entrevista com Fanny Van Laere: respirar certo muda a sua vida

Mindful Eating: uma prática que vai fazer você (re)aprender a comer!

Saiba a história e os benefícios de um dos esportes mais antigos do mundo


oto: Carles Rabada/ Unsplash

Você tem a si mesmo ENTÃO VOCÊ TEM a coisa mais IMPORTANTE DE TODAS


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Editorial

A Revista Inspira é uma publicação bimestral da Indominus Mídia. É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, para qualquer finalidade, sem autorização prévia da Revista.

ACREDITAR EM SI! Sabe aquela música do Renato Russo que diz “se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo”? Ela traduz o espírito das reportagens que trazemos nessa edição #2 da Revista Inspira. O tempo todo ouvimos falar de confiança como se fosse unicamente uma característica que deve se fazer presente em nossas relações com outras pessoas, o que é ótimo. Mas você tem confiado em si mesmo? Tem acreditado em suas capacidades e se apoiado nelas para se lançar em suas metas e sonhos? Passamos a vida tentando solucionar relações externas e acabamos nos esquecendo de fortalecer nossa confiança interna. Em momentos de crise (seja ela de qualquer natureza), toda essa negligência vem

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à tona. Nos perguntamos por que mesmo estamos aqui, se não temos a certeza de nada. A cantora e compositora Nina Simone, na letra de Ain’t Got No, responde que temos o que ninguém pode nos tirar, temos a nós mesmos. Despertar essa consciência de que somos donos de nós mesmos, responsáveis pelas próprias escolhas, e que também somos a autoridade máxima sobre as coisas que decidimos fazer, pensar e viver. Isso te empodera ou te apavora? Nas próximas páginas, a Revista Inspira discute esse tema através de vários recortes. Uma boa leitura!

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Sumário

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VIAJANDO PELA AMÉRICA LATINA

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MINDFUL EATING CORRIDA

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SÍNDROME DO IMPOSTOR RESPIRAR CURA

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ASTROLOGIA VÉDICA


ÍNDICE Gira Mundo 6 Pai e filho criam 51 mil colmeias artificiais e ajudam a salvar as abelhas 7 As redes sociais estão alterando o seu cérebro 8 App brasileiro traduz português para LIBRAS 9 Curitiba permite o cultivo de hortas comunitárias

Alimentação 10 Você é como você come!

Mindful Eating, uma prática que vai fazer você (re)aprender a comer

Fitness 14 Corrida

A história e os benefícios de um dos esportes mais antigos do mundo

Capa 20 Síndrome do impostor: você é uma fraude?

Como pensamentos negativos fazem pessoas altamente qualifcadas se acharem incapazes

Holístico 24 Respirar cura

Entrevista com Fanny Van Laere: Respirar certo pode mudar a sua vida

37 Autoconhecimento Exercício de respiração consciente

ASSINATURA GRATUITA REVISTA DIGITAL

Ágora 38 A magia do pensar

Reflexão sobre o poder evolutivo de pensar na construção de tudo o que existe

Histórias que inspiram 42 Ao infinito e além Relatos de quem saiu do Brasil para ver o mundo

44 Quando viajar te faz perder o medo da vida Entrevista com Leonardo Eliziário

48 Como dois vistos negados me fizeram querer ganhar o mundo Coluna Geografando

Receita 52 Abacatorrada

5 dicas 54 5 dicas para (re)descobrir o seu poder pessoal

Sua vida nas estrelas 56 O que é a astrologia védica? 59 Você não é do signo que você pensava...

Inspirações do mês 61 Indicações de leitura, séries, aplicativos e muito mais para inspirar o seu mês

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LEITURA SONORA

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Gira Mundo SALVE AS ABELHAS

Pai e filho criam 51 mil colmeias artificiais e ajudam a salvar as abelhas O perigo de extinção das abelhas é iminente. Mas algumas pessoas estão investindo toda a sua criatividade para salvar o planeta Você sabia que 73% de toda espécie de vegetais do planeta dependem da polinização por abelhas? Isso quer dizer que a abelha é um dos principais agentes de transferência do pólen entre as flores masculinas e femininas, estimulando a reprodução e a manutenção da natureza (e inclusive na purificação do ar). No entanto, por mais que dois terços da comida que chegue na nossa mesa seja oriunda do serviço das abelhas, o crescente uso de agrotóxicos tem ameaçado esses insetos de extinção. A Organização das Nações Unidas (ONU) inclusive já alerta para o risco de falta de alimentos por conta da mortalidade em massa de abelhas. A solução mais efetiva seria uma redução drástica do uso desses agrotóxicos. Por outro lado, há quem coloque a mão na massa e tente ajudar das mais variadas formas. Uma dessas iniciativas é o Flow Hive, que pode ser traduzido como colmeia de fluxo, uma estrutura plástica que reproduz uma colmeia. A ideia

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Foto: Alexas Fotos/ Pexels

partiu de uma família de apicultores. Pai e filho, Stuart e Cedar Anderson, tiveram a ideia de criar esse equipamento que permitiria extrair o mel sem agredir as abelhas ou destruir suas colmeias. Basta girar a maçaneta, e o mel flui. Após 4 anos, a colmeia artificial dos Anderson ajudou a criar mais de 51 mil novas colônias de colmeias, aumentando em 10% o número global de colônias de abelhas. A invenção se tornou o negócio da família, que já exportou para 150 países. No entanto, parte do lucro obtido vai para grupos que atuam em defesa das abelhas, que infelizmente continuam ameaçadas. Iniciativas assim são inspiradoras! Você também pode fazer o que está ao seu alcance, como por exemplo plantar tomate, morango, tomilho, girassol, orégano ou lavanda, que são plantas que as abelhas adoram. Em troca, você ainda pode se beneficiar dos efeitos dessas plantas na sua saúde!


PESQUISA

As redes sociais estão alterando o seu cérebro De acordo com pesquisadora britânica, o ambiente digital afeta o cérebro de forma inédita Foto: Freepik

Mais do que ser influenciado. As redes sociais podem estar alterando a estrutura do seu cérebro!

comprovado que passar 10 horas na frente das telas tem forte correlação com anormalidades em exames cerebrais. Assustador, não?

A premiada cientista e professora britânica da Universidade de Oxford Susan Greenfield é a autora dessa pesquisa, que conclui que a tecnologia tem infantilizado nosso cérebro, transformado a formação de nossa identidade e a forma como nos relacionamos com outros seres humanos.

Além disso, Susan defende que a falta de experiência em outros ambientes de nosso mundo real, tridimensional, tem efeito em nossa sociedade como um todo. A construção da identidade dentro das redes sociais passa a depender da aprovação de terceiros, ou seja, dos “likes”, o que costuma gerar sentimentos de inadequação, insegurança e baixa autoestima constantes e faz com que se viva em função de alimentar os feeds com fotografias, vídeos e textos, e não de, propriamente, experienciar a vida.

Embasado no fenômeno da neuroplasticidade, o nosso cérebro é capaz de se modificar, se adaptando a cada ambiente em que se encontra, o que faz com que ele mude a todo instante. Ele não sairia ileso do ambiente digital, um ambiente sem precedentes na história humana. De acordo com a pesquisadora, a exposição repetitiva a programas de TV, jogos de videogame ou redes sociais torna o cérebro similar ao de uma criança pequena. A média de consumo diária do brasileiro no mundo digital é de aproximadamente 9 horas e 13 minutos (dados da agência internacional We Are Social). No entanto, já foi

Nesse contexto, crianças que já nascem envolvidas no ciberespaço e em uma dieta de um alto consumo de mídia podem desenvolver uma falta de capacidade de olhar nos olhos, interpretar tons de voz, linguagem corporal e contato físico. Você sente algum desses efeitos na sua relação com o digital?

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Gira Mundo INCLUSÃO

App brasileiro traduz português para LIBRAS Somando tecnologia e inclusão, o aplicativo Hand Talk tem conquistado prêmios internacionais e transformado o mundo Foto: Divulgação

De acordo com o Censo IBGE 2010, existem 9,7 milhões de deficientes auditivos só no Brasil. Você acha que o conhecimento e o entretenimento tem sido acessíveis para essas pessoas? Comunicação de verdade tem que incluir todo mundo e, nesse sentido, o app Hand Talk é revolucionário! Criado em 2012, pelo brasileiro Ronaldo Tenório, esse serviço gratuito permite a tradução simultânea de áudios, textos e vídeos do português para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) através do smartphone. Além de ser integrado a sites de grandes empresas, ele ainda recebe um apoio do Ministério da Educação, que incentiva o uso do

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aplicativo por professores em salas de aula, e também por alunos, na tentativa de integrar o deficiente auditivo por completo na vivência escolar. A interface conta com o personagem 3D Hugo, que é quem faz as traduções e coloca suas mãos a serviço da real comunicação. Por esse motivo, o Hand Talk já foi eleito pela ONU como o melhor app social em 2018 e seus criadores ganharam um concorrido prêmio do Google recentemente. O app está disponível no Google Play e na Apple Store e recomendamos fortemente para todos!


SUSTENTABILIDADE

Curitiba permite o cultivo de hortas comunitárias Capital paranaense pretende regulamentar o cultivo de hortas em calçadas e canteiros públicos para uso coletivo Foto: Jcomp/Freepik

Está em desenvolvimento um novo projeto de lei que regulamenta a prática de hortas comunitárias em calçadas e canteiros públicos da capital paranaense. A lei atual não prevê o uso dos canteiros de grama e outros espaços públicos urbanos de terra para essa prática, o que obrigava a fiscalização a punir quem pratica o cultivo nesses locais. Antes mesmo do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, tomar essa atitude amigável às hortas urbanas, alguns bairros da cidade já haviam abraçado a ideia e, além de plantas alimentícias, cultivavam também plantas que auxiliam no combate à poluição. Bom para a vizinhança e para todo mundo que circula

por ali, não é mesmo? Além de estimular a agricultura urbana, o novo projeto de lei também pretende oferecer segurança jurídica e ainda mediar conflitos entre os cultivadores das hortas e as vizinhanças. Hortas comunitárias urbanas melhoram o microclima ao redor da plantação, fornecem uma alimentação mais democrática e saudável (livre de agrotóxicos) e aproximam a comunidade no ato de se unirem para o cultivo. Uma ideia que deveria servir de inspiração para muitas prefeituras e colocaria o Brasil alinhado com uma tendência mundial. Vamos plantar essa semente?

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Alimentação

VOCÊ É O QUE COMO VOCÊ COME

A técnica nutricional do Mindful Eating promove uma reconexão com a comida por meio do autoconhecimento. É uma reconexão consigo mesmo a partir da prática do mindfulness, a atenção plena. Entenda o que é e como praticar!

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A frase “você é o que você come” é uma expressão bem popular. Mas além de “o quê” você come, você já parou para pensar em “como” você come, e “por quê” você come o que come? Essas são as perguntas que o Mindful Eating tem levantado, provando que a comida pode ser um ponto de partida para evoluirmos em muitos aspectos da nossa vida, que não seja apenas a busca cega e limitada por um corpo “perfeito” ditado pela dieta do momento. O Mindful Eating é uma filosofia de vida e técnica nutricional que aborda a alimentação com a lente do mindfulness. Você já deve ter ouvido falar desse termo em conversas sobre meditação. Mas o mindfulness, na verdade, é uma postura de trazer atenção plena para cada momento do seu dia, inclusive na hora de comer. E, vamos combinar, qual foi a última vez que você comeu alguma coisa sem assistir televisão, checar o celular, conversar com alguém ou vaguear os pensamentos entre compromissos e paranoias? Geralmente, não estamos experienciando 100% o momento presente. Na intenção de sermos produtivos, e seguindo a lógica do “tempo é dinheiro”, nos colocamos a realizar mais de uma tarefa o tempo todo, o que tem reflexos negativos em diferentes setores da nossa vida.

NO DIVÃ COM A COMIDA Conversamos com a médica nutróloga Paula Teixeira, referência no Mindful Eating no Brasil, e ela explicou que: “A falta de atenção plena a nossa própria vida faz com que a gente coma para aliviar o tédio,

a tristeza, a solidão. Comer pois não temos outras fontes de prazer, porque não temos outras fontes de diversão e de cuidado pessoal das nossas verdadeiras necessidades”. Dessa forma, nossa relação com a comida funciona como um espelho de nossas emoções, e podemos reprimi-las ou nos afundarmos nelas. A médica pediatra, e também monja budista, Jan Chozen Bays, costuma dizer que: "O jeito que nos relacionamos com a vida é o jeito que nos relacionamos com a comida". Nesse sentido, Paula Teixeira lembra que é poderoso examinar nosso relacionamento com a comida: “Descobrimos nessa investigação amorosa muito sobre nós mesmos, nossas escolhas, nossos padrões. Podemos descobrir se temos ‘engolido qualquer coisa’, na mesa e fora dela”. Ou seja, no Mindful Eating, ao mesmo tempo em que você faz as pazes com a comida e se permite observar seu comportamento diante dela, faz também uma análise de si mesmo, pois um está relacionado ao outro. E é bem comum que, além de conseguir uma alimentação equilibrada e um corpo saudável, você consiga também mais clareza mental e empoderamento pessoal por meio do Mindful Eating. Conforme defende Paula, nesse processo redescobrimos a capacidade de nos nutrirmos não só com comida, mas também com outros tipos de nutrição. Por meio desse exercício da pausa e do saborear com todos os sentidos o que está no prato, há uma crescente de comando interno. Você começa a escolher o que quer comer, você se autoriza e é

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você que tem a responsabilidade de saber o que é melhor para você. Não se trata de dietas prontas. Mas de despertar uma inteligência interna, sem negligenciar os conhecimentos sobre os alimentos. No livro Introdução ao Mindful Eating: comer com atenção plena, escrito por Paula Teixeira em colaboração com os nutricionistas Driele Quinhoneiro e João Motarelli, os autores lembram que a medicina e a nutrição atuais se ocupam em ensinar quais alimentos evitar, mas não ensinam, de fato, a lidar com os alimentos que são colocados em nossa frente diariamente, nem tampouco como gerenciar nossas vontades nesse momento. Você escolhe o que come com autonomia, escutando a sabedoria de seu próprio corpo? Ou é do tipo que restringe sua alimentação até não aguentar mais e comer uma pizza inteira de vez? Para Paula Teixeira, temos terceirizado nossa capacidade de cuidar e nutrir. “Desejamos que alguém nos fale o que comer. Nos ensinaram a ficar totalmente desconectados com a sabedoria do nosso próprio corpo. O terrorismo alimentar é em grande parte responsável”, afirma a médica. Quando abrimos o jornal ou portais de notícias, é comum vermos divulgações de pesquisas que um dia dizem que o ovo faz bem; no outro, que é o principal vilão. Isso embaralha nossas certezas internas a ponto de pensarmos não sermos capazes de conduzir nossa própria alimentação e não confiarmos em nossa sabedoria interior. “Nos tornamos, então, amedrontados e desconectados, o que é bom para a indústria alimentícia, que pode ditar o que é saudável e colocar em seus rótulos sem

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glúten, sem lactose, zero açúcar e zero gordura ou light", completa a especialista no assunto Paula Teixeira. O Mindful Eating propõe um resgate dessa conexão.

NÃO SE REPRIMA! SE ESCUTE. Assim como na meditação mindfulness não julgamos os pensamentos que vem, apenas os observamos e os deixamos ir com gentileza; no Mindful Eating não julgamos os nossos desejos alimentares, apenas os analisamos, observando de onde podem ter surgido e, após uma pausa no momento presente, decidindo gentilmente como lidaremos com eles. Paula Teixeira define que o Mindful Eating é a capacidade inata que todos temos (e que, portanto, podemos executar) de “prestar atenção ao relacionamento com a comida, enquanto come, mas também antes e depois de comer. É notar sentimentos e pensamentos envolvidos com o ato de comer. É notar os sabores, sensações, sentimentos e pensamentos que cada comida desperta dentro do indivíduo. É estar no centro de si mesmo enquanto come”. Uma chave muito utilizada nesse processo de fazer escolhas alimentares conscientes é, de acordo com a nutróloga, equilibrar esses três pontos: a qualidade do alimento, o que está disponível para comer e o que vai te satisfazer. Respeitando a fome, a saciedade e a sabedoria do corpo. “Não adianta comer o que não quer, apenas porque é teoricamente saudável. Sem satisfação, logo vamos buscar comida novamente”, salienta Paula. É preciso perder o medo da comida, para que possamos integrá-la de uma for-


ma saudável em nossas vidas. Paula Teixeira cita um conceito budista chamado de interdependência, que nos ensina a honrar os alimentos. “No Mindful Eating, nós falamos de nos tornar conhecedores conscientes da comida. Eu prefiro comer, sempre que possível, um alimento feito por uma pessoa de verdade, do que um produto alimentício feito por uma máquina, em um laboratório, por uma pessoa usando um jaleco e óculos de proteção. E esses alimentos que vão permitir a minha vida de continuar, continuando sua própria história a partir de mim”. No entanto, a médica adiciona que esse processo deve ter base em amor e tranquilidade, com a consciência de que alimentos mais industrializados também são comida e de que podemos comer com prazer se assim decidirmos algum dia. Sophia Loren costumava associar sua exuberância de grande estrela do cinema aos tradicionais carboidratos italianos. “Tudo o que você vê, eu devo ao spaghetti”, diz uma frase cuja autoria costuma ser atribuída a ela. Brincadeiras à parte, não demonize os alimentos. Apenas, saiba dosar o que é bom para você! E isso acontece quando silenciamos o barulho externo e focamos a nossa atenção no momento presente e em nossas sensações e vozes internas, que são o melhor termômetro do que devemos fazer e comer. Não tem muito segredo! Apenas esteja presente em todos os momentos e faça do comer um ritual. Selecione os alimentos que colocará no prato com atenção, sente-se de maneira confortável e ereta na cadeira e ao levar a comida à boca primeiro perceba suas co-

res, aromas e temperatura, bem como sua textura e sabor. Mastigue devagar, atento a tudo o que está colocando para dentro de si. O que essa combinação de alimentos provoca em seu mundo emocional e sensorial? Esse é um bom exercício para colocar em prática o mindfulness na hora da refeição. De acordo com Paula Texeira, a ciência demonstra que essa maneira de se alimentar acarreta vantagens fisiológicas, tais como "melhora de parâmetros laboratoriais como diminuição de glicemia, de LDL-colesterol, de hemoglobina glicada, da resposta de luta ou fuga e consequentemente do cortisol e hormônios do estresse, sabidamente envolvidos com o processo do aumento de peso”. Além disso, “praticar mindfulness aumenta a vontade intrínseca de comer melhor e ser mais ativo fisicamente”. Em oposição, as dietas tradicionais apresentam resultados baixíssimos. Um estudo realizado pelo King’s College London demonstrou que a chance de uma pessoa emagrecer e permanecer magra em 10 anos fazendo dieta e exercícios foi menor que 0,001%.


CORRIDA Do instinto de sobrevivência aos recordes por centésimos de diferença. Quando começamos a correr e como os passos acelerados trazem benefícios à nossa saúde.

AONDE NOSSOS PÉS NOS LEVARAM Tálus, calcâneo, cubóide, falantes, entre outros nomes não muito conhecidos formam a estrutura óssea de nossos pés. Cada pé é constituído por 26 ossos, no total. Eles são unidos pelos ligamentos e, assim, formam as articulações. Como em uma máquina, cada peça tem sua função específica. Sem os dedos dos pés, por exemplo, nosso equilíbrio seria prejudicado. Nos dias de hoje, porém, essa deficiência é facilmente contornada com calçados ortopédicos. Além de nos dar equilíbrio e apoio para andar, ao longo da história, os pés nos levaram longe, a distâncias continentais. Foi há 70 mil anos que os Sapiens saíram da África para pisar em outros continentes. E o salto temporal é ainda maior se

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pensarmos quando nossos pés começaram a nos movimentar para a vida. Ao lembrarmos os filmes que retratam a Pré-História, além da carne crua sendo destrinchada pelos dentes, uma das imagens subsequentes são dos humanos correndo – atrás da presa ou fugindo para não ser uma. A corrida, então, é um dos nossos primeiros mecanismos para a preservação de nossa vida.

A CORRIDA NA HISTÓRIA Alguns longos passos temporais depois – mesmo ainda longe de nossos pés calçados com inúmeras marcas -, ali pelas proximidades do Antigo Egito, o faraó Taraca, da XXV dinastia, criou uma corrida de longa distância para desenvolver o preparo físico de seus soldados. Hoje, os modestos 100km do faraó Taraca são


Fitness percorridos não por soldados, e sim por corredores que levam aos limites seus desempenhos. Conhecida como Pharaonic 100 km, a ultramaratona começa na pirâmide de Hawara, em Faium, e tem sua linha de chegada nas pirâmides de Sacara, no Cairo. Próximo da época do faraó Taraca, mas em outro continente, jogos que incluíam a corrida começavam a movimentar a sociedade de Atenas, na Grécia. Os Jogos Olímpicos da Antiguidade, datados de terem início entre 774 e 776 antes da Era Comum, eram um festival que misturava esporte e religião. De quatro em quatro anos, a pé ou carregando armas, os corredores honravam a Zeus e a outras deidades percorrendo distâncias muito menores que as das maratonas atuais, às vezes menos de 500 metros. Ainda dos tempos da Grécia Antiga, reza uma lenda que durante a Primeira Guerra Médica, entre os gregos e os persas, em 498 antes da Era Comum, um homem chamado Pheidippides ficou encarregado de levar a notícia da vitória grega a Atenas. Então, ao chegar ao seu destino, o homem, que supostamente teria corrido cerca de 35 quilômetros, após contar a informação, caiu morto. A batalha que os gregos venceram teria sido a de Maratona – palavra que inspirou os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizados em Atenas, em 1896. Outros, no entanto, relatam que a história de Pheidippides foi ainda mais heroica. Nessa outra versão, o homem teria corrido 240 km de distância, de

Atenas até Esparta, não para informar sobre a vitória na guerra, e sim para pedir reforços.

ESPORTE DEMOCRÁTICO A corrida é associada a outro termo que também remete à Grécia Antiga. É considera um esporte democrático, tendo em vista sua facilidade de execução. Quase qualquer pessoa pode correr, em quase qualquer lugar. Basta calçar um tênis, ou mesmo descalço na areia da praia, e colocar o corpo em movimento. Existem várias modalidades de corrida, desde as com 100 metros, em que a explosão de velocidade e a cadência dos passos do atleta são fatores importantes, até as maratonas com seus 42 km ou mais, em que a resistência é o que faz cruzar a linha de chegada e levantar os braços à frente de outros corredores. A corrida é tão versátil que há nomes específicos para cada ambiente. As corridas Cross Country, por exemplo, são feitas em terreno aberto; a corrida na montanha, como o nome já diz, é um percurso repleto de subidas e descidas em montanhas; já na corrida trail, os passos são dados em trilhas, bosques ou praias. Dentro dessa gama de possibilidades, a dica mais frequente para quem está começando no esporte é fazer intervalos entre corridas leves e caminhadas. Com o tempo, o preparo físico será desenvolvido juntamente com a resistência e a quilometragem aumentará gradualmente. Sendo assim, você não precisa ser

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Uma hora de corrida aumenta a expecitativa de vida em sete horas


como Pheidippides e correr 35 ou 240 km, nem mesmo disparar por 100 metros em pouco mais de 9 segundos, como fez Usain Bolt, o multicampeão olímpico de nossos tempos. Esse “pouco mais”, em verdade, são 58 centésimos. Para Pheidippides talvez essa fração de segundo não salvasse os gregos do ataque persa, mas para Bolt são eles que o coroam com um recorde.

CORRENDO EM BUSCA DE SAÚDE Que a corrida é um esporte chamado de democrático pela facilidade de praticá-lo, nós já sabemos. Mas você sabia que há vários benefícios na saúde com aqueles passos acelerados? Esses mesmos passos acelerados funcionam como antídoto para outro tipo de passos acelerados: os passos dados para conseguir cumprir os compromissos e que causam o estresse. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada pelo GEPECOM da Universidade de São Paulo (USP). Dos 1.154 que participaram do levantamento, 90% apontaram que se sentem menos estressados após uma corrida. Os estudos científicos estão a passos largos confirmando os benefícios da corrida. Segundo uma revisão de evidências publicada na revista Progress In Cardiovascular Diseases, os corredores vivem três anos a mais do que os não corredores. Na mesma revisão, os autores ainda afirmam que uma hora de corrida aumenta a expectativa de vida em sete horas. Ou seja, não precisamos de muito tempo para que a corrida tenha impacto positivo em nossa saúde.

Se você não consegue correr, caminhar também traz benefícios à saúde. É isso que defende o neurologista José Ángel Obeso, diretor do Centro Integral de Neurociências de Madri, na Espanha. Segundo o neurologista, a rotina é inimiga do cérebro. Portanto, quando caminhamos, a mente fica mais ativa e alerta, porque nossa atenção se foca nos movimentos e no ambiente. Muito além do emagrecimento, o exercício provoca a ebulição de todos os hormônios ligados à felicidade e nosso cérebro nos deixa mais otimista. Com o passar dos dias, a caminhada tem efeito terapêutico: o cérebro é oxigenado e por consequência isso desencadeia até mesmo numa melhora na criatividade. Movimentar o corpo transforma a mente; e a mente transformada modifica o corpo. São coisas que se retroalimentam. Há outro benefício da prática de exercício que também ocorre na cabeça. Mais especificamente, no hipocampo, parte responsável pela memória e pela capacidade espacial. Segundo investigações realizadas em camundongos pelo The Salk Institute for Biological Studies, a prática de exercício pode estar diretamente ligado à plasticidade cerebral, que é a capacidade de criarmos novos neurônios em qualquer fase da vida. Que tal, então, evitar chutar o balde para dar o pontapé inicial correndo em busca de saúde? Mas antes de começar, se possível, lembre-se de estar com exames médicos em dia.

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Foto: Chris Czermak

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você é uma fraude?

síndrome do impostor

Quando os próprios pensamentos negativos da pessoa a fazem se sabotar. De procrastinadores a workaholics. Entenda como a chamada Síndrome do Impostor se manifesta.

Quando os próprios pensamentos negativos da pessoa fazem ela se sabotar. De procrastinar a workaholic. Entenda como a chamada Síndrome do Impostor afeta.


Matéria de capa Mais um dia de trabalho. Ao lado de outro café, a pilha de tarefas se acumulando e os projetos sendo postergados. A angústia do trabalho que ainda não foi feito é igual, ou talvez maior, à angústia de vê-lo pronto. Como um recém-nascido, após ver a luz, ele será apresentado ao mundo. A causa da aflição: críticas. Antes das dos outros, as sobre si mesmo. Um efeito dominó e circular. Mais um dia; outro café. Mas não é apenas procrastinação. A procrastinação é somente mais um dos sinais. Essa cena vem acompanhada de pensamentos que são como peças que empurram a posterior: “Será que sou mesmo bom nisso?”, “Acho que a sorte me trouxe até aqui”, “Uma hora vou ser descoberto”, “Se eu me expuser, fico mais suscetível de ser descoberto”. Essas são algumas das características da Síndrome do Impostor.

O QUE É? Na clínica da psicóloga Pauline Rose Clance, várias pacientes que frequentavam a terapia em grupo relatavam uma forte crença de não se acharem inteligentes e de que as coisas que obtiveram na carreira foram por sorte. O intrigante é que muitas dessas pacientes tinham títulos de doutorado em várias especialidades. Pauline Rose Clance e sua colega Suzanne Imes, então, escreveram um artigo científico em 1978 e publicaram na revista Psychotherapy Theory, Research and Practice. Ali elas cunharam o termo “fenômeno do impostor”. No artigo, Clance e Imes escreveram: “Mulheres que expe-

rimentam o fenômeno do impostor mantêm uma forte crença de que elas não são inteligentes; na verdade, elas estão convencidas que enganaram quem pensa o contrário” (em tradução livre). Em outro momento do artigo, as autoras trazem o relato de uma professora universitária, que disse: “Eu não sou boa o suficiente para estar no corpo docente aqui. Algum erro foi cometido no processo de seleção” (em tradução livre). Inicialmente, pensava-se que o fenômeno observado por Clance e Imes estava associado apenas às mulheres. No entanto, investigações posteriores apontaram que homens sofrem igualmente com o que hoje é chamado de Síndrome do Impostor. Um estudo realizado pela psicóloga Gail Matthews na década de 1980 mostrou que 80% das pessoas, tanto mulheres quanto homens, já passaram por episódios da Síndrome do Impostor ao longo de suas trajetórias profissionais. “Apesar de ter o nome de síndrome, não é um quadro clínico reconhecido pelo Manual de Diagnóstico de Transtornos Mentais. Mas isso não prejudica o diagnóstico, é possível identificar um paciente com essa ‘síndrome’ quando ele traz muitas situações onde tem a sensação de ser uma ‘fraude’, características de insegurança, autossabotagem, medo de errar etc.”, esclarece a psicóloga clínica Mohine Armelin. A Síndrome do Impostor ganhou projeção mundial quando Michelle Obama, ex-primeira dama dos Estados Unidos, falou abertamente sobre o assunto durante uma palestra na Inglaterra, em 2018. Na

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ocasião, ela disse que já se questionou se era capacitada o suficiente para ser uma boa primeira dama. Anos antes, em 2013, a atriz britânica Emma Watson, uma das estrelas do filme Harry Potter, confessou ter o sentimento de ser uma fraude e que tinha medo de a descobrirem.

mente dissesse que estava errada, porque é óbvio que eu não ia saber da resposta certa. Então não respondia nunca. E aí o professor respondia, e a resposta que ele dizia era sempre o que eu queria responder. Inclusive, perdi muitos pontos extras por causa disso”, lembra.

Além dessas celebridades, a Síndrome do Impostor é vista com frequência nos consultórios de psicologia. “Muitos pacientes procuram a terapia por diferentes motivos e em seus relatos no decorrer do processo aparecem características como essas que caracterizam a Síndrome do Impostor. Muitas pessoas sofrem ou sofreram com a síndrome ao longo da vida e não sabem disso”, observa Armelin.

Agatha identificou alguns sinais ligados à Síndrome do Impostor ao assistir a um vídeo no YouTube. A paraense, que mora em São Paulo, tem um canal na rede social e falou sobre o problema em um de seus vídeos. Contou que os pensamentos ligados à Síndrome do Impostor a faziam postergar em gravar para o canal. E mesmo quando gravava, no momento de editar os vídeos, acreditava que não estavam bons o suficiente. Entre a postagem em que fala sobre a Síndrome do Impostor e a anterior, há uma lacuna de quatro meses. No vídeo, Agatha justifica a demora entre as publicações: “Quando ele [o canal no YouTube] começou a dar um pouco certo, eu comecei a me autossabotar”.

OS SINAIS A psicóloga clínica Mohine Armelin defende que mesmo com a qualificação para exercer cargos ou funções, quem tem pensamentos ligados à Síndrome do Impostor é incapaz de assimilar as próprias conquistas. “Ocorre quando uma pessoa muito capaz e qualificada sofre ilusoriamente um sentimento de inferioridade e desmerece suas realizações. A tendência é que as pessoas vivenciem esse tipo de sensação no ambiente de trabalho, mas também se manifesta em outras situações, como no convívio social”, explica. No caso de Agatha Silva, de 24 anos, formada em Engenharia da Computação, esse tipo de sensação foi vivenciada durante as aulas na faculdade. “Eu sempre fui uma boa aluna. Quando os professores faziam as perguntas, sabia as respostas. Lembro que queria responder, mas mesmo assim é como se uma voz na minha

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Com frequência, quem sofre com a Síndrome do Impostor têm sentimentos de insegurança e inferioridade. “É como se você fosse inferior aos outros e para se igualar tivesse que usar uma fantasia, e por causa disso você tem medo de ser descoberto. E por eu sempre ficar pensando no que os outros vão pensar no que eu faço, isso acaba fazendo com que me cobre demais antes de fazer qualquer coisa. Às vezes eu deixo as coisas para a última hora ou então faço e refaço mil vezes. Ou mesmo acho que nunca está bom o suficiente e deixo para lá, e isso acaba me atrapalhando muito”, explica Agatha.


Sinais da Síndrome do Impostor Além da procrastinação e da autossabotagem, a psicóloga clínica Mohine Armelin pontua outros sinais que indicam a Síndrome do Impostor. Veja no box ao lado.

E O QUE FAZER? Ao reconhecer que alguns sinais ligados à Síndrome do Impostor estão prejudicando a vida, Armelin aconselha buscar ajuda de um profissional qualificado. “O psicólogo ajudará a desenvolver o autoconhecimento, identificando e trabalhando as crenças disfuncionais que estão gerando a Síndrome do Impostor. No processo terapêutico, a pessoa vai conseguir tomar consciência de seus pontos fortes e talentos para fortalecê-los, aprendendo também a respeitar seus limites e falhas”, defende. Foi o que fez Agatha, ao perceber que os pensamentos ligados à Síndrome do Impostor eram prejudiciais. “Fazer terapia com certeza foi o que mais ajudou nos últimos meses a me estabilizar emocionalmente; o que ajudou muito”, finaliza. Em nosso turbilhão de pensamentos diários, que, segundo pesquisas, giram numa média de 70 mil, provavelmente haverá algum que nos desmotiva. Talvez a resposta para isso esteja numa das máximas que é base da filosofia antiga: “Conheça-te a ti mesmo”. Assim, podemos fortalecer a nossa identidade e distanciar os pensamentos negativos que criam ilusões de nós mesmos e do mundo.

Criar desculpas. Para justificar seu próprio sucesso em vários momentos da vida, como por exemplo, uma pessoa altamente capacitada que é aprovada num teste de alto nível de dificuldade, justifica dizendo que foi “sorte” ter passado ou acredita que “se ela passou, qualquer um passa”. Medo de ser descoberto. Quando o indivíduo acredita que é uma fraude e vai ser descoberto a qualquer momento, seja no contexto pessoal ou profissional. Dificuldade em lidar com críticas e erros. Comportamento que pode estar ligado ao perfeccionismo e a autoexigência em muitas situações. Ou seja, se algo não ocorrer como o esperado, é gerada uma sensação de incompetência por completo. Trabalhar demais. Ser workaholic é um dos indícios. Trabalhar exageradamente e além do que é necessário, por achar que é menos capaz ou menos inteligente que o outro e assim precisar se esforçar mais para alcançar algum resultado que considere positivo. Procrastinar. Em contrapartida, trabalhar de menos também pode ser um indício da Síndrome do Impostor. Quando a pessoa adia algo que precisa ser feito ou deixa para fazer na última hora, pode ser uma fuga por medo do erro e de ser descoberta. Mudar muito de emprego. Pessoas que passam muito rápido por diversas empresas ou até mesmo tornam-se autônomas, como um meio de evitar/fugir da crítica, para que ninguém descubra seu “erro”. Evitar dar opiniões. Outro sinal é quando, em reuniões, as pessoas evitam dar opiniões ou se posicionar, pois também está relacionado ao temor de parecer incompetente. Quando o indivíduo não se expõe, ele entende que ganha tempo e evita que sua “máscara caia” e que alguém descubra que é um “impostor”.


Holístico

RESPIRAR CURA ENTREVISTA COM

FANNY VAN LAERE A maneira como respiramos é um termômetro de como nos sentimos. A terapeuta Fanny Van Laere estuda, há mais de 20 anos, as conexões entre nossos comportamentos e emoções e nossa respiração. Por meio da técnica de diagnose e ajuste da respiração que criou, a Bioflow, ela já presenciou a transformação na vida de muitas pessoas. Tempos atrás, assistimos a uma série de palestras que falava sobre respiração consciente. O que nos prendeu a atenção foi o argumento de que bloqueamos nossa respiração como um mecanismo de autodefesa para sentirmos menos dor, seja ela física ou emocional, e que reaprendendo a respirar, poderíamos lidar melhor com nossos traumas e medos. A cada nova informação, nossa mente se expandia para esse novo mundo que a

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terapeuta francesa Fanny Van Laere nos apresentava. Precisávamos compartilhar os seus ensinamentos com mais gente, e nas páginas seguintes você vai ler uma entrevista especial que realizamos com ela acerca de sua técnica terapêutica de cura física e emocional por meio da respiração, a respiração Bioflow. Psicóloga de formação, desde jovem Fanny se interessou pelo desenvolvimento pessoal e espiritual. Foi em um retiro


Ilustração: Freepik.com

avançado de meditação Zen que ela experienciou, pela primeira vez, um desbloqueio espontâneo da respiração, que veio acompanhado de bem-estar físico, emocional e da expansão da consciência que, segundo ela, acompanham esse tipo de experiência. Desde então, ela deu início a uma jornada de pesquisa profunda

acerca da respiração e de suas conexões com o nosso mundo psíquico. Essa investigação se estende há mais de vinte anos. Estudou e trabalhou com Leonard Orr, o fundador do Renascimento (Rebirthing), durante 12 anos, chegando a fazer inúmeras contribuições à técnica. Em

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2001, criou a sua primeira escola na Espanha. Hoje, é diretora, co-fundadora e idealizadora do Instituto Internacional Bioflow, junto com Walter Coscia, instituto que ministra cursos sobre desenvolvimento pessoal, programas para empresas e formação profissional em Bioflow, a técnica da qual é criadora. Fanny tem diversos livros publicados em vários idiomas e, em breve, lançará Introdução à Bioflow: Um caminho de transformação para uma vida mais plena, que reúne as principais descobertas que fez na última década. O livro também terá tradução para a língua portuguesa.

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE A RESPIRAÇÃO E A NOSSA VIDA PSICOLÓGICA? Fanny Van Laere: Quando o ambiente está favorável, nos sentimos bem e tendemos a respirar mais. Quando a situação e/ou o ambiente é desfavorável, tendemos a nos sentir mais tensos e a respirar menos. Isso mostra que existe uma relação direta e proporcional entre as situações que vivemos e o quanto respiramos. Se quisermos observar, a respiração nos mostra claramente como está o ambiente ao nosso redor: se estamos tomando respirações amplas e tranquilas, provavelmente o ambiente externo está relaxado e em paz. Se estamos respirando curto ou entrecortado (mesmo que seja rápido), provavelmente o ambiente está tenso e/ou ruim. Claramente a respiração é nossa conexão interna com o sentir: por exemplo, se decidirmos entrar numa piscina gelada, nossa respiração travará completamente numa ingênua tentativa de não sentir frio.

Foto: Divulgação

De acordo com o tipo de emoção que estamos experimentando, nossa maneira de respirar muda.

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Nosso corpo e nossa respiração contêm as tensões de nossas emoções inconscientes. Aprenda a torná-las conscientes e toda a sua vida se transformará. Fanny Van Laere Quando temos medo, por exemplo, a respiração é mais curta e acelerada, ou inibida. E quando nos sentimos relaxados, como quando chegamos em casa e nos recostamos no sofá, tomamos respirações mais profundas e agradáveis. Nosso inconsciente definiu no passado quais eram as situações nas quais era mais prudente se desconectar do sentir, a fim de não sofrer ou de sofrer menos, e para isso nos fez respirar menos. Quando nosso cérebro inconscientemente determina que existem coisas que não quer sentir, preventivamente, faz com que o nosso corpo desenvolva o hábito permanente de respirar menos e com distúrbios. No entanto, os momentos do passado em que essas decisões inconscientes foram tomadas correspondem a momentos da nossa vida nos quais tínhamos menos recursos do que hoje, principalmente na infância, quando nosso córtex pré-frontal ainda estava sendo desenvolvido. Agora que, já adultos, dis-

pomos de mais recursos e temos nosso córtex pré-frontal desenvolvido, temos a possibilidade de aprender ferramentas novas. Por isso é muito produtivo rever essas experiências para transformá-las, o que nos permitirá processar de maneira mais eficiente os efeitos dessas experiências em nossa vida atual. Se não o fizermos, muitas vezes, inconscientemente, agiremos como o avestruz que esconde a cabeça em um buraco e acredita que o perigo passou. Isto é, o medo e a falta de consciência nos levam a ver apenas uma parte da realidade e depois usar uma estratégia que não é apropriada. Quando aprendemos recursos que nos permitem estar mais conscientes, aceitar e lidar melhor com o que sentimos, nos abrimos para ver a situação sob outras perspectivas mais realistas. Isso nos deixa mais capazes de encontrar naturalmente soluções eficientes, ou seja, aquelas que se adaptam melhor ao que a situação realmente requer. É por isso que a sabedoria popular às vezes nos diz "respire!" em alguns momentos tensos em que precisamos nos conectar melhor com o que está acontecendo, em vez de nos sentirmos vítimas de nossos fantasmas emocionais inconscientes do passado. TODOS RESPIRAMOS DE MANEIRA ERRADA? POR QUÊ? Fanny Van Laere: Como vimos, para evitar sentir as emoções que nos incomodam, começamos inconscientemente, desde cedo, a inibir a respiração. Desta forma, criamos distúrbios na res-

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A pessoa adquiriu o hábito na infância de bloquear a respiração no plexo solar (no nível do estômago), na tentativa de escapar do estresse e da dor emocional causados por essas exigências. A fim de bloquear a respiração nessa área, ela teve que tensionar os músculos lombaO modo de respirar, onde você respires, criando uma tensão constante ali. É ra e especialmente onde você não resum mecanismo de defesa inconscienpira, indicam quais tipos de emoções te. Tanto o nó no estôforam reprimidas. No mago quanto a tensão Instituto Bioflow, nossos profissionais em Nosso inconsciente de- crônica nas costas são fisiolóformação aprendem finiu no passado quais manifestações gicas dessas emoções a fazer leituras de reseram as situações nas reprimidas. piração, reconhecem

piração, isto é, mecanismos para escapar das emoções que não aprendemos a administrar. Dependendo do tipo de emoção que o nosso cérebro decidiu não sentir, a nossa respiração vai assumir um determinado formato fisiológico.

quais são os distúrbios, seus significados e como trabalhar com eles para superá-los.

quais era mais prudente se desconectar do sentir, a fim de não sofrer ou de sofrer menos, e para isso nos fez respirar menos.

Com todos nós já aconteceu de, quando estamos estressados ou com medo de algo concreto, sentir um nó no estômago. Se observarmos em detalhes, podemos ver que a respiração é inibida nessa parte do nosso corpo. Quando a situação muda e/ou conseguimos lidar com a emoção estressante, o nó desaparece e a respiração volta ao normal. Enquanto muitas pessoas sentem um nó no estômago apenas às vezes e temporariamente, alguns têm esse problema de forma crônica. Esse é o caso de alguém, por exemplo, cujo poder pessoal foi ferido ou reprimido durante a infância por exigências excessivas de um dos pais ou de alguma figura de autoridade.

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Esse mecanismo foi, na realidade, uma solução momentânea eficiente, pois ajudava a reduzir o estresse no momento em que a criança, com o córtex pré-frontal ainda não desenvolvido, não dispunha de recursos para mudar a situação. No entanto, repetido numerosas vezes, esse mecanismo se transformou em um hábito, chegando a ser dessa forma um bloqueio respiratório crônico. Como resultado, a pessoa com esse distúrbio específico na respiração não desenvolveu recursos para essa situação de exigência porque nunca lhe foi permitido rever o mesmo problema com os novos recursos que foi adquirindo durante sua vida. Isso quer dizer que, mesmo sendo um adulto e com um córtex pré-frontal desenvolvido, se encontrará bloqueada em certas situações


da sua vida como se fosse uma criança, e incapaz de tomar decisões adequadas que levem a um maior bem-estar.

que sua expressão não era permitida ou causava retaliação. Isso quer dizer que a respiração é inibida e dificultada na garganta porque inconscientemente a pesOutro bloqueio comum é o nó ou soa tenta fugir dessa sensação incômotensão na garganta. Da mesma forma, da que não sabe como resolver. O ato de todos nós já passamos alguma vez por bloquear a respiração faz com que o dessituações que nos deixaram sem paconforto emocional seja menos sentido, lavras ou frustrados de não poder exmas também faz com que ele se torne pressar algo. Se observarmos em detaum bloqueio físico. lhes, veremos que, neste Para bloquear a resmomento, a expiração se O ato de bloquear a piração na garganta, torna difícil e permanece um pouco presa em nossa respiração faz com que os músculos do pesgarganta. Ao ponto de, às o desconforto emocio- coço se contraem, criando dessa forma vezes, criar um som (sunal seja menos sentido, uma tensão que imtil ou intenso dependenmas também faz com pede o fluxo da resdo do caso). Para certas piração e, portanto, pessoas, esse bloqueio que ele se torne um impedem de sentir. é crônico, ou seja, elas

bloqueio físico apresentam desconforto É assim que cerna gargantas áreas do nosta e ruído so corpo se tornam constante (ou frequente) áreas "desabitadas", isto é, áreas das ao expirar. Este é o caso quais não temos consciência. Essas tende pessoas que não sões crônicas, que na realidade são as conseguiam chorar manifestações fisiológicas de nossas ou expressar sua emoções reprimidas, com seus corresraiva na infânpondentes distúrbios na respiração, torcia. Esse distúrnam-se parte de nossa habitualidade. bio da respiração O conjunto dessas tensões formam a geralmente é acompacouraça muscular. nhado por tensão crôWilhelm Reich foi o primeiro psiconica no pescoço. terapeuta internacionalmente reconheEssa tensão tamcido a falar da couraça muscular ou coubém faz parte do raça caracterológica (isto é, a couraça de mecanismo incaráter que a pessoa desenvolveu). Ele consciente de bloobservou que o corpo se contrai numa quear a emoção, já posição defensiva para impedir que algumas emoções indesejadas entrem na Você costuma sentir um nó no estômago ou na garganta frequentemente? Essas podem ser zonas bloquadas

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consciência, e que quando esses comportamentos defensivos são mantidos por um longo período, a contração se torna crônica e os músculos formam uma couraça. No Bioflow, descobrimos que a mesma coisa acontece com a respiração. Ou seja, entendemos que a couraça muscular é o conjunto de bloqueios, tensões musculares e distúrbios crônicos da respiração que acumulamos desde a infância e que são o resultado de nossas emoções reprimidas, isto é, de acontecimentos dolorosos, carências afetivas, medos, decepções e traumas que não conseguimos processar.

ele tende a acumular tensão no pescoço. Isso corresponde a uma atitude inconsciente de defesa contra eventos imprevistos que possam surgir do mundo interno e externo. Essas emoções e memórias reprimidas com suas correspondentes tensões musculares e distúrbios na respiração foram integradas ao nosso modo habitual de ser, a ponto de não percebermos que estamos usando essa couraça. No entanto, isso tem inúmeras consequências, tanto em nossa saúde física quanto emocional, e limita muito o desenvolvimento de nosso potencial.

Devido à Por grande quanexemplo, tidade de quando emoções rehá uma primidas que repressão todos temos, a crônica da falta de consciência expressão (coicorporal e emocional é muisas que não foram ditas), to frequente. isto é, dificulIsso leva à madade em exA maneira como você inspira é o espelho de seu ponifestação de pressar o que sicionamento para a vida. A maneira como exala é o inúmeros sinse sente e penespelho do seu grau de aceitação e confiança na vida tomas emosa, as emoções cionais, como agressividade reprimida, serão bloqueadas na mandíbula, partisentimento de vazio ou de insatisfação, cularmente nos músculos "mastigadoansiedade, depressão e sintomas psicosres", que ficarão tensos. somáticos, como dor nas costas, probleOutro exemplo é a couraça muscular mas de peso, doenças cardiovasculares cervical: quando um indivíduo inconsetc. cientemente tenta manter o controle sobre suas emoções e sobre o mundo,

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Essa desconexão que sentimos cor-


poral e emocionalmente reflete-se no modo como inspiramos e expiramos. DE QUE FORMA PODEMOS OBSERVAR AS CONSEQUÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO ERRADA? Fanny Van Laere: Respirar é indispensável para a nossa vida. Quando somos bebês, somos totalmente receptivos ao meio ambiente e nossa respiração é fluida e desinibida. Contudo, com as experiências que vamos tendo e as interpretações inconscientes que fazemos delas, estabelecemos um certo modo de nos relacionarmos com a vida, que se refletirá no formato fisiológico de nossa respiração. Inalação Com a inalação, o ar entra do lado de fora para o interior de nossos pulmões. Ao inspirar, participamos ativamente da vida. O modo como inspiramos é o espelho de nossa proposta ou posicionamento para a vida, abertura e entusiasmo com ela. Portanto, todos os bloqueios ou distúrbios de inalação têm a ver com o desânimo ou a desconexão com a vida, ou, por outro lado, com uma posição arrogante em que tentamos nos impor a ela. Quando estamos equilibrados, nos sentimos bem e sentimos uma profunda motivação para o que fazemos, a nossa inalação se torna mais fluida, espontânea e profunda, porque reflete o entusiasmo que sentimos. De outro lado, a inalação de uma pessoa desmotivada ou deprimida é difícil, com um impulso fraco. Quando esse distúrbio se torna crônico,

a dificuldade fisiológica de iniciar a inspiração torna-se cada vez maior. Outro distúrbio comum de inalação é a inalação forçada que corresponde a um padrão de luta com a vida. Exalação Com a exalação, o ar deixa nossos pulmões. Quando expiramos, nos soltamos e relaxamos. A expiração é o espelho do nosso grau de aceitação, entrega e confiança na vida. Portanto, todos os distúrbios de expiração têm a ver com não aceitação, medo e desconfiança. Por exemplo, quando uma pessoa sente muito medo, ou pânico, sua exalação é geralmente forçada (ou seja, empurrada), o que indica que ela não está em seu eixo e, portanto, não está conseguindo lidar com o que sente. Naquele momento, ela não tem os recursos internos para observar com calma o que está acontecendo e encontrar soluções. Passado o medo, a respiração volta ao normal. Quando o medo é frequente por ter sofrido algum tipo de violência repetitiva na infância, por exemplo, a desconfiança torna-se uma atitude inconsciente constante e a pessoa desenvolve o distúrbio de sempre exalar de forma forçada. Nesse caso, a pessoa terá a tendência de olhar para tudo o que lhe acontece com desconfiança e sofrerá de um medo e preocupação constantes. Em contraste, quando uma pessoa tem uma tendência a controlar as coisas em sua vida desconfiando do que poderia acontecer e tendo um medo inconsciente de perder o controle, a expiração é retida.

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Essas explicações gerais dos distúrbios na respiração mostram qual é a relação entre a estrutura emocional sobre a qual a pessoa construiu sua personalidade e o seu modo de respirar. No entanto, é importante entender que são generalizações e que cada pessoa tem uma maneira única de sentir e respirar. O profissional Bioflow é treinado para fazer leituras de respiração e leva em conta muitas outras variantes, tais como: postura corporal, profundidade da respiração, onde você respira e onde não, a couraça muscular da pessoa (isto é, onde estão suas principais tensões), o grau de constância ou inconstância da respiração, o estado do diafragma e dos músculos intercostais, como é o impulso respiratório, como os distúrbios se combinam e quais são os mais importantes e os mais sutis etc.

Os principais efeitos do trabalho com Bioflow são:

Como vimos, nossa maneira de interpretar e viver a vida é condicionada pelas experiências de nosso passado, incluindo aquelas de que não nos lembramos.

Fanny Van Laere: Durante uma sessão de respiração Bioflow, se ensina a respirar de uma maneira muito suave, leve e consciente durante um pouco mais de uma hora, tempo em que o profissional Bioflow solicitará alguns pequenos ajustes na respiração seguindo o protocolo da técnica, o que garante uma sessão equilibrada e com alto nível de consciência.

COMO SERIA A RESPIRAÇÃO IDEAL? Fanny Van Laere: Bebês e crianças pequenas respiram muito bem. Essa é a maneira ideal de respirar. QUAIS BENEFÍCIOS BIOFLOW PODE TRAZER PARA NOSSAS VIDAS? Fanny Van Laere: Bioflow é uma técnica de transformação pessoal que funciona mediante a integração de consciência, capacidades e recursos do presente nas memórias traumáticas do passado, iniciando assim um processo de mudança de memórias celulares subconscientes.

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o aumento da felicidade interna; desbloqueios de crenças relativas à abundância e à prosperidade; despertar a consciência sobre si mesmo; desenvolvimento do poder de autocura. O que temos verificado é que a aplicação da técnica Bioflow promove mudanças de hábitos e abordagens que influenciarão sua vida positivamente para sempre. COMO FUNCIONA UMA SESSÃO BIOFLOW NA PRÁTICA E DE QUE FORMA ELA POSSIBILITA TRANSFORMAÇÕES PESSOAIS?

Os ajustes solicitados corrigem pequenos distúrbios respiratórios, que todos temos, que foram desenvolvidos como uma maneira preventiva de não sentir novamente algumas emoções que foram dolorosas no passado. Seguindo o protocolo Bioflow, a correção de distúrbios irá aumentando a possibilidade de sentir emoções incons-


cientes, o que fará que a pessoa comece a tomar contato gradualmente com as emoções inconscientes. Este contato poderá ser inicialmente por meio de sensações físicas, insights mentais sobre pensamentos, crenças ou abordagens de vida que não havia percebido antes, até tomar contato de maneira mais profun-

as indicações e o apoio personalizado de que precisa para fazer mudanças positivas em sua vida. A sessão é finalizada com 10 a 15 minutos de relaxamento, para integrar as experiências vividas. O período total desde o início até a liberação do cliente pode ser de aproximadamente 1h30min.

As bonecas russas são uma metáfora para a cura da criança interior.

da com suas emoções inconscientes. Desta forma, o cliente conseguirá aos poucos ir aumentando sua consciência corporal, mental e emocional sobre si mesmo, ao mesmo tempo em que aprende a lidar com as tentativas da sua mente de fugir do que pode ter sido doloroso em outro momento porque não houve recursos internos para lidar, mas que quando revisados à luz das capacidades e recursos atuais, pode ser transformado e até utilizado de maneira positiva para a vida. A sessão de respiração Bioflow é sempre individual, nunca em grupo, desta forma a pessoa recebe do profissional

COMO OCORRE QUE CRENÇAS TÃO COMPLEXAS E INFANTIS POSSAM SER DISSOLVIDAS APENAS PELA RESPIRAÇÃO? Fanny Van Laere: A técnica Bioflow nos ajuda a trazer a nossa consciência e a ressignificar emoções reprimidas e crenças negativas adquiridas na infância. Nós chamamos esse processo de resgate da criança interior. A técnica de resgate da criança interior envolve diferentes etapas nas quais reconstruímos a figura de proteção e confiança de que nossa criança interior precisa, de uma maneira semelhante àquela que um adulto amoroso e consciente faria com uma criança real. Ou seja, conta-

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tar essa criança, ajudando-a a superar o medo, o desejo de fugir, a desconfiança, a tristeza ou qualquer emoção dolorosa, acolhendo-a e confortando-a e, finalmente, permitindo-lhe recuperar sua espontaneidade, alegria natural pela vida e desejo de brincar dentro de um quadro seguro e protegido. Com esse processo, os medos inconscientes de nossa infância deixam de nos perseguir. Como poderia ser o caso de uma criança que teve uma experiência negativa com um gato que a arranhou e desenvolveu fobia de gatos. Ou uma pessoa que quase se afogou, quando criança, e desenvolve um pânico de água até o ponto de ser incapaz de viajar de barco. Em ambos os casos, esses medos inconscientes no adulto correspondem a um tempo em que a criança não tinha recursos internos para lidar com as situações. No entanto, como adultos, temos esses recursos. Porque, na verdade, o que impede uma pessoa adulta de andar calmamente de navio ou se defender de um gato é o nervosismo, o pânico ou a paralisia que causam os efeitos de emoções reprimidas de sua infância, que agem desde o inconsciente. Uma vez que essas emoções se tornam conscientes e aprendemos uma nova atitude com elas, toda a nossa experiência muda e temos acesso a recursos internos que antes estavam bloqueados. Durante a infância passamos por diversas etapas de desenvolvimento e aprendizado: o período intra-uterino, pequena infância, infância e adolescência. Minha visão pessoal desses diferentes ciclos que vamos completando até sermos adultos, se assemelha às famosas bonecas russas.

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Embora do lado de fora você só veja a boneca grande (que corresponderia ao nosso adulto hoje), ela contém uma menor, que por sua vez contém uma menor e assim por diante até chegar a uma pequena boneca (que corresponderia ao bebê que nós fomos algum dia). Todas as bonecas se encaixam perfeitamente uma dentro da outra. Se uma ou mais bonecas menores estiverem quebradas ou rachadas, elas podem comprometer o fechamento das bonecas maiores. Para mim, isso reflete muito bem como os impactos emocionais negativos do passado, que não conseguimos assimilar, têm uma influência negativa em nossa vida hoje. ESSA TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO PODE AJUDAR A CURAR DOENÇAS FÍSICAS? Fanny Van Laere: Segundo a milenar e reconhecida medicina chinesa, cada emoção está relacionada a um órgão e a uma função do corpo humano. As causas mais comuns de doenças são atitudes e emoções negativas. Um desequilíbrio emocional pode refletir-se em sintomas ou doença no órgão correspondente. Segundo a medicina chinesa, todos os órgãos do nosso corpo têm uma relação direta com uma emoção: por exemplo, o pulmão com tristeza ou melancolia; os rins com o medo; o fígado, com raiva, irritação e tensão; o coração com a ansiedade; o baço e o pâncreas com preocupação e excesso de pensamentos. A melancolia, ao se relacionar com o pulmão, pode interferir no seu bom funcionamento, criando problemas tais como: tosse, falta de ar, problemas respiratórios e pulmonares, obstrução nasal, quadros


alérgicos, rinites, problemas de pele e também uma voz enfraquecida ou ronco. A milenar medicina ayurvédica proveniente da Índia também considera que as emoções negativas ou reprimidas criam um desequilíbrio que afeta a resposta autoimune do corpo, causando perturbação mental e, eventualmente, distorcendo as várias funções do corpo. Na Alemanha e na Holanda, a medicina psicossomática é uma especialidade reconhecida da medicina. A medicina psicossomática considera que pensamentos, emoções e ideias são parte do ser humano e têm a capacidade de afetar o nosso organismo, e que compreender o ser humano em suas diferentes facetas – psicológica, social e física – permite ter uma visão abrangente e enfrentar as doenças com uma nova perspectiva. Como a Bioflow trabalha com a reintegração das emoções, isso afeta diretamente a nossa saúde. Por outro lado, a respiração Bioflow tem benefícios fisiológicos diretos (como veremos na página seguinte). Com a prática de respiração Bioflow, a respiração se torna mais profunda, com menos bloqueios e, portanto, mais eficiente. Dessa forma, as consequências descritas acima são gradualmente revertidas e nossa saúde em geral é grandemente beneficiada. A quantidade de benefícios que resultam disso é inumerável. Simplesmente obtemos mais saúde e resistência. Esta é a razão, por exemplo, porque as pessoas que respiram bem são menos propensas a pegar um resfriado e geralmente resistem melhor às mudanças de temperatura.

Com a prática, nossa couraça muscular (isto é, as tensões em nosso corpo) diminui consideravelmente, nosso corpo se realinha, nossa postura corporal melhora e nossa flexibilidade aumenta. Também frequentemente nossa voz se torna mais profunda, mais harmoniosa e poderosa. Melhorar a nossa respiração também tem um efeito muito positivo no nosso sistema nervoso. A respiração ritmicamente movimenta o líquido cefalorraquidiano, localizado na coluna e na cabeça. O sistema nervoso está dentro desse líquido. O processo de respiração ativa os prolongamentos dos neurônios periféricos do sistema nervoso. Esses neurônios são responsáveis pela percepção que permite que a pessoa sinta ou se torne consciente das percepções. Ou seja, os receptores sensoriais estão conectados com um processo de respiração extraordinariamente sutil. Com a respiração profunda o diafragma desce e a pressão intra-abdominal aumenta, isso tem consequências na rede venosa epidural e aumenta a pressão do líquido cefalorraquidiano, o que aumenta a qualidade de nossa percepção e consciência. Segundo Rudolf Steiner, pai da Antroposofia, não há função neurossensorial que não esteja integrada a um processo respiratório sutil, como explicamos anteriormente. Segundo ele, não poderíamos ter noção de nossas experiências cotidianas se não fosse pelo movimento do líquido cefalorraquidiano, que é feito pela respiração.

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Benefícios fisiológicos da respiração Bioflow Por Fanny Van Laere

A maioria das pessoas respira bem abaixo de sua capacidade respiratória real. O resultado desse modo de respirar deficiente, isto é, no qual apenas parte do mecanismo respiratório é usado, tem como consequência o enfraquecimento de todo o organismo pelas diferentes razões que veremos a seguir. • Uma quantidade insuficiente de oxigênio significa que os processos de nutrição e eliminação não são feitos corretamente. O coração faz circular o sangue e o envia para todas as partes do corpo para nutri-las e revitalizá-las. O sangue dá vida a todos os nossos tecidos, os quais absorvem oxigênio e liberam toxinas e resíduos. Em seguida, o coração envia esse sangue impuro e carregado com os detritos do sistema para os pulmões, para que seja purificado. Após a inspiração, o oxigênio do ar entra em contato com o sangue impuro através dos vasos capilares, cujas paredes são grossas o suficiente para que o sangue não possa penetrá-las e finas o suficiente para que o oxigênio penetre. Quando o oxigênio entra em contato com o sangue, ocorre uma espécie de combustão; o sangue absorve o oxigênio e libera o dióxido de carbono, gerado a partir dos detritos coletados em todo o corpo. O sangue assim purificado e oxigenado retorna outra vez ao coração, pronto para nutrir e revitalizar o corpo novamente. Quando a respiração é deficiente, esse processo é consideravelmente afetado, o que significa dizer que a expiração não é ampla o suficiente para que a purificação do sangue ocorra de forma eficaz. Como consequência, quando o

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sangue retorna ao coração, ele ainda está carregado e não será capaz de cumprir bem o seu papel de alimentar e revitalizar as células. • As áreas dos pulmões que não são usadas são enfraquecidas, tornando-se um terreno rançoso e fértil para bactérias, podendo dar origem a diferentes enfermidades pulmonares, como a pneumonia. • Quando a respiração é plena, o diafragma desce a cada inspiração, exercendo uma forma de massagem nos órgãos internos, especialmente no estômago e no fígado, o que é muito benéfico para seu funcionamento adequado. No caso de má respiração, como é muito comum, e de um mau funcionamento do diafragma, essa massagem interna não ocorre. • Entre os músculos respiratórios encontramos aqueles músculos inspiratórios, como são o diafragma e os intercostais externos. Por outro lado, encontramos os músculos expiratórios, como são os intercostais internos e os músculos da parede abdominal. Quando os pulmões e os músculos respiratórios estão fracos devido a seu pouco uso, o corpo para respirar se vê forçado a puxar outros músculos, que não foram projetados para isso e que, portanto, se estressarão e se contrairão. Como resultado surgem as tensões típicas de ombros, pescoço e costas. O desbloqueio do mecanismo respiratório faz que nosso corpo se libere dessas tensões musculares que acumulou. • Em casos crônicos de respiração muito fraca, é comum que as arteríolas se estreitem e que o número de glóbulos vermelhos diminua.


Autoconhecimento

RECONECTE-SE COM A SUA RESPIRAÇÃO

Exercício das 20 respirações conectadas, de Fanny Van Laere. 4 ciclos de 5 respirações cada: 4 curtas, 1 profunda. Agora que você já tomou consciência do poder da respiração para a sua vida, que tal começar com um exercício de respiração consciente? Fanny Van Laere recomenda um exercício bem prático e benéfico a todos. Ele vai te ajudar a se encher de mais energia, a relaxar quando for preciso e a começar a desenvolver consciência física, emocional e mental. Para executar o exercício das 20 respirações conectadas, como é chamado, você deve fazer 4 respirações “curtas” e 1 profunda (o mais profundamente possível), repetindo esse ciclo 4 vezes até atingir a somatória de 20 respirações. Observe que essas respirações ditas “curtas” são um pouco maiores do que as que respiramos normalmente, mas “curtas” se comparadas à quinta respiração de cada ciclo, nas quais se usa toda a capacidade. De acordo com Fanny, “a respiração deve ser conectada, ou seja, quando terminar a exalação retomar a inalação imediatamente. Este tipo de respiração, é chamado de respiração conectada ou circular, chegando um momento em que pa-

rece que a inalação e a exalação se fundem em uma só”. A ilustração acima pode lhe ajudar a esquematizar melhor o processo! Recomenda-se que tanto a inspiração, quanto a expiração sejam feitas pelo nariz, a menos que ele esteja bloqueado. “A inalação, espelho de nossa participação na vida, deve ser feita com entusiasmo, mas nunca forçada. A exalação, espelho de nossa entrega, aceitação e confiança, deve ser totalmente relaxada e sem esforço, deixando-a cair como uma folha que se desprende da árvore ou como um balão que se esvazia. O ritmo não é nem lento nem muito rápido, mas ativo”, explica Fanny. Ao longo do exercício, tente voltar a sua atenção para o que sente, observando com maior detalhe possível suas sensações físicas e emocionais. Embora não se compare a uma sessão de respiração Bioflow, esse exercício pode lhe trazer inúmeros benefícios!

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Ágora

a magia do pensar Por Amanda Meschiatti

P

ablo Picasso certa vez disse que “Tudo o que você pode imaginar é real”. Exceto a natureza, tudo o que é, um dia precisou existir apenas na mente de alguém. Já pensou nisso?

Dos princípios de Hermes Trismegisto compilados no Caibalion, o primeiro e mais importante afirma que a mente está na origem de todas as coisas ("O todo é mente; O universo é mental”). A segunda lei hermética complementa a primeira: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora". Em outras palavras, o que está dentro – na mente –, pode ser materializado, colocado para fora. Esse não é mais um texto do estilo “você pode criar a sua realidade”, apesar de ser exatamente sobre isso. Não é bruxaria, nem tecnologia, mas saiba que você é mágico. Não do tipo que lança poderes por aí com a sua varinha. Mas do tipo que cria civilizações inteiras com o poder da mente. Em uma entrevista ao El País, o premiado paleontólogo espanhol Juan Luis Arsuaga, professor de Paleontologia da Universidade Complutense de Madri, mencionou um traço de nossa espécie que chamou de “pensamento mágico”. De acordo com ele, “Somos a única espécie que tem pensamento mágico. Somos criadores de objetos que falam”.

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Nossa capacidade de pensar magicamente, criando e cultuando personalidades mágicas que não existem de fato no mundo material, e sustentando ficções em nossas cabeças é, de acordo com ele, um traço evolutivo, embora muitos acreditem que isso seja uma característica arcaica herdada do nosso passado ignorante. Alguns até mesmo querem acreditar que estamos superando essa condição. Essa mentalidade mágica faz parte da revolução cognitiva, a mesma que fez com que passássemos de meros grupos caçadores-coletores para grupos capazes de inventar barcos, lâmpadas a óleo, arcos e flechas e agulhas (essenciais para costurar roupas quentes), como disserta o historiador Noah Yuval Harari, em seu best-seller Sapiens: uma breve história da humanidade. “Os primeiros objetos que podem ser chamados de arte e joalheria datam dessa era, assim como os primeiros indícios incontestáveis de religião, comércio e estratificação social”, afirma ele. Em resumo, a estrutura do mundo tal como conhecemos ainda hoje nasceu com esses indivíduos “primitivos”, que somos ensinados a imaginar como um grupo inferior, e até mesmo idiotizado, que apenas se reunia para dançar juntos em volta da fogueira a cada lua cheia. Esquecemos, no entanto, que o pensamento mágico criou, sim, deuses e espíritos sagrados, mas também criou realidades imaginadas coletivamen-


Foto: Wikimedia Commons

A Criação de Adão, Michelangelo (1512). Quinhentos anos mais tarde, se descobriu que a estrutura que está atrás de Deus tem o formato de um cérebro. O dom divino é o nosso pensamento.

te como o dinheiro, as leis, as nações ou os direitos humanos. “Não há deuses no universo, nem nações, nem dinheiro, nem direitos humanos, nem leis, nem justiça fora da imaginação coletiva dos seres humanos”, provoca Harari. Quando desqualificamos o pensamento mágico estamos muito mais próximos da regressão do que da evolução. E a milhas de distância de criarmos algo novo enquanto sociedade e enquanto indivíduos. Se você sufoca a sua imaginação, como pode materializar coisas diferentes na sua vida? A fonte está seca. A tecnologia de hoje, com todas as suas emulações das capacidades humanas e inteligências artificiais, não consegue o principal: imaginar. Nossa capacidade imaginativa não é boba, nem infantil, muito menos “viajar na maionese”, ela é o que nos diferencia das máquinas, que só calculam e não imaginam. Certamente por isso que as taxas de inovação e crescimento de países inteiros têm relação com os livros que lemos para as nossas crianças, como mencionado pelo psicólogo e professor Adam Grant em seu livro Originais: como os inconformistas mudam o mundo. Como você tem lidado com essa porção mágica contida na sua mente? O controverso, mas lúcido, Osho concluiu que: “Você se torna mais divino à me-

dida que se torna mais criativo. Todas as religiões do mundo têm dito que Deus é o criador. Não sei se ele é o criador ou não, mas uma coisa eu sei: quanto mais sua criatividade aumenta, mais divino você se torna”. Acredito que muita gente lide muito mal com seu lado mágico. Chego a pensar que já não existem mais pensadores, apenas seguidores de pensadores. A ode ao cientificismo e ao tecnicismo iniciada na Modernidade ultrapassou os limites da ciência e da tecnologia e fez com que o racionalismo se tornasse apenas mais uma crença. Mais uma crença usada para engessar o pensamento, em lugares onde o pensamento não deveria ser contido. Não se resuma a uma caixinha pequena e apertada, os seus poderes de criação são a arma secreta evolutiva. Use bem esses superpoderes! Honre a ancestralidade que teve que evoluir por milhares de anos para consagrar esse presente de pensar magicamente. Honre a sua natureza divina que cria o universo. Não tenha medo de pensar, de imaginar e de criar o novo para a sua vida! Assim como esse texto foi escrito se utilizando de pensamento mágico para te inspirar e fazer refletir, que você também possa deixar essa mágica acontecer com mais frequência dentro e fora da sua mente.

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Foto: Pixabay


MARKET ING

DE CONTEÚDO Você quer que sua marca seja reconhecida dentro da internet? Atualmente, estar presente no território digital é questão de sobrevivência! Mas como fazer isso em tempos de economia da atenção, com os excessos de informações que somos expostos diariamente? Uma ótima estretégia é fazer Marketing de Conteúdo! Com conteúdos relevantes, em forma de postagens, sua marca terá mais engajamento com o público-alvo e, como consequência, mais vendas.

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Criação de estatégias para marketing de conteúdo


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Foto:Sacha Verheij/ Unsplash


Histórias que inspiram

ao infinito e além Histórias de quem descobriu seu universo particular ao sair do Brasil pela primeira vez. Inspiração para você colocar a mochila nas costas e ganhar o mundo

Você já deve ter ouvido falar que pegar um caminho diferente aumenta a capacidade cognitiva. Imagine pegar um caminho a milhas de distância! A sua mente tem um salto quântico. Ter que lidar com pessoas, endereços, costumes, moedas, situações e idiomas diferentes é um exercício de sair da zona de conforto que vai te provar que você é mais forte e capaz do que imagina. É uma forma de descoberta do poder pessoal. Talvez por isso viajar já esteja entre os cinco principais sonhos dos brasileiros (14%), ficando à frente até mesmo dos tradicionais sonhos de fazer uma faculdade/ se formar (12%) e constituir uma família/casar (8%). É o que diz uma pesquisa realizada pela Panrotas neste ano. Arrumar as malas e ganhar o mundo só não é mais desejado do que a casa própria (31%), independência/estabilidade financeira (19%) e realização profissional (17%). Habitamos um planeta de 4,5 bilhões de anos com infinitas belezas naturais, arquitetônicas e manifestações culturais.

Viajar não é, portanto, somente se reaproximar de si mesmo, mas se conectar com a abundância e a diversidade da vida. Às vezes, a mente projeta medos inconscientes que podem fazer com que você tema em tirar esse sonho do papel. Você não está sozinho nessa, é bem comum. Mas, se esse for realmente o seu sonho, compartilhamos a história do Léo, analista de suporte que adora fotografia, surf, cerveja gelada com uma boa comida. Tem também a história da Geovana, nossa colunista de viagem que nesse texto de estreia conta como um início difícil, com vistos negados, não é motivo para desistir de nada. Ambos viajaram sozinhos e elegeram como destino lugares na América Latina. São histórias inspiradoras de gente que rompeu as barreiras da insegurança e as crenças de que “é impossível viajar tendo pouco dinheiro” e descobriram a alegria de se perceberem cidadãos do mundo. Toda jornada começa com o primeiro passo, e ele é a inspiração!

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Fotos por Leonardo Eliziario Inspira: Por que viajar? Leonardo Eliziario: Viajar para se expandir como ser humano. Uma viagem bem aproveitada é sempre uma oportunidade de (re)construção do nosso olhar sobre o mundo, de entrar em contato com novos lugares, pessoas, culturas, e se (re)descobrir. Inspira: Para onde viajou, em qual ano e quais motivos lhe levaram até lá? Leonardo E.: Em 2016 fui para Cusco no Peru e em 2017 para o Uruguai. Sempre fui fascinado por História e lugares históricos e, além disso, sempre tive na minha cabeça em conhecer diversos lu-

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gares do mundo e resolvi começar por Machu Picchu pelo fato de ser uma das 7 maravilhas do mundo e estar situada na América do Sul. Além de toda história que envolve a cidade perdida dos incas. Logo em seguida, em 2017, seguindo o meu plano de desbravar a América do Sul, resolvi ir ao Uruguai e fazer um mochilão por toda a sua costa em uma viagem que durou inesquecíveis 15 dias. Um dos motivos que me levou até o Uruguai foi a curiosidade em conhecer o primeiro país do mundo a legalizar a maconha em todo o seu território, a admiração pelo ex-presidente Mujica, e um documentário que


assisti no mesmo ano de dois amigos que cruzaram toda a costa com pouca grana e em busca das boas ondas no litoral uruguaio. Quando vi as imagens, as fotografias, e todo o litoral, resolvi que iria para lá fazer a MESMA COISA: colocar a mochila nas costas e Machu Picchu, P eru, 2 016. cruzar o Uruguai até Sacramento em busca de novas fotos, experiências e do autoconhecimento. Inspira: Como você se planejou no seu emprego para viajar? Leonardo E.: Como trabalho no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), geralmente aproveito as férias anuais para fazer uma viagem de maior duração - de 10 a 15 dias.

Machu Picchu, Peru, 2016 .

Inspira: Como se planejou financeiramente? Leonardo E.: Sempre fui sistemático com organização financeira e aprendi cedo a organizar o meu salário. Faço minha organização financeira através de uma planilha que eu mesmo desenvolvi e adaptei para a minha realidade. Normalmente faço o cálculo de quanto vou gastar em uma viagem com base em

Cusco,

016. Peru, 2

muita pesquisa na internet e com base nas informações que reuni sobre o próximo destino. Reservo uma pequena porcentagem todos os meses para aquele objetivo. Inspira: Por que escolheu a América Latina como destino? Leonardo E.: Diversos fatores determinaram a minha escolha. A primeira delas é que nunca gostei dos roteiros e destinos que são vendidos pela indústria do turismo tradicional. Nunca me agradou de fato. Além disso, acredito que a América latina, especialmente os países sul americanos, tem muito a nos surpreender com sua cultura e História que é tão pouco explorada nos livros de História. Além disso, o que influenciou minha decisão, além do baixo custo comparado a outros destinos internacionais, o fato de que, como brasileiro, podemos ir a qualquer país do MercoSul sem a necessidade de visto e passaporte.

Inspira: Quais as principais diferenças culturais que você observou nessa peregrinação?

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Leonardo E.: Em Cusco se percebe um forte apego, respeito, orgulho e valorização da sua história e as suas tradições indígenas conservadoras. Isso é muito forte e belo por lá. As crianças e o povo como um todo são muito bem educados, alegres e receptivos com todos, sem exceção. Quando cheguei no Ur u g u a i , logo no primeiro dia, me assustei com a tranquilidade mas, pouco a pouco, fui pegando o ritmo, desacelerando e entrando na vibe tranquila dos uruguaios. O que também me impressionou foi o acesso universal a educação, a sensação de segurança em todo o país, o respeito a diversidade, e o acesso gratuito a informação e a cultura como museus e exposições. Inspira: Como essas viagens afetaram na sua vida real, cotidiana, voltando ao Brasil? Leonardo E.:Depois de uma viagem tudo muda. Aquele que voltou não é mais aquele que foi. Depois de experimentar contato com outras culturas, pessoas e lugares, desenvolvi uma forte empatia e um enorme respeito a outras culturas e às pessoas. Aprendi a ver o mundo através de outra perspectiva, perdi o medo da vida, e aprendi que fora da nossa zona de conforto há um mundo infinito de possibilidades. Isso me deu uma coragem que até antes eu não tinha.

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Inspira: Tem um próximo destino, por quê? Leonardo E.:Tenho vários lugares que desejo conhecer e hoje os meus destinos se complementam com os da minha namorada que também ama viajar. Juntos montamos um mapa de todos os lugares que desejamos ir. Pouco a pouco estamos riscando cada destino da nossa lista.



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Geografando

Como dois vistos negados me fizeram querer ganhar o mundo Escrito por Geovana Chrystêllo

Os anos se passaram e ficou caro tomar caixote nas praias cariocas - sim, todos os anos era sempre um caixote diferente (ou caldo, vaca, tombo, fica como preferir). Decidi cursar jornalismo, acreditando que o futuro me presentearia com uma vaga em uma revista sobre viagens. A vaga não rolou (ainda), o dinheiro continua curto, mas a vontade de conhecer novos lugares foi tomando conta de mim, que cá estou para compartilhar tudinho com vocês. Hoje eu literalmente trabalho pra pa-

gar minhas viagens, ou os meus investimentos, como gosto de dizer. O salário é mediano, compatível com o de boa parte dos jovens brasileiros que trabalham de carteira assinada. Ou seja, nada muito exorbitante (muito pelo contrário). Como ainda tenho o privilégio de morar com minha mãe, os custos dedicados à casa são baixos. Logo, parte do meu suado dinheirinho vai direto pra poupança. Essa é a principal dica, tenha um foco e invista nele! Eu gosto sempre de dizer que é possível sim conhecer o mundo, mesmo ganhando pouco. Claro que cada um sabe da própria realidade e suas prioridades, sem contar no fator tempo também. Para algumas pessoas, concretizar certos sonhos pode levar mais tempo que para outras, isso independente de qual seja

Ilustração: Freepik

Eu sempre fui apaixonada por viajar. A minha família nunca teve muito dinheiro pra bancar viagens, muito menos internacionais, mas todo dezembro era sinônimo de VI-A-JAR. E como eu amava aquela sensação de arrumar a mala e ir pra rodoviária, mesmo que todos os anos o destino fosse o mesmo, era a melhor de todas.


o sonho, mas quando se tem um foco, todo dinheiro guardado, e todo tempo gasto, passam a fazer parte de um ideal maior. Pois bem, assim eu fiz. Me arrisquei comprando um intercâmbio, achava que mesmo mais caro, seria melhor ter uma agência me assessorando em minha primeira experiência fora do país. Juntei dinheiro por um ano, metade era pra pagar o pacote, outra para os gastos na cidade escolhida - Vancouver. O intercâmbio não rolou, tive dois vistos de estudante negados um atrás do outro (o consulado acreditou que eu não iria somente para estudar, e sim para ficar no Canadá, vai entender). Acontece que o meu planejamento não permitia que eu trocasse o curso para um país onde o visto não era exigido, todos em sua maioria na Europa (aqui falamos em euros, que literalmente estavam fora das minhas condições). Nessa brincadeira toda, eu perdi muito no quesito financeiro, cerca de R$2.800,00, contando as taxas de matrícula da escola, seguro saúde e taxa de serviço da agência contratada para tirar o visto, fora as taxas de aplicação ao consulado. Mas ainda assim, não queria abandonar a ideia de carimbar o passaporte, isso de jeito nenhum! Por sorte, uma amiga tinha acabado de se mudar para o México, lugar pelo qual eu sempre fui apaixonada, e fez o convite. Pronto, juntou a fome com a vontade de comer. Com parte do que fui ressarcida pela “desistência” do intercâmbio, comprei minhas passagens e desembarquei na terra dos

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mariachis. Comi grilos, tacos, vi praias e cenários incríveis. Não tive preocupação nenhuma. Voltei para o Brasil super contente da minha primeira viagem internacional. Mas ainda assim, sentia que faltava algo, algo que preenchesse não só o feed do Instagram com fotos maravilhosas, mas o sentimento de explorar e de realmente adquirir experiências. Passei a seguir mil páginas com dicas de viagem, e adivinhem, toda hora elegia um próximo destino. Até que um dia, uma passagem tentadora para o Chile, que nunca esteve na lista acima, fez com que eu marcasse as minhas próximas férias e realizasse a minha primeira viagem sozinha. Logo a pessoa que é péssima em localização - de não saber nem explicar paras os outros como chegar em determinado lugar, isso na própria cidade -, e que mal mal tinha andado de metrô na vida, estava programando uma viagem dupla, completamente sozinha. Fiz o trajeto Vitória - São Paulo - Santiago - Calama. Passei 5 dias no Deserto


do Atacama e 5 em Santiago. Como já era de se esperar, visitei lugares de uma beleza inexplicável - as fotos ficaram ótimas, inclusive -,superei o frio de -6°C (pra mim, capixaba, garota da praia, qualquer 18°C já é frio pra caramba e isso lá era temperatura normal), fiz amigos e sobrou até espaço pra viver um amor de verão (que no caso, foi de outono mesmo). Eu realmente vivi esses dias como se fossem os últimos da minha vida, mas o que mais me orgulha de tudo isso, foi ter voltado pra casa com uma sensação de dever cumprido. A sensação de que mesmo não sendo a mochileira experiente, eu consegui montar o meu próprio roteiro, fazendo as coisas do meu jeito, no meu tempo. A próxima viagem já está marcada, outro intercâmbio, confesso que por agência, mas a vontade de sair da caixa e explorar novas formas de conhecer o mundo, está só começando.

Geovana Chrystêllo, 26 anos, apaixonada por praia, viagens e sempre em busca de bons momentos

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5 Dicas

5

COMO (RE)DESCOBRIR O SEU

poder.pessoal

dicas

Às vezes, os medos e incertezas da vida podem te bloquear, mas saiba que dentro de você há uma fonte inesgotável de poder disponível, basta saber encontrá-la para lidar com todas essas situações difíceis. É hora de se reconectar com a sua força!

1 Vista-se como você se vestiria se ninguém fosse lhe julgar.

nectam com uma parte muito verdadeira de si mesmo.

A forma como você se veste é a forma pela qual você se expressa esteticamente no mundo. Como uma arte viva. Portanto, antes de se arrumar para os seus compromissos do dia, separe um tempo para escolher como você gostaria de se vestir se a opinião alheia não importasse. No final, você pode decidir não sair com tudo que você escolheu, mas vá com uma ou outra peça dessa seleção. Um acessório específico, por exemplo. Ela com certeza vai te lembrar da sua essência enquanto você estiver vivendo o seu dia.

4 Pare de se desculpar o tempo pode todo. Pedir perdão ser libertador e, a lg u n s ca -

2 Crie sem a ajuda de receitas. Deixe a sua criativida-

de fluir através de um texto, um quadro, um poema, uma música, um vídeo, um desenho ou um prato, por exemplo. Sem pensar em copiar as referências para fazer tudo “perfeito”, apenas deixe o artista que há em você tomar conta. Ouse fazer o que ele manda. Se está preparando um jantar, apenas siga a sua intuição e misture os ingredientes da forma que achar mais divertida. Isso te ajuda a escutar a sua própria voz interior!

Pense nas coisas que você gostava de fazer e que te deixavam muito feliz, mas que por algum motivo você teve que parar. Volte a fazer! Elas te reco-

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Ilustração: Freepik

3 Ressuscite hábitos felizes.

e m sos, n e cessário, mas s e desculpar desnecessariamente

indica que você provavelmente pensa que nunca está certo sobre o que está fazendo. Permita-se agir e ser como você realmente é! Isso não é agredir ninguém.

5 Faça algo sozinho, por conta própria. Você consegue, por

exemplo, criar um roteiro para o seu próprio dia sem a ajuda de ninguém. Desenvolva essa autonomia. As outras pessoas podem saber de muitas coisas, mas você também é capaz de encontrar respostas para a sua própria vida.

Bônus! Medite. A dica é bônus, mas é uma

das mais importantes de todas. Cultivar o silêncio, a atenção plena e o exercício da pausa, são ferramentas de autoconhecimento e autocuidado. E m silênc i o , você consegue passar mais tempo com você, em um processo de decantação da turbulência dos pensamentos e de contato real com o seu verdadeiro eu, portador de todo esse poder com o qual você deseja se reencontrar.


Foto: Thom Holmes/ Unsplash

Sisu é uma palavra finlandesa que descreve a força interna que está ao alcance de todos,


Ilustrações: Freepik e Rawpixel

Sua vida nas estrelas

O QUE É A ASTROLOGIA VÉDICA? Escrito por Vanessa Lôbo


O primeiro estudo realizado no mundo sobre os astros e suas influências na humanidade surgiu aproximadamente há mais de 5.000 mil anos na região que atualmente é a Índia. A Astrologia Védica é conhecida como Jyotish, que em sânscrito significa “Ciência da Luz”. Assim o seu principal objetivo é esclarecer e guiar os indivíduos em todas as áreas de suas vidas (carreira, relacionamentos, saúde, filhos etc.). Você provavelmente já ouviu falar que profissões ligadas ao oceano acompanham as fases da Lua para saber como as marés se comportarão. Isso acontece porque segundo a Jyotish este satélite é responsável pelo elemento água, e sua influência nos indivíduos está ligada a mente inconsciente e emoções, através do choro (água) você é capaz de expressar raiva, felicidade ou tristeza e assim como as marés as emoções são fluídas e passageiras. Logo, o astro de maior importância dentro da Astrologia Védica é a Lua, pois ela diz como você reage emocionalmente aos acontecimentos da sua vida. São as emoções e o inconsciente que influenciam as escolhas que fazemos no dia a dia. Já para a Astrologia Ocidental o astro de maior importância é o Sol. Esse astro diz respeito às nossas motivações e ao nosso ego. Na Astrologia Ocidental quando alguém diz que é de Touro significa que no momento que esta pessoa nasceu o Sol estava na constelação (signo) de Touro. Na Astrologia Védica dizer que você é de Touro significa que sua Lua estava na constelação de Touro na hora de seu nascimento. DIFERENÇAS ASTROLOGIA SIDERAL X ASTROLOGIA TROPICAL Na Grécia Antiga o solstício da primavera foi utilizado para marcar o início do zodíaco no hemisfério norte, que é 21 de março, na época essa era a data em que o Sol entrava na constelação de Áries, porém devido

movimento da Terra (precessão dos equinócios), atualmente no dia 21 de março o Sol na verdade está em Peixes. E isso é fácil de ser verificado em aplicativos que identifiquem os planetas nas constelações em tempo real, como por exemplo, Night Sky ou Skyview. A Astrologia Sideral (védica) segue a precessão dos equinócios; já a Astrologia Tropical possui as suas datas “congeladas”. Os gregos seguiam a precessão dos equinócios conforme a Astrologia Sideral, mas com a chegada do Imperador Constantino na Europa ele taxou este conhecimento como pagão. Naquela época, o Cristianismo era colocado como crença única e superior. Para que a Astrologia não fosse esquecida, Ptolomeu associou os signos com as estações do ano, assim este conhecimento poderia ser preservado e passado adiante. Além disso, a Astrologia Védica conta com as Nakshatras, que são as mansões lunares presentes nas constelações dos signos. Essas mansões determinam a energia que o signo leva para o planeta, e por sua vez, para a sua vida. Uma pessoa que tem Sol em Áries na estrela Ashwini é diferente de uma pessoa que tem o Sol em Áries na estrela Bharani. Outro ponto são os mapas divisionais. Eles mostram cirurgicamente e com riqueza de detalhes uma área específica da vida do indivíduo. Por exemplo, se uma pessoa está confusa sobre relacionamentos amorosos ou casamento, abre-se o D-9 Navamsa que é o mapa responsável para dizer precisamente sobre as potencialidades e desafios dentro desse campo e como superar essas questões. Por isso que a Astrologia Védica é a Ciência da Luz, pois ensina o nativo a lidar com mais consciência dentro de qualquer campo que esteja enfrentando desafios. @astrologiaecura

Vanessa Lôbo é criadora do projeto Astrologia e Cura e tem como propósito trazer consciência, poder de escolha e paz de espírito através da Luz da Astrologia Védica.


Foto: brenoanp/ Pexels

"O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora." HERMES TRISMEGISTO


Astrologia Védica

Você não é do signo que pensava ser... É isso mesmo que você leu. Se você, por exemplo, é do signo de Peixes, pode acontecer de, na realidade, você ser aquariano. Como lidar? Conforme comentado por Vanessa, a astrologia tropical, que é a mais difundida no Ocidente, “congelou” o céu como ele era observado há mais de dois mil anos. Na Védica, no entanto, acompanha-se o movimento astronômico real dos planetas, considerando que o universo está em constante atividade! Portanto, de acordo com o movimento de precessão dos equinócios, desde os gregos a Terra já se deslocou aproximadamente 24º

graus, impactando os cálculos das casas astrológicas (cada casa tem 30º graus) e dos signos correspondentes em cada mapa astral, bem como a posição dos planetas em cada um deles. É por isso que, em relação à Astrologia Tropical, os seus signos solar, lunar, ascendente e todos os outros podem ter voltado um signo atrás. Na tabela abaixo, encontre o seu signo solar de acordo com a Astrologia Védica e, para mais informações sobre o seu mapa astral védico, procure a astróloga Vanessa Lôbo nas redes sociais do @astrologiaecura.

Signos Solares conforme o zodíaco sideral Áries

Touro

Gêmeos

Câncer

Leão

Virgem

14/04 a 14/05

15/05 a 14/06

15/06 a 15/07

16/07 a 16/08

17/08 a 16/09

17/09 a 16/10

Libra

Escorpião

Sagitário

Capricórnio

Aquário

Peixes

17/10 a 15/11

16/11 a 15/12

16/12 a 13/01

14/01 a 12/02

13/02 a 13/03

14/03 a 13/04

*calculados com base no sistema True Lahiri

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"Cada gota no oceano conta"

Foto: jeremy Bishop/ Unsplash

YOKO ONO


INSPIRAÇÕES DO MÊS ACADEMIA PARA A MENTE Lojong | Google Play e AppleStore Se você treina o seu corpo, por que não treinar a sua mente para obter mais calma e serenidade? Este app é para quem quer aprender a meditar e cultivar este hábito. Além de uma série de videoaulas que ensinam técnicas de meditação, há um timer que pode ser customizado com o tempo de duração da sua prática e sons da natureza que são uma delícia como ambientação. A SABEDORIA DO VIVER Nova Acrópole | YouTube A Nova Acrópole é uma organização internacional sem fins lucrativos, criada em 1957, que propaga o estudo da filosofia para a sociedade. No canal brasileiro no YouTube, eles publicam videoaulas produzidas por voluntários semanalmente. Com base na investigação filosófica e perpassando diversos autores, diferentes temas são abordados. Não se trata de mero intelectualismo, mas de dicas que fortalecem a sua vida. PARA PENSAR O TEMPO Dark | Netflix Essa não é para distraídos! Dark é a primeira série alemã original da Netflix. Pouco divulgada no Brasil, a série foi ganhando projeção no boca a boca e já é um grande sucesso. A narrativa (muito bem escrita!) mistura viagem no tempo, filosofia e um pouco de ocultismo com relações familiares e um toque de suspense. Um entretenimento riquíssimo que gera muitos insights sobre a vida, a velhice, a força da ancestralidade e o tempo. O tempo nos pertence ou nós pertencemos a ele? Recomendamos fortemente!

Conheça Epiteto Como viver uma vida feliz? Esse tipo de pergunta, que estamos tentando responder ainda hoje, foi uma das principais ocupações da obra do filósofo Epiteto (ou Epicteto). Do grego "epiktetos", que pode ser traduzido como “adquirido” ou “comprado”, o nome que recebeu ainda criança indicava sua condição: escravo. Escravizado durante a maior parte de sua vida e constantemente castigado. Como ser feliz apesar disso? Não deixando que os sofrimentos externos afetem sua mente, sendo virtuoso. Ao lado de Marco Aurélio e de Sêneca, Epiteto é um dos

INSPIRAÇÕES EM MOVIMENTO Exercícios d'alma: A Cabala como sabedoria em movimento | Nilton Bonder Composto por breves textos para meditação diária, esse livro, escrito pelo rabino Nilton Bonder, é uma obra que instiga movimentar e exercitar o nosso espírito e a nossa sabedoria. As 287 páginas são repletas de ensinamentos que convergem a sabedoria judaica com a sabedoria popular. "O objetivo destas sabedorias em movimento é deixá-las sobre o seu coração à espera do momento em que sejam internalizadas e emocionalmente acolhidas”, escreve Bonder. Essa é a nossa dica de leitura, caso você queira se movimentar em direção a pílulas de inspirações e de reflexões diárias.

Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos fazê-las. É porque não ousamos fazê-las que elas são difíceis Sêneca

maiores nomes da corrente filosófica denominada estoicismo e sua história de vida é a maior propaganda de seus ensinamentos. Recomendamos como leitura o Encheiridion ou Manual de Epiteto.


Sua história importa! Sua história Inspira! Caro(a) leitor(a), Já pensou em ver o seu texto nas páginas da Revista Inspira? A gente tem certeza que a sua jornada e as suas reflexões podem ajudar a inspirar muitas pessoas. Você topa? Envie um e-mail para movimentoinspira@gmail.com. No assunto do e-mail, coloque “Minha história Inspira”. A sua voz importa! Também te encontramos nas redes sociais! Ao publicar sua história no Instagram, use a hashtag #MinhaHistoriaInspira que nós iremos te achar. Mas lembre-se que o perfil precisa estar público. Abraços e até a próxima edição, Inspira.

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