5ºano

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MIGUEL AUGUSTO BOMBARDA 1851 – 1910

Miguel Augusto Bombarda nasceu no Rio de Janeiro em 1851 e foi morto em circunstâncias trágicas nas vésperas da implantação da República. Foi uma das personagens mais singulares da medicina, da filosofia e da política portuguesa. Frequentou o curso de Medicina tendo optado pela especialização em Psiquiatria. Introduziu várias inovações na teoria e na prática psiquiátrica. Defendeu a medicina social, isto é, o livre acesso dos cidadãos aos benefícios da ciência médica. Empenhou-se na actividade política. Defendeu a República por oposição à Monarquia. Em 1908, entrou na vida política activa como deputado, afirmando-se liberal. Dedicou-se com empenho aos trabalhos de preparação da revolução de 5 de Outubro de 1910. Porém, não chegou a assistir à vitória dos republicanos por ter sido assassinado por um doente mental que lhe deu um tiro a 3 de Outubro. Para

a

história

ficaram

as

suas

últimas

palavras: -“Não lhe façam mal. Ele é um doente!”

5º Ano, Turma A


CARLOS CÂNDIDO DOS REIS 1852 / 1910

Carlos Cândido dos Reis nasceu a 16 de Janeiro de 1852, em Lisboa. Foi militar, conspirador e carbonário português. Ficou conhecido simplesmente como Almirante Reis. Iniciou a sua carreira na Marinha como voluntário, aos 17 anos, sendo sucessivamente promovido até ao posto de vice vice-almirante. Apesar de ter sido agraciado com o grau de oficial da Ordem de Avis e a de Cavaleiro da Torre e Espada pelos seus feitos na Marinha, foi desde muito novo um adepto republicano de firmes convicções, tendo participado activamente na luta antimonárquica. Não foi tanto como político propagandístico mas como conspirador que se destacou. Embora tenha sido eleito como deputado nas listas republicanas de 1910,, participou activamente no golpe fracassado de 28 de Janeiro de 1908,, que devia começar com a prisão de João Franco, Franco, então chefe do governo. Após um pequeno período de desânimo voltou à luta e rapidamente se transformou no organizador militar da revolta de 5 de Outubro de 1910. 1910 Na tarde do dia 3 de Outubro de 1910, 1910 ao saber-se se que o então chefe do governo, Teixeira de Sousa, tinha sido avisado do golpe republicano e pusera de prevenção as tropas leais à causa monárquica, a maioria dos chefes republicanos propôs um adiamento adiamento do golpe, ao que se opôs o Almirante Cândido dos Reis. Dado que era o chefe militar e principal dinamizador da revolta, a sua posição levou a que esta ocorresse. Contudo, nos primeiros momentos da revolução, foi erradamente informado, do seu fracasso. Soube do assassinato de Miguel Bombarda, soube ainda que a maior parte das unidades militares comprometidas com o movimento não se tinha tinham revoltado e que muitos oficiais do exército, julgando tudo perdido, tinham abandonado o entrincheiramento da Rotunda. Cândido dos Reis, pensando estar o golpe frustrado, não quis seguir para bordo de um dos navios que estava implicado no movimento. Despediu-se se dos oficias da Marinha mais próximos e horas depois era encontrado morto na Azinhaga das Freiras, tendo-se se suici suicidado. O golpe acabou por triunfar e o nome do Almirante Reis foi utilizado não só em ruas e avenidas mas também para substituir o nome de D. Carlos I no principal cruzador da esquadra portuguesa.

5º Ano, Turma B


JOSÉ CARLOS DA MAIA 1878/1921 José Carlos da Maia nasceu em Olhão, no dia 16 de Março de 1878 e foi assassinado em Lisboa, na noite de 19 de Outubro de 1921. Era filho de um oficial da Marinha pelo que cedo (segundo alguns testemunhos orais, com apenas 14 anos) acompanhou os pais para Lisboa. Aos 12 anos, as notícias do Ultimato Inglês despertaram despertaram-no para as ideias republicanas. Alistou-se se aos 19 anos como aspirante na Armada e em 1900 foi promovido a Guarda-Marinha, Marinha, sendo colocado na Divisão Naval do Atlântico Atlântico Sul (navega entre Angola, Cabo Verde e S. Tomé). Em 1903 é promovido a 2º Tenente e em 1907 é Instrutor da Escola Prática de Artilharia Naval. Desde muito novo participa em todas as conspirações contra o regime monárquico com Machado dos Santos e Almirante lmirante Reis, entre outros. Foi encarregue com grande sucesso pelo Almirante Reis de atrair para a causa revolucionária muitos oficiais de forma a que fosse possível o sucesso da implantação da República e na madrugada de 4 de Outubro de 1910 toma parte a activa ctiva na revolta republicana. Acompanhado pelos civis que o aguardavam no Grémio Republicano de Alcântara, intima o 1º Comandante do Corpo do Quartel de Marinheiros, Almirante Pereira Viana, a render render-se. se. Este resistiu, fazendo fogo com o seu revólver, tend tendo o ficado feridos três homens, entre eles o próprio Almirante Pereira Viana. Tomado o Quartel de Marinheiros, José Carlos da Maia embarca, às 10 horas da noite, num vapor e assalta o navio D. Carlos. Apesar da resistência que encontrou apoderou apoderou-se se do navio. Proclamada a República foi promovido a Capitão-Tenente, Capitão Tenente, por distinção, e é eleito deputado às Constituintes de 1911. A 9 de Março de 1918 foi nomeado ministro da Marinha, durante a breve ditadura de Sidónio Pais. Nessa época já Carlos da Maia se encontrava encontrava amargurado pela corrupção do regime republicano, pelo qual ele fora um dos que mais lutaram. Acreditou em Sidónio Pais mas este aproximou aproximou-se se demasiado de monárquicos conspiradores, o que levou Carlos da Maia a pedir a sua demissão ao fim de apenas três m meses e meio. Posteriormente ocupou o cargo de Capitão do Porto de Portimão e, finalmente, em 1919, voltou ainda a ser nomeado Ministro das Colónias por José Relvas, novamente por apenas três meses. Neste curto período é curioso um episódio que revela a tolerância tolerância e seriedade de Carlos da Maia: após ter sido debelado um golpe monárquico, existe uma tentativa de afastamento de muitos monárquicos de lugares públicos. No entanto, Carlos da Maia recusa afastar um dos seus colaboradores apenas por ele ser monárqu monárquico. Carlos da Maia nunca mais exerceu cargos políticos e parece mesmo ter ter-se se desinteressado por esta actividade, no entanto, a memória da sua figura era ainda suficientemente importante para que, na trágica revolução de 19 de Outubro de 1921 tivesse sido assassinado pela tristemente conhecida “camioneta “camionetafantasma”. O nome de Carlos da Maia é hoje recordado em diversos arruamentos e como patrono de uma escola básica na sua cidade natal, Olhão.

5ºAno, Turma C


MACHADO DOS SANTOS

António Maria de Azevedo Machado dos Santos foi um militar e político português considerado o fundador da República Portuguesa, pela coragem com que se bateu na Revolução do 5 de Outubro de 1910 e, depois, na defesa do regime contra a intentona monárquica de 22 a 24 de Janeiro de 1919, em Monsanto. Alistou-se na armada Portuguesa em 1891, iniciando uma carreira de comissário naval que o levaria ao posto de comissário de 2ª classe aquando da revolução de 5 de Outubro de 1910. Ainda durante a Monarquia já se tinha alistado na afirmando-se como um conspirador inveterado, presente em todos os movimentos revolucionários que precederam a queda do regime, distinguindo-se na revolta de 28 de Janeiro de 1908. Jovem e de aspecto romântico, exercendo um importante papel de coordenação operacional do movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910, acabou por ser tratado pela imprensa como o herói da Rotunda e o Pai da Revolução. Eleito deputado à Assembleia Constituinte de 1911, foi dos primeiros a mostrar o seu desencanto face ao andamento da República portuguesa, a qual se afastava rapidamente dos ideais de pureza republicana dos seus defensores iniciais. Funda, então o Jornal “O Intransigente” que dirige e no qual exprime o seu desencanto. Passa das palavras aos actos, organizando e participando nos movimentos insurreccionais de Abril de 1913, de Janeiro de 1914, no Movimento das Espadas de1915, na revolta de Tomar de 1916 e no golpe de 1917 que colocou Sidónio Pais no poder. No Movimento de 1915, quando vários oficiais com o estado do país entregaram as espadas ao Presidente da República, Dr. Manuel de Arriaga, teve um papel determinante entregou a espada que usou nos combates da Rotunda. Nesse mesmo ano foi preso e deportado para os Açores. Durante a ditadura de Sidónio Pais foi Senador e ocupou as funções de Secretário de Estado das Subsistências e Transportes e Secretário de Estado do Interior, mas entrou em ruptura com Sidónio Pais. Em 1919, durante a Monarquia do Norte, voltou a salvar a República ao contribuir para a derrota dos revoltosos monárquicos acampados na Serra de Monsanto. Ainda funda o Partido da Federação Republicana, com que pretende continuar a sua intervenção política, retira-se para a vida privada, mas é assassinado na Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921, vítima das forças revolucionárias que tão longamente cultivara. 5º Ano, Turma D


ANTÓNIO GRANJO

Nasceu em Chaves este político português. Republicano na sua juventude a 27 de Dezembro de 1881. Foi um advogado e político português. Republicano na sua juventude, era membro da Assembleia Nacional Constituinte eleito em Maio de 1911. Lutou durante a I Guerra Mundial e escreveu um livro sobre as suas experiências António Granjo, depois do assassinato de Sidónio Pais, insurgiu-se contra a Monarquia do Norte, em 1919. Foi presidente da Câmara Municipal de Chaves em Fevereiro de 1919. Eleito no mesmo ano para a Câmara dos Deputados pelo Partido Republicano Evolucionista foi, mais tarde; fundador do seu sucessor, o Partido Republicano Liberal. Ministro da Justiça durante o Governo de coligação de Domingos Leite Pereira, serviu o país como Primeiro Ministro por dois breves mandatos; de 19 de Julho a 20 de Novembro de 1920, num Governo Liberal e, para substituir Tomé de Barros Queirós, a 30 de Agosto de António Granjo foi cruelmente assassinado na noite de 20 para 21 de Outubro de 1921, conhecida por “noite sangrenta, na sequência da revolução de carácter radical iniciada a 19, que o levou a pedir a demissão de Primeiro Ministro que, então, desempenhava. Os seus assassinos foram marinheiros e soldados da GNR integrantes do movimento revolucionário em curso comandados pelo Cabo Olímpio, o “dente de ouro”. António Granjo foi levado de casa de Cunha Leal, afecto ao partido Democrático, onde tinha tentado obter protecção e levado para o Arsenal da Marinha. À sua chegada foi ferido com dois tiros no pescoço, tendo sido tratado na enfermaria e levado para um quarto. Um grupo de revolucionários entrou no quarto onde se encontrava gravemente ferido, crivando-o de balas. Depois disso um corneteiro da GNR ainda lhe cravou um sabre no ventre.

5º Ano, Turma E


ADELAIDE CABETE

Nasceu em Elvas em 1867. Era a que tinha origens mais modestas entre as notáveis da primeira geração feminista. Oriunda de uma família de operários, não foi à escola, mas aprendeu a ler por si própria. Posteriormente o marido ofereceu-lhe uma gramática e entusiasmava – a a estudar. Tornou-se uma das primeiras médicas portuguesas. Introduziu em Portugal a Ordem Maçónica Mista Internacional. Só tinha razões para confiar na República, que era também obra sua. Foi Adelaide e Carolina Beatriz Ângelo que bordaram a bandeira vermelha e verde içada no dia 5 de Outubro de 1910. Logo, meses depois do Regicídio começaram a preparar a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, fundada em 1909. Entre nós o feminismo surgiu assim – ligado ao Partido Republicano e à maçonaria. Todas elas conheciam de perto as grandes figuras do regime. A primeira geração de feministas era uma elite formada por médicos, advogadas e professoras. As suas causas eram o direito ao sufrágio, ao divórcio e sobretudo à instrução, que permitiria à mulher a independência.

5º Ano, Turma F


A batalha de La Lys A batalha de La Lys, assim chamada pelos historiadores franceses é também conhecida como Batalha de Ypres ou Quarta Batalha de Trementières, pelos ingleses. Ocorreu perto da fronteira entre a França e a Bélgica, junto à ribeira do mesmo nome, na zona da Flandres (Frente Ocidental). Foi aqui que, concentrando os alemães as sua tropas, se deram das mais duras batalhas da I Guerra Mundial. Foi também aí que as valorosas tropas portuguesas tiveram ocasião de se dramaticamente distinguir. A 9 de Abril de 1918 os alemães atacaram as linhas defensivas dos portugueses. Estes, cansados, esfomeados e já com bastantes problemas, estes foram apanhados de surpresa. Na realidade a ofensiva deu-se estrategicamente no momento em estes deveriam ser rendidos pelas tropas inglesas, provocando grande confusão entre as hostes lusas. Às

7h30m,

«Georgette»,

utilizando começou

o a

nome

ofensiva.

de

código

As

tropas

germânicas avançaram em força bombardeando continuamente as posições portuguesas, com a famigerada

metralhadora

conhecida

como

«A

Luisinha», utilizando grande fogo de artilharia e lançando gás mostarda para as trincheiras portuguesas. Às 11h ocuparam todo o sector português, obtendo assim os alemães uma esmagadora vitória. O Corpo Expedicionário Português, comandado pelo general Gomes da Costa lutou bravamente, sofrendo pesadas derrotas, num total de 7098 baixas, entre as quais 327 oficiais. Os

restantes,

foram

feitos

prisioneiros pelo inimigo e muitos outros haveriam ainda de tombar de febre tifóide ou dizimados posteriormente pela gripe espanhola. Distinguiu-se pelos seus actos Aníbal Augusto Milhais, cuja valente acção por detrás das linhas inimigas salvaria inúmeros soldados, cobrindo a retirada às tropas portuguesas do seu sector. Ficou conhecido como soldado Milhões, pois o seu comandante acolheu-o saudando-o «Tu és Milhais, mas vales milhões!». Foi até hoje o único soldado raso a receber a mais alta condecoração portuguesa: a Ordem da Torre de Espada do Valor, Lealdade e Mérito. Atendendo ao elevado número de mortos e feridos, mais ainda do que Alcácer Quibir, a batalha de La Lys constituiu uma das maiores, senão a maior, das catástrofes bélicas portuguesas. 5º ano, Turma G


D. Manuel II, o Patriota ou o Desventurado

Último rei de Portugal, D. Manuel II nasceu no Palácio de Belém a 19 de Março de 1889,e morreu em Twickham a 2 de Julho de 1932,tendo recebido o nome de Manuel Maria Filipe Carlos Luís Miguel Rafael Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio, subiu ao trono em consequência da morte violenta de seu irmão Luís Filipe, a 2 de Fevereiro de 1908. Em termos de política interna teve que enfrentar dois graves problemas, que trouxeram descrédito à governação: a questão Hilton, e o desfalque havido no Crédito Predial. Os ministérios sucederam-se Procurou ir de encontro às reivindicações operárias estudando a possibilidade de uma reforma económica e social. Em termos de política externa procurou aproximar Portugal da Espanha e da Inglaterra. Fez uma viagem pelo norte do país, no meio de enormes aclamações populares. A 23 de Novembro de 1908, encontrava-se em Espinho para a inauguração da Linha do Vouga. A 5 de Outubro de 1910, vê-se forçado a deixar o país, após um breve reinado. Embarca então na Ericeira em direcção a Plymouth, na Inglaterra, onde será recebido por seu primo o rei Eduardo VII. Com ele embarcam sua mãe, a rainha D. Amélia, seu tio o príncipe D. Afonso Henriques e sua avó D. Maria Pia já então muito doente. Patriota, para sempre amante do seu país, dirige uma carta ao conselheiro Teixeira de Sousa, seu Presidente do Conselho de Ministros, já na hora da partida: «Forçado pelas circunstâncias, vejo-me obrigado a embarcar no yatch real ‘Amélia’. Sou portuguez e selo-hei sempre…». No exílio casa com sua prima D. Augusta Vitória de Hohenzollern Sigmaringer a 4 de Setembro de 1913. Advogará a entrada de Portugal na guerra ao lado dos aliados, aí servindo como oficial na Cruz Vermelha inglesa. Em 1914 levantou-se uma revolta monárquica, aproveitando o governo mais tolerante de Bernardino Machado que alcançou o apoio do rei. Em 1919 após o assassínio de Sidónio Pais sucedeu ainda uma mais importante revolta – a Monarquia do Norte, que obterá grande apoio popular. Mas acabará também vencida. D. Manuel não mais regressará a Portugal, Bibliógrafo reconhecido escreverá «Livros Antigos Portugueses 1489-1600 da Biblioteca de Sua majestade Fidelíssima, descritos por S. M. El-Rei D. Manuel, em 3 volumes, editados em 1929, 1932 e 1935, o último já após a sua morte. Foi sepultado no Panteão Real em S. Vicente de Fora. 5º ano, Turma H


A MONARQUIA DO NORTE

A Monarquia do Norte foi uma revolta ocorrida na cidade do Porto, em 19 de Janeiro de 1919, pelas Juntas Militares favoráveis à Restauração da Monarquia em Portugal. O período também ficou conhecido no campo republicano pelo epíteto depreciativo do Reino da Traulitânia, ou simplesmente a Traulitânia. Á morte de Sidónio Pais sucedeu-lhe uma das mais profundas crises políticas enfrentadas pela república: uma sublevação monárquica, chefiada por Paiva Couceiro que, em Janeiro de 1919, chegou a proclamar a monarquia no Porto e em Lisboa. Na capital, a rebelião foi facilmente dominada, mas no norte, os monárquicos conseguiram manterse quase um mês. A 13 de Fevereiro, após combates em todo o litoral centro, a guerra civil termina com a entrada dos republicanos no Porto. Retomada a legalidade, os sucessivos governos

republicanos

não

conseguiam

dominar a conjuntura do pós guerra com a inflamação a subir em flecha. A situação internacional estava muito conturbada e, no país, também se viveram anos de grande perturbação política. Em 1923, acompanhando a tendência internacional, registou-se uma melhoria na situação económica e financeira do país que se traduziu numa acentuada diminuição da dívida pública, mas a agitação política e social mantinha-se, com os ministérios a sucederem-se sem que a República Velha conseguisse impor a tão desejada estabilidade. Por outro lado, algumas das reformas mais socializantes tinham colocado contra a República os grandes proprietários rurais e a alta burguesia capitalista. As frequentes acções terroristas, de inspiração anarquista -bolchevista, contribuíram para o crescente descontentamento das classes médias das maiores cidades e foram permitindo o avanço das forças de direita, a coberto das promessas de ordem e estabilidade. No dia seguinte, 15 de Janeiro, o governo de Tamagnini toma posse e, em 17, nos termos da constituição de 1911, o Congresso elege o almirante Canto e Castro presidente da República. Ou seja, liquidado Sidónio Pais em 14 de Dezembro, cerca de um mês bastou para que os sidonistas de Lisboa deitassem por terra o regime presidencialista esboçado na “ República Nova”.

5º Ano, Turma I


Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais

Mandato: De 28 de Abril de 1916, até 14 de Dezembro de 1918 Precedido por: Bernardino Machado Sucedido por: João do Canto e Castro Nascimento: 1 de Maio de 1872, em Caminha Falecimento: 14 de Dezembro de 1918, em Lisboa Esposa: Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais

Sidónio Pais foi o quarto presidente da República Portuguesa, sendo conhecido como o Presidente-Rei. Foi oficial de Artilharia e também professor na Universidade de Coimbra. Aderiu aos ideais republicanos desde que frequentou

a

Universidade,

numa

altura

em

que

a

monarquia ainda vigorava. Fez parte da maçonaria durante algum tempo, embora não fosse um membro muito activo. Após a implantação da República, desempenhou vários cargos políticos: Deputado, Ministro do Fomento no governo de João Chagas, Ministro das Finanças no governo de Augusto de Vasconcelos Correia e Ministro de Portugal em Berlim. Em 9 de Março de 1916 regressa a Portugal, devido ao facto de a Alemanha ter declarado guerra a Portugal, (Primeira Guerra Mundial). A 5 de Dezembro de 1917 lidera um golpe de estado. A 27 de Dezembro toma funções como presidente da República, sendo instaurada uma ditadura militar, que reclamou para si todos os poderes e introduziu um sistema presidencialista do tipo americano, que o elegeu nas eleições directas (não admitidas pela Constituição), de Abril de 1918. Este período ficou conhecido por “A Nova República”, que embora tivesse tido o apoio de certos sectores da sociedade portuguesa não foi capaz de resolver os graves problemas que Portugal atravessava e que se agravaram com a entrada de na Primeira Guerra Mundial. Face a esta situação pouco

confortável,

a

oposição

liberal

foi-se

fortalecendo,

fomentando várias revoltas e conspirações, com o objectivo de chegar ao poder, que culminaram com o assassinato do Presidente em 14 de Dezembro de 1918, na estação do Rossio em Lisboa.

5º Ano, Turma J


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