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SETEMBRO 2023 14

FICHA TÉCNICA

MENSAGEM DA ENFERMEIRA DIRETORA

Goreti Almeida

João Fernandes

Maria Loureiro

Natércia Sequeira

Irina Pires

Marisa Gonçalves

Maria Pedro Erse

PROJETO GRÁFICO E DESIGN

Pedro Pereira

PERIODICIDADE Trimestral CONTACTO nec@chuc.min-saude.pt

Contamos com a sua participação. Faça-nos chegar comentários, eventos ou outras notícias de enfermagem do CHUC, para o nosso email.

No ano em que se comemoram 44 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), um dos maiores avanços civilizacionais do nosso País, uma das maiores conquistas da democracia portuguesa e um dos maiores fatores de coesão social, o Ministério da Saúde anuncia novas medidas que pretendem reforçar o SNS, melhorar a qualidade e a capacidade de resposta às necessidades dos cidadãos.

Ao longo dos últimos quarenta e quatro anos, o SNS tem garantido de forma cabal o direito à proteção da saúde, promovendo a prestação de cuidados globais de saúde e o acesso a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social. O SNS trouxe benefícios à saúde e ao bem-estar dos portugueses, colocando Portugal no topo do Mundo no que diz respeito aos indicadores em saúde, reduzindo muitas das assimetrias da sociedade portuguesa e da qualidade em saúde.

Portugal tem assistido a um aumento da esperança média de vida, a um aumento da esperança de vida saudável à nascença e à diminuição das pessoas que consideram não ter as suas necessidades de saúde satisfeitas, colocando assim o nosso País, entre os melhores Países da OCDE.

De forma a dar resposta às crescentes necessidades em saúde, o orçamento do SNS tem aumentado significativamente nos últimos anos, esperando-se novamente para 2024, um reforço orçamental que poderá rondar os quinze mil milhões de euros.

Os dados globais do movimento assistencial no ano de 2022, no que se refere ao número de cirurgias e consultas realizadas, quer ao nível hospitalar, quer ao nível dos cuidados de saúde primários (758.313 cirurgias, 12.770.000 consultas hospitalares e 17.271.000 consultas nos cuidados de saúde primários), demonstram que o acesso ao SNS tem vindo a melhorar, embora ainda se evidencie a existência de um milhão e seiscentos mil portugueses sem médico de família.

A anunciada criação de 31 Unidade Locais de Saúde (ULS), apresenta-se como a próxima grande reforma do SNS com a qual se pretende uma melhoria significativa na organização do SNS com a entrada em vigor em janeiro de 2024.

Esta reforma em ULS, ao integrar os cuidados de saúde primários e hospitalares, articulando-os em rede, pretende aumentar o acesso e a eficiência na prestação de cuidados de saúde, colocando o foco nos cidadãos.

Assim, a par da importância que o SNS assume na vida e na saúde dos cidadãos, prevê-se para o próximo ano uma grande transformação na organização de cuidados de saúde em Portugal. Segundo o Sr. Ministro da Saúde, as mudanças anunciadas vão permitir que cerca de 250 mil portugueses passem a ter acesso a uma equipa de saúde familiar.

Este novo modelo de organização de cuidados de saúde, pretende pôr fim à atomização e ao funcionamento do SNS em “silos”, bem como à dispersão das unidades de saúde, organizando-

CONTEÚDOS 02 MENSAGEM DA ENFERMEIRA DIRETORA 04 NOTA INTRODUTÓRIA 05 GRUPOS INSTITUCIONAIS 13 “MINUTO DE ENFERMAGEM” 17 O MEU SERVIÇO 21 DIFUNDIR ENFERMAGEM 25 EVENTOS ANTERIORES 33 COGITAR ENFERMAGEM 39 A NÃO PERDER DIREÇÃO Áurea Andrade COMISSÃO EDITORIAL
Marcelino
Coimbra EQUIPA EDITORIAL
Elisabete Santos Filipe
Manuela
Paulo Simões (coordenação)
ÁUREA ANDRADE ENFERMEIRA DIRETORA DO CHUC

-as no conjunto do país em 39 ULS que vão agrupar os centros de saúde com os centros hospitalares e hospitais, de forma a proporcionar aos cidadãos melhor acesso, percursos do doente mais facilitados, melhor integração de cuidados e consequentemente uma melhoria na continuidade de cuidados. Este modelo de organização, por via da integração de cuidados e serviços, induzirá maior racionalidade na gestão dos recursos de saúde e, por consequência, maior eficiência.

No distrito de Coimbra está prevista a criação da Unidade Local de Saúde de Coimbra, com uma área de abrangência que englobará 21 municípios. No que se refere às instituições de saúde, a ULS de Coimbra, prevê englobar o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro de Medicina Física e Reabilitação Rovisco Pais, o Hospital Arcebispo João Crisóstomo e vinte e seis Centros de Saúde, oriundos do ACES Pinhal Interior Norte e do ACES Baixo Mondego.

Para o SNS e os seus anos de existência, a maior e mais justa palavra de reconhecimento é para todos aqueles que o serviram ao longo destes 44 anos de longevidade e o continuam a servir, com profissionalismo, dedicação, determinação e muita resiliência.

Certamente que a criação da ULS trará novos desafios e oportunidades aos enfermeiros do CHUC e das demais entidades que a integrarão. Mas, estou segura que saberão estar à altura, continuando a promover a excelência dos cuidados de enfermagem.

Parabéns ao Serviço Nacional de Saúde e a tudo o que ele representa

Áurea Andrade

NOTA INTRODUTÓRIA NEC

Após um período de reposição de energias retomamos a habitual publicação dedicada à partilha dos percursos da Enfermagem CHUC.

Nesta edição, visitamos serviços de resposta de cariz mais ambulatorial impactantes na sua intervenção, numa lógica de dádiva e reprodução humana, desafiantes também para o Cuidar quotidiano da Enfermagem CHUC.

A continuidade de procura de melhoria da resposta assistencial é também manifesta pelos contributos dos grupos institucionais que partilham a sua atividade.

O reconhecimento externo de projetos desenvolvidos pelos enfermeiros da Instituição, têm também espaço nesta edição.

A equipa NEC renova o agradecimento a todos os que têm contribuído para a divulgação sustentada dos percursos dos Enfermeiros no CHUC.

Votos de uma boa leitura.

Equipa NEC

MENSAGEM DA ENFERMEIRA DIRETORA 3 TEXTO e FOTO: NEC CAPA: PIXABAY
NOTA INTRODUTÓRIA 4

ENFERMAGEM PSIQUIATRICA DE CONSUTORIA E LIGAÇÃO

O grupo institucional Enfermagem Psiquiátrica de Consultadoria e Ligação provém da necessidade identificada de uma maior proximidade do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica como consultor, no seio das equipas multidisciplinares que prestam cuidados a utentes com alterações da sua saúde física e mental.

No âmbito do Plano de Enquadramento Estratégico da Enfermagem do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), nos eixos estratégicos: 1 – Valorização das Pessoas; 2 – Procura da Excelência dos Cuidados de Enfermagem e 3 – Melhoria da Segurança dos Cuidados e dos Profissionais, emerge a necessidade da identificação precoce de fatores de risco e de fatores protetores, para a Saúde Mental e a necessidade de adequar e implementar intervenções específicas por forma a contribuir para a melhoria do bem-estar individual e simultaneamente para a melhoria da qualidade dos cuidados e da segurança dos profissionais e utentes.

Assim, após o diagnóstico de situação realizado nos diversos contextos clínicos, aos enfermeiros do CHUC, no que respeita ao Bem-estar, Burnout, Stresse, Ansiedade e Depressão, deu-se início a um programa de intervenção, com o objetivo major de promover a saúde mental e prevenir o Burnout destes profissionais.

Trata-se de um programa de intervenção com a duração aproximada de quatro horas, em que se abordam temas como a Saúde Mental, promoção do autocuidado, stresse, coping

e Burnout. Torna-se importante referir que o instrumento de avaliação do Burnout reflete a relação com o trabalho, com o doente e com as questões pessoais.

Neste programa são apresentadas e debatidas estratégias comunicacionais, identificação de sinais de alarme e estratégias de prevenção do Stress e Burnout.

Por forma a facilitar o acesso aos cuidados de saúde mental para profissionais, na instituição CHUC, são apresentados os vários recursos que existem à disposição, tais como a consulta em crise no Serviço de Saúde Ocupacional, consulta de Psicologia e através do email: enfpsiqligacao@chuc.min-saude.pt para o grupo institucional Enfermagem Psiquiátrica de Consultadoria e Ligação.

Este programa de intervenção contempla espaço para expressão de emoções e realização de dinâmicas de grupo e termina com a realização de uma sessão de relaxamento muscular progressivo.

A avaliação do programa é realizada qualitativamente no final da sessão e quantitativamente através do preenchimento de instrumentos.

Com este programa de intervenção de promoção da saúde mental e prevenção do Burnout, pretende-se chegar aos Enfermeiros do universo CHUC, consciencializando-os para a importância e necessidade de todos serem capazes de adotar comportamentos promotores da saúde mental e preventivos do Bur-

nout, com impacto a nível individual e da equipa. A implementação deste programa visa, também, enfatizar a análise e reflexão das relações profissionais onde o Enfermeiro Especialista de Saúde Mental e Psiquiátrica, em articulação com as equipas pluriprofissionais, facilita a acessibili-

dade e cria sinergias promotoras de práticas de excelência nos cuidados prestados ao cidadão e comunidade.

GRUPOS E PROJETOS INSTITUCIONAIS 5 GRUPOS E PROJETOS INSTITUCIONAIS 6
TEXTO e IMAGEM: Grupo ENfErmaGEm psiquiatriCa dE CoNsutoria E L Gação

PASSAGEM DE TURNO

principal fonte de dados da pessoa, como suporte à transmissão da informação (33,3%). Entende-se que a criação destes suportes podem gerar ineficiência devido à duplicação de trabalho (face ao que já está documentado), para além da duplicação de dados estar frequentemente ligada a erros e imprecisões.

o processo de cuidar ou se corresponde a uma falta de valorização de determinada área.

Depois da divulgação do Procedimento Geral 15.00 – Normalização da passagem de turno (PT) de enfermagem e da formação realizada aos enfermeiros no sentido de promover a sua implementação, foi hora de monitorizar o progresso alcançado, através da avaliação da percentagem de adequação da PT ao procedimento, centrada no conteúdo da informação transmitida na PT, na intervenção do enfermeiro gestor e nos aspetos organizacionais da PT.

Neste sentido, foram realizadas auditorias por observação à PT ‘noite-manhã’ em 69 serviços de internamento de todos os polos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que decorreram entre 19 de abril e 31 de julho de 2023. As autorias realizadas pelos facilitadores do Grupo de Assessoria aos Sistemas de Informação e Documentação em Enfermagem tiveram por base os critérios de qualidade que constam da grelha de auditoria publicada no workplace do CHUC.

Os resultados desta primeira auditoria evidenciam uma transmissão de informação centrada nas necessidades da pessoa em cuidados de enfermagem, ou seja, na transmissão da informação associada aos Diagnósticos de Enfermagem (83,3%), com o seu processo prévio – Atividade Diagnóstica (74,4%) e subsequente – Intervenções de Enfermagem (82,6%). Estes dados denotam resultados positivos no sentido de concretizar o primeiro pressuposto do procedimento e a principal área de melhoria que se pretende alcançar: a transmissão da informação centrada na pessoa e nas suas necessidades em cuidados de enfermagem, segundo o enquadramento teórico que proporciona direção para o cuidar no CHUC.

Importa relevar também um significativo uso de suportes alternativos para transmissão/ receção da informação – “folhas-tipo” criadas pelos serviços (72,5%) em detrimento do uso do processo informatizado,

Não obstante os bons resultados, importa salientar um grande número de “não aplicável”, que implicam alguma contenção na leitura dos resultados, uma vez que têm um impacto neutro nos resultados. A opção do auditor pelo “não aplicável” corresponde à ausência de informação que lhe sustente outra opção aquando da observação da PT. Entende-se esta como uma fragilidade deste processo de auditoria, sendo lícito questionar se esta omissão de dados não tem valor efetivo para

Futuramente, seguir-se-ão novas avaliações no sentido de perceber a evolução de cada serviço e em última análise da instituição. Considera-se que estão dados os primeiros passos para uma PT centrada nos dados da pessoa, na sequência de uma consulta ágil do processo, de uma apropriação da linguagem e da valorização da área autónoma e concetual.

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TEXTO e IMAGEM: passaGEm dE turNo FOTO: uNspLasH (Luis mELENdEz)

PREVENÇÃO DE QUEDAS EM MEIO HOSPITALAR

O Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026, define o objetivo estratégico de implementar e consolidar práticas seguras em ambiente de prestação de cuidados de saúde, cuja ação para lhe dar resposta passa por “uniformizar a utilização de ferramentas de monitorização do risco de incidentes de segurança na prestação de cuidados nos diferentes níveis”.

Para a concretização deste objetivo o Grupo Prevenção de Quedas em Meio Hospitalar (PQMH) desenvolveu uma grelha de auditoria a ser aplicada nos diversos serviços do CHUC, assim como definiu os critérios e a metodologia de seleção da amostra.

Durante o ano de 2022 foram auditadas unidades de doentes internados e equipamentos, nos diferentes polos do CHUC, com exceção das Maternidades por estas não terem no seu padrão de documentação a identificação do risco de queda, critério fundamental para inclusão na auditoria.

Os objetivos da auditoria foram:

- Identificar fatores ambientais que concorrem para o risco de queda

- Promover formação em contexto prático com os elos

O processo de auditorias nos serviços iniciou-se com a identificação dos doentes internados com o diagnóstico de enfermagem de Risco de Queda a que se seguiu a seleção aleatória de um doente /unidade por quarto. Foram realizadas as auditorias entre os meses de Abril de 2022 e Janeiro de 2023 e elaborados os relatórios, sendo posteriormente enviados à Enfª Gestora em funções de Direção, coordenadora desta área, e aos Enfermeiros Gestores.

No Polo HUC (Edifício central e Celas) foram auditadas as condições ambientais a 41 serviços num total de 331 auditorias, a quartos/ unidades de doentes, com Diagnóstico de Enfermagem de Risco de Queda.

No Polo HG foram auditadas as condições ambientais a 7 serviços num total de 40 auditorias a quartos/unidades de doentes internados, com Diagnóstico de Enfermagem de Risco de Queda.

No polo Sobral Cid foram auditadas as condições ambientais a 7 serviços num total de 21 auditorias a quartos/unidades de doentes internados, com Diagnóstico de Enfermagem de Risco de Queda. Nos serviços que não tinham doentes com diagnóstico de Risco de Queda identificado optou-se por realizar a auditoria às condições ambientais de algumas unidades selecionadas de forma aleatória.

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No Hospital Pediátrico foram auditadas as condições ambientais a 5 serviços num total de 10 auditorias a quartos/unidades de crianças internadas, com Diagnóstico de Enfermagem de Risco de Queda.

Na prevenção de quedas em meio hospitalar é fundamental a implementação de precauções básicas de segurança relativas ao ambiente, ajudas técnicas, equipamentos e mobiliário em uso o que justificou as auditorias realizadas.

O Instrumento e os critérios de auditoria efetuada foram alvo de reflexão após a conclusão do processo, no sentido de o tornar mais eficaz para futuras monitorizações, incluindo a sua utilização pelos Elos.

A parceria estabelecida com o Gabinete da Qualidade e Segurança foi importante nesta reflexão e na alteração da grelha, na pessoa do Enfº Carlos Fernandes. Em breve será efetuada a divulgação deste instrumento de auditoria.

A notificação de quedas na plataforma HER +/RISI fez emergir a necessidade de analisar os incidentes ocorridos com o objetivo de propor medidas corretivas que os possam diminuir ou evitar. Esta análise foi efetuada pela Coordenadora do grupo PQMH e identificou-se a necessidade de melhorar a documentação de tomada de decisão clínica dos enfermeiros relativamente à prevenção das quedas. Foi efetuada reunião com a Enfª Coordenadora do Grupo GASIDE.

O Grupo PQMH decidiu realizar ações de formação com a finalidade de potenciar os recursos no sentido de melhorar a tomada de decisão clínica dos enfermeiros relativa ao foco queda, envolvendo os Elos PQMH e os Elos GASIDE.

A Formação de Elos PQMH e Elos GASIDE foi planeada com o objetivo de otimizar o seu papel na prevenção de quedas, na monitorização das condições ambientais que concorram para a queda e na melhoria da tomada de decisão para a prevenção da queda.

O Serviço de Formação do CHUC envolveu-se no processo para que esta formação pudesse ser certificada, tendo esta a duração de 3 horas. Foram planeadas seis formações, sendo os formandos agrupados de acordo com a afinidade das áreas de prestação de cuidados, nos diferentes polos do CHUC. Foi prevista formação a 128 enfermeiros (Elos ao grupo PQMH e Elos ao grupo GASIDE) conforme a convocatória enviada pela Sra. Enfermeira Diretora. Estiveram presentes nas formações 86 formandos, dos quais 42 Elos ao grupo PQMH e 35 Elos ao Grupo GASIDE. Também em substituição de elos, estiveram presentes enfermeiros Elos da Gestão de Risco.

Na formação refletiu-se sobre o papel do Elo ao Grupo PQMH, explicitaram-se os procedimentos institucionais publicados, de Prevenção de Quedas em Meio Hospitalar Adulto/Pediatria, os critérios de utilização das respetivas escalas em uso no aplicativo informático (SClínico) e sobre o processo de tomada de decisão clínica dos enfermeiros no âmbito da prevenção de quedas.

A formação proporcionou a reflexão com os enfermeiros em torno do papel que o Elo PQMH pode e deve assumir no seu serviço. Evidenciou-se a articulação com os Elos GASIDE com vista a promover a reflexão sobre as condições em que ocorre a queda de um doente, as medidas que foram prescritas e implementadas e as medidas preventivas que devem ser assumidas na perspetiva da melhoria contínua da qualidade de cuidados. Em articulação com os Elos GASIDE, os Elos PQMH devem promover a melhoria da tomada de decisão expressa na documentação, como salvaguarda legal dos cuidados que se prestam aos doentes.

Face ao elevado número de eventos de notificação de queda que já ocorreram no âmbito da gestão do risco e à forma como estão a ser documentados os incidentes, relacionados com as quedas dos doentes, realçamos que a plataforma HER + não é o suporte legal dos cuidados de enfermagem nem substitui a documentação no processo clínico eletrónico em uso no CHUC (SClínico).

A prevenção de quedas é uma área relevante para a prática de cuidados de enfermagem e como tal, é objetivo do grupo PQMH promover uma cultura segurança no apoio à tomada de decisão dos enfermeiros neste âmbito. É fundamental o envolvimento dos Elos na dinamização, implementação e monitorização do procedimento de Prevenção de Quedas em Meio Hospitalar, através do desenvolvimento de práticas reflexivas no seio da equipa, promotoras de cuidados de saúde com qualidade e segurança.

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TEXTO e IMAGENS: NatérCia sEquEira, marGarida pimENta NatáLia f LipE e saNdra rEis

RE(H)ABILITY4LIFE – FINALISTA DO PRÉMIO DE BOAS PRÁTICAS EM SAÚDE

O projeto de Re(h)ability4life, do serviço de Cirurgia Cardiotorácica, foi reconhecido como exemplo de Boas Práticas em Saúde.

É um dos finalistas nomeados para o Prémio Boas Práticas em Saúde da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH), que vai ser atribuído no 46º World Hospital Congress, a 24 de outubro de 2023, no Centro de Congressos de Lisboa.

O “Re(h)ability4life” é um projeto de enfermagem de reabilitação, dirigido para doentes com doença cardíaca e/ou pulmonar, que tiveram necessidade de intervenção cirúrgica.

O projeto tem como objetivo melhorar a capacidade funcional dos doentes, a sua qualidade de vida, ajudando-os a recuperar a autonomia de modo a poderem potenciar a sua independência e melhorarem a gestão do seu regime terapêutico.

MANUAL DE APOIO À

CONSULTA

DE ENFERMAGEM AO UTENTE COM PATOLOGIA CARDIOVASCULAR VENCE

MEDICAL EXCELLENCE AWARD

No passado dia 26 de agosto no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia - ESC 2023, em Amesterdão, o Manual de Apoio à Consulta de Enfermagem ao Utente com Patologia Cardiovascular recebeu a distinção From The Heart 2023 – Medical Excellence Award, reconhecendo-o como o melhor projeto internacional de educação científica na área cardiovascular. Lançado em fevereiro de 2022, tem tido uma ampla divulgação e utilização por parte dos enfermeiros nos diferentes contextos.

Da equipa de autores fazem parte 6 enfermeiros do CHUC: Filipa Homem (Cardiologia C), Ana Caetano (Cardiologia C), Helena Martins (Cardiologia A), Maria Loureiro (Cirurgia Cardiotorácica), Ricardo Simões (Cirurgia Cardiotorácica), Tânia Azevedo (Cirurgia Cardiotorácica) e Anaísa Reveles (UID, HD Figueira da Foz ), Bruno Delgado (Cardiologia,

CHPorto), Joana Sousa (ESS IPLeiria), Luís Rodrigues (UCC Coimbra Saúde).

Considerando a continuidade de atualização científica na área da doença cardiovascular e novos desafios nos cuidados de enfermagem da pessoa, houve necessidade de uma atualização do manual. Esta nova versão (2.ªedição), será lançada no próximo dia 26 de Outubro pelas 19h na plataforma da SaúdeFlix®, conta com a inclusão de um novo módulo sobre Reabilitação Cardíaca em cuidados de saúde primários, informação sobre utilização da App SNS24, Dispositivos de Assistência Ventricular Esquerda e mais instrumentos úteis para a melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados ao utente com patologia cardiovascular.

TEXTO: oão duartE
MINUTO DE ENFERMAGEM 13
IMAGEM Equipa dE ENfErmaGEm dE rEabiLitação CCT
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TEXTO e IMAGEM: f Lipa HomEm

LINKTOLIFE

O enfermeiro Maurício Alves integrou o grupo responsável pela conceção e desenvolvimento do projeto LinkToLife, já apresentado ao INEM, e cujo objetivo principal é fornecer mais informações às pessoas que ligam para o 112, diminuindo a ansiedade daqueles momentos de angústia, e simultaneamente otimizar e melhorar a resposta dos meios nas situações de emergência.

O conceito é simples: após uma chamada para o 112, o contacto receberá um SMS, contendo informações como o tempo estimado para a chegada da assistência ao local.

O SMS incluirá um link para a plataforma LinkToLife, criando assim um canal de comunicação direto entre o cidadão e os serviços de socorro. Esta abordagem permitirá que o cidadão acompanhe em tempo real o progresso da assistência, fique a par do tempo de chegada e possa introduzir informações essenciais, como o nome e número de utente, da pessoa que necessita de ajuda. O acesso a estes dados pelas equipas do INEM, facilitará a otimização da

resposta clínica em todo o processo, inclusive na preparação do SU que receberá a pessoa. Outro destaque é a partilha da localização GPS, o que garantirá ao INEM chegar mais rapidamente ao local exato mesmo quando as indicações fornecidas na chamada são imprecisas. A LinkToLife representa uma evolução significativa na resposta a emergências e tem o potencial de aprimorar a comunicação entre o cidadão e os serviços de socorro, reduzir a ansiedade e, consequentemente, evitar a elevada repetição de chamadas.

O projeto recebeu críticas muito positivas e aceitação pelo Conselho de Administração e pelos responsáveis técnicos do INEM, tendo havido demonstração do interesse e pertinência da implementação da solução no terreno de forma faseada, pelo que estão já a ser realizados esforços para iniciar o envio do SMS informativo após a chamada para o 112.”.

MyCHUC PRO

No âmbito do Plano Estratégico do CHUC, a APP do profissional- MyCHUC PRO- insere-se na estratégia de transformação digital, promovendo a proximidade, uma melhor comunicação com os profissionais e contribuindo para fortalecer a política de recursos humanos da Instituição. Com a APP MyCHUC PRO, o profissional dispõe de mais uma ferramenta para estar informado, em tempo útil, do que acontece na organização.

Atualmente a APP, com potencial para a desmaterialização de interações várias, tem disponíveis funcionalidades como: a divulgação de eventos, a possibilidade de realização de pedidos ao Serviço de Gestão de Recursos Humanos (SGRH), a receção de notificações do SGRH, a consulta dos mapas de férias, a consulta de escalas várias, a consulta de ementas dos diferentes refeitórios, a consulta de circulares normativas e informativas, entre outras informações. A APP dispõe, ainda, de link para algumas das principais aplicações existentes na Instituição (GestRH, Webmail/Outlook365, CHUC TB,

Meliora, Workplace).

No âmbito das funcionalidades disponibilizadas assume particular importância a divulgação de alertas aos profissionais, referentes, por exemplo, à segurança dos doentes.

Passado um mês sobre o seu lançamento, verifica-se a existência de cerca 1.700 registos, constituindo-se, portanto, esta ferramenta como mais um canal de comunicação com os profissionais.

Na verdade, a APP agrega num dispositivo móvel informação facilmente acessível, e à distância de um clique, em qualquer local, através de uma única credenciação.

Registe-se! O CHUC mais próximo dos seus profissionais!

TEXTO e IMAGEM: João fErNaNdEs rosário rEis e m.ª oão daLLot

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TEXTO e IMAGEM mauríCio aLvEs
MINUTO DE ENFERMAGEM 16

SERVIÇO DE SANGUE E MEDICINA TRANSFUSIONAL

UNIDADE DE AFÉRESE E TERAPIA CELULAR/MEDICINA REGENERATIVA E LABORATÓRIO DE CRIOBIOLOGIA, HOSPITAL DE DIA DE IMU-

NOHEMOTERAPIA, UNIDADE DE TROMBOSE E HEMOSTASE COM

CENTRO DE REFERÊNCIA DE COAGULOPATIAS CONGÉNITAS E CON-

SULTA DE ENFERMAGEM

“Acho que a maior relevância é o orgulho de se terem enfermeiras a desenvolver este tipo de consulta de enfermagem, que investigam e tentam fazer o melhor por este tipo de doentes”. (Eco2P7p2)

O Serviço de Sangue e Medicina Transfusional (SSMT) comporta o cuidado de enfermagem a pessoas saudáveis, dadoras benévolas de sangue ou plaquetas por meio de aférese, e a pessoas com patologia do âmbito da Especialidade Médica de Imuno-hemoterapia que integra a Unidade de Aférese e Terapia Celular/Medicina Regenerativa e Laboratório de Criobiologia (UATC), o Hospital de Dia de Imuno-hemoterapia (HD) e a Unidade de Trombose e Hemóstase com o Centro de Referência de Coagulopatias Congénitas (UTH/CRCC).

Neste contexto, a enfermagem estabelece relações disciplinares colaborativas e atende às exigências de cuidados dos utentes, direcionando a sua atenção às respostas humanas perante problemas reais e potenciais, bem como à capacidade correspondente de manterem o controlo sobre as suas vidas para alcançarem o mais elevado patamar de bem-estar.

Orientados por esta finalidade e com base nos referenciais da profissão e estratégias da instituição, nos pilares de valores que identificámos como ética, competência e disponibilidade, na gestão participada e colaboração em rede, na orientação funcional por áreas de responsabilidade de ação e serviço, na organização por enfermeiro de referência e trabalho em equipa, desenvolvemos as nossas atividades: na colheita de componentes sanguíneos tanto em posto fixo quanto por meio de equipas móveis; na comunicação, triagem e priorização para o envio de componentes sanguíneos para transfusão, levando e testando diretamente no utente em necessidade de transfusão desesperada, e na formação institucional e interinstitucional em Segurança Transfusional; no cuidado aos utentes na UATC, no HD, na UTH/CRCC e na Consulta de Enfermagem (CE) nas várias vertentes do serviço.

A nossa evolução tem sido marcada por um acentuado aumento de utentes com patologia na Imuno-hemoterapia, em decorrência do desenvolvimento da UATC e da integração do HD e da UTH no nosso serviço, culminando com a posterior criação do CRCC. Este progresso tem tido impacto no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos elementos da equipa, ao mesmo tempo que tem ampliado o risco nas suas práticas de cuidados, dada a contínua necessidade de incremento dos recursos humanos. Esta circunstância tem sido mitigada com a admissão de novos elementos e vem sendo vivenciada como um desafio constante. Isso manifesta-se no desempenho da equipa tanto na mudança do foco do cuidar nos sinais e sintomas da doença, no modelo biomédico, para as respostas humanas a problemas reais e potenciais, como na incorporação de referenciais teóricos na formulação de planeamento, avaliação e continuidade dos cuidados, bem como na busca pela evidência atual mais sólida para a prática de cuidados sistemáticos e intencionais, além da transformação do conhecimento em competências específicas. Destacamos aqui, a elaboração dos vários padrões de documentação de cuidados de enfermagem, o processo de acolhimento e integração de novos elementos, a formação e reflexão sobre as práticas, a aproximação das práticas aos conceitos teóricos e técnicas contemporâneas, os estágios realizados em enfermagem, assim como o desenvolvimento profissional de enfermeiros na área da enfermagem com a realização de especializações, pós-graduações, mestrados, doutoramento e pós-doutoramento, uns já concluídos e outros em curso.

Na atualidade, reunimo-nos enquanto equipa em torno de um propósito comum: a enfermagem e o seu contributo interdisciplinar em prol da qualidade e segurança dos utentes, visando ganhos em saúde. Atribuindo especial relevância a recentes realizações como a participação ativa na implementação do Sistema de Gestão da Qua-

lidade, a candidatura para acreditação de Idoneidade Formativa pela Ordem dos Enfermeiros, a subcoordenação das atividades de acreditação do SSMT e CRCC conforme os padrões estabelecidos pela ACSA/DGS, a coordenação no CRCC, a partilha de responsabilidade na gestão de riscos, tanto clínicos como não clínicos, as melhorias implementadas em resultado da avaliação do cumprimento das Precauções Básicas do Controlo de Infeção e, não menos importante, a nossa investigação atualmente em curso no âmago da enfermagem, que abrange o desenvolvimento de alguns estudos de investigação. Destacamos igualmente outros projetos no domínio da enfermagem, tais como: “Humanitude em Transfusão, com incursão no SSMT Solidário”; “A Pessoa Portadora de Coagulopatia Congénita”; “A Capacitação de Cuidadores/Prestadores de Cuidados a Pessoas Portadoras de Hemofilia/Outras Coagulopatias na Comunidade”; e a “Consulta de Enfermagem à distância”.

A equipa está empenhada em evoluir.

“Na consulta de enfermagem à distância é relevante podermos ajudar o outro sem que a pessoa seja obrigada a fazer deslocações”. (ECO1P9p1).

O MEU SERVIÇO
17 18 O MEU SERVIÇO
O MEU SERVIÇO 19 20 O MEU SERVIÇO TEXTO
e IMAGENS: mário simõEs

DIFUNDIR A ENFERMAGEM

Artigos

Maria Loureiro e João Duarte foram coautores do artigo científico: Loureiro, M., Branco, C., Duarte, J., Coutinho, G., Martins, M. M., & Novo, A. (2023). Cardiac Rehabilitation in a Transplanted Person with Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Reabilitação Cardíaca na Pessoa Transplantada com Distrofia Muscular de Emery-Dreifuss. Arquivos brasileiros de cardiologia, 120(7), e20220560. https://doi.org/10.36660/abc.20220560

Maria Loureiro e João Duarte foram coautores do artigo científico: Loureiro, M., Sousa, L.M.M., Duarte, J., Coutinho, G.F., Martins, Mª. M., & Novo, A. (2023). El proceso de transición y capacitación de la persona trasplantada al corazón y familia: ensayo teórico. Cultura de los Cuidados (Edición digital), 27(66). Recuperado de http://dx.doi.org/10.14198/cuid.2023.66.12

Maria Loureiro e João Duarte foram coautores do artigo científico: Loureiro, M.; Parola, V.; Duarte, J.; Mendes, E.; Oliveira, I.; Coutinho, G.; Martins, M. M.; Novo, A. (2023). Interventions for Caregivers of Heart Disease Patients in Rehabilitation: Scoping Review. Nurs. Rep., 13, 1016-1029.

https://doi.org/10.3390/nursrep13030089

Nuno Couceiro Costa foi coautor do artigo científico: Costa, N., & Queirós, P. (2023). As funções, a formação e a extinção dos sangradores em Portugal. Revista de Enfermagem Referência, VI Série (Nº2). https://doi.org/10.12707/rvi22060

Rui Pinto foi coautor do artigo científico: Pinto, R., Ferreira, E., Sousa, C., Barros, J. P., Correia, A. L., Silva, A. R., Henriques, A., Mata, F., Salgueiro, A., & Fernandes, I. (2023). Skin pigmentation as landmark for arteriovenous fistula cannulation in hemodialysis. The Journal of Vascular Access. https://doi.org/10.1177/11297298231193477

Rui Pinto foi coautor do artigo científico: Pinto, R.; Sousa, C.; Barros, J.; Cruz, M.; Mata, F.; Salgueiro, A.; Fernandes, I. (2023). Contributo de uma proposta estruturada na primeira canulação da fístula. Nephro’s. Access. https://www.apedt.pt/revistas/

Sara Cunha foi coautora do artigo científico: Cunha, S., Aparício, G., & Silva, E. (2023). Meanings attributed by adolescents with chronic disease to their health condition: review of qualitative evidence. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, 2(12e), e27882. https://doi. org/10.29352/mill0212e.27882

DIFUNDIR A ENFERMAGEM

Livros/CApítuLos de Livros

Áurea Andrade, Carlos Fernandes, Elisa Melo e João Filipe Fernandes foram autores do capítulo: Andrade, Á., Fernandes, C., Melo, E., & Fernandes, J. F. (2023). Estratégias para a garantia da qualidade no exercício profissional. In O. Ribeiro, Ambientes de Prática de Enfermagem Positivos: Um roteiro para a qualidade e segurança. Lidel

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ComuniCações/Posters

Ana Claúdia Pessoa, Ricardo Rodrigues e Nuno Rodrigues apresentaram o póster com o tema “Avaliação do risco clínico num Bloco Operatório Pediátrico - Um estudo de caso”, no NursID Spring School, organizado pela Escola Superior de Enfermagem do Porto, no dia 11 de maio

Georgina Pimentel apresentou a palestra “Reabilitação na Esclerose Sistémica”, no webinar comemorativo do Dia Mundial da Esclerose Sistémica, organizado pela Consulta Externa do Serviço de Reumatologia, no dia 29 de Junho

Tânia Morgado foi preletora do tema “Comunicação com a pessoa com doença mental” no evento Literacia em Saúde, Um Desafio Emergente, organizado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E. em parceria com a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, no dia 8 de setembro

Tânia Morgado dinamizou o workshop “Intervenção Psicoeducacional enquanto intervenção especializada de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica”, organizado pela Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, no dia 21 de setembro

Prémios

Maria Loureiro recebeu o Prémio de Reconhecimento do Enfermeiro do Biénio 2021-23 para a Prática Clínica do capítulo Phi Xi- Sigma European Region

DIFUNDIR A ENFERMAGEM

Livros/CApítuLos de Livros

Tânia Morgado foi co-autora do capítulo: Morgado, T., Ventura, F., Silva, R., Neves, H., Sousa, J. & Melo, P. (2023). Nursing advanced training: person-centredness and technology for innovative pedagogy. In L. Miltiadis & C. Almeida (Eds.), Next Gen Tech Driven Personalized Med & Smart Healthcare, Active Learning for Digital Transformation in Healthcare Education, Training and Research, (pp 191209). Elsevier Science.

integração em assoCiações/gruPos

Dília Lopes foi eleita Vogal da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Endoscopia e Gastrenterologia (APEEGAST)

Maurício Alves foi eleito Presidente da Mesa de Assembleia Geral da AE da Escola Nacional de Saúde Pública - Universidade NOVA de Lisboa para o ano 2023-2024

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NURSINGSHARE SESSÃO 27 DE SE-

TEMBRO 2023

No dia 27 de setembro de 2023 decorreu no Auditório do CHUC - polo HUC, a sessão de partilha NursingSHARE tendo contado com a presença da Sr.ª Enfermeira Elisabete Santos, que em representação da Sra. Enfermeira Diretora Áurea Andrade, deu início a esta sessão. Após este momento, o enquadramento da sessão foi efetuado pelo Enf.º João Fernandes, sobre a temática “Da precoce intervenção à prevenção de complicações”.

A primeira apresentação ficou ao cargo da Enf.ª Ana Sofia Pereira, que descreveu o projeto de Handover e segurança do doente cirúrgico, implementado no Bloco Operatório Periférico de Ortopedia B-CHUC, dando enfoque na segurança da comunicação na transição de cuidados e na gestão da informação transmitida na transição do cuidar. Salientou como objetivos a promoção da comunicação eficaz, promoção da confiança do doente e a prevenção de eventos adversos. Os resultados das auditorias variam de índices de conformidade inicial de 28% para índices de conformidade atuais de 73% a 100%. Como implicações salienta a padronização da informação, a melhoria da eficácia da comunicação, otimização de recursos, mas salientam a necessidade de melhorar a aplicação do instrumento.

De seguida, os trabalhos foram continuados pela Enf.ª Joana Ferreira, que nos descreveu um projeto de Capacitação da pessoa submetida a esvaziamento ganglionar axilar no serviço de Ginecologia - CHUC. Após uma apresentação breve do contexto da prática e da importância dos cuidados de enfermagem nas pessoas com cancro da mama e a importância neste processo de transição, foram explicitadas as estratégias e instrumentos facilitadores da implementação do projeto de melhoria, das quais se salientam

as instruções de trabalho e as indicações para a carta de alta na garantia da transição segura. Este projeto constitui um ponto transformador de uma equipa, sendo isto já um indicador de processo.

A última apresentação foi efetuada pela Enf.ª Margarida Santos, que descreveu o projeto de melhoria dos cuidados de Enfermagem à pessoa com cateter venoso periférico, no contexto de cirurgia vascular. Pôs o enfoque nas necessidades do contexto, nas características da população, nas implicações das infeções associadas aos cuidados de saúde e na necessidade de prevenir complicações. Como indicadores identifica a presença de catéteres, o tempo de permanência, a integridade do penso de cateter e o tipo de penso, tipo de sinais inflamatórios, inconformidades no que diz respeito à necessidade de cateter venoso periférico.

Como objetivos incluem aumentar a adesão aos critérios baseados em evidências relativos aos cuidados de enfermagem na cateterização venosa periférica, utilização de penso, observação de sinais inflamatórios e otimizar a documentação relativa à atitude terapêutica: “Cuidados ao Cateter Venoso Periférico”.

O projeto acrescenta a criação de uma Bundle e os resultados são significativos, variam de taxas de conformidade 60% a 100% nos diferentes critérios.

No final abordou as dificuldades sentidas, e a possibilidade continua de melhoria.

No final tomaram parte os 2 comentadores convidados, iniciando-se com Professora Liliana Mota da Escola Superior de Saúde Norte-Cruz Vermelha Portuguesa que parabenizou a instituição, os participantes, a qualidade das apresentações e a metodologia dos mesmos.

Acerca do projeto do Handover acrescenta a

importância e a relevância da temática no âmbito de uma equipa multiprofissional, a necessidade de melhorar a operacionalização do instrumento ISBAR, a importância de cada item e a qualidade da técnica utilizada em conformidade com os sistemas de informação. No que diz respeito ao projeto da capacitação da pessoa submetida a esvaziamento ganglionar axilar valoriza as intervenções autónomas de enfermagem, com base no referencial teórico de Meleis na vivência do cancro da mama, no trabalho da consciencialização da pessoa em transição e na promoção da gestão do regime terapêutico.

No que diz respeito ao projeto de melhoria dos cuidados de enfermagem à pessoa com cateter venoso periférico, salienta a pertinência de uma temática antiga e atual, porém questiona quais os fatores que interferem no cumprimento de bundle, parabeniza e acrescenta a necessidade de consistência dos resultados na mudança.

O Professor António Fernandes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, começou por analisar a importância da prevenção de complicações, na gestão de risco.

Fez uma reflexão sobre a necessidade de mudança, da necessidade de formação, porém refere que a melhoria e os processos de mudança devem ser apoiados por intervenções clássicas, mas devem ser identificadas as barreiras e, nos projetos de

melhoria, aplicar intervenções mais direcionadas mais integradas, quer numa questão de recursos, quer com a prática informada pela evidência. A supervisão clínica é uma necessidade, mais do que um protocolo é um processo dinâmico, de suporte de rede, de levar os profissionais a melhorar e a aderir à melhoria. É necessária conformidade da prática com indicadores de resultado e de processo, como contributos para a mudança.

Ainda acrescenta que os projetos de melhoria continua devem incluir um plano de sustentabilidade da mudança com reavaliações periódicas, supervisão clínica e uma estratégia que privilegie a inovação e a evidência recente. Espelha a necessidade de auditorias e de um espírito construtivo e de analise da não adesão à mudança.

A partilha foi ainda enriquecida com o feedback dos apresentadores que incluíram ainda estes projetos numa sociedade do conhecimento, em que a inteligência artificial pode ser aliada aos processos de mudança, na evidência científica que sustenta estes projetos.

O Enfº João Fernandes encerrou a sessão, endereçando um convite a todos para a próxima sessão Nursing SHARE, no dia 25 de outubro.

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TEXTO e FOTO: NusiNGsHarE

MALA LITERÁRIA DO CLUBE DE LEI-

TURA DO CRI DE PSIQUIATRIA DO CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA

Poder viajar sem sair do lugar, é a proposta do projeto “Mala Literária” implementado pelo Clube de Leitura do CRIP do CHUC.

O Clube de Leitura do CRIP do CHUC disponibilizou uma Mala Literária por cada unidade que integra o CRIP. Cada Mala, construída de forma muito simples e artesanal mas com muito significado, pelos participantes da Casa de Artes do CRIP, não conta uma ou duas histórias, mas sim uma diversidade e um conjunto de enredos expressos em cada página dos livros, que nos fazem perceber rapidamente, que ler pode ter um significado de aquisição de conhecimento e desenvolvimento pessoal num exercício de auto reflexão necessária.

Tendo em conta de que a leitura não precisa ser uma atividade exclusivamente voltada para fins educacionais ou informativos, é importante encontrar gosto na leitura, escolhendo os livros que se adequem ao interesse pessoal. Ler significa um caminho de descoberta, de aprendizagem e também de diversão. Deste modo, é proposto ao utilizador da Mala Literária que, de forma livre e autónoma, escolha o livro que mais se adeque, tendo a pos-

sibilidade de poder partilhar mais tarde em grupo, o conteúdo daquilo que leu promovendo desta forma também as suas competências sociais.

Em cada Mala Literária podemos encontrar cerca de dez livros com uma seleção de várias temáticas e que devem ser mexidos, remexidos, tocados e “cheirados”. Criar hábitos de leitura numa autodisciplina em estruturar o dia retirando um pouco de tempo para ler, pode significar uma melhoria na capacidade de estimulação do pensamento, da criatividade, do espirito critico, ou em construir a ideia e a reflexão sobre si próprio e sobre o que nos rodeia.

De forma genérica, o projeto da Mala Literária pretende ir ao encontro do leitor de forma dinâmica para que, deste modo, se crie a oportunidade de demonstrar que a leitura é um ato de descoberta, de crescimento, de enriquecimento, de estimulação cognitiva e de proporcionar bem estar.

TEXTO e FOTO: fErNaNdo GomEs

EVENTO COMEMORATIVO DO DIA

INTERNACIONAL DA LITERACIA

O Grupo Institucional “Literacia para a Segurança dos Cuidados de Saúde de Enfermagem” do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) juntamente com a “Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde”(SPLS), assinalaram o Dia Internacional da Literacia em Saúde, com a realização do evento: “Literacia em saúde, um desafio emergente – contributo para o bem-estar dos cidadãos”, convictos de que este foi um espaço de sensibilização, reflexão, partilha de boas práticas, encontro, aprendizagem e de enriquecimento mútuo.

O programa para este evento, foi concebido na perspetiva de que a literacia em saúde, assume um papel determinante na obtenção de melhores resultados em saúde, contribuindo para melhorar o bem-estar individual dos cidadãos. A literacia em saúde é assim, um desafio emergente para tornar os cidadãos mais proactivos e envolvidos nos seus projetos de saúde, mais empoderados para tomar decisões ajustadas em saúde que promovam o autocuidado, a sua segurança e o seu bem-estar, fazendo o uso adequado dos serviços de saúde. Assistiram a este evento cerca de 170 pessoas presencialmente e 200 online

O dia 7 de setembro foi marcado pela apresentação de 12 comunicações livres e 14 e-posters. Tendo sido atribuídos os prémios e menções honrosas de acordo com a sua relevância para o tema

do evento. Os vencedores foram:

E-posters:

1º prémio -“Hidrate-se pela sua saúde: Aprenda como fazê-lo…” Joana Rita Magalhães e José André Ferreira.

Menção honrosa: “Literacia em Saúde: a mestria do cuidar da pessoa em situação perioperatória”, Isabel Melo.

Menção honrosa: “A informação digital – O novo aliado dos profissionais na prestação de cuidados”, Diana Pereirinha.

Comunicações livres:

1º prémio - “Cuidador Informado: Regresso a casa em segurança. Projeto de Literacia em Saúde”, Ana Barbara Guerra e Maria Carolina Martins.

Menção Honrosa - “VirtuALL: na promoção da atividade e exercício físico da pessoa idosa”, da Associação Adelo.

Menção Honrosa - “Aprenda a controlar a sua bexiga”, Joana Rita Magalhães e Maribel Mendes Pinto. Neste dia, foi também apresentado o “Manual de Literacia em Saúde - Princípios e Práticas”, contando com a presença da Sra. Professora Doutora Cristina Vaz de Almeida, Presidente SPLS e Co Coordenadora Científica do Manual, bem como outros ilustres elementos da SPLS, do Conselho de Administração do CHUC e outros elementos editoriais envolvidos nesta publicação marcante para a análise e desenvolvimentos de uma cultura de

EVENTOS ANTERIORES 27 EVENTOS ANTERIORES 28

literacia em saúde.

Tendo em conta a importância da Academia na promoção da literacia em saúde, contámos ainda com um Painel de convidados das várias áreas do ensino: Prof Dr. Henrique Girão, Subdiretor da FMUC; o Prof Dr. João Sousa, Subdiretor da FFUC; a Profª. Conceição Alegre, Vice-Presidente ESEnfC; a Profª Joana Mendes Guerra, Coordenadora do Curso de Licenciatura em Serviço Social da FPCEUC, que deixaram patente o investimento global que cada uma das instituições representadas tem efetuado e pretende reforçar no sentido de colocar a literacia em saúde na multidimensionalidade do cuidar em saúde.

No dia 8 de Setembro demos continuidade aos trabalhos com a sessão de abertura, em que os ilustres convidados deixaram patente nos seus comentários a importância da literacia em saúde para o bem-estar dos cidadãos e como um desafio realmente emergente na senda da equidade ao acesso e uso dos serviços de saúde.

Para a conferência “Investir na Literacia em Saú-

de é Investir no Bem-Estar dos Cidadãos”, contámos com o Exmo. Sr. Prof. Doutor Adalberto Campos Fernandes, Professor Associado Convidado Escola Nacional de Saúde Pública-NOVA e Ex. Ministro da Saúde, e com os comentários da Sra. Prof Dra. Cristina Vaz de Almeida, que foram unânimes acerca da pertinência do investimento crescente na literacia em saúde dos cidadãos com consequente ganho em saúde e bem-estar para os mesmos.

A fechar os trabalhos no período da manhã, foi apresentada a Conferência - Futurómica: Integrar a Ciência na Prática Clínica para Decisão em Saúde - da Nutrição às Dependências, proferida pela Exma. Sra. Profª. Manuela Grazina, Professora Auxiliar Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Investigadora Centro de Neurociências de Coimbra, tendo como Comentador o Dr. Rui Nogueira, Presidente da Mesa da Assembleia Geral SPLS. Esta brilhante comunicação realçou o poder da ciência na prática clínica e decisão em saúde, na importância da Literacia em saúde para melhor interpretarmos o comportamento humano. Foi ainda ce-

dido um livro da autora a todos os participantes do evento com o título: “As Avarias na Fábrica da Energia”.

Na Mesa-Redonda “Comunicação: fator-chave na promoção da literacia em saúde”, moderada pela Sra. Enfermeira Emília Torres, o Sr. Dr. Duarte Vital Brito, Médico de Saúde Pública, abordou o “Poder do design na eficácia dos recursos pedagógicos”, numa perspetiva de promoção da Literacia em Saúde. O Sr. Dr. José Mendes Nunes, Médico e Professor Auxiliar NOVA Medical School, focou a sua preleção na importância da “Mudança de paradigma na comunicação profissional de saúde-cidadão”, e na necessidade de adequação de estratégias e partilha de decisões. Por sua vez a Sra. Professora Ana Paula Monteiro ProfessoraAdjunta da ESEnfC promoveu a reflexão acerca da “Comunicação transcultural - principais desafios”, enquadrando a temática na realidade que a sociedade vivencia na atualidade. A Sra. Enfermeira Tânia Morgado, Enfermeira CHUC e Vice-Presidente da Comissão de Ética SPLS, que partilhou a experiência e a especificidade na “Comunicação com a pessoa com doença mental”. No sentido de abor-

dar a importância da comunicação e da literacia em saúde para o cidadão doente-cuidador contámos com presença da Associação Nacional de Cuidadores Informais, na pessoa da sua Presidente Dra. Liliana Gonçalves que trouxe o seu contributo com a preleção “Comunicação profissional de saúde-doente/cuidador: a visão do cidadão”.

Foi ainda apresentado pelo Enfermeiro Sérgio Abrunheiro, Enfermeiro do CHUC - Grupo Literacia para a Segurança dos Cuidados de Saúde de Enfermagem e Secretário da Mesa da Assembleia Geral da SPLS, o e-book “Literacia em saúde, um desafio emergente - a exigência de um compromisso global”.

A sessão de encerramento contou com a visão aglutinadora dos contributos deste evento, na voz da Sra. Prof. Cristina Vaz de Almeida e da Sra. Enfermeira Emília Torres.

A dimensão científica do evento foi abrilhantada por dois excelentes momentos musicais, protagonizados pela cantora Maria Caetano e pela Tuna de Enfermagem de Coimbra.

EVENTOS ANTERIORES 29 EVENTOS ANTERIORES 30
TEXTO e FOTOS: Grupo da LitEraCia

NIE

Ao longo das várias edições do NEC, o Núcleo de Investigação em Enfermagem (NIE) tem tido o privilégio de partilhar a produção e disseminação do conhecimento científico de Enfermagem, e ainda a implementação de prática baseada na evidência em contextos clínicos do CHUC.

Movidos pela certeza de que a investigação em Enfermagem constitui um desafio e é determinante para o desenvolvimento de uma prática baseada na evidência, melhoria da qualidade dos cuidados e por conseguinte para a optimização dos resultados em saúde, o NIE continua a produção de investigação própria, dando continuidade ao desenvolvimento dos seguintes trabalhos:

- Evitamento dos enfermeiros à capacitação do prestador de cuidados;

- A promoção da intervenção por pares na pessoa com doença crónica;

- Requisitos para assunção do papel do prestador de cuidados;

- A promoção da continuidade de cuidados após internamento em unidade de psiquiatria.

O NIE mantém a assessoria para o desenvolvimento de trabalhos de investigação, sendo que

nos últimos 3 meses iniciámos o desenvolvimento de mais 4 novos estudos.

Actualmente, foram iniciados novos projetos de implementação da evidência, segundo a metodologia Joanna Briggs Institute (JBI), e coordenados por elementos do NIE, em áreas distintas como:

- Autogestão da doença crónica na pessoa com DPOC;

- Prevenção e gestão da mucosite oral nos doentes hemato-oncológicos;

- Limpeza da via aérea artificial em cirurgia cardíaca;

- Quedas em meio hospitalar;

- Gestão do ruído numa unidade de cuidados intermédios.

Importa referir que estes projetos, conduzem à integração de uma prática sistematizada, sustentada na melhor evidência científica disponível e garantem respostas mais adequadas às necessidades dos utentes.

Em continuidade, realizou-se no dia 20 de setembro o Encontro de Enfermagem: Partilhar Investigação que contou com a apresentação de dois trabalhos de investigação:

- “Experiências Vividas pelos Pais de Crianças

com Fibrose Quística, em Contexto COVID-19”, desenvolvido no âmbito da dissertação de Mestrado em Enfermagem de Reabilitação, pela Enfermeira Especialista Luciana Soldadinho. Este estudo permitiu descrever e identificar as experiências vividas, e conhecer a importância do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação, atribuída pelos pais de crianças com fibrose quística, em Contexto COVID-19, que são acompanhados nas consultas no Centro de Referência de Fibrose Quística do Hospital Pediátrico do CHUC.

- “Vivência da Pessoa com Patologia Vascular Sub-

metida a Amputação Major Revisão Sistemática”, desenvolvido no âmbito da dissertação de Mestrado em Enfermagem Médico Cirúrgica, pelo Enfermeiro Especialista Daniel Mourão, com o objectivo de sintetizar a melhor evidência disponível sobre as vivências da Pessoa com patologia vascular submetida a amputação major do membro inferior.

TEXTO e IMAGENS: NIE

EVENTOS ANTERIORES 31 EVENTOS ANTERIORES 32

ENTREVISTA - SERVIÇO DE MEDICINA E REPRODUÇÃO

1 - Para iniciar esta partilha, gostávamos que nos descrevesse o serviço.

O Serviço de Medicina da Reprodução, unidade principal, localiza-se no Edifício S. Jerónimo, piso 2, Polo HUC e, a unidade secundária no Polo Hospital Pediátrico, piso 1. O início do funcionamento data de outubro de 1985 com a criação do SEMER (Sector de Estudos de Medicina e Reprodução), integrado no Serviço de Ginecologia. Em 2001, passou a ser um serviço independente, denominando-se atualmente Serviço de Medicina da Reprodução.

O serviço possui uma actividade assistencial de ambulatório, com consultas de avaliação da fertilidade, reprodução humana/semer, apoio à fertilidade, psicologia, andrologia, preservação da fertilidade, hospital de dia e bloco operatório. No serviço são realizados alguns exames complementares de diagnóstico, tais como ecografia e avaliação às trompas. O foco

principal do serviço é a realização de técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA).

O serviço está inserido no Departamento de Ginecologia, Obstetrícia, Reprodução e Neonatologia (DGORN- criado em 2020).

A Unidade principal incorpora área de secretariado, área de consultas, área de ecografia, área de enfermagem, área de bloco operatório e área de Laboratório de Biologia da Reprodução.

A unidade secundária é constituída por 3 gabinetes de consulta, 1 gabinete de ecografia, 1 área de laboratório e área de enfermagem.

A Equipa é composta por cerca de 30 profissionais.

2 - Qual a principal missão do serviço?

Prestação de cuidados na área da Medicina da Reprodução, numa perspetiva integrada, constituindo-se como centro de referenciação regional e nacional nesta área.

O S. M. da Reprodução integra a Preservação da Fertilidade desde 2010.

Desde fevereiro de 2017, passou a colaborar com o Banco Público de Gâmetas (sediado no centro hospitalar do Porto) funcionando como centro de colheitas da zona centro.

3 - Como é que são referenciados os utentes para o serviço de medicina e reprodução?

Através da referenciação efetuada pelos médicos de medicina geral e familiar e da especialidade de ginecologia e obstetrícia.

4 - Que população procura maioritariamente o serviço?

População jovem (casais, incluindo casais de mulheres, e mulheres com projeto parental independente), com limite de idade até aos 42

anos (idade limite para acesso a PMA no SNS), com problemas de infertilidade; utentes com necessidade de efectuar preservação da fertilidade (utentes oncológicos e transgénero) e candidatos a doação de gâmetas.

5 - Pode-nos dar uma ideia da capacidade assistencial da população abrangida e do tempo de espera?

O Serviço serve principalmente a região centro, podendo no entanto acolher utentes de todo o país.

Ao longo dos primeiros 25 anos de história do serviço, terão sido feitos mais de 5000 ciclos terapêuticos de PMA. No final de 2017, atingiu-se o número de cerca de 11000 ciclos terapêuticos de PMA realizados. Atualmente contabilizam-se mais de 16300 ciclos realizados. Atualmente o tempo de espera para a primeira

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consulta é de 12 meses.

6 - Têm casos de mulheres sozinhas que vos procuram para serem mães

Após a saída do Dec. Lei em junho de 2016 que alargou o âmbito dos beneficiários das técnicas de PMA a todas as mulheres, independentemente do diagnóstico de infertilidade, temos mulheres sozinhas que recorrem à doação de esperma para concretizarem o projeto de serem mães.

7 - Como é o estado de espirito de quem vos procura? Vêm com muitas esperanças?

Os utentes chegam até nós com muita ansiedade, medo e com expectativas elevadas em relação aos resultados o que nem sempre corresponde às taxas de sucesso em PMA. Mas, também chegam esperançosos de finalmente conseguirem alcançar o seu objectivo.

8 - Quais as maiores dúvidas/receios manifestados?

As maiores dúvidas dos nossos utentes estão relacionadas com as taxas de sucesso, número de tratamentos que podem realizar e respetivos custos, idade limite para os tratamentos e número de vezes que têm que vir ao serviço durante o tratamento. O principal receio é o insucesso da técnica que irão realizar.

9 - Com certeza que existem situações em que é tomada a decisão de “não tentar mais”, como é gerir esta situação?

Essa decisão nem sempre é tomada com conhecimento da equipa de Enfermagem. No entanto, por vezes as utentes solicitam o nosso apoio para a tomada dessa decisão. O nosso apoio tem a ver com a ajuda na aceitação/reconciliação com essa circunstância de saúde, a infertilidade. Temos que promover

uma escuta ativa, incentivando a comunicação de emoções, o apoio e suporte por parte da família, e fomentar a consciencialização desta nova condição de vida e dinâmica no casal, mostrando que a vida pode ter muitos mais projetos importantes além da parentalidade, e que há mais caminhos para a realização pessoal. Quando sentimos que está fora do nosso âmbito de atuação podemos orientar para a consulta de Psicologia do serviço.

10 - Qual o papel da enfermagem nesta área tão especifica, ou seja, quais os cuidados específicos de enfermagem no serviço de medicina e reprodução?

O papel da Enfermagem neste serviço tem algumas particularidades. No que diz respeito à preservação da intimidade e da privacidade dos utentes, requer uma preocupação constante em todos os momentos da nossa atividade clinica, criando condições num ambiente de adequabilidade, conforto e reserva para que os utentes sintam a sua dignidade, in-

tegridade física e moral respeitada. Outro aspeto muito importante tem a ver com a identificação inequívoca dos utentes, pois no nosso serviço a troca de gâmetas poderia implicar a troca de material genético e consequentemente a formação de embriões que não seriam do casal!

Outro desafio está relacionado com a capacitação das nossas utentes para a auto-administração de medicação via SC durante os tratamentos. Independentemente do nível de literacia das utentes, é nossa função instruir e treinar para a auto-administração de múltipla medicação injetável, ao longo do tratamento, sendo que o sucesso deste depende também de uma correta administração e gestão deste regime terapêutico.

11 - Quais os principais desafios de trabalhar neste contexto, aspetos positivos e negativos?

Um desafio importante é a gestão de expetativas dos casais/utentes em relação ao sucesso dos tratamentos e o envolvimento dos dois ele-

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36 COGITAR ENFERMAGEM

mentos do casal no projeto de parentalidade. O aspeto mais positivo tem a ver com o contributo que damos para o milagre da vida através da Procriação Medicamente Assistida pois é um privilégio único que permite a realização de sonhos

O aspeto mais negativo tem a ver com as más notícias com que por vezes temos que lidar, nomeadamente quando se consegue atingir uma gravidez e que depois não evolui.

12 - Que mensagem gostariam de deixar para os enfermeiros/as do CHUC e população em geral?

Ser Enfermeiro nesta área é um privilégio, pois o processo da PMA, onde somos um elo fundamental, permite a construção de sonhos com a criação de novas vidas, o que nos oferece uma atividade profissional recheada de maravilhosas surpresas.

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ENTREVISTADOR: pauLo simõEs FOTOS: sErviço mEdiCiNa E rEprodução

A Não Perder

10 e 11 de OutubrO: COngressO PersPeCtivas em OnCOlOgia: avançOs e desafiOs (CentrO de COngressOs dO CHuC)

10 de OutubrO: dia internaCiOnal da saúde mental | sessãO COmemOrativa (auditóriO esenfC - POlO a)

11 de OutubrO: tertúlia “investigaçãO à rOda(da): Pais e filHOs: labirintOs COmuniCaCiOnais” (fnaC - fórum COimbra)

25 de OutubrO: nursing sHare: autOCuidadO teraPêutiCO - PrOmOvendO O POtenCial Para re(aPrender) (CentrO de COngressOs dO CHuC)

15 de nOvembrO: PartilHar a investigaçãO (CentrO de COngressOs dO CHuC)

22 de nOvembrO: nursing sHare: úlCeras POr PressãO – fOCO na PrevençãO/adequaçãO nO tratamentO (CentrO de COngressOs dO CHuC)

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A NÃO PERDER

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