Revista especial de 60 anos do Minaspetro

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Arquivo pessoal

Posto Ouro Verde, fundado em 1958, em TrĂŞs Pontas


Editora Prefácio Comunicação – www.prefacio.com.br Direção executiva e editorial Ana Luiza Purri Coordenação editorial Alexandre Magalhães Pesquisa, entrevistas e redação Guilherme Barbosa Assistente editorial Cristina Mota Projeto gráfico Tércio Lemos Revisão Luciara Oliveira Impressão Del Rey – Indústria Gráfica e Editora Encadernação AB Encadernações CM663 Minaspetro 60 anos: dos pioneiros aos arquitetos do futuro da revenda Belo Horizonte: Prefácio Comunicação, 2019. 107 p., il., color. ISBN: 978-85-60612-05-5 1. Combustíveis - História. 2. Indústria automobilística. 3. Sindicatos. 4. Brasil - Política e Governo. I. Minaspetro 60 anos: dos pioneiros aos arquitetos do futuro da revenda. CDU: 629.33 CDD: 338.476292 Ficha catalográfica: Álamo Chaves (CRB-6/2790)

C50 M0 Y100 K0 Pantone 376 C

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APRESENTAÇÃO

Parabéns, revendedor!

Carlos Guimarães Jr. Presidente do Minaspetro carlos@minaspetro.com.br

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m 1959, o Brasil respirava otimismo. Empossado três anos antes, Juscelino Kubitschek havia encarnado o personagem-símbolo de um país em marcha para o futuro. A construção de Brasília interiorizava o desenvolvimento; o país ainda comemorava a conquista do primeiro título mundial no futebol, que cicatrizou a ferida aberta em 1950 e devolveu a autoestima a milhões de torcedores; a Bossa Nova apontava caminhos que levariam a música brasileira ao mundo; e o Cinema Novo convidava o povo a olhar para si, na perspectiva de superar velhos dilemas que, sob a batuta da ordem, travavam o progresso. Iniciada alguns anos antes, a “Marcha para o Oeste” abria estradas ao mesmo tempo em que a criação da indústria automobilística fazia crescer a frota nacional de veículos, e a rápida urbanização dava origem às grandes cidades brasileiras. Era esta a atmosfera sob a qual, naquele ano, revendedores de combustíveis de Minas Gerais – atividade em franca expansão no país – decidiram se juntar e criar um Sindicato que pudesse oferecer à categoria econômica respaldo suficiente

para lutar por condições justas e equânimes que permitissem tocar seus negócios. Afinal, àquela altura, o Brasil já era movido a gasolina e a diesel. Ao mirar o retrovisor da história, é imperativo observar que o Sindicato se tornou um aliado indispensável no enfrentamento dos muitos obstáculos – característicos de um país ainda politicamente fragilizado e economicamente instável – que marcaram a trajetória da Revenda nesses 60 anos. Ao mesmo tempo, faz crescer a nossa responsabilidade por representar um setor que, assim como o Brasil, se mostra a cada dia mais complexo. O Minaspetro tem, permanentemente, procurado se reinventar, não só para adaptar-se às tendências ditadas pelo mercado, mas principalmente para continuar ocupando a posição de destaque e liderança que sempre ocupou, agora em uma sociedade dinâmica, cujo acelerado desenvolvimento tecnológico tem transformado brutalmente o nosso negócio. A inquietude que leva diariamente cada um de nós à pista, para ofertar aos consumidores um dos melhores combustíveis

do mundo, além do leque de serviços que, com o passar dos anos, foi incorporado à rotina dos postos, também é parte do dia a dia da equipe do Minaspetro. Para a construção desta publicação, nos debruçamos sobre o vasto arquivo documental do Minaspetro e entrevistamos ex-presidentes, diretores e pessoas que fizeram parte da história do Sindicato de alguma forma. Também foi importante realizar uma contextualização histórica do mercado de combustíveis, para que o revendedor perceba com clareza que ele integra uma complexa cadeia produtiva que tem movido o país por décadas e a importante contribuição do Sindicato para a formação de um mercado justo e competitivo, que tem como principal característica a oferta de combustíveis de qualidade internacional. A história do Sindicato é a nossa história! Contada por gerações que se sucedem procurando crescer, prosperar e gerar energia para mover o nosso Estado e o nosso país. Obrigado, revendedor! Este livro é um presente para você comemorar e relembrar a sua história, a da sua família e da sua casa: o Minaspetro!


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Minaspetro 60 Anos

Dos pioneiros aos arquitetos do futuro da Revenda

CapĂ­tulo 1

MemĂłrias da Revenda

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Acervo Museu Histórico Abílio Barreto/FMC/PBH)

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Dos pioneiros aos arquitetos do futuro da Revenda

Combustíveis movem travessia brasileira “Marcha para o Oeste” e fluxos migratórios para as regiões Sudeste e Sul redesenharam o país e impulsionaram o desenvolvimento

Posto Esso em Belo Horizonte, na década de 1940

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Dos pioneiros aos arquitetos do futuro da Revenda

APCBH/ASCOM

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ão à toa, o “pau de arara” é um dos símbolos da história recente do Brasil. Era a bordo dele que a grande maioria dos migrantes nordestinos se deslocava entre os anos 1930 e 1960, em busca de empregos formais, conforto e novas opções de divertimento em outras regiões do país. O intenso fluxo migratório que marcou o período contribuiu para redesenhar o Brasil, que daqueles anos em diante deixaria definitivamente de ser o que fora até então, dada a profundidade das transformações que se desencadeariam em aproximadamente duas décadas. Ao tomarem o poder, em 1930, Getúlio Vargas e as forças políticas que o apoiavam se viram diante de um desafio comparável à extensão pela qual as mais diversas populações se espalhavam: ocupar para integrar o território – slogan da época. Para levar adiante o objetivo, em 1937, foi criado o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), indicativo da importância que as rodovias viriam a ter para a circulação de pessoas e produtos, sobretudo a partir da segunda metade dos anos 1950,

quando a indústria automobilística viria a se instalar no país, com Juscelino Kubitschek. Em 1938, Vargas deu início a um ciclo de investimentos dirigido a duas áreas consideradas estratégicas para a segurança e o desenvolvimento do país: comunicações e transportes. A partir daí, um antigo lema da Primeira República – “Governar é construir estradas” – foi retomado. O transporte rodoviário foi incorporado ao rol de iniciativas públicas, e a atenção dada até então às hidrovias que ligavam o norte e o sul do país deu lugar à elaboração de planos viários que concretizassem a “Marcha para o Oeste” idealizada na época. Em 1944, foi lançado o Plano Rodoviário Nacional e, sete anos depois, já no segundo governo Vargas, o Plano Nacional de Viação. Paralelamente, entre os anos 1930 e 1960 o Brasil assistiu a dois grandes movimentos que se interceptaram e geraram impactos geopolíticos, econômicos, sociais e culturais gigantescos, em termos demográficos: o acelerado processo de urbanização, combinado a uma intensa industrialização, que levou cada vez mais pessoas do campo para as cidades.

Se até os anos 1920 era pequeno o número de centros urbanos de maior porte – concentrados principalmente no litoral –, no começo da década de 1960 o quadro passou a ser completamente diferente, com cidades dispersas inclusive pelo interior do país. O deslocamento contínuo levou a população migrante a regiões até então pouco povoadas, como Amazônia e Centro-Oeste. Sudeste e Sul se tornaram, entretanto, os principais destinos da farta mão de obra nordestina – estima-se que o êxodo rural registrado naqueles anos tenha levado 10 milhões de pessoas, de um total de 50 milhões, a se deslocar pelo país. Ao mesmo tempo, a migração se transformou no motor do programa de substituição de importações com que Vargas respondeu à escassez de produtos industrializados motivada pela Segunda Guerra Mundial. E fez surgir, por exemplo, a Rodovia Rio-Bahia, inaugurada em 1949. O Brasil começou a conhecer o Brasil, graças aos combustíveis que faziam funcionar os automóveis, caminhões e ônibus que transportavam migrantes país afora.

Av. Afonso Pena com Rua Espírito Santo, no Centro de Belo Horizonte, em 1965

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APCBH/ASCOM

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JK radicaliza a interiorização do desenvolvimento Indústria automobilística é criada, e postos de combustíveis assumem tarefa de fazer o país andar

Juscelino Kubitschek inaugura asfalto na Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte

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om a eleição de Juscelino Kubitschek, em 1955, a “Marcha para o Oeste” foi retomada, e o Brasil radicalizou a interiorização de suas atividades econômicas – atitude simbolizada pela construção da Rodovia Belém-Brasília. Ao tomar posse, JK apresentou ao país seu Plano de Metas, centrado em infraestrutura nas áreas de energia e transportes, fundado no incentivo à produção de insumos básicos e, principalmente, no desenvolvimento da indústria automobilística. No governo JK, a produção de petróleo cresceu e alcançou o volume recorde de 96 mil barris/dia, ao mesmo tempo em que a capacidade de refino da Petrobras – já um monopólio da estatal – passou a ser de 200 mil barris/dia. A expansão da malha rodoviária, por sua vez, chegou a 13 mil km, com 5 mil km de rodovias pavimentados. Já a meta de construção ferroviária se mostrou menos ambiciosa, e, pouco a pouco, o carvão foi substituído pela tração diesel-elétrica.


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O Plano de Metas, que previa um avanço de 50 anos em 5, também pretendeu elevar a 170 mil/ano a produção de veículos (automóveis, utilitários, caminhões e ônibus) – ao final do período JK, 78% da meta havia sido cumprida. O estímulo ao ingresso de capital estrangeiro no país – favorecido pelo fato de o Brasil ter alcançado o maior desenvolvimento relativo entre os países da América Latina – fez com que montadoras fossem beneficiadas com uma farta distribuição de incentivos creditícios, fiscais e cambiais, coordenada pelo Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), criado pouco tempo antes, que também se ocupou de implementar os índices de nacionalização pretendidos pelo governo. Para se ter uma ideia da dimensão alcançada pelo projeto, entre os anos de 1954-55 e 1958-59, o volume de investimentos destinados ao setor aumentou 764%. Paralelamente a isso, a siderurgia, implantada por Getúlio Vargas durante a Segunda Guerra Mundial, foi francamente estimulada por JK, para garantir os insumos necessários à fabricação de veículos.

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto/FMC/PBH

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Getúlio Vargas e o governador Benedito Valadares caminham pelas ruas de Belo Horizonte

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Três anos após a posse de JK, as indústrias – sobretudo as de bens de capital, de consumo durável e intermediários – respondiam parcialmente às políticas públicas adotadas na época. E as taxas de crescimento da economia refletiam o investimento feito – entre os anos de 1957 e 1961, o Brasil cresceu, em média, 9% ao ano. Com a construção de Brasília, pessoas, produtos, notícias e ideias precisavam chegar até o novo centro geográfico – em 1960, a cidade planejada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer tornou-se também o centro administrativo do país. Concomitantemente, a intensificação dos movimentos migratórios transformou a sociedade brasileira definitivamente em urbano-industrial. Nos anos 1930, 70% da população habitava áreas rurais; em 1960 os percentuais de moradores do campo e da cidade estavam próximos do equilíbrio; e, na década de 1980, o quadro registrado 50 anos antes se in-

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verteu, o que explica o inchaço dos centros urbanos, especialmente das grandes capitais. A mudança de perfil da indústria brasileira, por sua vez, fez com que os fabricantes de bens de consumo popular – sobretudo dos ramos têxtil e alimentício – cedessem espaço para a indústria de meios de produção e de bens de consumo de luxo, principalmente autoveículos, que, ao se incorporarem ao cotidiano das cidades, passaram a demandar combustíveis. E os chamados “postos de gasolina” assumiram papel importante para fazer o país andar. Contribuiu para isso o fato de, em 1959, ano em que o Minaspetro foi fundado, o poder de compra do salário mínimo ter alcançado um valor quatro vezes superior ao que viria a ser apurado em 2002 – ou seja, os brasileiros dispunham de recursos para dar sustentação às ambiciosas metas de crescimento traçadas no período.


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Energia vital Encontrado no Brasil em 1892, o petróleo conduziu o país por quase um século

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evolução alcançada pela humanidade sempre esteve atrelada à exploração das mais variadas fontes de energia. Lenha e eletricidade foram essenciais para mover a indústria, mas a descoberta do petróleo mudou completamente o contexto da utilização dos combustíveis no mundo. Por ele, inúmeras guerras foram – e continuam a ser – travadas, e impérios foram erguidos e ainda permanecem de pé. Todo um setor econômico foi construído em torno dele. Eugênio Ferreira de Camargo foi o primeiro brasileiro a perfurar um poço de petróleo no país. Animado pelo potencial representado pelo combustível, que podia ser destilado, extraindo-se a gasolina, ele importou uma sonda e trouxe, dos Estados Unidos para o Brasil, uma equipe especializada que se encarregou de cavar determinada área de sua fazenda. O resultado foi um buraco de 488 m de profundidade, que rendeu dois barris. Tudo isso em São Paulo, em 1892.


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Acervo Museu Histórico Abílio Barreto/FMC/PBH

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Base de distribuição da Shell em Contagem, em 1955

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A história do “ouro negro”, no entanto, teve início em terras norte-americanas, onde a indústria de máquinas desenvolveu a primeira perfuradora de rochas com o intuito de alcançar a riqueza. A Pennsylvania Rock Oil detinha a tecnologia e exportava o combustível para o mundo, em latas e tambores. A combustão a gasolina foi descoberta em 1870 – 20 anos após o petróleo ter jorrado pela primeira vez –, o que levou o líquido fóssil a alcançar um novo patamar. Com o desenvolvimento da indústria automobilística no Brasil, começou-se a importar gasolina por meio da Standard Oil Company, que, mais tarde, daria origem à Esso. A eficiência alcançada pela empresa levou à distribuição em larga escala, a partir do momento em que foi possível projetar que as estradas e ruas brasileiras seriam inevitavelmente tomadas por veículos, assim como ocorrera em território norte-americano. Até aí, a Standard Oil já tinha 17 filiais no Brasil e ganhava uma concorrente: a Anglo-Mexican Petroleum Products Co. Ltd, também conhecida como Shell. Em 1919, cerca

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de 5 mil veículos já circulavam no país, mais da metade no Rio de Janeiro, e os aficionados pela novidade demandavam uma logística de distribuição mais apurada. Ainda nessa época, possuir um veículo era um privilégio de poucos, e o acesso ao abastecimento não era fácil. A venda se dava em raros pontos, e os motoristas precisavam empunhar as latas para pôr a gasolina nos tanques. Para se ter uma ideia, a primeira bomba de combustível – até hoje o elemento essencial dos postos – só viria a ser instalada em 1921, naturalmente, no Rio de Janeiro. A partir do momento em que o Brasil passou a dispor de um equipamento para encher os tanques dos carros de forma ágil e mais segura, teve início, então, a construção dos primeiros postos de combustíveis do país. Logo a sociedade percebeu tratar-se de um caminho sem volta, com os veículos a combustão se tornando parte essencial da paisagem, enquanto facilitadores do transporte e impulsionadores do desenvolvimento. Até que, em 1922, chegou ao mercado brasileiro a primeira destilaria, a Atlantic Rifining Company of Brazil.

Se a nossa energia nos trouxe até aqui, agora vai nos levar ainda mais longe.

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A BR Distribuidora, agora uma empresa privada, acaba de dar o primeiro passo para uma nova jornada. Na bagagem, são 47 anos de liderança e grandes conquistas. Continuamos sendo licenciados exclusivos da marca Petrobras e garantindo um controle rígido de qualidade dos nossos produtos. Pela frente, temos ainda mais oportunidades para crescer e mais agilidade para oferecer o que há de melhor para nossos consumidores.

Nosso tanque está cheio de energia.


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Guto Lima

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Surge a Petrobras A Segunda Guerra Mundial interrompeu as transações comerciais no mundo. A venda de combustíveis foi impactada, obrigando o governo brasileiro a pensar em soluções para explorar o petróleo aqui existente e distribuí-lo. Travou-se, então, um forte embate em torno de dois caminhos: abrir de vez o mercado para a exploração externa ou nacionalizar e monopolizar o refino. A segunda tese foi vencedora, e, assim, criou-se a Petróleo Brasileiro S.A., ou simplesmente Petrobras, uma vitória da ala nacionalista liderada por Getúlio Vargas. As distribuidoras, portanto, tiveram suas operações restritas à aquisição de derivados da nova estatal. A instalação definitiva da empresa se deu em 1954, ano em que a Petrobras produziu 2.663 barris de petróleo, apenas 1,7% do que o país necessitava para consumo interno.

Refinaria Gabriel Passos, em Betim

Era necessário explorar. Para isso, começaram as pesquisas na faixa continental que vai do Espírito Santo ao Maranhão. Em 1967, a estatal iniciou a operação de sua primeira plataforma de perfuração, a P-1, e ensaiou se tornar detentora da mais moderna e inovadora tecnologia de exploração em alto-mar. Em paralelo, foi criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes), para fomentar o surgimento de novas tecnologias aplicáveis ao setor. Já no início da década de 1970, a economia pujante possibilitou que a estatal investisse fortemente na ampliação da capacidade de refino. Daí o surgimento, em 1971, da BR Distribuidora, hoje uma ex-subsidiária, que teve seu controle acionário transferido para o capital privado em 2019.

1953 Criação

1968

Inauguração da primeira plataforma

1971

Criação da subsidiária BR Distribuidora

1974

Descoberta da Bacia de Campos

2006

Descoberta do pré-sal

2019

Controle acionário da BR Distribuidora passa ao capital privado

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Pausa no investimento O ímpeto para seguir investindo no Brasil foi contido no fim de 1973. A guerra do Yom Kippur, travada entre árabes e israelenses, fez com que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumentasse vertiginosamente o preço do barril de petróleo cru, de US$ 2,60 para US$ 11. A crise repercutiu em praticamente todo o mundo sob a forma de recessão, e, para o Brasil, que importava 80% de todo o petróleo utilizado nas refinarias, o golpe foi avassalador. Os gastos com as compras saíram de US$ 600 milhões/ano, em 1973, para US$ 2,5 bilhões no ano seguinte. Resultado: desequilíbrio na balança comercial brasileira, aumento da dívida externa e alta da inflação.

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A partir daí, a Petrobras se tornou ainda mais estratégica para a expansão da economia interna. Os preços internacionais obrigaram o governo a acelerar as pesquisas para extração, que se voltaram principalmente para a Bacia de Campos, onde fora encontrado petróleo em 1974. Ao mesmo tempo, crescia o apelo por investimentos em outras fontes de energia, mais limpas e renováveis. A crise mundial do petróleo deixou claro que a dependência energética trazia riscos de médio e longo prazo, que impactavam diretamente a economia e a estabilidade social. Tiveram início, então, os investimentos na produção de combustíveis oriundos de biomassa, ajudados pelo fato, além do clima propício, de que o Brasil se tornara havia alguns séculos especialista no cultivo da cana-de-açúcar, personagem central de um novo programa lançado ainda na década de 1970: o Proálcool.

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Arquivo BR Distribuidora

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Álcool foi a solução Ernesto Geisel foi o responsável pela edição do Decreto 76.593, de 14 de novembro de 1975, que criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), cujo surgimento estava alinhado com a indústria automotiva. O primeiro modelo movido a álcool produzido de forma escalonada no Brasil foi o Fiat 147. O governo ofereceu linhas de crédito para os agricultores, destinou um percentual de 18% para o etanol anidro na composição da gasolina, e o preço do combustível de cana ficou cerca de 20% mais baixo. O resultado é que, já nos anos 1980, 90% da frota nacional rodava com o combustível de cana. Logo, porém, o Proálcool se tornou vítima das oscilações do mercado. Com o açúcar valorizado, os produtores fizeram opção pelo produto, o que levou ao desabastecimento. A indústria automotiva acompanhou o movimento. O apelo ambiental fez com que, em 2003, o governo lançasse mão de uma nova política de incentivos, que levou ao desenvolvimento da tecnologia bicombustível. O álcool – que, a partir de 2009, passou a ser identificado por sua nomenclatura oficial (etanol) – estava de volta. E, ao que pareceu, desta vez para ficar.

O salto produtivo

do álcool 1975

580 milhões de litros 1979

3,7 bilhões de litros 2018

32 bilhões de litros

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O mercado de combustíveis no Brasil Petrobras (1953)

Detentora do monopólio de refino, empresa intensifica investimentos em extração, distribuição e logística.

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Choque do Petróleo (1973)

Brasil importa 80% do petróleo para consumo interno. Com o reajuste feito pela Opep, preço do barril aumenta 300% em três meses. Crise de abastecimento leva governo a buscar novas opções de uso de energia.

Proálcool (1977)

Governo subsidia produtores de cana-de-açúcar e, alinhado à indústria automotiva, fomenta o uso do carro a álcool, que se torna rapidamente um sucesso entre os consumidores.

Distribuidoras no Brasil

Fornecimento contingenciado (1980)

Problemas de logística e abastecimento fazem com que postos – exceto os situados em rodovias – tenham oferta de combustível racionada.

1913

Anglo-Mexican Petroleum Products Company (que viria a ser a Shell) vem para o Brasil

Multinacionais deixam distribuição (1993)

Dificuldades impostas pelo mercado brasileiro afastam as distribuidoras estrangeiras – tem início um movimento que levaria à concentração do mercado.

Mercado é aberto (1996)

Preços tabelados engessam gerenciamento da Revenda de combustíveis. Liberdade conquistada com a abertura do mercado possibilita que empresários operem conforme suas próprias estratégias, e a chance de obter maior rentabilidade aumenta.

Greve dos caminhoneiros (2018)

Nada foi pior para o mercado de combustíveis do que a paralisação ocorrida em 2018. Postos perdem vendas, e a economia do país sente o golpe.

1922

A Atlantic Refining Company of Brazil se instala no país

1934

Destilaria Rio-Grandense de Petróleo inicia produção de derivados em Uruguaiana (RS)

1937

Ipiranga inicia operação de refinaria

1946

Início da operação da Companhia 1971 Brasileira de É criada a Petrobras Petróleo Gulf Distribuidora

1959

Ipiranga adquire ativos da Gulf

1993

Ipiranga compra ativos da Atlantic do Brasil

1999

A Agip do Brasil passa a controlar a Companhia de São Paulo

2004

Petrobras compra a Agip

2009

Ipiranga adquire ativos da Chevron

2018

Glencore compra a Ale

2018

Total compra a Zema


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CapĂ­tulo 2

IndĂşstria automotiva se consolida

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Arquivo Volkswagen do Brasil

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A indústria automobilística: Brasil em quatro rodas Veículos democratizam acesso aos territórios e levam mais longe em intervalos de tempo cada vez menores Novas tecnologias deram origem à produção de veículos em escala, inaugurando uma nova era no setor


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ato curioso na história da indústria automotiva no Brasil: o primeiro a trazer um carro para o país foi ninguém menos do que um jovem chamado Alberto Santos Dumont, que, anos depois, se notabilizaria como o “pai da aviação”. Era 1894 quando um modelo francês com a marca Peugeot desembarcou no porto de Santos. A circulação do automóvel, contudo, permaneceu restrita no país, uma vez que as primeiras rodovias nacionais só foram construídas alguns anos depois, quando o presidente Washington Luís deu início à política de abrir estradas. Mais precisamente em 1919, a Ford se instalou no Brasil. Quatro anos mais tarde, chegou a General Motors. Não demorou para que a população percebesse a importância dos autoveículos e se encantasse diante da nova possibilidade de se deslocar. O consumo aumentou rapidamente. Até aquela época, entretanto, o governo brasileiro mantinha suas atenções voltadas para a produção agrícola – em especial o café –, e poucos investimentos se destina-

APCBH/ASCOM

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vam ao setor industrial. A virada veio com Vargas, que, além de ter imposto medidas restritivas à importação de veículos, fez surgir a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que dotou o Brasil das manufaturas necessárias à expansão da indústria automobilística. A independência conquistada na época revelou-se extremamente valiosa, tendo em vista que, poucos anos depois, a eclosão da Segunda Guerra Mundial interrompeu a importação de peças pelos fabricantes aqui instalados, pelo fato de o conflito ter afetado a logística de entrega. Com JK, as medidas para fomentar a produção interna foram na forma de restrições alfandegárias. A Comissão de Exportação e Importação (Cexim) restringiu a entrada de peças às que não eram fabricadas no Brasil, e a criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia) deu o impulso necessário para que, em alguns anos, o Brasil se tornasse um dos maiores produtores de autoveículos do mundo e o setor passasse a responder por 22% do PIB industrial nacional.

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Ampliação da malha rodoviária fomentou a produção em larga escala de veículos

Fabricação em escala O primeiro carro genuinamente brasileiro – o hoje célebre Romi-Isetta, a bordo do qual JK percorreu a Rodovia Belém-Brasília – foi fabricado no interior de São Paulo, em 1956. Com capacidade para transportar três pessoas, o carro podia percorrer 25 km com apenas um litro de gasolina. O processo fabril, no entanto, ainda estava longe do ideal. Com o apoio do Geia e a tecnologia importada de países europeus bem mais avançados na produção em larga escala, 12 fábricas surgiram no país. Um marco da

época foi a perua DKW, da marca Vemag, que inaugurou a era dos veículos produzidos em série em terras brasileiras. A iniciativa deu certo. Quatro anos após o lançamento do modelo, o ABC paulista, composto pelos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, onde se concentrava a produção de peças, já havia fabricado mais de 320 mil unidades da DKW. Naquela época, a frota nacional não ultrapassava 800 mil unidades, e o mercado se ressentia da falta de opções de veículos de carga e para o transporte coletivo. Ou seja, a necessidade de imprimir um ritmo mais acelerado à indústria se mostrava estratégica para o fortalecimento da economia. E tanto a Vemag quanto a Mercedes – com a produção do caminhão L-312 – deram volume à frota brasileira.


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Arquivo Volkswagen do Brasil

Arquivo Ford do Brasil

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Popularização A modernização da indústria automotiva no Brasil trouxe consigo novos modelos para atender aos consumidores, que passaram a enxergar nos veículos não só a possibilidade de deslocar-se mais rapidamente, mas também um símbolo de ascensão social. Pode-se dizer que o primeiro marco da popularização dos automóveis no Brasil se deu em 1959, com o lançamento do Fusca, da Kombi e do Dauphine. No período, a Volkswagen instalou no país sua primeira fábrica fora da Alemanha, uma prova de confiança no mercado brasileiro, que começava a dar sinais de aquecimento. Simultaneamente, o governo brasileiro também decidiu apostar no consumo e

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inaugurou sua planta industrial automotiva, a Fábrica Nacional de Motores (FNM). Lá foi fabricado um veículo em homenagem a JK, que se tornou um sucesso de vendas por um breve período. Os anos 1960 trariam muitas novidades para os motoristas, sobretudo no que dizia respeito ao desenho dos carros. Modelos que se tornariam verdadeiros clássicos, como o Karmann-Ghia, o Galaxie, o Corcel e o Opala, ditaram tendências em acabamento e mecânica. E, já na década seguinte, a expansão ganhou novo impulso com a chegada da Fiat Automóveis, que prometia trazer para o país novas tecnologias, design inovador e veículos mais econômicos. A promessa se efetivou em 1979, com o lançamento do Fiat 147, primeiro carro a álcool fabricado no Brasil.


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Arquivo Fiat Automóveis

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Arquivo Fiat Automóveis

Arquivo Fiat Automóveis

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Fiat em Minas O bom momento vivido pela indústria automobilística levou a Fiat a escolher o município de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para instalar sua primeira linha de montagem no país. A vinda da montadora foi facilitada pela criação de um fundo destinado a subsidiar investimentos industriais no Estado. As negociações começaram em 1973, e a fábrica entrou em operação três anos depois. A parceria entre o governo de Minas e a montadora resultou em investimentos da ordem de US$ 71,5 milhões. O intenso ritmo de fabricação de veículos, no entanto, retraiu-se com a chegada dos anos 1980. A forte recessão registrada

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no período levou a indústria a concentrar esforços, sobretudo, na inovação do produto final. Sistemas elétricos se tornaram mais bem-elaborados e surgiram novos modelos, como Gol, Parati, Monza e Uno. Muitas fabricantes apostaram também nos esportivos, com motores mais potentes. Para dar novo impulso à indústria automotiva, em 1995, foi publicada a Medida Provisória 1.024, que resultaria na Lei 9.449/1997, que isentou de impostos, em até 90%, as importações de máquinas, ferramentais e moldes, essenciais para as fábricas. A medida ganhou o nome de “Regime Automotivo” e fez com que outras montadoras desembarcassem no Brasil. O mercado brasileiro se abriu às empresas estrangeiras, que trouxeram para o país US$ 19,6 bilhões em investimentos na época.


CapĂ­tulo 3

MemĂłrias do Sindicato


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Arquivo Minaspetro

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A união fez a força O Minaspetro construiu sua história ancorado no empenho dos revendedores em favor da conquista de um mercado justo, bem-regulado e rentável para todos Uma das primeiras sedes do Sindicato, uma casa na Rua Cristina, no bairro São Pedro


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m sindicato é forte quando todos acreditam na importância da organização e apostam na necessidade de levá-lo adiante. Dono da maior malha rodoviária federal do país, Minas Gerais também é o Estado da Federação que abriga o maior número de municípios. A criação de uma instituição para representar os interesses das centenas de postos que se espalhavam pelo território mineiro em fins dos anos 1950 era, portanto, uma consequência natural. Os primeiros a assumir esse desafio foram eleitos em 29 de janeiro de 1959. Naquele mês, Fábio Coutinho Brandão foi escolhido presidente; Lincoln Carvalho, 1º tesoureiro; Gasparino James Cockell, 2º tesoureiro; Alcindo de Lima

Vieira, 1º secretário; e Coracy de Alencar, 2º secretário. Nascia, assim, uma associação em torno da qual se reuniriam os revendedores de combustíveis de Minas Gerais. A primeira tarefa foi enviar ao então Conselho Nacional do Petróleo (CNP) um estudo que apontava a redução no percentual de uma comissão repassada aos revendedores de Minas pelo governo Juscelino Kubitschek. A ação repercutiu no setor, e, ainda em 1959, o então vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais do Rio de Janeiro, Benedito Brotherhood, veio ao Estado para dar apoio à medida. Entusiasmado com a nova entidade que surgia, Brotherhood teve um papel fundamental no proces-

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto/FMC/PBH

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Edifício Acaiaca na década de 1950, que abrigou a primeira sede do Minaspetro

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so que deu origem ao Sindicato. Até que, em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 18 de março, a mudança teve aprovação unânime dos revendedores. A autorização para o funcionamento do recém-criado Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Belo Horizonte foi concedida, entretanto, quase nove meses depois, em 17 de dezembro daquele ano, data em que o delegado regional do Trabalho em Minas Gerais, Onésimo Viana de Souza, entregou a Carta Sindical oficialmente aos pioneiros. Iniciou-se, assim, a longa caminhada de uma instituição que se revelaria estratégica para a Revenda mineira.

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Naquela época, o setor clamava por entidades que auxiliassem as autoridades a regular o mercado. Nesse contexto, surgiu no ano seguinte, em 20 de julho, a Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais e Garagens (Fecombustíveis), com o objetivo principal de conferir sinergia à Revenda nacional. Já em 1961, a entidade realizou uma série de reuniões para alinhar o posicionamento de todos os donos de postos do Brasil em torno de pleitos importantes, como tributação, fiscalização, qualidade dos combustíveis e estruturação do serviço prestado pelos estabelecimentos, que se limitavam a manter uma bomba em suas pistas.


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Presença em momentos críticos

Carta Sindical que oficializou representatividade do Minaspetro foi expedida em 1959

A presença do Minaspetro em momentos delicados se mostrou fundamental para assegurar os direitos dos revendedores e manter a estabilidade do mercado. Em seis décadas, o Sindicato esteve lado a lado com o revendedor no enfrentamento de situações que demandaram, além de muito traquejo político das diretorias, capacidade técnica e, sobretudo, organização. É importante lembrar que a década seguinte à fundação da entidade mostrou-se particularmente conturbada. Apenas sete meses depois de ter tomado posse como presidente da República, Jânio Quadros renunciou ao mandato, desencadeando uma grave crise que resultou em um breve período parlamentarista, após o vice João Goulart ter sido impedido de assumir por influência, sobretudo, de uma parcela das forças militares que viam

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com desconfiança sua proximidade com a China, adversária dos Estados Unidos na Ásia, em um tempo dominado pela Guerra Fria. À instabilidade política somaram-se as incertezas quanto aos rumos da economia, que fizeram com que o setor produtivo brasileiro permanecesse em suspense por alguns meses. Um plebiscito restabeleceu o regime presidencialista e devolveu a Jango as prerrogativas para governar o país. Sufocado pelo endividamento e pela escalada da inflação herdados do governo JK, Jango convidou para assessorá-lo o economista Celso Furtado, ministro do Planejamento responsável pela elaboração do chamado “Plano Trienal” (1963-65), destinado a manter o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, restabelecer o equilíbrio das contas públicas. Uma das medidas anunciadas na época para conter o déficit orçamentário – que alcançou 105% das receitas da União em 1963 – foi um corte de subsídios aos derivados do petróleo, que impactou de forma direta o setor de combustíveis.


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Arquivo pessoal

À medida que a década avançava, contudo, novas – e profundas – mudanças abalaram o país, como a derrubada de Jango, em 1964, a tomada do poder pelos militares e o novo direcionamento dado à economia brasileira a partir de 1967, sob a batuta do economista Delfim Neto, escolhido pelo presidente Costa Silva para capitanear um período que viria a entrar para a história do país como os anos do “milagre econômico”, que resultaram em vigorosas taxas de crescimento e reviveram os tempos áureos do governo JK. Enquanto durou, o “milagre” teve como ponto alto a produção de automóveis, que, em consequência, levou a uma demanda crescente por combustíveis. A Revenda, por sua vez, já se encontrava suficientemente estruturada para atender a um mercado a cada dia mais aquecido.

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Arquivo pessoal

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Antigo Posto Brasil, na Avenida Brasil com Afonso Pena, em Belo Horizonte

Posto Santo Antônio, em Sacramento (MG), na década de 1970, de propriedade de Jaime Eduardo Araújo

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O “Choque do Petróleo” O período de bonança foi interrompido, no entanto, em 1973, quando os países árabes exportadores de petróleo tomaram a drástica decisão de suspender as vendas do produto às nações aliadas de Israel. A medida resultou em um aumento do preço do combustível no mercado mundial e afetou diretamente o custo de vida nos países dependentes de importações, como o Brasil, que, naquela época, não produzia mais do que uma fração do volume consumido internamente. Na época, ao multiplicarem por quatro o preço do barril no mercado internacional, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) imaginavam que as perdas econômicas impostas às potências ocidentais fariam com que elas revissem seu posicionamento pró-Israel – o que não ocorreu, entretanto.


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Posto Bahia, com atuação de mais de 90 anos na cidade de Luz

Posto Jacuí, na cidade homônima, fundado em 1945 por Carlos Augusto de Oliveira

Arquivo pessoal

A alta dos preços, por sua vez, alimentou a espiral inflacionária e redundou na maior crise econômica registrada desde 1929 – ano em que a quebra da Bolsa de Valores de Nova York levou o mundo à bancarrota. Mais uma vez, a existência de uma entidade que sinalizasse o caminho a ser seguido pelos revendedores mineiros em meio à turbulência mostrou-se essencial. E o Sindicato não se furtou a cumprir a missão de orientar seus associados. Não foi um momento fácil. Faltava combustível em todo o país. Os postos eram fechados nos fins de semana para cumprir o racionamento determinado pelo governo. Nessa época, o Sindicato se dedicava, principalmente, a fornecer informações aos revendedores sobre possíveis abastecimentos. Vale registrar ainda que, naqueles dias, os trâmites burocráticos a serem vencidos pelos que pretendiam iniciar a operação de uma Revenda eram rigorosos e demandavam tempo e, acima de tudo, muita paciência. Nesse sentido,

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Arquivo pessoal

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o apoio prestado aos revendedores pelas áreas jurídica e de comunicação mostrou-se fundamental. Até então, o funcionamento de postos “bandeira branca” era vedado – extremamente fechado, o mercado era dominado por seis grandes distribuidoras – Petrobras, Esso, Texaco, Shell, Atlantic e Ipiranga. Em 1979, a reedição do “Choque do Petróleo” fez com que o Brasil perdesse definitivamente as rédeas da inflação. Além de ter contribuído para a consolidação da abertura “lenta, gradual e segura” idealizada pelo presidente Ernesto Geisel e a eleição de um governo de oposição à antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena) – sucedida pelo Partido Democrático Social (PDS) de Paulo Maluf –, a escalada de preços fez com que, já sob a democracia, sucessivos planos econômicos (Cruzado, Bresser, Verão e Collor) fossem adotados. O propósito de dar fim à inflação, no entanto, só se realizaria em 1994, após a posse de Itamar Franco e do lançamento do Plano Real.


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Arquivo pessoal

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Fotos: Arquivo pessoal

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Mercado se abre Quando o mercado se abriu, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, os revendedores deixaram de ser meras extensões das distribuidoras nas ruas. Finalmente, as margens não eram mais tabeladas e os empresários puderam gerenciar seus negócios como sempre quiseram. O tempo, contudo, se encarregou de mostrar que a abertura, feita de forma apressada, carecia de planejamento e gerou certo desequilíbrio. Ao todo, 450 novas distribuidoras se registraram junto à recém-criada Agência Nacional do Petróleo (ANP), com a expectativa de fazer bons negócios em um país continental que, em tese, havia reencontrado seu rumo. Faltava, contudo, regulação. E não demorou até que as companhias recorressem a liminares para não recolher impostos. Outras liminares obtidas por transportado-

Inauguração do Posto Ouro Verde, em 1958, em Três Pontas

Posto Sapucahy, em Belo Horizonte, fundado em 1965 pela família Ladeira


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Arquivo Minaspetro

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res-revendedores-retalhistas deram a estes a permissão para vender gasolina e álcool. Nessa época, o Minaspetro contava com cerca de 380 parceiros e, para aumentar a representatividade, quitar dívidas e fazer com que a entidade alcançasse um novo patamar, era preciso atrair os revendedores do interior e sensibilizá-los quanto à importância da filiação. Foi aí que um grupo de revendedores, liderado por Paulo Miranda, protagonizou uma importante virada administrativa e gerencial da entidade. O Sindicato se encontrava em situação orçamentária caótica, e era necessário ter coragem e engajamento para mudar a realidade. Era a saída de uma gestão que hegemonizou a diretoria por mais de três décadas. O primeiro ato de Miranda para dar sobrevida ao Sindicato foi mudar o estatuto e proibir a reeleição. A alternância no poder foi benéfica à instituição e trouxe novos ares e ideias para a gestão da entidade. Outra ação importante foi conhecer melhor o perfil do revendedor mineiro e onde ele se econtrava. Uma pesquisa

realizada pelo jornalista Alberto Decat, responsável pela comunicação do Minaspetro, mostrou que cerca de 80% dos associados estavam na capital. Ou seja, seria necessário um “corpo a corpo” junto aos empresários do interior. E assim foi feito. A partir daí, diretores e advogados desembarcaram em cidades estratégicas e percorreram os municípios do entorno com a tarefa de apresentar o Sindicato, em especial a capacidade técnica do Departamento Jurídico para levar adiante causas importantes – um trabalho considerado “missionário” por quem viveu aquele tempo. Em médio prazo, a estratégia se mostrou acertada: o número de associados alcançou 1.800. O impulso à filiação, somado ao lançamento do informativo Arrancada – embrião da futura Revista Minaspetro –, evidenciou a importância da entidade para a Revenda. Assim, sob o comando de Paulo Miranda, teve início uma nova etapa na trajetória da instituição, marcada pela valorização do trabalho em grupo e pela profissionalização dos serviços ofertados aos revendedores. Um consultor com ex-

periência em companhias distribuidoras também foi contratado para avaliar as competências profissionais de cada um dos colaboradores, realocá-los ou treiná-los. Esse período se tornaria um marco na história do Sindicato. Pouco a pouco, a equipe se qualificou para atender às demandas dos revendedores, que a cada dia se tornavam mais complexas. E, desde então, o Minaspetro não parou de crescer, até se tornar a maior e mais representativa entidade do setor no país.

Jurídico ditou o ritmo O jornalista Alberto Decat ampliou a comunicação do Sindicato e fez importantes pesquisas para nortear as estratégias da entidade

As vitórias em ações judiciais obtidas desde então rapidamente se tornaram notícia em todo o Estado e também fizeram crescer o número de associados. A que desobrigou os revendedores do pagamento de uma taxa cobrada pelo


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Arquivo pessoal

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Ibama, por exemplo, levou a uma filiação em massa – em apenas 30 dias, quase 300 postos se associaram em resposta ao fim da cobrança. A disposição demonstrada pela entidade de não se esquivar diante de regras controversas, que prejudicavam o andamento dos negócios, rendeu ao Departamento Jurídico o justo reconhecimento que tornou o Minaspetro ainda mais respeitado pela categoria. Para atender à demanda crescente, o Sindicato chegou a manter uma equipe de 30 advogados e iniciou um trabalho conjunto com a Fecombustíveis na tentativa de reduzir os índices de adulteração, não conformidade e sonegação. Data desse período uma parceria firmada com universidades para atrair estudantes de Direito e capacitá-los a atuar no mercado de combustíveis. A sinergia mantida com outros sindicatos foi igualmente importante para que ações judiciais movidas em outros estados fossem compartilhadas e resultassem na criação de jurisprudências adequadas aos interesses do setor. Semestralmente, o advogado Leonardo Canabrava se reunia

com representantes de departamentos jurídicos de outras entidades para esmiuçar as ações judiciais vitoriosas e alinhar argumentações, principalmente as que diziam respeito aos contratos firmados com as grandes distribuidoras. A década de 1990 ainda levaria o setor a outro importante enfrentamento: ao tomar conhecimento de que a Petrobras havia solicitado à ANP permissão para atuar no gerenciamento de postos, amparado por experiências malsucedidas registradas na Argentina e no Chile, o Minaspetro mobilizou-se politicamente para que o intento da estatal não fosse adiante. Ironicamente, a proposta de verticalização está de volta, agora liderada pela ANP; e, mais uma vez, embasado por estudos técnicos e exemplos internacionais que apontam a medida como uma séria ameaça à sobrevivência da Revenda, o Minaspetro tem se colocado contrário à sua aprovação. A aproximação com o mercado externo e o contato mantido com entidades representativas do setor nos países vizinhos municiaram o Sindicato de informações valiosas sobre a verticalização em outros países. A fi-

Posto Lavajato, em Divinópolis, fundado em 1979 por Geraldo Pinto Braga

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liação à Comissão Latino-Americana de Empresários de Combustíveis (Claec), por sua vez, tornou possível trocar experiências com revendedores da Argentina e do Chile, com o intuito de entender como havia se dado o processo naqueles países, e possibilitou que o Sindicato, em conjunto com a Fecombustíveis, provasse aos órgãos reguladores que a verticalização seria nociva ao setor.

Defesa da Revenda Ao longo das seis últimas décadas, o Minaspetro sempre teve a preocupação de mostrar à sociedade a importância da atividade para o país, especialmente em razão das centenas de milhares de empregos mantidos pelos postos. Uma situação que ilustra a defesa da boa imagem da Revenda se deu em 2003, ano em que o então presidente Luiz Inácio

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Lula da Silva usou o termo “malandros” para se referir aos donos de postos, pelo fato de à época as bombas não refletirem a oscilação dos preços dos combustíveis. Orientado pela diretoria do Minaspetro, o advogado Leonardo Canabrava redigiu uma resposta publicada na capa do jornal Estado de Minas, no formato de informe publicitário, que apontou as dificuldades enfrentadas pelo empresariado mineiro do setor e a importância da atividade para a economia nacional. A ação resultou em uma reação imediata dos revendedores e uma “enxurrada” de mensagens para saudar a iniciativa foi enviada ao Minaspetro. Em paralelo, o número de filiações aumentou significativamente naqueles dias. Chamou a atenção também uma campanha idealizada pelo dirigente sindical Bráulio Chaves para prevenir a adulteração de combustíveis. As peças publicitárias evidenciavam a postura vigilante do Sindicato em favor da qualidade dos produtos comercializados e de um mercado competitivo e, acima de tudo, justo para todos.

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Ganhos e perdas

Greve abala Revenda

Os 13 anos e meio em que o Partido dos Trabalhadores (PT) esteve à frente do país resultaram em ganhos significativos e perdas consideráveis para a economia e, em particular, os revendedores de combustíveis. Se, por um lado, os anos do chamado “milagrinho” (2006-10) propiciaram um aumento dos níveis de emprego e do poder de compra dos salários – e incentivaram a compra do carro zero e o consequente crescimento da frota nacional de veículos –, por outro, a ambição desmedida pelo poder foi responsável pelo maior escândalo de corrupção de que a Petrobras foi vítima em sua história. Esse fato, além de ter levado a um período de instabilidade política que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, impôs um completo redirecionamento à administração da estatal.

A mais grave crise vivida pelos revendedores veio, contudo, em 2018, ano em que os caminhoneiros pararam o país por oito dias. A greve levou à interrupção da entrega de combustíveis – que afetou, sobretudo, a Revenda –, desestabilizou o mercado e retraiu a economia. O Minaspetro agiu diretamente em parceria com as autoridades (Governo de Minas Gerais, Polícia Militar) e a Fecombustíveis ao ocupar um dos assentos do comitê de crise criado naqueles dias, norteando ações de segurança, comunicação e logística de abastecimento dos postos. O Departamento de Comunicação cumpriu papel fundamental ao produzir informação em tempo real para que os revendedores se mantivessem a par das decisões das autoridades e da liberação para o abastecimento nas bases de distribuição.

Greve dos caminhoneiros resultou em situação caótica nos postos

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A série de medidas tomadas pelo Governo Federal à época ecoa até hoje na Revenda, o que acrescenta ainda mais responsabilidade à atuação do Minaspetro para que iniciativas de natureza política que evitem a repetição do movimento – e de suas graves consequências – sejam tomadas.

Casa do revendedor mineiro evolui Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

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Quem visita atualmente a sede do Minaspetro não tem a dimensão de todo o esforço realizado para que a casa do revendedor mineiro refletisse a magnitude do setor. Quando a decisão de construir um novo espaço foi tomada, a antiga sede já não era suficiente para abrigar os colaboradores contratados. Salas haviam sido divididas para comportar a equipe, que não dispunha da es-


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trutura necessária para realizar seu trabalho, embora todos estivessem empenhados em acompanhar o crescimento da entidade. Antes disso, um longo caminho havia sido percorrido. A história teve início em um dos mais tradicionais edifícios do Centro da capital, o Acaiaca, onde a primeira sede foi instalada em uma sala alugada. Tempos depois, a expansão dos serviços obrigou a uma mudança para a Avenida Bernardo Monteiro, em um espaço localizado nos fundos de um posto de combustíveis de propriedade do então presidente Fábio Brandão. A união dos revendedores logo permitiu que a categoria passasse a considerar a hipótese de uma sede própria. A “Campanha dos 300” convidou os empresários a juntarem a quantia necessária, e o local escolhido foi uma casa na Rua Cristina, no bairro Santo Antônio. Os nomes dos empresários que contribuíram para esse importante marco da história do Sindicato estão eternizados em uma placa, que está na antessala do auditório da atual sede.

Em 2002, o então presidente Paulo Miranda viu uma boa oportunidade para adquirir um terreno na Rua Amoroso Costa, no bairro Santa Lúcia, que abrigaria a atual casa do revendedor. O modelo de gestão implantado em 1997 deu origem a um processo licitatório inovador, com oito construtoras participando da concorrência. Para assegurar a lisura nos procedimentos e a melhor utilização dos recursos disponíveis à época, a contratação das empreiteiras foi realizada em três etapas. Primeiramente, as empresas foram convidadas a detalharem seus projetos arquitetônicos; em seguida, passou-se à análise das planilhas de custos com as construtoras, que adequaram os preços à realidade do Minaspetro. Só depois disso o preço final foi conhecido. Todo o processo foi acompanhado de perto por uma comissão formada por oito diretores do Minaspetro. O experiente engenheiro contratado para acompanhar a obra, Wilson Malheiros, tinha a noção exata do valor total da construção, uma vez que as planilhas de custo que ele

havia elaborado se baseavam em valores de mercado. Graças ao zelo com que o projeto foi tocado, contudo, o custo final ficou 20% abaixo do valor médio do metro quadrado construído. O total foi dividido em 12 parcelas, e, durante toda a obra, o engenheiro visitava-a mensalmente para conferir se o cronograma estava sendo cumprido – pressuposto para que o pagamento fosse liberado.

Auditório “Paulo Miranda Soares” oferece infraestrutura completa para capacitação de colaboradores da Revenda, palestras e reuniões


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Infraestrutura da sede atual

7 andares 13 departamentos Auditรณrio Espaรงo para eventos Estacionamento 23 colaboradores

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60 anos 1984

1959

24 de novembro: Sindicato é criado

Fábio Coutinho Brandão (1959-62 – 1962-66)

1959

1961

17 de dezembro: Carta Sindical que autoriza o funcionamento da entidade é entregue

5 de maio: Minaspetro se reúne pela primeira vez com a Fecombustíveis

Décio Salema (1968-73)

Minaspetro passa a funcionar em sede própria, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte

Wolney Amâncio Fernandes (1966-68)

Fábio Coutinho Brandão (1973-94)

2017

1984

1º Congresso de Revendedores de Combustíveis é realizado

Paulo Miranda (1997-2007)

Construção da atual sede é concluída

Paulo Miranda (2011-2014)

Joaquim Chaves (1994-97)

2000

Sérgio Mattos (2007-2010)

Carlos Eduardo Guimarães Júnior (2014-18 / 2018-22)

1º Ciclo de Congressos Regionais é realizado

2006

Primeiro curso voltado para a gestão da Revenda de combustíveis – ofertado em parceria com a Fundação Dom Cabral – tem início

2019

Realização do maior Congresso estadual da história, com número recorde de congressistas e expositores

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CapĂ­tulo 4

Minaspetro hoje


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Seis décadas de serviços prestados à Revenda Tratado como prioridade desde os primeiros anos, Departamento Jurídico se tornou aliado essencial dos negócios

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T

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ratada como prioridade desde o surgimento do Sindicato, em 1959, a assistência jurídica aos associados tem se mostrado, ao longo dos anos, fundamental para que os revendedores obtenham sucesso em seu negócio. As constantes mudanças na legislação que regulamenta a atividade, além do crescimento das exigências por parte dos órgãos públicos, obrigam o empresário a manter-se permanentemente atualizado. E é para prestar também esse serviço que o Departamento Jurídico do Minaspetro conta com uma equipe de advogados nas áreas Ambiental, Comercial/Cível, Trabalhista, Metrológica e Tributária, que tem conquistado vitórias importantes nos tribunais, em ações que fizeram justiça e geraram economia para a Revenda. O apoio dado à análise de contratos tem se revelado igualmente importante. Isso porque, muitas vezes, revendedores de pequeno ou médio porte se viram frente a frente com multinacionais e necessitaram de orienta-

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ção para buscar soluções em impasses comerciais, realidade que ainda perdura. Primeiro serviço a ser ofertado aos associados, a assistência jurídica ainda é a maior demanda dos revendedores. Por isso, os escritórios regionais contam com empresas de advocacia locais contratadas, para maior proximidade com o empresário, agilidade no atendimento e acompanhamento das ações. No total, são 20 regionais em todo o Estado.

Ações importantes CÍVEL/COMERCIAL Nos primórdios do comércio varejista de combustíveis, a área Cível/Comercial era a única necessária para um posto. Revendedores iniciantes ainda tentavam en-

tender como funcionava o mercado, ao mesmo tempo em que tinham de lidar com complexos contratos firmados com as distribuidoras. A área era o suporte necessário para que as incertezas deles fossem reduzidas. O tempo passou, mas os contratos – que incluem metas de galonagem, planos de marketing, franquias de troca de óleo, lojas de conveniência, entre outros itens – ainda desafiam o gerenciamento dos postos. Principais ações • Atuação para coibir prática ilegal de discriminação de preços • Fungibilidade dos bens de comodato pelas companhias em função de normas ambientais • Atuação para coibir abuso do direito de franqueadores em detrimento dos revendedores franqueados • Defesa da competitividade, como no caso dos impactos para a Revenda da compra da Ale pela Ipiranga

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• Presença nas Câmaras municipais para acompanhar debates e se posicionar sobre exclusão do terceiro dígito • Análise de contratos firmados com as companhias distribuidoras

AMBIENTAL Chega a 14 o número de licenças de que um posto de combustíveis necessita atualmente para iniciar sua operação. Dentre elas, a ambiental, exigida desde 2001, é a geradora de maior dor de cabeça para os revendedores, dado o elevado nível de burocracia e a complexidade das exigências. Ajustar o que é demandado à realidade dos postos, de modo a prevenir punições – em geral onerosas –, exige experiência e traquejo político, características que o Departamento Jurídico Ambiental desenvolveu nos últimos anos.


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A Intermezzo Seguros é uma boutique especializada em consultoria de seguros, atuando desde 1997, sendo reconhecida como uma corretora completa, atendendo clientes em todo território nacional. Além da solidez da marca Intermezzo, destaca-se pela competência em oferecer soluções personalizadas com alto padrão de atendimento, garantindo um serviço premium com a plena satisfação de cada cliente.

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Em 2014, conquistou a confiança do Minaspetro, se tornando a parceira oficial do Sindicato, levando para os empresários do ramo, sua equipe altamente qualificada, atendimento de excelência, tecnologia de ponta e todo seu know-how de mercado. Para oferecer a máxima qualidade em todos os serviços, a Intermezzo escolhe cuidadosamente seus parceiros, trabalhando somente com as maiores e mais reconhecidas seguradoras, buscando assim, as melhores soluções em seguros empresariais e pessoais, podendo oferecer aos seus clientes condições de custos e produtos diferenciados; sempre mantendo o alto padrão em todos os processos, princípios que marcam a trajetória de sucesso da empresa.

Principais ações • Transição para a exigência da Licença Ambiental • Adequação à Deliberação Normativa (DN) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) • Atuação junto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) • Revisão da DN 108 do Copam • Transição e atuação na transferência da Licença Ambiental para a competência das prefeituras • Atuação junto ao conselho curador da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) • Atuação junto à Câmara de Qualidade Ambiental e Resíduos Sólidos do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) • Participação nos grupos de trabalho de revisão dos Planos Diretores do município de Belo Horizonte • Contribuições na elaboração da DN Copam-CERH 2/2010 • Participação de grupos de trabalho de discussão e elaboração de normas ambientais estaduais

Dentre as principais parceiras da Intermezzo, destacamos a Porto Seguro Seguradora, empresa brasileira, reconhecida como uma das maiores seguradoras do país e com filiais por todo o Brasil; diferenciando-se por oferecer em seu portfólio, dezenas de produtos para atender a grande demanda de nossos clientes.

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Intermezzo Seguros

METROLÓGICO O Departamento Jurídico Metrológico tem como algumas de suas atribuições a orientação e atuação no que diz respeito às normas que regulamentam o setor no âmbito da ANP e do Inmetro/Ipem. Busca exercer uma advocacia preventiva, contando com a ajuda dos assessores comerciais que executam o checklist, para evitar autuações por parte da fiscalização. As advogadas responsáveis pelo setor prestam consultoria ao revendedor em assuntos complexos por natureza e também mantêm contato permanente com os órgãos reguladores para esclarecer e ajustar lacunas legislativas, visando melhorar a realidade da Revenda. Além do trabalho preventivo, o Departamento Jurídico Metrológico faz defesas, alegações finais, recursos, pedidos de reconsideração, ofícios, interpelações, entre outras peças administrativas. Ou seja, oferece suporte gratuito em processos administrativos junto à ANP e ao Inmetro. Já na esfera judicial, as advogadas do Metrológico, que

possuem mais de 20 anos de experiência na área, atuam ativamente, atingindo elevado potencial de êxito. Principais ações • Modificação da Lei 9.847/99, sobre penalidades relativas ao abastecimento nacional de combustíveis sem prévio registro ou autorização iguais para os revendedores • Resolução 758 da ANP, que tratou da mudança de parâmetro do nível de impureza do etanol

TRABALHISTA É um dos departamentos mais acionados do Jurídico do Minaspetro, especialmente após a entrada em vigor da mais recente reforma trabalhista. Também presta apoio às negociações de convenções coletivas de trabalho, para assegurar aos empresários uma relação mais justa com os trabalhadores e menos burocrática para ambas as partes. Atende ain-


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da a área Sindical, outra matéria da subdivisão Trabalhista, elaborando as assembleias, eleições e registros legais. Principais ações • Apoio fundamental à Negociação Coletiva 2017/2018, uma das mais prolongadas da história da Revenda, em razão dos ajustes trazidos pela reforma trabalhista • Atuação política junto ao Ministério do Trabalho, quando da Notificação Coletiva de 2018 • Assessoramento e participação direta na construção da Portaria do Benzeno • Apoio na área sindical, organizando eleições, assembleias gerais e registros sindicais

TRIBUTÁRIO Um dos setores que mais arrecadam impostos no Brasil precisa contar com assessoria jurídica à altura da importância do varejo de combustíveis para a economia nacional.

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Esta, sem dúvida, é uma das áreas que mais geram dúvidas aos revendedores, em razão da elevada carga tributária e das contínuas exigências da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG). O apoio técnico nas negociações realizadas com os órgãos arrecadadores tem sido fundamental para promover justiça tributária no setor.

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Principais ações • Redução dos impactos gerados pela criação de impostos, taxas e contribuições (Taxa do Ibama, Taxa de Incêndio e Taxa de Controle e Fiscalização da Faixa de Domínio de Rodovias) • Participação em treinamentos e reuniões técnicas com a SEF-MG para a implementação da Nota Fiscal Eletrônica • Acompanhamento e posicionamento diante da publicação do Decreto 47.547/2018, do Governo de Minas Gerais, que trata da nova sistemática de apuração do ICMS ST no Estado de Minas Gerais (Complementação/Restituição)

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Consultoria especializada Criada com o intuito de prevenir autuações, Assessoria Comercial viu seu trabalho diversificar-se ao longo dos anos

Assessoria Comercial realiza análises de combustíveis gratuitas para os associados

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inas Gerais tem cerca de 4 mil postos. Em razão das variadas caraterísticas econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do Estado, as necessidades de um posto situado no Vale do Jequitinhonha, por exemplo, são bem diferentes daquelas dos estabelecimentos da capital. É o que torna o trabalho do Minaspetro ainda mais desafiador, uma vez que é preciso estar alinhado às mais diferentes realidades do mercado varejista de combustíveis mineiro. Por isso, em 2007, surgiu o Departamento de Assessoria de Expansão e Apoio ao Revendedor, com o objetivo de fazer com que o Minaspetro esteja dentro do posto do associado, independentemente do município. O setor foi criado para atuar de forma preventiva, mas, ao longo dos anos, diversificou suas atividades para melhor atender à Revenda. Naquela época, o então presidente do Sindicato, Paulo Miranda, percebeu que muitas situações direcionadas ao Departamento Jurídico poderiam ser evitadas se simples adequações fossem realizadas nos estabelecimentos. In-


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frações eram cometidas por mera falta de conhecimento das regras a serem cumpridas. Daí surgiu a ideia de que um representante da entidade passasse a atuar como uma espécie de consultor dos revendedores. E, a partir do momento em que os assessores comerciais puseram os pés na estrada, os revendedores do interior viram o Sindicato aproximar-se cada vez mais do dia a dia do negócio. Os colaboradores foram carinhosamente apelidados de Fiscais do Minaspetro (FM), por terem assumido a tarefa de informar sobre alterações em normas, apontar possíveis falhas, levar informações e alertar sobre mudanças em procedimentos que, em uma eventual fiscalização, pudessem gerar autuações. Atualmente, sete assessores comerciais oferecem cobertura aos postos em todas as regiões de Minas Gerais, todos com meta de visitação. Além de realizar um trabalho preventivo, eles cumprem a tarefa de coletar dados para alimentar um sistema mantido pelo Minaspetro que aponta os quesitos com maiores dificuldades para os revendedores, além daqueles que exigem mais atenção. Em suma, o sistema funciona como uma importante ferramenta de apoio à gestão dos estabelecimentos.

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Capacitação e treinamento Com o passar dos anos, a Assessoria Comercial se tornou cada vez mais estratégica para a organização dos postos e sua adequação às normas vigentes. Pouco a pouco, os assessores passaram a treinar as equipes. Graças a um trabalho de parceria com o Departamento Jurídico, eles foram capacitados a ministrar aulas sobre as Normas Regulamentadoras (NRs) 9, 20 e 35, que devem ser cumpridas à risca pelos estabelecimentos. Além disso, elaboraram um treinamento dedicado exclusivamente ao atendimento realizado pelos frentistas, que inclui abordagem adequada do cliente e técnicas de vendas. Um aplicativo desenvolvido exclusivamente para os assessores modernizou o atendimento aos postos. Isso deu agilidade e gerou o mais completo banco de dados de informações de postos do Brasil. Equipe de assessores comerciais é treinada para atender à demanda de revendedores de todo o Estado


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Estudos técnicos subsidiam ações Parceria com instituições de renome busca oferecer o melhor produto aos consumidores e preservar a boa imagem dos postos de combustíveis Referência nacional, laboratório mantém parceria com o Minaspetro para análise da qualidade dos combustíveis entregues aos postos

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setor de combustíveis é um dos mais fiscalizados do Brasil, com o cumprimento das normas trabalhistas, tributárias e ambientais permanentemente monitorado pelas autoridades. O empresário que não se mantém atualizado e atento ao que prevê a legislação está fadado a fracassar, uma vez que as consequências são multas dispendiosas e, na pior das hipóteses, o encerramento das atividades do negócio. A qualidade do combustível comercializado na pista é um dos indicadores a que ANP dedica maior atenção, de modo a preservar o interesse dos consumidores. Mas nem sempre foi assim. No passado, a fiscalização insuficiente possibilitou que uma pequena parcela do empresariado do setor, interessada em burlar as regras, tivesse liberdade para atuar, em prejuízo da boa reputação dos postos. Graças, contudo, ao trabalho de conscientização que, nos últimos anos, passou a envolver todos os elos da cadeia – e ao maior rigor na fiscalização –, o combustível vendido nos postos brasileiros alcançou um dos melhores


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índices de qualidade do mundo, e os casos de adulteração e de não conformidade identificados são raros. Atualmente, Minas apresenta nível de conformidade próximo de 100%. O Minaspetro também tem feito um trabalho importante nessa área, após ter se aproximado de instituições de grande credibilidade, que têm como tarefa assegurar a qualidade dos combustíveis que os postos mineiros recebem e comercializam. A parceria com o Laboratório de Ensaios de Combustíveis (LEC) da UFMG tem se mostrado eficiente e reveladora. O estudo realizado pelas duas entidades, em 2017, representou um marco para o setor. Depois de analisar 212 amostras-testemunhas, o LEC encontrou não conformidades nos combustíveis entregues pelas três grandes distribuidoras do mercado. A conclusão foi importante para preservar a imagem da Revenda, ainda hoje o elo mais fraco da cadeia de combustíveis. Após esse estudo, o Minaspetro comprovou para a ANP e para o mercado que a amostra-testemunha, prevista na Resolução 44 da Agência, é fundamental para

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Arquivo LEC

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preservar os direitos do revendedor. E evidenciou que o compromisso com a qualidade do combustível entregue ao consumidor final deve ser uma responsabilidade de todos – ou seja, os postos não podem responder por um problema alheio à sua vontade, como vinha ocorrendo frequentemente.

Debate com o mercado

LEC estudou estabilidade do diesel após adição de percentuais distintos de biodiesel e em diferentes condições climáticas

Diante dos preocupantes resultados identificados, o Minaspetro, ciente de sua missão, convidou todos os elos da cadeia para debater a qualidade dos combustíveis e, mais importante, propor soluções em conjunto para que os indicadores sejam respeitados. Os resultados foram apresentados no 1º Fórum Nacional sobre Qualidade de Combustíveis, realizado em Belo

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Horizonte, em 2017. A reunião resultou em aspectos práticos: a Plural se comprometeu a realizar estudos mais detalhados dos combustíveis que saem de suas bases distribuidoras, e um grupo de trabalho permanente foi criado para monitorar os dados e debater novas soluções. Agora, o Minaspetro tem realizado um trabalho incessante junto às autoridades com o intuito de alterar a legislação que penaliza não conformidades. O foco está na urgência em diferenciar culpa e dolo. Com o estudo realizado em 2017, ficou claro que, por mais bem-intencionado que o revendedor seja, ele está sujeito a uma série de variáveis que podem comprometer a qualidade do combustível comercializado. E é necessário levar em conta a nítida diferença entre uma minoria que propositalmente adultera o produto e aqueles que são prejudicados por receberem um combustível que não atende aos parâmetros exigidos. O objetivo maior é zelar pela qualidade dos combustíveis comercializados, uma preocupação permanente do Minaspetro.


CONHEÇA A PLUMAS CONTÁBIL E SUA HISTÓRIA COM A REVENDA DE COMBUSTÍVEIS 88

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Há 35 anos atrás, nascia um sonho de um jovem empresário contabilista Luíz Rinaldo Lopes de Almeida, paulista, nascido em Janeiro de 1962, que decidiu abrir seu escritório contábil, no Centro da Capital de São Paulo, porém, não era apenas mais um escritório contábil... . O Jovem contador Luiz Rinaldo, um empreendedor visionário, percebeu que para atingir o sucesso deveria segmentar seu Know-how para clientes, pois se existe algo que muda diariamente até hoje em nosso país é a legislação, sendo assim, tendo um foco em um só ramo, teria muito mais condições para atender seus clientes satisfatoriamente, foi então que veio a idéia do atendimento especifico para POSTOS DE COMBUSTÍVEIS. . A princípio seu atendimento estendia-se aos Postos da Capital e Grande São Paulo.

Diesel é a bola da vez O mercado tem visto com receio o aumento gradativo da adição do biodiesel ao óleo diesel, como previsto no Renovabio, programa do Governo Federal. Evidentemente, a Revenda se mantém aberta a debater políticas públicas que prevejam a diminuição de gases de efeito estufa, pois tem consciência de que deve contribuir para a preservação do meio ambiente. Desde que o percentual de biodiesel adicionado ao combustível vem sendo elevado, com início em 2017, foi detectada, contudo, uma série de problemas relacionados à instabilidade química do diesel, como seus efeitos sobre os tanques de armazenamento dos postos e os motores dos veículos e maquinário utilizado na indústria. Mais uma vez, a parceria com o LEC foi decisiva para corroborar os estudos já existentes sobre o assunto.

Conhecedor do ramo de Postos, o empresário percebeu que para ajudar seus clientes a se manterem em seu negócio, seria necessário muito mais do que cobrar malotes com documentos de seus clientes, pois para a grande maioria destes, o melhor regime de tributação seria o Lucro Real, era evidente que os donos de Postos não

1985

1999

2012-2013

- Inicio Participação Expopostos

Parcerias

- Fundação do Escritório na Rua Cel. Xavier de Toledo - São Paulo/SP

- Sede própria na Vila Ré/SP

- Sindiposto/GO - Sincopetro/SP - Abertura da Filial em Goiania/GO

estavam aliDos parapioneiros pensar no que é despesadodedutível ouRevenda não para enviar à89 contabilidaaos arquitetos futuro da de e sim para vender combustíveis! . Diante disso, o empresário desenvolveu um sistema de atendimento personalizado para os seus clientes, enviando presencialmente a cada um deles um consultor, com objetivo maior de orientar e lançar todas as despesas legais possíveis para reduzir ao máximo a carga tributária de seus clientes, afinal dependemos de SUA sobrevivência no mercado. . Após todos estes anos de experiência com setor de combustíveis, e devido as grandes mudanças na legislação fiscal, a PLUMAS CONTÁBIL, sente-se honrada em colaborar com seus conhecimentos junto aos principais SINDICATOS PATRONAIS do País, incluindo o MINASPETRO, para juntos orientarmos a classe da Revenda a atender todas as exigências do fisco, com o objetivo maior de não serem penalizados por falta de informação. Hoje a Plumas Contábil atua em mais de 15 Estados do País.

Conheça um pouco mais da nossa trajetória:

2015-2017

2018-2019

Parcerias com novos Sindicatos Patrionais para orientar a Revenda:

- Parceria Sindestado/RJ

- Resan - Sindiposto-TO

- Abertura Filial Rio de Janeiro

- Minaspetro

- Participação em todos os eventos do Minaspetro

- Ampliação da Matriz/SP

Hoje a Plumas atua em 15 Estados do País

Matriz R. Buriti Alegre, 525 Vila Ré - São Paulo Filial/GO Décima Segunda Av, 321 A QD- 60 LT - 14 - Goiania Filial/RJ Rua Gildásio Amado, 55 - 6º andar sala 607 Barra da Tijuca Rio de Janeiro Nossa Meta: Levar a Contabilidade específica para Postos de Combustíveis para todo o País.

www.plumascontabil.com.br


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As análises realizadas na UFMG mostraram que as oscilações sofridas pelos combustíveis em determinadas condições de pressão, temperatura e armazenamento aumentam na mesma proporção em que cresce a adição de biodiesel na mistura.

Atuação política

Laboratório de Ensaios de Combustíveis da UFMG (LEC) vem realizando estudos para o Minaspetro sobre a qualidade do etanol, diesel e gasolina recebidos pelos postos

O mercado de combustíveis é regulado por uma série de instrumentos normativos determinados por diversos órgãos. É preciso segui-los à risca para evitar as autuações previstas na legislação. Muitas dessas normas, contudo, vão de encontro à realidade dos postos. Dada a sua representatividade e a proximidade com os órgãos reguladores, o Minaspetro usufrui de autoridade e credibilidade para atuar em defesa dos 4 mil revendedores do

Estado e assim tem feito ao longo dos anos. Graças a isso, a flexibilização do nível de tolerância de impurezas presentes no etanol, em 2014, representou uma grande conquista para os empresários do ramo, por ter prevenido autuações resultantes de níveis de conformidade que nem sequer podiam ser observados a olho nu.

A força da Revenda mineira* Maior arrecadador impostos do Estado

R$ 11 bilhões/ ano de ICMS

Geração de 65 mil empregos diretos *2018


Arquivo Minaspetro

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Congressos Estaduais: onde o revendedor mineiro se encontra O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o palestrante principal no Congresso Estadual de 2011

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primeiro evento que reuniu os revendedores mineiros em torno de pautas importantes para o setor trouxe consigo uma curiosidade. Até então, a entidade era denominada Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Belo Horizonte. Foi em 1984, ano em que se realizou o primeiro Congresso Estadual, que se adotou a marca “Minaspetro”, que já dava nome à sua principal publicação. A primeira edição daquele que se tornaria o maior evento especializado do setor no país começou de forma modesta, em uma pequena sala na sede da Secretaria Municipal de Saúde, em Belo Horizonte. O Congresso foi de grande valia por ter reunido, em um mesmo local, vários empresários do segmento, algo raro para a época. Os revendedores tinham pouco conhecimento sobre o trabalho e os benefícios que o Sindicato poderia oferecer, de fato, para o dia a dia do negócio. A possibilidade de unir os varejistas de combustíveis fez com que o evento evoluísse. E, como a ideia era aproximar cada vez mais o Minaspetro dos postos, sobretudo os situados no in-


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Arquivo Minaspetro

Arquivo Minaspetro

terior do Estado, houve um ajuste no formato da iniciativa realizada na capital, tendo originado, em 2002, o primeiro Ciclo de Congressos Regionais. A partir de então, Pouso Alegre, Juiz de Fora, Uberlândia, Governador Valadares, Montes Claros e Ipatinga sediaram as edições bienais realizadas até hoje.

Tendências Com o decorrer dos anos, o Congresso passou a reunir convidados de peso, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Ao mesmo tempo, cresceu o número de expositores, que viram no evento uma oportunidade para apresentar produtos e soluções à Revenda. Atualmente, todas as novidades em equipamentos e produtos que agregam valor ao posto e à loja de conveniência, serviços contábeis, sistemas de automação, entre outros, podem ser conferidos durante o Congresso. Não à toa, no ano em que o Minaspetro completou 60 anos, a 16ª edição do Congresso bateu todos os recordes: foram mais mil congressistas presentes no Expominas, além de 40 empresas expositoras.

Congresso em números 16 edições estaduais 160 palestras 320 horas de atividades Mais de 16 mil participantes 65 Congressos regionais ALGUNS DESTAQUES • Fernando Henrique Cardoso • Maílson da Nóbrega • Joaquim Barbosa • Eduardo Gianetti

• Paulo Henrique Amorim • Luís Nassif • Clóvis de Barros Filho • Ricardo Amorim • Ricardo Boechat

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Fotos: Arquivo Minaspetro

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Congresso 2019: o maior evento especializado do Brasil

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CapĂ­tulo 5

O futuro da Revenda mineira


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Arquivo FDC

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Olhos abertos para o amanhã Informação e capacitação são requisitos indispensáveis para a longevidade dos negócios; o Minaspetro está atento a isso

Unidade da Fundação Dom Cabral em Nova Lima

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Grupo de revendedores em visita à Universidade de Stanford, berço do empreendedorismo norte-americano

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mercado varejista de combustível é, por natureza, dinâmico. Todos os dias, os revendedores se deparam com novidades relacionadas ao negócio, sejam decisões de órgãos reguladores ou mudanças de comportamento dos próprios consumidores. Estes, a propósito, com o acesso facilitado a todos os tipos de informação, anseiam cada vez mais por novas experiências, que têm se estendido, inclusive, às visitas aos postos para abastecer seus veículos. Para acompanhar o novo cenário, o Minaspetro tem se modernizado. Em 2017, lançou um aplicativo para tornar a comunicação mais rápida e eficiente com os associados. Criou ainda um canal 0800 para que o empresário tenha acesso gratuito a seus serviços. E em 2019, uma segunda versão do app, que incluiu novas funcionalidades foi lançada, além do WhatsApp Businnes, que reúne informações e notícias em tempo

real. Além da atualização digital, o Sindicato está cada vez mais convencido de que capacitação é um requisito essencial para que os empresários sejam mais do que meros proprietários de postos de combustíveis e se tornem gestores, atentos às novas oportunidades e aptos a elaborar planos de negócios consistentes, além de suficientemente capazes de motivar suas equipes. Afinal, lidar com margens tão estreitas exige criatividade para que os resultados positivos apareçam. Para levar adiante esse propósito, o Sindicato encontrou na melhor escola de negócios da América Latina, a Fundação Dom Cabral (FDC), uma aliada para moldar um curso específico para a Revenda de combustíveis. A parceria entre as duas instituições foi firmada em 2017, quando a primeira turma do Programa de Desenvolvimento Empresarial de Varejistas Minaspetro – um curso idealizado por revendedores e para revendedores – iniciou as aulas.

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Arquivo Pessoal

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Primeira turma de revendedores formada pela FDC

O conteúdo programático elaborado em conjunto pelo Minaspetro e pela FDC contempla assuntos relacionados ao dia a dia da Revenda, como gestão de pessoas, governança em empresas familiares, sucessão empresarial, gestão de marketing e liderança, entre outros. A repercussão positiva da primeira turma entre os revendedores fez com que o Sindicato se apressasse para abrir novas inscrições, que atraíram, inclusive, revendedores de outros Estados. Em 2019, duas turmas completaram a capacitação, e uma terceira segue em atividade. O objetivo das duas instituições é que a parceria se fortaleça cada vez mais, tendo em vista a convicção de que esse é o melhor caminho para tornar o mercado mais forte e competitivo.

Minaspetro para o mundo Ainda em 2019, o Minaspetro se tornou o primeiro sindicato de revendedores do Brasil a realizar uma etapa internacional de, por meio de um curso desenvolvido em parceria pelo Minaspetro com a FDC e a StartSe. A aproximação com tecnologias disruptivas é o que pode levar o empreendedor a pensar em soluções inovadoras para o seu negócio, e a Revenda de combustíveis não escapa a essa realidade. Por isso, o Minaspetro levou um grupo de revendedores ao Vale do Silício, na região da Califórnia, nos Estados Unidos, para que eles tivessem a oportunidade de ver de perto como aquelas empresas pensam e atuam.

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Arquivo Minaspetro

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As organizações mais inovadoras do mundo surgiram e estão no Vale do Silício. Os 15 revendedores que participaram desse momento histórico para a Revenda mineira visitaram startups que são referência, participaram de palestras e eventos com empreendedores e estabeleceram contatos valiosos durante a viagem. O empresariado brasileiro é movido pela criatividade, predicado que possibilita superar desafios e tornar os negócios mais rentáveis. Os revendedores de combustíveis, em sua maioria, não fogem à regra. Atualmente, grande parte deles não ignora que, mesmo lidando com uma commodity, é necessário dedicar especial atenção à clientela que recorre aos postos. E, mais do que isso, pensar em soluções que escapem ao tradicional e impulsionem o negócio na direção do futuro. Em 2019, o Sindicato foi convidado a falar para

diversos investidores em Nova York e Boston. Tendo em vista que as três maiores distribuidoras têm suas ações negociadas na bolsa de valores, o Minaspetrose mantém em contato com investidores já há alguns anos. Pela primeira vez, foi convidado pela XP Investimentos para falar aos fundos sobre a importância e a força da Revenda mineira no cenário nacional. Os investidores desejam ter mais conhecimento sobre como é a relação dos revendedores com as companhias e quais são as melhores para se fazer negócios. A capacidade de acompanhar as tendências do mercado, de inovar e de permanentemente se transformar explica o fato de o Minaspetro ter se consolidado nas últimas seis décadas. O próximo passo será aliar a tradição e a solidez conquistadas ao longo do tempo à ousadia que o futuro exige de cada um de nós. É hora de seguir adiante.




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