Revista Minaspetro nº 128 - Maio de 2020

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Revista

Nº 128

Maio 2020

Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais

Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

Vivos durante a pandemia Ferramentas de gestão se mostram aliadas fundamentais para sobreviver durante a crise; trabalho do Minaspetro tem sido focado na redução do custo da operação para o revendedor

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MENSAGEM DO PRESIDENTE

Vivos! É

fato que vivemos a maior crise da história do setor de combustíveis e do mundo moderno. E em meio a todas as dificuldades que enfrentamos atualmente, ainda estamos expostos a desaforos, como uma afirmação recente do presidente da Petrobras que disse não saber por que o preço do combustível não se reduz na bomba. Sinceramente, não sei se fico perplexo com o total desconhecimento demonstrado por quem tem a tarefa de liderar uma das maiores empresas petrolíferas do mundo ou se isso deve ser motivo de revolta. Qual a intenção de Castello Branco ao divulgar uma informação dessas sem medias as consequências da repercussão? Logo em seguida, o presidente Jair Bolsonaro também publicou no Twitter que a gasolina na refinaria custava R$ 0,91. Em ambos os casos, o Minaspetro rapidamente respondeu esclarecendo as questões e apontando o verdadeiro culpado de sempre: os impostos! Enquanto empresários, tivemos que tomar duras decisões para enfrentar a crise: reduzir a carga horária das equipes, afastar funcionários e, em alguns casos, até mesmo demiti-los, escolher entre as opções de empréstimo a tomar, dentre outras. Sei que você se viu obrigado a lançar mão de ações duríssimas, fez o que tinha que fazer, lamentou ter constatado que não cabiam mais reduções de custos em seu negócio e passou a perder o sono ao observar que as contas não fechariam. Mas reitero: seguimos de pé nesta guerra! E o Sindicato é o instrumento que nos une

neste momento. Não estamos sós! Rapidamente também nos adaptamos e começamos um novo formato de informação que deverá perdurar após à crise, tendo em vista o sucesso da primeira edição: as transmissões ao vivo via internet, popularmente conhecidas como lives! Mais de 300 revendedores em todo o Brasil nos assistiram no webinar do dia 27 de abril, interagindo diretamente com os palestrantes. O nosso objetivo é continuar constantemente com as lives. Aguardem! Todos os nossos departamentos estão empenhados e agindo sinergicamente para que o revendedor tenha as ferramentas necessárias para seguir lutando. O Jurídico obteve vitórias importantes, como a redução de exigências de monitoramento de efluentes, taxas e a extensão de prazos são exemplos. Nossa comunicação tem se mantido ágil e levado a todos as informações mais úteis nesse momento. Negociamos linhas de crédito especiais com o BDMG e a diretoria tem se reunido semanalmente para coordenar as ações que ainda podem ser realizadas. Ou seja, nesta edição, você terá a oportunidade de constatar que toda a máquina sindical está operando para, primeiramente, reduzir os custos imediatos dos revendedores e, posteriormente, dar sobrevida a todos. Não é hora de desanimar, estamos com saúde e trabalhando. Sou uma pessoa extremamente otimista e acredito que esta crise está nos fazendo repensar nossas ações e atitudes como cidadãos e empresários e que em breve sairemos desta crise ainda mais fortes e unidos. Boa leitura!

Carlos Guimarães Jr. Presidente do Minaspetro carlos@minaspetro.com.br

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DIRETORIA Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais

Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais Sede: Rua Amoroso Costa, 144, Santa Lúcia CEP 30350-570 – Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2108-6500 Fax: (31) 2108-6547 0800-005-6500 Diretoria Minaspetro Presidente: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior 1º Vice-presidente: Felipe Campos Bretas 2º Vice-presidente: Paulo Miranda Soares 1º Secretário: João Victor Carneiro de Rezende Renault 2º Secretário: Bruno Henrique Leite Almeida Alves 1º Tesoureiro: Humberto Carvalho Riegert 2º Tesoureiro: Rafael Milagres Macedo Pereira Diretores de Áreas Específicas Diretor de Relações Trabalhistas: Maurício da Silva Vieira Diretora de Lojas de Conveniência: Maurícia Lopes Vieira Zama Diretor de Postos de Rodovias: Wagner Carvalho Villanuêva Diretor de Postos Próprios de Distribuidoras: Flávio Marcus Pereira Lara Diretores Regionais Belo Horizonte: Fábio Croso Soares Caratinga: Carlos Roberto de Sá Contagem: Leonardo Lemos Silveira Divinópolis: Roberto Rocha Governador Valadares: Rubens Perim Ipatinga: Vanda Maria Brum Avelar João Monlevade: Genilton Cícero Machado Lavras: Marcos Abdo Sâmi Montes Claros: Gildeon Gonçalves Durães Paracatu: Irlan César Fernandes de Moura Passos: Reinaldo Vaz Ribeiro Patos de Minas: Moisés Elmo Pinheiro Poços de Caldas: Renato Barbosa Mantovani Filho Pouso Alegre: Luiz Anselmo Rigotti Sete Lagoas: Sérgio José do Carmo Teófilo Otoni: Leandro Lorentz Lamêgo Uberaba: José Antônio Nascimento Cunha Varginha: Leandro Lobo Motteran

Conselho Fiscal Membros Efetivos: Fernando Antônio de Azevedo Ramos Bernardo Farnezi Gontijo Rogério Lott Pires Membros Suplentes: José Roberto Mendonça Júnior Paulo Eduardo Rocha Machado Evandro Lúcio de Faria Diretores Adjuntos: Adriano Jannuzzi Moreira Silvio Lima Fábio Vasconcellos Moreira Gerente Administrativa Márcia Viviane Nascimento Departamento Administrativo Adriana Soares Élcia Maria de Oliveira Gislaine Carvalho Larissa Miranda Eliote Luciana Franca Martins Poliana Gomides Departamento de Expansão e Apoio ao Revendedor Esdras Costa Reis João Márcio Cayres Raphael Mike dos Santos Calixto Júlio César Moraes Marcelo Rocha Silva Ricardo Donizetti Rodrigo Loureiro Araújo Thales Oliveira Pereira

Metrológico Simone Marçoni Ana Violeta Guimarães Trabalhista André Luis Filomano Bruno Abras Rajão Fabiana Saade Malaquias Klaiston Soares Luciana Reis Rommel Fonseca Tributário BMM Advocacia Empresarial Ambiental Bernardo Souto Lígia Macedo Sindical Klaiston Soares Advogados Regionais Governador Valadares: Natécia Pereira Barroso Montes Claros: Hércules H. Costa Silva Poços de Caldas: Matheus Siqueira de Alvarenga Juiz de Fora: Moreira Braga e Neto Advogados Associados Uberlândia: Lira Pontes e Advogados Associados Uberaba: Lira Pontes e Advogados Associados Ipatinga: José Edélcio Drumond Alves Advogados Associados Varginha: Eduardo Caselato Dantas Divinópolis: Luciana Cristina Santos Teófilo Otoni: Eliene Alves Souza

Departamento de Comunicação Stenyo Fonseca Marcelo Teixeira Departamento Jurídico Cível/Comercial Flávia Lobato Arthur Villamil Martins Lucas Sá

EXPEDIENTE

• Comitê Editorial: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior, Esdras Reis, Márcia Viviane e Stenyo Fonseca • Produção: Prefácio Comunicação • Jornalista responsável: Ana Luiza Purri (MG 05523 JP) • Edição: Alexandre Magalhães • Redação: Guilherme Barbosa e Alexandre Magalhães • Projeto gráfico: Tércio Lemos • Diagramação: Tércio Lemos • Revisão: Luciara Oliveira • Rua Dr. Sette Câmara, 75 • CEP: 30380-360 • Tel.: (31) 3292-8660 - www.prefacio.com.br • Impressão: Paulinelli Serviços Gráficos • As opiniões dos artigos assinados e as informações dos anúncios não são responsabilidade da Revista ou do Minaspetro. • Para ser um anunciante, solicite uma proposta pelo telefone (31) 2108-6500 ou pelo e-mail ascom@minaspetro.com.br. • Sede Minaspetro: (31) 2108-6500 e 0800-005-6500 (interior)

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SUMÁRIO

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A importância da gestão na crise

Jurídico em plena operação

Arquivo pessoal

Gil Leonardi / Imprensa MG

na pandemia 6

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O poder do fluxo de caixa

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Mantendo a equipe saudável

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Live com a FDC

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Linha de crédito especial para revendedores

Resistência e resiliência são as palavras de ordem Tabela 26

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Arquivo pessoal

Simone Marçoni, advogada do Departamento Jurídico Metrológico, atendeu todas as demandas em home office, bem como toda a equipe do Sindicato

O trabalho não

para

Todos os departamentos do Sindicato estão se empenhando muito durante a crise do coronavírus, principalmente o Jurídico, que tem recorrido a ações para prorrogação de prazos e suspensão de normas e taxas

D

iante da situação atípica vivida no mundo por causa da crise do coronavírus, o Sindicato direcionou todas as atenções de sua equipe à mitigação dos efeitos da recessão econômica. Comunicação, comercial, administrativo e, principalmente, o Departamento Jurídico centralizaram suas ações para que o revendedor encontre caminhos para resistir à situação.

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O Jurídico do Sindicato é composto pelos departamentos Tributário, Trabalhista, Metrológico, Ambiental e Cível/Comercial. Todos foram acionados para negociação de prazos com órgãos reguladores e elaboração de instrumentos jurídicos adequados para lutar pelos direitos da Revenda. Em outras palavras, o Departamento segue empenhado em identificar soluções que reduzam o custo operacional para o revendedor.


CÍVEL/COMERCIAL Assim que foi decretado o isolamento social em vários Estados, uma das principais preocupações dos revendedores em todo o Brasil passou a ser como fariam para alcançar as metas mínimas estipuladas pelas distribuidoras. Se não existem veículos nas ruas, não há como atingir os parâmetros exigidos pelas companhias, que estão estabelecidos em contrato. O Departamento Jurídico Cível/Comercial agiu rápido e sinalizou de imediato que o eventual descumprimento de volumes em razão da pandemia é por motivo de força maior, embasado pelo artigo 393 do Código Civil. A instrução dada aos revendedores, de acordo com Arthur Villamil, advogado do Departamento, é informar por escrito à distribuidora a diminuição nas vendas. As companhias, segundo ele, ainda estão sendo evasivas nas respostas. As poucas propostas que chegaram ao conhecimento do Sindicato não agradaram.“Elas têm falado em repactuação do contrato, dando um prazo adicional para que o revendedor cumpra a meta. Não acho isso justo. Ora, o empresário terá que trabalhar três ou quatro meses no prejuízo, e a distribuidora não fará sacrifício nenhum, ao manter inalterada a litragem contratada?” A solução ideal para o Minaspetro é que seja realizado um novo acordo, por meio do qual as companhias reduzam o volume previsto em contrato de forma proporcional enquanto durar a pandemia. De acordo com o advogado, as empresas não podem obrigar os postos a se manterem abertos mesmo em situação de prejuízo. Uma solução que elas têm apresentado é uma espé-

cie de conjunto de descontos, que Arthur Villamil classificou como “pacote de migalhas”. Alguns revendedores receberam propostas de abaixar os royalties, quitação de 50% do aluguel e mais prazo para futuros pagamentos. O Departamento Jurídico Cível/Comercial alerta que, do ponto de vista jurídico, o revendedor que aceitar as condições propostas terá poucas chances de rediscutir o contrato depois de acordado. Um dado interessante, que mostra certa incoerência das distribuidoras, é que a Raízen rompeu contratos com usinas de etanol, alegando justamente o motivo de “força maior”. A BR, por sua vez, acenou com a “necessidade de flexibilizar o percentual de variação de volume” até que tudo se estabilize. O Sindicato segue vigilante por acreditar que todos os elos da cadeia precisam ceder para que o fluxo de distribuição e logística não seja interrompido, mesmo em casos de excepcionalidade. Ações do Cível/Comercial • Instrução aos revendedores quanto aos contratos de metas (alegação de motivo de força maior e fato príncipe, normas de quarentena e de restrição a diversas atividades econômicas). • Negociação de contratos de aluguéis de revendedores. • Resposta a notificação do Procon, que questionou o motivo de os preços dos combustíveis não terem baixado durante a pandemia. • Envio de ofício a prefeituras municipais, que vinham dificultando a abertura de lojas de conveniência no início do período de quarentena.

dedores as decisões que estavam sendo tomadas pelo governo federal. Além disso, foi proativo ao acionar a Secretaria Municipal de Fazenda para solicitar à Prefeitura de BH providências com relação ao Imposto Sobre Serviços (ISS). “O que temos sentido é que os revendedores estão bastante aflitos e em busca de saídas e soluções no campo tributário. Estamos trabalhando firme na elaboração de novas propostas”, diz Bruno Tourino, do Departamento Jurídico Tributário do Minaspetro.

TRIBUTÁRIO A tão sonhada reforma tributária ficará para um segundo momento, obviamente. A despesa do revendedor com o pagamento de tributos é considerável para o caixa da empresa. O Minaspetro, em conjunto com a Federação, acompanhou de perto e informou aos reven-

Ações do Tributário • Redução das alíquotas do Sistema S até 30 de junho. • Postergação dos vencimentos do PIS/Cofins (competências de março e abril pagas em maio e junho; e competências de julho e setembro pagas em agosto e outubro). • Postergação da Contribuição Previdenciária sobre Receita Bruta (CPRB) devida por empresa sobre a folha de salário. • Ingresso de ação via mandado de segurança para postergação por 90 dias do IRPJ e CSLR para todos os postos de Minas Gerais. • Ofício para a Prefeitura de Belo Horizonte para postergação do pagamento do ISS.

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AMBIENTAL “Quem estiver com o prazo de licenciamento ambiental vencendo ou dependendo de alguma resposta de órgão fiscalizador, nos procure imediatamente. É importante que fique claro que o revendedor não deve manter a situação suspensa por causa da pandemia, porque há municípios que estão funcionando e exigindo o cumprimento de obrigações ambientais.” A instrução é dos advogados Bernardo Souto e Lígia Macedo de Paula, advogados do Departamento Jurídico Ambiental do Minaspetro, que também obtiveram vitórias importantes para o setor, com o objetivo de reduzir custos para o revendedor. Apesar de o Estado de Minas Gerais ter decretado a suspensão do atendimento presencial até o dia 31 de maio e o município de Belo Horizonte ter editado decreto com a mesma medida por tempo indeterminado, os servidores estão trabalhando de forma remota, e o revendedor deve ficar atento a essas obrigações. Ações do Ambiental • Suspensão do monitoramento do Precend, dos postos que possuem contrato com a Copasa, nos meses de março, abril e maio (Minaspetro se envolveu pessoalmente junto à equipe do Precend, que sempre esteve à disposição para argumentar e debater o cumprimento dessas obrigações, com elevado custo financeiro ao revendedor. Cada ponto de amostragem tem um custo aproximado de R$ 1.000,00) • Suspensão do monitoramento do Premend, de Uberlândia, enquanto durarem os eventos de isolamento social (Minaspetro se envolveu

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pessoalmente junto à equipe do Premend, que sempre esteve à disposição para argumentar e debater o cumprimento dessas obrigações, com elevado custo financeiro ao revendedor). • O Minaspetro solicitou a prorrogação do prazo de entrega do RAPP perante o Ibama, junto ao secretário nacional de Qualidade Ambiental e à Presidência do Ibama, o que foi deferido. • Prorrogação da entrega da Declaração de Carga Poluidora, junto ao Estado de Minas Gerais. O prazo de vencimento dessa obrigação passou para o dia 15 de maio de 2020, com a possibilidade de ser revisto. • Obtenção de sentença judicial para que o Crea se abstenha de fiscalizar empreendimentos e envio de ofícios ao Conselho para postos que continuaram a ser autuados por esse órgão, que não deixou de lavrar Autos de Infração durante a pandemia. • Elaboração de ofícios aos órgãos para esclarecimentos sobre continuidade de prorrogação de prazos. • Sugestão levada ao secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais para prorrogação da suspensão de prazos para cumprimento das obrigações ambientais para postos licenciados pelo Estado, inicialmente previstos para até 30/04/2020, prorrogados até 31/05/2020 em reunião do Comitê Covid ocorrida em 29/04/2020. • Elaboração de defesas administrativas a Autos de Infração lavrados pelo órgão ambiental estadual sobre situações do passado, que podem ser acessadas pelos servidores, que estão ativamente verificando documentações.


TRABALHISTA A Medida Provisória (MP) 936 veio como uma salvação para o empresariado. Ela elenca três pontos essenciais para que a crise sanitária não eleve a taxa de desemprego. São eles: permissão para a redução proporcional da jornada de trabalho e salários, permissão para a suspensão temporária do contrato de trabalho e pagamento de Benefício Emergencial de Preservação de Emprego e Renda. A estimativa do governo federal é que cerca de R$ 51,6 bilhões sejam destinados à medida, com o objetivo de evitar demissões em massa. De acordo com Klaiston Soares D’Miranda, advogado do Departamento Jurídico Trabalhista do Minaspetro, muitos postos já aderiram à MP. “A principal dúvida que tem surgido diz respeito à comunicação de adesão ao Ministério da Economia e ao Sindicato dos Trabalhadores”, diz o advogado. Ações do Trabalhista • Acompanhamento e instrução aos revendedores quanto às MPs 927 e 936.

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METROLÓGICO Tudo o que diz respeito a normas estabelecidas pela ANP, bem como pelo Inmetro/Ipem-MG, fica a cargo do Departamento Jurídico Metrológico. Durante este período, uma das medidas mais importantes para diminuir os custos dos revendedores foi a redução do horário de funcionamento da Revenda em todo o país. Com a nova regulamentação, os postos conseguiram adequar a escala de trabalho da equipe, de acordo com a demanda identificada na pista. Simone Marçoni, advogada do Departamento, reitera a importância de os revendedores entrarem em contato imediatamente com o Sindicato em caso de não conseguirem cumprir as determinações da Agência. “Estamos analisando caso por caso. Existem situações em que alguns postos têm dificuldade de cumprir o horário mínimo de funcionamento em face das determinações das prefeituras. Já sabemos de algumas cidades em que o abastecimento encontra-se prejudicado porque o poder municipal determinou o fechamento dos estabelecimentos, como ocorreu com dois postos revendedores em Capitólio/MG, tratando-se um deles, inclusive, de posto flutuante.”

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Ela lembra que, tão logo se identifiquem novas demandas e necessidades dos associados, sejam elas individuais ou coletivas, o Departamento tomará novas medidas emergenciais. Ações do Metrológico • Contribuições para a publicação da Resolução 812/2020, que dispõe inclusive sobre a redução do horário mínimo de funcionamento obrigatório dos postos – das 7h às 19h, de segunda a sábado. • Instrução aos revendedores sobre a Portaria 101 do Inmetro, que prorrogou a validade dos certificados de verificação de equipamentos que vão vencer durante a emergência pública de saúde. Além disso, ficou estabelecida a suspensão de todas as verificações periódicas, e, após reparo de instrumentos de medição, o Ipem-MG vai executar suas fiscalizações somente em caso de extrema urgência. • Suspensão das decisões dos processos administrativos em trâmite, sobretudo aquelas que implicam pena pecuniária – pleito acatado pela ANP por meio do artigo 10 da Resolução 812/2020.


• Suspensão não só da exigência de documentos obrigatórios (Alvará, Licença Ambiental e Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), mas, principalmente, de notificações em andamento ou, ainda, aquelas que seriam geradas para a exibição desses documentos – pleito acatado pela Agência por meio do artigo 10 da Resolução 812/2020. • Suspensão de novos processos administrativos visando à revogação de autorização de registro por falta de documentos obrigatórios, bem como a continuidade daqueles que já estão em andamento perante a ANP. A demanda foi importante, uma vez que o funcionamento dos órgãos públicos, responsáveis pela emissão ou renovação, está reduzido ou até mesmo suspenso.

• Solicitação para suspensão da fiscalização da ANP dos recipientes para transporte de produtos perigosos certificados pela Portaria 141/2019 do Inmetro, uma vez que desde o dia 26/03/2020 a ANP pode fiscalizar os postos e exigi-los. É fato já provado ao referido órgão fiscalizador que tais embalagens não estão à disposição no mercado para aquisição pelos postos e muito menos pelos consumidores. Portanto, não há como o revendedor cumprir a obrigação. Em ofício encaminhado em outubro de 2019, o Minaspetro também havia solicitado que as embalagens anteriormente certificadas de acordo com a antiga Portaria Inmetro 326/2006 pudessem continuar sendo usadas, desde que adquiridas antes da vigência da Portaria 141/2019, já que não possuem prazo de validade (quanto aos pleitos de embalagens, a ANP ainda não se posicionou).

Ranking Minaspetro de Bandeiras MAIO/2020 IPIRANGA

Abril: 472 Maio: 468 Balanço: -4

10,4%

TOTAL

Abril: 141 Maio: 135 Balanço: -6

3,0%

6,5% ALE

Abril: 290 Maio: 293 Balanço: +3

BANDEIRA BRANCA

46,9%

Abril: 2086 Maio: 2102 Balanço: +16

11,1% 2%

20,1%

BR DISTRIBUIDORA

Abril: 899 Maio: 901 Balanço: +2

RAÍZEN

Abril: 501 Maio: 498 Balanço: -3

OUTRAS BANDEIRAS

Abril: 88 Maio: 89 Balanço: -1

TOTAL DE POSTOS NO ESTADO

Abril: 4477 Maio: 4486 Balanço: +9

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MEU NEGÓCIO

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Crédito para dar fôlego Gil Leonardi / Imprensa MG

Negociação com o BDMG avança, e modelos de financiamento já estão disponíveis para os revendedores

Sérgio Gusmão, presidente do BDMG, juntamente com o governador Romeu Zema, anunciou, em abril, um plano de ação para dar mais liquidez às empresas

E

m meio às notícias desoladoras tanto no âmbito sanitário como no econômico, o Minaspetro divulgou, em abril, uma ação que traz um mínimo de alento aos revendedores e que, para muitos, pode ser a salvação do negócio. O Sindicato fechou parceria com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para oferta de linhas de crédito especiais para os postos que precisam de financiamento com juros abaixo daqueles de mercado. A iniciativa chega em um momento crucial da crise provocada pela pandemia, em que os postos

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estão contabilizando uma média de 80% de queda nas vendas, o que impacta diretamente o capital de giro do negócio. A condição atrativa oferecida é fruto de uma longa negociação da diretoria do Minaspetro com os dirigentes do Banco, o que mostra a força política do Sindicato e a importância de sua atuação em prol do revendedor, principalmente em tempos de crise. O empresário interessado em adquirir alguma modalidade de financiamento pode acessar diretamente o site do BDMG (www.bdmg.mg.gov.br), no qual é possível fazer simulações e pedir a proposta.


Linhas de crédito para a Revenda

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS BDMG Solidário: taxas a partir de 0,83% a.m., com prazos de até 48 meses, incluídos 6 meses de carência. Geraminas Social (empresas cuja matriz esteja localizada em municípios com IDHM abaixo da média do Estado de Minas Gerais): taxas a partir de 0,91% a.m., com prazos de até 48 meses, incluídos 3 meses de carência. Geraminas: taxas a partir de 0,98% a.m., com prazos de até 48 meses, incluídos 3 meses de carência. MÉDIAS EMPRESAS (faturamento entre 4,8 milhões e 30 milhões/ano) Taxas a partir de 0,60% a.m. + Selic, com prazos de até 60 meses, incluídos 6 meses de carência. MÉDIAS EMPRESAS (faturamento entre 30 milhões e 90 milhões/ano) BDMG Giro: taxas a partir de 4,23% a.a. + Selic, com prazos de até 60 meses, incluídos 12 meses de carência. GRANDES EMPRESAS (faturamento entre 90 milhões e 250 milhões/ano) BDMG Giro: taxas a partir de 3,99% a.a. + Selic, com prazos de até 60 meses, incluídos 12 meses de carência. GRANDES EMPRESAS (faturamento acima de 250 milhões/ano) BDMG Giro: taxas a partir de 3,50% a.a. + Selic, com prazos de até 60 meses, incluídos 12 meses de carência. Gerentes personalizados: Para postos com faturamento entre R$ 4,8 milhões e R$ 16 milhões/ano, o BDMG está disponibilizando gerentes exclusivos para os revendedores: João Henrique de Almeida Silva (31) 3291-8663; (31) 99775-0319. Para faturamento a partir de R$ 16 milhões/ano, entrar em contato com Rodrigo Teixeira Neves pelo (31) 99650-2315 ou Sérgio Luis Fiorini pelo (31) 97322-0220.

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Serenidade para tomar

decisões Passado o pânico provocado pelo início da crise, é hora de se debruçar sobre os indicadores de saúde dos próprios negócios; Minaspetro é aliado estratégico para o futuro

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O

governador Romeu Zema decretou no dia 20 de março o fechamento das atividades consideradas não essenciais do Estado. Era uma sexta-feira. O fim de semana não foi suficiente para que o empresário traçasse com clareza as ações que viria a tomar para lidar com o caos trazido pelo novo coronavírus. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, e o revendedor mineiro se viu forçado a agir, ainda que no escuro. “A tomada de decisão ficou muito difícil. Quando tudo começou, resolvemos fechar um dos postos. Nossa ideia era concentrar a oferta em apenas um deles, por estarem próximos”, conta Jordana Machado, da Rede Longana, com revendas em João Monlevade. Passados pouco mais de 30 dias do decreto do governador, a opinião da empresária já é outra. “Talvez seja melhor reabrir. Ter alguma receita é melhor que nenhuma, mas ainda não temos certeza.” Nada mais normal que o empresariado brasileiro esteja confuso, afinal, tomar decisões em um momento como esse não é tarefa fácil. O cenário, no entanto, começa a clarear. Prefeitos começam a sinalizar com a reabertura gradativa do comércio. E as primeiras pesquisas também trazem indicadores que podem guiar os empresários. A adquirente de cartão Cielo soltou um estudo em meados de abril sobre o varejo brasileiro. Os resultados, é claro, são desanimadores. É preciso ter frieza para analisá-los, pois se trata de um mínimo de informações para ajudar o revendedor na tomada de decisões. A pesquisa, intitulada “O impacto da Covid-19 no varejo brasileiro”, analisou sete semanas de comportamento do mercado – todo o mês de março até a terceira semana de abril. O faturamento nominal total do varejo no país caiu 29%. Há também um recorte específico do segmento de postos de combustíveis, que segue a média nacional, com baixa de 31,4%. Os revendedores afirmam que, se não fosse o diesel, os resultados seriam ainda mais catastróficos. A atividade produtiva do país não parou por completo, o que fez com que os postos de rodovia puxassem a fila. Jordana, cuja Revenda tem esse perfil, confirma a tese. Ela calcula uma perda de 50% nas vendas de gasolina e etanol e de 8% no óleo diesel. A empresária, contudo, mesmo com a pressão dos comerciantes sobre os prefeitos para a reabertura dos estabelecimentos, acredita que ainda virão mais prejuízos. Ela prevê que este é apenas o início de um longo período de “vacas magras”. CONTABILIZANDO PERDAS Outro estudo que tem tomado conta do noticiário e serve para saber como o mercado vai se movimentar é o do Sebrae Nacional. Nas primeiras semanas de abril, os empresários consultados apontaram uma queda de 69% no faturamento semanal. Pelo cálculo da instituição, cerca de 13 milhões de pequenos negócios estão sendo afetados diretamente. Eles empregam quase 22 milhões de pessoas e geram para a economia R$ 611 bilhões anuais. Flávio Lara, proprietário da Redeflex, de fato, sentiu os efeitos nas primeiras semanas. Ele contabiliza uma perda total da rede em torno de 50%, mas já visualiza uma melhora com a reabertura do comércio na capital mineira – ainda que tenha restrições quanto a isso. O empresário faz uma análise interessante para ilustrar como o isolamento social tem sido vivenciado em diferentes regiões e classes sociais. Seus postos situados na zona Sul de Belo Horizonte chegaram a ter uma baixa de 70% nas vendas, ao passo que os localizados na cidade de Contagem, por exemplo, quase não registraram perdas. “Isso mostra, claramente, que algumas pessoas simplesmente não podem deixar de trabalhar, enquanto outras conseguem se manter em home office.”

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A retomada, para ele, está em uma palavra-chave: confiança. “Consumo é confiança, não tem jeito. E, hoje, as pessoas não estão seguras para comprar uma calça ou um tênis. Acredito que a normalidade só retornará mesmo em outubro.” É interessante observar como o mercado mineiro de combustíveis é diverso. São várias as Minas Gerais, que trazem consigo características culturais, econômicas e sociais totalmente diferentes. Um bom exemplo é o do revendedor Pedro Filgueiras, dono do Posto Santo Antônio, em Papagaios. Até a conclusão desta edição, a cidade do Centro-Oeste não havia registrado caso de coronavírus. Isso fez com que a população se comportasse de forma, digamos, mais relaxada. O comércio vinha funcionando em meia porta, e as pessoas não haviam abandonado as ruas. Ainda assim, a queda nas vendas apurada pelo revendedor nas primeiras semanas chegou a 35%. Nas semanas seguintes, o movimento foi melhorando, e 15% do volume anterior foi recuperado. Pedro acredita, no entanto, que o quadro atual possa resultar em uma falsa sensação de melhora. “Creio que, se for confirmado algum caso aqui, as pessoas vão recuar e adotar um isolamento mais severo, o que fará com que, consequentemente, as vendas caiam.” O revendedor tem um posto também na cidade de Arcos. Lá, a realidade é totalmente diferente. A prefeitura decretou toque de recolher, e as medidas de isolamento têm sido mais rígidas. A queda nas vendas atingiu mais de 60%. Ou seja, em um cenário tão diverso e ainda nebuloso, é preciso estar de olho nas pesquisas que estão sendo publicadas, para agir no momento certo. Não há margem para erro. Pedro ainda mantém a esperança em uma retomada econômica neste ano. A previsão do empresário é que os prejuízos perdurem por cerca de três meses. Depois disso, a partir do momento em que a pandemia estiver controlada, ele crê que o brasileiro começará a correr atrás do prejuízo, o que pode ser o início de uma recuperação. Até lá, as prioridades serão cortar gastos e se manter confiante, com o invencível sentimento de otimismo do empresariado brasileiro. GESTÃO PARA SOBREVIVER Há alguns anos, o Minaspetro tem estimulado a capacitação gerencial. Diante do novo contexto social e econômico dos últimos anos, é preciso ser um gestor profissional, adotar um controle financeiro rigoroso e ter uma visão ampla quanto aos procedimentos administrativos a serem implantados. São características que o mercado exige, e quem quer sobreviver precisa estar familiarizado

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com essa nova realidade. A parceria do Sindicato com a Fundação Dom Cabral (FDC), desde 2017, busca justamente facilitar o acesso do revendedor a ferramentas teóricas e práticas para rentabilizar a operação do posto. “A crise tem sido menos drástica para aquele revendedor que faz contas diárias, analisa o seu negócio com critério, não mistura despesa pessoal com a atividade”, opina Jordana Machado, da Rede Longana. A dinâmica do mercado de combustíveis requer que o estabelecimento tenha caixa. Todos os revendedores sabem das margens estreitas e do quanto o negócio é volátil por uma série de variáveis – preços internacionais, sazonalidade de matéria-prima, decisões governamentais etc. Portanto, optar por ter liquidez é uma escolha acertada. É preciso, portanto, ter clareza sobre as receitas que compõem o caixa da empresa e os fatores que o impactam diretamente. Professor associado de Finanças da Fundação Dom Cabral, Sérgio Eustáquio Pires descreve alguns modelos que podem ajudar a visualizar melhor as variáveis que impactam o caixa. “Na prática, observarmos que, com frequência, o capital de giro é confundido com a necessidade de capital de giro, e vice-versa. Outro questionamento comum diz respeito à concepção de que capital de giro é ter dinheiro em caixa. Uma empresa pode ter capital de giro positivo sem um único centavo em caixa e, também, manter aplicações financeiras e disponibilidades no curto prazo e não ter capital de giro. Portanto, capital de giro não significa, definitivamente, dinheiro em caixa”, explica o professor (veja outras matérias que tratam do fluxo de caixa nesta edição, nas páginas 18 e 19). O professor reitera a importância do capital de giro na gestão da liquidez, uma vez que se trata de um recurso de longo prazo, utilizado para financiar as necessidades operacionais de curto prazo. Em tempos de crise, é essencial manter e, se possível, aumentar o valor do capital de giro da Revenda. Sérgio pondera que, mesmo tendo capital de giro positivo, uma empresa pode encontrar dificuldades para pagar suas contas. Ou seja, capital de giro é apenas uma parte do problema. Se o posto apresentar necessidade de capital de giro positiva e ela for maior do que o capital de giro em si, ele vai ter seu risco financeiro de curto prazo aumentado, porque precisará buscar financiamentos não operacionais também de curto prazo para honrar compromissos. “Precisamos, então, não só compreender o que é capital de giro e quais são os fatores que o afetam, como também conhecer, saber calcular e entender a dinâmica da necessidade de capital de giro”, conclui o acadêmico.


MINASPETRO EM MEGAMOBILIZAÇÃO A responsabilidade do Sindicato é redobrada por representar um dos setores que mais movimentam a economia mineira em um momento como este. Os revendedores esperam uma atuação arrojada e contínua, e o Sindicato não tem falhado na missão. Antes mesmo de a crise se agravar, foi possível elaborar um planejamento e mobilizar cada setor para que o revendedor fosse protegido, principalmente por meio de medidas imediatas de redução de custo. Todos os setores estão trabalhando incessantemente para mitigar os efeitos da pandemia.

ASSESSORES COMERCIAIS – As ferramentas digitais têm sido aliadas importantes para a atuação desses profissionais. Como não podem visitar todos os postos, o suporte aos revendedores tem se dado de forma remota. Eles têm sido importantes na disseminação de informações críveis, que geram confiança, principalmente no interior do Estado, onde a relação empresário/assessor tem sido cada vez mais próxima. As consultorias têm sido úteis também para tranquilizar e ajudar o empresário na tomada de decisões. GERÊNCIA ADMINISTRATIVA – A coordenação de todos os trabalhos do Sindicato é realizada pela gerência administrativa, que estabelece prioridades, planeja as ações em conjunto com a diretoria e as executa com a rapidez necessária. Em tempos de crise, o “coração” do Sindicato tem funcionado a pleno vapor. COMUNICAÇÃO – Em todos os setores, durante uma crise, a comunicação tem um papel estratégico. É ela que se relaciona com a sociedade por meio da assessoria de imprensa e alinha o discurso da categoria. Aplicativos de mensagens de celular têm sido usados para difundir informações que requerem agilidade (uma lista de transmissão no Telegram foi criada para os revendedores), e a emissão de comunicados oficiais tem sido importante para nortear os revendedores diante de tantas informações desconexas. O Departamento tem sido importante também para desafogar o Jurídico (veja matéria que trata especificamente da atuação do Departamento nas páginas 6 a 10), tirando dúvidas dos revendedores por meio de vários canais. PARCERIAS – Negociar melhores contratos é fundamental neste momento. O setor que cuida das parcerias com empresas fornecedoras está funcionando normalmente para que as negociações com a Intermezzo Seguros, Aghora Conveniência e Ambipar Environment, por exemplo, sigam sem interrupções.

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MEU NEGÓCIO

Nº 128 – Maio 2020

Crises e postos:

é possível estar preparado? Os últimos anos foram marcados por diversos reveses no mercado de combustíveis, que testaram a resistência dos empresários; é preciso, sobretudo, boa gestão e inteligência emocional para lidar com situações adversas

“G

estão de caixa é a bola da vez.” Quem avisa é o professor associado de Finanças da Fundação Dom Cabral (FDC) Sérgio Eustáquio Pires. O revendedor mais experiente sabe do risco de se trabalhar com um fluxo de caixa baixo. Muitas vezes, não é uma opção do empresário, que acaba por não conseguir dar ao caixa a robustez necessária, o que o leva a acionar o “piloto automático”. O problema é quando vem uma situação inesperada, como a crise provocada pelo coronavírus. Aquele revendedor que não tinha fôlego financeiro corre um risco maior de sofrer as consequências por mais tempo e, em casos extremos, ver-se obrigado a fechar as portas. Principalmente o revendedor de Minas Gerais, que vinha de situações adversas ao longo dos últimos anos, pode ter sido pego sem recursos suficientes para sobreviver à situação. O que Sérgio Eustáquio destaca é que ainda há tempo hábil para que se planeje melhor o fluxo. “Em tempos de crise, se possível, o empresário deve fazer uma planilha com as entradas e saídas diárias para os próximos três ou quatro meses. Se observar que o caixa não dará conta de cobrir os prejuízos da crise de agora, por exemplo, ele não pode esperar, pois não há mais tempo e margem para erro. Ou seja, esse empresário já pode ir preparando a documentação para obter possíveis empréstimos, pedir um balanço para a contabilidade e mensurar o volume de recursos que será necessário.” Quem foi pego de “calça curta”, linhas de crédito são umas das soluções mais interessantes. “Tomar empréstimo não é o fim do mundo, pelo contrário, ajuda a crescer”, diz o professor. Ele dá a fórmula para não ter prejuízos futuros: a rentabilidade operacional do posto tem que ser maior do que o custo do empréstimo. “Há uma falácia no mercado de que existe dinheiro caro e dinheiro barato. Isso não é verdade.” Por exemplo, uma empresa pegou um empréstimo de 12% ao ano, mas o retorno operacional que esse recurso está dando é de 15% – neste caso, portanto, o endividamento não é um problema. “É uma saída, é saudável, mas o revendedor tem que fazer a conta de quanto a operação está gerando de retorno.”

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Professor da FDC mostra possíveis caminhos para lidar com a falta de caixa em tempos de recessão

Outra dica do especialista é aportar capital. Se o empresário, como sócio, tem verba para emprestar para o posto, a hora é agora. Se ele tem o dinheiro, acredita no negócio e na retomada da economia, é preciso fazer o que na área de finanças é chamado de “contrato de mútuo”. Tudo pode ser bem amarrado contratualmente, com prazos de pagamento e outras medidas de segurança para a devolução do dinheiro. O intuito dessa movimentação é sair do risco das sanções a que as instituições financeiras podem recorrer em caso de inadimplência. A crise provocada pelo coronavírus deixará uma série de lições para a sociedade. Especificamente para o empresariado, ficará o ensinamento de que aquele que ainda atua de forma intuitiva, sem planejamento, dificilmente sobreviverá. É preciso ser mais que empresário do ramo de combustíveis: o mundo de hoje e o futuro demandam gestores profissionais, dotados de inteligência emocional para suportar uma crise econômica e sanitária dessa dimensão. Todo o preparo, portanto, é pouco neste momento.


Inteligência emocional para tempos difíceis Arquivo pessoal

A vida não tem sido fácil para o revendedor mineiro. Nos últimos três anos, crises nunca antes vivenciadas sequer pelos empresários mais experientes abalaram o setor. Em 2018, foi a greve dos caminhoneiros; já o ano passado ficou marcado pela ameaça de verticalização no varejo de combustíveis; e 2020 tem sido ainda mais desafiador: não bastasse as chuvas terem destruído cidades em janeiro, logo em seguida veio a pandemia. Mal havia se restabelecido de um, veio outro baque para testar a capacidade de resistência dos empresários do setor. É possível se recuperar? Como ter inteligência emocional para lidar com tantos reveses sucessivos? A Revista Minaspetro conversou com Simone Demolinari, psicanalista clínica e mestre em anomalia comportamental, que transmite aos revendedores uma mensagem de alento neste momento turbulento. Em primeiro lugar, a especialista destaca a importância de o empresário ser resistente para passar pela crise. “Muita gente confunde resistência com resiliência. Resistência é aguentar as adversidades sem esmorecer. A resiliência é a capacidade de voltar ao normal depois que o momento ruim passar. Ou seja, passamos, agora, por um momento em que a pessoa precisa resistir, ser forte, para, aí, sim, ser resiliente e conseguir manter o seu negócio.” Na teoria parece fácil, e não há uma “receita de bolo” para adquirir toda a inteligência emocional necessária para lidar com uma crise econômica tão profunda como a que resultará da pandemia. Simone, no entanto, cita um estudo que apontou as características de uma pessoa considerada resiliente, às quais o empresário pode recorrer para reerguer o negócio. OTIMISMO COM EMBASAMENTO “Todas as pessoas resilientes eram otimistas nessa pesquisa. Não aquele otimismo injustificado, povoado de frases clichê como ‘tudo vai dar certo’ – não é isso. Um otimismo alicerçado em valores internos, reais, com convicção”, diz Simone. São aquelas pessoas que conseguem ver oportunidades na dificuldade e têm confiança em sua capacidade, mesmo em um cenário desfavorável. SEM VITIMISMO É preciso diferenciar vítima de vitimista. A vítima é aquela que tem uma fraqueza explorada. Por exemplo, uma pessoa que foi assaltada, ou

Simone: “Vivemos um momento em que a pessoa precisa resistir, ser forte, para, aí, sim, ser resiliente e conseguir manter o seu negócio”

seja, estava vulnerável e não tinha o que fazer. Já o vitimista explora o fato e fica estagnado no sofrimento e na reclamação. FÁCIL ADAPTAÇÃO “Os resilientes ‘trocam as peças do tabuleiro’ com facilidade. Livram-se do problema rapidamente, não ficam apegados ao que foi vivido. Desprendem-se daquilo e pronto! Seguem em frente.” APRENDIZADO COM O ERRO Não insistir em situações que não foram bem-sucedidas é fundamental para seguir adiante. O resiliente até pode insistir no erro, mas aprende muito mais do que erra. Simone Demolinari explica que as características que compõem uma pessoa resiliente não são, obrigatoriamente, provenientes da personalidade. É algo que pode ser treinado e colocado em prática. Alguns indivíduos superam seus desafios porque a vida lhes impôs situações adversas; outros podem aprender e se empenhar em reforçar essas características. Ter resistência para passar por este momento vivido pelo mercado e resiliência para voltar à normalidade no posto de combustíveis são as recomendações. O Minaspetro trabalha para que voltemos a ter um ambiente de negócios saudável e promissor. Vamos prevalecer!

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MEU NEGÓCIO

Nº 128 – Maio 2020

Agindo na crise Pandemia evidencia como uma boa gestão é determinante para a viabilidade do posto

A

cuado. Assim ficou o revendedor quando a crise sanitária provocada pelo coronavírus tirou milhões de pessoas das ruas. O dono de posto mineiro, que há poucos meses já havia sido afetado pela destruição causada pelas chuvas, se vê agora diante do desafio de preservar a saúde financeira do negócio em meio à mais grave pandemia vivida pelo mundo em um século. A situação inesperada tem mostrado que aqueles que mantêm um fluxo de caixa saudável, adotam uma gestão planejada, possuem contratos bem-elaborados e primam por um bom relacionamento com seus fornecedores, certamente, vão passar pela crise com menos dificuldades e maior possibilidade de até mesmo projetar um horizonte, ainda que este se apresente obscuro. “O fluxo de caixa é a mais poderosa ferramenta quando tratamos de gestão financeira”, diz Bruno Silvestre, consultor do Grupo Sevilla, empresa de consultoria contábil de gestão. A realidade das empresas brasileiras, no entanto, é bem diferente. Segundo ele, mais de 60% delas não trabalham com previsão de caixa e investimentos. Isso significa que o impacto nas finanças não só será avassalador, mas trará sérias consequências para que algumas voltem a operar. O ponto central para a retomada do fôlego está no corte de despesas. Baixar o custo operacional do posto é fundamental. Além disso, a capacidade do revendedor para negociar com os fornecedores será colocada à prova neste momento. É preciso que se estabeleça uma negociação honesta, sugere Bruno.

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Arquivo pessoal

Bruno Silvestre destaca a importância do fluxo de caixa para a excelência na gestão financeira

A partir daí, o revendedor deverá se concentrar na possibilidade de criar receitas. “Compreender o que se tem a receber e o que se tem a pagar e incrementar receitas futuras dará ao empresário uma visão clara de até onde conseguirá chegar e, especialmente, o orientará sobre as ações que deverão ser executadas para prolongar o negócio”, diz o consultor. Uma das tratativas que estão em curso pelo Sindicato neste período diz respeito às adquirentes do vale-frota. A tentativa é, justamente, buscar receita para o associado. O Minaspetro tem negociado com as empresas a previsão de uma taxa única para que todos os revendedores consigam adiantar os recebíveis. Felipe Bretas, vice-presidente do Sindicato, que está à frente das negociações, ressalta que o recurso é fundamental para pequenos empresários que tinham um capital de giro baixo e precisam de liquidez.

QUALIDADE NA GESTÃO PARA ENCARAR O FUTURO A capacidade das empresas de tomar decisões certas em momentos adequados é o que Bruno Silvestre chama de “maturidade gerencial”. Principalmente no atual momento, o empresário precisa ter o controle e o entendimento explícito das informações financeiras e operacionais, para lançar mão das medidas mais arrojadas e acertadas. “Um planejamento financeiro estruturado deve se refletir em provisões, reservas e baixo desperdício. Assim, as ações para essas empresas estão relacionadas a ajustes e adequações. De forma oposta, empresas que não possuem essa maturidade acabam tomando decisões precipitadas ou não tão consistentes.” Felipe Bretas explica que, felizmente, mantém um capital de giro considerável para enfrentar a crise. Isso possibilita que ele tenha tranquilidade para analisar todos os geradores de despesa do posto. A primeira providência foi dar férias para metade da equipe. “Dispensar parte dos colaboradores seria bastante oneroso para um momento tão incerto”, pondera. Posteriormente, ele negociou aluguéis e entrou em contato com a distribuidora para baixar custos. Com o planejamento financeiro minimamente estruturado, ele já tem pensado em uma possível retomada da economia, quando o isolamento social cessar, mas conta que a situação ainda exige máxima cautela. “Quando voltar a vender normalmente, terei um grande prejuízo acumulado deste período, que vai tomar parte do


meu caixa. Por essa razão, é difícil saber se terei capital de giro.” O revendedor se preocupa, sobretudo, com pequenos empresários que foram pegos desprevenidos. A solução, segundo ele, é ter acesso a crédito barato de longo prazo (veja a negociação do Minaspetro com o BDMG nas páginas 12 e 13). “O que quebra, de fato, um revendedor de combustíveis não é prejuízo, é caixa”, conclui Bretas. A crise servirá de lição para todo o empresariado. Ficou claro que qualidade na gestão é um fator determinante para a sobrevida do negócio. O mercado tem se mostrado impiedoso com quem ainda não se preocupou em adotar processos administrativos inovadores e uma gestão responsável e sustentável, principalmente se levarmos em conta toda a dinâmica do setor de combustíveis. No atual momento, todo cuidado é pouco.

MEDIDAS EMERGENCIAIS FRENTE À CRISE

1

Crie um comitê de crise em seu negócio. Monte uma estrutura para pensar e estudar o tempo inteiro possíveis soluções.

2

Detalhe todos os gastos e fique apenas com o essencial. Lembre-se de que essenciais são os gastos que geram valor para os clientes.

3

Analise o fluxo de caixa da sua empresa e tente prolongálo o máximo possível.

4

Negocie com fornecedores de forma justa. É hora de ter os pés no chão e trabalhar para sustentar a cadeia de fornecimento.

5

Crie alternativas de receita. Essa transformação trará uma nova concepção de consumo.

6

Dê descontos para pagamentos à vista no dinheiro. O caixa precisa de recurso já.

7

Avalie as demissões. Rescisão contratual é algo caro e que impacta diretamente o caixa.

8

É preciso reduzir o estoque. Entre em negociação com a distribuidora para diminuir os custos de entrega e reduzir os volumes.

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GESTÃO DE PESSOAS

Nº 128 – Maio 2020

Equipe atenta e saudável Colaboradores se tornaram peças essenciais neste momento turbulento, tanto do ponto de vista econômico quanto da realização de ações práticas

O

distanciamento social não é uma opção para o revendedor. E, se ele precisa que a Revenda esteja funcionando, sua equipe também não deve esmorecer ainda que o momento seja tão difícil. Afinal, o frentista é um profissional vital para que os estabelecimentos continuem cumprindo o seu papel como atividade essencial. Por isso, em um momento de crise sanitária, é importante treiná-los e orientá-los quanto aos protocolos de higiene. Isso protege não só a equipe, mas o cliente que entra na pista. Leandro Motteran, do Posto Líder, em Varginha, convocou reunião para falar especificamente sobre a pandemia. “Alguns estavam receosos, inseguros”, afirma. O revendedor conseguiu comprar álcool em gel, mesmo com falta do produto na cidade, para oferecer a proteção recomendada a seus contratados. E bastou que eles fossem devidamente orientados para que se acalmassem. Motteran reiterou a importância de sempre utilizar o álcool em gel após os atendimentos e higienizar a máquina de cartão com frequência, para que a

saúde tanto da equipe quanto dos clientes seja preservada. “É hora de ter um debate franco com eles. Eles estão na linha de frente, psicologicamente fragilizados. Temos que dar segurança para que o trabalho prossiga.” USO DE MÁSCARA É importante ressaltar que o uso de máscara é obrigatório em todos os estabelecimentos comerciais do Estado, por força da Lei 1.661/2020. Para auxiliar os revendedores a instruir os colaboradores e funcionários, foram disponibilizados modelos de cartazes para fixação em áreas visíveis do estabelecimento. CONFIRA NO SITE DO SINDICATO!

ORIENTE SEU EMPREGADO A: • Limpar regularmente e diariamente as áreas comuns de trabalho, principalmente refeitórios, vestiários, banheiros, pisos, corrimãos e maçanetas, bem como as superfícies das mesas e estações de trabalho • Não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, pratos e copos • Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca com as mãos não lavadas • Ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel e imediatamente depositá-lo na lixeira. Caso não tenha um lenço no momento, poderá utilizar o cotovelo para tapar boca e o nariz

O REVENDEDOR DEVE: • Disponibilizar água, sabão e álcool em gel 70% em local de fácil acesso para que todos façam a higienização com frequência e certificar-se sempre da disponibilidade desses produtos

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Nº 128 – Maio 2020

MINASPETRO

Zelo para com a comunidade Frascos de álcool em gel foram doados ao Hospital São Francisco, parceiro do Sindicato desde 2018

O

Minaspetro não tem ficado de braços cruzados diante da ameaça sanitária enfrentada pelos mineiros. Como uma das maiores e mais importantes entidades sindicais do país, o Sindicato tem dado a sua contribuição para reduzir ao máximo as perdas humanas causadas pelo novo coronavírus. Para isso, foram doados 1.900 frascos de álcool em gel, que foram repassados ao Hospital São Francisco, parceiro do Minaspetro desde 2018, quando teve início o projeto Troco Solidário. O complexo hospitalar presta atendimento

Comunicação Hospital São Francisco

100% SUS e possui leitos destinados a pacientes que testaram positivo para a Covid-19. Revendedores ainda doaram cremes hidratantes para a pele aos profissionais de saúde que estão na linha de frente – um insumo valioso, tendo em vista as lesões com as quais médicos e enfermeiros têm convivido pelo excessivo uso de máscaras e luvas. Já no ano passado, os revendedores atenderam de imediato uma necessidade do hospital ao se unirem para adquirir 16 cadeiras de rodas que, posteriormente, foram doadas à instituição. Solidariedade você também encontra aqui.

Unidade do hospital no bairro Concórdia

Não senhor, presidente! O Minaspetro está atento às injustiças que tem sido feitas contra o setor e não vai deixar a população receber informações deturpadas Mesmo com todos os esforços para mostrar que a culpa dos altos preços dos combustíveis no Brasil não é da Revenda, autoridades e entidades públicas insistem em ludibriar a sociedade. O presidente Jair Bolsonaro publicou, no final de abril, em seu twitter oficial, uma mensagem em que se mostrava indignado com os valores praticados na gasolina e diesel. O presidente do Sindicato respondeu de forma ágil a dúvida. O Minaspetro reitera aos associados sua postura de defesa do setor e não vai tolerar informações conflitantes que mancham a imagem dos postos.

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Cada um de vocês são o combustível que não nos deixam parar Obrigado por estar na linha de frente com energia, comprometimento, sorriso e atendimento daqueles que precisam se deslocar para execução dos serviços Públicos e atividades consideradas essenciais. LEMBREM-SE DE SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DA OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE).

Lave as mãos frequentemente com água e sabão. Caso não seja possível, utilize álcool em gel.

Evite contato físico com outras pessoas. Atente para a distância física de um metro.

Sempre que tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com os braços ou lenço descartável.

Evite tocar os olhos, nariz e boca com as mãos. Se possível, fique em casa.


Nº 128 – Maio 2020

MINASPETRO

Na ponta do lápis Minaspetro promove webinar com especialista da FDC, que recomenda ter atenção com estoque e eliminar despesas sempre que possível

Q

uase 300 revendedores de todas as regiões de Minas Gerais participaram do webinar promovido em abril pelo Minaspetro em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O tema não poderia ser outro – os desafios do mercado frente à crise provocada pelo novo coronavírus. Participaram do encontro virtual o presidente do Minaspetro, Carlos Guimarães, o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, o gerente de Desenvolvimento de Empresas da FDC, Carlos Eduardo Ávila Borges, e o especialista da FDC em Planejamento de Transporte e Logística, professor Paulo Tarso Vilela. A ideia foi mostrar como o mercado de combustíveis está se movimentando durante a pandemia, que fez com que postos e distribuidoras amargassem perdas consideráveis em volume de vendas. No histórico que traçou da crise, Paulo Tarso dividiu-a em três momentos: primeiramente, registrou-se uma queda acentuada no consumo, período que o especialista acredita já ter passado; numa segunda fase, que vivíamos no momento em que a live foi realizada, a demanda se encontrava volátil – algumas cidades já afrouxavam o isolamento, e postos de rodovia operavam com menores prejuízos do que os enfrentados pela Revenda urbana; e por fim, a retomada total das atividades, o que ainda não se sabe quando deverá ocorrer. “O momento é de ter a cabeça gelada para entender o que está acontecendo. Encontrei posto comprando o mesmo volume que comprava antes. Como isso é possível? É preciso ter gestão de estoque, cortar despesas e passar o setor de compras para o dono do posto. A compra é estratégica agora”, recomenda o professor da FDC. Ele ainda deu uma instrução interessante aos empresários: “Quando chegar ao estabelecimento, não veja o posto como um ponto de venda de combustíveis ou itens de loja de conveniência. Pense na Revenda como um mapa de custos. Rastreie todas as despesas e tente enxugar ao máximo.” OPERAÇÃO DE BAIXO CUSTO Paulo Miranda destacou as ações políticas do Sindicato e da Fecombustíveis com o objetivo de baratear o custo operacional dos revendedores. Uma delas foi a redução do horário mínimo de funcionamento. “Estou vendo revendedores passando da hora de 7h às 19 que sugerimos. Qual a finalidade? Ele precisa fazer a

Comunicação Minaspetro

Presidentes do Minaspetro e da Fecombustíveis participaram do evento virtual

conta de quanto está custando uma hora de seu estabelecimento aberto e o seu ganho nesse período.” O presidente da Fecombustíveis reitera a importância de o revendedor aderir às ações do governo e usufruir de algumas conquistas do Sindicato, como o adiamento de prazos para o pagamento de taxas, por exemplo, para ter liquidez imediata neste momento. Carlos Guimarães, por sua vez, compartilhou com os palestrantes e com o público suas impressões do mercado. Ele conta que participou de uma apresentação da Raízen em que a companhia apresentou um estudo que apontou que a queda de volume das indústrias já ultrapassa 40%, o que mostra que a recuperação será lenta. “Não vamos melhorar agora. Para isso, precisamos manter o estoque baixo e cortar despesas, além de negociar os contratos mantidos com fornecedores. Se você olha para o caixa hoje, pode ter a falsa sensação de que tudo está bem. Isso não é verdade, a conta vai chegar. Os postos não estão fechando agora, mas quem não se adequar vai começar a encerrar suas atividades no segundo semestre”, prevê o presidente do Minaspetro. Até que o período de isolamento chegue ao fim, a intenção é continuar realizando lives para munir os revendedores de informações importantes relacionadas ao mercado e difundir boas práticas de gestão. Fique de olho nos canais de comunicação do Sindicato e não perca os próximos eventos virtuais.

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FORMAÇÃO FORMAÇÃODE DEPREÇOS PREÇOS Gasolina – Minas Gerais / MAR - ABR - MAI/2020 R$ 4,00

R$ 3,8190 R$ 3,6109 R$ 3,4991

R$ 3,50

R$ 3,00

14/03 - 20/03

21/03 - 27/03

R$ 3,4502

R$ 3,4231

28/03 - 03/04 04/04 - 10/04 11/04 - 17/04

R$ 3,3053

R$ 3,3011

18/04 - 24/04 25/04 - 01/05

Etanol – Minas Gerais / MAR - ABR - MAI/20200 R$ 2,60 R$ 2,4512 R$ 2,2928 R$ 2,30

R$ 2,1793

R$ 2,2348

R$ 2,0840 R$ 2,00

14/03 - 20/03

21/03 - 27/03

R$ 2,0806

28/03 - 03/04 04/04 - 10/04 11/04 - 17/04

R$ 2,1073

18/04 - 24/04 25/04 - 01/05

Diesel S10 e S500 – Minas Gerais / MAR - ABR - MAI/2020 R$ 2,8251 R$ 2,7920

R$ 3,00

R$ 2,7356 R$ 2,7121

R$ 2,7176 R$ 2,6840

R$ 2,6821 R$ 2,6499 R$ 2,6545 R$ 2,5975

R$ 2,5438 R$ 2,5438 R$ 2,5195 R$ 2,5195

R$ 2,50

R$ 2,00

14/03 - 20/03

21/03 - 27/03

28/03 - 03/04 04/04 - 10/04 11/04 - 17/04

18/04 - 24/04 25/04 - 01/05

S10 Confira as tabelas completas e atualizadas semanalmente em nosso site – www.minaspetro.com.br –, no link Serviços, e saiba qual o custo dos combustíveis para a sua distribuidora.

Os preços de etanol anidro e hidratado foram obtidos em pesquisa feita pela Cepea/USP/Esalq no site http://www.cepea.esalq. usp.br/etanol/. Importante ressaltar que os preços de referência servem apenas para balizar a formação de custos, uma vez que as distribuidoras também compram etanol por meio de contratos diretos com as usinas. Esses valores não entram na formação de preços, de acordo com a metodologia usada pela Cepea/USP/Esalq. Os preços de gasolina e diesel foram obtidos pela formação de preço de produtores segundo o site da ANP, usando como referência o preço médio das refinarias do Sudeste. A tributação do etanol anidro e hidratado foi publicada com base nos dados fornecidos pela Siamig. Os valores do biodiesel foram obtidos por meio do preço médio sudeste homologado no 69º leilão realizado pela ANP. Os percentuais de carga tributária foram calculados com base no preço médio no Estado de Minas Gerais (PMPF/Ato Cotepe) do respectivo mês, o mesmo usado para base de cálculo do ICMS. Os valores de contribuição de Pis/Pasep e Cofins da gasolina e diesel sofreram alterações pelo decreto 8395, de 28/01/15.

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