Revista Cidadela

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Ano I | Número 01 | 2015

Entre. A casa é nossa. Com requinte, sofisticação e aconchego, a Pousada Pequena Tiradentes é um convite a vivenciar a riqueza das montanhas de Minas

CAPA 01

Gastronomia O sabor e a tradição do ora-pro-nóbis na mesa mineira Arquitetura Beleza e grandeza se encontram nas construções coloniais Especial Casa & Jardim Inspiração une o rústico ao moderno em um só lugar

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Sumรกrio

22 44 48

18

72

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18 Gastronomia De sabor delicado e rica em vitaminas, a folha de ora-pro-nóbis compõe a receita exclusiva do chef Felipe Rameh aos leitores da revista Cidadela.

22 Capa Pousada Pequena Tiradentes acolhe seus hóspedes com sofisticação e aconchego para experiências inesquecíveis.

44 Arquitetura Beleza colonial. Charme e autenticidade na preservação da memória histórica da cidade.

48 Carnaval A tradição e a tranquilidade encontrada em Tiradentes são um convite para a folia em família.

72 Casa e jardim Um especial da revista Casa e Jardim mostra a casa da designer de interiores Tota Penteado.

52

Turismo

Os amantes da natureza também têm programação garantida em Tiradentes.

56 Personagens da cidade

Com talento e criatividade, três artesãos perpetuam a tradição de Tiradentes para o artesanato.

60

Museus

Um circuito histórico, com visitas a museus e igrejas, permite uma viagem no tempo.

84 Casa e Comida Desfrute das delícias do café da manhã da Pousada Pequena Tiradentes com este especial da revista Casa e Comida.

56 Tour

Gastronômico

Não faltam opções em Tiradentes para os amantes da tradicional cozinha mineira e da culinária internacional.

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Colaboradores

10 Saúde e

bem-estar

14 Aqui é o meu lugar

15 Check-in/Check-out 16 Produtos Marcenaria Tiradentes

32 Editorial de Noivas 40

Tecnologia

42

Literatura

50 Armazém de Minas 64 Reflexão 68 Agenda 92 Coluna social 98 Foto em foco

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Editorial

Expediente A revista Cidadela é uma publicação da Pousada Pequena Tiradentes. Avenida Governador Israel Pinheiro, 670, Tiradentes Diretora-geral e comercial Vanilce Barbosa

“E será que, vindo tu conosco, e sucedendo o bem que o Senhor nos fizer, também nós te faremos bem.” Nm 10,32 Quinze anos se passaram desde aquele carnaval em que a Pequena Tiradentes abriu suas portas. Uma parte da pousada ainda estava em obras, mas os hóspedes não se importavam. Ocupamos todos os quartos na primeira temporada. Incrédulos, muitos se perguntavam como aquilo fora possível. Nós sabíamos. Nossa pousada nasceu para intensificar o que consideramos mais importante e que vem do coração: receber bem as pessoas. É dessa forma que temos construído laços, cultivado amizades, reunido gente que sempre quer compartilhar experiências. Para nós, isso é o mais gratificante. Como mineiros, tomamos gosto por ouvir e contar histórias desde crianças. Aprendemos que nada é melhor que um bom “causo” para aproximar as pessoas. Esta revista foi criada com este propósito, o de compartilhar com você as experiências, emoções e descobertas daqueles que fazem a nossa Pequena Tiradentes. Aqui você vai encontrar textos de alguns de nossos amigos que receberam o desafio de trazer, para esta edição, um pouquinho de suas experiências no Brasil e no mundo. Nossa revista, assim como a pousada, viaja por vários países. Mas nunca se esquece de sua origem. Por isso, também trazemos conteúdos sobre as riquezas de nossa cidade, suas histórias e curiosidades. Esperamos que sua leitura seja tão prazerosa quanto sua experiência na Pequena Tiradentes. Seja bem-vindo à nossa Cidadela!

Vanilce Barbosa 6 | Revista Cidadela

Diretora comercial Gabriela Barbosa Diretor executivo Bruno Barbosa Projeto gráfico e diagramação Filipe Alvarenga 2 Pontos Comunicação Foto de capa Nidin Sanches Produção editorial Kátia Soares e Sabrina Beckler/Viver Comunicação e Marketing Revisão Rede Comunicação de Resultado Assessoria Jurídica Ivan Barbosa Tiragem 10.000 exemplares A revista Cidadela não se responsabiliza pelo conteúdo de artigos assinados, anúncios e fotos de arquivo pessoal.

Para conversar com a gente, envie um email para cidadelarevista@ cidadelarevista.com.br


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Colaboradores

Zezé Calvo Florista

Beth Goulart

Carioca, reside em Nova York desde os anos 70. Começou carreira no teatro. Hoje, possui a mais requisitada loja de flores de Nova York, a Zezé Flowers.

Atriz Atriz e apaixonada pelas obras de Clarice Lispector.

Marcos C. de Passos Presidente da Safe Security Atua em empresa do mercado de construção de DataCenters e Centro Integrado de Comando e Controle.

Carlos Ayres Britto Ministro

Rosana Simões Médica Clínica Médica, Gastroenterologista, Terapia Intensiva, Hepatologista e Especialista em Transplante de Fígado, Medicina Estética e Medicina Antienvelhecimento.

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Doutor em Direito pela PUC São Paulo, foi ministro do Supremo Tribunal Federal, é presidente do Centro Brasileiro de Estudos Constitucionais (CBEC) e atua como professor do Programa de Mestrado e Doutorado do UniCEUB.


INSTAGRAM @DANIELLEBENICIO | TEL.: 31.3264.0153 | BH - SP - RJ

WWW.DANIELLEBENICIO.COM.BR

FOTO DANIELA NOGUEIRA | MAKE JÔ MARTINS | JOIAS MIGUEL ALCADE | CENÁRIO PEQUENA TIRADENTES


Saúde e bem-estar

Viva mais e com mais qualidade Ao contrário do que imaginávamos, os nossos hormônios não diminuem porque nós envelhecemos. Nós envelhecemos porque nossos hormônios diminuem. Fundamentada na compreensão da fisiologia humana, a medicina antienvelhecimento surge com um novo conceito sobre o envelhecer, com novos objetivos e, consequentemente, novos tratamentos. A medicina regenerativa interpreta mais agressivamente os resultados de determinados exames laboratoriais específicos, que não fazem parte da investigação de rotina da maioria dos médicos brasileiros, infelizmente. Através desses exames, podemos perceber alterações significativas, que, fatalmente, levarão ao envelhecimento precoce pessoas completamente assintomáticas. Este novo conceito em medicina visa promover a recuperação e prevenção dos danos celulares, estruturais e hormonais, identificados por esses exames detalhados, e que começam a se somar a partir dos 25 anos de idade. Esta visão mais agressiva da medicina convencional permite que possamos fornecer, a nós e aos nossos pacientes, um envelhecimento de forma absolutamente saudável. O envelhecimento orgânico deixa de acontecer, apesar da continuação do envelhecimento cronológico; assim, ficamos mais velhos 10 | Revista Cidadela

em número de anos, mas continuamos jovens física e mentalmente. Tudo começou em 1982, em uma conferência entre os chefes de Estado dos países ricos, na tentativa de propor aos médicos e cientistas uma forma de promover o aumento da longevidade livre dos problemas clínicos que a acompanham. Nessa época, notou-se que o passivo econômico e social trazido com o envelhecimento populacional estava aumentando, e os governantes passaram, então, a se preocupar com o futuro do sistema previdenciário. “O mesmo implodiria se não pensássemos em algo que pudesse melhorar a qualidade de vida dos idosos. Estamos aumentando a longevidade da população e, junto com ela, estamos aumentando o número de pessoas que adoecem mais, mas que não se classificam como cidadãos economicamente ativos...” (discurso de Jaques Chirac – presidente da França na época). A população está envelhecendo mal. Há aumento do contingente de idosos sem condições de transmitir o “SavoirFaire” (Know-How) acumulado durante anos em suas profissões. O prejuízo do setor, que conta essencialmente com jovens cheios de teoria e pouco “jogo de cintura”, é incomensurável. O mal da degeneração do sistema nervoso central (SNC), que acomete a população idosa, tem como protagonista a Doença de Alzheimer, sem contar as doenças


cérebro-vasculares (AVCs), as quais impedem que os nossos idosos consigam transmitir aos mais novos o que eles têm de mais valioso – a experiência. O que mata a população idosa ou o que a impossibilita de continuar a produzir e a viver com qualidade passa pelo aparecimento da aterosclerose, da degeneração do SNC e da osteoporose. Se conseguirmos eliminar esses três elementos responsáveis pela degeneração do nosso sistema, conseguiremos não só prolongar os anos de vida, mas aumentar a qualidade dos anos adicionados. Em meu consultório, desde que especialista em Clínica Geral, Gastroenterologia, Hepatologia, Transplante de Fígado, Terapia Intensiva, Medicina Estética e titulada como especialista em medicina regenerativa – especialidade ainda inexistente no Brasil –, posso orientar, com muita propriedade e segurança, os meus pacientes sobre o que há de mais espetacular no retardamento do envelhecimento cutâneo, capilar, ósseo, vascular, cerebral, facial, corporal e sexual. Existe um extraordinário crescimento tecnológico em termos de regeneração celular. Este crescimento tecnológico é um movimento médico iniciado em 1992 e que compõe o cenário de megatendências. Ou seja, de cada 10 grandes áreas de investimento em

tecnologia e pesquisa avançada, o movimento anti-aging está inserido diretamente em 4 delas. Sabemos que as causas básicas do envelhecimento são: excesso de peso, stress não compensado, quedas hormonais (pausas), dieta hormonalmente incorreta (pró-inflamatória), estilo de vida competitivo, sedentarismo, inflamação vascular crônica. A principal causa de morte no século XXI chama-se ignorância. Hoje dominamos o conhecimento a respeito do que faz a célula morrer (apoptose): a oxidação é o evento final. Entretanto, o uso de antioxidantes evita apenas esse evento final, e não a cascata de danos que levarão a célula à morte. Ora, uma célula deteriorada necessita morrer e ser eliminada; não deveremos pura e simplesmente evitar a morte com antioxidantes. É preciso evitar a deterioração celular. Sabemos que a idade de um homem se mede pelo estado de suas artérias. É o nosso “encanamento” que está em jogo. Uma pele saudável e jovem, um corpo com musculatura definida e ausência de obesidade de cintura, uma postura de atitude em relação à vida, a ausência de disfunção erétil (condição que acomete, em algum grau, praticamente 100% dos homens a partir dos 45 anos), permitindo uma vida sexual sadia, a manutenção da boa performance nos exercícios, Revista Cidadela | 11


a elaboração da memória, tudo isso passa pelo funcionamento adequado das nossas artérias. Assim, os nossos hormônios conseguirão atingir os seus órgãos-alvo. Hormônios só exercem adequadamente as suas funções se estiverem em nível ótimo, e não em nível laboratorial normal. A diferença entre a idade biológica e a cronológica, medida através de modernos softwares de computação, mostra, com clareza, a diferença entre indivíduos submetidos à biomodulação hormonal e os que não foram modulados. O ganho de peso inexplicado, apesar da dieta cada vez mais saudável, a depressão, a insônia, o cansaço e o desânimo crônicos, a impotência sexual, a obesidade de cintura, a perda da libido, a degeneração da pele, a perda e enfraquecimento dos cabelos, a perda da capacidade de armazenamento de informações e da memória para fatos recentes, o sono intranqüilo e não regenerador, tudo isso tem causa. Todas essas condições clínicas e muitas outras têm explicação fisiológica e têm, conseqüentemente, tratamento rápido e eficaz. Verifi camos, todos os dias, em consultório, que mais e mais pacientes, ainda jovens, mas após os 25-30 anos, começam a apresentar elevação da pressão arterial e aumento do colesterol. Não raro, encontramos garotos de 30 anos ocupando leitos de CTI por IAM (infarto agudo do miocárdio). Por quê?

A medicina regenerativa explica: o nosso cérebro faz com que elevemos os níveis de colesterol para tentar suprir o nosso organismo da falta de hormônios. Às vezes, nem nos demos conta de que estamos privados dessas substâncias, mas o organismo já deu o sinal de alerta, e o cérebro compreendeu que é preciso agir e aumentar a absorção do colesterol da dieta, bem como aumentar a produção hepática do mesmo. Sem a fonte de hormônios (todos advém do colesterol), os pacientes fi carão privados dos mesmos, com consequente dano orgânico e estrutural, envelhecendo mais rapidamente e abrigando uma série de doenças que surgirão a seguir: depressão, ansiedade, hipertensão, osteoporose, obesidade, impotência, etc. Todas essas “doenças” são evitáveis, mas estão aí, cada vez mais presentes em nossa vida cotidiana. A tecnologia para regeneração celular e recuperação do equilíbrio orgânico é percebida também na oncologia (área da medicina que se dedica ao estudo e tratamento dos cânceres). Os países desenvolvidos já utilizam, em larga escala, vacinas anticânceres. Destas, apenas a vacina contra o Papilomavírus humano (responsável pelo CA de colo de útero) é utilizada no Brasil. Sinto como dever propagar esses novos conceitos e divulgar que o tratamento existe e será tanto mais efi caz quanto antes for iniciado.

Por Dra. Rosana Simões 12 | Revista Cidadela


Móveis, como o próprio nome diz, sugerem movimento. Os nossos andam o mundo todo.

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Aqui é o meu lugar

Turistando em Nova York Nova York é uma cidade forte, cativante, que faz com que as pessoas que gostam da urbanidade, do excessivo e do excêntrico se apaixonem imediatamente. Aqui, você encontra o que quer, quando quer. Basta andar por todos os lados e cantos que você encontra o que o inspira, o seu objeto de desejo. Uma cidade onde a população é de 8.5 milhões de pessoas e que, diariamente, somente na ilha de Manhattan, ganha mais 1.6 milhão de pessoas que chegam para trabalhar tem que estar preparada para atender a todos. Assim a gente acompanha cenas maravilhosas, que mexem com cada um de forma bastante diferente. É maravilhoso poder acordar bem cedinho e ir ao mercado de flores ou então dar um passeio no Central Park, passar pela fonte de Bethesda, com o anjo que abençoa a água. Nessa área, foi filmado “Hair”, com muita música e versos, famosos pelos protestos contra a Guerra do Vietnã. Ali pertinho, tem a famosa “Boat House”, que é bastante procurada para o famoso “brunch” nova-iorquino. Para quem gosta de museus e arte, no próprio Central Park, pode-se ir ao Metropolitan Museum of Art, famoso por suas exposições abrangentes e uma coleção inacreditável de obras do período impressionista e também pecas egípcias, incluindo o “Templo de Dandur”. Ali, ao lado, está a Neue Galerie, famosa por sua coleção, que

inclui o impressionante quadro de Klimt - “Woman in Gold” (Mulher em Dourado). Quem conhece bem história da arte, ou viu o filme sobre o quadro, sabe que o verdadeiro nome da obra é “Adele Bloch-Bauer”. A cidade dá muitas opções: teatros e musicais na Broadway, excelentes concertos, ballets e óperas no Lincoln Center e shows de jazz nos maravilhosos inferninhos de Greenwich Village. As compras também são fortes atrativos da cidade, onde grandes marcas, como Prada, Gucci e Valentino, estão presentes. Ou quem sabe os maravilhosos brechós no East Village ou no Brooklyn. Os marcos turísticos, como o Empire State Building ou a nova Freedom Tower, vêm dar a oportunidade de ver a cidade de cima. A vista, nos dias de sol ou nas noites iluminadas, é inesquecível. Um dos grandes atrativos da cidade é o fato de se estar no centro do mundo, onde tudo acontece, e poder ser a maior celebridade do mundo e, ao mesmo tempo, ninguém. As pessoas respeitam a individualidade, as diferenças, a diversidade que se impõe e transborda na vida cotidiana de todos os que por aqui estão. Nada mais importante do que você poder ser quem você é. Isso é inigualável! E, ao pensar em agradar a quem nos quer bem, nada como dar lindas flores. Passa lá no Zezé Flowers que você vai ter uma experiência única, capaz de fazer sorrir até mesmo a pessoa mais ranzinza do mundo.

Por Zezé Calvo 14 | Revista Cidadela


Check-in/Check-out

Arquivo pessoal

Alexandre Wanderley, empresário | “Ao comemorar meu aniversário na Pequena Tiradentes, eu e meus convidados tivemos a satisfação de estar em um ambiente maravilhoso, sermos recebidos por pessoas amáveis e atenciosas e disfrutarmos de boas acomodações. Não poderia deixar de citar a recepção preparada pela chef Ronie Peterson, do restaurante Mandolim.”

Arquivo pessoal

Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadorageral da Mostra de Cinema de Tiradentes | “Na Pequena Tiradentes, me sinto em casa. É um lugar de encontro, celebrações, descanso e parceria. A proprietária Vanilce sempre nos acolhe de forma diferenciada, e sua visão empreendedora torna possível renovar nossa parceria por ocasião da Mostra de Cinema de Tiradentes.”

Arquivo pessoal

Eugênio Sávio

Experiências e sensações de quem passou pela Pequena Tiradentes

Maria Luiza Rocha de Alcantara, artista plástica | “Conheço a Pousada Pequena Tiradentes há alguns anos, os mínimos detalhes e tudo no local me encantam. Vanilce e sua filha Gabriela administram o empreendimento com o jeito mineiro de ser, fazendo os hóspedes se sentirem em casa.”

Olga Bongiovanni, jornalista | “A Pequena Tiradentes é um refúgio encantado e isso faz com que a gente sinta vontade de morar ali. Quando estive na pousada, me senti como membro da família. É um lugar especial, inesquecível, para viver dias maravilhosos e voltar sempre”.

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Produtos Marcenaria Tiradentes

A Marcenaria Tiradentes une a beleza do feito à mão ao design diferenciado. A marca, que faz parte do Grupo Pequena Tiradentes, produz móveis de madeira de demolição de encher os olhos e, em sua loja, ainda oferece peças importadas para que você encontre tudo de que precisa para decorar a casa. Difícil sair de lá de mãos vazias. Fotos J. Viegas Marcenaria Tiradentes Rua dos Inconfidentes, 233 Centro – Tiradentes - MG www.marcenariatiradentes.com.br tels. (32) 33552421, 8418-8641

Estátuas de Mármore Importadas Estátuas de mármore importadas, para decoração externa e interna, com qualidade superior de acabamento, em diversas cores e modelos.

Estante amarela e preta

Mesa Malhetada com cortes retos

Estante importada, produzida na Índia, com acabamento em pintura fosca preta e amarelo vivo, prateleiras ajustáveis, com uma gaveta na parte baixa. 1,60m x 0,43m x 1,90m.

Mesa Artesanal com linhas retas, encaixes malhetados, produzida em madeira de demolição Premium, para área interna e externa, muito utilizada em espaços Gourmet, por sua resistência a intempéries. Acabamento superior.

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Projeto Gourmet

Biombo Vermelho

Montamos seu espaço gourmet com peças diferenciadas, como a mesa Cavalete e cristaleira artesanal, em madeira de demolição premium e acabamento superior.

Biombo indiano feito em madeira, com detalhes temáticos com quatro folhas. Peça única. Pode ser usada em ambientes diversos.

Armário Entalhado

Objetos Gourmet

Armário Indiano Entalhado, um artesanato feito com base em um portal antigo entalhado artesanalmente. Peça única. Pode ser usada em ambientes diversos. 1,56m x 0,60m x 2,16m

Com uma vasta gama de produtos, completamos seu projeto com o que há de melhor no mercado. Temos sousplast, pratos, copos, taças e objetos de decoração para melhor ambientação do mobiliário escolhido.

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Gastronomia

A majestade, o ora-pro-nóbis A planta, de altíssimo valor nutricional, tem sua história e consumo ligados aos tempos do ciclo do ouro em Minas Gerais A pronúncia pode soar difícil, apenas um detalhe comparado aos nutrientes da hortaliça rica em vitaminas A, B, C, proteína, magnésio, fósforo e cálcio. Do latim, a expressão ora-pro-nóbis, traduzida para o português, significa “rogai por nós” ou “orai por nós”. Não se sabe ao certo, mas reza a lenda que tudo tenha começado nos tempos da Colônia, na região de Sabará, São João del-Rei e Tiradentes, então chamada de Vila de São José. Naquele tempo, a hortaliça era plantada, no entorno das igrejas, por padres europeus, com a intenção de criar uma barreira natural - e de proteção -, uma vez que os arbustos possuem espinhos em seu caule, formando um maciço intransponível. Proibida, a plantinha era colhida pelos escravos enquanto a extensa oração era rezada. Devido ao valor nutricional, também ficou conhecida como “carne dos pobres”. E, como manda a tradição, Felipe Rameh, chef e sócio do restaurante Alma Chef – Casa de Gastronomia, no charmoso bairro de Lourdes, na capital mineira, destaca o valor do alimento e suas possibilidades de consumo. “O ora-pro-nóbis tem um sabor herbáceo muito delicado, por isso é comumente usado com carnes de frango, peixe e porco, permitindo que seus aromas se mostrem no prato”, explica. Refogada, a folha também é um ótimo 18 | Revista Cidadela

acompanhamento para moqueca, frango com quiabo e costelinha. O ingrediente também guarda outros segredos. As dicas, recomendam Felipe, devem ser observadas na hora do preparo: “as folhas precisam ser usadas ainda frescas, recém-colhidas, para que suas propriedades nutricionais se mantenham. Outro cuidado necessário com o uso do ora-pro-nóbis na cozinha é acrescentá-lo às preparações apenas no final do cozimento. Assim, o sabor, textura, cor e nutrientes continuam presentes”, orienta. Versátil, a planta também faz bonito se consumida crua em saladas, recheios de massas, acompanhamentos refogados, caldos e cozidos, e outros. Anonimato As contradições estão em todos os lugares, inclusive na gastronomia. Para Rameh, também conhecido por ser um dos principais incentivadores da alimentação saudável e de valorização dos ingredientes brasileiros, poucos conhecem a planta fora de Minas Gerais. “O que é uma pena, pois o alimento é muito rico e poderia ser usado na alimentação diária do brasileiro. Isso diminuiria os índices de desnutrição, doenças e escassez de comida.


Internet

De sabor delicado e rica em vitaminas, a folha de ora-pronĂłbis compĂľe a receita exclusiva do chef Felipe Rameh aos leitores Revista Cidadela | 19 da revista Cidadela


O ora-pro-nóbis é de fácil adaptação, poderia ser plantado em todo o país, mas ainda é pouco conhecido, por isso acredito na importância de mostrar suas possibilidades”, afirma. Na receita de “Frango com Arroz Meloso e Pinhão”, criada com exclusividade para a revista Cidadela, Felipe acrescenta que a folha serve como um espessante natural, assim como o quiabo, e pode ser utilizada em qualquer preparação em que se deseja esse resultado.

Sobre o uso da panela de pedra-sabão como sendo o recipiente ideal para o preparo do alimento, ele desconhece a afirmação, mas acredita que ela possa existir devido às tradições do uso das mesmas em Minas Gerais. “Utilizo todos os tipos de materiais para trabalhar com o ingrediente e sempre tive resultados muito bons”, finaliza. Aos amantes da boa gastronomia mineira, em latim ou em bom português, “rogai por nós” e “orai por nós”!

Giovanni Bessa

Frango com Arroz Meloso e Pinhão

PARA O ARROZ MELOSO • 40 g de arroz agulhinha cru • 5 ml de azeite extravirgem • 5 g de manteiga sem sal • 1 dente de alho médio (metade para base e metade para a finalização) • 50 ml de caldo de frango • Água • 1 g mix de especiarias (cravo em pó, canela em pó, cominho em pó e

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pimenta-do-reino preta moída na hora) • 1 gema de ovo caipira • Aparas das folhas de orapro-nóbis • Ciboulette, salsinha e pimenta caipira à gosto PARA O FRANGO • 2 coxas de galinha caipira • 200 ml caldo de frango

PARA O TEMPERO CAIPIRA DO FRANGO* • 1 galho de alecrim 1 • ⁄2 maço de salsinha • 10 g sal refinado • 50 ml óleo de canola • Pimenta-do-reino moída na hora • 2 dentes de alho médio Processar no liquidificador e guardar esse tempero para utilizar quando necessário.


PARA O CALDO DE FRANGO • 1 pé de porco • 300 g de pé de galinha • 300 g de dorso de frango • 300 g de pescoço de peru • 125 g cebola • 125 g cenoura • 125 g salsão • 125 g alho-poró • Água suficiente para cobrir PARA A FINALIZAÇÃO • 4 pinhões • Brotos de coentro • Ora-pro-nóbis (cortado em moedas de 1,5 cm de diâmetro)

Modo de Preparo CALDO DE FRANGO Levar ao forno préaquecido, a 200° C, o pé de porco, os pés de galinha, os dorsos de frango e os pescoços de peru por aproximadamente 30 minutos, ou até que estejam bem dourados. Em uma panela em fogo alto, dourar todos os legumes cortados grosseiramente com um fio de óleo. Acrescentar os ossos dourados e cobrir com água fria. Cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 12 horas, retirando sempre a camada de gordura que se formará na superfície. Reduzir o caldo até ficar com o sabor bem acentuado. Coar e reservar o lÍquido. PINHÃO Assar os pinhões envoltos em papel-alumínio na brasa ou em forno pré-

aquecido a 180° C por aproximadamente 1h30min, ou até que estejam macios. COXA DE GALINHA CAIPIRA Processar todos os ingredientes do tempero caipira no liquidificador até formar uma pasta. Esfregar esse tempero nas coxas de frango e deixar descansar por até 12 horas. Cortar os tendões da galinha na base do osso do pé para que, durante o cozimento, a carne retraia e o osso apareça, deixando a carne com uma estética mais interessante. Em uma forma, cobrir as coxas de frango até a metade com o caldo de frango já coado, porém não muito reduzido. Levar ao forno préaquecido a 180° C coberto com alumínio, virando a cada 20 minutos por cerca de 1 hora. As coxas irão cozinhar e dourar ao mesmo tempo, e esse caldo do cozimento irá reduzir e caramelizar levemente. Ao final do cozimento, retirar o alumínio e aumentar a temperatura do forno a 200° C, regando as coxas de frango a cada cinco minutos até que estejam totalmente douradas e glaceadas. Reservar e juntar o caldo restante da cocção ao caldo de frango, que está reduzindo, pois este entrará na finalização do arroz meloso. ARROZ MELOSO Refogar metade do alho picado na panela com

manteiga durante dois minutos, em fogo baixo, até dourar levemente. Adicionar o arroz e entrar com água fria suficiente para cobrir o arroz. Quando a água secar, desligue o fogo. Em outra frigideira, refogar no azeite o restante do alho picado em fogo baixo. Adicionar o caldo de frango, as aparas de folha de ora-pro-nóbis e aromatizar com as especiarias. Acrescentar o arroz pré-cozido e, ao sentir que o grão está no ponto de cocção correta, acrescentar a ciboulette picada, a salsinha e a gema de ovo rapidamente. O arroz deve ficar meloso e caldoso. Finalizar com pimenta caipira. Servir imediatamente, dispondo sobre um prato uma porção do arroz meloso e, por cima, uma coxa de galinha caipira. Decorar com os brotos de coentro e as moedas de ora-pro-nóbis. TEMPO DE PREPARO: 13 HORAS RENDIMENTO: 1 PORÇÃO O tempo de preparo é grande por conta do caldo de frango, uma das principais etapas de preparação, que leva 12h para ficar pronto. Quem optar pelo caldo (tablete) já pronto, a receita leva menos de duras horas. Para render mais porções, basta aumentar as quantidades na mesma escala.

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Capa

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Prazer em receber Em meio às montanhas de Minas, a Pousada Pequena Tiradentes acolhe seus hóspedes com sofisticação e aconchego para experiências inesquecíveis. O segredo está nos bastidores, guardado por uma mulher que sempre viveu à frente do tempo Texto Ana Paula Araújo Fotos Nandin Sanches

Com suas casinhas coloniais, ruelas de pedra, portas e janelas de madeira, a Pousada Pequena Tiradentes recria o charme e a tranquilidade característicos da bela cidade que a abriga. Somase a isso uma infraestrutura completa para descansar, com quartos amplos e confortáveis, piscinas, jacuzzi, bar e espaço fitness. Dessa combinação, surge o ambiente ideal para quem busca viver experiências marcantes. Desde sua inauguração, há 15 anos, a Pequena Tiradentes cresceu, acompanhando as necessidades dos clientes, elegendo-se a melhor pousada de Minas e uma das quatro melhores do país. Em um espaço de 20.000 m 2, os hóspedes, vindos de diversos cantos do Brasil e do exterior, são recebidos em

suítes amplas cujos nomes homenageiam grandes mulheres brasileiras. “O ambiente, o capricho nos quartos, o café da manhã, tudo é bom. Uma estadia na Pequena Tiradentes é estar em um dos hotéis mais charmosos do Brasil”, descreve Marcelo Cravez, proprietário da Viniltec. Ele e a namorada, Sara Hoffman, representante comercial, desfrutam desses atrativos pelo menos quatro vezes ao ano. “Conheci a pousada há mais de uma década, quando precisei pernoitar, durante uma viagem. Desde essa época, o jeito acolhedor de tratar as pessoas é o mesmo.” Cada experiência vivenciada pode ser levada para casa, como o conforto da cama, a suntuosidade dos móveis de madeira e ferro, a delicadeza dos objetos

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de decoração. Tudo o que compõe a pousada está à venda. Há, também, um grande acervo de produtos em uma loja de 3.000 m2 que se desdobra em vários ambientes, como sala de descanso, cozinha e bar. “As peças são maravilhosas, de bom gosto incrível. Aliado a tudo isso, um atendimento primoroso”, comenta Lorenza Ladeira Rohrann, administradora de empresas, que está decorando sua casa recémadquirida na cidade com os móveis e adornos da loja.

bijuterias de prata fabricadas em uma pequena oficina da família. Nessa época, porém, Tiradentes ainda não havia sido descoberta pelo turismo. As poucas pessoas que chegavam até lá, quase sempre, estavam apenas de passagem. “Fazíamos peças maravilhosas, manualmente, no fundo do quintal, à luz de lamparina. Toda a cidade trabalhava com isso, os pais transmitiam os conhecimentos para os filhos, mas nossa cidade era pequena e ainda não atraía turistas”, lembra a proprietária da Pequena Tiradentes.

Gente da terra Esta grandeza e beleza têm um segredo guardado nos bastidores, conhecido apenas por quem já esteve lá. É Vanilce Barbosa, proprietária da pousada, que recebe seus hóspedes com o mesmo cuidado e dedicação que os mineiros recebem suas visitas em casa. Cuida para que sejam atendidos em todos os seus desejos e apresenta a diversidade de móveis e objetos de decoração – criados por ela ou selecionados em vários lugares do mundo, como Itália, China, Índia e Tailândia. Para ela, sempre foi assim, desde os tempos em que vendia bijuterias na praça central de Tiradentes. Mas a trajetória até aqui não foi simples nem fácil. Foi necessário determinação, fé e uma visão empreendedora apurada para construir uma história que, hoje, desperta admiração em todos que a conhecem. Vanilce é tiradentina, penúltima filha de uma família com dez filhos e poucas posses. Gente da terra, que plantava os alimentos que iam para a mesa no almoço e no jantar. O trabalho com vendas – que rapidamente se mostraria um grande talento e uma paixão – começou cedo como alternativa à lavoura. Ainda na adolescência, já vendia 24 | Revista Cidadela

Por isso, quando dois de seus irmãos foram para o Distrito Federal estudar, Vanilce partiu junto em busca de melhores oportunidades. No intervalo das aulas, expunha as peças de prata no pátio da escola e participava de uma feira tradicional da cidade. Com mais experiência e conhecimento, passou a viajar para outras cidades do país, como São Paulo e Salvador, para vender os produtos da família aos comerciantes e em feiras de artesanato. “Desde cedo, ela demonstrava uma grande habilidade para vender e espírito de servir. Vendia o que queria. O cliente chegava pedindo doce e saía com um salgado na mão”, revela um dos irmãos, Luis Carlos Barbosa. As mercadorias também a acompanharam até São João del-Rei, onde decidiu se formar para professora. O grande movimento de estudantes da universidade chamou sua atenção de vendedora e, logo, aumentou sua clientela. “Ela sempre teve essa visão empresarial, não só de vender, mas de fabricar também”, acrescenta Luis Carlos. Aos 20 anos, quando se casou, em Tiradentes, surgiu o desejo de mobiliar a casa com móveis de bom gosto, mas o dinheiro era curto. Então, além de levar os produtos para outras cidades, Vanilce passou a vendê-los na praça Largo das Forras. O começo foi modesto, com apenas uma mesa na calçada. Mas, pouco tempo depois, o movimento


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“Eu gosto de empreender, gosto de atender, gosto de gente, e sempre acreditei na força da minha cidade. Vender é meu ramo, é minha vida”. Vanilce Barbosa Revista Cidadela | 25


A pousada é uma réplica da vila, com 62 suítes distribuídas em uma área de 18 mil m, com infraestrutura de luxo e aconchego e acolhida mineira

na cidade aumentou. Eram pessoas indo ou voltando de São João del-Rei, para visitar o túmulo do ex-presidente Tancredo Neves, falecido em 1985. Atenta, Vanilce trazia novidades da capital paulista para revender em sua banca, que cresceu e chegou a ter 15 empregados trabalhando na produção e venda das peças. Tudo caminhava bem quando uma tempestade repentina fez com que toda a mercadoria armazenada fosse perdida. Um conterrâneo, então, ofereceu seu paiol – espaço onde eram guardados os produtos da lavoura – para ela montar uma loja. Lá, foi criada a Gabriela Prataria – nome em homenagem a sua primeira filha –, onde permaneceu por dois anos e começou a diversificar as peças, buscando colchas produzidas artesanalmente na região. 26 | Revista Cidadela

O turismo chega a Tiradentes Já no final dos anos 1980, as belezas naturais e históricas de Tiradentes começavam a chamar a atenção como destino turístico. O número de pessoas que frequentava a cidade era cada vez maior, impulsionando o artesanato local. Porém, a infraestrutura de hospedagem e alimentação ainda era precária, e os turistas acabavam permanecendo pouco tempo ali. Foi quando Vanilce começou a receber as pessoas em sua casa, para tomar café, fazer uma refeição ou até mesmo passar a noite. Elas acabavam se tornando amigas e, em meio às conversas, ela apresentava seus preciosos produtos. Nos anos seguintes, a pequena loja do paiol seria transferida para o Empório Vanilce, um espaço mais amplo onde começou a expor móveis produzidos na


região, mas ainda pouco presentes no comércio. “Tudo desperta a curiosidade dela. Isso faz com que não se aquiete e tenha um entendimento muito maior sobre a vida e sobre os negócios. Para ela, cliente satisfeito é o mais importante. Minha mãe é uma pessoa visionária, mas que nunca esquece suas raízes simples”, revela João Barbosa, seu segundo filho. A Pousada do Largo também foi inaugurada nessa época, quando Vanilce continuou recebendo os clientes com a atenção e o cuidado de sempre. Ao longo da década de 1990, Tiradentes transformou-se de vez em ponto turístico, com a abertura de muitas pousadas e restaurantes para atender à demanda crescente. Mas, enquanto todos os donos de negócios queriam estar no centro histórico, Vanilce tomou uma decisão ousada: construir uma nova pousada em uma região afastada do burburinho da cidade e pouco habitada, no terreno onde morava com a sua família. “Um dia, eu olhei para esse espaço e decidi que era ali mesmo que iria construir minha segunda pousada, pois eu sabia que estaria completando o sonho que Deus tinha para minha vida e minha família”, recorda. Era 1999, ano do 3º Festival de Gastronomia de Tiradentes, e Vanilce percebeu que o evento estava atraindo para a cidade um novo perfil de turista, que buscava conforto, requinte e atendimento diferenciado. Foi com esse espírito que ela idealizou a Pequena Tiradentes, projetada pela arquiteta Beth Breder. As casinhas com estilo colonial, as ruas e as vielas de pedra recriariam o clima de charme e tranquilidade da vila, enquanto as acomodações seriam amplas e decoradas com sofisticação. Os hóspedes – pensava Vanilce – seriam excelentes clientes de seus móveis e objetos de decoração. Com muita dedicação, 15 dos 43 quartos estavam finalizados após nove meses de obras, às vésperas do Carnaval do ano 2000. Mas quase todos os recursos

disponíveis já haviam sido gastos. “A gente trabalhava na Pousada do Largo e no Empório para fazer dinheiro e pagar a obra”, diz Vanilce, que, novamente, com muita ousadia, decidiu abrir as portas de seu novo empreendimento e começar a receber os hóspedes. “As coisas aconteceram muito rápido. A pousada ficou pronta, mas os quartos não estavam todos finalizados. Os clientes já estavam chegando, e a gente ainda preparava as acomodações. Nós não tínhamos noção de que seria desse jeito”, recorda Emerson Almeida, primeiro recepcionista e hoje gestor da área de Tecnologia da Informação da pousada. Como também não havia orçamento para mobiliar os espaços, os artigos foram retirados de sua loja, ainda com etiqueta de preço – mesas, cadeiras, camas, bancos, colchas, almofadas, louças e muitos outros produtos que ela havia selecionado pacientemente. Encantados com a beleza dos objetos, os hóspedes pediam para comprá-los. E, assim, Vanilce trouxe para Tiradentes mais uma novidade, a pousada-boutique. Os clientes podem comprar qualquer artigo feito com exclusividade pelos

“Um dia, eu olhei para esse espaço e decidi que era ali mesmo que iria construir minha segunda pousada, pois eu sabia que estaria completando o sonho que Deus tinha para minha vida e minha família” Vanilce Barbosa Revista Cidadela | 27


melhores artesãos da região e que decoram os diversos ambientes da Pousada Pequena Tiradentes. “Eu gosto de empreender, gosto de atender, gosto de gente, e sempre acreditei na força da minha cidade. Por isso, decidi colocar na pousada as peças que eu tenho. Vender é meu ramo, é minha vida”, diz, sempre com grande entusiasmo. Os filhos aprenderam cedo com a mãe o valor do trabalho e da proximidade com as pessoas. “Convivíamos com ela na loja desde crianças, escutando, observando a maneira de tratar os clientes, de negociar. Isso influenciou nossa visão sobre a vida, sobre o compromisso com o trabalho e foi nos formando para, hoje, estarmos ao lado dela”, destaca o caçula, Pedro. “Ela lutou e construiu tudo sozinha, ao mesmo tempo em que criou a mim e aos meus irmãos. Ela é persistente assim como Jacó, que não largou o anjo enquanto Deus não deu a bênção a ele. A minha mãe é e sempre será para nós um exemplo de persistência, fé, garra e determinação”, enfatiza Gabriela, filha mais velha.

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Enquanto seus clientes entram e saem, seja para se hospedar ou para escolher um objeto de decoração, Vanilce continua fazendo amigos, como a atriz Nicete Bruno, de quem

ela decorou a casa no Rio de Janeiro. “Há cinco anos, quando estava me mudando, minha filha Beth sugeriu que eu fosse até Tiradentes para conhecer a pousada. Fiquei encantada com o lugar, tudo é bonito. E mais bonito ainda é a alma daquelas pessoas. Vanilce é uma mulher empreendedora, com um dinamismo extraordinário, que se dedica aos seus amigos e ao seu trabalho. Desejo que muitas pessoas a conheçam, porque isso só fará bem a cada uma delas”, exclama a atriz. “Tudo isso foi um sonho escrito por Deus, e nós fomos, juntos, conduzindo a nossa missão. Deus foi planejando e colocando vidas para trabalhar conosco. Ele me deu esse presente e paixão e garra para administrá-lo. Temos que ter responsabilidade com aquilo que adquirimos. Se fizermos bem-feito, o resultado será grandioso”, enfatiza Vanilce.

A empresária Vanilce Barbosa com os filhos João, Pedro e Gabriela

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Editorial de noivas

Luz branca Fotos: Daniela Nogueira . Modelo: Fernanda Mann Maquiagem: Jô Martins . Cenário: Espaço Vanilce Barbosa - Pequena Tiradentes

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Tecnologia

Revolução digital Como um apaixonado por tecnologia, meus olhos brilham em falar sobre o assunto. Lembro-me, quando criança, da minha empolgação quando via alguma coisa tecnológica, como o Atari, a calculadora com jogos e mesmos os antigos PC AT (Personal Computer – Advanced Technology), por exemplo. Essas coisas sempre me saltavam aos olhos. Na faculdade, amava as aulas de linguagem de programação, pois podia criar coisas, como relógio, jogo da memória ou mesmo caixas registradoras. E é impressionante como a tecnologia evolui numa velocidade muito acima da compreensão dos simples mortais, da qual, obviamente, me incluo. Outro dia, tínhamos evoluído para conseguir identificar o número do telefone de quem nos ligava, quando a tecnologia evoluiu de analógica para digital. Hoje, o que os smartphones menos fazem é ligação telefônica. Por falar nisso, o futuro das operadoras de telecomunicações é virar grandes Data Centers (Centro de Processamento de Informações Tecnológicas) e prover tecnologia para efetuar ligações via dados, armazenamento de dados e acesso à internet, e não mais empresas de telecomunicações, visto que o futuro das ligações voz sobre IP (Internet Protocol) vai reinar cada dia mais até acabar com a ligação tradicional. Interessante também é a inteligência artificial, como a desenvolvida pela

IBM, chamada Watson. Está sendo muito utilizado na medicina. Médicos do mundo todo, de diversas áreas, alimentam-no de informações de forma que ele possa ajudar no diagnóstico de um paciente ou mesmo assessorar numa cirurgia, principalmente na tomada de decisões. Está com foco muito grande no tratamento e, quem sabe, cura do câncer. A tecnologia é uma área que vai nos fascinar cada dia mais. Recentemente, li um livro que aborda o tema sociologia, chamado “Tudo é óbvio Desde que você saiba a resposta”. Ele cita várias questões que a sociologia não consegue explicar, pois o tempo de pesquisa é muito longo, e a amostragem, muito pequena. Mas agora, com as mídias sociais, isso pode ser estudado com mais velocidade e com uma amostra significativamente maior, visto que se pode obter, em poucos minutos, o resultado sobre uma questão qualquer com uma grande adesão de pessoas. Outra coisa louca de se pensar é como irão ser as próximas guerras. Serão guerras cibernéticas! Isso mesmo! Imagine acabar com a energia de uma cidade, estado ou país, sem disparar um tiro sequer. Pois, com a tecnologia gerindo tudo isso, alguém com acesso a esse ambiente, um hacker, por exemplo, pode fazer o que quiser instantaneamente. É assim que seremos, cada dia mais, tecnológicos!

Por Marcos Calmon de Passos 40 | Revista Cidadela


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Literatura

Clarice simplesmente é Não se lê Clarice Lispector impunemente, ela nos leva involuntariamente a um mergulho nas entranhas do nosso ser. É uma literatura de trabalho porque lentamente olhamos para dentro de nós. “Cada palavra é uma ideia.” Com essa intensidade, encontramos frases imensas, cheias de signifi cado, que nos colocam diante do mistério da vida, ou frases muito simples, repletas de sabedoria. Quem somos nós? Diante de uma questão tão metafísica ou tão banal, somos levados a refl etir e a perguntar. A procurar a resposta nos lugares mais íntimos, no silêncio, na meditação, na observação do outro. Só os grandes autores conseguem tocar a humanidade em sua plenitude, com compaixão e discernimento, com afeto e crueldade. Clarice é assim, ela é feita da matéria mais sutil que os artistas podem ser, o “próprio sentir”; ela sente a dor do mundo em sua pele, no coração, no seu útero ou na palma de sua mão. Também sente o êxtase da alegria e da inocência das crianças e se deixa fl uir como elas. Conhece as palavras como ninguém e tem com elas a cumplicidade de quem sabe o poder que elas têm. Uma palavra pode ferir mais que um punhal ou pode salvar a fé de alguém. Clarice era uma mulher selvagem e bela, simples e sofi sticada ao mesmo tempo.

intervalo entre o ser e o nada, como uma respiração. Para isso, usava sua intuição, que a levava para novas dimensões de entendimento. Ela dizia que estender a mão ao outro é como um sorriso, e era o gesto que esperava contar ao fi m de sua vida para entrar no desconhecido da morte e não mais se sentir só. Somente Deus poderia entendê-la e aceitá-la como era, sem concessões, sem explicações, como uma esfi nge, um mistério. A beleza da criação está na perfeição da matemática, que está presente na música, na proporção de tudo o que existe, do zero ao infinito, na lógica dos fractais. Segundo ela, Deus é matemático. O silêncio era a fonte caudalosa de suas palavras. Só o silêncio podia traduzir o estado de seu ser, um ser intenso e sutil como o amor. “Amar não acaba” nem acaba o eco de suas histórias e seus personagens, só o amor pode salvar o homem de si mesmo. Clarice sonhava palavras e era levada a descobrir o que queria; Clarice intuía o destino de sua obra. Clarice simplesmente é. Para quem nunca leu Clarice Lispector indico começar com seus livros de contos “Laços de Família” e “Felicidade Clandestina”.

Queria falar do que está atrás do pensamento, no “entre” das coisas, no

Por Beth Goulart, atriz 42 | Revista Cidadela


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Arquitetura

Beleza colonial O charme está no uso de madeira de demolição, das janelas e portas com dimensões bastante generosas, e na preservação da memória histórica da cidade Fotos J. Viegas

Um passeio pela história de um lugar, de um povo. E de uma época. Basta um olhar, ainda que despretensioso, para a arquitetura, como ciência exata, e logo nos vem à mente a rígida e indispensável precisão dos números. Ah, os cálculos, tão importantes para a identidade cultural de sua gente quanto para a preservação do rico acervo arquitetônico da singular Tiradentes, impõem-nos uma reverência quase obrigatória à magnitude dessas edificações, mais precisamente de suas portas e janelas – características indissociáveis ao estilo colonial.

cópia. Em uma casa colonial, onde “você pode recriar os ambientes e, ao mesmo tempo, inserir o contemporâneo, é possível, sim, criar espaços bonitos e harmônicos”. Prova dessa sintonia entre o antigo e novo, e de sustentabilidade, pode ser vivenciada na Pousada Pequena Tiradentes. O projeto, que remonta à construção da cidade, privilegia espaços com pé-direito alto, lustres mineiros, paredes em tijolo à vista, janelas e portas feitas com madeiras de demolição à mostra. E com dimensões bastante generosas, sete metros de altura.

Apesar de toda a revolução tecnológica, as construções coloniais ainda guardam um charme todo especial. E de imponência. Para a arquiteta e urbanista Ana Maria Schmidt, a beleza dessas edificações passa pela concepção do projeto e em como usar os elementos do colonial. “As igrejas daquela época, por exemplo, apresentam características de ornamentações barrocas e rococós. Combinadas, a imponência decorre do pé-direito alto, de suas naves e tetos ornamentados e na grandiosidade dessas construções”, explica.

Sobre as portas e janelas, que despertam tantos olhares - pelo tamanho, formas ou por levar-nos para outros tempos, Ana explica que, no período do Brasil Colônia, as casas eram todas emendadas, dessa forma, “apenas as fachadas mereciam atenção, não víamos um volume, e sim o conjunto. Hoje as portas e janelas passaram a ser o elemento de comunicação com o exterior e por onde passam os aromas, os olhos e os ouvidos das edificações. A valorização também vem da beleza dos beirais e outros ornamentos. Simples e, ao mesmo tempo, graciosas e com personalidade, traduz um estilo de vida e uma forma de construir de uma época”, finaliza Ana.

Outro ponto a ser considerado, esclarece Ana, é a autenticidade, sem ser uma

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Arquitetura

Arquitetura colonial A arquitetura colonial, no Brasil, é reconhecida como aquela produzida no período de 1500 a 1822, ano da independência do país. O estilo, trazido pelos portugueses, reflete a influência dos nossos descobridores, que importaram as correntes estilísticas da Europa. À época, imigrantes e elites da Colônia buscavam levar sofisticação e conforto para suas casas, adaptando-as ao clima tropical e aos materiais aqui existentes. Exemplos desse estilo são as igrejas e mosteiros das cidades mais antigas, com traços arquitetônicos renascentistas, maneiristas, barrocos, rococós e neoclássicos.

As construções coloniais conferem charme e requinte à cidade

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Carnaval

Folia em família A cidade é dona de uma das melhores festas de rua de Minas Gerais. Durante a folia, a tradição das marchinhas, bandas e blocos atrai turistas de todas as idades A cidade onde arte e cultura estão por todos os cantos também preza pelas tradições em uma das festas mais populares do país, o carnaval. Durante a folia, o velho e bom samba, as antigas marchinhas, bandas e blocos caricatos, mais de 20, tomam conta do centro histórico e animam foliões de todas as idades, da criança ao adulto. E é exatamente por tudo isso que Tiradentes tem atraído turistas de todo o Brasil. A festa, considerada uma das melhores de rua de Minas Gerais, movimenta a economia local e recebe um público diferenciado. O visitante quer, sim, brincar, mas sem abrir mão da tranquilidade, segurança, ambiente familiar e de toda a sua riqueza histórica e cultural. Para o prefeito, Ralph Justino, por se tratar de uma cidade pequena, a alternativa foi buscar um carnaval diferente, mais direcionado para a cultura. Para isso, “proibimos os carros de som, fechamos o centro histórico e restringimos o acesso de veículos, até mesmo para estacionamento. Outro ponto é a segurança, que, além de reforçada, ainda conta com blitz durante 48 | Revista Cidadela

esses dias”, explica. Ainda segundo o prefeito, a adesão dos próprios moradores contribuiu para reforçar as características de Tiradentes. “Tudo isso atrai o turista com mais respeito ao patrimônio, refletindo diretamente na economia”, conclui. Bloco Palhaçada Contrariando, até certo ponto, os versos da canção de Miltinho, é preciso ter cara, roupa, pinta de palhaço, disposição e muita alegria para dar e vender. Premissas básicas para sair no bloco Palhaçada, idealizado pela professora aposentada Leonor da Conceição Gomes. A fundadora conta que, “embora não soubesse dançar”, sempre gostou da festa, desfilava nas escolas de samba em São João del-Rei. “Certo dia, pensei: vou criar um bloco; amadureci a ideia e, assim, criei o Palhaçada”, completa. Sobre a concepção e escolha do nome, ela apresenta as justificativas. “Palhaço é alegria, mistério e magia, as roupas são mais interessantes. O ideal é que o folião esteja vestido assim, para contaminar


Eugênio Sávio

O bloco Palhaçada reuniu mais de duas mil pessoas no Carnaval de 2015

os outros com a graça do palhaço. É só chegar e entrar”, diverte-se. O primeiro desfile, conta dona Leonor, foi tímido, com 300 pessoas. Mas, este ano, quinze carnavais depois, o bloco registrou mais de 2 mil pessoas. “No início, as pessoas não acreditaram muito, mas hoje está bombando (risos)”, brinca. A professora faz questão de dizer que o Palhaçada é para a família e de muito respeito às tradições da cidade. Para 2016, conta uma novidade. “No próximo ano, o bloco vem com música própria, pela primeira vez. A canção é uma gentileza de um conhecido da cidade”, adianta.

Se esta não foi a sua escolha no último carnaval e, caso queira cair na folia no próximo ano, programe-se. Blocos é que não vão faltar: Bloco PSF; Bloco das Escolas; Bloco das Charreteiras Rumo às Domésticas; Bloco das Domésticas; Bloco da Alvorada; Bloco Amor & Cana; Bloco da Insanidade; Bloco Estação Caça Cachaça; Bloco dos Malas; Bloco Secos & Molhados; Bloco Ora-pro-nóbis; Bloco Vira- Copos; Bloco Ver-te Cana; Bloco Beatões da Santíssima; Bloco Os Abandonados; Unidos da Ponte; Butecando no Rosa; Roma Foi Pouco; e Gourmet da Madrugada. Revista Cidadela | 49


Armazém de Minas

Onde encontrar? Fotos J. Viegas

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Na Pousada Pequena Tiradentes Avenida Governador Israel Pinheiro, 670 Tel. (32) 3355-1262 1 | Bala de coco - Na Pequena Tiradentes Delícias 2 | Queijo Minas - No Salão do Café da Manhã 3 | Mussarela de búfalo da cada - No Salão do Café da Manhã 4 | Requeijão caseiro - No Salão do Café da Manhã

Na Xicrona Loja e Café Rua da Cadeia, 30 Tel. (32) 8701-9950

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5 | Geleia Quitanda Brasil 6 | Cachaças Sabor Rural e Tabaroa


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No Pau de Angu Rua da Cadeia, 30 Tel. (32) 8701-9950 7 | Doce de leite 8 | Linguiรงa especial da casa

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Turismo

Lado B As riquezas de Tiradentes não se resumem ao conjunto arquitetônico, aos festivais, restaurantes e museus. Os amantes da natureza – acredite! – também têm programação garantida Fotos Fabrício Willians

Conhecida por sediar os mais badalados festivais de cinema e gastronomia do Brasil, a charmosa Tiradentes também encanta por suas inúmeras belezas naturais e um povo acolhedor. Além de contemplar toda a riqueza do patrimônio cultural e arquitetônico muito bempreservados, o turista pode curtir as maravilhas que a natureza abriga no entorno da cidade. E nem precisa ir muito longe. Ainda no centro histórico, a Serra de São José não deixa dúvidas de que estamos diante de um pequeno paraíso encravado nas montanhas das Gerais. E que precisa ser (re) descoberto, o que torna o passeio por si só um convite irrecusável. Afinal, para conhecer um pouco mais da história do estado e do país é preciso colocar o pé na estrada. Literalmente. No caminho entrecortado por trilhas, cachoeiras, cavernas, paredões de arenito, fauna e flora impressionantes, a cavalo ou a pé – pisar na calçada dos escravos e se perguntar como aquelas pedras foram parar ali, estamos falando do século 18 - o que os olhos alcançam e o coração sente só mesmo indo até 52 | Revista Cidadela

lá pra saber. E, ao mesmo tempo, uma contradição toma conta do viajante, dá até para escutar o barulho do silêncio. Se não o vindo das matas, aquele que a gente teima em não dar ouvidos. Ficou curioso? Então prepare um bom par de tênis, roupas confortáveis, boné, água, lanches, um ótimo bloqueador solar e, claro, uma máquina fotográfica. E bem-vindo à bela Tiradentes, famosa por suas igrejas e casarios, onde viajar no tempo não é apenas uma metáfora. Ecoturismo De olho no visitante que não abre mão do contato com a natureza, a Agência de Turismo Estrada Real atua nesse segmento há dez anos e tem, no ecoturismo, roteiros ecológicos com diferentes destinos na região. “Oferecemos uma variedade de passeios ecológicos, seja nos arredores de Tiradentes ou nas cidades próximas. E, para cada público, um roteiro que leva em conta o perfil e a disponibilidade do visitante”, esclarece o diretor Benício Donizetti Carvalho, mais conhecido como Carvalho.


Vista da cidade. Ao fundo, a imponente Serra de São José

Relógio de sol, um dos atrativos da cidade. À esquerda, Calçada dos Escravos

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Para os mais animados, digamos, mais preparados, há caminhadas que podem levar até oito horas. Ou optar pela cavalgada ao pé da Serra, com tempo estimado em três horas. O passeio é feito por trilhas, no antigo caminho para o vilarejo Bichinho, antes um arraial e, hoje, um polo artesanal famoso no Brasil e no exterior. Até o destino, casas centenárias, fazendas e sítios integram a paisagem. Outra dica é a cavalgada ecológica ao pé da serra, com um percurso mais leve, momento em que o turista poderá conhecer as paisagens de campo e admirar a bela vista que se tem de seus paredões de arenito. Um dos programas mais famosos é a caminhada para a Calçada dos Escravos, também conhecida como Trilha do Carteiro – por onde era feito o transporte de alimentos e o escoamento das riquezas. Segundo reza a lenda, o caminho recebeu este nome porque lá teria sido morto e enterrado, numa emboscada, o carteiro que costumava levar as correspondências trocadas pelos rebeldes à época da Inconfidência Mineira. Verdade ou não, a história torna a trilha ainda mais atraente. O passeio tem duração aproximada de três horas e meia.

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Entre os atrativos do local, composto pela própria calçada construída com a mão de obra escrava, o Mirante da Calçada, o Poço do Carteiro e a Cruz do Carteiro. Mas, se o programa não for o seu estilo, a agência oferece outros passeios, como a caminhada até a Cachoeira do Mangue, um percurso de dificuldade relativamente baixa. Seja qual for a escolha, o turista sempre terá bons motivos para voltar à pequena e bucólica Tiradentes. Lugares secretos Nos arredores da cidade, locais pouco explorados prometem encantar ainda mais o visitante. Com rotas exclusivas, a pé ou de bicicletas, os passeios, além de paisagens belíssimas, fauna privilegiada e visitas às igrejas da Santíssima Trindade, Nossa Senhora do Livramento e Nossa Senhora do Pilar, são acompanhados de muitas lendas. Uma delas conta que os padres Trindade, Livramento e Gaspar, cansados de andar e carregar as respectivas imagens, decidiram parar e construir as capelas sobre três colinas, originando, dessa forma, um triângulo. Para conhecer o final dessa e de muitas outras histórias, só vindo a Tiradentes.


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Gruta Casa de Pedra e Alambique | formação geológica de milhões de anos

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Personagens da cidade

História esculpida Autodidata, o escultor e entalhador Expedito Jonas de Jesus não se prende a conceitos para criar suas obras

O fascínio pela arte vem desde os sete anos. Aos dez, vendeu suas primeiras peças. Aprendeu o ofício com o pai e o avô, que, em 1910, já se dedicava ao trabalho pelo qual hoje é reconhecido. Autodidata, o escultor e entalhador Expedito Jonas de Jesus tem como matérias-primas a pedra-sabão e a madeira. Suas obras dispensam assinatura. Ou melhor, ela está escrita na forma como são feitas. Sem se prender a conceitos pré-estabelecidos, ele conta que, na hora de criar, se deixa levar pelo sentimento. “Quando vejo uma pedra, logo o desenho vem à minha cabeça e já sei o que vou fazer”, revela Expedito, que diz gostar muito do barroco mineiro, ao contrário do pai, que se dedicava à arte sacra.

Foto J. Viegas

Nas mãos do artista, tudo é aproveitado. Para dar forma às sobras de materiais, manuseia o canivete com talento, criatividade e paciência. Com peças espalhadas em todo o Brasil, na Europa e países como Japão e China, Expedito é daqueles que não se curva ao próprio talento. “Fico feliz quando a pessoa dá valor ao meu trabalho e a mim como artista”, revela.

Expedito Jonas de Jesus Tel. (32) 9995-4322 e (32) 9809-0033

O ateliê é a céu aberto, no caminho que leva ao distrito de Bichinho. Mais precisamente no “final da subida” antes de chegar ao lugarejo, como dizem por aqui.

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História e casos feitos à mão Foto J. Viegas

Os atores globais Luís Melo, Cássia Kis Magro e Vera Holtz estão entre os clientes que, quando vão a Tiradentes, dão aquela passadinha na casa da Carmem Maria Teixeira de Paula, ou simplesmente dona Carmem, para tomar um café, bater uma prosa e, claro, comprar coisinhas em sua loja de peças artesanais. E olha que dona Carmem mora no povoado de Bichinho, há 8 km do centro da cidade. Mas, a distância é curta pelo tamanho do tesouro a ser encontrado. Os clientes não querem exatamente novidades, ao contrário, eles buscam fazer uma volta ao tempo e ir ao encontro do simples, interiorano e criativo universo das relíquias feitas pelas mãos da artesã. Peças muito bem-acabadas, a maioria com fuxico – como colcha de retalhos, pano de prato e jogo americano –, compõem o mix de cerca de 40 tipos de produtos. Já são mais de 30 anos de história. E o início de tudo inclui a passagem de uma equipe da Rede Globo à cidade de Tiradentes, para a gravação da minissérie “O Memorial de Maria Moura”. “Uma diretora se encantou por uma colcha de crochê que eu estava finalizando. Depois eu vi a Glória Pires na TV, deitada sobre a mesma, e me emocionei muito. Foi lindo”, orgulha-se Carmem. Hoje, cerca de cem peças são produzidas todos os dias por ela e um time de 60 costureiras. Mas o rigor no acabamento, o fuxico, os bordados manuais, o cafezinho e o bom bate-papo são os mesmos de sempre. Loja Ponto e Nó Rua Moisés Pinto de Souza, 26, Bichinho (Vitoriano Veloso, MG) Fone: (32) 3353.7017 E-mail: carmemdofuxico@hotmail.com

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Personagens da cidade

À luz da tradição O ofício, herdado do pai, tem como inspiração a arquitetura da cidade. História preservada em luminárias, lanternas e

Sua história não foge à regra. Assim como aprendera com o pai, aos 12 anos de idade, procura passar aos filhos – e espera que eles deem continuidade – a tradição do artesanato. De fala simples e uma timidez revelada antes mesmo de a entrevista começar, preocupado com as palavras e com a sabedoria de poucos, Francisco Paula Trindade, Francisquinho, como é conhecido e gosta de ser chamado, se dedica à produção de luminárias, lanternas e lampiões. E é a arquitetura da cidade, em estilo colonial e rústico, a inspiração para a criação de cada peça. “A cidade é muito inspiradora, muitos modelos são criações desde os tempos do meu pai. Outros desenhos são trazidos por decoradores e arquitetos, mas não podem fugir ao nosso estilo, mantendo sempre a nossa tradição”, explica.

Fotos Arquivo pessoal

Orgulhoso, Francisquinho conta que os clientes são fiéis. Alguns, inclusive, são do tempo do pai – falecido há três anos, assunto que ainda o emociona. Suas peças estão espalhadas por todo o Brasil, outras na Argentina e Alemanha. “Cada luminária feita é uma realização pessoal, por saber que aquela peça irá decorar a casa de alguém que me escolheu para o trabalho.”

Francisquinho Artesanato Rua Maria Eugênia Barbosa, 12 Fundos - Cascalho Tel.: (32) 3355-2177

Ao final da conversa, permite que fotografemos suas luminárias, mas adianta: “Eu não quero aparecer, tirar foto”. Do jeito que você quiser, Francisquinho.

lampiões

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Luminárias feitas pelo Francisquinho são inspiradas na arquitetura de Tiradentes e decoram casas em vários países


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Museus

Passado presente Em Tiradentes, é possível fazer uma grande viagem no tempo ao visitar museus e igrejas com valor histórico imensurável. Uma prova de que a cidade respeita, preserva e quer manter

Daniel Mansur

vivo o passado que a tornou assim, tão especial

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Museu Casa Padre Toledo Sediado na residência setecentista do padre inconfidente Carlos Correia de Toledo e Melo, é uma das edificações urbanas históricas mais valiosas do Brasil. O museu abriga um rico acervo que retrata o cotidiano de uma casa colonial e o ambiente religioso do século 18, além de exposições temporárias. O local – onde os inconfidentes mineiros tiveram seu primeiro encontro, em 1788 – foi totalmente restaurado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Endereço: Rua Padre Toledo, 158 – Centro Histórico Tel. (32) 3355-1550 Horário de funcionamento: De terça a sexta-feira, inclusive feriados, das 10h às 17h; sábado, das 10h às 16h30; e domingo, das 9h às 15h. Entrada: R$ 10

Igreja Matriz de Santo Antônio

Endereço: Rua Jogo de Bola, 13 – Centro HIstórico Tel. (32) 3355-1238 Horário de funcionamento: De terça a quinta-feira, sábado e domingo, das 9h às 12h e das 13h às 17h. Na segunda e sexta-feira, das 9h às 17h. Em feriados, há horários específicos. Entrada: R$ 5 e R$ 2,50 (meia entrada)

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Marlon de Paula

A construção de 1710 é a segunda igreja mais rica em ouro do Brasil, sendo um dos belos templos barrocos em território nacional. Em seu interior, conta com um órgão de 1779, considerado um dos 15 mais importantes do mundo. No seu adro, pode ser visto um relógio de sol, de 1875, feito pelo português Leandro Gonçalves Chaves. Sua fachada foi projetada pelo mestre Aleijadinho.


Divulgação

Museu da Liturgia O único museu dedicado ao tema na América Latina foi construído na antiga Casa Paroquial. O projeto é contemporâneo e contou com recuperação de mais de 430 peças dos séculos 18 a 20. Mais do que espaço de exposição de arte sacra, o museu foi criado para proporcionar ao visitante uma experiência de imersão cultural e transcendência, independentemente de crença ou religião.

Endereço: Rua Jogo de Bola, 15 - Centro Histórico Tel. (32) 3355-1552 Horário de funcionamento: De quinta a segunda-feira, das 10h às 17h. Entrada: R$ 10

Museu de Sant’Ana Encontro de arte, história e fé. Assim é o Museu de Sant’Ana, guardião de um acervo extraordinário de imagens que expressam o sentimento artístico e religioso do povo brasileiro. Instalado na antiga Cadeia Pública da cidade de Tiradentes, datada de 1730, o museu abriga 291 imagens de Sant’Ana, a santa protetora dos lares e da família, bem como dos mineradores. São obras brasileiras, de várias regiões do país, eruditas e populares, dos mais variados estilos e técnicas, produzidas, em sua maioria, por artistas anônimos, entre os séculos 17 e 19, em materiais diversos. 62 | Revista Cidadela

Endereço: Rua Direita, 93 – Entrada pela Rua da Cadeia Centro Histórico Tel. (32) 3355-2798 Site www.museudesantana.org.br Horário de funcionamento: Quarta a segunda-feira, das 10h às 19h Entrada: R$ 5 e R$ 2,50 (meia entrada)


invadir Tiradentes. As férias de janeiro mais animadas de Minas Gerais serão na Pequena Tiradentes.

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Reflexão

Essa tal de felicidade A felicidade é tema dos mais instigantes, reconheça-se. Basta lembrar que, praticamente, todos a desejam. Ainda que por subjacência ou inconscientemente. Explico. Todos querem um amor só para si? Claro! Por quê? Porque o amor tem tudo para fazer o amante plenamente feliz. Tudo para colocá-lo em estado de bemaventurança, alegria encantatória, autoestima no ponto, levitação espiritual, todas essas coisas que traduzem o estado subjetivo de maior enlevo e realização pessoal. Como negar? Pois bem, como o amor não é o único bem da vida que traz a felicidade a tiracolo, prossigo nas perguntas. Quem não quer viver em estado de saúde? Também é óbvio que todas as pessoas querem, porque a saúde leva a um estado de bem-estar físico e psicológico também indutor de felicidade individual. E quanto à segurança física e econômica? Ora, a resposta é essencialmente a mesma: a segurança física põe a integridade corporal e a própria vida biológica sob proteção, tanto quanto a segurança econômica sinaliza uma vida pessoal de conforto material e realização profissional. Proteção, conforto e realização que também erguem um tipo de porto propício à atracagem do barco da felicidade. Ainda nessa toada reflexiva, salto do plano das coisas que são bens da vida tão-somente no plano pessoal para alcançar o patamar daquelas que são benfazejas de toda a coletividade. Donde as seguintes e novas perguntas: 64 | Revista Cidadela

quem não deseja uma vida social em permanente clima de democracia, ética na política e meio ambiente ecologicamente equilibrado? Quem, de sã consciência, não quer ver as instituições fiéis às suas finalidades, tanto quanto os seus agentes fiéis a elas? Todos conciliando desenvolvimento, humanismo e justiça? A resposta não discrepa das anteriores. E não discrepa das anteriores porque esses valores (bens da vida em sentido coletivo) contribuem para um tipo de felicidade que já exprime a conciliação possível entre centralidade individual e coesão social. O ponto de otimização viável entre o micro e o macro da experiência humana. Vê-se, então, que, por ambos os prismas de análise, o que se tem é a ideia central da felicidade a subjazer (ora com máxima intensidade, ora nem tanto assim) a tudo que se dote do intrínseco significado de ventura, conquista, superávit existencial. Do sentido de bem da vida juridicamente lícito, por evidente. Bem da vida que deixa de ser uma ideia para se tornar um sentimento já em estado de experimentação. Embora seja um sentimento que opera por tabela ou ricochete, na medida em que primariamente experimentado pela mediação daqueles outros bens da vida: amor, saúde, segurança, conforto econômico, realização profissional, democracia, ética pública, sustentabilidade ecológica, humanismo, desenvolvimento, justiça... Todos eles a se constituir em condições objetivas de quê? Dela própria, felicidade, que assim fica disponível para sua empírica entronização no subjetivado universo


das pessoas. Do indivíduo para o cidadão e do cidadão para o corpo social por inteiro. Aquelas condições como um a priori lógico, a felicidade como um a posteriori igualmente lógico. Feitas essas reflexões e anotações, faço mais uma pergunta: como ajudar a felicidade a sair do campo das suas condições objetivas para o campo da sua concreta experimentação subjetiva? Bem, o ser humano é complicado. Ele transita muito entre a contemplação de estrelas e a ruminação de capim. Entre o se contentar com pouco e o não se contentar nem com o tudo e mais alguma coisa. Entre arregalar os olhos para a porta que se fechou e cegar por completo para as compensatórias janelas que se abriram. Por isso que, não raro, se sente bem por estar mal e se sente mal por estar bem. Masoquistamente. Passando a encarnar o que Milan Kundera denunciou como “a insustentável leveza do ser”. Mesmo o ser que nunca foi materialmente sacrificado nem corre o menor risco de apear do seu favorecido status social. Sendo assim, como dar resposta à pergunta acima? Não há resposta científica ou do tipo “trancham”. Batata! Cada pessoa perguntada tem sua própria fórmula em tema de vivência da felicidade, inclusive numa linha budista, ou então epicurista. A primeira, a recomendar o máximo desapego das coisas ditas materiais, nelas embutida a busca de toda espécie de poder sobre terceiros. A segunda, bem ao contrário, na base do “quando a tentação chegar, ceda logo antes que ela vá embora” (frase atribuída a

Epicuro e também a Oscar Wilde). Isso porque, no fundo, essa tal de felicidade tem a natureza dos temas que não se deixam aprisionar por teorias precisas ou conceitos de rigor científico. São temas como a justiça, o amor, a eternidade, o patriotismo, Deus. Todos envolvidos por uma atmosfera, uma ambiência, um ar de mistério ou de perene incognoscibilidade cabal (“não me amarra dinheiro não, mas os mistérios”, disse Caetano Veloso em conhecida letra de música). Mas um mistério que se faz objeto de permanente interesse na esfera de movimentação de cada pessoa, cada cidadão, cada coletividade, cada Estado. Bem, se o tema é assim predisposto a visualizações personalíssimas ou então de escola, vou dar o meu palpite. Há premissas, conselhos, luzes, sinais, metáforas, oximoros ou paradoxos aparentes que ajudam muito nesse transpasse das condições objetivas da felicidade para sua concreta incidência. Por ilustração: I – os lícitos bens da vida são garçons da felicidade e, por isso, devem ser objeto de desfrute por meios igualmente lícitos. Especialmente aqueles já positivados pelo Ordenamento Jurídico sob as conhecidas formas de “Direitos e Garantias Fundamentais”. Mas direitos e garantias que têm de ser desfrutados na precisa oportunidade em que se ofereçam porque eles são elementos da personalidade humana. Daí que, sem o seu usufruto, o indivíduo passe a correr o sério risco de se tornar subindivíduo, subpessoa, subgente, subcidadão. Logo, trata-se de direitos que têm de ser Revista Cidadela | 65


encarados como um dever do indivíduo para consigo mesmo, para com os grupos de que se faça parte, para com o todo social. Não um favor. Não uma autopiedade. Não uma colher de chá, ao gosto de quem quer que seja. Eles existem para seu efetivo gozo e não se pode tirar por menos. A radicalidade, aqui, é virtude. É dar-se ao respeito; II – se essa ou aquela chance de se entronizar no estado de felicidade não afeta a felicidade alheia, tanto melhor! Tanto mais fácil! É fazer o gol e correr para o abraço. Se pode interferir, bem, aí todo cuidado é pouco. Hipótese em que também ajuda muito internalizar certas posturas, como a de não fazer tempestade em copo d´água (que eu tenho como o primeiro mandamento das leis de Deus). Não apontar o dedo para os outros, sem ver, antes, se o caso não é de apontar para si mesmo. Fazer da cordialidade uma obrigação, até porque, além de se constituir em refinada técnica de gerenciamento de conflitos, pode coexistir perfeitamente bem com firmeza ou energia de caráter e de opinião. Convencer-se de que a melhor forma de ser inteligente é não arredar pé da honestidade em tudo, a partir da compreensão de que, nas coisas ditas humanas, “o melhor desinfetante ainda é a luz do sol” (Louis Brandeis, falando bem da transparência nas ações do Poder Público). Decorar e igualmente praticar os juízos de que sem o eclipse do ego ninguém se ilumina, e o que há de melhor na gente é ver o que há de melhor nos outros. Afinal, bom não é querer ser melhor que ninguém, porém melhor que antes.

No mais..., no mais é deixar que o sentimento (QE) chegue antes do pensamento (QI) no tête-à-tête com as pessoas e também com as coisas. É que o sentimento como ponto de partida do contato com tudo o mais termina por abrir os poros do pensamento para certas realidades que, de tão grandiosas, não cabem no tamanho da inteligência apenas racional ou intelectual (QI). Coisas, aliás, que se personalizam ou se descoisificam ao contato com o sentimento humano mesmo. Não com o pensamento. Por isso que tendem a dizer ao seu interlocutor mais sensível o que elas têm de mais original, mais novo, mais de primeira mão (só fica na nossa retina o que foge da nossa rotina e o que não for de primeira mão já de quinta). Situando, então, esse interlocutor mais humano na própria medula do tempo presente. Único lugar onde a vida real pode acontecer. Único espaço para o estado de felicidade tomar corpo e se plenificar, numa espécie de casamento por amor entre o infinito e a eternidade para o partejamento do Absoluto. Assim como, dentro da gente, só o casamento por amor entre o sentimento e o pensamento é capaz de partejar o rebento da consciência. Esse ponto ômega ou pinacular do ser humano. Estanco por aqui os passos desta breve e certamente precária caminhada cognitiva na direção do tema da felicidade. Fazendo-o, saliento que ela é tão marcante em nossas vidas que, ao partir, o que deixa? O mais das vezes, saudade. Mas, em certas situações, rastros de tsunami.

Por Carlos Ayres Britto 66 | Revista Cidadela


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Agenda

Calendário caprichado Durante os 12 meses do ano, a cidade de Tiradentes recebe turistas do Brasil inteiro em busca de uma programação cultural de alto nível. A beleza dos museus e igrejas, o artesanato, os inúmeros restaurantes e o clima interiorano da cidade encantam quem passa para uma visita. Além disso, eventos de grande porte, como a Mostra de Cinema ou o Festival de Gastronomia, compõem um calendário vasto de opções para todos os

Leo Lara

gostos. Confira as principais atrações

Paga a 1ª noite e ganhe a 2ª noite

Mostra de Cinema de Tiradentes

Janeiro Final de Semana Light Pequena Tiradentes

Você paga a primeira noite e ganha a segunda

Férias escolares 8 a 10 de janeiro Final de Semana Light 22 a 30 de Janeiro Mostra de Cinema de Tiradentes www.mostratiradentes.com.br

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Fevereiro 5 a 10 de fevereiro Carnaval 12 a 14 de Fevereiro Amar, rezar e beber


Carnaval de rua

Março 4 a 06 de março Final de Semana Light 9 a 13 de Março Festival de Fotografia de Tiradentes www.fotoempauta.com.br

24 a 27 de Março Semana Santa

Abril 08 a 10 de abril Final de Semana Light 21 a 24 de Abri Feriado de Tiradentes

Maio 6 a 15 de maio Tiradentes em Cena Festival de Teatro 13 a 15 de maio Final de Semana Light 19 a 22 de Maio Festival de Cerveja Artesanal Tiradentes www.trembier.com.br

26 a 29 de maio Feriado Corphus Christi

Junho 3 a 05 de junho Final de Semana Light

23 a 26 de Junho Bike Fest Encontro Nacional de Motociclistas

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Leo Lara

10 a 19 de Junho Festival de Vinho e Jazz


Festival de Teatro

Agosto Julho 8 a 10 de julho Jazz Festival Férias escolares Opções de lazer para as crianças: cavalgadas e caminhadas ecológicas, passeio de Maria Fumaça, passeio por cidades históricas como São João Del-Rei Congonhas e Ouro Preto. Passeios de quadriciclos e Jeeps www.tiradentesestradareal. com.br

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Outubro

12 a 14 de agosto Final de Semana Light

7 a 10 de outrubro Final de Semana Light

19 a 21 de agosto Festival de Gastronomia

21 a 23 de outubro Jazz Festival

www.farturagastronomia. com.br

26 a 28 de agosto Festival de Gastronomia www.farturagastronomia. com.br

Setembro 09 a 11 de setembro Final de Semana Light

Novembro 25 a 27 de novembro Final de Semana Light

Dezembro 2 a 4 de dezembro Final de Semana Light Natal e Reveillon de Luz


Restaurante - Pré-wedding Distribuidor de vinhos e espumantes

O Pacco&Bacco nasceu do encontro entre o empreendedor e enófilo Francisco Rodriguez e o Chef Rafael Pires. O cardápio inspirado na rica culinária mineira, valoriza ingredientes brasileiros e locais para criar uma cozinha contemporânea que dialoga com a arquitetura.

Horário de funcionamento: de segunda a quinta das 19h às 22:30 e sexta e sábado das 19h às 23:30. Temos um novo espaço para eventos, para 100 pessoas. Tel.: +55 32 3355 1136 | +55 32 9920 1216 Rua Direita, 166 | Centro Tiradentes | MG www.paccobacco.com.br www.facebook.com/PaccoBacco

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Casa e Jardim

Delícia de casa A família da designer de interiores Tota Penteado aproveita sua casa localizada em São Paulo – mas com clima de uma paragem bem mais tranquila. Materiais naturais, décor descolado e bastante verde são destaques Texto Roberto Abolafio Junior Realização Nuria Uliana (Colaboradora Bruna Pereira) Fotos Edu Castello

Tota Penteado, seu marido, as duas filhas do casal e os três cachorros trocaram, em meados do ano passado, um apartamentão no fervilhante bairro dos Jardins, em São Paulo, por uma casa de 350 m 2, com dois pavimentos, no pacato e arborizado Jardim Petrópolis, na zona sul paulistana. “Diferentemente do endereço anterior, aqui investi sobretudo em materiais naturais e rusticidade, além de alguma cor”, explica a designer de interiores, que reformou o imóvel. O resultado é uma construção descolada da realidade urbana. No pavimento inferior, integraramse os ambientes sociais – inclusive a cozinha. Além disso, Tota revestiu todo o piso interno do andar, à exceção dos banheiros, com plaquetas de tijolo semelhantes aos modelos de demolição. Outro trunfo da transformação foi substituir as bay windows preexistentes por janelões de ferro oxidado, com certo toque industrial, que permitem observar o verde encontrado no quintal. Criado por Edu Bianco, o paisagismo compõe-se de espécies florais e frutíferas, como queria a proprietária, distribuídas em canteiros junto aos 72 | Revista Cidadela

muros. “A relação entre o visual interno e o externo é tão bacana que dispensei o uso de cortinas”, conta ela. O núcleo formado por sala de jantar e cozinha abre-se para a área da churrasqueira e do forno a lenha, no exterior, com piso de placas de fulget e cobertura de panos de vidro. Nos fundos do terreno, junto à porta do escritório da designer, que trabalha em casa, fica um canto de refeições ao ar livre. Em outra parte, mesas e cadeiras de ferro podem lembrar um boteco de Tiradentes – cidade mineira onde foram compradas. Do hall de entrada aos quartos, um despojamento elegante estende-se à decoração. São peças de família e obras de arte herdadas, antigos sofás repaginados com capas brancas de linho, almofadas fofas, móveis de fibras naturais e madeira, além de assentos e luminárias de design assinado. “Não costumo seguir tendências, e minha casa reflete essa postura”, considera Tota, que adotou um mix simpático neste refúgio em meio à urbe. Conhecida por sua personalidade agitada, ela parece estar se adaptando ao novo lar: “Agora, às vezes acordo à noite e posso ir lá fora ver a lua...”


Living | Tota leva vaso que vai habitar a cômoda com objetos de família. Luminária de chão da Simone Figueiredo Luz e tapete da By Kamy. Plaquetas de tijolo da Cia. das Telhas revestem o piso.

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Área social | Antigos sofás ganharam capas brancas de linho. Travertino anticato da Palimanan reveste o frontão da lareira. Ao fundo, estão a sala de jantar e a cozinha integradas. Repare nos janelões de ferro.

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Living | Na parede, destaca-se a grande foto de Marcio Scavone com cena de Katmandu, capital do Nepal.

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Lavabo | A bancada de madeira bruta que compunha o antigo frontรฃo da lareira destaca-se no espaรงo pintado de um tom verde seco. Cuba da Roca. A escada veio da Divino Espaรงo.

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Pág. anterior - Sala de jantar | Vidros da Djalma Brown e garrafão da Conceito Firma Casa. Ao fundo, fica a cozinha, com armários da Bontempo e bancada de granito café imperial escovado da África Mármores. A porta de correr envidraçada abre-se para a área gourmet, coberta por panos de vidro.

Quarto do casal | Azul domina a parede com arandelas da Reka e complementos. A cama tem cabeceira de fibra de málaca. Roupa de cama e manta da Blue Gardenia e almofadas do Studio Bergamin. Sobre a poltrona, há a manta Designers Guild, na Empório Beraldin.

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Banheiro casal | Com piso de porcelanato, o espaço branco traz gabinete com portas de vidro. Tampo de quartzo da África Mármores, além de louças e metais Deca. O espelho da Severino Vidros reflete fotos adquiridas na Shutterstock.

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Área externa | Um canto de refeições ao ar livre com placas de fulget revestem o piso. A porta de vidro dá no escritório da proprietária.

Área externa | À frente da casa, poltronas Adirondack, ficam diante do muro forrado com trepadeira unha-de-gato.

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Churrasqueira | A bancada de granito café imperial escovado da África Mármores, a churrasqueira e o forno a lenha concentram-se na lateral do terreno. O jardim foi criado pelo paisagista Edu Bianco.

Corredor lateral | Vindas de Tiradentes,

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MG, mesas e cadeiras com estruturas de ferro envelhecido criam clima de bar junto às janelas do setor social.


“Investi sobretudo em materiais naturais, rusticidade e alguma cor.� Tota

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Casa e Comida

Bom humor matinal Com um café da manhã cheio de quitutes mineiros e muito charme entre as xícaras, o início do dia é só alegria Realização Cláudia Pixu Fotos Lufe Gomes

Pão de queijo não pode faltar. Muito menos o próprio queijo. Tem ainda a broa de milho, o bolinho de chuva, a geleia caseira... Café mineiro legítimo é uma delícia atrás da outra. “Mas o sabor especial vem da cozinha com carinho, da vontade de receber bem”, diz Gabriela Barbosa, gerente de relacionamento da Pousada Pequena Tiradentes, localizada na cidade histórica na região Central de Minas Gerais. O salão da pousada foi o cenário para o nosso desjejum, com quitutes mineirinhos e ideias para alegrar o início do dia. Famoso pela fartura de gostosuras caseiras, o café da manhã é o ponto alto do dia na Pequena Tiradentes. “A gente serve como se fosse em casa”, fala Gabriela. Não só a hospitalidade é de família mineira, mas também as receitas: o pão de queijo servido quentinho leva batata cozida na massa, como a avó de Gabriela ensinou para sua mãe, Vanilce. No comando do lugar junto com a filha, Vanilce também é responsável por garimpar compoteiras, jarras, louças e outras peças, exibidas na loja da pousada e no bufê do café, que deixam as comidinhas ainda mais apetitosas. Mesmo quem gosta de acordar tarde pula da cama para não perder o banquete matinal. Difícil mesmo é levantar da mesa sem comer só mais um tiquim...

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O nosso desjejum especial, emoldurado pelas janelas coloniais da Pousada Pequena Tiradentes, teve café servido em bules individuais. Caminhos de mesa D. Filipa, cestas de pão Shopfesta. As louças e demais peças são da loja da pousada

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Alguns ramos de ervas, flores colhidas na hora, vasos improvisados com jarrinhas e pronto: eis arranjos mimosos para colorir e perfumar a mesa

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1 | Uma bela compoteira valoriza a geleia de melancia 2 | Detalhes como um anel de guardanapo feito de alecrim e pratos misturados deixam a mesa aconchegante 3 | Apresentação chique para quitutes da vovó: broa de milho e bolinho de chuva 4 | O indispensável pão de queijo: na Pequena Tiradentes, a massa leva batata

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1 | Que tal um chazim? Com latas bonitas e flores do jardim você monta uma estação de chá num instante 2 | Fitas na alça da jarra decoram e protegem as mãos do calor 3 | Queijo não pode faltar. Melhor ainda se for acompanhado por doce de leite e compotas caseiras. Louças, jarras e potinhos Pequena Tiradentes Home

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A saideira: para conseguir deixar a mesa, um último cafezinho é extremamente necessário. A bala de coco garante uma energia extra. Louças e pratos com pé são da loja da pousada

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Tour gastronômico

Sabores locais Bons lugares para comer, pestiscar e jogar conversa fora é o que não falta. Tarefa dura essa de fazer uma seleção! A seguir, Cidadela indica alguns dos endereços imperdíveis da cidade Para degustar comidinha mineira

Para uma programação top

Restaurante Padre Toledo, Pau de Angu, Estalagem do Sabor, Viradas do Largo e Leitão à Pururuca Villa Paolucci

Santíssima Gula e Teatro da Villa

Para adoçar a tarde e tomar um café Marcas Mineiras, Xicrona, Casa do Sino e Pequena Tiradentes Café

Para pegar leve Casa Azul Bistrô Latino

Para viajar pelo Brasil Quitanda Brasil e Angatu

Para viajar pelo mundo

Para um Happy Hour Mandolin, na Pequena Tiradentes

Para agradar à criançada Sabor Rural, Bar do Celso e Restaurante das Mercês

Para botecar Templário e Creperia Debret

Para explorar a região Grotão (Prados) e Restaurante da Angela (Bichinhos)

Paulo Viegas

Pacco & Baco, Tragaluz, Via Destra, Monastério, Mandolin e SeuBarthô

Chef Leo Bezerra, do restaurante Pau de Angu

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Mandolin Restaurante é um anexo da Pousada Pequena Tiradentes Restaurante Pau de Angu Estrada para Bichinho, km 3 Tel. (32) 9948-1692 Restaurante Padre Toledo Rua Direita, 202 Centro Histórico Tel. (32) 3355-2132 Restaurante Estalagem do Sabor Rua Ministro Gabriel Passos, 280 – Centro Histórico Tel. (32) 3355-1144

Gina Mesquita

Restaurante Padre Toledo

Restaurante Theatro da Villa R. Padre Toledo, 157 Centro Histórico Tel.: (32) 3355-1275 (32) 8456-0606 Restaurante Angatu Rua Santíssima Trindade, 81 Santíssima Trindade Tel. (32) 3355-1391 Tragaluz Restaurante Casa Rua Direita, 52 Centro Histórico Tels (32) 3355-1424 (32) 9968-4837

Restaurante Sabor Rural Estrada da Caixa D’Água Tel. (32) 9934-4005

Restaurante Santíssima Gula Rua Padre Gaspar, 30 Santíssima Trindade Tel. (32) 3355-1162

Pacco e Bacco Rua Direita, 66 Centro Histórico Tels. (32) 3355-1136 (32) 8832-0654

SeuBarthô Rua Francisco Cândido Barbosa, 31 Tels. (32) 3355-2300, (32) 8874-8812

Kitanda Brasil Rua Padroeiro Santo Antônio, 240 - Cascalho Tel. (32) 8481-3242

Restaurante Atrás da Matriz Rua Santíssima Trindade, 201 Santíssima Trindade Tel.: (32) 3355-2150

Restaurante Trattoria Via Destra Rua Direita, 45 Centro Histórico Tels. (32) 3355-1906 Restaurante Viradas do Largo Rua do Moinho, 11 Centro Histórico Tel. (32) 3355-1110 Leitão à Pururuca Villa Paolucci Rua do Chafariz, s/n Tels. (32) 3355-1350 (32) 9981-8003 Restaurante do Celso Largo das Forras, 80 Centro Histórico Tel. (32) 3355-1193 Bistrô Casa Azul Rua da Cadeia, s/n Centro Histórico Tels. (32) 3355-1868 Restaurante das Mercês Rua Maria Ferreira Barbosa, 307 - Cuiaba Tels. (32) 3355-1911

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Coluna Social

Rali Mitsubishi Motorsports desembarca em Tiradentes A cidade recebeu, em maio, a segunda etapa da temporada 2015 do rali de regularidade Mitsubishi Motorsports. O evento reuniu famílias, casais e amigos apaixonados por off-road em busca de um diversão, em meio a trilhas e belas paisagens. Os competidores encararam muitas estradas de terra rumo aos municípios vizinhos de Prados, Lagoa Dourada e Dores de Campos Fotos | arquivo Mitsubishi Motors Company Brasil

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Leilão comemorativo pelo 17º ano de existência do Haras Hibipeba Fotos | Katia Pitta

Com o melhor da raça Campolina, o Leilão Hibipeba foi sucesso de público e vendas. Mais de 500 convidados reuniram-se, em agosto, no salão Vanilce Barbosa, na pousada Pequena Tiradentes. O evento contou com serviços do leiloeiro Rodrigo Costa, decoração da Pousada Pequena Tiradentes, iluminação e sonorização da Prime Cerimonial e Eventos, flores e arranjos da Matterfloris e buffet do Mandolin Gastronomia.

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Sim em Tiradentes Fotos | Val e Wandel Fotografi a

O casal Géssica e Pedro escolheram a cidade de Tiradentes para registrar o momento mais importante de suas vidas. A cerimônia foi realizada na Matriz de Santo Antônio, e a recepção, na Pousada Pequena Tiradentes. Bom gosto, requinte e delicadeza marcaram a festa, que contou com decoração de Mônica Lipiani. O evento foi realizado em 11 de abril de 2015.

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Romance e história Fotos | Márcia Charnizon

O casal Raquel e Huglênio trocou alianças na cidade de Tiradentes, em maio de 2015. A cerimônia foi realizada na Matriz de Santo Antônio, e a recepção, na Pousada Pequena Tiradentes. Muita sofi sticação e bom gosto marcaram as bodas, que contaram com decoração de Mônica Lipiani.

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