Revista Cena Rural (edição I)

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ENTREVISTA Chitãozinho e Xororó antecipam detalhes do show que farão na capital

CACHAÇA Destaque nacional: Minas Gerais abriga três dos melhores rótulos do Brasil

ARTE A artista plástica Vânia Braga apresenta seu olhar sobre o universo equestre

DE PORTAS ABERTAS PARA AS FAMÍLIAS Centro Hípico Haras do Lay recebe Magdi Shaat e criadores de todo o Brasil

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A revista do agroneg贸cio


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SUMÁRIO CACHAÇA

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Minas Gerais se destaca no ranking nacional e abriga três dos melhores rótulos do Brasil

MODA

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Para todos os momentos, um estilo próprio. Confira as dicas de moda masculina da Aramis

CAVALOS

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O olhar de Fernando Ulhoa em um editorial imperdível sobre o Mangalarga Marchador e o Quarto de Milha

LEIA TAMBÉM 10

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CASA DA CRIADORA A blogueira de moda Ana Cristina Marquito apresenta os atrativos da Casa da Criadora durante a 34ª edição da Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador ENTREVISTA Em entrevista exclusiva, Chitãozinho e Xororó antecipam detalhes do show que farão em Minas Gerais

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AGENDA As melhores programações culturais do Estado, você confere na revista Cena Rural

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PRODUTOS Dicas de acessórios para os cowboys

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MILHO Silagem de milho é uma excelente alternativa para produtores de gado de corte e leite

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VINHOS Goles de sustentabilidade: Viviana Oliveira explica o aumento do consumo global de produtos ecologicamente corretos, incluindo vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos

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QUEIJOS ESPECIAIS Blues Cheeses, ótima pedida para as estações mais frias, prometem transformar simples receitas em pratos sofisticados

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EQUOTERAPIA Técnica pode ser útil para pessoas de qualquer idade. Profissional explica os motivos


CAPA

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Haras do Lay abre as portas do seu Centro Hípico e recebe Magdi Shaat e criadores de todo o Brasil

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SAL Confira as dicas para a alimentação do rebanho em períodos de seca

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DOCES Curta o frio ao sabor de duas delícias mineiras: canjica e arroz-doce

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TURISMO O charme dos hotéis fazendas mineiros que ganharam espaço em construções centenárias

LATICÍNIOS

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Iguaria mineira conquista o Brasil e reconhecimento permite a comercialização em todo o país

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GASTRONOMIA Templo Cervejeiro da Backer reúne turismo, arquitetura e decoração, negócios, cultura, gastronomia e cerveja, tudo isso em um mesmo lugar ARTE A artista plástica Vânia Braga apresenta seu olhar sobre o universo equestre

CEASA

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CeasaMinas mostra a sua força e movimenta a economia mineira

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CAFÉ Destaque internacional: café mineiro é exportado para mais de 60 países

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JURÍDICO Orientações do advogado Miguel Marques para a venda de animais equestres


EDITORIAL Cena Rural: uma revista que é a cara do Brasil O agronegócio tem uma importância inquestionável na economia brasileira. Quem acompanha a dinâmica desse mercado sabe que o setor representa nada menos que 20% do PIB brasileiro, além de gerar cerca de 30% de todos os cargos de empregos do país. E mais: 41% das exportações no país vêm do agronegócio. São números como esses que motivaram o lançamento da Revista Cena Rural. É um espaço onde vamos falar de economia, dos grandes produtores do campo, do mercado do gado, do cavalo, do café, do leite. E vamos falar também dos pequenos produtores, dos gargalos desta indústria, dos problemas de logística e armazenamento, pois queremos discutir e apresentar soluções, além de buscar impulsionar ainda mais um setor de tão grande representativade no Brasil. Paralelo a isso, a Revista Cena Rural nasce também com o propósito de divertir e informar quem gosta de uma boa prosa, da cultura sertaneja, da boa gastronomia regional e de uma boa cavalgada. Traremos sempre em primeira mão a agenda mais completa de shows, exposições, espetáculos e demais eventos que ajudam a compor o charmoso e apaixonante cenário rural brasileiro. Você, leitor, é nosso convidado a embarcar nesta aventura e curtir o que nossa equipe de repórteres preparou sobre os mais variados assuntos que, com certeza, vão te interessar. Vamos ouvir os melhores “causos” de gente simples, mas que tem muito a nos ensinar. E de especialistas que são autoridades em suas respectivas áreas. Nosso objetivo é informar, entreter, dividir experiências, unir o setor e fazer diferença neste precioso e vasto mercado.

EXPEDIENTE DIRETOR-GERAL

Edgar Bessa (31) 8700-1651 DIRETOR COMERCIAL

José Paulino Pires PROJETO GRÁFICO

2 Pontos Comunicação DIAGRAMAÇÃO E FINALIZAÇÃO

José Carlos Saldanha FOTO CAPA

Banco de Imagens (Shutterstock) PRODUÇÃO, REDAÇÃO E EDIÇÃO:

Viver Comunicação e Marketing Jornalistas responsáveis: Kátia Soares e Sabrina Beckler IMPRESSÃO

Gráfica e Editora Expressa Ltda. TIRAGEM

10 mil exemplares ASSESSORIA JURÍDICA

Guilherme Mangia Cobra A revista Cena Rural é uma publicação da MC Editora e Comunicação Ltda. - ME Raja Gabáglia, 4977 – Sala 401 – Santa Lúcia - BH – CEP: 30360-663 Contato: (31) 3024-2185 - contato@cenarural.com.br Site: www.cenarural.com.br Edição julho/Agosto 2015 SUGESTÕES DE PAUTAS E CARTAS

contato@cenarural.com.br A revista Cena Rural não se responsabiliza pelo conteúdo de artigos assinados e anúncios.

Sejam bem-vindos. Façam uma boa leitura! Edgar Bessa

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A revista do agronegócio


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COLABORADORES - EDIÇÃO 01 Fernando Ulhoa Fotógrafo fernando@totalhorse.com.br

Geralda Otone (Neném) Equitadora e Presidente do INPAR

Giovanni Bessa Fotógrafo artesemvideo@hotmail.com

Miguel Marques Advogado (Marques e Siqueira Sociedade de Advogados) miguel@mssadvogados.com.br www.mssadvogadoscom.br

Vânia Braga Artista Plástica www.vaniabraga.com.br 8

A revista do agronegócio


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CASA DA CRIADORA

TOQUE FEMININO NA NACIONAL

Foto Fernando Ulhoa

Victor Dzenk, Patrícia Motta e Eliza Atheniense participam da Casa da Criadora

A

blogueira de moda e diretora de programação social da 34º Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, Ana Cristina Marquito esteve à frente também da organização da Casa da Criadora, o stand mais feminino e colorido da feira. Pelo terceiro ano consecutivo, o espaço trouxe novidades e mimos para as mulheres presentes no evento. O estilista Victor Dzenk participou com sua coleção elaborada em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM). Inspirada no universo dos cavalos, peças como bolsas, lenços, vestidos e camisetas 10

trazem desenhos e estamparias tendo o animal como inspiração. Outros nomes de destaque da moda mineira como Patrícia Motta e Eliza Atheniense também levaram para a Casa da Criadora peças em couro com cortes e modelos que remetiam ao mundo country. A programação contou ainda com um grande espaço para a arte, com exposição com nomes como Vânia Braga, Fernando Vignolli, Rui de Paula e Diego Rodrigues. A Casa da Criadora também promoveu palestras com especialistas sobre cirurgia plástica, dia da beleza e reservou um espaço para

gastronomia em parceria com o Eloi Bistrô. A especialista em massagens Cris Gontijo foi a única atração repetida do ano passado, devido ao grande número de pedidos do público em função sucesso da edição anterior. O stand reservou espaço também para a ação social com a realização do Bazar do Servas, com o projeto Mãos de Minas. “As mullheres estão muito antenadas na moda e beleza, mas também querem fazer diferença em seu contexto. Por isso, sempre reservamos um espaço para promover a cidadania”, enfatiza Ana Cristina Marquito. A revista do agronegócio


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Foto: Junior Lima

ENTREVISTA

“TONS DO SERTÃO”

ESTREIA NACIONAL EM BH

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ma das duplas sertanejas mais admiradas do cenário nacional escolheu a capital mineira para o lançamento de um dos seus mais importantes e diferentes trabalhos. Chitãozinho e Xororó apresentam a turnê “Tons do Sertão” no Grande Teatro do Palácio das Artes, nos dias 26 e 27 de agosto, a partir das 21h. O show é baseado no disco “Tons do Sertão”, em homenagem ao cantor, compositor e maestro Tom Jobim (1927-1994) e o repertório conta com composições como “Águas de Março”, “Correnteza” e “Eu Não Existo Sem Você”. Com direção geral de Chitãozinho & Xororó, Hit Music e Live Talentos, empresa responsável pela carreira artística da dupla, o público

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poderá conferir um espetáculo único, cenários grandiosos e vídeos interativos produzidos em linguagem 3-D. Graças às tecnologias usadas, será uma excelente oportunidade criada para que o público se sinta bem próximo ao Tom Jobim. È importante destacar que o Show, também em homenagem aos 20 anos de morte de Tom, teve importante ajuda da viúva dele, Ana Jobim, que cedeu à dupla um baú de Tom, com suas partituras e anotações. Segundo Chitãozinho: “Encontramos inúmeras coisas maravilhosas, e acabou virando um disco mais sertanejo do que imaginávamos”. A dupla, que é apaixonada por Minas Gerais, concedeu entrevista exclusiva à “Cena Rural” e divide, em primeira mão com seus leitores, um pouco das inspirações e desafios do novo trabalho. A revista do agronegócio


Porque escolheram BH para o lançamento da turnê Tons do Sertão?

O novo trabalho é diferente do que a dupla fez até aqui?

O que mais gostam em Minas? Fale sobre as comidas favoritas.

Chitãozinho: Surgiu a oportunidade de estrearmos o show baseado no nosso projeto “Tons do Sertão” na capital mineira e ficamos extremamente contentes. Sempre somos recebidos com muito carinho em BH. Será um show cheio de novidades. Esperamos que todos gostem!

Xororó: Nós gostamos de nos aventurar em outros estilos, fazer parcerias e inovar sempre. Acreditamos que a música pode ser construída a partir das misturas e somos a prova de que essa interação com outros gêneros dá certo.

Chitãozinho: Com certeza, o que mais gostamos é do povo mineiro, que é muito hospitaleiro e animado. Sem falar nas comidas (Risos). Não podemos deixar de comer o tradicional pão de queijo sempre que visitamos o estado.

Como os dois estilos foram combinados neste trabalho?

Qual a dupla ou cantor que vocês mais gostam?

Chitãozinho: Estamos falando de Tom Jobim, o compositor, maestro, pianista, cantor e arranjador. As músicas foram escolhidas depois de rigorosa pesquisa sobre a obra completa dele. Tivemos que tomar todo o cuidado para não tirar a essência da música, nem fugir tanto da melodia original. A roupagem foi definida preservando as harmonias, melodias e seus contracantos - tão famosos quantos suas melodias - as cordas e flautas, tão típicas na música do Tom, misturados com a instrumentação típica de outro tom brasileiro: da sanfona, da rabeca, da viola caipira, da música sertaneja, daí o Tom do Sertão.

Xororó: Existem muitos nomes de talento em Minas e por todo o país, com músicas de muita qualidade. Vejo artistas bons, cantores e compositores que vem se destacando, e aqueles que tiverem talento vão permanecer no meio e conquistar seu espaço.

Como nasceu a ideia de homenagear Tom Jobim? Xororó: O projeto nasceu de uma vontade que sempre tivemos em tocar Tom Jobim. Em casa sempre ouvimos as músicas dele, inclusive a Sandy sempre gostou muito de cantar. Eu dividi com o Chitão essa vontade, ele adorou a ideia e veio com o nome, “Tons do Sertão”. Inclusive acabamos de lançar esse projeto em vinil. O que há em comum nos dois estilos de música? Chitãozinho: Nós pesquisamos muito a obra de Tom Jobim e descobrimos que ele é muito mais sertanejo do que pensávamos. Risos! Selecionamos músicas que fossem ligadas ao campo, à natureza e ao amor, temas sempre presentes na música sertaneja, e fomos descobrindo aos poucos que o Tom estava muito mais próximo de nós do que imaginávamos.

platina e diamante • Dezenas de prêmios na música, incluindo 3 Grammy • Mais de 6 mil shows • Público estimado em 100 milhões de pessoas • Mais de 100 mil pessoas em um único show

Chitãozinho: São muitas músicas bacanas que retratam o estilo mineiro. É muito difícil citar somente uma. Certamente deixaríamos de fora muitas músicas importantes...

Como a dupla se sente em MG? Chitãozinho: Nós amamos Minas Gerais, e nos sentimos sempre muito bem acolhidos. Esperamos retribuir todo esse carinho.

Chitãozinho & Xororó em números

• 37 milhões de discos vendidos • 37 álbuns inéditos e 8 DVDs • Centenas de discos de ouro,

Qual música melhor retrata, na opinião de vocês, o estilo mineiro de cantar e ser sertanejo?

• 1,8 milhão de vendas em um

único disco • Mais de 400 músicas gravadas • Mais de 70 campanhas publicitárias • Envolvimento em mais de 150 projetos de Responsabilidade Social • Parcerias com mais de 100 nomes da música nacional e internacional • 1982 foi o ano de início do grande sucesso com ‘Fio de Cabelo’

SERVIÇO Show de Chitãozinho & Xororó em Belo Horizonte (MG) Local: Grande Teatro do Palácio das Artes Endereço: Av. Afonso Pena 1.537 Centro Data: 26 e 27 de agosto Horário de início do show: 21h Pontos de venda: Bilheteria do Palácio das Artes e pelo site ingresso.com Valor do ingresso: Balcão Superior: R$ 200,00 - Plateia II: R$ 300,00 Plateia I: R$ 480,00 Informação: (31) 3236-7400

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Os + tops do sertanejo em Minas

Foto: Rodrigo Berton

AGENDA

Luan Santana canta seus sucessos na Expoagro de Juiz de Fora

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A revista do agroneg贸cio


Expoagro Juiz de Fora Data: de 13 a 16 de agosto

Local: Parque de Exposições

Atrações: Quinta-feira, 13 de agosto: Noite Gospel com Aline Barros, Bruna Karla e Fernandinho; Sexta-feira, 14 de agosto: Luan Santana e Gusttavo Lima; Sábado, 15 de agosto: Cabaré com Leonardo e Eduardo Costa; Domingo, 16 de agosto: Roda de Samba Informações: www.joaowellington.com.br ou (31) 3291-5010

Cavalgada de João Monlevade 2015 Data: de 20 a 23 de agosto

Local: Parque de Exposições do Areão

Atrações: Quinta-feira, 20 de agosto: Teodoro e Sampaio; Sexta-feira, 21 de agosto: Henrique e Diego; Sábado, 22 de agosto: Cabaré com Leonardo e Eduardo Costa; Domingo, 23 de agosto: Victor e Fabiano Informações: www.joaowellington.com.br ou (31) 3291-5010 Obs: A quinta-feira e o domingo serão com entrada franca

Aniversário de Contagem Data: de 28 a 30 de agosto

Local: Espaço Só Marcas Hall

Atrações: Sexta-feira, 28 de agosto: Jorge e Mates; Sábado, 29 de agosto: Marcha Para Jesus com Pastor Antônio Cirilo, David Quinlan, Nívea Soares e Jonas Vilar; Domingo, 30 de agosto: Luan Santana Informações: www.joaowellington.com.br ou (31) 3291-5010 Obs: O sábado e o domingo serão com entrada franca

1ª Etapa do Inter-Fazendas

Exposição Especializada Mangalarga Marchador de Esmeraldas

15/08/2015

21 a 24 de outubro

Haras SRM – Itaguara/MG

Parque de Exposições de Esmeraldas Esmeraldas/MG

2ª Feira do Produtor com Mangalarga Marchador

4ª Exposição Especializada Mangalarga Marchador de Itatiaiuçu

24 a 27 de setembro

11 a 14 de novembro

Parque de Exposições David Gonçalves Lara

Itatiaiuçu/MG

Betim/MG

Curso de Equitação 07 a 09 de agosto Haras Januário – Itatiaiuçu/MG Alan Villaça 15


PRODUTOS O charme dos acessórios de campo

Manta para cavalo Manta em neoprene, ortopédica, não encharca com o suor do animal evitando odores, proporcionando maior conforto e proteção para cavaleiro e animal.

Para proteger Perneiras confeccionadas em couro, forradas com tecido, proteção e conforto.

Estribo de plástico Estribo fabricado em plástico de alta resistência, borracha antiderrapante na base, leve, de fácil limpeza. A base larga proporciona conforto para o cavaleiro.

Freio para Cavalos

Manta Personalizada

Freio Bridão Americano, biarticulado, bocal de ferro, três posições de rédea, ideal para animais que precisam de flexionamento.

Possui bordado em alto relevo. Uma ótima opção para fidelizar o nome do Haras, Fazenda.

Sela em couro de búfalo A sela Australiana Cock Luxe, é fabricada em couro de búfalo. Modelo exclusivo,desenvolvido dar conforto para o cavaleiro e animal.

SERVIÇO Rédea de lã e couro A rédea é fabricada lã de carneiro, pé de couro cru trabalhado.

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selariaideal.com.br Telefone loja Belo Horizonte: (31) 3222-5733 - (31) 3241-1311 Telefone loja Sete Lagoas: (31) 3774-9979

A revista do agronegócio


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CACHAÇA

AS CINCO MAIS DO BRASIL

Três dos melhores rótulos são produzidos em Minas Gerais; a bebida mais consumida no país é também o terceiro destilado mais consumido no mundo

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or anos a fio, a bebida, além de pouco valorizada, era associada a um paladar menos refinado, digamos. Para se referir a ela, ficou conhecidamente como: “marvada”, “pinga”, “água que passarinho não bebe”, “caninha”, “branquinha”. E por aí vai. Cantada em versos por várias vezes, entre os cantores estão Sérgio Reis, Inezita Barroso e banda Pato Fu, além de tema de marchinha de uma das festas mais populares do Brasil, o carnaval. Mas o que se espera de fato é que, para além dos acordes musicais, é que essa má fama da cachaça fique no passado. Por aqui, a bebida é declarada patrimônio cultural de Minas Gerais, por meio de lei estadual. De mais a mais, não é por acaso que o destilado é o terceiro mais consumido no mundo. 18

Hoje, o produto vive dias de nobreza. Com um mercado crescente e grande potencial a ser explorado, os produtores já se deram conta e, cada vez mais, procuram oferecer rótulos exclusivos e sofisticados. Nesse cenário, Minas se destaca como o maior produtor brasileiro, pioneiro na regulamentação e proteção da produção da bebida destilada mais consumida no país, e também por oferecer algumas das melhores cachaças do Brasil. A branquinha, que está intrinsecamente ligada à riqueza histórica e cultural dos mineiros, seja por sua qualidade e versatilidade gastronômica, tem procurado conquistar, para além dos apreciadores que sabem reconhecer suas singularidades, públicos distintos. Para isso, a ideia é inovar e oferecer ao consumidor um produto de luxo. A revista do agronegócio


Fotos: divulgação/Anísio Santiago/Vale Verde e Boazinha

Prova da hegemonia dos mineiros consta do 1º Ranking da Cúpula da Cachaça - grupo de especialistas na bebida responsável por eleger as 50 melhores cachaças brasileiras. É que, das 50 selecionadas oriundas de oito estados brasileiros, 56% são de Minas, onde cerca de 50% de todo o volume é produzido em alambiques, seguido do Rio de Janeiro (20%) e Rio Grande do Sul (10%). Na disputa das cinco melhores, três são fabricadas em nosso Estado. Envelhecida em tonéis de carvalho, a Vale Verde 12 anos, da cidade de Betim, conquistou o primeiro lugar. No mercado, o consumidor precisará desembolsar de R$ 450 a R$ 500 pela garrafa. Para os degustadores mais exigentes, um objeto de desejo, não dá nem pra dispensar um “cadinho para o Santo”. Em terceiro, Boazinha (Salinas, cerca de R$ 38) e na quinta colocação, a Anísio Santiago (Salinas, cerca de R$ 356).

VOCÊ SABIA?

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40 mil produtores no Brasil

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É o terceiro destilado mais consumido no mundo

Única bebida, na atualidade, capaz de ter um boom no mercado internacional

98% de pequenos e micro-empresários 600 mil empregos diretos e indiretos 11,5 litros de consumo de cachaça por ano por habitante R$ 7 bilhões/ano em sua cadeia produtiva 4 mil marcas de cachaça disputam mercado no Brasil 1% da produção anual é exportada 50% das exportações é de cachaça a granel 70% da produção brasileira é de cachaça de coluna ou industrial; e 30% de cachaça de alambique 87% do market share do mercado de destilados no Brasil Bebida nacional do Brasil por meio decreto federal Patrimônio Cultural de Minas Gerais por meio de lei estadual 70% do consumo de cachaça em bares e restaurantes e 30% nos demais pontos de vendas

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Fonte: Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC- dados 2012)

É Minas. É de Minas, uai!


Divulgação/Fazenda Lagartixa

MILHO

SILAGEM DE MILHO POR QUE COMPRAR?

De alta qualidade, o alimento tem sido uma ótima alternativa para os produtores de gado de corte e leite; além de garantir maior rentabilidade econômica

S

uplementos vitamínicos e minerais, aditivos, farelos, aveia, cevada e tantos outros são opções de alimentos para o rebanho. Talvez por isso, a tendência em considerar o feno e a silagem como alimentos menos nobres, por assim dizer. Mas não é bem assim. Em períodos de seca, como o que enfrentamos atualmente, os produtos são essenciais para evitar a perda de peso e manter a condição corporal dos animais, e, por consequência, uma redução no tempo de abate. Na exploração da pecuária de cor20

te e em tempos de constantes mudanças mundo afora, em particular, pode contribuir para um aumento na capacidade de negociação no mercado, além de maior rentabilidade econômica. Leva-se em consideração também outros fatores, entre eles, a necessidade de ter um alimento volumoso de qualidade, redução do custo de pastagem, renovação de pastos e até mesmo uma reserva estratégica. Para atender às demandas por esses alimentos, o proprietário da Fazenda

Lagartixa - produtora de feno Tifton 85 e silagem de milho -, localizada na cidade de Conselheiro Lafaiete, Pedro Magalhães de Azevedo, conta por que a silagem é a solução ideal para os produtores que buscam maior retorno, praticidade e menores custos fixos. “Nosso produto é uma silagem de milho premium, elaborado com os melhores híbridos disponíveis para esta finalidade. Igualmente, destaco a qualidade e praticidade ao aliar os aspectos financeiro, logístico e mutricional do alimento”, enfatiza. A revista do agronegócio


Foto: Divulgação/Fazenda Lagartixa

Financeiro Sobre o primeiro quesito, o produtor deve considerar todos os custos na produção de silagem, como: insumos, tratores e implementos, quebra de equipamentos durante o plantio ou colheita, condições climáticas e possíveis atrasos na mão de obra terceirizada, tanto para a colheita e plantio, e risco operacional em plantar o milho diante de períodos mais prolongados. Juntos, todos esses fatores podem comprometer uma lavoura que, inicialmente, apresenta condições de uma boa produção a uma colheita bem inferior em um determinado ano e redução de média histórica da propriedade, bem como o aumento dos custos como um todo. “Outro ponto relevante é o desembolso financeiro pontual, quando este tem a ver com sacrifício feito pelo produtor a fim de arcar com os valores necessários para produzir o alimento para seu rebanho durante um período do ano, geralmente o mesmo em que diversas ou-

tras despesas estão se acumulando”, pondera Pedro. Além da qualidade, entre as vantagens da compra da silagem, o produtor sabe de antemão o custo final do produto, o que elimina os riscos próprios à produção do alimento. Além disso, é possível programar o pedido junto ao fabricante de acordo com as necessidades de cada um. Ainda segundo o proprietário da Fazenda Lagartixa, a compra pode ser feita a cada 10 toneladas (10 toneladas por semana, a cada 15 dias ou mensais). “Enfim, uma despesa enorme no início do ano torna-se um custo operacional mensal, não há grandes desembolsos e sim uma mesma quantia todo mês. Ao produtor, a garantia do alimento, independentemente das condições climáticas”, argumenta.

Logística A logística da silagem de milho abrange todas as atividades desen-

volvidas durante a fase de plantio, colheita e, principalmente na fase de utilização do alimento. A produção torna-se desgastante, já que compromete grande parte do tempo do produtor durante os meses de plantio e colheita. O que também implica em energia gasta com fornecedores, gerenciamento e custo de pessoal e transporte, espaço físico, linhas de financiamento, aquisição e manutenção de equipamentos. Resumindo: tempo é dinheiro, quando na verdade o produtor poderia se dedicar ao negócio propriamente dito. Como, por exemplo, na produção do leite. “Todo esse processo deve ser analisado criteriosamente, de forma a reduzir e eliminar despesas que podem, além de afetar a saúde financeira, a qualidade do produto final em si”, opina.

Nutrição O valor nutricional da silagem de milho está ligado ao nível de qualidade geral do alimento. Para isso, conside21


das outras, durante o período de sua utilização. Na prática, o produtor acaba por oferecer, diariamente, um alimento de características diferentes ao seu rebanho. Fazendo as contas na ponta do lápis, literalmente, é bem provável que o agricultor sofra com uma quebra na produção. A tecnologia, avalia Pedro Magalhães, é imprescindível para garantir os níveis de qualidade dos produtos oferecidos pela Fazenda Lagartixa. Entre os melhores e mais modernos do mercado, o maquinário empregado permite o esmagamento dos grãos e colheita do milho sempre no ponto adequado da planta. A embalagem é feita imediatamente, sem

que a silagem “respire”, reduzindo significativamente a oxidação. Em relação às perdas, é praticamente nula, uma vez que os fardos são de 500 kg, quantidade que, na maioria das propriedades, é consumida em poucos dias. Vantagens também para a compactação da silagem, é que esta é muito superior ao de um silo comum (950 kg/m3 x 600 kg/m3), expulsando quase a totalidade do ar, e capaz de garantir uma qualidade superior sem oxidação do alimento. “O tempo em que o produtor se preocupava com a produção e colheita da lavoura de milho, com todos os problemas e perdas inerentes a essa atividade, ficam num passado distante. Trabalhamos para isso”, conclui.

Foto: Shutterstock

ram-se os percentuais de proteína bruta, níveis de digestibilidade, umidade e energéticos. Entre os maiores problemas registrados durante o processo de colheita e ensilagem do milho, estão: atrasos na colheita devido às chuvas com conseqüente perda do ponto ótimo da planta; várias camadas com características diferentes em um mesmo silo (uma vez que o mesmo fica aberto por vários dias até que seja totalmente preenchido); e baixa compactação dos silos, o que gera oxidação de parte significativa da silagem devido à fermentação aeróbia. Isso tudo interfere na qualidade da silagem, além de fazer com que um mesmo silo apresente partes muito diferentes umas

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A revista do agronegócio


A NOVA ESTRELA DO SERTANEJO CONTATOS PARA SHOWS (31) 7508-0077 / (31) 9529-4470

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VINHOS

SUSTENTÁVEL,

TAMBÉM NA TAÇA

Por Viviana Oliveira Fotos: Banco de Imagens

O crescimento da procura por vinhos tem levado os consumidores brasileiros a explorar cada vez mais o mercado. Com isso, a demanda já vai além dos rótulos tradicionais e os vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais já estão sendo procurados com frequência

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ocê sabe exatamente o que tem dentro da taça de vinho que você bebe? Quem ainda pensa que o vinho é um subproduto natural da fermentação do mosto de uvas está equivocado. Existem milhares de componentes, aditivos e preservantes, autorizados e ilegais, que podem ser misturados ao vinho que tomamos, sendo que a maior parte deles são químicos que, a longo prazo, podem ter efeitos nocivos ao ser humano e ao meio ambiente. A manipulação do vinho não é uma prática recente. O homem vem adicionando substâncias ao seu vinho há mais de dois mil anos. Os romanos, por exemplo, acrescentavam desde água do mar, para diluir o vinho, até ervas, especiarias e mel, para mascarar os seus defeitos. 24

O que mudou, obviamente, é o nível de sofisticação, química e tecnológica, utilizada para disfarçar um vinho medíocre ou para adaptar um determinado vinho ao paladar do consumidor internacional – paladar esse que muitas vezes é ditado pela pelo gosto pessoal de críticos famosos, cujas pontuações se tornam ferramentas de marketing agressivas e idolatradas pela mídia. O que acontece na contemporaneidade é que o vinho sai dos vinhedos e passa a viver em laboratórios; torna-se um produto produzido em grande escala, padronizado, industrializado e, portanto, sem expressão, sem personalidade e sem senso de origem, características intrínsecas a essa bebida. Como aponta o cineasta e enófilo Jonathan Nossiter, A revista do agronegócio


diretor do filme Mondovino, “no vinho, como na arte, há uma beleza inerente nessa simples noção de singularidade. A sutil variação de uma garrafa para outra, ou de uma safra para outra não é uma falha, e sim um testemunho da natureza viva e reagente do seu conteúdo.” O vinho deve sempre ter uma história para contar, e é justamente isso que diferencia os vinhos de pequenos produtores dos comerciais, e os naturais dos manipulados. Contra a corrente da manipulação, existem produtores que trabalham seus vinhos e vinhedos de forma natural, orgânica e/ou biodinâmica. Essas formas “alternativas” buscam conservar a essência do vinho, deixando transparecer a autenticidade do seu terroir, dando ao vinho a oportunidade de “contar uma história”, ou seja, de revelar a tipicidade do lugar, do clima, da uva e do produtor que o fez. A interferência de produtos químicos é mínima ou, muitas vezes, nenhuma. Evidentemente, torna-se bem mais trabalhoso fazer esse estilo de vinho e, por isso, a maioria dos produtores que seguem essa filosofia produz vinho por paixão e por convicção, não por estar na moda. Em sua maioria, são produtores pequenos, que trabalham com um vinhedo de poucos hectares e cujas próprias mãos denunciam o trabalho diário com a terra.

O crescimento do consumo de vinhos no Brasil tem levado os consumidores a explorar cada vez mais o mercado, e a demanda já vai além dos rótulos tradicionais - os orgânicos, os biodinâmicos e os naturais já estão sendo procurados com frequência. As pessoas que provam tais vinhos experimentam uma nova sensação ao degustar, já que eles são mais puros, com aromas mais ricos e profundos. É bom lembrar que existem diferenças importantes entre essas três práticas, como veremos a seguir.

A vez dos orgânicos Os produtores orgânicos não utilizam nenhum produto sintético para o cultivo das uvas. Porém, para o nosso entendimento, o que define um vinho ser orgânico não é exclusivamente a produção das uvas e sim, principalmente, a adoção de determinadas práticas no processo de vinificação. Ou seja, nem todo vinho que se diz orgânico é mesmo orgânico. Atualmente, as certificações oficiais de vinho orgânico se restringem unicamente a definir e determinar padrões para a cultura das uvas e não para a vinificação. Já os preceitos biodinâmicos aplicam-se tanto ao cultivo das uvas quanto ao vinho. A biodinâmica é uma homeopatia da 25


terra, cuja extrema preocupação é preservar a singularidade de cada parcela de solo e reduzir a intervenção na fase de vinificação por meio do cuidado no tratamento das uvas e da terra. A biodinâmia é de fato uma filosofia ancorada na Antroposofia, desenvolvida inicialmente pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner. Na teoria e na prática, um vinhedo cultivado de forma biodinâmica está sempre em busca do equilíbrio com o restante do ecossistema, e as medidas aplicadas, quando necessárias, sempre levam em consideração a importância da biodiversidade e da harmonia do homem com a natureza.

Vinhos naturais Quanto aos vinhos naturais, a categoria mais “radical” das três, o uso de uvas isentas de qualquer química é indispensável. Estes vinhos são elaborados com mínima intervenção na fase de vinificação. Os princípios-chave dos produtores naturais são a qualidade e digestibilidade do vinho e a redução do uso de dióxido de enxofre (conhecido como anidrido sulfuroso, SO2). Esses produtores compreendem que os vinhos naturais possuem ciclos de vida que podem 26

evoluir na garrafa em função das estações, da temperatura, do modo de transporte. São vinhos muito frágeis que exigem muitas precauções, mas que em troca entregam muito prazer. Vale ressaltar que os vinhos biodinâmicos e naturais, diferentemente dos orgânicos, quase sempre são fruto de pequenos produtores, já que demandam um alto nível de cuidado e praticamente eliminam a possibilidade da produção em grandes quantidades. Atualmente esses produtores se concentram na Europa, embora existam bons exemplares também no Novo Mundo (Argentina, Chile, Nova Zelândia, Austrália, etc.). Para entender um pouco melhor o que esperar de um desses vinhos, compare o queijo canastra feito artesanalmente em uma pequena fazenda com um queijo minas padronizado, daqueles que compramos em qualquer supermercado por aí. A diferença não está só no conceito, mas também em toda a experiência sensorial que o queijo artesanal nos proporciona e que o industrial não consegue alcançar. Agora, é partir para a degustação, e descobrir na taça a leveza e a pureza desses vinhos. A revista do agronegócio


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MODA

A Aramis veste o homem contemporâneo em todos os momentos de sua vida.

Paletó com colete de tweed. A sugestão é usar com calça e camisa jeans para quebrar a seriedade. Está super em alta usar denim com alfaiataria. 28

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Terno chumbo com camisa social, gravata e lenรงo de seda.

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Jaqueta de couro matelassê com camisa polo. Aposte em combinações sóbrias para destacar a peça principal, neste caso, a jaqueta.

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A revista do agronegócio


Calça jeans bordô com camisa e jaqueta de algodão com zíper e manga de couro. Casual, mas sem deixar o estilo de lado.

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Camisa Night com detalhe na gola, com calรงa de algodรฃo.

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A revista do agronegรณcio


Calça jeans resinada com blazer 2 botões com detalhe de couro na lapela e bolsos. O look all black (todas as peças na cor preta) é sofisticado e nunca sai de moda.

Fotos: Gustavo zylbersztajn Maquiagem: Jayme Vasconcellos Figurino (styling): Thiago Ferraz Produção: Mangaba Produções Locação: Patagônia, Argentina 33


Fotos: Banco de Imagens

QUEIJOS ESPECIAIS

NOBRE SABOR

DOS BLUE CHEESES

Por Felipe Bueno

Conhecidos como queijos azuis, eles possuem sabor e aroma marcantes, e transformam simples receitas em pratos sofisticados

A

s estações frias, outono e inverno, chegam para causar algumas mudanças de hábitos. Uma delas é na alimentação. O clima torna o paladar mais exigente e pede pratos ricos em alimentos nobres. É tempo de apreciar os prazeres proporcionados pela alta gastronomia, com ingredientes marcantes e aromas igualmente fortes. Os queijos azuis, ou blue cheeses, como também são conhecidos, são uma ótima pedida para uma receita com sabor acentuado e sofisticado. Entre os vários tipos, alguns se destacam pela popularidade, preferência do consumidor e utilização pelos chefs 34

de cozinha como o Gorgonzola, Roquefort, Bleu de Bresse, Stilton e Bleubry. Provenientes de países da Europa, muito apreciados na França e Itália, esses queijos possuem um processo de fabricação muito peculiar, o que os tornam uma iguaria em qualquer mesa. Eles se diferem no sabor dos queijos comuns, pois têm um processo de maturação mais longo e elaborado. Muitas são as histórias de como os queijos azuis foram originados, e isso ajuda a criar a mítica em torno desse saboroso alimento. O que de fato se sabe, é que o

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sabor característico advém da cultura de fungos da família Penicillium. Para o chef de cozinha francesa, Rodrigo Fonseca, do restaurante Taste-Vin, o blue cheese, apesar de pouco consumido, tem um público fiel. “O público apreciador dos queijos azuis existe e é seleto, é um grupo mais exigente, com o paladar habituado ao cheiro e ao sabor acentuado”, explica. Uma dica dada por ele é usar os queijos picados com folhas e algumas frutas para harmonizar. “Uma boa maneira de diluir o sabor forte é usá-lo em saladas. Existe uma combinação bem simples e com cara brasileira, que leva manga, rúcula e queijo gorgonzola,” exemplifica.

Degustação A degustação de queijos é um ritual de prazer para aqueles que contemplam um prato requintado e um bom vinho. Como esse tipo de produto exige um tempo certo para adquirir textura e sabor, é importante, na hora da compra, verificar a data de fabricação. Normalmente, é embalado 25 dias depois de pronto. No entanto, só depois de 45 dias ele adquire a textura quebradiça na casca e levemente cremosa, o ideal para consumo. 35


Foto Giovanni Bessa

Podem ser apreciados nas tábuas de queijos, harmonizados com outros ingredientes, como molhos à base de mel e mostarda, azeite, nozes, biscoitos salgados e pães. Outras combinações possíveis vão da entrada ao prato principal. Também é perfeito em canapés, além de servir como base para pastas e cremes, para acompanhamento de pães ou legumes. “Ervas frescas, amêndoas, torradas e damasco são algumas possibilidades de mistura com os queijos azuis”, destaca o chef Rodrigo. Os queijos azuis ainda dão um toque clássico a sopas, saladas, massas e carnes, ao serem transformados em molhos. “Os vinhos que melhor acompanham esses queijos são os adocicados, como o Porto e Sauternes”, finaliza.

SOUFFLÉ DE GORGONZOLA Ingredientes • • • • • • • • •

20 gr de manteiga 250 ml de molho béchamel de soufflé 160 gr de gorgonzola picado 2 colheres de sopa de farinha de trigo especial 1 gema 3 claras 1 colher de chá de parmesão ralado finamente pitada de sal forno a 240 ºC

Modo de preparo

Refogar na manteiga o gorgonzola até começar a derreter. Acrescentar a farinha e mexer cerca de 2 minutos. Colocar as claras para bater. Acrescentar ao queijo o béchamel e o sal e deixar ferver, mexendo sempre. Acrescentar a gema, mexendo e deixar engrossar. Tirar do fogo e incorporar delicadamente as claras batidas em neve firme. Colocar em uma cumbuca untada de manteiga e levar ao forno por 10 minutos. Servir imediatamente.

MOLHO BÉCHAMEL DE SOUFFLÉ

40 g de manteiga 2 colheres de sopa de farinha de trigo especial 1000 ml de leite Ferver o leite. Ao mesmo tempo, aquecer a manteiga e a farinha misturando. Incorporar a farinha ao leite (ou vice-versa) aos poucos e ferver 2 minutos, mexendo sempre. Receita do chef Rodrigo Assunção Fonseca do restaurante Taste-Vin

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ROTA DO CAFÉ

Deputado Federal Diego Andrade apresenta Projeto de Lei que pretende valorizar o café e regiões produtoras

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ensando na valorização do café em Minas Gerais, o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG), criou o Projeto de Lei 2.971/11 que institui em Monumento Nacional a Rota do Café. O objetivo é preservar toda a riqueza e diversidade cultural adquirida pela produção cafeeira no estado além de facilitar a negociação de políticas ligadas ao setor. “Queremos valorizar ainda mais a produção e os produtores de Minas Gerais, agregando valor, criando novas oportunidades de negócio, além de possibilitar melhorias em infraestrutura nas estradas. Um outro ponto positivo é que com a delimitação da região, teremos mais agilidade na liberação de recursos. É importante lembrar que quando o café está em uma fase ruim, famílias sofrem. Só em nosso estado temos cerca de 200 mil produtores. Imaginem quantas famílias dependem do café para viver”, argumentou Diego. A Rota do Café passa por uma série de municípios com destino final ao Porto de Santos, em São Paulo. Um longo caminho que proporciona um passeio pela economia e história do país. O projeto está em fase final de tramitação na Câmara dos Deputados.

DEPUTADO DIEGO ANDRADE relançou a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cafeicultura no Congresso Nacional e continua lutando por melhorias no setor.

TRABALHO DA FRENTE PARLAMENTAR é destacado em reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC)

DIVULGAÇÃO DE ATIVIDADE PARLAMENTAR

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EQUOTERAPIA

Foto: Cíntia Fonseca

TÉCNICA PODE AJUDAR PESSOAS DE TODAS AS IDADES Por Geralda Otone (Neném)

Equitadora e Presidente do INPAR (Instituto Paraíso de Equoterapia)

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quoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais. Ela emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais. Esta atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, o ato de montar, e o manuseio final, desenvolvem novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.” A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina desde 1997. A técnica é indicada para crianças e adultos com: Paralisia cerebral; AVC - acidente vascular cerebral; DNPM - atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; síndromes genéticas como Down, Autismo, Asperger, West entre outras; traumatismo crânio-encefálico; lesão medular; esclerose múltipla; disfunção na integração sensorial; dificuldades de aprendizagem e/ou linguagem; deficiência visual e/ou auditiva, entre outras. O tratamento é contra indicado para quem faz uso de válvula no cérebro, desalinhamento da coluna vertebral, cardiopatias não controlada (doença do coração que não permita ao praticante realizar esforço físico). Toda indicação para a prática de equoterapia deve ser realizada por profissional da área de saúde ou da educação. Geralmente, a família que procura o tratamento de equoterapia já percorreu vários caminhos. Ela chega com esperança renovada e ao mesmo tempo com incertezas, afinal como acreditar que um cavalo pode ser um ins40

trumento reabilitador? Como permitir que o filho “monte” um animal de grande porte? O tratamento da equoterapia será efetivo ao praticante e extensivo à família na medida em que passa a existir união entre os familiares desejosos de se ajudarem e melhorarem no aspecto reabilitador e emocional. Contribui para esta relação de afetividade - além dos elementos naturais do ambiente - a temperatura do cavalo próxima a do ser humano, entre 37,5º a 38,5º. Essa semelhança oferece ao praticante, estando deitado sobre o animal e abraçando-o, uma condição de afetividade ato de “abraçar”, trazendo uma congruência e oportunidade do estabelecimento do afeto, do cuidar, do querer estar juntos. Nesta situação ocorre a ação da ocitocina. A sensação de liberdade que o ser humano carrega dentro de si assume papel preponderante no praticante, respirar ar puro, ouvir canto de pássaros diversos e sentir a natureza e seu esplendor. Tal como no jardim sensorial para os cegos, a sensação de ver a natureza favorece para que a criança aprenda relaxe, execute o tratamento de forma mais natural possível, afinal nesta terapia ela sempre está olhando as pessoas de cima para baixo. No cavalo, a criança se agiganta, domina um animal grande, portentoso, nesta situação o envolvimento e ganho psicológico são percebidos a olho nu. No contexto do relacionamento da família no centro de equoterapia, deve ser observado o aspecto ético que envolve o tratamento com seres humanos, entendendo que cada centro de equoterapia deve se pautar por um atendimento profissional e ético, visando o desenvolvimento da dimensão, e do potencial do praticante. É evidente que essas diversas abordagens conceituais dão origem a uma multiplicidade de metodologias operacionais. Isto diferenciará as ações fundamentadas não somente na qualidade técnica do profissional que atende, mas na qualidade pessoal, humana de cada um e da equipe”. A revista do agronegócio


41 Foto: Banco de Imagens


SAL

SUPLEMENTAÇÃO MINERAL

Fotos: divulgação

Em períodos de seca, a alimentação do rebanho deve ser reforçada com o acréscimo de sal e ureia; sempre orientada por uma profissional da área

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uando o assunto é sais minerais em pastagens, logo vêm à tona as limitações nutricionais decorrentes da carência ou excesso de nutrientes na dieta dos animais. Os motivos para essa deficiência também podem ser relacionados à baixa fertilidade do solo, clima e espécie da forrageira, entre outros fatores. Embora represente apenas 5% do corpo de um animal, os nutrientes minerais contribuem com grande parte do esqueleto, cerca de 80% a 85%, além de compor a estrutura dos músculos. Daí a importância ao bom funcionamento do organismo. Seja para equinos ou bovinos, a suplementação mineral deve ser acrescida na dieta do rebanho. É que somente 42

o capim não supre as exigências de macro e micro nutrientes (Ca, P, K, Na, Mg, Cl, S, Se) dos animais. Para o zootecnista e médico veterinário e técnico em agropecuária, Fernando Oliveira, os benefícios são extensos, e exemplifica. “Os minerais atuam diretamente na produção (carne, leite, ovos, etc.), reposição do tecido ósseo, melhoram a permeabilidade das membranas celulares, pressão osmótica, ativadores enzimáticos, contribuem para o correto funcionamento das funções fisiológicas e o sistema imunológico”, enumera. Destacam-se ainda, segundo Fernando, uma maior produção, melhores índices reprodutivos, melhor aproveitamento dos alimentos, maior resistência a doenças, melhor desempenho atlético e melhor recuperação do desgaste físico nos equinos. A revista do agronegócio


Mistura A queda no consumo e digestibilidade das gramíneas são comuns ao período seco, época em que se observa uma concentração menor dos minerais encontrados nas gramíneas. Para suprir a demanda dos animais em virtudes das condições climáticas, a mistura do sal com uréia é vista com uma alternativa. Entretanto, o veterinário alerta que a uréia deve ser dada apenas para os bovinos. “A adição desse composto a uma fonte de enxofre (sulfato de amônio, geralmente 10% da quantidade total da uréia na mistura) fornece nitrogênio não protéico para as bactérias do rúmen, que produzem proteína microbiana e transformam a forragem de má qualidade do período seco em nutrientes para o organismo, evitando com isso a perda de peso dos animais”, esclarece Fernando. Sobre a proporção a ser inserida da ureia ao sal, esta pode chegar até 30% da mistura e recomenda-se ao agricultor um período de adaptação de consumo de pelo menos três semanas. Isso deve ser feita de forma gradativa, ex-

plica. ”Nos primeiros sete dias deve ser oferecido 10%, na segunda semana 20%, e 30 % somente na terceira semana. Todo este processo deve ser orientado por um profissional da área, havendo sinais de intoxicação alimentar, o produtor deve procurar um médico veterinário”, enfatiza.

Desempenho Utilizado de maneira correta, nos bovinos, Fernando Oliveira acrescenta que as novidades ficam por conta do balanceamento de macro e micro nutrientes do sal mineral com base nas exigências das categorias animais da propriedade; análise bromatológica do capim e/ ou análise de solo da propriedade; balanceamento cátion aniônico para vacas de leite em alta produção; sal proteinado; creep feeding (suplementação protéica junto com o mineral para bezerros). Para a alimentação dos equinos, misturas minerais com suplemento vitamínico; misturas para reposição de eletrólitos em cavalos atletas de alta performance; utilização de cromo orgânico para um melhor aproveitamento da glicose nas células e reposição de tecido muscular. 43


Foto: Banco de Imagens

DOCES

DELÍCIAS JUNINAS

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proveitando o clima das festas juninas – e julinas, por que não? -, não poderíamos deixar de falar de duas guloseimas muito apreciadas pelos mineiros. Em cena, duas sugestões pra lá de deliciosas. Mugunzá, mukunza, ebô, jimbelê, chá de burro... Nomes estranhos? Sim, mas estamos falando da mesma pessoa, ou melhor, do mesmo doce. Para nós mineiros, a deliciosa canjica. Com grãos de milhos ralados, a guloseima é feita com leite de vaca, açúcar, margarina, água, leite condensado, leite de coco e canela. Pode ser servida quente ou fria, e seu nome remete ao prato e ao grão utilizado, o milho branco. Há relatos, que a canjica chegou ao Brasil através de escravos. Era uma alimento muito consumido em quilombos e senzalas, 44

depois o doce ganhou novos ingredientes, sendo também incorporados nas casas das famílias com maior poder aquisitivo. De origem asiática, o arroz-doce faz o maior sucesso em vários países e cada região determina os condimentos e o modo de prepará-lo, em sua variedade de receitas. Pode ser servido quentinho ou gelado. No Brasil, por exemplo, o arroz pode ser preparado no leite, leite condensado ou água e açúcar. Já na Dinamarca o arroz-doce pede amêndoas, nas Filipinas, frutas e chocolates, na Tailândia, coco, e nas Maldivas, canela e até mesmo folhas. A iguaria chegou ao Brasil, vindo de Portugal. Na época do Império, no Rio de Janeiro, a sobremesa preferida das pessoas ricas, a maioria de origem portuguesa, era justamente o arroz-doce.

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CANJICA Ingredientes • 1 quilo de canjica • 2 colheres de mesa de amendoim torrado e moído • 2 colheres (mesa) de coco ralado • 5 cravos • 1 pau de canela • 1 pitada de sal • Açúcar a gosto • Chocolate em pó a gosto • Leite o necessário

Foto: Divulgação

Modo de preparo

Cozinhar a canjica com água até amaciar. Reservar metade e passar outra metade para bater no liquidificador. Levar ao fogo em panela grande e grossa, juntar os temperos, acrescentar o leite e adoçar a gosto. Deixar ferver bem em fogo brando para pegar gosto, mexer uma vez ou outra pra não deixa grudar no fundo. Pode ser também cozida inteira, temperar apenas com leite e açúcar. Servir bem quente e acrescentar queijo em cubos. Receita retirada do livro A história da arte da cozinha mineira por Dona Lucinha

ARROZ-DOCE Ingredientes • • • • •

5 litros de leite integral 1 xícara de chá de arroz 2 xícaras de chá de açúcar Canela em pó a gosto Cravos a gosto

Foto: Rogério Franco

Modo de preparo

Coloque o leite para secar durante 2h. Acrescente o arroz cru. Deixe cozinhar por volta de 40 minutos. Depois, acrescente as duas xícaras de açúcar. Misture bem, até dissolvê-lo completamente. Acrescente os cravos. Coloque o doce em uma travessa. Deixe esfriar e salpique canela em pó. Autora: Fernanda Lage - receita retirada do livro Minas Gerais - Fazendas e Sabores do Leite, o terceiro livro da coleção de Clesio Barbosa e Patrícia Soutto Mayor Assumpção

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Foto: Marden Couto

TURISMO

NA ROTA

DOS HOTÉIS FAZENDAS

Entre as montanhas mineiras, exuberantes e imponentes construções centenárias deram lugar a luxuosos hotéis fazendas que chamam a atenção pelo conforto, sofisticação e belas paisagens, atraindo turistas de todo o Brasil Fazenda Fonte Limpa O sossego acompanhado das inúmeras opções de lazer e da bela paisagem ao redor faz da Fazenda Fonte Limpa uma opção diferenciada, seja para curtir as férias, ter um momento a dois, ou passar um final de semana em família. Localizada a apenas 130 Km de BH, no município da pequena cidade histórica de Santana dos Montes (MG), o hotel oferece doses generosas de natureza, história, bem-estar e lazer: receita para uma experiência memorável. A Fazenda Fonte Limpa, datada de 1742, é tombada pelo IEPHA por sua notável conservação de época (o Ciclo do Ouro) e foi inteiramente restaurada e adaptada para a hospedagem, exibindo com orgulho a arquitetura original do século XVIII. 46

SERVIÇO Hotel Fazenda Fonte Limpa Endereço: Rodovia BR 040 (MG-0405) Santana dos Montes (MG) Telefone: (31) 3726-1134 Site: fazendafontelimpa.com.br

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Fotos: Tales Azzi


Fotos: Pedro Vilela

Fazenda da Chácara Localizada na Estrada Real, entre os municípios de Santana dos Montes e Itaverava (MG), a Fazenda da Chácara, datada de 1741, foi reformada e ampliada para se transformar em um hotel, onde o diferencial é o conforto, segurança, com várias opções de lazer e contato com a natureza. Sua área é de 126 ha, sendo 80 hectares de Mata Atlântica com cinco nascentes e 12.000 m² de área construída.

SERVIÇO Fazenda da Chácara Endereço: km 1 da estrada entre Santana dos Montes a Rio Espera – Santana dos Montes (MG) Telefone: (31) 3726-1361 Site: hotelfazendadachacara.com.br

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Fotos: Antônio Noranha de Almeida

Fazenda Rota Real Construída em 1972, e seguindo um modelo bem rústico, que remete a fazendas antigas, a Fazenda Rota Real é hoje um hotel fazenda localizado no município de Cristiano Otoni (MG). O local oferece reconfortante repouso e lazer, em um ambiente cercado por muita e exuberante natureza.

SERVIÇO Fazenda Rota Real Endereço: Rod. BR 040 – KM 646 – Cristiano Otoni (MG) Telefone: (31) 9639-1098 Site: hotelfazendarotareal.com.br

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CAVALOS

MANGALARGA MARCHADOR E QUARTO DE MILHA Fotos: Fernando Ulh么a

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MANGALARGA MARCHADOR

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QUARTO DE MILHA

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CAPA

DE PORTAS ABERTAS PARA AS FAMÍLIAS

Fotos: Fernando Ulhoa e Giovanni Bessa

O Haras do Lay abre as portas do seu centro hípico para receber com conforto, comodidade e muito carinho criadores de cavalos e seus familiares

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e acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o Brasil possui o maior rebanho de equinos na América Latina e ocupa o terceiro lugar mundial. Somados aos muares (mulas) e asininos (asnos) são 8 milhões de cabeças, movimentando R$ 7,3 bilhões, somente com a produção de cavalos. O setor é responsável pela geração de 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos, sendo que o maior rebanho estadual encontra-se em Minas Gerais. Em 2006, estimava-se 860 mil cabeças no Estado.

na esse segmento ainda mais especial: para eles, o convívio familiar é sempre considerado prioridade.

Os números são de “encher os olhos”, assim como a paixão desses criadores pelos cavalos. Existe ainda mais uma característica em comum desses criadores que tor-

De acordo com José Paulino, a proposta é tornar o local referência para todas as raças, entre elas, mangalarga marchador, campolina, pônei e o quarto de milha.

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Com a proposta de ampliar esses momentos em família, o empresário e também criador de cavalos, José Paulino Pires, resolveu reunir, em um mesmo espaço, negócios e lazer, e fundou, em março deste ano, o Centro Hípico Haras do Lay. O empreendimento foi erguido em uma área de 50 mil m² que pertence ao Haras do Lay, a primeira propriedade mineira a produzir feno, fundada há 25 anos.

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O espaço oferece também estrutura para provas em que os cavalos trabalham com os bois, como Team penning, laço, ranch sorting e apartação. “Há cinco anos, voltamos a criar cavalos da raça quarto de milha e começamos a visitar várias pistas cobertas de outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo e trouxemos para Minas o que há de mais moderno no mercado. Nossa proposta é que as famílias dos criadores se sintam em casa durante as competições. Por isso, preparamos tudo com muito carinho”, afirma.

Com localização privilegiada, no município de Capim Branco, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 45 km da capital mineira e a 17 km do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, o centro hípico está situado em local estratégico, na região onde há a maior concentração de criadores de cavalos de Minas Gerais. O espaço oferece infraestrutura completa para a realização de shows, competições e eventos voltados para todas as raças de equinos.

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Uma das grandes estrelas do espaço é a pista. Exclusiva em Minas Gerais, ela é totalmente coberta, possui 4.200 m² de extensão e iluminação apropriada para qualquer tipo de prova. O piso, preenchido por uma parte de terra e a outra de areia, é adequado para diversas modalidades, entre elas, as provas de tambor e baliza, hipismo e concursos de marcha. Tudo o que acontece na pista, pode ser visto do restaurante do centro hípico. O espaço oferece total visibilidade e muito conforto para quem estiver acompanhando os eventos, já que foi construído um metro mais alto que o nível da pista. Com a extensão de mil m², ele é todo equipado, com cadeiras, mesas e cozinha industrial para atender uma média de 1,5 mil pessoas por evento. Para total comodidade dos convidados, o centro hípico oferece ainda banheiros femi-

ninos e masculinos, com chuveiros e acabamento em granito. Os peões que estiverem participando das provas também terão um espaço especial, com vestiário, chuveiros, aquecidos por energia solar e programados para 70 banhos por dia. O estacionamento é estruturado com pontos de água e luz para receber caminhões e trailers que podem, inclusive, pernoitar no local, tendo em vista a infraestrutura oferecida pelo centro hípico. Os personagens principais das competições também têm lugar exclusivo no empreendimento. O centro hípico oferece 130 baias construídas com alvenaria com três metros de altura por três de largura, piso de areia e grade na parte central. Tudo isso, para garantir o conforto e o bem estar dos animais.

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Eventos Em junho, o espaço recebeu a 1ª Exposição Especializada em Mangalarga Marchador realizada em pista coberta que contou com a participação de 100 animas. O evento foi realizado pelo Núcleo Mangalarga Marchador da Grande Belo Horizonte. A exposição deve acontecer novamente nos próximos dias 29 e 30 de outubro, tamanho foi o sucesso da primeira edição.

Zé Paulino, Magdi Shaat e Edgar Bessa

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O evento reuniu vários criadores do Estado e do Brasil. Segundo o empresário e engenheiro civil, Magdi Shaat, criador de cavalo Mangalarga Marchador, há 24 anos, e titular do Haras El Far, situado em Lavras, Sul de Minas Gerais, que também compareceu o local pela primeira vez, o centro hípico atende a todas as exigências das competições. “Além de ser um excelente espaço para estar A revista do agronegócio


com a família reunida, o centro hípico é muito bem estruturado para receber os grandes eventos do segmento. Em Minas, nunca havia visto um espaço tão completo”, afirma. Magdi nasceu na cidade do Cairo, no Egito, mudou-se para o Brasil em 1968 e logo se naturalizou brasileiro. Foi presidente do Núcleo dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador do Sul de Minas com mandato de 2005 até 2008 e é também o atual presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, cujo mandato foi iniciado em 2008, com término previsto para dezembro de 2015. Até o final do ano, o centro hípico já tem reservas para uma prova mensal de tambor e baliza de quarto de milha que será promovida pela Associação Mineira do Cavalo de Trabalho (AMTC). 67


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LATICÍNIOS

QUEIJO MINAS

CONQUISTA O BRASIL

Fotos: Alexandre Soares/Emater-MG

Programa da Emater-MG capacita os produtores mineiros para buscar certificação do queijo artesanal junto ao IMA; reconhecimento permite a comercialização em todo o país

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ssim como outras iguarias, o queijo está estritamente ligado a identidade do mineiro. Em cada fatia, pequenos recortes da cultura e história de um povo. Uma delícia gastronômica que, a cada dia, conquista paladares para além de nossas montanhas. Impossível falar de queijo sem ligar ‘o nome a pessoa’. São indissociáveis. Mas, o que vem chamando a atenção no momento, no Brasil e no mundo, é o queijo artesanal, aquele que envolve um período de maturação do produto entre 14 e 21 dias e produzido a partir de leite cru, não pasteurizado. No estado, a Empresa de Assistência Técnica e Rural (Emater-MG) é a executora do Programa Queijo Minas Artesa70

nal, com foco na organização dos produtores, melhoria de embalagens, qualificação dos produtores e técnicos, comercialização e melhoria da qualidade dos produtos.

Certificação Há dois anos, um acordo inédito entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e os serviços de inspeção sanitária de Minas, permitiu que o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) passasse a expedir para o Queijo Minas Artesanal, o documento que legaliza sua comercialização para todos os estados brasileiros. Até então, o produto ficava restrito às fronteiras do estado. A autorização equivale ao Sistema Brasileiro de InspeA revista do agronegócio


ção do Mapa (SISBI), que, por meio de uma portaria assinada pelo atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, enquanto ministro da Agricultura, permitiu que o QMA saísse das queijarias regularizadas diretamente para mesa de consumidores de todo o país. Entretanto, para obter a certificação do produto junto ao IMA, os interessados precisam atender as especificações referentes à produção, equipamentos, higiene, controle de saúde dos trabalhadores e dos animais, entre outros. Atualmente, são 245 produtores cadastrados nas regiões de Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro. E é a partir dessa conquista que os produtores mineiros vislumbram um mercado ainda pouco explorado. 71


Sobre o Queijo Minas Artesanal O Queijo Minas Artesanal mantém as características de produção artesanal, a partir de mão de obra familiar, com produção em baixa escala e utilização de leite cru (não é permitido leite pasteurizado). O modo artesanal da fabricação é registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 72

O reconhecimento das regiões é respaldado por estudos que avaliam o processo de fabricação e as características peculiares do local de origem, como a história, a economia, a cultura e o clima, entre outros. O Queijo Artesanal sobreviveu às pressões da modernização dos processos de produção pelo apego às tradições e, também, pelo isolamento das propriedades produtoras, espalhadas pelas colinas e pelos vales do Estado. A revista do agronegócio


Compreendem as regiões:

Campo das Vertentes: Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João Del Rei, São Tiago e Tiradentes. Canastra: Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí, Vargem Bonita. Cerrado: Abadia dos Dourados, Arapuá, Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarâ-

nia, Lagamar, Lagoa Formosa, Matutina, Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gonçalo do Abaeté, São Gotardo, Tiros, Varjão de Minas. Serra do Salitre: Serra do Salitre. Serro: Alvoradas de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas, Coluna, Serro. Triângulo Mineiro: Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria, Tupaciguara e Uberlândia. 73

Fontes: IMA e Emater-MG

Araxá: Araxá, Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pratinha, Pedrinópolis, Perdizes, Sacramento, Santa Juliana, Tapiraí


GASTRONOMIA

CERVEJA E COMIDA. POR QUE NÃO?

Fotos: Giovanni Bessa

Premiada no Brasil e no exterior, a Cervejaria Backer, primeira a produzir a bebida artesanalmente em Minas Gerais, reúne em só espaço turismo, arquitetura e decoração, negócios, cultura, gastronomia e cerveja

E

m um país onde o sol brilha o ano inteiro, uma cerveja estupidamente gelada pode ser a deixa para os apreciadores da bebida. Tudo bem que em Minas não tem mar, mas o estado, além de inúmeros atrativos, é berço das melhores cervejas artesanais, e, há algum tempo, considerado a Bélgica brasileira. E não é por acaso: são 12 fábricas (atrás somente de santa Catarina) e quase 60 dos 120 estilos existentes no mundo são da terrinha. E que tal juntar turismo, arquitetura e decoração, negócios, cultura, gastronomia e cerveja em um só lugar? Esse é o conceito da Cervejaria Backer, primeira a produzir a bebida artesanalmente há dez anos. Premiada no Brasil e no exterior, hoje, são mais 15 tipos e um Pátio Cervejeiro – e único -, onde o turista pode degustar a “loura gelada” e desmistificar a ideia de que a bebida não combina com uma boa e diversificada gastronomia. Quem disse isso? Não se sabe, mas um pensamento difundido até pouco tempo – ou ainda presente – de maneira equivocada.

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Complexo Cervejeiro No projeto, que também inclui o Templo Cervejeiro e infraestrutura semelhante a importantes pontos turísticos, foram investidos mais de R$ 6 milhões. Para a diretora de marketing da Cervejaria Backer, Paula Lebbos, a proposta é disseminar cada vez mais a cultura das cervejas artesanais. “O Brasil está engatinhando ainda neste segmento que é relativamente novo, não tendo mais que 20 anos. Por meio de experiências como esta, podemos aumentar o mercado de maneira ainda mais acelerada, promovendo o gosto do consumidor pelas boas cervejas especiais”, explica, e acrescenta que a construção do Complexo é a realização de um antigo sonho da empresa. E dedicado a um público crescente e interessado em conhecer e apurar o paladar acerca das cervejas especiais.

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Harmoniza com? Fiel à proposta, o Templo Cervejeiro está sob o comando do chef Marcos Paulo Cardoso, que traz uma gastronomia conceitual desenvolvida especialmente para harmonizações com todo o portifólio de cervejas da fabricante. No cardápio, algumas releituras de pratos e um pouco das experiências mundo afora de Paula Lebbos. E para abrir o apetite, confira abaixo uma receita saborosa do chef. Ideal para harmonizar com Backer Dom Corleone.

Chef Marcos Paulo Cardoso

Carré de cordeiro com risoto de tomate

• • • •

300 gr de carré de cordeiro

• •

01 colher (sopa) azeite de oliva

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200 gr de arroz arbóreo 30 gr de cebola ralada 01 colher (sopa) de manteiga gelada em cubos

50 ml de colher (sopa) vinho branco 50 ml de caldo de legumes 200 gr de queijo parmesão 50 gr de sal Sal a gosto Pimenta a gosto

Modo de preparo 1° passo: em uma panela pequena refogue a cebola com o azeite até ela ficar transparente, acrescente o arroz e refogue o brevemente, junte o vinho e vá mexendo até quase secar. Em seguida vá juntando o caldo de legumes aos poucos, não pare de mexer, é muito importante mexer para soltar a maior quantidade possível de amido do arroz, vá experimentando para ver o ponto cozimento do arroz. 2° passo: quando estiver quase no ponto, junte o molho de tomate, ajuste o tempero com sal e pimenta.

totalmente derretido, retire do fogo e junte a manteiga gelada, mexendo vigorosamente para dar cremosidade ao risoto. 4° passo: coloque em um prato fundo e decore com os carrés de cordeiro. Rendimento: 01 porção

SERVIÇO Pátio Cervejeiro Endereço: Rua Santa Rita, nº 220 Olhos D’Água - BH

Enquanto isso, em outra frigideira, grelhe os carrés de cordeiro temperados com sal e pimenta.

Tel.: (31) 3288-3068

3° passo: acrescente o parmesão ao risoto e misture, quando ele estiver

Mestre-cervejeiro: Sandro Duarte

Site: cervejariabacker.com.br (confira os horários de funcionamento do Pátio Cervejeiro)

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CEASA

A CENTRAL DO BRASIL

Fotos Giovanni Bessa

Considerada a central mais diversificada do país, a unidade da CeasaMinas em Contagem apresenta números expressivos para a economia mineira

O

s dados impressionam e deixam pra trás muitas empresas e cidades por esse Brasil afora, dado a força de seu potencial econômico e capacidade de movimentar - em único espaço - um montante expressivo e superior a diversos setores da economia nacional, e uma população flutuante de 70 mil pessoas em dia de mercado forte. Isto é, em apenas um dia. A título de comparação vale registrar que, dos 5.570 municípios brasileiros, 5.119 apresentam população inferior a 70 mil habitantes. 80

Particularizando a informação para Minas Gerais, esta relação mostra-se igualmente expressiva: é que das 853 cidades mineiras, 801 também apresentam população inferior a 70 mil (IBGE/Indicadores Sociais Municipais- julho 2014). Isso corresponde a 91.9% e 93.9%, respectivamente. Então vamos lá! Instalada em uma área total de 2, 286 milhões de m2, e ocupação de 205 mil m2, a unidade de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas) re-

cebe produtos de 1.057 municípios fornecedores e compradores de 500 cidades do estado. São 579 empresas estabelecidas; 2.300 produtores rurais ativos; 15 mil empregos diretos e 650 carregadores de chapas ativos. Os dados revelam-se ainda mais significativos quanto aos valores comercializados: R$ 4,8 bilhões no ano de 2014, incluindo as unidades Barbacena, Caratinga, Governador Valadares, Juiz de Fora e Uberlândia. E uma infinidade de produtos, o que coloca a central mineira como a mais diversificada do país. A revista do agronegócio


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Diversificação

Para capacitar os lojistas e produtores, o entreposto de Contagem também oferece aos mesmos cursos técnicos, por meio de parcerias com instituições de ensino, os quais também estão abertos à comunidade. 82

Presidente da CeasaMinas Gustavo Alberto França Fonseca

NÚMEROS CEASAMINAS – UNIDADE CONTAGEM GRANDE BH – ANO 2014

Valor comercializado (R$)

4,8 bilhões

Quantidade comercializada (em mil toneladas)

2,7 milhões

Empresas estabelecidas

579

Produtores rurais ativos

2.300

Empregos diretos

15 mil

Clientes diretos

40 mil

Clientes indiretos

8.500

Municípios fornecedores

1.057

Municípios compradores

500

População flutuante média (pessoa/dia)

40 mil

População flutuante máxima (pessoa/dia)

70 mil

Fluxo de veículos sem carga (média mês)

438 mil

Fluxo de veículos com carga (média mês)

28 mil

Área total (m2)

2.286 milhões

Área ocupada (m2)

205 mil A revista do agronegócio

Fonte: CeasaMinas

O presidente da CeasaMinas, Gustavo Alberto França Fonseca, salienta que o ótimo desempenho da central mineira se justifica pelo fato de que, “aqui os compradores encontram inúmeros produtos, que vão além das frutas, legumes e verduras. Como, por exemplo, cereais, alimentos industrializados, bebidas, carnes, produtos como insumos agrícolas, embalagens, de higiene e limpeza, rações, vestuários, e medicamentos. Aqui ele encontra tudo o que precisa para o seu negócio”, justifica. De acordo com o presidente, serviços como os de agências bancárias, casa lotérica, escolas, Correios, restaurantes, escritórios de contabilidade, entre outros, facilitam o dia a dia dos usuários.


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ARTE

LEVEZA

E MOVIMENTO NO BRONZE

A

34º Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador reservou um expaço para a arte e criatividade. A renomada artista plástica Vânia Braga levou para o evento algumas de suas peças elaboradas em bronze, de cavalos Mangalarga e de felinos. A dureza do material desapareceu por completo com a leveza e o movimento empregados nas peças pela artista. “Gosto muito de animais e mostrar minha arte para quem também é apaixonado por eles é uma experiência maravilhosa”, define.

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Foto: Giovanni Bessa

Forรงa: Cabeรงa de Mangalarga Marchador batizada de Poderoso.

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Fotos: Giovanni Bessa

Leveza: Cabe莽a de Mangalarga Marchador batizada de Liberdade.

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Cavalo negro: Mangalarga Marchador em pĂĄtina preta.

Cavalo branco: perfeição nos detalhes e grande semelhança com o animal de verdade.

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CAFÉ

O OURO

NEGRO MINEIRO

De Minas para o mundo: o café mineiro é exportado para mais de 60 países

E

ntre tantas riquezas das Gerais – e para muito além das montanhas -, o café talvez seja a bebida que mais tem a cara do brasileiro. E não é apenas uma questão de hábito, passa antes de tudo pela identidade de um povo. Em Minas, então, a bebida, para além dos costumes, exerce papel significativo na economia É que o estado tem, no grão, a principal commodity de exportação do agronegócio, sendo responsável por 50% de toda a produção nacional, e, daqui, é vendido para mais de 60 países. 88

Liderança Em mais de um milhão de hectares plantados, nossos cafeicultores produziram no ano passado 22,6 milhões sacas de café, destas, 10,7 milhões são oriundas do Sul e Centro-Oeste; 5,8 milhões do cerrado mineiro (Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste); 5,3 milhões da região da Zona da Mata, Rio Doce e Central; e 762 mil vêm do Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri (Conab - 09/2014). A importância do produto também se dá no âmbito social por gerar cerca de 4 milhões de empregos diretos e indi-

retos, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg/2012). Qualidade, clima tradição no plantio e topografia dão ao Sul de Minas as condições ideais para fazer desta região a maior produtora de cafés do Brasil. No Sul de Minas, a maior parte do café é processada por via natural. Os grãos são classificados como mole ou estritamente mole, encorpados com pouca acidez e um sabor doce característico. Já os cafés cereja descascado têm um sabor parecido com o dos naturais, porém com uma maior consistência. A revista do agronegócio


Tipos de café Muito apreciado, o tradicional cafezinho preto é o mais comum para boa parte dos brasileiros. No entanto, quem conhece e gosta, não abre mão da possibilidade de degustar os mais variados sabores da bebida. Conheça alguns tipos.

São perfeitos para serem consumidos durante um happy hour ou em reuniões informais, acompanhados principalmente de bolos, pães de queijo ou biscoitos caseiros. Cafés regionais: em função da diversidade de cafés (cultivares), latitudes, altitudes e métodos diferentes de preparo diferentes, surge uma enorme gama de aromas e sabores que caracterizam sua região de origem. Café do cerrado: estes são produzidos em ambiente de savana de planalto, em áreas que nunca foram florestadas, a altitudes entre 800m e 1000m. O cerrado de Minas Gerais é caracterizado por estações bem definidas: verões quentes e chuvosos são seguidos por invernos secos e frios, formando o clima ideal para o cultivo de cafés naturais de alta qualidade. Cafés gourmet: são os considerados mais raros e exclusivos, excelentes, e atributos de qualidade positivos, características únicas e marcantes. Geralmente possuem doçura própria, muitas vezes dispensando o uso

de açúcar, além de aroma e sabor lembrando cereais torrados, flores, frutas ou achocolatados. Cafés descafeinados: o processo de preparo desses cafés ocorre com a remoção da cafeína dos grãos. Nesse processo há a remoção de todo o sabor do grão, que é reincorporado após a destilagem dos sabores retidos na água da imersão e sua posterior pulverização nos grãos. Café da Chapada de Minas: trata-se de uma região pequena de topografia singular; planaltos com desfiladeiros cortados por rios. Cafés orgânicos: a preocupação do homem em se aproximar da natureza, originou um mercado consumidor preocupado em adquirir produtos agrícolas sem agrotóxicos, por esses auxiliarem na preservação do meio ambiente e, consequentemente, da saúde humana. Cafés tradicionais: são produzidos a partir de blends de grãos que valorizam o equilíbrio entre a excelência da bebida e o sabor. Estão disponíveis no mercado em embalagens tipo “almofada” ou fechadas no sistema de vácuo. Enquadram-se aqui também os cafés extra-fortes. A dica é consumir a bebida no máximo até uma hora do seu preparo, evitando perdas de aroma e sabor. 89

Com informações: sindcafe-mg.com.br

Cafés aromatizados: a produção do café aromatizado é feita a partir da incorporação de óleos essenciais que contém aromatizantes como nozes, baunilha, cremes de frutas, entre outros.


JURÍDICO

VÍCIOS REDIBITÓRIOS EM VENDA DE ANIMAIS EQUESTRES Por Miguel Marques

Advogado e sócio do Escritório Marques e Siqueira

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legislação protege vendedores e compradores quando ocorrer defeito nos bens e produtos. As transações envolvendo animais equestres, não são exceção, e diante um mercado (compra e venda de animais) que cresce de forma acelerada no Brasil, tais litígios estão cada vez mais em voga.

do, salvo os que só possam ser identificados por meio de procedimentos complexos.

Os defeitos devem ser ocultos, posto que se ostensivos fazem presumir que foram aceitos pelo adquirente uma vez que não enjeitou a coisa. Somente se consideram vícios os já existentes ao tempo da alienação e que perdurem até o momento da reclamação. Só se consideram defeitos que positivamente prejudicam a utilidade da coisa, tornando-a inapta às suas finalidades primordiais ou reduzindo sua expressão econômica. A responsabilidade do alienante deriva do nexo causal entre o perecimento da coisa e defeito. Terá o adquirente direito ao reembolso do preço efetuado.

Neste caso deve constar o laudo no contrato de compra e venda para garantia de ambas as partes. Garantia para o vendedor, pois fará chegar ao comprador todas as informações “complexas” visíveis somente por um profissional, garantia para o comprador, pois aquilo que não ficar explicitado ali poderá no futuro ser tido como vicio redibitório.

No caso de transações envolvendo animais equestres, presume-se que o vendedor está em condições de detectar os defeitos dos animais, por isso, deverá ser responsabiliza-

Para tanto, a assessoria jurídica bem como a de um bom profissional Veterinário, poderá trazer seguranças para vendedores e compradores e evitando assim “batalhas” nos tribunais.

Uma segurança para comprador e vendedor seria realizarem no ato da venda, um “vet check, com um veterinário de confiança, onde este emitiria um laudo trazendo quaisquer imperfeições ou não no animal.

Tais procedimentos podem ser aplicados até em animais negociados em leilões, vez que poderá ser realizado um “vet check” em todos animais vinculando os laudos nos contratos firmados com os arrematantes.

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MAIS QUE MIL

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