Revista Psiquê Premium edição 33

Quando tinha tudo para desistir, ele decidiu enxergar com os olhos da fé.

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Liliana Mesquita

A vontade de ajudar ao próximo sempre foi intensa na vida da médica anestesiologista Liliana Mesquita. Ela não imaginava, porém, que em um período de apenas quatro anos, atravessaria o mundo em sete missões humanitárias, realizadas em países de extrema pobreza. As experiências vividas em cada um dos lugares são tão marcantes, que ela divide a própria vida entre antes e depois de “Médicos Sem Fronteiras”. Por Paula Martim Foto: Arquivo pessoal

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especial internacional

“J á sabia das dificuldades que poderia enfrentar quando decidi participar da equipe de profissionais de Médicos Sem Fronteiras (MSF), em 2010. Mas a história e a estrutura da organização, criada por médicos e jornalistas na França, em 1971, sempre chamaram minha atenção. Além disso, me sentia motivada a ajudar as pessoas, desde criança. Por isso, escolhi seguir carreira na área da saúde e me tornei médica anestesiologista.

AS EXPERIÊNCIAS QUE ADQUIRI NÃO SE COMPARAM A NADA QUE TENHA VIVIDO ANTES” Depois de ter participado de sete missões, posso afirmar, com clareza, que minha vida se divide entre antes e depois de MSF. As experiências que adquiri, as histórias que presenciei e as emoções que senti em missão foram muito especiais e não se comparam a nada que tenha vivido antes.

Imagine-se sendo a única anestesista em um raio de mais de 500 quilômetros. Agora, como contexto, pense em um país completamente desolado pela guerra e em extrema pobreza, onde pessoas enfrentam a morte quase tantas vezes com que lidam com a vida. E, para ficar ainda mais desafiador, pense que você é a única mulher dentre os membros da equipe de expatriados (como são chamados nas missões todos os profissionais de MSF com outra nacionalidade que não seja a daquele país) em um lugar onde a cultura masculina é altamente priorizada. Pois é, esses foram alguns dos elementos que tive que enfrentar.

Minha primeira missão ocorreu no Haiti. Na época, o país havia acabado de enfrentar um terremoto devastador,

classificado como o maior desastre já enfrentado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Foi impossível conter a tristeza quando cheguei lá e me deparei com toda aquela destruição. Presenciar e viver tudo aquilo ao vivo foi bem mais difícil do que quando ouvimos na televisão. Uma das coisas que mais me impressionaram foi ver que várias casas não haviam sido destruídas pelo terremoto, ou seja, a qualidade das construções fazia toda a diferencia. E, é claro, mais uma vez os menos favorecidos saiam em desvantagem.

O Paquistão, país onde estive duas vezes em missão, foi o que mais me marcou. Principalmente na primeira vez, em 2010. Estive na cidade de Hangu, em dezembro, em plena época da “ashura”, período difícil no calendário islâmico, no qual os conflitos de cunho religioso tornam-se mais intensos. Era a única mulher em missão pelo MSF no local. Lá, vi de perto homens-bomba e presenciei ataques devastadores. Certa noite, acordei com um bombardeio.

Tive medo por um instante, mas pensei que o meu pavor não poderia ser maior do que a necessidade daquelas pessoas ali.

Como estávamos em uma zona de conflito, os atendimentos médicos eram extremamente necessários. Era comum irmos além dos nossos próprios limites profissionais, horas ininterruptas de trabalho no centro cirúrgico sem ter ninguém para revezar, cansaço, frio (a cidade fica em um vale e em dezembro faz muito frio). Eram muitos pacientes precisando de cirurgia, não tinha como parar e, nestas horas, o cansaço, o sono e até mesmo a fome e a sede passam. Naquele contexto anestesiei o paciente mais idoso de toda a minha vida.

Ele tinha mais de 100 anos e passaria por uma cirurgia de urgência, por causa de uma hérnia encarcerada há dias. O que mais me emocionou, porém, não foi sua idade e, sim, a forma como conseguimos nos comunicar.

Como o idioma oficial do país é o urdu, eu tinha que usar o enfermeiro como tradutor para falar com os pacientes. Então, antes de anestesiar o idoso, pedi a ele que explicasse a minha função e dissesse que eu cuidaria dele durante todo o tempo da cirurgia. Depois disso, as palavras tornaram-se desnecessárias. O senhor imediatamente tocou as minhas mãos, as levou ao coração dele, as beijou e as levou a sua testa, pronunciando algo que eu não entendia.

No Paquistão, Liliana posa ao lado do paciente mais idoso que já atendeu (2010).

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Em missão na cidade de Paoua, na República Centro Africana (2010)

Chorei. Ele também. Afinal, não precisava saber urdu para entender que aquilo era uma forma de agradecimento. Como não se emocionar?!

O mais curioso é que seus dois sobrinhos (moradores de outra localidade ainda menor que Hangu), muito mais jovens, eram bem mais retrógrados. Todas as vezes em que eu atendia o paciente, eles viraram as costas para nós. Achei aquilo estranho e perguntei ao enfermeiro o que significava. Ele me respondeu que era quase inconcebível para eles que uma mulher (ainda mais uma ocidental!) encostasse em um homem. Como se vê, nem todas as barreiras culturais são vencidas durante as missões.

Na segunda vez em que estive no Paquistão, em 2011, numa cidade chamada Peshawar, atuei em uma maternidade e o trabalho foi menos intenso. O que mais me marcou foi a serenidade das mulheres. Diferente da África, percebi que elas são bem mais contidas na hora do parto. Quase não demonstram emoção. Atribuo isso à própria condição do sexo feminino no país.

ACHO QUE UM DOS GRANDES APRENDIZADOS DAS MISSÕES É ENTENDER QUE EXISTE UMA LINGUAGEM UNIVERSAL, UMA LINGUAGEM REALMENTE “SEM FRONTEIRAS”. É A LINGUAGEM DO AMOR”

“O Paquistão foi o país que mais me marcou”, define Liliana, que esteve duas vezes na nação.

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especial internacional

Na cidade de Paoua, na República Centro Africana, trabalhei num hospital geral que também tinha uma maternidade. E não pense que lá as grávidas fazem o pré-natal. Inclusive, por não receberem acompanhamento médico durante suas gestações, é comum não conseguirem dar à luz de parto normal, evoluírem para cesariana e seus bebês nascerem mortos.

Por isso, imagine a surpresa de nossa equipe no dia em que a enfermeira parteira (as chamadas “mide wife” ou “sage femme”) nos informou que o bebê prematuro de uma grávida estava vivo!

Com a ajuda de um tradutor, conversamos com ela e brincamos, dizendo que se o bebê fosse menino seria chamado de Alberto, nome do cirurgião que havia feito o parto. E que, se fosse menina, seria Lili, já que eu havia sido a anestesista do parto e todos lá me chamavam desta forma, porque Liliana é mais complicado (risos). E não é que, para a minha felicidade, nasceu uma menininha?! No começo, não achei que a mãe levaria a sério nossa conversa.

Mas, no dia seguinte, durante a visita na enfermaria, ela chegou perto de mim, apontou para aquela linda criancinha e disse: Lili!

Meus olhos se encheram d’água. Eis que nascia a primeira Lili da África!

E o melhor é que o fato se repetiu na minha sétima missão, realizada no Iémen. Lá, a mãe demorou uns três dias para escolher o nome de sua filha, que também havia nascido prematura e de cesariana. Após se decidir, ela chegou perto de mim e disse que daria o nome de “Lili” em minha homenagem. Como não se emocionar nessas circunstâncias?! Afinal, agora existem duas Lilis pelo mundo, na República Centro Africana e no Iémen.

No Sudão do Sul, o grande desafio foi lidar com a pobreza. De longe, foi o local mais precário onde estive. Não tinha vaso sanitário, chuveiro, energia elétrica. A equipe dormia em cabanas, com telhado de sisal, que provocavam um calor insuportável. E ar condicionado, apesar de mandatório num centro

Duas meninas ganharam o nome de Lili, em homenagem à medica Liliana: uma no Iémem (2013)...

cirúrgico, nem sempre funcionava.

A energia que se tem é através de gerador à base de óleo diesel.

Na Faixa de Gaza, em 2012, o trabalho que desenvolvi com as crianças foi muito especial. Aliás, todos os momentos desta missão foram emocionantes, a começar pelo dia em que pousei lá.

Desde o vestibular, estudava sobre aquele lugar marcado por tantos conflitos, mas não imaginava que um dia o conheceria de perto.

No hospital onde atuei, minha principal função era anestesiar pacientes que passariam por cirurgia plástica reconstrutora. Como eles precisavam voltar a cada três ou quatro dias para fazer os curativos, nós tínhamos mais

MUITO MAIS DO QUE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL, AS MISSÕES SÃO EXPERIÊNCIA DE VIDA ÚNICA”

27 Moradores da República Centro Africana, em frente à maternidade onde Liliana atuou em missão no país (2010).

MEUS OLHOS ENCHERAM-SE D’ÁGUA QUANDO A MÃE DE UMA RECÉM-NASCIDA DEU O NOME DE LILI A SUA FILHA, EM MINHA HOMENAGEM” contato e, por isso, os laços tornavam-se mais fortes. Um menino, de 3 anos, me deu uma grande lição.

Como ele estava com o rosto queimado e precisava de curativos, frequentou o hospital durante todo o período em que estive lá.

Por ser criança, não conseguia entender porque as mulheres ocidentais não usavam véu, já que o acessório era tão comum para suas familiares.

Sua mãe quebrou essa diferença no dia em que me presenteou com um véu. Quando comecei a usá-lo, ganhei ainda mais a confiança do Yussef. No último dia da missão, me aproximei dele, me ajoelhei e pedi para sua mãe avisá-lo que aquele seria meu último dia no país. Aquele menino, que mal sabia falar árabe, me respondeu com um belo e sonoro ‘I love you.’ E eu, de novo, não contive as lágrimas. Ainda em 2012, troquei mensagens com o coordenador da missão na Faixa de Gaza. Fiquei feliz quando ele me disse que o Yussef tinha continuado o tratamento e que havia melhorado.

Acho que um dos grandes aprendizados das missões é entender que existe uma linguagem universal, uma linguagem realmente “sem fronteiras”. É a linguagem do amor! Por isso, sempre digo que ajudamos muito todas essas pessoas necessitadas, mas que, no final das contas, quem mais ganha somos nós. Muito mais do que experiência profissional, é experiência de vida única. Trabalhar com profissionais de várias nacionalidades e pacientes

também com culturas tão diferentes da nossa, lidar com nossos próprios medos, ainda mais quando se está sozinha... Por isso, toda vez que me pedem para definir MSF em uma palavra, digo esta: desafio.

Agradeço a Deus e sinto-me muito feliz por fazer parte disso tudo. Costumo dizer que é o meu salário emocional!

Acredito que todo mundo, independentemente de ser da área de saúde, deveria passar por uma experiência como esta. Nunca tive dúvidas sobre

E a outra na República Centro Africana (2010).

a escolha pela profissão de médica, mas parece que lá eu valido ainda mais o meu diploma.

E minha próxima missão já tem data para acontecer: agosto de 2014, quando vou tirar minhas próximas férias. O destino ainda é incerto, já que não escolhemos o local onde atuaremos. Mas o objetivo será o mesmo: contribuir de alguma forma com o bem-estar de pessoas necessitadas, seja onde estiverem, e aprender bastante com cada uma delas.”

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30 ÍNDICE

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Por Onde Andei Jefferson Ataliba

Cidades e Sabores Ouro Preto - MG

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expediente

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capa

Wilson Cândido

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UM

OLHAR

Ele tinha tudo para desistir. Viveu altos e baixos na carreira, enfrentou noites a fio dormindo dentro de um carro e fazendo uma única refeição por dia, sofreu com uma grave doença da esposa e, no momento mais crítico de sua vida, não lhe faltou fé para doar seu único bem a um amigo. A Psiquê Premium apresenta a história do empresário Wilson Cândido Pereira, 42, que, em poucas palavras, explica por que aceitou ser a capa desta edição: “Quero dizer às pessoas que tudo é possível ao que crê”. Por Paula Martim Fotos: Jefferson Ataliba

Revista Psiquê Premium Edição Nº 33 Projeto Gráfico: Safari Marketing Produção Executiva: Editora Psiquê Endereço: Rua Herman Müller, 155 | Jardim Girassol | Americana | SP Contato Comercial: 19 3478.1444 | www.revistapsique.com.br contato@revistapsique.com.br | Facebook/PsiquePremium Projetos Especiais Editor-chefe: Roberto Medule | roberto@revistapsique.com.br Diretora Comercial: Marcela Mattos | marcela@revistapsique.com.br Jornalista: Paula Martim (MTB 56849) Diretor de Arte: Daniel David Delsoto (Safari MKT) Marketing: Evandro Felix Carneiro (Safari MKT) Logística: Rodrigo Fernandes Capa: Wilson Cândido Direção e Criação: Roberto Medule Foto:Jefferson Ataliba Arte:Safari Mkt Óculos: Óticas Diniz

Histórias que te levam mais longe Ele chegou tímido à redação. Na companhia do filho Estevão, que ficou responsável por atender às ligações em seu celular durante a entrevista, o empresário Wilson Cândido não apresentou sinais de que nos daria “a grande história”. Mas bastou que contasse algumas passagens para nos fazer mudar de opinião. Com um enredo composto por dor, fé, emoção e muitas reviravoltas, sua trajetória foi nos mostrando que não há inspiração maior para grandes folhetins do que a própria vida.

Sentimo-nos como em um filme, passeando pelo riso e pelas lágrimas e desejando o tão esperado final feliz, nas duas horas em que ele permaneceu na sede da revista.

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luxo total

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No momento em que a Psiquê Premium se especializa em contar histórias que inspirem os leitores a sonharem mais e irem além, não poderia haver um case mais apropriado para sustentar a nossa capa. E olha que não faltam histórias emblemáticas neste exemplar que você vai ler.

O drama da cantora Bianca Toledo, que comoveu o País após recuperarse de uma infecção generalizada que a deixou 52 dias em coma – e completamente desfigurada - é daqueles que nos fazem refletir sobre o poder da fé em nossas vidas. Jovem e bonita, ela revela como aprendeu a amar-se novamente, mesmo diante das inúmeras marcas físicas deixadas pela doença.

A trajetória da médica Liliana Mesquita, que antecipou plantões e abriu mão de suas férias para dedicar-se a sete missões humanitárias em países de extrema pobreza – tudo isso em um prazo de quatro anos

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– é outro destaque da edição. Seu desprendimento é prova de que a construção de um mundo novo, mais justo e humanitário, está ao alcance de todos nós.

Não fique aí parado. Venha conosco transformar o hoje em um belo e melhor amanhã. A verdadeira mudança só depende de você!

Paula Martim Esta revista é uma produção do departamento de projetos especiais da Editora Psiquê, desenvolvida pela agência Safari MKT. Os conteúdos dos espaços publicitários adquiridos são de inteira responsabilidade dos anunciantes, cabendo à EDITORA apenas a reprodução.

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PSIQUÊ, LEITOR PASSEI 52 DIAS EM COMA, FIQUEI DESFIGURADA E VOLTEI À VIDA” Uma história de Bianca Toledo, cantora e compositora

Quatro anos atrás, uma infecção generalizada deixou a cantora Bianca Toledo entre a vida e a morte. Prestes a completar nove meses de gestação, ela acordou com um mal-estar e foi levada ao hospital, imaginando que o bebê chegaria mais cedo.

Mas o diagnóstico não era esse: seus sistemas cardiovascular, respiratório e renal estavam falidos e os médicos já não acreditavam mais em sua recuperação. Surpreendendo a fé e a medicina, ela recebeu alta. Mas era preciso redescobrir a vida, quase que como o filho recém-nascido, que ela só conheceu cinco meses após o parto. Por Paula Martim. Foto: Arquivo pessoal.

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TV PSIQUÊ

Carta do leitor

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“Amei a matéria sobre a Nosf.

Obrigada pelo carinho a toda a equipe da Revista Psiquê.”

GRANDES PRODUÇÕES marcam a TV Psiquê, um novo conceito em propaganda que já é sucesso na Maryara, Marina Flores, Sushidô e Kintal Lanches. Confira o clipe da Tânia Semi-joias e saiba como tornar a sua marca o centro das atenções com os vídeos elegantes e atrativos produzidos pela Editora Psiquê.

Samylle Aguiar, empresária

VIDEOS TVs “Não é tão simples encontrar um projeto editorial vitorioso, de vida longa e com a qualidade gráfica e jornalística da Revista Psiquê. Ela é prova de que Americana está na vanguarda da comunicação regional.”

Paulo Tomaziello, mestre em Comunicação

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Revista Psiquê no SPFW

“Quero parabenizar pelo belíssimo exemplar de nº32, reportagens muito interessantes e bem diversificadas.

Parabéns!”

Tilinha Morábito Cadaval, empresária

“A grande repercussão da revista mostra que esse foi um momento muito especial em minha vida. As mensagens carinhosas e elogios que recebi de familiares, amigos e leitores ficarão guardados em minha memória.

Obrigada, Psiquê!”

Fernanda Meneghel, empresária (capa da edição 32) “Moderna e atual. Adoro todos os assuntos abordados!”

Tita Grillo, estilista

O desfile do estilista Reinaldo Lourenço, na 37ª edição do SPFW, teve um gostinho especial para a Psiquê: pela primeira vez, a revista foi distribuída para a plateia da principal passarela do País. Veja fotos feitas pela empresária Fernanda Meneghel, nossa porta de entrada neste grande evento da moda mundial.

“Ver narrada a história de vida do meu amigo Cláudio Fernandes, sentir todos os obstáculos que teve que ultrapassar e todas as dificuldades que teve que vencer, só aumentou a minha consideração e admiração. Que Deus lhe dê muita saúde e sorte para continuar a lutar pelos seus ideais.”

Isidro Lobo, diretor geral da Jordão Cooling Systems – Portugal

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PSIQUÊ, LEITOR PASSEI 52 DIAS EM COMA, FIQUEI DESFIGURADA E VOLTEI À VIDA” Uma história de Bianca Toledo, cantora e compositora

Quatro anos atrás, uma infecção generalizada deixou a cantora Bianca Toledo entre a vida e a morte. Prestes a completar nove meses de gestação, ela acordou com um mal-estar e foi levada ao hospital, imaginando que o bebê chegaria mais cedo. Mas o diagnóstico não era esse: seus sistemas cardiovascular, respiratório e renal estavam falidos e os médicos já não acreditavam mais em sua recuperação. Surpreendendo a fé e a medicina, ela recebeu alta.

Mas era preciso redescobrir a vida, quase que como o filho recém-nascido, que ela só conheceu cinco meses após o parto. Por Paula Martim. Foto: Arquivo pessoal.

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inda que pudesse prever as reviravoltas que enfrentaria em minha vida, por causa da gestação, diria ‘sim’, se me perguntassem se seria capaz de viver tudo outra vez.

Sempre quis ser mãe e, desde pequena, fazia planos para quando essa hora chegasse. Por isso, a notícia da gravidez, no início de 2010, foi a mais emocionante da minha vida! Eu já me considerava uma pessoa muito abençoada e, neste momento, ainda mais, já que havia enfrentado dificuldades para engravidar, por causa da endometriose.

Os primeiros meses foram mágicos.

Logo descobri que esperava um menino e durante toda a gestação me dediquei integralmente à saúde e aos preparativos para recebê-lo. Quinze dias antes da data do parto, porém, algo estranho aconteceu. Acordei com uma forte dor abdominal e imaginei que o bebê chegaria mais cedo. Mas não era isso. Lembro-me muito pouco do que aconteceu quando cheguei à maternidade. Em alguns dias perdi o sentido e fiquei inconsciente.

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Quando meu filho, José Vittorio, nasceu, no dia 11 de outubro, meu estado já era gravíssimo. Fui submetida imediatamente a uma cirurgia que confirmou: meu intestino havia se rompido, eu tinha uma sepcemia generalizada e estava em coma. Todo meu organismo havia sido infectado e a minha vida estava por um fio.

Ao fazer uma retrospectiva da minha vida, constato que esse foi o maior desafio que já enfrentei. Mas não o primeiro. Vencer barreiras faz parte da minha trajetória desde a infância. Ainda em Brasília, cidade onde nasci, tive que ganhar uma grande batalha contra a timidez: gostava muito de cantar, mas morria de vergonha de me apresentar!

Estudava piano, violão e já escrevia canções para os amigos e até para Jesus. Quando tinha 16 anos, minha família mudou-se para Araçatuba e passei a frequentar assiduamente a comunidade evangélica.

A paixão pela música só crescia. Tanto que, aos 18 anos, fui para São Paulo pensando em estudar Psicologia, mas acabei transferindo meu curso para a faculdade de Música. Aí não parei mais. A essa altura, aquele medo de me apresentar em público já era coisa do passado. Comecei a atuar como cantora e minhas canções passaram a ser gravadas.

Meu principal desafio profissional veio aos 21 anos.

Recebi um convite para participar do programa “Raul Gil”, conhecido por ser um celeiro de talentos. Fazer parte de seu time de calouros foi um divisor de águas em minha carreira. Graças às apresentações, descobri que minha missão ultrapassava as paredes da igreja e que minha música seria ouvida por todos. O sucesso no programa rendeu bons frutos: venci o concurso “Usina de Talentos” e gravei um CD. Novos álbuns surgiram, logo de-

pois disso. Em 2007, cantei no encerramento do programa “Criança Esperança”, na rede Globo. Em 2008, gravei meu primeiro álbum solo, chamado “O amor prevalecerá”, diferenciado pela brasilidade do som e pelo uso de uma poesia não religiosa. Vivia uma fase maravilhosa. Por isso, jamais poderia imaginar que enfrentaria aquela grande surpresa em 2010.

Quando lembro de tudo aquilo, agradeço muito a Deus por meu filho não ter sido afetado pela minha doença. Afinal, dez dias após seu nascimento, ele já estava em casa.

No meu caso, porém, a luta pela sobrevivência foi uma conquista diária. Passei 52 dias em coma e, nesse período, enfrentei 10 cirurgias no abdômen e no pulmão, fiz mais de 300 transfusões de sangue, tive duas paradas cardíacas – uma de mais de 8 minutos – e contraí inúmeras bactérias hospitalares, inclusive a pior delas, a superbacteria,

JÁ ESTAVA DESENGANADA PELOS OLHOS NATURAIS. A ÚNICA ESPERANÇA ERA UM VERDADEIRO MILAGRE” chamada KPC. Antibióticos fortíssimos foram ministrados, me deixando desfigurada e com um quadro de edema generalizado. Meus sistemas cardiovascular, respiratório e renal estavam falidos. Já estava desenganada pelos olhos naturais. A única esperança era um verdadeiro milagre.

A união de igrejas em todo o Brasil foi um ponto alto em minha recuperação. Através dos boletins médi-

cos, que eram divulgados na internet diariamente, tivemos a maior campanha de doação de sangue de todo o estado do Rio de Janeiro. Minha pastora, Fernanda Brum, esteve presente o tempo todo e em contato com o Renato, pai de José Vittorio, e com a minha família. Eles, definitivamente, não abriram mão da minha vida.

No início de dezembro, saí do coma, mas minha respiração era mecânica e não havia mais movimentos em meu corpo. Eu somente mexia os olhos. Entender o que havia acontecido comigo foi um processo doloroso. Estava presa em um leito, sem poder falar, sem me mexer, com muitas lembranças dos dias de coma, com febres terríveis, longe de todos e com poucas horas de visita familiar por dia. Na maior parte do tempo, meus pensamentos viajavam, enquanto observava o movimento do CTI. Ficava imaginando como um dia minha vida voltaria ao normal, já que nem respirar sozinha eu podia. E, por mais que eu desejasse minha recuperação, as horas e os dias passavam e eu permanecia ali, na mesma posição.

Todos que iam me visitar se impressionavam, ao me ver daquela forma.

Muitos não continham as lágrimas. O fato é que minha aparência e meu diagnóstico eram um desafio tanto para a ciência quanto para a fé. Passei o Natal e o Ano Novo no leito, pedindo ao Espírito Santo que ficasse comigo. Sem dúvida, foi Ele que me sustentou em todos os momentos, zelando cuidadosamente por mim.

O milagre que eu tanto desejava estava prestes a acontecer. No dia 31 de dezembro, fui transferida de hospital e, quando suspenderam todos os medicamentos, meu organismo surpreendentemente reagiu! Dia a dia comecei a apresentar melhoras e ouvir os testemunhos de oração que chegavam até mim. Comecei a acompanhar o movimento pela internet, mas ainda não falava e nem tinha previsão para voltar a andar ou mesmo ficar em pé.

Perdi meu cabelo e fazia seis horas de hemodiálise por dia. Aos poucos, porém, ficava livre do respirador. Havia grandes feridas abertas no meu abdômen,

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sem perspectiva de fechar, e todos os dias eram buscados métodos de drenagem e cicatrização. Fui para um CTI semi-intensivo onde minha família pôde passar mais tempo e o Renato dormia perto de mim, o que me ajudou muito, muito mesmo.

Quase sempre, conseguia me comunicar apenas através de um quadro com letras, onde apontava e formava frases, em sua maioria bem simples, como “tenho fome” e “tenho sede”. Como passei muitos meses sem ingerir líquidos, havia dias em que eu até sonhava que estava tomando um gole de água.

Mais do que uma única vez, eu vivi milagres diários. E comemorei com emoção cada uma de minhas conquistas. Primeiro, venci as bactérias, depois o respirador. A mais impressionante de todas, no entanto, foi a recuperação do meu rim, que estava fadado à hemodiálise definitiva ou a um transplante e voltou a funcionar, me fazendo vencer também a hemodiálise.

Recebi alta no dia 18 de fevereiro. Nessa época, já conseguia ficar em pé, mas dava poucos passos e sempre apoiada. Minha maior expectativa, como não poderia deixar de ser, era finalmente ver meu filho, que já tinha quase cinco meses. É impossível explicar o que se passou comigo no momento em que o encontrei e ele sorriu pra mim! Só que, por causa da colonização das bactérias, eu não podia tocá-lo e permaneci assim por 40 dias.

Minha reabilitação, na verdade, foi uma grande redescoberta. Além das limitações físicas, como ter que usar uma bolsa de colostomia e ainda não conseguir andar direito, tive que me olhar de frente e aprender a me amar, mesmo com a perda dos cabelos, as inúmeras marcas no meu corpo e com minha voz agora baixa e rouca, por tantos meses sem falar.

A etapa mais marcante, contudo, foi construir um vínculo com meu filho, cinco meses após seu nascimento. Às vezes, me sentia triste

por não ter acompanhado as primeiras fases de sua vida, por não tê-lo amamentado, não tê-lo segurado no colo, nem ter presenciado seu primeiro sorriso. Mas, quando olhava adiante, quando pensava em que tudo que superei, tinha ainda mais convicção de que sou muito abençoada.

Mais cinco meses se passaram e a reabilitação agora acontecia de outra forma. Busquei uma fonoaudióloga, comecei a fisioterapia e, com um passo de cada vez, fui voltando à vida normal. Com a certeza, é claro, de que ela nunca mais será a mesma. Afinal, a Bianca que foi curada, que ressuscitou, é uma Bianca completamente diferente

-lo acima de todos os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes. E me dedicar a isso tem sido minha prioridade. Posso dizer que no dia a dia isso dá sim muito trabalho (risos), mas as recompensas, apesar de nem sempre imediatas, são muito generosas.

Começamos nossa missão sempre dentro de casa, através dos relacionamentos familiares. Por isso, em primeiro lugar, cuido da minha comunhão com Deus. Em segundo lugar a minha dedicação é concentrada em meu marido.

Com um casamento nutrido os filhos se sentem seguros e cuidados. Me esforço para ter tempo de qualidade com meu filho todos os dias. Isso é importante pra mim e para ele! Um tempo só entre nós dois para brincarmos, falarmos de Deus, orarmos juntos. Depois que tudo isso está em ordem, mergulho em meu chamado avivalista. Que é a responsabilidade de anunciar ao mundo o que Deus fez por mim e o poder que descobri através disso, em todas as áreas da minha vida.

No ano passado, voltei a compor e, neste ano, estou em estúdio, gravando um CD com músicas de minha autoria. Voltar a cantar é, sem dúvida, mais uma das minhas grandes vitórias. Também neste ano, pretendo me dedicar mais à fisioterapia.

Existe um caminho ainda para a recuperação total. Terei que passar por uma cirurgia para o encurtamento da laringe e tratar da atrofia de prega vocal, que deixou uma marca no meu timbre. E agora, cantando, finalmente vou voltar a fazer fonoaudiologia, para que eu tenha mais resistência para executar o ministério, tanto pregando quanto cantando.

Para finalizar, posso dizer que estou convicta de que meu caminho é glorioso e cheio de milagres. Por onde passo, as pessoas são tocadas por esta historia terrivelmente transformadora.

Explicações para tudo isso? Só conheço uma: acreditar sempre. A vida nos surpreende a cada segundo e, às vezes, ter fé é a única e mais avassaladora maneira de seguir adiante.”

EU DESCOBRI O PODER DA GRATIDÃO QUANDO PERDI TODAS AS MINHAS HABILIDADES MOTORAS, MEUS TALENTOS, MINHA ESTRUTURA EMOCIONAL.” da de antes. Eu descobri o poder da gratidão quando perdi todas as minhas habilidades motoras, todos os meus talentos, toda a minha estrutura emocional e conjugal. Tive a frustração de todos os meus sonhos, tanto como cantora, quanto como mãe e mulher. Isto tudo, por incrível que pareça, fez brotar o melhor de mim. Na irrelevância, descobri o poder da graça de Deus.

O favor imerecido de voltar a viver e redescobrir a vida. E tudo isto me mudou para sempre!

A minha vida atualmente é um grande desafio! Amar a Deus sobre todas as coisas nos ensina a coloca-

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psiquê, leitor

PSIQUÊ, LEITOR TROQUEI O CINZA DA DEPRESSÃO PELO COLORIDO DAS MAQUIAGENS Uma história de Leni Cumini, diretora sênior de vendas

A depressão e a baixa autoestima eram companheiras constantes de Leni Cumini quando, em uma decisão rápida, ela investiu o único dinheiro que tinha na carteira no cadastro de uma empresa de cosméticos, para se tornar uma consultora de beleza. Era preciso vencer o pessimismo e confiar em si mesma para se destacar no negócio. Sua sorte estava lançada. Por Paula Martim Foto: Evandro Felix

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ocê pode dizer que a beleza é fútil, que é um artifício desnecessário para viver. Mas, em minha vida, ela foi e continua sendo sinônimo de uma grande transformação.

Graças a ela, deixei de lado um quadro depressivo e encarei a vida com novos olhos, mais fortes, otimistas e coloridos – pela maquiagem e pelos novos horizontes.

Naquela tarde de fevereiro de 2007, já não imaginava que voltaria a sorrir.

As marcas deixadas pela perda de meu pai e pela recente separação que havia enfrentado ainda eram muito intensas.

Meu filho Eduardo, o Dudu, era minha única razão para continuar. Cursava Psicologia e sempre via uma moça passando superarrumada e alegre nos corredores entre as salas de estagiários.

O sorriso em seu rosto chamou minha atenção, pois, embora evitasse ao máximo demonstrar minha tristeza, havia anos que não me sentia verdadeiramente feliz.

Resolvi abordá-la. Perguntei o que a deixava tão animada, afinal. Percebi que estava maquiada, com o cabelo bem cuidado e com a pele bonita e sau-

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psiquê, leitor

dável. Ela foi muito atenciosa. De prontidão, me deu uma aula de maquiagem e me explicou que era consultora de vendas de uma empresa de cosméticos. Me apaixonei pelos produtos. Em seguida, ela me falou sobre a filosofia da empresa, que colocava Deus em primeiro lugar e, em seguida, a família e a carreira. Gostei e decidi, naquela mesma hora, que seguiria os passos profissionais daquela moça.

Perguntei, então, o que deveria fazer para me tornar uma consultora. Entendi que, mais do que a mim mesma, poderia ajudar aos outros com aquela profissão. E, assim, trazer mais cor, mais alegria ao seu dia a dia.

O cadastro era simples. Bastava assinar alguns documentos e pagar uma taxa para receber o material explicativo e os primeiros produtos de demonstração. Em minha carteira, havia metade do valor necessário. O dinheiro, porém, tinha um destino específico: o pagamento de uma conta telefônica.

Olhei para a quantia, pensei em meu filho e em tudo o que havia acontecido em minha vida, nos últimos anos.

Então, arrisquei: dei o dinheiro para a moça e paguei a outra metade com um cheque para 30 dias.

Muitos me perguntam se não acho que fui precipitada, ao entrar para o negócio tão rapidamente. Olhando para trás, vejo que não. No máximo, fui ousada, por já me ver fazendo algo que nunca havia feito até então. A verdade é que, pela primeira vez em muito tempo, me senti determinada a mudar minha vida. Naquele momento, troquei o cinza da depressão pelo colorido das maquiagens.

Na época, trabalhava como recepcionista em uma clínica veterinária. Gostava de lá, mas sabia que não haveria espaço para crescer. Até já havia vendido algumas coisas para obter uma renda extra, mas logo que comecei na nova empresa, aprendi a regra de ouro: “trate as pessoas como gostaria de ser tratada” e percebi a diferença entre vender e ser consultora. Entendi que as experiências que havia tido no segmento eram diferentes daquelas que deveria empregar agora para obter sucesso.

Afinal, não bastava vender maquiagens. Eu precisava trocá-las pela satisfação das minhas clientes.

Com a bolsa cheia de produtos em mãos, comecei a fazer minhas primeiras visitas – em geral, a amigas, tias e primas. Na época, a marca para a qual trabalho não era muito conhecida na região. Tive que ter criatividade e persistência para seguir adiante. Acompanhava todos os treinamentos e buscava me aprimorar sempre que possível. A capacitação contínua é outro fator determinante para quem almeja ter sucesso. Isso me fez mudar de atitude como pessoa e como profissional.

Comecei a criar meus próprios jargões, como ‘se gostou de mim, seja minha cliente para sempre. Se me

cia anual da empresa. Ali, descobri um universo mágico, recheado de histórias bem-sucedidas e de pessoas felizes. Fiquei maravilhada! As pessoas que se destacavam eram premiadas com viagens, joias e aplausos, que simbolizavam a recompensa de sua dedicação ao longo do ano. Outra surpresa foram os carros cor-de-rosa. Achei incrível, mas duvidei que um dia poderia conquistar um deles.

A verdade é que nessa época minha autoestima era muito baixa. Não confiava em meu potencial. Era como uma âncora me puxando sempre para baixo.

Pensei em desistir nesse período. Afinal, apesar de gostar da empresa, ainda tinha problemas financeiros e dependia do ‘patrocínio’ da minha irmã, Luani, para continuar sendo consultora. Meu nome estava ‘protegido’ (restrito) e ela me emprestava o cartão de crédito para conseguir pagar a compra dos produtos. Devo dizer, por sinal, que ela me ajudou muito.

Sou grata demais pela confiança que ela depositou em mim.

Outra coisa que me fez persistir foi uma fala do meu filho. Ele disse que eu havia me tornado mais legal depois de começar a trabalhar como consultora. Ele nem imagina, mas aquele comentário ingênuo, de criança, me deu forças para apostar de verdade e passar a trabalhar somente com a beleza.

Ouvir as histórias de superação e sucesso, naquela conferência, também foi algo que me transformou. Voltei renovada. Passei a enxergar as oportunidades e a usar as pedras pelo caminho como degraus. Parei de reclamar e achar que as coisas só davam errado comigo. Hoje, quando penso nisso, percebo que era tão pessimista, que nem sequer conseguia ver meus progressos.

O ano de 2009 foi um divisor de águas em minha carreira. Foi ali que despertei para minha missão. Atribuo essa mudança à fé. Passei a confiar e viver plenamente minha espiritualidade.

A CAPACITAÇÃO CONTÍNUA É DETERMINANTE PARA QUEM ALMEJA TER SUCESSO. ISSO ME FEZ MUDAR DE ATITUDE COMO PESSOA E COMO PROFISSIONAL”. amou, me indique para seus amigos’.

As pessoas achavam engraçado e me ajudavam. Com o passar do tempo, fui aprendendo a ser mais atraente e menos repelente, já que ninguém gosta de vendedor chato. Fui entendendo que tinha que enriquecer a vida das pessoas e não era necessário pressioná-las a comprar os produtos que vendia, devido a sua qualidade e ao atendimento diferenciado que aprendi a oferecer.

Apesar da minha dedicação, ainda não tinha plena confiança de que teria bons resultados. Não conhecia direito a empresa, nem o número de membros envolvidos. E, no fundo, embora me inspirasse, não acreditava de fato na existência desse mundo tão “cor-de-rosa”.

A constatação da grandiosidade do negócio veio no início de 2008, quando participei da minha primeira conferên-

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Foto: Marcos Misturini

MOMENTOS INESQUECÍVEIS

FILMAGENS EM FULL HD | NOSSA HISTÓRIA |

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Isso aconteceu, em partes, por uma experiência que ocorreu com a minha irmã. Ela fazia tratamento para engravidar e sua ginecologista sugeriu que ela participasse de um grupo de estudos sobre fertilidade e espiritualidade e que confiasse sua vida ao criador.

Confesso que na época era resistente e nem podia ouvir falar de pastor, igreja ou bíblia. Mas a acompanhei em um encontro do grupo e fui tocada pelas palavras que ouvi lá. O mais curioso é que foram as mesmas que havia escutado de uma diretora de vendas, durante a conferência da minha empresa, naquele ano. Então, entendi a confirmação de Deus na minha vida. Meses depois, veio a notícia: minha irmã, cujas chances de engravidar pelos métodos naturais eram praticamente nulas, estava esperando um bebê. Minha sobrinha, Gabi, é resultado da fé.

Viver tudo aquilo renovou minhas expectativas, como se um novo ciclo estivesse surgindo. Os resultados começaram a aparecer. Meus clientes aumentaram e fui me desenvolvendo cada vez mais. No final de 2011, sabia que minhas vendas haviam crescido bastante.

Estava animada. Mas jamais poderia imaginar o que viria pela frente. Foi uma surpresa imensamente feliz. Na conferência de 2012, soube que havia sido classificada como a 20º consultora que mais havia vendido em 2011 na minha empresa em todo o Brasil – e, na época, estávamos falando de um universo de 94 mil consultoras.

Fui agraciada com a minha primeira joia naquele ano, graças à classificação.

Para ser bem sincera, o valor material dela não me importa tanto. Mas o que ela simboliza é fantástico! Ela é reflexo da minha superação, da minha persistência. É a materialização do sucesso com o qual sonhei. E quando subi no palco para receber meu presente, decidi que poderia ir além. Constatei que teria condições de conquistar o tão desejado carro cor-de-rosa.

Passei a investir meu tempo e meu dinheiro em cursos e treinamentos para me transformar em uma boa líder. Me especializei nesse segmento. Decidi que naquele ano me tornaria uma diretora

e comecei a montar minha equipe. Em março, tinha quatro pessoas. Em abril, 17. Em maio, 31. Em julho, 60. Em outubro, 100. Se você me perguntar o que fiz para prosperar tanto, respondo que as grandes chaves para o sucesso foram a fé, os bons treinamentos, os livros e as pessoas que cruzaram meu caminho. Estava sempre estudando, conversando com as consultoras e procurando selecionar aquelas que, de fato, compartilhassem da mesma filosofia de vida que eu e que desejassem uma mudança verdadeira. Esses eram e são meus principais critérios, na hora de selecionar minha equipe.

Quando estou preparando meu time de consultoras, procuro mostrar que as dificuldades são menores que as oportunidades. Faço treinamentos e ministro aulas em videoconferências semanais, ações que também me ajudaram a projetar-me, até mesmo no exterior.

Hoje pessoas das mais variadas cidades e estados integram minha equipe. São meninas do Acre, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro e também do interior de São Paulo, como Americana, Limeira, Campinas, Rio Claro, Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste, Mogi Guaçu e Araras.

Uma das principais lições que tenho a ensinar é que nosso trabalho não pode ser visto como um “bico”. Ele precisa ser encarado como um negócio. É a única forma de obter sucesso no segmento. Temos que esbanjar disciplina e não podemos nos render à preguiça. Afinal, somos responsáveis por nossa própria agenda. Quando conseguimos nos organizar dessa forma, já temos metade do caminho conquistado. Procuro explicar isso de maneira bem-humorada para minha equipe. É nessas horas que utilizo meu lado psicóloga, que não ficou adormecido ao longo desses anos. Vivo aconselhando as meninas e fazendo o máximo para estimulá-las a terem fé em si mesmas. E, de vez em quando, me aconselho também com a Cintia Marjurye, aquela moça que me inspirou a ser uma consultora, ainda em 2007, e que hoje, além de ser uma grande amiga, é uma das 51 diretoras nacionais da empresa.

Toda essa dedicação fez com que eu

me tornasse a 22ª diretora que mais conseguiu iniciar consultoras na minha empresa em todo o Brasil, em 2013. E, dessa vez, a concorrência era entre 147 mil consultoras independentes. Eu havia conseguido! Estava muito perto de conquistar o carro rosa. Trabalhei até junho de 2013 para conseguir fechá-lo. No fim do mês, pude, enfim, segurar a tão desejada chave rosa. Aquele pequeno chaveiro era o mais novo símbolo do meu trabalho.

Quando peguei a chave na mão, me lembrei do meu filho. Tive certeza de que havia valido a pena passar por todos os desafios que enfrentei para conseguir me manter na carreira e agora poder desfrutar com ele e com toda a minha família o estilo de vida que merecemos!

Lembrei-me também do dia em que ele havia me definido como ‘mulher-maravilha’, no momento em lhe que perguntei como ele me via. Foi impossível conter as lágrimas.

Foi inevitável ainda me recordar das piadas e chacotas que havia ouvido, sempre que falava que iria conseguir esse prêmio. As pessoas são descrentes e eu até as entendo. Em um mundo cheio de gente mal-intencionada, é difícil mesmo acreditar em sonhos. Mas eu havia feito acontecer.

Agora, para permanecer em crescimento, minha meta é ensinar muitas pessoas a cuidarem de sua imagem e autoestima, a realizarem seus sonhos e sentirem-se tão felizes ou mais do que eu. Se meu sonho é grande, então meu esforço deve ser ainda maior!

Outro grande segredo de sucesso é a gratidão, por isso, me despeço agradecendo a Deus por todas as bênçãos que me tornam “a mulher mais feliz do mundo” e todos os desafios que me fizeram ser mais forte! Minha mentora Cintia Marjurye e a minha família pelo apoio incondicional, principalmente minha mãe, Marlei, e meu filho, Dudu, companheiros de todos os momentos. Minha equipe maravilhosa da “Unidade Sonhos de Deus”, minhas “amigas da beleza” (clientes) e a cada pessoa que fez parte direta ou indiretamente da minha trajetória! À revista Psiquê e todos colaboradores que promoveram esse projeto!”

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Av Cillos, 635 - Vila Pavan / Americana / Tel.: 19 3461-3853

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receita de sucesso

Tempero

MULTICULTURAL Uma dose de criatividade, uma pitada de jornalismo e um tempero multicultural.

Reúna esses ingredientes e você terá a receita da talentosa chef Carla Pernambuco, que encanta os mais diferentes paladares que frequentam o restaurante Carlota, na capital paulista. Criado há 19 anos, o estabelecimento é a “menina dos olhos” desta versátil profissional que ainda encontra tempo para escrever livros, coordenar semanas gastronômicas ao redor do mundo e apresentar um programa de TV. Por Paula Martim. Fotos: Divulgação Quando Carla Pernambuco cursava Artes Cênicas e Comunicação Social, no início dos anos 80, nem imaginava que, no final das contas, ficaria conhecida mesmo como chef de cozinha -internacionalmente, digase de passagem. Nascida em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a jovem teve várias experiências como jornalista e assessora de comunicação em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde trabalhou como colunista no jornal Folha de S. Paulo e como relações públicas na agência de publicidade DM9. Dona também de um vasto currículo como atriz, ela chegou a participar de grandes espetáculos, um deles ao lado de José de Abreu.

Nenhuma dessas atividades, contudo, falou mais alto do que o amor pela culinária. A oportunidade de tirar essa paixão do fogo brando surgiu quando ela mudou-se para Nova York com o marido, o fotógrafo Fernando

Pernambuco, em 1991 e decidiu fazer um curso de culinária no Peter Kump’s School, famosa escola de gastronomia.

“Sou uma eterna apaixonada e curiosa em relação à culinária. Mas somente em Nova York resolvi me aprofundar e unir estas habilidades. Lá me especializei e acabei estruturando minha volta a São Paulo com este foco”, explica.

E o retorno à capital paulista não poderia ser melhor. Em outubro de 1995, abriu o restaurante Carlota, que há 19 anos agrada os mais diversificados paladares com receitas diferenciadas, bom atendimento e criatividade. O conceito para seus pratos é pensado sob todos os aspectos: desde a apresentação até o sabor. Até mesmo a estrutura do estabelecimento, com dois sobradinhos geminados e com tijolinhos à vista, que lembram restaurantes gregos, se sobressai em meio à paisagem urbana da capital paulista.

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CARLA PERNAMBUCO

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receita de sucesso

Não à toa, famosos como Regina Casé, Caetano Veloso e Juliana Paes já se deixaram render por sua culinária.

Em 2011, o sucesso no Carlota fez Carla alçar voos mais altos e apostar na inauguração do Gourmet Garage Las Chicas, ao lado de Carolina Brandão. Não deu outra: o espaço é o novo queridinho da Rua Oscar Freire.

Sucesso de público e crítica, os pratos da chef já venceram concursos de culinária, como o promovido pela revista Paladar, do jornal O Estado de São Paulo, em 2009: o couvert do Carlota foi eleito o melhor de São

Paulo, pelo Júri Popular, em uma disputa que envolveu 612 pratos da cidade.

Para Carla, a cozinha tem um significado muito especial. É como se fosse um show, uma peça de teatro em que a gastronomia internacional e o tempero multicultural brasileiro são os grandes protagonistas. A mistura desses dois elementos, inclusive, é um dos principais fatores que a fizeram se destacar no mercado. Ela também gosta de brincar com os sabores, misturando o doce e o salgado e, de vez em

quando, reinventa pratos que saboreou na infância, como uma receita de Grütze - um creme de frutas que combina com iogurte e sorvete gelado - que ela descobriu na casa de uma amiga quando ainda era garota.

Para muitos, Carla é conhecida por cozinhar de alma e coração e imprimir os melhores sentimentos em seus pratos. A explicação parece adequada, já que o Carlota é um dos restaurantes mais concorridos de São Paulo e atrai milhares de estrangeiros, instigados pelo tempero dessa gaúcha que homenageia Pernambuco em seu sobrenome.

Nome completo?

Carla Beatriz Danesi Pernambuco

Filhos?

Floriana, Felipe e Júlia.

Prato preferido?

Muitos!!! Estou numa fase bem light e natural, legumes orgânicos, com preparos variados, arroz integral com chia e gersal.

Prato mais rápido e mais demorado que já fez?

Xiiiiiiiiiii. Mais demorado, que eu me lembre, um charutinho de folha de parreira da culinária persa.

Mais rápido, a minha panqueca de aveia do meu café da manhã.

(1colher de sopa de requeijão light ,1 ovo inteiro, 2 colheres de sopa de aveia, fazer uma panqueca em frigideira antiaderente)

Prato mais estranho que já comeu?

Gafanhotos caramelizados num restaurante em um pequeno aeroporto em Los Angeles.

Pernambuco representa algo especial para você, além de ser seu sobrenome?

Sou uma gaúcha descendente de italianos, Pernambuco é o meu nome de casado. Herdei do meu marido (25 anos de casamento) e sócio Fernando. Mas sou apaixonada pelo nordeste brasileiro, tenho um carinho especial pelo estado de Pernambuco, Recife e Olinda, são berço da nossa culinária e história do Brasil, precisa mais?

Muito além do sabor, Carla aposta em pratos criativos e com uma apresentação impecável.

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BRASIL NO PRATO A participação de Carla Pernambuco no programa Brasil no Prato, exibido pelo canal Bem Simples e pelo Fox Life, rende um capítulo à parte. Em sua terceira temporada, a série propõe uma viagem culinária pelas diferentes culturas que existem na cidade de São Paulo e faz um passeio gastronômico por países como Coreia, Arábia Saudita, México, Itália, França e Portugal, tudo isso, é claro, sem sair da capital paulista. Apresentadora da atração, Carla explica que a cidade foi escolhida como cenário por reunir mil maneiras de ser Brasil. Apaixonada pela comida de rua e de madrugada, ela afirma que “tudo que se come no Brasil, em São Paulo tem. Por isso, a cidade é totalmente Brasil no Prato”.

O programa não foi sua primeira oportunidade de ficar em frente às câmeras. Em 2011, Carla foi uma das juradas de “O Aprendiz”, exibido pela Rede Record. Reunindo tanta experiência, a chef está cada vez mais desenvolta na hora de exibir as receitas em seu programa e ganha elogios por onde passa por seu jeito simples e apaixonado pelo que faz.

A coordenação de semanas gastronômicas ao redor do mundo completa o diário gastronômico de Carla Pernambuco, que já palestrou em países como Rússia, Portugal, Espanha, Peru, Argentina, Caribe e França. “Para mim, comida é cultura. Então, viajar e

As diferentes culinárias de São Paulo são destaque no programa apresentado por Carla

cozinhar em outros países são riquíssimas e fenomenais experiências para uma cozinheira curiosa”, destaca.

Quando o assunto é o segredo de sucesso, Carla o define em poucas

palavras: “determinação, dedicação e muita energia. É preciso se reinventar todos os dias ao acordar”. Com tanta criatividade e sabor, fica fácil aguçar e surpreender os paladares mais exigentes por tanto tempo.

ROLINHOS DE MARROM-GLACÊ

carlota.com.br

Ingredientes:

Modo de preparo:

500 g de castanhas-portuguesas descascadas

Ferva as castanhas em água por 20 minutos, ou até que fiquem macias.

2 xícaras de açúcar mascavo

Escorra e reserve. Junte a água, o açúcar, a baunilha, canela e anis-

2 xícaras de água

-estrelado e ferva tudo até que esteja em ponto de calda rala.

2 paus de canela

Deixe na calda de um dia para o outro. Processe as castanhas com um

12 folhas de massa primavera

de massa ao meio na diagonal, formando 2 triângulos. Coloque uma

óleo de milho para fritar

lado maior do triângulo. Pincele as pontas da massa com ovo batido

2 colheres (sopa) de essência de baunilha

Junte as castanhas, ferva mais uns 5 minutos e tire do fogo.

1 anis-estrelado

pouco da calda para que forme um purê cremoso. Corte os quadrados

1 ovo batido para pincelar

colherada do purê de castanhas, espalhando para formar o rolinho no

8 porções

para fechar o rolinho. Reserve. Frite na hora de servir. Sirva com sorvete de creme.

Anote aí: Carlota – Cozinha Multicultural | Rua Sergipe, 753 - Higienópolis - São Paulo, SP - CEP 01243-000 (11) 3663.0911 | (11) 3661.9465 carlota@carlota.com.br

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Wilson C창ndido

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UM

OLHAR

DE

Ele tinha tudo para desistir.

Viveu altos e baixos na carreira, enfrentou noites a fio dormindo dentro de um carro e fazendo uma única refeição por dia, sofreu com uma grave doença da esposa e, no momento mais crítico de sua vida, não lhe faltou fé para doar seu único bem a um amigo. A Psiquê Premium apresenta a história do empresário Wilson Cândido Pereira, 42, que, em poucas palavras, explica por que aceitou ser a capa desta edição: “Quero dizer às pessoas que tudo é possível ao que crê”.

Por Paula Martim Fotos: Jefferson Ataliba

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“Fazia frio naquela noite. Uma forte dor nas costas que me acompanhava há alguns meses começou a apertar e então despertei. Estava dentro do meu carro, estacionado em um posto de combustível e com uma pequena confusão acontecendo do lado de fora. Tudo habitual. Há quatro meses, minha rotina era essa mesma. Mas, se lá fora nada havia mudado, algo dentro do meu coração estava diferente. Uma angústia e uma tristeza enormes se abateram sobre mim. E uma vontade incontrolável de chorar me dominou. Fiz uma oração e perguntei a Deus se realmente eram esses os seus planos para mim. E então, já mais calmo, comecei a fazer uma retrospectiva da minha vida.

A primeira lembrança que me veio à mente foi a da minha infância em Taboão da Serra. Eu e meus quatro irmãos crescemos na periferia da cidade e tínhamos uma vida difícil. Mas nossos pais, dona Joana e seu Alexandrino, não se deixavam intimidar pelo trabalho. Ela era empregada doméstica e ele, além de metalúrgico, fazia bico como vendedor de sapatos na feira. Meu pai, hoje falecido, sempre foi um exemplo de caráter e de amor ao próximo, além de ser o responsável por aflorar em mim uma veia comercial. Tinha apenas 7 anos, mas gostava de acompanhá-lo na feira e observar como ele atendia os clientes.

Quando eu tinha 10 anos, ele me deu um presente dos sonhos: uma bicicleta, que havia ganhado em uma rifa. Aproveitei muito durante quatro meses, mas depois decidi vendê-la para abrir meu primeiro negócio - uma barraca de doces em frente ao colégio. Meu pai entendeu e me apoiou.

Chamei meu melhor amigo, Marcelo, para me ajudar. Logo que a aula terminava, corríamos para pegar os caixotes e montar a barraca a tempo de abordar o pessoal saindo da escola e aqueles que estavam chegando para o período da tarde. Com o dinheiro, consegui comprar roupas e calçados, mas minha maior satisfação era me sentir dono do meu negócio. Fazia tudo isso, mas, é claro, não me esquecia da lição de casa.

Quando completei 13 anos, consegui meu primeiro emprego com carteira assinada e fui trabalhar como office boy na Tarumã Engenharia, de São Paulo. Quem me indicou foi minha vizinha, Tânia Lazarini, que era amiga de minhas irmãs e encarregada do Departamento Pessoal da Na Amil, aplicávamos empresa. Minha principal atividade eram os serviços bancários. o marketing de Foi um período engraçado porque eu trabalhava usando todo guerrilha, tipo de transporte: metrô, ônibus, táxi e a ‘viação canela’, nas ocasiões em que fazia entregas a pé

sempre buscando inovações”

(risos). Aos sábados, ia à empresa para aprender datilografia e telex. Isso foi muito bom porque acabei promovido a auxiliar de escritório.

Um ano depois, recebi outra oportunidade de emprego e fui trabalhar na extinta Greenstead, em Embu das Artes.

Entrei como ‘boy’, mas, como tinha bom relacionamento com os funcionários da empresa e com os gerentes de bancos que atendia, logo me tornei auxiliar de cobrança. Por causa disso, ganhei cheque especial e benefícios muito altos para um menino de 16 anos. Na época, também fazia bico como revendedor de calças jeans. Comprava modelos com defeito da Levi’s e oferecia para amigos e familiares. Logo comecei a ganhar mais dinheiro assim do que na empresa e, então, comecei a desejar ter um negócio próprio. Afinal, havia guardado o dinheiro das vendas e poderia aproveitar o valor da rescisão para montar minha empresa.

Acontece que para expandir minhas vendas eu precisava de um carro e, como tinha apenas 17 anos, minha mãe não me autorizou a comprar. Assim, decidi vender o estoque de calças e me sustentar com o dinheiro que havia guardado até encontrar um novo emprego. Comecei a ajudar em casa, mas não abria mão dos meus gastos de adolescente. O problema é que minha linha de crédito era muito alta para um jovem da minha idade e, com o passar dos meses, acabei inadimplente. Então, minha irmã Rosana, que era vendedora da Amil, me propôs trabalhar na empresa.

Era menor de idade e entrei com a função de office boy, mas graças à ajuda da Lúcia Gonçalves, acabei ganhando experiência também como vendedor. Assim que me chamaram para a vaga, ‘engoli’ o contrato e aprendi tudo que podia. Os funcionários eram muito amigáveis e viviam me chamando de ‘Amilzinho’, uma brincadeira por causa do nome de um plano de saúde infantil da empresa. Lá, aplicávamos o marketing de guerrilha, sempre buscando inovações. Algo que me diferenciava era gostar de informações técnicas, isso me deixava um passo à frente na hora de vender. Estava o tempo todo engajado e comecei a me destacar. Isso me ajudou a recuperar o fôlego financeiro.

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Oportunidade em uma conversa Minha irmã Rosana é uma empreendedora nata e logo montou seu próprio negócio.

Então, saí da Amil e comecei a trabalhar em sua corretora de seguros para empresas de saúde. Mas, meses depois da inauguração, ela engravidou, se afastou do trabalho e pediu que eu gerenciasse uma equipe de 30 vendedores. Eu tinha apenas 18 anos e, mesmo assim, ajudei a levantar o faturamento da empresa. Apesar de ser jovem, os vendedores me respeitavam pelo conhecimento que eu tinha.

Um episódio que me marcou muito foi a conversa que tive com o diretor de marketing da Saúde Unicor, uma das empresas de assistência médica que atendíamos. Eles estavam preocupados com a baixa procura pela marca e, por isso, levei um comparativo entre a Unicor e suas concorrentes, justificando que ela estava vendendo pouco devido à baixa oferta de benefícios.

Seu Ival me deu atenção e gostou da minha iniciativa.

Dois dias depois, porém, o gerente da empresa ligou e pediu que eu voltasse lá. Aí meu coração ficou apertado. Achei que tivesse falado demais e que fossem rescindir o contrato. Quando cheguei lá, tive uma grande surpresa: na verdade, ele queria me contratar. Disse que não havia encontrado as minhas características em nenhum funcionário até então. A proposta era que eu gerenciasse uma equipe de vendedores em uma unidade modelo da Unicor. Eu teria quatro meses para compor a equipe. Aceitei o desafio e em 15 dias meu pessoal já estava completo e nas ruas.

Com o sucesso nas vendas, acabei transferido para uma unidade maior, no Brooklin.

Ali, tive uma ótima experiência em gestão. Gostava de contratar pessoas sem experiência para poder treiná-las e de montar equipes diversificadas, com integrantes de várias religiões, crenças e classes sociais.

gostar de informações técnicas me deixava um passo à frente na hora de vender”

Poucos anos após ingressar na Unicor, recebi uma proposta para gerenciar o salão de vendas da Novelli, uma das maiores corretoras de São Paulo.

Tive uma redução salarial, mas fui em busca de novos desafios.

Doença da esposa Falar da minha esposa é falar da minha fortaleza. De alguém que me apoia em tudo, de uma grande parceira nas adversidades e alegrias. Lucimara e eu namoramos por pouco tempo e logo nos casamos, quando eu tinha 19 anos. Sempre tivemos muita afinidade e quando o amor chega, não tem porque esperar.

O casamento ocorreu um pouco antes de eu assumir a unidade modelo da Unicor. Logo tivemos nosso primeiro filho, o Lucas, uma grande benção em nossas vidas. Mas, depois de começar o trabalho na Novelli, um diagnóstico equivocado de toxoplasmose na minha esposa me colocou em um estado de absoluto desespero.

A primeira médica que a atendeu disse que ela ficaria cega de um olho e que, provavelmente, teria que extrair seu globo ocular.

A Lu ficou arrasada. No dia em que recebi essa notícia, muita coisa passou pela minha cabeça. Minha esposa era jovem, tínhamos um filho pequeno e tanta coisa pela frente. Além disso, eu ganhava pouco e não tinha dinheiro para oferecer um tratamento adequado a ela. E, se ela não fosse internada, a infecção poderia afetar o outro olho, deixando-a completamente cega.

Lembro que nesse dia dei um treinamento para os vendedores da Novelli. No fim da atividade, um grande amigo meu, Joel, veio falar comigo. Ele se compadeceu da situação e disse que, se tivesse dinheiro, me emprestaria. Ele não tinha condições de me ajudar financeiramente, mas me deixou um grande presente naquela ocasião: um convite para ir à igreja.

Sempre acreditei em Deus e, quando criança, ia à igreja com a minha mãe. Durante a adolescência, contudo, me afastei porque queria aproveitar a minha liberdade. Pensando em tudo isso, chorei muito. E decidi que deveria ter um novo encontro com o Senhor. Já na primeira pregação que ouvi do pastor Célio, senti Deus me transformar. Fui bem acolhido e tive muitas respostas, além de forças renovadas para enfrentar tudo que estava acontecendo.

Dias depois, me recordei de uma amiga, a Dra. Tânia, ginecologista da minha esposa. Quando contei-lhe sobre a doença da Lu, ela sugeriu procurarmos um infectologista e me indicou o Dr. Vicente Amato, uma referência no segmento. A consulta era cara, mas conseguimos pagar. No dia em que ela seria atendida é que notei o erro no exame.

O resultado tinha o nome da minha esposa, mas era de uma senhora de 69 anos!

Assim que entramos na sala do médico, falei sobre essa diferença e ele imediatamente nos tranquilizou, dizendo que os exames seriam refeitos por um grande laboratório. Ele foi muito generoso e nos doou os exames.

56

capa Foi aí que recebemos o diagnóstico correto: a doença, na verdade, era uma infecção de fundo de olho.

A Lu começou o tratamento adequado imediatamente. Não foi possível reverter os reflexos do diagnóstico tardio e ela acabou perdendo 95% da visão de um olho. Mesmo assim, logo sua vida voltou ao normal e seguimos adiante.

Polaroide Uma das razões para conseguirmos prosseguir com o tratamento da Lu foi minha nova mudança de emprego, pelo qual obtivemos acesso a um plano de saúde mais completo. Recebi uma proposta para ser vendedor na extinta Polaroide e para ganhar quatro vezes mais do que no emprego anterior. Mas não foi fácil conseguir essa grande oportunidade.

Embora os vendedores me desejassem na equipe, a verdade é que eu não atendia às principais exigências do cargo: não tinha nível superior, não falava inglês e, para completar, tinha restrições de crédito. Então, você pode imaginar o quanto fiquei receoso! Achei até que não valeria a pena tentar. Contei isso ao Ivan, um amigo que trabalhava na Polaroide, e ele me pediu para ir ao menos tomar um café, já que todos desejavam me conhecer. Aceitei. Assim que cheguei à empresa, me apaixonei pelo lugar. Era um prédio lindo, imponente, em plena Avenida Paulista. Me senti pequeno lá.

Como não estava dentro dos critérios da empresa, fui entrevistado por três gerentes. Todos me aprovaram. Um deles, porém, preferiu me remeter ao diretor nacional da Polaroide à época, Paulo Mafei.

Assim, com pouco mais de 20 anos, lá estava eu, sentado em frente a um dos principais nomes daquela grande empresa. Ele ficou muito surpreso com a situação. Brincou, perguntando o que eu tinha de especial, já que era muito raro ter que fazer entrevistas para contratar um vendedor. Fui logo falando da minha grande vontade de trabalhar na Polaroide. Contei que, infelizmente, não atendia aos requisitos da empresa e fiz uma ‘proposta desafio’, me propondo a apresentar resultados em um prazo de 90 dias, período em que eles não precisariam me pagar. E ele me respondeu: ‘que proposta desafio, que nada. Você está contratado! E com direito a todos os benefícios que oferecemos’. Na Polaroide, a vida da minha família começou a se transformar. Nos mudamos para uma casa de aluguel confortável, comprei um carro novo, era querido na empresa. Foi uma época muito promissora.

Mas a chegada de um novo coordenador mudou tudo.

Em uma conversa com o diretor de marketing da Saúde Unicor, provei que a baixa nas vendas era reflexo da falta de oferta de benefícios. Dois dias

depois, eles me contrataram”

Seu comportamento me gerou um grande estresse e comecei a sentir vontade de sair da empresa. Como ganhava bem e havia feito um excelente network, imaginei que me recolocaria facilmente no mercado.

No dia em que fui pedir a conta, a reação da equipe de RH foi de surpresa. Eles não me deixaram sair e pediram para que eu pensasse melhor.

Nesse dia, algo me marcou. Fui a um culto e um homem que eu não conhecia se aproximou de mim e disse que tinha um recado de Deus, dizendo que eu não deveria sair da empresa e me lembrando da passagem que diz que os humilhados serão exaltados. Aquilo me deixou balançado, mas, mesmo assim, optei por deixar a Polaroide. Acredite, mensageiros de Deus existem. Eu não sabia, mas a pior fase da minha vida estava prestes a começar.

Atitude de fé Os primeiros meses que se seguiram a esse período foram tranquilos. Tinha uma reserva financeira e estava convicto de que encontraria um bom emprego. Mas o passar do tempo trouxe severas dificuldades. Chegamos ao ponto de ter cortes no fornecimento de água e energia elétrica, uma ordem de despejo e de nos mudarmos para a antiga casa da minha mãe, que agora morava em outro local. E o mais grave: começou a faltar comida. Nunca me esquecerei do dia em que meu filho, Lucas, ainda pequeno, coçou sua barriguinha e disse que estava com fome, mas que não tinha nada na geladeira.

Para completar, minha esposa estava grávida de nosso segundo filho, o Estevão.

Foram muitas noites sem dormir e dias de muita preocupação. Um período em que comecei a valorizar as pequenas coisas, como na ocasião em que respirei aliviado quando ouvi o barulho da água passando pelos canos, após o serviço ser religado.

Meu único bem era um carro seminovo, que usava para trabalhar, já que agora atuava como prestador de serviços. Mas a minha grande necessidade não impediu que um oficial de justiça batesse a minha porta e viesse buscar o veículo por atraso no pagamento das parcelas.

Minha sorte foi que o carro não estava em casa. Ele, então, me deu 48 horas para resolver as pendências ou apresentá-lo a justiça, caso contrário, eu seria preso. Foi o dia mais humilhante de toda a minha vida.

O carro estava com o meu amigo Odair, que cuidava de uma clínica de reabilitação. Liguei para ele e disse que gostaria de lhe vender o veículo e que ele teria que me dar apenas o dinheiro das parcelas atrasadas e o resto me pagaria como pudesse. Ele aceitou. Depois disso, fui me aconselhar com uma grande amiga, a pastora Ivanilde.

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capa

Quando cheguei a sua casa, ela estava lavando roupa, mas foi me ouvindo falar o que havia ocorrido. Assim que terminei, ela me contou que havia perdido um sobrinho naquela mesma noite. Com lágrimas nos olhos, ela me fez entender que o meu problema poderia ser revertido e, com sábios dizeres, demonstrou que tudo isso era simplesmente Deus exercitando a minha fé.

Logo depois dessa conversa, um pensamento estranho, aparentemente sem sentido, começou a me bater: aquele carro era meu único bem e, mesmo assim, ao invés de vendê-lo, senti uma vontade incontrolável de doá-lo ao meu amigo. Cheguei em casa e, como sempre faço quando preciso tomar decisões importantes, conversei com a minha esposa. A considero mais centrada, equilibrada. Mas ela embarcou nesse propósito, que para muitos pareceria loucura, e respondeu que eu deveria fazer o que achava certo. Em outras palavras, mesmo diante de nossas dificuldades, disse que eu poderia me desfazer de nosso único bem sem receber nada em troca.

Quando cheguei à casa do Odair, ele estava arrumando uma pilha de cheques, que me daria em troca do carro. Foi então que lhe contei sobre a minha decisão de doar o veículo. Pedi apenas o dinheiro das duas parcelas atrasadas.

Ele ficou impressionado, desconcertado. E, sorrindo, disse que tinha esse dinheiro. Nisso, uma cena incrível aconteceu. Sua esposa entrou na casa feliz, dizendo que, quando voltava da igreja, havia tido uma visão de um anjo deixando uma chave de prata em cima de uma bandeja. Você pode imaginar sua reação quando ela soube da minha decisão! No momento em que eles me levavam de volta para casa, senti meu coração mais livre, como se ele estivesse naquele carro e eu realmente precisasse me desprender dele. Não era loucura, afinal. Era uma atitude de fé.

O período mais difícil Depois disso, uma nova oportunidade profissional surgiu, mas antes de me trazer conforto e tranquilidade, me gerou novas provações. Meu amigo Maciel me convidou para ser representante comercial da Orient Relógios. Contudo, para conseguir o emprego, precisava ter firma aberta e também um novo carro, além de uma quantia em dinheiro para me sustentar nas primeiras semanas. Bateu em mim Gostava de uma convicção de que Deus estaria neste negócio. Consegui comprar o contratar pessoas veículo de um vizinho por um bom sem experiência e de preço e financiá-lo em nome da esposa de um grande amigo, o Joel, já que meu nome ainda estava restrito.

Além disso, vendi uma impressora

compor equipes diversificadas”

multifuncional para um contador que, em troca, criou um CNPJ para mim. Faltava apenas o dinheiro. Então, recebi a visita do meu primo, Carlos, que simplesmente me ofereceu parte do recurso que precisava, mesmo sem saber da minha necessidade. Bem, foi o suficiente para colocar o mostruário no carro e cair na estrada, já que agora trabalharia na região de Ribeirão Preto. Neste momento, não levei minha família e, sem dúvida, foi melhor assim.

Os primeiros meses que passei nesta função foram absolutamente miseráveis. Tive dificuldades para conseguir clientes e o dinheiro que meu primo me doou logo acabou. De repente, me vi em condições de fazer uma única refeição por dia, composta apenas por uma coxinha de frango e uma garrafinha de Coca-Cola. Minha estadia passou a ser dentro do carro, parado em um posto de combustíveis onde a prostituição e o perigo moravam ao lado. Minha higiene pessoal era feita no posto e às pressas. Minhas horas de sono não passavam de duas ou três. As coisas começaram a ficar muito tristes e desanimadoras. Sim, leitores, me encontrava exatamente neste período quando iniciei esse relato. Essa etapa me gerou tantos transtornos que, anos depois, ainda sentiria medo de voltar àquela situação.

Mas depois daquela conversa com Deus, consegui dormir melhor. A verdade é, a cada amanhecer, minhas forças eram renovadas e, mesmo diante das dificuldades, esboçava um sorriso sincero ao falar com meus clientes.

O tempo foi passando e finalmente consegui uma casa para alugar. Então, pude trazer minha família à cidade. Novamente, me vi valorizando coisas simples, como um banho e um local seguro para dormir. E aí nossa vida começou a melhorar. Passamos cinco bons anos em Ribeirão Preto e hoje a considero minha segunda cidade.

O emprego na GO Ainda estava em Ribeirão Preto quando, em um culto, ouvi a pregação de um chinês, o Paulo. Ele falava com convicção, nos envolvia e demonstrava ser bastante visionário. No fim da celebração, fui procurá-lo para conversar, mas não o encontrei. Soube depois que dois amigos, Leonardo e Jefferson, já o haviam ‘alugado’ (risos) para falar sobre negócios. O Paulo tinha muito know-how no setor de óticas e já possuía alguns canais de distribuição.

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60 E foi assim, na vizinhança da minha casa, que aconteceu o encontro que fortaleceria um grande projeto: a GO (General Optical).

Na época, fui convidado a participar. Mas estava feliz no emprego e já havia consolidado minha cartela de clientes, então recusei. Acontece que, anos depois, a Orient Relógios fez readequações no meu setor e decidi deixar o cargo. Rescindi o contrato e voltei para São Paulo. De lá da capital foi que acompanhei o progresso da GO. Li que eles haviam fechado um contrato com a Ana Hickmann e soube que haviam ampliado ainda mais sua atuação de mercado. Resolvi bater na porta da GO, mas não tinha vaga.

Em uma feira do segmento, conheci o diretor de uma distribuidora de óculos do Rio Grande do Sul que queria expandir as vendas em São Paulo. Foi engraçado: consegui emprego somente na conversa e acabei indo para o stand da empresa no mesmo dia. Então, passei a atuar neste ramo e a entender melhor como ele funcionava.

E quando não imaginava que uma nova transformação pudesse acontecer em minha vida, fui a uma reunião na igreja com um grupo de empresários evangélicos e ouvi uma importante palavra. Uma recomendação do pastor José Bruno não me marcou imediatamente, mas acabou sendo fundamental para mim. Ele disse que Deus colocaria alguém ali cara a cara com um grande milagre, que em um simples cafezinho o levaria para os quatro cantos do País no prazo de uma semana.

Já havia me esquecido disso quando, quatro dias depois, peguei o mostruário e fui atender um antigo cliente da Polaroide.

Nos encontramos no shopping e, em meio a um café, comentei sobre o meu desejo de atuar na GO. Ele logo me incentivou a correr atrás deste objetivo porque sabia que a empresa estava em crescimento. Então, decidi me lançar na oportunidade. Liguei para o Leonardo e falei que estava atuando no segmento de óticas há três meses e queria muito uma vaga na empresa. Ele respondeu: ‘foi Deus quem mandou você.

Temos um projeto novo na GO, bem estruturado e queríamos te contratar’.

O novo projeto consistia em gerenciar a conta de um cliente com lojas em todo o Brasil: a Óticas Diniz, que possuía uma logística diferente das demais empresas atendidas pela GO.

Aceitei o desafio. Logo que comecei, fiquei encantando com a rotina de trabalho. O mostruário era enorme, então, não conseguia levá-lo aos clientes. Assim, visitava as lojas de manhã e convidava os empresários para conhecerem nosso showroom, montado no hotel onde ficava hospedado. À noite, eles iam e compravam os produtos. Já na minha primeira viagem, conheci Arione Diniz e Francisco Vidal, presidente e vice-presidente da Óticas Diniz, respectivamente, e fiquei admirado com a visão empreendedora deles.

Só alguns dias depois, quando voava de volta a São Paulo, foi que me lembrei da palavra que havia ouvido na igreja e me dei conta de que a mensagem era para mim. Tudo o que o José Bruno disse acabou se confirmando na minha vida! Me emocionei muito e me senti abençoado, não apenas nesse dia, mas em todo o período em que atuei na GO. Trabalhava bastante, mas os resultados sempre foram muito positivos. Alguns nomes em especial me ajudaram bastante a obter êxito nos negócios, como Leonardo, Ronaldo Pereira, Celso Ribeiro e Joice.

E assim vivi cinco anos de minha vida, sempre muito determinado e feliz em minha profissão. Nesse meio tempo, já não atendia apenas a Diniz. Também cuidava de um varejo em Minas Gerais, que pertencia à cartela de clientes da GO. Trabalhava de domingo a domingo para atingir minha meta, que era altíssima. Comecei a me organizar, comprei um carro para mim e um para minha esposa, morava bem em São Paulo. Porém, quando pensava que me manteria estável na GO, um novo convite me fez arriscar tudo. E lá fui eu, novamente!

O carro era meu único bem e, mesmo assim, o doei a um amigo.

Foi uma atitude de fé”

Óticas Diniz Ao longo de minha carreira como gerente de contas da Óticas Diniz, fui inúmeras vezes convidado a me tornar um franquiado da empresa pelos próprios Diniz e Vidal.

Mesmo sabendo dos valores da ótica, conhecida por ser uma grande família, estava feliz na GO e sempre protelava o convite. Um dia, porém, o medo de perder uma grande oportunidade e meu espírito empreendedor falaram mais alto: seu Diniz me contou que a empresa passaria a atender os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e que esta seria sua última oferta para mim.

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Entendi que seria algo novo e que poderia contratar pessoas e abençoar muitas vidas. E assim, mesmo estabilizado e feliz, decidi aceitar esse novo desafio e sair de minha zona de conforto. Abriria mão do meu trabalho e da visibilidade que tinha no mercado, mas realizaria o sonho de ter a minha própria empresa.

Vendi meus carros e aproveitei a rescisão da GO para montar minha primeira franquia. Não vim à toa para Americana. Antes de me decidir pela cidade, fiz várias pesquisas de marketing e nelas o que chamou atenção foram as mídias fortes e a abrangência do município, que atende moradores de toda a região.

Olhando para trás, vejo que tudo aconteceu no momento certo. Com meus 36 anos, estava mais maduro e centrado para assumir o negócio. Mas o começo não foi fácil. Assim que cheguei ao município, não consegui alugar o prédio que queria por não ter fiador. Então, tive que optar por outro espaço, que hoje se tornou um dos principais pontos do segmento de óticas na cidade.

Aí, o desafio era maior: conseguir vender bem, pagar custos e tornar a marca conhecida mesmo em um ponto não tão centralizado. Nessa hora, mais uma vez agradeço a Deus pelo meu perfil empreendedor. Sempre consegui ‘tirar leite de pedra’ e me virar com pouco dinheiro e boas ideias.

O tempo foi passando e conseguimos abrir novas unidades. Hoje, além de Americana, são duas em Santa Bárbara d’Oeste (Centro e Zona Leste), uma em Nova Odessa e outra em Sumaré.

Para ampliar a divulgação, sempre fiz parcerias. Em festas nas cidades, subia nos palcos, interagia com a plateia e distribuía armações de óculos de graça. Na inauguração da loja em Sumaré, por exemplo, contratei um helicóptero para sobrevoar a cidade com uma faixa da Óticas Diniz e organizei uma carreata na cidade. Foi um sucesso! Atualmente, meu projeto pessoal é atingir sete lojas para que todo o lucro das vendas desta última seja revertido a causas sociais.

Espero concretizar essa meta!

Hoje, além de franquiado, sou funcionário da Diniz e ocupo o cargo de diretor de produtos. Por isso, visito a Ásia e a Europa duas vezes por ano para saber o que estão produzindo e, assim, criarmos produtos que levem a marca própria da Diniz - sempre pautados na qualidade e no preço acessível.

Em toda a jornada na ótica, só tenho a agradecer às pessoas que passaram pela loja. Elas fizeram toda a diferença. Não tinham medo do desafio e iam para o ‘jogo’, eram criativas e sempre conseguiam um bom retorno para a marca.

Gerenciar essas pessoas é de absoluta importância para mim. Aproveito para agradecer a Deus pelo zelo, cuidado e amor em todas as situações, a minha esposa e família e a todos que durante anos têm me ajudado e que acreditaram em mim. Agradeço também à revista Psiquê, pelo espaço aberto para tantas pessoas contarem histórias inspiradoras. A mensagem que deixo para aqueles que conheceram a minha trajetória é que não tenham medo do risco. Não falo aqui de ser aventureiro, nem inconsequente, mas de não se intimidar diante das adversidades, nem permitir que elas impeçam seus planos. Desejo, enfim, estimular pessoas a chegarem mais longe.”

Linha do Tempo

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Olhando para trás, vejo que tudo aconteceu no momento certo. Estava

quando assumi a franquia da Óticas Diniz” maduro,

1972

Nasce, em Taboão da Serra

1980

Começa a ajudar o pai como vendedor de sapatos na feira

1983

Monta uma barraca de doces, em frente ao colégio

1986

Consegue o primeiro emprego como Office-boy

1990

Passa a atuar como vendedor de planos de saúde da Amil

1992

Casa-se com Lucimara

1993

Entra na Polaroide, como vendedor

1999

É contratado pela Orient Relógios como representante comercial

2004

Passa a atuar como vendedor da GO (General Optical)

2009

Monta a primeira franquia da Óticas Diniz, em Americana

2014

Abre a quinta franquia da Óticas Diniz, em Sumaré

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case de sucesso Francisco Deusmar de Queir贸s

certa para os neg贸cios

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66

case de sucesso

De menino simples no interior do Ceará a proprietário da Pague Menos, maior rede do varejo farmacêutico em abrangência do Brasil, com faturamento anual de R$ 3,24 bilhões (2012), Francisco Deusmar de Queirós revela à Psiquê Premium os segredos que o transformaram em um dos empresários mais bemsucedidos do país. Por Paula Martim Fotos: Divulgação A primeira delas foi quando ingressei na IBM, aos 19 anos. Ainda cursava Ciências Econômicas e Administrativas, na Universidade Federal do Ceará, quando consegui esse emprego como operador de computador. Permaneci na empresa de 1967 a 1969.

A segunda etapa que venci foi a sala de aula. Poucas pessoas sabem, mas logo depois que me formei na faculdade, iniciei carreira como professor na

“Nos Estados Unidos, o conceito de drugstore me inspirou, pela diversidade de produtos. Voltei de lá determinado a trabalhar com o varejo”

P

”Para alguns moradores mais antigos de Fortaleza, no Ceará, ainda sou aquele menino que andava por todo o lado com um caixote na cabeça e com um carrinho de mão feito de madeira.

Era comum me ver assim por lá.

Desde pequeno, já ajudava meu pai na mercearia Santo Antonio.

Gostava do trabalho e não me queixava de ajudar. Tanto que, logo depois que terminei o ginásio e ingressei no Colégio Cearense, fui promovido à balconista da mercearia.

Mas os estudos também eram fundamentais. Justamente por causa deles é que nos mudamos da pequena Amontoada, no interior cearense, para a capital: meu pai queria garantir boa formação para mim. Ele chegou a vender o sítio que tinha no interior para conseguir se estabelecer em Fortaleza.

Foi ali, em sua mercearia, que coloquei em prática os primeiros ensinamentos que tive na escola. Fazia cálculos, me aprimorava no atendimento ao público, aprendia mais e mais sobre o mundo dos negócios. Graças ao seu estímulo, descobri desde cedo a minha vocação para o empreendedorismo. Mas, desde Amontoada, até chegar à rede de farmácias Pague Menos, hoje distribuída em todo o Brasil, foram muitas etapas vencidas.

Universidade de Fortaleza, no curso de Mercado de Capitais, Microeconomia e Macroeconomia. Foi um período de muitos desafios, no qual desenvolvi ainda mais meus conhecimentos teóricos. E o fato de ter trabalhado na mercearia do meu pai me ajudou a ter bastante criatividade para lidar com os estudantes. Minha atuação como professor logo foi reconhecida e me tornei coordenador do curso de Economia da universidade.

E não era só isso. Na mesma época, atuava também em cargos gerenciais na Crédimus Distribuidora de Valores.

Conciliava as duas profissões com muita paixão e arrojo. Afinal, enquanto me aprimorava na teoria em sala de aula, na empresa era sempre estimulado a pensar em soluções para lidar com a complexidade que envolve o mercado financeiro.

Para mim, as duas profissões complementavam-se e, se pudesse, teria continuado com ambas.

Tanto que trabalhei dez anos nos dois segmentos. Mas, quando fui convidado a montar a área de operações da Bolsa de Valores Regional, inevitavelmente tive que abandonar a sala de aula e seguir apenas como empreendedor. Acho que na vida devemos identificar a hora certa para tudo. E, olhando para trás, vejo que aquele era o momento certo para estabelecer um único foco para minha carreira.

Afinal, a experiência como operador da Bolsa de Valores logo me deu bagagem suficiente para abrir meu próprio negócio, em 1977. A PAX Corretora de Valores, em sociedade com Bernardo Bichucher, nasceu com o objetivo de atender grandes empresas. Trabalhamos com organizações como a Vicunha e a Coteminas. Seu passo mais marcante foi dado em 1984, quando intermediamos a aquisição de 66% da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene) na Bolsa de Valores de São Paulo.

Essa atuação nos consolidou como a

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maior corretora de valores do Brasil na intermediação de ações de empresas beneficiárias do sistema de incentivos fiscais (Finor), um título de absoluta importância.

A verdade é que sempre acreditamos no sucesso da PAX. Então, não deixamos de buscar aperfeiçoamento. Em 1981, fui para os Estados Unidos cursar uma especialização na Bolsa de Valores de Nova York, na Graduate School of Business Administration. Lá, fiz ainda um curso de Terceirização e Modernização de Negócios na University of Central Flórida.

Os cursos no exterior não me ajudaram apenas com a minha corretora. Eles despertaram em mim um espírito ainda mais empreendedor. Um conceito que me inspirou nos Estados Unidos foi o de drugstore. A diversidade de produtos vendidos nesses estabelecimentos, com foco no bem-estar e na conveniência do consumidor, chamou minha atenção. Afinal, não havia nada parecido no Brasil! Voltei de lá determinado a trabalhar com o mercado de varejo. E escolhi a capital Fortaleza, que tão bem me havia acolhido, para sediar meu novo negócio: uma pequena farmácia, chamada Pague Menos, cujo principal objetivo era fornecer uma grande variedade de medicamentos a custos acessíveis para o consumidor.

“Projetei a farmácia sob o tripé inovação, conveniência e cidadania porque queria levar saúde e bem-estar a todos os rincões desse Brasil”

Além disso, devo dizer que comecei o negócio, em partes, porque sentia falta do contato direto com o público, tão presente em minha vida, desde a infância.

E com o tripé inovação, conveniência e cidadania, projetei que a farmácia se transformaria em uma rede capaz de levar saúde e bem-estar para todos os rincões desse Brasil. Me orgulho muito de toda a sua trajetória, repleta de avanços e pioneirismos.

PAGUE MENOS Reinventar-se continuamente era e ainda é o principal foco da Pague Menos.

Desde o início, sabia que, para crescer, era preciso dar um passo de cada vez.

Mas, ao mesmo tempo, entendia que, se ficasse parado no tempo, em breve seria engolido pela concorrência. Por isso, estava convicto de que teria que trilhar um caminho pioneiro e persistente, se desejasse me consolidar no mercado.

Quando abri a primeira unidade da farmácia, em 1981, no bairro de Ellery, sua estrutura já se destacava dentre as demais. Uma das coisas que mais atraía clientes era a facilidade de acesso aos produtos. Optei por inserir gôndolas no meio da farmácia. Assim, as pessoas podiam escolher o que queriam, sem a interferência do balconista.

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Também inovamos ao implantarmos o conceito de drugstore. Isso foi possível porque conquistamos o direito de oferecer conveniência e outros produtos aos clientes, como itens de beleza e higiene pessoal, além de objetos de uso diário, como cartões e aparelhos telefônicos. Essa diversificação representa um facilitador para o cliente em todos os aspectos. Inclusive, a ampliação do mix de vendas possibilita a obtenção de maiores margens de lucro, que nos permitem baixar os preços dos medicamentos, deixando-os mais próximos do valor de compra dos brasileiros. Hoje, vejo que essa medida, novidade no país quando incorporada pela Pague Menos, nos aproximou ainda mais do objetivo inicial da farmácia, que era vender medicamentos a preços acessíveis.

Logo após nos consolidarmos no Ceará, continuamos a antecipar tendências. Eu estava sempre pensando no que poderia fazer para aprimorar a farmácia. Então, em 1989, iniciamos uma atividade de prestação de serviços e nos tornamos a primeira farmácia do Brasil a vender vales-transportes e a receber contas de água, luz e telefone. Essas atividades estreitaram ainda mais nossos laços com os clientes e contribuíram até mesmo para a descentralização dessas operações, antes realizadas apenas pelos bancos. Novidades naquela época, os correspondentes bancários, que exercem um trabalho estratégico em cidades de pequeno porte do país, hoje já são 15 mil em território brasileiro.

E não seria possível falar da história da Pague Menos sem destacar a responsabilidade social como uma das principais razões de seu sucesso. Atualmente, o assunto é bastante debatido. Mas, na farmácia, ele é realidade desde os anos 80. Acontece que sou muito religioso e acho fundamental ajudar ao próximo. Então, mais do que inovação, a ideia de implantar programas de doação de ambulâncias e cadeiras de rodas visava retribuir aos meus conterrâneos um pouco de cidadania. Os trabalhos sociais nunca pararam. Em 1998, fomos a primeira empresa nordestina a adotar um município no programa so-

cial Alfabetização Solidária. Cinco anos mais tarde, assinamos parceria com a Unicef e demos início ao Infância Feliz Pague Menos, que ainda hoje contribui para a educação de crianças de baixa renda por meio da doação de livros a bibliotecas comunitárias.

O resultado de todas essas medidas foi uma curva de crescimento sem precedentes no país, que me inspira e orgulha muito. Depois de conquistar o Nordeste, em 2002 avançamos para São Paulo. De lá para cá, inauguramos bases em todo o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, intensificamos programas de relacionamento, como concursos de fotografia, circuito de corridas e campanhas promocionais, e ainda criamos um programa de TV em rede nacional – o Pague Menos Sempre Bem. Hoje, com mais de 630 pontos de venda em todo o Brasil e sendo a única varejista a estar presente em todos os estados e no Distrito Federal, a Pague Menos é, sem dúvida, a maior rede do varejo farmacêutico em abrangência do país. Tornamo-nos um Grupo, composto, ao todo, por 11 empresas, entre elas a PAX, que continua em atuação no mercado financeiro. Além disso, estamos caminhando a passos largos para cumprirmos nossa meta de chegar a mil lojas até 2017.

Energia não falta para crescer. Meu objetivo é expandir o modelo ainda mais e, para isso, aposto nos investimentos. Acredito na história e nas bases sólidas do Grupo Pague Menos. Afinal, não deixei morrer os sonhos daquele menino simples, que nasceu no interior do Ceará e adorava conversar com a clientela. Estou sempre por perto, sempre por dentro do andamento das farmácias. Tenho certeza de que essa proximidade faz toda a diferença para o sucesso dos negócios.”

“Logo na primeira unidade inseri gôndolas no meio da farmácia. A facilidade de acesso aos produtos atraiu muitos clientes”

Linha do Tempo

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1947

Nasce em Amontoada, interior do Ceará

1955

Começa a trabalhar na mercearia do pai, em Fortaleza

1967 Ingressa na IBM

1977

Monta a primeira empresa no mercado de capitais, a PAX Corretora de Valores

1981

Abre a primeira unidade da rede de farmácias Pague Menos

1984

PAX intermedeia a aquisição de 66% da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene) na Bolsa de Valores de São Paulo

1993

É premiado o Lojista do Ano pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza

2002

Rede Pague Menos de farmácias avança para São Paulo e inaugura bases em todo Sul, Sudeste e Centro-Oeste

2005

Recebe a Medalha de Ouro “O Pacificador” pelo Parlamento Mundial para Segurança e Paz

2012

É eleito o Empreendedor do Ano pela Ernst & Young Terco

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A Editora Psiquê, atenta ao mercado de negócios, oferece um novo veículo de comunicação: a TV INDOOR. Com 55 polegadas, qualidade FULL HD, dinâmica e eficiente, a ferramenta possibilita que o anunciante esteja presente nos locais onde encontra-se seu público-alvo.

Além de trazer informações sobre sua empresa, a TV possui uma programação atrativa e contemporânea.

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luxo total

Imagine viajar ao redor do mundo em um iate eficiente, confortável e personalizado?

Com capacidade transoceânica, os catamarãs invadiram o mercado de luxo e são os novos queridinhos dos velejadores, seja nos formatos power ou nas versões compactas.

Saiba mais sobre os modelos disponíveis e embarque nessa viagem regada à sofisticação. Por Paula Martim Fotos: Divulgação Informações: catamarancompany.com.br

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Concebido pelo escritório de design Sunreef, com conselhos de Laurent Bourgnon, um famoso marinheiro que agora é cruzeirista ao redor do mundo, a 70 Sunreef Power é um raro exemplo de iate de luxo a motor de médio porte (60 - 90 pés) com altíssima eficiência de combustível, alcance transoceânico e velocidades máximas atingindo 30 nós. Para quem deseja ter longas viagens a bordo de um catamarã e descobrir os lugares mais remotos do mundo, a 70 Sunreef Power pode ser convertida em um iate expedição com wave piercers nas proas, motores tamanho reduzido e hídrica e geradores eólicos, sem perder o seu acabamento luxuoso e personalizado.

Preço sugerido no estAleiro: R$ 8 milhões

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luxo total

A 60 Sunreef Power foi projetada em resposta à crescente demanda por iates compactos com capacidade transoceânica. Com características do popular e bem sucedido 70 Sunreef Power, é também uma interessante alternativa para motoryachts tradicionais com seu menor consumo de combustível e longo alcance. Espaço com o melhor conforto e intimidade para o proprietário e seus convidados, design de interiores personalizado e grande estabilidade. Interior com 71m² de espaço útil e área útil total de 138m².

Preço sugerido no estAleiro: R$ 5 milhões

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Para os velejadores que desejam barcos menores e mais leves, o Sunreef 58 é uma excelente opção. Construído com materiais de alta tecnologia, através de infusão a vácuo, é sinônimo de luxo e desempenho para 8-9 hóspedes alojados em cabines 4-5, dependendo do modelo escolhido pelo cliente. O espaço interno do deck molhado conta com cozinha, estação de navegação e área de jantar. As cabines são localizadas abaixo do convés e possuem banheiros privativos. O iate conta também com um grande salão de banhos de sol.

Preço sugerido no estAleiro: R$ 3 milhões

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portfólio

Uma típica família italiana. Essa é a melhor definição para a proposta do restaurante Zucchini, a nova sensação gastronômica da região. A participação de pais, irmãos, filhos e genros é o principal ingrediente do estabelecimento, que tem seu menu assinado pela chef Carina Cecchino Duarte. “Vendo minha mãe e avó cozinharem com tanto amor, meu interesse pela culinária surgiu naturalmente. Fiz alguns cursos de gastronomia, mas digo sempre que o meu maior legado é familiar”, conta.

Entre pratos e receitas, a jovem decidiu transformar em profissão o que antes era apenas lazer e começou a estruturar o restaurante. Assim como o preparo de um prato, o projeto passou por ampla pesquisa e maturação até chegar a um conceito sofisticado, contemporâneo e sustentável. “Pensamos em tudo com muito carinho, desde a arquitetura até as receitas”, destaca. Se o objetivo era proporcionar um clima familiar e aconchegante, os Cecchino Duarte acertaram em cheio. Quem entra no estabelecimento, tem logo a sensação de acolhimento, seja pelo lustre de família no hall de entrada ou pelo cardápio que traz histórias dos Cecchino Duarte e sua origem italiana. Neste clima bastante intimista, você logo encontra um membro da família pelo corredor ou no balcão de bebidas. Afinal, família que é família, nunca perde essa mania de ficar junto! POR PAULA MARTIM FOTO: EVANDRO FELIX

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Experimente a excelência em gastronomia no Restaurante Zucchini Tel: (19) 3645-1300 Rua Marechal Deodoro, 169 – Centro – Americana Funcionamento: de quarta a sábado, a partir das 19h e aos domingos, às 12h.

DRINK ZUCCHINI É o mais pedido da casa e pode ser servido com ou sem álcool

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portfólio MÃE E EXECUTIVA GIULIANE STRAPASSON TREVIZAM

UMA MULHER VERsáTIL Quem chega à sala de trabalho da publicitária e especialista em marketing, Giuliane Strapasson Trevizam, logo se encanta com seu dinamismo e versatilidade. Com passagens por grandes agências de publicidade da região, hoje é responsável pelo departamento de marketing da Cemara Loteamentos, e prova, sempre com um sorriso no rosto, que a determinação é um dos grandes segredos para o sucesso profissional.

“Conheci a carreira de comunicação através do meu marido, o Raphael, que trabalhava como ilustrador, e me apaixonei pela profissão. Desde que me formei em Publicidade e Propaganda, não parei mais de estudar e fiz vários cursos, inclusive com Philip Kotler, conhecido como o pai do marketing e agora faço MBA pela FGV, na área. Em minhas experiências nas agências de publicidade, tive a oportunidade de trabalhar com grandes empresas nacionais e multinacionais e hoje posso dizer que a busca por conhecimento é um grande diferencial para manter-se no mercado de trabalho”, aponta.

Há cinco anos no departamento de marketing da Cemara, Giuliane destaca que a cultura organizacional da empresa foi um grande facilitador para a realização de seu maior sonho: ser mãe. E se alegra ao dizer que a chegada do pequeno Pietro, de 2 anos, a tornou uma profissional ainda mais feliz e

satisfeita. “Não acho que o fato de ser mãe deve nos afastar da profissão. Ao contrário, penso que ele pode trazer ainda mais realização. Basta administrar tudo com coerência e responsabilidade”, considera.

O brilho nos olhos é inevitável quando Giuliane fala do filho, definido por ela como uma criança alegre, que adora brincar, contar histórias, fazer desenhos e que se espelha nos super-heróis. A orgulhosa mamãe afirma que Pietro a deixou ainda mais forte. “Depois que você enfrenta problemas com a saúde de seu filho passa a enxergar as dificuldades no trabalho de outra forma e encara tudo com mais facilidade”. A harmonia dos pais também é apontada pela publicitária como algo essencial para a maternidade. “O Raphael é um grande parceiro e me ajudou desde o começo. Dividimos as tarefas e as responsabilidades na criação do Pietro. Isso é bom porque faz o vínculo da criança ser grande com o pai e ainda maior com a família”, ressalta Giuliane, que se prepara para um novo desafio: integrar o Comitê de Mulheres Executivas da Câmara Americana de Comércio da RMC que discute a importância da mulher no mercado de trabalho. Um dos principais temas deste ano será, justamente, a conciliação entre carreira e maternidade.

POR PAULA MARTIM FOTO: EVANDRO FELIX Dica profissional “Quem pretende trabalhar na área de marketing precisa gostar de pessoas. Só é possível obter êxito se o profissional tiver boa comunicação e boa percepção de mercado. Ser interessado e dinâmico, ler bastante e ter boa cultura são características essenciais para obter boas oportunidades”.

Dica para a maternidade “A principal dica é empregar qualidade aos momentos em que você está com seu filho. Também acho importante inseri-lo em sua vida e fazer com que ele se familiarize com a sua rotina e profissão. Hoje, por exemplo, o Pietro vê o logotipo da Cemara e já sabe que é o local de trabalho da mamãe”.

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PROVE

O LUXO DA 5ª AVENIDA

A mistura de culturas e elementos de moda presentes na 5ª Avenida, em Nova York, Estados Unidos, inspiraram a jovem Fernanda Wicher Martin a abrir uma loja conceito, hoje referência na oferta de roupas casuais e de festa, com o nome da famosa avenida.

Formada em Desenho Industrial e apaixonada por moda desde a infância, Fernanda conta que sempre sonhou em trabalhar no segmento fashion, mas que, antes da inauguração, apostou em uma avaliação de mercado para conferir personalidade e diferencial ao estabelecimento. “Foram dois anos de preparação, pesquisas e consultoria até inaugurar-

mos a loja. Gosto muito de cidades grandes e queria um espaço que unisse cultura, excelência no atendimento e marcas diversificadas”, detalha.

A paixão pelos grandes centros urbanos cresceu quando ela esteve em Londres para cursar uma especialização em consultoria de imagem, no renomado Istituto Marangoni. O estilo europeu de se vestir, casual e sofisticado, foi a principal inspiração na hora de escolher as marcas e tipos de roupas para o estabelecimento. “Nossos fornecedores são marcas famosas de Minas Gerais e São Paulo, totalmente novas na região”.

Para os amantes de moda e arquitetura,

a loja é um verdadeiro oásis, com detalhes que mesclam o vintage e o contemporâneo nos móveis, paredes e bancadas. “Queria trazer a experiência da 5ª Avenida ao Brasil”, define Fernanda, que destaca outro diferencial. “Minhas funcionárias são formadas em Moda e estão gabaritadas para assessorarem nossos clientes desde a chegada à loja até a composição dos looks” finaliza.

Vista-se com sofisticação na 5ª Avenida Rua Dona Margarida, 198, Centro – Santa Bárbara d’Oeste

Tel: (19) 3629-3345

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BELEZA

a todo tempo

19 3012 1610

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19 3405 5107

Rua Presidente Vargas, 925 - Vila Pavan - Americana, SP facebook.com/lameche.coiffeur

lamecheonline.com.br

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portfólio

SÔNIA ASTOLPHI

Olhar feminino para os negócios O DIA É PEQUENO para a fisioterapeuta e empresária Sônia Astolphi. Responsável pela maior parte dos tratamentos oferecidos em sua clínica, a Sônia Estética, a profissional já está acostumada com a rotina de trabalho que começa às 8h e termina depois das 21h. Casada e mãe de dois filhos, ela se destaca no segmento há 25 anos e explica o motivo de tanta dedicação: “meu trabalho é como um terceiro filho. Sinto amor de mãe e não consigo ficar longe”.

Primeira profissional a realizar procedimentos estéticos com o uso de laser em Americana e a oferecer bronzeamento artificial na cidade, Sônia conta que o amor pela profissão começou na adolescência. Seus primeiros passos profissionais foram dados em Piracicaba, onde atendia os clientes em uma pequena sala. “Já nos anos 90, decidi apostar no mercado da beleza em Americana e instalei minha clínica no município, mas não deixei de formar novos públicos.

Hoje também atendo em cidades como São José do Rio Pardo, Araraquara, Limeira e Piracicaba”, detalha.

Em todos os locais, Sônia acompanha de perto os tratamentos de beleza e de combate à obesidade, oferecidos pela clínica. Avalia, mede, pesa e busca novas soluções para seus pacientes, quando percebe que o método escolhido não tem sido eficaz. “Minha clínica leva o meu próprio nome e isso aumenta minha responsabilidade. Por isso, ofereço sempre o que há de mais moderno e busco aliar qualidade e preço justo. Assim, conquisto um público diversificado”, observa a profissional, que especializou-se em fisioterapia em 2009. Sônia é um bom exemplo de que o toque feminino faz toda a diferença nos negócios.

POR PAULA MARTIM FOTO: EVANDRO FELIX

Tratamento VIP é na Sônia Estética Rua das Tulipas, 26 Jardim São Pedro – Americana Tel: (19) 3462-4238 / soniaestetica.com.br

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Bolos, doces e biscuit personalizados, feitos nos mí n imos detalhes.

O Ateliê Sarri, possui um cardápio extenso de bolos, doces artísticos e lembrancinhas para casamentos, aniversários de 15 anos, infantis e eventos diversos.

Nossos doces têm roubado a cena nos eventos, pelo irresistív el sabor e pela decoração que é feita nos mí nimos detalhes. Além de orefecermos uma variedade enorme de biscuit, que podem ser pesonalizados de acordo com a criatividade dos noivos.

Rua 15 de Novembro, 151 - Centro - Nova Odessa

Fone: (19) 3466.2651 Cel: 9264.0973

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radar CRIANÇAS FELIZES E INDEPENDENTES

Com mais de 15 anos de atuação, o Colégio Moraes é sinônimo de qualidade e desenvolvimento educacional de forma lúdica, ética e responsável. A instituição atende alunos do Berçário, Educação Infantil e do Ensino Fundamental, que podem desfrutar de playground, biblioteca, sala de informática, parque baby, quadra de esportes, entre outros. Seu principal objetivo é formar crianças mais críticas, independentes, capazes de refletir e, consequentemente, mais felizes. Construa novos futuros com o Colégio Moraes!

Colégio Moraes Rua Pedro Vaz de Campos, 50 – Campo Limpo Tel: (19) 3468-7373 / colegiomoraes.com.br

Radar

Americana ACESSÓRIOS VERSÁTEIS Fundada em 1978, a Le Postiche é a maior rede de bolsas, malas e acessórios de viagens do país. Com mais de 30 anos de história, a marca conquistou um alto grau de fidelidade de seus clientes com uma proposta de variedade de produtos, qualidade e preços competitivos. Atualmente, a rede possui mais de 220 pontos de venda espalhados pelo Brasil. Modernos e versáteis, os cintos masculinos são um dos artigos mais procurados. Destaque para o modelo de couro Pinhao, disponível nas cores preto e marrom.

Le Postiche Avenida Trinta de Julho, 184 – Centro Tel: (19) 3648-0110 / lepostiche.com.br

FOLK CHIC Inspirada nas tendências mais fortes da estação, a coleção outono/inverno 2014 da Dakota aposta nas botas, coturno, western, ankle boot, scarpin e slipper, além dos modelos em slip on e casual shoes. Cada peça apresenta detalhes e ferragens exclusivas, como metais no bico e salto, spikes, fivelas e franjas.

Destaque para a linha ‘Folk Chic’, que homenageia a história de diversos países e culturas com estampas folclóricas e com as exóticas animal prints, além das clássicas botas de montaria e as repaginadas gladiadoras e ankle boots. Na palheta de cores, foco total no nude, caramelo, marrom, bordô e preto.

Dakota - Gabriela Modas Rua das Magnólias, 445 – Cidades Jardim Tel: (19) 3407 3671 / dakota.com.br

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CORES PARA O SEU DIA A DIA

AINDA MAIS POTENTE O Grupo Caoa é o importador exclusivo da Hyundai no Brasil desde 1999. Com um trabalho de reposicionamento da marca e investimentos em pós-venda, seus veículos conquistaram excelentes níveis de participação no mercado brasileiro, em poucos

TRANSFORMAR UMA SIMPLES UNHA EM UM ACESSÓRIO DE MODA ULTRARRESISTENTE. COM ESSE DESEJO, A MAYBELLINE LANÇOU A COLEÇÃO “COLOR SHOW”, INSPIRADA NAS PASSARELAS DE NOVA IORQUE. SÃO 60 CORES INTENSAS E VIBRANTES, EM UM ESMALTE À BASE DE GEL COM PIGMENTOS CONCENTRADOS E APLICAÇÃO PRECISA. EXPERIMENTE AS ÚLTIMAS TENDÊNCIAS DO MUNDO DA MODA EM SUAS MÃOS!

atualização e, a partir de agora, passa a contar com novo motor

Danny Cosméticos Rua Fernando Camargo, 475 – Centro

1.8 MPI, mais potente e eficiente do que a versão 2.0. Design

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anos. Um deles é o Hyundai i30, que recebeu uma importante

diferenciado, segurança e conforto são pontos altos do modelo.

Hyundai I30 Hyundai Caoa - Rua São Gabriel, 163 - Vila Maule Tel: (19) 3478-8600 / Hyundai-Motor.com.br

INSPIRAÇÃO CINEMATOGRÁFICA “Viagem a Darjeeling”, “Os Excêntricos Tenenbaums”, “Moonrise Kingdom” e a animação “O Fantástico Sr. Raposo” formam o quarteto criativo no qual a Lilla Ka mergulhou para criar seu inverno 2014. A marca estudou cada filme de Wes Anderson buscando duas abordagens: na primeira se deixou encantar pelas histórias e personagens e imaginou um novo guarda-roupa para eles; na segunda observou cada filme como se fossem quadros, deixando-se invadir por cores, texturas e misturas.

Neste tema-homenagem, a Lilla Ka oferece um momento de delicadeza e humor para a correria dos nossos dias.

Lilla Ka Boher - Rua Vital Brasil, 704 - Jd Girassol Tel: (19) 3604-9106 / lillaka.com.br

Anu_AB_MODA_02.pdf

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5/21/14

1:20 PM

Inspiradas pela arte de criar com tecidos U n i ã o

d e

e l e g â n c i a

e

e x c l u s i v i d a d e

O espaço Andréa Bernabé Ateliê foi criado com vistas a resgatar a exclusividade na arte de vestir-se bem. Criamos peças personalizadas entendendo os desejos de nossas clientes, com design e harmonia que valorizam a delicadeza do corpo feminino.

Nossa paixão em criar se fortalece não pela costura em si, mas pela certeza de que fizemos o melhor possível para proporcionar satisfação, felicidade e alegria.

19 3648 0048 www.andreabernabe.com contato@andreabernabe.com

Rua Ari Meireles, 504 – Sala 2 | Vl. Santa Catarina | Americana – SP

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radar O CHOPP MAIS DESEJADO São mais de 70 anos de tradição oferecendo os melhores lanches e o chopp mais desejado de Campinas. Não é qualquer bar que se mantém vivo na memória e no coração dessa cidade por tanto tempo. Em 1937, o imigrante italiano Enrico Giovannetti inaugurou sua primeira casa, no Largo do Rosário, um ambiente tranquilo e aconchegante. Foi lá que começaram a surgir os deliciosos lanches e quitutes, que, aos poucos, seduziram as pessoas que frequentavam a casa. Hoje, o Giovannetti conta com três unidades espalhadas por Campinas, além de um cardápio diversificado, com lanches, porções, pratos, saladas e sobremesas capazes de agradar aos paladares mais exigentes. E todas essas delícias são acompanhadas por um dos melhores chopes da cidade, geladinho e tirado no ponto certo.

Giovannetti Rua Padre Vieira, 1277 - Cambuí Tel: (19) 3234-9510 /giovannetti.com.br

Radar

CRAQUE EM MATÉRIA DE HAMBÚRGUER DEMOCRATIZAÇÃO DO LUXO

Inspirada no clima caloroso da união de cores e culturas da Copa

A Monte Carlo Joias nasceu em 1982

o dia 15 de julho de 2014, um cardápio diferenciado com sa-

do Mundo, a hamburgueria Big Jack trará aos consumidores, até

com um conceito único e inovador: ser

bores clássicos de cinco países vencedores do mundial: França,

pioneira na democratização do luxo

Argentina, Alemanha, Itália e Brasil. Os hambúrgueres de peso

no Brasil. Com campanhas publicitárias envolvendo nomes de peso, como o da atriz Malu Mader, liquidações e lançamentos de acessórios com a marca da loja, a missão era facilitar o acesso dos consumidores a joias com preços atrativos. Hoje são mais de 30 lojas espalhadas pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, entre elas em Campinas. A coleção de relógios ‘Focus’ abusa do charme e da versatilidade e desponta como uma das preferidas do público masculino.

Monte Carlo Joias Shopping Parque Dom Pedro Av. Guilherme Campos, 500 - loja 275/276 Santa Genebra Tel:(19) 3208-1640 /montecarlo.com.br

formam um grupo imbatível. É só escolher o seu e marcar um “gol de placa”!

Hamburgueria Big Jack Parque D. Pedro Shopping – Entrada das Flores – Campinas Tel: (19) 3756.7701 bigjackhamburgueria.com.br Funcionamento: Segunda a segunda das 11h a meia noite.

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Tranquilidade ao redor do rio

Local privilegiado para observar o rio, o Salto, a Rua do Porto e o centro da cidade, as alamedas do Parque do Mirante permitem passeios, dando oportunidade de entrar em contato com suas árvores nativas e vegetação

A ÁFRIC A COM O INSP IRAÇ ÃO

típica. No percurso, há um

A África e toda a sua diversidade

painel confeccionado em

inspiraram o Outono 2014 da Bobstore.

mosaico pela artista plástica

Na coleção, o continente africano foi

Clemência Pizzigatti e seus

apresentado de diferentes maneiras: em

alunos, que retrata a fundação

suas cores vibrantes, que vão do pink

da cidade e seu desenvolvimento

ao laranja, em suas estampas gráficas e

agroindustrial, tendo ao centro a

animal print, além dos detalhes florais em

Noiva da Colina.

tons pastel e peças em preto e branco.

Parque do Mirante Av. Maurice Allain, s/n.

Tel: (19) 3417-9494

Acessórios como as clutches, lindas e ricamente bordadas, completam a coleção.

Radar

Bobstore Piracicaba

Piracicaba

Rua Samuel Neves, 1181 Jd. Europa

Tel.: (19) 2533-0708 / bobstore.com.br

PRATICIDADE PARA O ESPORTE

INAUGURADA EM 1906, EM OSAKA, NO JAPÃO, A MIZUNO SURGIU COMO UMA MARCA ESPECIALIZADA NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ORTOPÉDICOS. HOJE, ATUA COM UMA GRANDE VARIEDADE DE PRODUTOS, INCLUINDO CALÇADOS, BOLSAS, MOCHILAS, RELÓGIOS E ROUPAS. PARA OS HOMENS, A MOCHILA DA LINHA ‘ULTIMA’ É UM DOS DESTAQUES POR OFERECER COMODIDADE E AMPLO COMPARTIMENTO, COM DIVISÓRIAS E BOLSOS. O PRODUTO, FEITO EM POLIÉSTER, APRESENTA UMA ALÇA MANUAL E DUAS TRASEIRAS, REGULÁVEIS E ACOLCHOADAS. Mizuno Loja Centauro - Av. Limeira, 722 Loja A5 - Piso Térreo | Vila Areao Tel: (19) 3423-2515 / 3423-2577

CHOCOLATES COMO JOIAS A ChocoClaire atua no mercado de chocolateria e confeitaria desde 1995 e se destaca por manter o alto padrão, a qualidade e a excelência, na hora de adoçar a vida de seus clientes.

Dirigido pela chocolatier Graça Tacla, o estabelecimento classifica o chocolate como uma joia e está sempre em busca da perfeição e de novas maneiras de descobrir o produto. Com design diferenciado, suas embalagens também são um convite ao paladar.

ChocoClaire Rua Dom Pedro I, 963 - Centro Tel: (19) 3422-8757 / chococlaire.com.br

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radar LUXO NA MEDIDA CERTA A CALVIN KLEIN É UM DOS ESTÚDIOS DE DESENHO DE MODA LÍDERES NO MUNDO. SUAS LINHAS DE PRODUTOS INCLUEM VESTIDOS, TERNOS FEMININOS, ROUPAS CASUAIS E SOB MEDIDA, COLEÇÕES DE TRAJES JOVENS, ALÉM DA LINHA ESPORTIVA. SEXY E PROVOCANTES, SUAS PEÇAS JEANS FAZEM MUITO SUCESSO E, NA COLEÇÃO “SPRING”, CHEGAM EM VÁRIAS CORES E TEXTURAS, PARA DESPERTAR AINDA MAIS O DESEJO DE CONSUMO. Calvin Klein Jeans Shopping Iguatemi - Avenida Iguatemi, 777 Loja 23 Quadra 11 - Piso 2 Tel: (19) 3294-0527 / Explore.calvinklein.com

Radar

São Paulo O QUERIDINHO DOS ARTISTAS

Paris 6 tornou-se referência na cidade pela sua cozinha francesa de bistrô, com cardápio amplo e diversificado, servido 24 horas todos os dias do ano.

A casa, ponto de encontro de intelectuais e famosos, atende mensalmente a mais de 15 mil visitantes. Engajado, o Paris 6 é hoje o restaurante paulistano que mais apoia a cultura, através de associações e apoios a projetos de teatro, música e cinema. Entre os pratos mais requisitados estão Medaillons Gorgonzolla a “Bruno Mazzeo” e Filet Parmeggiana a “Rodrigo Faro”. Para finalizar as refeições, uma sobremesa mais saborosa que a outra.

Paris 6 Rua Haddock Lobo, 1240 – Jardim Paulista Tel: (11) 3085-1595 / paris6.com.br

O AROMA DA SEDUÇÃO Paco Rabanne apresenta seu mais novo perfume, com uma fragrância para os homens sedutores e modernos. Refrescante e sensual, com notas especiadas e brilhante como o ouro, a arma deste novo sedutor se chama 1 Million. O frasco, na forma de um lingote de ouro, possui o nome da fragrância impresso com o mesmo estilo de tipografia dos tempos do Velho Oeste, representando poder, prosperidade, luxo e durabilidade.

1 Million Sephora - Morumbi Shopping Av. Roque Petroni Júnior, 1089 - Piso Lazer - Itaim Bibi Tel: (11) 5183-2797 / sephora.com.br

Foto: Favo do Mellone

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PRO DIA NASCER FELIZ

A classificação do espetáculo é de 14 anos. As apresentações ocorrem de quinta e sexta, às 21h, aos sábados, às 18h e às 21h30 e aos domingos, às 20h. Os ingressos custam a partir de R$ 100,00.

Radar

EM CARTAZ NO THEATRO NET RIO, O ESPETÁCULO “CAZUZA – PRO DIA NASCER FELIZ, O MUSICAL”, REÚNE ALGUNS DOS MAIORES CLÁSSICOS DO CANTOR E COMPOSITOR CAZUZA, COMO “CODINOME BEIJA FLOR”, “IDEOLOGIA”, “EXAGERADO” E “BRASIL”. O ELENCO É ENCABEÇADO PELO MÚSICO E ATOR EMÍLIO DANTAS, DE 30 ANOS. PARA A CONSTRUÇÃO DO TEXTO, O AUTOR DO ESPETÁCULO, ALOISIO DE ABREU, PARTIU DAS CONVERSAS COM PESSOAS PRÓXIMAS A CAZUZA E FEZ UMA AMPLA PESQUISA. “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, O Musical” Theatro Net Rio Sala Tereza Rachel Tel: (21) 2147.8060 / Theatronetrio.com.br

Rio de Janeiro PERFUME DE DIVA Uma mistura de notas inebriantes e encantadoras, próprias para a realeza, é a síntese da nova fragrância Killer Queen. Inspirado na cantora Katy Perry, o perfume leva o nome de uma das canções da banda inglesa Queen e apresenta um toque floral com notas de frutas vermelhas, ameixa, jasmim, bergamoto e madeira de caximira. Seu frasco, vermelho e dourado, lembra o cetro de uma rainha e é um convite ao luxo e ao poder.

Killer Queen katyperryfragrances.com

DISCOTECA NO GELO Um misto de boate e pista de patinação, com luzes e trilha sonora especiais, o Barra on Ice é a maior pista de patinação no gelo do Brasil.

Com 450 metros quadrados e capacidade para 120 pessoas, a diversão agrada todas as faixas etárias, gêneros e gostos esportivos. Além da patinação no gelo e do salão de festas, a pista tem como atrações as escolas de patinação artística e de hóquei, teatro infantil, brinquedos, lounge, entre outros. O local oferece descontos especiais para aniversariantes e grupos acima de 10 pessoas. É permitida a entrada de crianças a partir de 5 anos.

Barra on Ice Av. das Américas, 1510 - Extra 24h, Barra da Tijuca Telefone: (21) 3151-3354 / (21) 2431-4602 www.patinacaonogelo.com.br

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opinião à la carte

DIVINA BERTALIA sobre DIETA ROGER WILLIANS sobre ESPORTES JOSÉ ODÉCIO DE CAMARGO JÚNIOR sobre VIAGEM ÂNGELA CARRASCOSA STOROLLI sobre INTERNACIONAL

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DIETA Maneiras inusitadas de encarar a balança

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ão é de hoje que o sobrepeso incomoda a humanidade.

Desde os primórdios tempos do homem das cavernas até os dias atuais, a figura do corpo humano avantajado e desproporcional faz parte do cotidiano. Entra ano e sai ano, a mídia escrita, falada, televisada e internetizada aborda o assunto, sempre divulgando pesquisas com índices assustadores. E, a cada verão ou época do ano, surgem as dietas e as pílulas milagrosas que prometem enxugar a silhueta num passe de mágica, como aconteceu com alguma celebridade. A gente ouve cada bobagem a respeito do assunto, que só por Deus mesmo!

Não sou especialista, mas posso assegurar, sem medo de errar, que emagrecimento é questão de equação matemática: tem que entrar menos calorias no corpo do que aquelas que saem. A entrada, já sabemos, ocorre por meio da nossa alimentação (comida e bebida, é bom lembrar). Já a saída impõe a famosa queima de calorias, que se efetiva durante as nossas ações diárias de forma normal e mais intensamente durante a prática de atividades físicas. Como é muito

É encosto! mais fácil e prazeroso comer e beber, é óbvio que a entrada de calorias é mais frequente. O perigo mora aí: se ultrapassamos a quantidade necessária para cada dia que vivemos, vem o aumento de peso.

Não, não é a roupa e nem é implicância de algum chato (“É impressão minha ou você engordou um pouquinho?”). O fato é que a vida de quem está com sobrepeso é um saco. Na hora de sair, não há nenhuma roupa que fique apresentável, já que o problema não está exatamente no que se veste. Diante de um apetitoso prato e de uma guloseima (e dos pães, então?!), é aquela horrenda culpa, porque não há como resistir sempre.

E aí tem a promessa de começar na segunda-feira, afinal ela situa-se no futuro.

Com raras e honrosas exceções daqueles privilegiados que comem e não ganham peso (dizem as más línguas que eles não engordam porque são pessoas ruins) todos nós precisamos encontrar uma saída para esse dilema. E a criatividade campeia nessa área. Há hábitos e receitas de todo o tipo e para todos os gostos, cada uma mais excêntrica

do que a outra! Pessoalmente, adotei a regra (transgredida apenas duas vezes até hoje, juro!) de só me permitir, no máximo, três quilos acima do meu peso.

Chegando lá, dou um jeito!

Recentemente, porém, conheci uma alternativa que me pareceu fantástica.

O gerente de um prestigiado hortifruti de Americana, pessoa querida por todos, perguntou se eu sabia de alguma igreja daquelas que fazem missa ou culto de descarrego, mas tinha que ser daquelas bem poderosas mesmo. Respondi que não frequento esses lugares e, portanto, não poderia indicar nenhum endereço. E ele insistiu: “Mas você é tão de igreja, precisa me ajudar, porque a coisa tá preta, não aguento mais...”.

Já preocupada, quis saber do que se tratava. Aí ele esclareceu: “É que já faz cinco meses que não bebo uma cerveja, caminho diariamente, não como quase nada e esses 10 quilos não me largam.

Concluí que é encosto!”. Nossa, nunca tinha pensado nessa possibilidade! Taí a explicação para a maioria dos gordinhos que juram de pé junto que não comem, não bebem, fazem exercícios físicos diariamente e não veem o ponteiro da balança baixar de jeito nenhum: é encosto!

Divina Bertalia é plugada no 220, multiplica as horas do seu dia para assumir múltiplas funções. De bem com a vida, essa aquariana é amiga dos artistas, vizinhos, jornalistas, companheiros de igreja e do Polivalente, bem como dos alunos e ex-alunos, ou seja, de metade da população da cidade. Sempre com bom humor e alegria - suas marcas registradas.

DIVINA BERTALIA

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opinião à la carte

ESPORTES Para quem não fica em cima do muro

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A crise no ano da Copa

ão era para estarmos falando da grande expectativa para a Copa do Mundo no Brasil em 2014? De certa forma sim, mas os últimos protestos por todo o país e as ameaças de ações durante a realização do mundial fizeram o foco mudar sensivelmente.

A crise que a Copa está gerando não fica restrita ao campo das manifestações e das incertezas de como vai se desenrolar o mega evento, mas há um incrível paradoxo no nosso futebol, justamente quando os holofotes do mundo todo estão sobre nosso território.

A violência oriunda das arquibancadas, adentrando aos campos e centros de treinamentos causa terror. A invasão no CT corinthiano no final de janeiro foi um alerta. Atletas em pânico pediram até o cancelamento da partida diante da Ponte Preta naquele final de semana. No mesmo em que policiais espancaram um torcedor em Goiás.

Sem contar as bombas da torcida do Juventude, no jogo contra o Grêmio, arremessadas para dentro do campo.

Nada, entretanto, comparado à batalha

campal entre vascaínos e atleticanos no Brasileirão passado.

O problema não para na truculência e selvageria das nossas arquibancadas, mas no amadorismo dos nossos dirigentes, seja das entidades ou das próprias agremiações. Um exemplo claro são as batalhas jurídicas que clubes travaram com a CBF – e entre si - para escapar do rebaixamento, no fatídico caso da escalação de Héverton, pela Portuguesa, no final da edição de 2013.

A CBF, culpada pelos próprios descalabros no futebol que comanda, está em descrédito. Uma vergonha para uma nação pentacampeã e chamada de país do futebol.

Não menos importante está o nível técnico do nosso esporte bretão.

Assistam aos estaduais e me digam.

No segundo tempo os atletas se arrastam em campo, reflexo de um calendário apertado e que me parece outra discussão sem muitas saídas.

O tal Bom Senso Futebol Clube tenta, mas está refém de quem paga os salários de seus membros: os clubes, as federações, a confederação e as emissoras de TV.

O cenário é preocupante, amigos.

Mas não é de hoje. Há anos estamos convivendo com escândalos no futebol brasileiro, batalhas judiciais, viradas de mesa, violência dentro e fora do campo e níveis técnicos caindo a cada temporada.

E, mesmo com tudo isso, ainda revelamos Neymar, temos Marta como estrela mundial, levantamos Libertadores e Mundial de Clubes, ganhamos a Copa das Confederações e somos considerados favoritos para o hexacampeonato. Isso porque a terra é fértil e nosso país é mesmo uma mina de ouro do futebol. Pena que, por vezes, os seus exploradores não sabem administrar essa riqueza sem precedentes.

Ainda espero um futuro melhor.

Uma profissionalização completa na estrutura do nosso futebol, uma punição mais severa aos bandidos das arquibancadas, campeonatos sérios, clubes fortes desde as bases e uma seleção que traga consigo o país inteiro numa única torcida. Utopia?

Talvez, mas como diz o surrado jargão, “sou brasileiro e não desisto nunca”.

Roger Willians é um entusiasta do futebol do interior e apaixonado por fórmula 1 e tênis. Rio-branquense até debaixo d’água, esse jornalista e locutor foi o primeiro blogueiro esportivo de Americana. E adivinhe de qual time ele mais fala?

ROGER WILLIANS

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opinião à la carte

VIAGEM Um passeio pelos quatro cantos do mundo

Q

O caminho já começou

uando as pessoas resolvem se aventurar em algo novo, fica aquele desejo de relatar posteriormente os acontecimentos vividos.

Resolvi fazer o contrário: vou falar sobre uma aventura que ainda não vivi, mas que ocorrerá em breve.

Percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, durante 30 dias de caminhada, é uma decisão que tomei após um longo tempo me preparando mentalmente. Sei que não será fácil deixar a família, mas o apoio que recebi da minha esposa Silvana e das minhas filhas Nathalia e Victoria me ajudou muito neste processo.

Na verdade, não houve um motivo específico para me decidir por essa viagem. Talvez o principal tenha sido ver a vida sob outro ângulo. Acredito até que é durante o caminho que se descobre o porquê dessa peregrinação. Por isso, o frio na barriga é grande, não tem como evitar.

Já estou entusiasmado para conhecer os lugares interessantes que constituem a passagem. A lenda diz que este trajeto foi percorrido por Tiago, apóstolo de Jesus Cristo, que teria levado os ensinamentos de seu Mestre por toda a extensão da caminhada. Além disso, muito se fala nos lugarejos

fantasmas, onde vivem vários animais que colocam medo nos caminhantes, mas que no fim somente os observam (assim espero!).

Outras passagens fascinantes são a fonte que derrama vinho para o peregrino, palácios construídos sobre a influência de Gaudí, Castelo dos Templários, várias igrejas com relíquias de séculos passados, monumentos e a famosa Cruz de Ferro, um dos principais marcos da viagem. Aos pés dela é que devemos depositar uma pedra, trazida de onde moramos, para simbolizar o antes e o depois. É como se deixássemos os problemas para trás, ao superarmos um trajeto repleto de aventuras. Já posso imaginar a emoção deste momento. E, claro, o auge da viagem: a Catedral de Santiago de Compostela.

Sem dúvida, ao adentrá-la, farei um passeio mágico pela história!

Não há como falar dessa viagem sem classificar a preparação psicológica como algo desafiador. Para se ter ideia, o ideal é que a mochila não pese mais do que 10% do nosso próprio peso. Isso significa pensar no desapego das coisas materiais. O que é essencial? Preciso levar várias opções de roupas, produtos de higiene pessoal, celulares? Do que realmente preci-

samos nesta vida tão efêmera?

Já que o percurso não permite surpresas indesejadas, um check-up médico é obrigatório. O condicionamento físico é outra etapa importante, mas cada peregrino deve respeitar o seu próprio ritmo na caminhada.

Mesmo sabendo que terei que enfrentar as inevitáveis bolhas nos pés, minha expectativa é andar em torno de 25 quilômetros por dia. Espero dar conta do recado!

Dizem que a comunicação entre os peregrinos acontece naturalmente, mesmo com as diferenças de língua.

Isso prova que realmente somos todos iguais, independente de raça, cor, religião ou país de origem.

Por tudo isso é que desejo viver intensamente esse período sabático. Aproveitar ao máximo o trajeto para refletir, elucidar os momentos já vividos e fazer projeções para o amanhã. Ter uma vida inteira nesses trinta dias!

A certeza que levarei comigo até Compostela – afinal, essa não pesa na mochila – é que não existe caminho mais longo do que aquele que habita dentro de nós mesmos. É esse que pretendo aprender a percorrer, em cada passo do trajeto.

José Odécio de Camargo Júnior , americanense da gema. É advogado, libriano, trabalho, família e religião. Jovem aos 50 anos, antigo com pitada contemporânea, é feliz da vida e orgulhoso dos amigos que tem.

JOSÉ ODÉCIO DE CAMARGO JÚNIOR

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opinião à la carte

OPINIÃO À LA CARTE

INTERNACIONAL Vexames e surpresas em proporções exponenciais

S

A saga dos boletos de ouro

empre sonhei em assistir às partidas das Olimpíadas ou dos Jogos Pan-Americanos, mas jamais imaginei que um dia terminaria, literalmente, com a medalha de ouro na mão. Ficou curioso? Então acompanhe esse feito histórico!

Quando descobri que o PAN 2011 seria em Guadalajara, no México, foi pura alegria. Como estava no país, seria a grande oportunidade de ver a Seleção Brasileira de Vôlei Masculino entrar em campo. Acontece que eu e o meu marido, o Wilson, não conseguimos comprar os ingressos.

E foi aí que a nossa maratona começou!

Os problemas surgiram já na semifinal.

Por causa das pegadinhas do GPS e do congestionamento, não chegamos a tempo de ver Brasil e Argentina. Pelo menos, conseguimos assistir à disputa pelo terceiro lugar.

Na fila para comprar as entradas, um casal de Ribeirão Preto (SP) passou por nós e comentou sobre a fórmula inusitada e bem brasileira que utilizaram para conseguir ver a partida da seleção, horas antes: esperaram na porta do estádio com um cartaz dizendo “Necesito boletos” (preciso de ingressos, em espanhol). Pensamos: boa ideia para o dia seguinte! Muito bem,

entramos no estádio e assistimos uma bela disputa, na qual Cuba sagrouse vitoriosa. A final seria mesmo imperdível!

No sábado, a tão esperada partida do vôlei masculino seria às 20h.

Desta vez, não poderíamos falhar!

Então, fomos para o estádio às 14h30, levando muita “cara de pau”, pensamento positivo, dinheiro e, claro, nosso “kit help”: os enormes cartazes.

As horas foram passando e a gente lá, pagando mico e debaixo de um sol fortíssimo. Cada torcedor que passava, ouvia nossa pergunta: “te sobran boletos?”. E nada!

Certa hora, o Wilson sugeriu que cada um ficasse numa esquina para abordar mais pessoas. Decisão acertada! Um rapaz se aproximou de mim e disse que tinha apenas um ingresso. Triste por conseguir apenas 50% do nosso objetivo, peguei rapidinho. Durante a compra, umas dez pessoas correram até lá, mas o bilhete já era meu!

Perto das 16h30, e já exaustos, o Wilson sugeriu que seria melhor voltarmos mais tarde. Quando chegamos ao estacionamento, uma mulher veio até nós e disse que tinha um ingresso para a final. Parecia mágica!

20h: o jogo começa. Que emoção! Os meninos estavam tão perto de nós e o barulho da bola era música para nossos ouvidos! O grupo de brasileiros devia ser de 50 pessoas, contra um estádio que não torceu pelo Brasil e, sim, por Cuba. Mas para que precisamos de muitos? Poucos brasileiros bastam para fazer barulho e, no final, a festa foi nossa! Muitos gritos de alegria, as medalhas de ouro, o Hino do Brasil e muitas fotos! Acha que acabou por aí?

Que nada!

Descobrimos que os jogadores iriam para uma churrascaria e, adivinhem, todos os torcedores brasileiros chegaram para jantar também. O resultado só podia ser diversão. Nossos heróis conversaram, tiraram fotos e fizeram um brinde com tequila, como manda a tradição mexicana. Arriba, abajo, al centro e adentro!

E, para fechar com chave de ouro, o jogador Maurício me emprestou sua medalha para registrar este incrível momento. Quem diria que, além do sonho, teria belas fotos para provar que vivi tudo isso?! Viva o Brasil e a nossa criatividade. Sem ela, teria ficado do lado de fora do estádio e continuaria apenas sonhando em assistir à vitória da seleção.

Ângela Carrascosa Storolli é curiosa por natureza, ama biografias e viagens e tem dupla cidadania (brasileira e espanhola), mas queria mesmo ser natural do mundo inteiro!

ÂNGELA CARRASCOSA STOROLLI

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por onde andei

Bolívia | Peru

Atrás de fortes emoções, três amigos embarcaram em busca do turismo de aventura na Bolívia e no Peru. Por dezoito dias se dedicaram a longas caminhadas por montanhas de grande porte, aprenderam valiosas lições sobre escalada no gelo, visitaram o Lago Titicaca, conheceram ruínas da civilização Inca e descobriram as dores e delícias da rica cultura andina. Tudo isso rumo ao topo do Huayna Potosí. Por Ana Amélia Motollo Fotos: Jefferson Ataliba

JEFFERSON ATALIBA

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H

á 18 anos, Jefferson Ataliba se dedica à prática do turismo de aventura. Logo em sua primeira viagem - de bicicleta para Pirapora, aos 16 anos – se encantou com passeios que misturavam conhecer novos lugares e esportes radicais. Aos 18 anos, repetiu a dose sobre duas rodas, só que dessa vez saiu de Americana e foi até o RJ de Janeiro.

Dentre as viagens inesquecíveis, ele conta que mapear a nascente mais alta do Brasil, que dá origem ao Rio Claro, em Queluz (divisa de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) foi uma das mais marcantes. “Eu queria mesmo era ser o Indiana Jones”, nos

conta aos risos. Jefferson é fotógrafo e, recentemente, desbravou trilhas e montanhas pela Bolívia e pelo Peru, com os amigos Marcelo Lazinho e Fernando Galbiati.

Foram quatro meses de natação e musculação para preparar o corpo para as longas caminhadas, temperaturas extremas e escaladas no gelo, apesar dos três viajantes já serem praticantes de escalada em rocha e de outros esportes radicais.

Na Bolívia, devido à altitude, é necessário um preparo físico maior, além de um período de aclimatação.

“Os bolivianos têm seis vezes mais hemoglobina que nós, por viverem

FERNANDO GALBIATI.

MARCELO LAZINHO

na altitude. A hemoglobina, que está presente nas hemácias, transporta o oxigênio no nosso sangue e, se não fizermos ao menos cinco dias de aclimatação, fica praticamente impossível completar as trilhas. Que dirá escalar o Huayna Potosí, que era o foco da nossa viagem?!”, comenta Jefferson. O Huayna Potosí é um pico na Cordilheira dos Andes, localizado na Bolívia, a 25 km de La Paz. Seu topo está a 6.088 metros do nível do mar.

Porém, antes do destino final, os três amigos foram conhecer um pouco mais da América Andina.

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por onde andei

BOLÍVIA EXPLOSÃO DE CORES E SABORES Jefferson, Marcelo e Fernando decidiram viajar sozinhos (leia-se sem agência, nem guia de turismo).

Prepararam o roteiro, compraram as passagens e decidiram que a viagem seria no melhor estilo mochilão.

“Não reservamos hotéis, decidimos que a cada cidade que chegássemos

escolheríamos um albergue e só comeríamos em restaurantes populares.

A ideia era economizar e viver ao máximo a cultura do país, gastando o mínimo”, explica Jefferson. Os amigos gastavam cerca de 30 bolivianos para dormir e de 8 a 12 bolivianos em cada refeição. “Isso equivale a R$ 10,00 para hospedagem

“A Bolívia é um país onde se gasta muito pouco”

e R$ 4,00 ou R$ 5,00 para a alimentação. A Bolívia é um país onde se gasta muito pouco.O mais caro da viagem é a passagem mesmo”, explica.

Já em La Paz, os amigos conheceram o Mercado Municipal e as novidades gastronômicas da cidade.

Jefferson explicou que a base da alimentação boliviana é milho, batata e carne. “Eles comem carne de alpaca, milho roxo e batata. Lá, podemos encontrar por volta de 120 tipos diferentes de batata. Sobre o milho roxo, nem posso dizer se gostei, pois ele estava tão gelado que mais parecia um picolé (risos)”.

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Outra coisa que surpreendeu os três amigos foi o fato de nem mesmo os açougues da cidade usarem geladeiras, já que as baixas temperaturas acabam por conservar os alimentos. “Tudo lá era gelado. O café vinha num saquinho e era vendido na rua. Se você tivesse sorte de comprá-lo na hora que a vendedora ambulante tinha feito, você tomava quente, mas em cinco minutos já estava gelado. Em Tiahuanaco tinha uma barraquinha com geladeiras da Coca-Cola, todas desligadas. Às vezes, até mesmo a água mineral comprada nas vendinhas era difícil de tomar. Era de doer os dentes de tão gelada!”, relembra. De La Paz, eles seguiram para Copacabana, a principal cidade na região do Lago Titicaca e de onde saem os barcos que fazem a visita à Isla del Sol, uma ilha sagrada dos Incas. “Desembarcamos no extremo norte da ilha, atravessando a ilha a pé até o lado sul. Lá conhecemos a Pedra do Sacrifício e algumas ruínas incas. Acampamos e passamos a noite por lá”. Logo depois, os três amigos seguiram para Puno, uma província do Peru, que é o porto de partida para explorar as ilhas flutuantes do Titicaca.

“Existem cerca de 40 comunidades lá. As ilhas de Uros são flutuantes e artificiais, construídas com junco. As casas, os barcos, tudo é feito com junco. É incrível ver o que eles conseguiram construir com esse material”.

“O café vinha num saquinho e era vendido na rua”

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por onde andei

PERU

RUÍNAS INCAS Cuzco, antiga capital do Império Inca, foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1983 e é um dos destinos mais importantes do país. A dois quilômetros da cidade fica Sacsayhuamán, a ruína de uma fortaleza inca.

Jefferson nos explica que as paredes de pedra que lá existem foram construídas com blocos de rocha que chegam a pesar 170 toneladas e retiradas de uma pedreira a 35 km do local.

“Fiquei me perguntando como eles transportaram tudo aquilo, além do encaixe das pedras,

que é algo inimaginável!” De volta a Cuzco, eles conheceram o Museu de Arqueologia, onde observaram muitos objetos de valor histórico-artístico e documental, além de pinturas do período colonial peruano. Eles se surpreenderam com os crânios alongados e mumificados, com cerca de 575 anos, que foram encontrados nas ruínas.

Seguindo para Ollantaytambo, a obra monumental da arquitetura inca impressionou os viajantes. “As pedras foram encaixadas de uma forma que torna impossível colocar uma folha de papel entre elas. O sistema de aquedutos também é impressionante, foram construídos entre 1200 d.C e 1400 d.C e ainda funcionam perfeitamente, levando água de uma montanha para a outra”.

TRILHA SALKANTAY E ACAMPAMENTOS “A maior parte dos campings é pública e a grande maioria das pessoas que faz trilhas por lá costuma contratar agências que fornecem carregadores para a bagagem, barracas já montadas e comida pronta. É só chegar e dormir. Sempre fomos muito bem recebidos e respeitados, pois estávamos fazendo a travessia por conta própria. Chegávamos mais tarde, montávamos nossa barraca e fazíamos o nosso jantar. Pela manhã, saíamos mais cedo que os outros grupos – e com bagagem a gente caminha mais devagar. Acordávamos entre 4 e 5h da manhã e geralmente caminhávamos até escurecer. Todos os grupos saiam mais tarde e passavam por nós no meio do caminho. Ninguém acreditava quando chegávamos no próximo camping, um pouco mais tarde, mas no mesmo dia”.

Na longa caminhada do Salkantay, Jefferson nos descreve que a travessia de alguns rios na região de Chaullay e Playa era realizada através de tirolesa. “Os carrinhos já estavam montados para que os viajantes pudessem atravessar. Não sabíamos se era 100% seguro, nem se os fios tinham alguma manutenção, mas era o único jeito de passar. Não dava tempo nem sequer de ter medo”. Em muitos momentos, o bom humor era o melhor aliado.

“Nós três levamos tudo de boa, na brincadeira. Isso faz toda a diferença para aguentar os perrengues”, diz Jefferson.

Os três seguiram a trilha Salkantay, trekking alternativo para Machu Pichu, que tem aproximadamente 130 km, caminhando a partir de Mollepata, a 3.000 metros de altitude, até pararem para acampar em Soraypampa. “Neste trajeto, apreciamos altas planícies andinas, impressionantes vistas de Salkantay, Umantay e Soray. O frio do lugar é realmente

pesado. A travessia foi atípica, pois normalmente o caminho tem apenas pedras, mas este ano o tempo estava úmido, o que fez nevar muito. Isso deixava a caminhada mais cansativa, contudo, muito mais bonita, principalmente para nós que não temos neve aqui no Brasil. Depois do Paso Salkantay, começamos a decida e o clima mudou muito rápido. Estávamos cheios de blusas por conta do gelo e de repente nos vimos em um vale com grama verde e temperatura agradável”.

Passando por Llactapata, o grupo de amigos optou por não pegar o trem que vai até o povoado de Águas Calientes e seguiu caminho a pé pelos trilhos. No fim do dia, acamparam na entrada de Machu Picchu e no dia seguinte seguiram sem as mochilas rumo a Wayna Picchu (montanha que aparece atrás da cidade em todos os cartões postais de Machu Picchu), também conhecida como a montanha sagrada. Depois de conhecerem a cidade dos incas, os aventureiros decidiram que voltariam para Cuzco.

“A melhor parte de retornar a Cuzco foi chegar à cidade durante o Inti Raymi (Festival do Sol Inca), que é comemorado anualmente, sempre no mês de junho. Esse era o festival mais importante do Império Inca.

Foi muito legal participar dessa comemoração e ver as cores e a cultura desse povo tão rico. Todos eles são muito ligados à cultura do país, lá só se ouve música andina e a alimentação também é bem típica, com base na quinua e em muitos vegetais.

Tinha um McDonnald’s que vivia vazio, só estava lá para turistas mesmo, pois a população não costuma consumir fast food”.

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por onde andei

“Passado o cemitério que há na base da montanha, rumamos para o Abrigo 1, que está a 4.800 metros do nível do mar.

Lá fizemos o curso de escalada no gelo.”

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HUAYNA POTOSÍ A GRANDE MONTANHA De volta à Bolívia, os três partiram rumo ao foco da viagem: chegar ao cume do Huayna Potosí. Para a expedição, os três corajosos resolveram fazer um curso de escalada no gelo para que estivessem preparados para a escalada. “Passado o cemitério que há na base da montanha, rumamos para o abrigo 1, que está a 4.800 metros do nível do mar. Lá fizemos o curso de escalada no gelo. Tínhamos experiência apenas escalando na rocha, então foi muito importante aprender a utilizar os crampons e piquetas na parede do Velho Glacial próximo ao acampamento. O gelo deixa a subida muito mais escorregadia, qualquer deslize é tombo na certa”.

No dia seguinte, já treinados e descansados, eles partiram para o abrigo 2, que fica a 5.130 metros de altitude. Lá dormiram e saíram para o ataque ao cume, à meia

noite. “A ideia é chegar ao cume com o sol nascendo e garantir a segurança, pois o sol derrete a neve da madrugada, deixando o caminho mais escorregadio e perigoso”, explica Jefferson Ataliba. Durante a subida, a temperatura ficava em torno de -15° C. “O frio era extremamente agressivo, além do vento e da neve que deixavam a caminhada mais difícil. Se você pisasse 20 cm fora da trilha sua perna afundava no gelo até o meio da coxa. No final da primeira parede escalada eu já estava no meu limite. Meu guia me orientou a seguir até o fim da rampa e lá decidir se seguiria ou retornaria ao abrigo. Dei três passos e caí”, diz Jefferson, relembrando que a exaustão física não permitiu que ele chegasse ao topo da montanha.

“Não dá tempo de pensar, nem de sentar, nem de nada.

Você simplesmente cai de cara na neve, exausto. Fiquei decepcionado por não ter alcançado o cume. Mas, muito em breve, vou voltar e terminar o que comecei”. Marcelo Lazinho e Fernando Galbiati conquistaram o topo da lendária montanha e depois encontram o amigo no abrigo. “Não, eu não cheguei ao cume do Huayna Potosí, mas tive uma das melhores experiências da minha vida, mesmo assim. Chegarei lá em breve, para poder contar a todos qual é a sensação”.

DOWNHILL DA MORTE Depois de toda essa aventura, os três amigos queriam mais. E partiram para a Estrada da Morte, na Bolívia. O plano era praticar downhill (uma modalidade do ciclismo que consiste em descer o mais rapidamente possível um dado percurso) na Estrada da Morte, uma das estradas mais perigosas do mundo.

“Essa aventura é um clássico para quem vai a La Paz, são 68 km de descida. O problema é que antes desse passeio fui hospitalizado por conta de uma intoxicação alimentar. Como já tínhamos comprado os pacotes, o Fernando e o Marcelo fizeram o Downhill da Morte, mas eu não”.

Depois de todas as dificuldades e do cansaço, perguntamos se Jefferson pensa em fazer essa viagem novamente. “Essa aventura me maltratou muito, mas, desde que voltei para casa, sei que tenho duas dívidas: a montanha e o downhill. Quero voltar logo”, finaliza.

DICAS PARA AVENTUREIROS

Jefferson Ataliba deixa 5 dicas para os que querem descobrir o turismo de aventura na Bolívia:

1°

PREPARO FÍSICO

“O ideal é fazer ao menos seis meses de preparo físico. Musculação, para melhorar a resistência; natação, para melhorar sua capacidade cardiorrespiratória e muita caminhada.

Eu já praticava esporte, sou bem magro e acredito que com um pouco mais de preparo teria chegado ao cume do Huayna Potosí”.

2° PREPARO PSICOLÓGICO “Mesmo viajando em grupo ou com amigos, em muitos momentos você estará sozinho. O ritmo de caminhada de cada pessoa é diferente, às vezes ficávamos longe uns dos

outros. Fora isso, durante uma escalada no gelo não dá para conversar. Então, o preparo psicológico é muito importante. Se você estiver triste ou um pouco deprimido, não faça esse passeio.

Só viaje com a cabeça e a alma bem equilibradas”.

3° ALIMENTAR-SE BEM “Sempre comi alimentos frescos, chás, sopas e café e comprava nas barraquinhas de rua, mesmo. No dia que comi batata e iogurte industrializados, tive uma intoxicação alimentar.

Provavelmente estavam estragados ou tinham sido mal armazenados. A dica é fugir de produtos assim.

Como a população quase não os consome, a probabilidade de estarem velhos ou estragados é muito grande. Também beba muita água, mesmo sem estar com sede. Apesar de ser frio, suamos da mesma forma e, por conta do mesmo frio, não sentimos sede. É muito fácil se desidratar”.

4°

ATENÇÃO NAS FRONTEIRAS “Cuide bem dos seus documentos e das guias de entrada e saída de cada país. Seja organizado, pois se você perder qualquer um dos papéis de acesso vai ficar preso na alfândega por horas até resolverem a situação.”

5°

RG X PASSAPORTE “É possível viajar só com o RG. O Marcelo e o Fernando optaram por viajar só com ele. Eu levei meu passaporte e vi que com ele tudo fica mais rápido e fácil. Enquanto eu só tinha que carimbá-lo, meus amigos precisavam tirar cópias, juntar guias, preencher formulários. Tudo mais complicado. Em qualquer viagem, mesmo que o uso do passaporte não seja obrigatório, o ideal é utiliza-lo”.

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cidades e sabores

OURO PRETO É A CIDADE QUE NÃO MUDOU E NISSO RESIDE SEU INCOMPARÁVEL Manuel Bandeira, poeta ENCANTO

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OURO PRETO

A capital do sabor

Múltipla, rica, colorida, imperial. A cidade de Ouro Preto (MG) reúne esses e muitos outros atributos. Fundada sob o nome de “Vila Rica”, em 1711, foi a segunda capital do País e o primeiro município brasileiro a ser declarado Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1980. Berço do barroco de Aleijadinho e da Inconfidência de Tiradentes, a cidade abriga inúmeras igrejas, museus, cachoeiras e grande parte da história colonial e da “era do ouro” no Brasil. Conhecida também como a terra dos brioches e dos doces, é parada obrigatória no roteiro gastronômico de Minas Gerais.

Renda-se aos seus encantos. Por Paula Martim

Tradição que se põe à mesa RESTAURANTE CHAFARIZ Rua São José, 167, Centro Tel: (31) 3551-2828 / ouropreto.com.br

Com mais de 50 anos de tradição, o Restaurante Chafariz é um

dos mais antigos estabelecimentos de Ouro Preto e também uma

das mais reconhecidas casas brasileiras em que a gastronomia miFoto: Eduardo Tropia/Ouropress

neira é o prato principal. Instalado no casarão onde nasceu o poeta

simbolista Alphonsus de Guimaraens, o Chafariz apresenta um bric-à-brac que abrange móveis do século XVIII e peças modernas de

nomes consagrados como Amilcar de Castro, Julio Pomar e Oscar

Niemeyer, em contraponto com o artesanato local. A casa concentra seu sabor em ingredientes básicos como o feijão, a carne de

porco, a lingüiça, o milho e a couve, que, misturados, revelam uma riqueza de cores e sabores de uma das gastronomias mais apre-

ciadas do Brasil. Não saia de Ouro Preto sem provar essa delícia! O restaurante funciona de terça a domingo, das 12h às 16h.

cidades e sabores Fotos: Vicente Abreu

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Chocolates para todos os paladares FÁBRICA DE CHOCOLATES OURO PRETO Praça Tiradentes, 111, Centro Tel: (31) 3551-3213 / chocolatesouropreto.com.br

Inaugurada em 19 de março de 2004,

a Fábrica de Chocolates Ouro Preto nasceu da vontade de relacionar a cidade a um

chocolate de sabor mais apurado, próprio ao paladar dos mais variados estrangeiros

que visitam o município e que transformasse o gosto dos ouropretanos.

Rigorosos e dedicados, os proprietários

buscam equilíbrio entre os sabores mais

incríveis e as texturas mais instigantes, na hora de eleger os chocolates que serão

vendidos no local. O resultado são produtos de altíssima qualidade, sem corantes

e conservantes, e que satisfazem os mais

exigentes paladares. Além disso, o chocolate fornecido no local não tem gordura e

é composto de pouco açúcar e mais cacau.

O estabelecimento oferece ainda a linha de chocolates ao leite, branco, meio amargo,

amargo 70% e diet. Impossível não se derreter por essa delícia!

Pizza e história

Fotos: Leandro Pinheiro

O PASSO PIZZAJAZZ Rua São José, 56, Centro Tel: (31) 3552-5089 / opassopizzajazz.com/restaurante

Situado em um casarão do século XVIII,

ao lado do famoso Museu Casa dos Contos, o restaurante O Passo PizzaJazz conserva a história em cada detalhe restaurado da

construção original do casarão. De massa fina e crocante e com receitas surpreen-

dentes, suas pizzas possuem sabores diver-

sos e agradam os mais diferentes paladares.

O sabor Juazeiro, que reúne muzarella

especial, carne de sol desfiada, catupiry e

cebolinha verde está entre os mais pedidos.

Além das pizzas, a Casa também oferece

massas ao estilo italiano, carnes preparadas ao melhor estilo francês, saladas elabora-

das, peixes e sobremesas. E para acompa-

nhar todas as experiências gastronômicas,

é possível saborear diversos drinks, cervejas especiais, chopp artesanal feito na própria cidade e um dos vinhos de sua extensa adega, com mais de 150 rótulos.

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cidades e sabores Fotos: Eduardo Tropia/Ouropress

Requinte francês e culinária mineira MARIA ANTONIETA BRIOCHES Rua Alberto Magalhães, 322 – Bauxita Tel: (31) 3552-2469 / facebook.com/Mariaantonietaanaelgutierrez

O Maria Antonieta Brioches nasceu

da união de dois conceitos: de um lado, o requinte da cozinha francesa e, de outro, o toque e sabor inigualável da cozinha

mineira. E, além dos deliciosos brioches, o

estabelecimento oferece ainda os saborosos Grand Burgers, sanduíches inspirados

também no requintado paladar francês. O

pão de gergelim “levemente adocicado” e de tamanho além do normal é produzido artesanalmente em forno à lenha, acom-

panhado da saborosa maionese com ervas de provence e suculento hambúrguer de

fabricação caseira. Para aguçar ainda mais

seu paladar, no Maria Antonieta você também encontra outras opções de carnes

como iscas de frango, de picanha e de lombo. Todas elaboradas com ingredientes de primeira qualidade.

Passeio pela história

Foto: Prefeitura de Ouro Preto

MUSEU DA INCONFIDÊNCIA Praça Tiradentes, 139, Centro Tel: (31) 3551-1121/ 3551-5233 / museudainconfidencia.gov.br

Inaugurado em 11 de agosto de 1944,

o Museu da Inconfidência é formado por

mais de quatro mil objetos, que contam a trajetória do movimento vivido na então

capital brasileira, Vila Rica. Devido à inexistência de testemunhos sobre o período,

o casarão acabou sendo organizado mais

como um documentário sobre a evolução social de Minas Gerais. No piso inferior, os

visitantes podem conferir a infra-estrutura da evolução econômica, social e política da época e no superior a superestrutura

da criação artística da cidade. Não deixe de visitar. O espaço fica aberto de terça a domingo, das 12h às 18h.

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Campinas: Novo Cambuí - Av. Norte Sul, 2.550 % 19 3751 4100 São Paulo: Jardins - Av. Europa, 862 % 11 3065 5000 São Paulo: Vila Olímpia - Rua Ribeirão Claro, 230 % 11 3047 2500 www.intercarvocal.com.br

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