Revista Ciências em Saúde ~V9N2 - Hospital de Clínicas de Itajubá - MG

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EQUIPE EDITORIAL FUNDADOR E EDITOR EXECUTIVO Rodolfo Souza Cardoso, Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá -MG, Brasil

EDITORES EMÉRITOS

Kleber Lincoln Gomes, Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá -MG, Brasil Maria Christina Anna Grieger (in memoriam), Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Itajubá, MG, Brasil Marco Túlio Barcellos de Assis Figueiredo (in memoriam), Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Itajubá, MG, Brasil

EDITOR RESPONSÁVEL Melissa Andreia de Moraes Silva, Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá - MG, Brasil Universidade Federal de São Paulo, São Paulo - SP, Brasil

EDITOR CIENTÍFICO Seleno Glauber Jesus-Silva, Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá - MG, Brasil Universidade Federal de São Paulo, São Paulo SP, Brasil, Brasil

CORPO EDITORIAL CIENTÍFICO Alexandre Colello Bruno, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil Camila Maciel de Oliveira, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil Fabio Scorsolini-Comin, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Brasil Fausto Miranda Júnior, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil Francisco Arsego de Oliveira, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil Gerson Hiroshi Yoshinari Júnior, Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Brasil Iêda Maria Barbosa Aleluia, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e Universidade de Estado da Bahia (UNEB), Salvador, BA, Brasil Jéssica Wunderlich Longo, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande, MS, Brasil Renata Aparecida Ribeiro Custódio, Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Itajubá, MG, Brasil Simone Aparecida Lopes-Herrera, Universidade de São Paulo (USP), Bauru, SP, Brasil

EDITOR GRÁFICO José Marcos dos Reis, FMIt, Brasil

COMUNICAÇÃO Ana Paula Gonçalves ISSN: 2236-3785

http://186.225.220.186:8484/index.php/rcsfmit_zero/index


V. 9, N. 2 (2019) ABRIL A JUNHO DE 2019 DOI: http://dx.doi.org/10.21876/rcshci.v9i2

SUMÁRIO EDITORIAL Escrita Científica José Renato Silva

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1-2

ENSAIO A importância do médico de atenção primária no rastreamento e diagnóstico precoce da doença renal crônica Camila Maciel de Oliveira, Eli Basílio Alves dos Santos, Beatriz Elizabeth Bagatin Veleda Bermude, Lucille Ribeiro Ferreira, Edison Almeida Tizzot, Carlos Alberto Mourão Júnior

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3-8

ARTIGO DE REVISÃO Fístulas Digestivas Gabriel Ramirez Moreira, Marco Antônio Gonçalves Rodrigues, Maria Isabel Toulson Davisson Correia

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9-16

ARTIGO ORIGINAL Perfil de pacientes e a ocorrência de complicações após cirurgia cardiovascular em hospital quaternário Karen Thalita Pereira, Bárbara Santucci da Silva, Naury de Jesus Danzi Soares, Alexandre Ciappina Hueb

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17-22

SUPLEMENTO ANAIS DA XXXIX SEMANA MÉDICA, XVI COMA CONGRESSO MÉDICO ACADÊMICO E XI CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 6 A 9 DE MAIO DE 2019 ISSN: 2236-3785

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Essa é a Revista Ciências em Saúde, um periódico eletrônico, de publicação contínua, mantida pelo Hospital de Clínicas de Itajubá - MG. Nossa missão é divulgar estudos e pesquisas inéditas realizadas na área das Ciências da Saúde, assim como difundir as experiências e privilegiar a produção científica. Encontra-se indexada nas bases de dados LATINDEX - Sistema Regional de Información em Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe y Portugal. Os artigos seguem o padrão de normalização do Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals (URM), do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE ), disponível em: <http://www.icmje.org/>, em português: http://www.icmje.org/recommendations/translations/portugues e_1999.pdf. Para ser publicado, todo o artigo será submetido à avaliação e arbitragem pelos pares (peer review) em sistema duplo cego, garantindo a qualidade e a imparcialidade na escolha dos trabalhos a serem publicados. A publicação dos textos respeitará a ordem cronológica de recebimento, bem como as diversas seções da RSC. A revista também adotou a publicação contínua de artigos, identificados pelo “e-location”, na qual os artigos aprovados e editados serão imediatamente publicados sem a necessidade de completar o fascículo. A revista usa o Open Journal Systems, sistema de código livre gratuito para a administração e a publicação de revistas, desenvolvido com suporte e distribuição pelo Public Knowledge Project sob a licença GNU General Public License.

Link para submissão de artigos: http://rcs.hcitajuba.org.br


Revista Ciências em Saúde v9, n2, 2019

EDITORIAL

Escrita científica Cientific writing José Renato Silva¹ ¹ Doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, São Paulo, Brasil. Professor de Comunicação e Comunicação Empresarial do Curso de Administração e de Cursos de Pós-Graduação do Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação – FAI, Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, Brasil. Professor de Língua Portuguesa e Comunicação Empresarial do Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel, Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, Brasil

Quem nunca se deparou com dificuldades para começar um texto? Mais: quem nunca teve dificuldades em organizar suas ideias e colocá-las no papel? O convite para desenvolver este editorial me deixou bastante feliz. Evidencia a percepção de uma instituição para a relevância da produção escrita para a transmissão de conteúdos. Ademais, ao aluno deve ser demonstrada a relevância, como diferencial, de ser capaz de produzir textos técnicos de maneira organizada sobre sua área. Ao longo deste texto, optei por apresentar, em linhas gerais, quais são as preocupações prévias para a construção e qual a estrutura básica para a constituição de um artigo científico i. Primeiramente, estabeleço a seguinte questão: fundamental é a Semântica, ou seja, o sentido que se constrói ao longo de um texto ii. Em outras palavras, se não sabe sobre o que falar, se não tem sobre o que falar, simplesmente NÃO ESCREVA! Isso posto, imagine a seguinte situação: ao ser convocado para uma entrevista de estágio, você, em função de um calor muito grande, resolve comparecer à entrevista de bermuda, de chinelo de dedos e de camiseta regata. Funcionaria? Ou, ao contrário, ao ir à praia, opta por terno e gravata! Absurdo, não é? O que quero dizer é simples: o conteúdo é fundamental. Porém, para chegar a ele, a forma é imprescindível. O Artigo Científico é uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas das Ciências. Pode ser: original iii ou de revisão iv. Para se ter clareza sobre o tipo de artigo que se irá desenvolver, é necessária igual clareza no tipo de pesquisa que será objeto de registro no artigo. Três são os tipos: bibliográfica, descritiva ou experimental v. Com essas questões bem organizadas, o conteúdo está preparado. Pensando na forma, a redação de um trabalho científico deve ter como qualidade essencial a objetividade e a precisão. Para tanto, é importante observar as estruturas lógica e técnica do texto vi. Ao redigir o trabalho, deve-se observar os seguintes pontos:

Correspondência: Inatel - Av. João de Camargo, 510 - Centro, Santa Rita do Sapucaí - MG, 37540-000 / Prédio 03 (Sala 13) e-mail: jose.renato@inatel.br / renato@fai-mg.br doi: 10.21876/rcshci.v9i2.857

Impessoalidade

Clareza e precisão

Objetividade

Deve-se redigir em terceira pessoa, sem referências pessoais. Utilizamse expressões como “O presente estudo”. O uso de “nós” e “eu” também devem ser evitados; Uma expressão clara exige que o autor tenha conhecimento do assunto em seu todo e em suas partes, que as ideias apresentadas não gerem ambiguidades; Exige-se que não se use expressões como: “eu penso”, “parece”, “achouse”; pois indicam subjetividade;

Simplicidade

Ela é sinal de clareza de pensamento. Expressando corretamente as ideias que se deseja transmitir, o texto impõe-se por si mesmo;

Vocabulário técnico

Cada ciência utiliza uma terminologia técnica própria. Devese determinar a significação específica dos termos em contexto. Para isso, o autor deve consultar enciclopédias e dicionários especializados;

Linguagem científica

Escolha frases curtas e simples, que exprimam melhor as ideias. A preferência é pela ordem direta. Evitar inversões desnecessárias. Frases longas e uso de parênteses dificultam a compreensão e tornam a leitura pesada;

Abreviaturas

Palavras estrangeiras

Não são aconselhadas na redação do texto corrido. São comumente usadas nas notas de rodapé; As palavras estrangeiras devem ser destacadas no texto em forma itálica, em grifo ou negrito. Muito comum o itálico.

Tendo sido apresentados esses aspectos, para a produção do artigo é preciso observar as orientações necessárias para a padronização. Dependendo do periódico a ser publicado, podem ter como base as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, órgão que, no Brasil, representa a International Standard Organization – ISO, ou as do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) vii, esta última usada na grande maioria das revistas da área biomédica. Mediante a padronização, somada a uma grande qualidade de conteúdos, o resultado do trabalho científico ganha ainda mais visibilidade, em


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10) 11) 12) 13) 14)

Agradecimentos (opcional) Tabelas Ilustrações (Figuras) Unidades de medida (quando aplicado) Abreviaturas e símbolos (quando aplicado)

conformidade com os padrões de excelência. A padronização passa por duas etapas: a estrutura que o trabalho deve ter e a formatação para apresentação gráfica. Conforme as normas ICMJE, pode-se chegar à seguinte estrutura básica para o artigo: 1) Folha de rosto a) Título na língua nativa b) Título em inglês c) Nome dos autores e Instituição 2) Resumo na língua do texto 3) Resumo em inglês 4) Introdução 5) Métodos 6) Resultados 7) Discussão 8) Conclusão (opcional) 9) Referências

No que concerne à formatação para apresentação gráfica, as normas tratam das seguintes questões: formato, espaçamento, margens, notas explicativas viii, indicativos de seção, títulos sem indicativo numérico, elementos sem título e sem indicativo numérico, paginação, tabelas, gráficos, diagramas e ilustrações técnicas, citações, siglas, equações e fórmulas e, por fim, referências bibliográficas. Pela natureza do presente texto, um editorial, não é possível detalhar a totalidades desses aspectos. Porém, a própria conscientização de sua relevância é sobremaneira importante. Boa escrita!

A estrutura proposta leva em conta as normas estabelecidas pela International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE). Texto aqui entendido como “um todo de sentido”. iiiResultante de pesquisa científica, apresentando dados originais de descobertas com relação a aspectos experimentais ou observacionais. Inclui análise descritiva e/ou inferências de dados próprios. Podem ser: relatos de caso, comunicação ou notas prévias. ivSíntese crítica de conhecimentos disponíveis sobre determinado tema, mediante a análise e interpretação de bibliografia pertinente que discuta os limites e alcances metodológicos, permitindo indicar perspectivas de continuidade de estudos naquela linha de pesquisa, ou seja, são trabalhos que têm por objeto resumir, analisar, avaliar ou sintetizar trabalhos de investigação já publicados, revisões bibliográficas, entre outros. i

ii

v Respectivamente, a que procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, a que busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na biologia, vida social, política e econômica e a que pretende dizer de que modo ou por que causas um fenômeno é produzido. vi A primeira, conforme as normas científicas, determina um plano provisório para o documento prevendo partes, capítulos, títulos e subtítulos. A outra estabelece a metodologia a ser usada na apresentação do trabalho. vii Disponível em http://www.icmje.org viii Que podem ser notas de rodapé e/ou notas finais, de acordo com o manual de referência de cada instituição.


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ENSAIO

A importância do médico de atenção primária no rastreamento e diagnóstico precoce da doença renal crônica The importance of the primary care physician in screening and early diagnosis of chronic kidney disease

Camila Maciel de Oliveira1,2,3, Eli Basílio Alves dos Santos4, Lucille Ribeiro Ferreira5, Beatriz Elizabeth Bagatin Veleda Bermudez1, Edison Almeida Tizzot1, Carlos Alberto Mourão Júnior6 1Departamento

de Medicina Integrada da Universidade Federal do Paraná (UFPR) do Departamento de Clínica Médica, UNIPAC (Juiz de Fora) 3Pós-doutoranda pela Boston University/ Department of Preventive Medicine 4Faculdade de Medicina de Itajubá 5Mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 6Prof. do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) 2Prof.

INFORMAÇÕES GERAIS

Recebido em: fevereiro de 2018 Aceito em: maio de 2019 Palavras-Chave: Insuficiência renal crônica Programas de rastreamento Creatinina Proteinúria Keywords: Chronic renal insufficiency Mass screening Creatinine Proteinuria

* Correspondência: Rua XV de Novembro, 1299 - Centro Curitiba – PR – CEP 80060-000 Universidade Federal do Paraná – Curitiba/PR e-mail: camilamacieloliveira@gmail.com doi: 10.21876/rcshci.v9i2.728

RESUMO

A Doença Renal Crônica - definida como deterioração da função renal de forma persistente, gradual e progressiva (perda da capacidade de excretar água, concentrar urina e conservar eletrólitos) - é detectada comumente por medidas laboratoriais no sangue (creatinina) e urina (albumina). Esta é uma doença com múltiplas complicações, alta mortalidade, qualidade de vida comprometida e representa alto custo para o sistema de saúde um modo geral, tanto público quanto privado. Assim, sugere-se ter como foco a identificação dos vários estágios da doença e de seus fatores de risco, intervindo principalmente nos estágios precoces, em especial em pacientes de alto risco.

ABSTRACT

Chronic Kidney Disease – defined as persistent, gradual, and progressive deterioration of kidney function (loss of the ability to excrete wastes, concentrate urine, and conserve electrolytes) – is detected through laboratory measurements in blood (creatinine) and urine (albumin). It is a disease with multiple complications, high mortality, poor quality of life and represents a high cost for the health system in general, both public and private. Therefore, efforts must be focused on identification of the various stages of the disease and its risk factors, intervening mainly in the earlier stages, especially in high-risk patients.

CC BY-NC-SA 4.0 2019 RCS


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Introdução A doença renal crônica (DRC) tem sido considerada, nacional e mundialmente, um importante problema de saúde pública por sua prevalência crescente1,2 e sua potencial consequência em reduzir o tempo e a qualidade de vida dos pacientes acometidos. Este número continuará aumentando se não forem adotadas estratégias para ações de saúde pública visando à prevenção e retardo da progressão da DRC. Uma estratégia para a identificação precoce da DRC seria através de programas de rastreamento, que, até o presente momento, apresentam pontos controversos. Muitas organizações internacionais têm recomendado o rastreamento de rotina para DRC, mas os critérios utilizados hoje variam amplamente3-8. Estes critérios devem ser escolhidos baseando-se no equilíbrio entre riscos e benefícios da detecção da doença, levando-se ainda em consideração o custo para um exame que será utilizado para rastreamento1. O objetivo desta abordagem seria a redução do risco de progressão de doença renal e a redução de suas complicações, mas até o presente momento há poucos dados para avaliar os programas de prevenção para pacientes em estágios precoces da DRC. Estes testes de rastreamento, de um modo geral, variam desde a aplicação de questionário, exame físico e laboratoriais (como o preconizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) denominado PREVINA-SE9 a exames de imagens, visando encontrar a maioria de indivíduos que apresentem a doença e estejam ainda assintomáticos, despendendo o mínimo de recursos financeiros. Na DRC, o rastreamento é realizado com base em exames laboratoriais incluindo a estimativa da filtração glomerular (FG) utilizando a creatinina sérica e/ou determinação de proteinúria1. É possível levantar a questão se vale realmente a pena rastrear uma população para DRC. Quando se pensa em rastrear determinada doença é preciso avaliar se a mesma apresenta prevalência significativa na população, o que é verdade para a DRC. Outro fator importante a ser considerado é se os esforços despendidos no rastreamento são válidos e mais baratos quando comparados à evolução da doença. No caso da DRC, isto também procede. Considera-se, também, se a doença rastreada poderia evoluir para cura ou que houvesse o retardo de sua evolução com a detecção precoce, como observamos na DRC. Um bom teste de rastreamento precisa otimizar a chance de detecção da doença enquanto minimiza os resultados falso-negativos, observando a sensibilidade (taxa de verdadeiro-positivo), a especificidade (1-taxa de falsopositivo) e o valor preditivo positivo (proporção de pessoas com teste positivo que tem a doença) do teste1. Alguns subgrupos específicos, como portadores de hipertensão arterial (HAS) e diabete melito (DM), apresentam grande vantagem no que se refere à custo-efetividade para rastreamento da DRC. Todavia, alguns estudos sugerem que o rastreamento anual de pessoas com 60 anos mesmo sem HAS ou DM apresen-

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tam custo-efetividade moderada assim como o rastreamento a cada 10 anos para pessoas com 50 anos1, ou seja, atenção deve ser dada especialmente aos pacientes com 60 anos ou mais. A recomendação para rastreamento da DRC da Conferência de 2006 da KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes)5 definiu como grupos-alvo os portadores de HAS, DM e doença cardiovascular (DCV). Outros grupos incluídos foram os portadores de dislipidemias (DLP), obesidade, síndrome metabólica, tabagistas, história familiar para DRC, infecções crônicas, câncer, uso de drogas nefrotóxicas e maiores de 60 anos. Em 2007, a UK Conference on Early Chronic Kidney Disease, evidenciou a vantagem custo-efetiva do rastreamento na população geral utilizando a estimativa da FG na atenção primária6. O rastreamento para DRC está sendo realizado por dois grandes estudos – NHANES e KEEP10-14 – onde tem sido observado elevado número de portadores de DRC. Nestes estudos, predominantemente, o diagnóstico da doença era desconhecido na ocasião do rastreamento, o que tem justificado a necessidade da difusão de ações de saúde pública15. Porém, a necessidade de mais estudos para que se estabeleça uma uniformização sobre as melhores estratégias de rastreamento é indiscutível, considerando o intervalo ideal entre rastreamentos, benefícios, riscos e custos deste tipo de abordagem. Desenvolvimento

Definição e Classificação A DRC é definida com a presença de lesão renal ou FG inferior a 60 mL/min/1,73m2 por três meses ou mais, independente da causa10,16. A proteinúria (incluindo a microalbuminúria) é o marcador mais precoce de lesão renal em pacientes com DM, HAS e doença glomerular, sendo este o marcador mais comum em adultos [10]. Já a FG é difícil de ser mensurada, mas pode ser estimada facilmente com a dosagem de creatinina sérica, idade, sexo, etnia e peso. A DRC é classificada por sua gravidade, indicada pelo nível de FG: > 90 mL/min/1,73m2, em grupos de risco para DRC, na ausência de lesão renal (estágio 0); > 90, em grupos de risco para DRC, na presença de lesão renal com função renal normal (estágio 1); entre 60 e 89 (estágio 2); entre 30 e 59 (estágio 3); entre 15 e 29 (estágio 4); <15 (estágio 5)10,17. Porém, esta doença apresenta ampla variedade de apresentação entre indivíduos, relacionada em parte pela causa e característica patológica da doença, pelo tempo de progressão e presença de co-morbidades15,18. Apesar da heterogeneidade de expressão da doença, dois simples testes – proteinúria e FG – podem ser implementados tanto em atividades de saúde pública quanto na prática clínica15. Estas são medidas objetivas, mas não permitem a detecção da causa da doença.


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Proteinúria, albuminúria e FG O aumento da excreção urinária de qualquer proteína, podendo ser albumina, outras proteínas séricas ou proteínas sintetizadas no próprio túbulo ou no trato urinário baixo, define proteinúria. O o aumento persistente da excreção de determinado tipo de proteína sugere uma doença renal específica (albumina é um marcador sensível e específico para DM, HAS e doença glomerular; proteína não-albumina na ausência de albumina, sugere doença túbulo-intersticial)15. A albuminúria expressa a lesão glomerular, ou seja, o aumento da permeabilidade glomerular às macromoléculas18. Na presença de proteinúria, não se justifica a dosagem de microalbuminúria. Dados recentes mostram que microalbuminúria está associada com risco relativo para progressão para macroalbuminúria, tanto em indivíduos diabéticos quanto em não-diabéticos, sugerindo que a microalbuminúria reflita a doença renal18. Todavia, nem todos os indivíduos com DRC apresentam microalbuminúria. Quanto aos métodos mais utilizados, pode-se citar a proteinúria total (que inclui a albumina) ou a albuminúria isolada. A albuminúria pode ser avaliada pelas fitas de imersão ou dosagem direta. Porém, existe a necessidade de padronização dos métodos de dosagens porque estes variam muito entre laboratórios o que prejudica a comparação de dados entre diversos estudos. Vários métodos de coleta podem ser utilizados, sendo empregados pontos-de-corte específicos para cada um, apresentando diferenças inclusive entre os sexos19,20. Atualmente, tem sido recomendada a relação albumina/creatinina ou proteína total/creatinina em amostra única isolada10,18, sendo sugerida para microalbuminúria positiva a faixa de 17 a 250 mg/g para homens e 25 a 355 mg/g para mulheres, quando anteriormente era utilizado 30 a 300mg/g para ambos os sexos21. A excreção urinária de proteína ou albumina pode se apresentar transitoriamente elevada por infecção do trato urinário, estresse hemodinâmico (exercício, febre e insuficiência cardíaca congestiva) ou alterações metabólicas (cetose e hiperglicemia)22. A ADA (American Diabetes Federation) sugere que, em pacientes diabéticos, na presença de um resultado positivo em amostra isolada para a relação albuminúria/creatinina, após serem afastadas causas que invalidariam os resultados, como as citadas acima, sejam repetidos os testes com intervalos superiores a 3 meses. Se dois em três testes a albuminúria apresentar-se persistente, faz-se o diagnóstico de DRC e institui-se o tratamento15-18. O mesmo critério é utilizado para a população geral (não diabéticos). A FG é a melhor medida de função renal15,18,23 em pacientes saudáveis ou com doença, porém não pode ser medida diretamente. Algumas limitações quanto à utilização de creatinina sérica como marcador de FG22 fizeram necessárias inclusões de variáveis como sexo, idade, etnia e peso corpóreo nas fórmulas para sua estimativa. A creatinina é influenciada pela massa muscular, ingestão protéica, secreção tubular proximal, eliminação pelo trato gastrointestinal, além da variação dos métodos de dosagem15,22. Uma equação utilizada habitualmente e que apresenta acurácia razoável18,24-27 é a MDRD (Modification

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of Diet in Renal Disease Study equation) simplificada23. Para FG menor que 60 mL/min/1,73m2, esta estimativa foi testada e é consistente com variados grupos definidos por sexo, idade, etnia, índice de massa corpórea (IMC), presença ou ausência de DM ou história de transplante renal [24]. Alguns estudos mostram resultados conflitantes28,29, porém existe a argumentação da falta de padronização do método de medida de creatinina, entre outros15,30. Atualmente tem sido postulado que na presença de albuminúria ou proteinúria, independente da FG (menor ou maior que 60 mL/min/1,73m2), ou mesmo na ausência de albuminúria ou proteinúria com FG menor que 60 mL/min/1,73m2, o paciente seja submetido à intervenção clínica15. Sugere-se que, para detectar um possível portador de DRC, deve-se estimar a FG e, sendo esta inferior a 60 ml/min/1,73m2, o próprio laboratório clínico deveria informar no laudo de resultado de exame juntamente com a dosagem de creatinina sérica23. Outra abordagem sugerida seria a utilização de fitas de imersão para pesquisa de microalbuminúria em pacientes considerados grupos de risco (diabéticos, hipertensos, portadores de DCV, idosos, familiares de portadores de DRC e doenças genéticas). Se o teste for negativo, realiza-se a dosagem de microalbuminúria (se resultado agora negativo, reavaliar anualmente); se positivo, realizar a quantificação da perda protéica e prosseguir a investigação diagnóstica para DRC. A cistatina-C - inibidor de protease produzida por todas as células e extensivamente catabolizada pelos túbulos renais com pouca excreção urinária - não sofre a influência da massa muscular ou dieta, mas seus níveis estão associados a altos níveis de proteína C reativa, IMC, hipertireoidismo e uso de esteróide31,32. Apesar de ser sugerido que a cistatina-C seja melhor preditor de eventos que a creatinina sérica ou estimativa de FG pela creatinina em pacientes idosos ou cardiopatas33-38 há necessidade de mais estudos sobre o modo de utilização dos níveis de cistatina-C como marcador de filtração na prática clínica15 e sobre a possibilidade da combinação de creatinina e cistatina aumentar a acurácia e precisão da estimativa de FG. Prevenção Primária, Secundária e Terciária

Apesar da taxa de progressão da DRC ser variável e nem todos os pacientes progredirem para o estágio final da doença, é consenso que a intervenção precoce pode retardar, prevenir ou reverter a progressão para seus estágios finais18. As possíveis complicações nos estágios mais precoces frequentemente levam à morte mesmo antes da evolução para a falência renal em decorrência da própria redução de FG e do aumento do risco de DCV18. Recentemente, tem sido reconhecido que a DCV é fator de risco para redução da função renal39, assim sendo uma melhor abordagem terapêutica para DCV poderia retardar o desenvolvimento ou progressão para doença renal. A rápida progressão renal é definida quando ocorre a queda maior que 4 mL/min/1,73m2 por ano, assim sendo um paciente no estágio 3 pode evoluir para o 5 em menos de dez anos. Alguns subgrupos como hipertensos não controlados, portadores de proteinúria ou


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diabetes, assim como determinados grupos étnicos, podem progredir para falência renal mais rapidamente18. Os pacientes com proteinúria e diabéticos devem ser submetidos ao rígido controle pressórico e uso de inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona18. Fatores de risco para o desenvolvimento, progressão e complicação da DRC relacionam-se diretamente com a estratégia de prevenção. O desenvolvimento da doença relaciona-se ao aumento da susceptibilidade à lesão renal (idade avançada, história familiar de DRC, etnia, redução da massa renal, estado de hiperfiltração) ou ao dano renal diretamente (DM, HAS, obesidade, DLP, doença auto-imune, infecção, litíase, obstrução) sendo a intervenção relacionada a esta fase da doença, a prevenção primária - definida como a prevenção da DRC e deve-se incluir aqui o rastreamento de fatores de risco para DRC na população geral18. A progressão, ou seja, a piora da lesão renal ou a aceleração da queda de FG observada por altos níveis de proteinúria relaciona-se à prevenção secundária – em pacientes dos estágios 1 a 4, devendo-se realizar a detecção precoce de DRC através de exames na população de alto risco para DRC, evolução e manejo de fatores de risco para progressão e complicação de DRC18. O aumento do risco de complicações resultantes da redução da FG (fatores relacionados a HAS, anemia, desnutrição, desordens minerais e ósseas, neuropatia, procedimentos e drogas com toxicidade renal ou sistêmica), o aceleramento do início da DCV (fatores de risco tradicionais para DCV e não tradicionais para DRC) e o aumento da morbi-mortalidade na falência renal (fatores relacionados à diálise, co-morbidades) relaciona-se à prevenção terciária – em pacientes no estágio 5, abordando a melhora do desfecho da doença em pacientes em falência renal além de melhora da evolução e manejo da fatores de risco para complicações da DRC18. Critérios de encaminhamento e cuidados com o doente renal crônico

Devem ser encaminhados ao nefrologista pacientes com FG menor que 30 mL/min/1,73m2, relação proteinúria/creatinina > 500 a 1.000 mg/g creatinina, aumento do risco de progressão para doença renal (queda maior que 4 mL/min/1,73m2 por ano), queda da FG maior que 30% dentro de 4 meses, hipercalemia, hipertensão arterial resistente (PA > 130/80 mmHg com uso regular de três drogas, incluindo diuréticos) ou dificuldade de manejo de complicações decorrentes do uso de drogas18. Visto que, como a DRC é comum, as complicações nos seus estágios precoces serão tratadas por clínicos, endocrinologistas, cardiologistas. Haveria, entretanto, um número muito maior de pacientes acompanhados por nefrologistas se levássemos em consideração a estimativa do número de doentes renais crônicos - por exemplo, nos Estado Unidos - 0,2% em diálise e 13% portadores de DRC18. Baixos níveis de FG e presença de albuminúria são raros em indivíduos jovens, com menos de 40 anos18. Porém, sabe-se, por estudos clínicos40,41 que, entre idosos (70 anos em média), a mortalidade é 25 vezes mais comum que a progressão para falência renal e, ainda, em pacientes no estágio 4, a morte é três vezes mais comum

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que o início da terapia dialítica. Assim, ao abordarmos o paciente com DRC, o cuidado estende-se além das intervenções para retardar o declínio da FG e tratar suas complicações, mas também inclui o manejo da DCV e seus fatores de risco. A população idosa é o segmento da população que evolui mais rapidamente, hoje, para o tratamento dialítico18. Muitos estudos mostram associação entre queda de FG e alto índice de DCV, mortalidade e elevado custo40,41. Todavia, outros estudos sugerem que o aumento do risco de mortalidade em idosos aparentemente não seja evidente até que a FG esteja abaixo de 45mL/min/1,73m2 42,43. A FG cai com a idade, atingindo 35% da população aos 70 anos de idade e está relacionada com a redução do fluxo sanguíneo renal, concentração máxima renal danificada, achados patológicos de glomerulosclerose, esclerose vascular, atrofia tubular, redução da espessura cortical e do tamanho total do rim44,45. A magnitude e a causa da redução da FG relacionadas à idade é uma importante área de pesquisa a ser explorada. Tem sido sugerida a inclusão do prognóstico no sistema de classificação da DRC, sendo os fatores prognósticos considerados mais importantes (tanto para DRC e quanto para DCV) a idade, o sexo, a etnia, a história de DM, os níveis pressóricos e a magnitude da albuminúria18. Porém, mais estudos devem realizados para o desenvolvimento de instrumentos preditivos que possam ser usados na prática clínica e que sejam adequados para uso por todos os profissionais de saúde. Nos Estados Unidos, existem vários programas de monitorização da saúde de um modo geral ou diretamente relacionados à DRC46. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Nefrologia sugere a aplicação do questionário denominado PREVINA-SE – que inclui história clínica, exames físico e laboratoriais – para que se obtenha estatística nacional relacionada a DRC9,47. Porém, uma maneira prática de detectar precocemente esta doença seria por meio da colaboração dos laboratórios clínicos, os quais poderiam fornecer, juntamente com o resultado da creatinina sérica, a estimativa da FG por fórmulas, por exemplo, a MDRD modificada23,48. Situação Especial: atualizações em diabetes

A DRC é uma complicação comum entre pacientes portadores de diabetes mellitus (DM). A DRC afeta 30 a 40 % destes pacientes. Para a detecção da DRC, a ADA recomenda49, pelo menos uma vez ao ano, a mensuração da albumina urinária através da relação albumina/creatinina urinária ou através da taxa de filtração glomerular para pacientes com diagnóstico de DM tipo 1 com duração de 5 anos, em todos os pacientes com DM tipo 2 e em todos os pacientes hipertensos. Como é discutido já há muitos anos, o paciente com diagnóstico de DM tipo 2 certamente sofre as consequências da hiperglicemia há pelo menos 10 anos. Isto porque a disglicemia, nesta situação em especial, ocorre silenciosamente na ausência do diagnóstico instituído. Aumento na concentração urinária de albumina é indicativo de danos na membrana basal glomerular e capilares endoteliais50 e isto, quando presente, sugere a presença da DRC, independente do estágio da DRC, ou seja, dos valores da taxa de filtração glomerular. Apesar de albuminúria severa ser considerada pela Kidney Di-


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sease Improving Global Outcomes (KDIGO)51 quando ≥ 300 mg/g, aumentos entre 10 e 30 mg/g tem sido associados à progressão da doença renal e ao aumento da mortalidade. Conclusão

Tem sido sugerido que os laboratórios clínicos relatem o valor de FG quando esta for menor que 60 mL/min/1,73m2. Esta estimativa alertaria o clínico quan-

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do a FG estivesse em deterioração (principalmente nos estágios 4 e 5), permitindo a abordagem precoce do paciente renal crônico e retardando a progressão para os estágios finais da doença. Apesar da necessidade de programas de rastreamento, de educação e da maior complexidade de políticas de saúde para a abordagem da DRC no Brasil, este seria um bom começo para a detecção de pacientes que previamente desconheciam a silenciosa patologia renal.

Referências 1.

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ARTIGO DE REVISÃO

Fístulas Digestivas Digestive Fistulas

Gabriel Ramirez Moreira1 , Marco Antônio Gonçalves Rodrigues1 , Maria Isabel Toulson Davisson Correia1 ¹ Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

INFORMAÇÕES GERAIS

RESUMO

Fístulas digestivas são comunicações anormais entre qualquer parte do trato gastrointestinal e outro órgão interno ou a pele. Podem causar desequilíbrio hidroeletrolítico, déficits nutricionais, formação de abscesso, infecção, sepse ou sangramentos. Existem várias maneiras de se classificar uma fístula gastrointestinal de acordo com sua anatomia, débito, tempo de aparecimento, etiologia, entre outros. Os fatores de risco associados ao surgimento de fístulas digestivas são muitos e ainda em descoberta, sejam eles locais ou sistêmicos. Sua fisiopatologia é complexa e as complicações de maior morbidade e mortalidade estão relacionadas à desnutrição e infecção. O tratamento deve ser multidisciplinar e adaptado a cada caso, envolvendo medidas nutricionais, antimicrobianos, cuidados com a pele e, por vezes, cirurgia. Como o cirurgião desempenha papel fundamental na prevenção e tratamento das fístulas digestivas, este artigo pretende fazer revisão de conceitos fundamentais sobre o tema, discutindo classificação, etiologia, fisiopatologia, complicações, diagnóstico e principais aspectos no manejo clínico, nutricional e cirúrgico.

Recebido em: junho de 2018 Aceito em: junho de 2019

Palavras-Chave: Fístula do Sistema Digestório Fístula Intestinal Cirurgia Geral Transtornos Nutricionais

Keywords: Digestive System Fistula Intestinal Fistula General Surgery Nutrition Disorders.

ABSTRACT

Digestive fistulas are abnormal communications between any part of the gastrointestinal tract and other internal organ or the skin. Can cause electrolyte imbalance, nutritional deficiencies, abscess formation, infection, sepsis and bleeding. There are several ways to classify a gastrointestinal fistula according to their anatomy, debt, time of appearance, etiology, among others. Risk factors associated with digestive fistulas are many and still in discovery, whether local or systemic. Its pathophysiology is complex and higher morbidity and mortality are related to malnutrition and infection. The treatment should be multidisciplinary and adapted to each case involving dietary measures, antimicrobials, skin care, and sometimes surgery. As the surgeon plays a key role in the prevention and treatment of digestive fistulas, this article intends to make a review of fundamental concepts, classification, etiology, pathophysiology, complications, diagnosis and main aspects in clinical, nutritional and surgical management.

CC BY-NC-SA 4.0 2019 RCSHCI

* Correspondência: Av. Joaquim José Diniz, no 20, apto 1106-5b; Bairro Fernã o Dias; Belo Horizonte, MG; CEP 31.910-520 gabriel.cirurgiadigestiva@gmail.com doi: 10.21876/rcshci.v9i2.780


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Introdução Fístulas digestivas são comunicações anormais entre qualquer parte do trato gastrointestinal (TGI) e outro órgão interno ou a pele1.Tal órgão interno pode ser outra víscera oca ou a cavidade livre (pleural ou peritoneal)2. Para outros autores, a comunicação com a própria cavidade (sem envolver outras vísceras ou a pele) é uma deiscência de anastomose (DA), que pode anteceder a formação de uma fístula3. As fístulas significam o extravasamento de conteúdo gastrintestinal, como sucos digestivos, água, eletrólitos e nutrientes. Consequentemente, podem causar desequilíbrio hidroeletrolítico, déficits nutricionais, formação de abscesso, infecção, sepse ou sangramentos. Além disso, estão associadas a ansiedade e sofrimento psíquico do paciente, em virtude de dor, desconforto, indisposição, odor e aspecto desagradável da ferida1. Nos anos 1950, a mortalidade associada a fístula pós-operatória variava de 40% a 50 %, com diminuição drástica desses índices entre os anos de 1960 e 1970 para 15% a 21%. Muitos atribuem isso à evolução da terapia nutricional, em especial, da nutrição parenteral. As publicações mais recentes mostram taxas de mortalidade entre 6% e 33 %, sendo que quando se trata de fístulas de alto débito, tal taxa varia de 30% a 50%1. A maioria das fístulas gastrintestinais (75%-85%) é complicação de ato operatório. Uma menor proporção (15%-25%) ocorre de forma espontânea, mais comumente em pacientes com doença inflamatória intestinal (principalmente doença de Crohn), mas também em decorrência de câncer, radioterapia com enterite actínica, trauma abdominal, tuberculose ou infecções fúngicas intestinais4. As fístulas pós-operatórias estão associadas tanto a fatores locais, como má técnica cirúrgica, presença de corpo estranho e drenos, quanto a fatores sistêmicos, como a desnutrição, uso de corticoides, dentre outros2,4. Como o cirurgião desempenha papel fundamental na prevenção e tratamento das fístulas digestivas, este artigo pretende fazer uma revisão, não sistemática, de conceitos fundamentais sobre o tema, discutindo classificação, etiologia, fisiopatologia, diagnóstico e principais aspectos no manejo clínico, nutricional e cirúrgico, para melhor compreender essa doença e permitir elaborar um tratamento mais oportuno para cada caso. Desenvolvimento Existem várias maneiras de se classificar uma fístula gastrointestinal, baseando-se em suas características, como se descreve a seguir. Esse processo de classificação é fundamental e viabiliza abordagem particularizada do problema, levando-se em conta aspectos anatômicos e fisiológicos envolvidos em cada caso1,4: a) Anatomia: Fístula externa (comunicação do trato digestório com a pele) – mais comum em fístulas pósoperatórias (Figura 1); Fístula interna (comunicação do trato digestório com outro órgão interno, espaço peritoneal, áreas retro peritoneais, espaço pleural ou mediastino) – mais comum em fístulas espontâneas (Figura 2).

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Figura 1. Ilustração representando uma fístula externa.

Figura 2. Ilustração representando uma fístula interna. b) Débito: Alto débito (pancreática ≥ 200 mL/dia ou intestinal ≥ 500 mL/dia); Baixo débito (pancreática < 200 mL/dia ou intestinal < 500 mL/dia). c) Tempo de aparecimento: Precoce (até o 4º DPO) – relacionada a problemas técnicos na anastomose, geralmente necessitando de nova intervenção; Tardia (a partir do 5º DPO) – relacionada a distúrbios da cicatrização, sendo geralmente bloqueada, não desenvolvendo peritonite e não necessitando nova intervenção cirúrgica, quando adequadamente drenada.


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d) Posição no TGI: Fístula alta (localizada acima do ângulo duodeno jejunal) – geralmente de maior débito; Fístula baixa (localizada abaixo do ângulo duodeno jejunal) – geralmente de menor débito. e) Etiologia: Doença subjacente (fístulas espontâneas) ou tipo de operação. f) Complexidade:1, 4 Simples (fístulas de trajeto único, envolvendo poucos órgãos); Complexa (fístula de múltiplos trajetos, acometendo vários órgãos, internos e externos). Alguns autores estratificam as fístulas enterocutâneas como de baixo (< 500 mL), médio (500-1000 mL) e alto débito (> 1000 mL diários)5. Outro aspecto importante é o comprimento do trajeto fistuloso, que pode ser longo (maior que 2 cm) ou curto (menor que 2 cm). Neste último caso, pode ocorrer a fistula labiada, na qual não há trajeto e a mucosa do intestino acometido está exposta, tipicamente encontrado nas fístulas enteroatmosféricas em pacientes laparostomizados1. Etiologia Existem vários fatores de risco gerais associados ao surgimento de fístulas digestivas, como a desnutrição, deficiência imunológica, infecções, peritonite bacteriana, doença inflamatória intestinal, insuficiência renal, cirrose, isquemia intestinal, operação prévia ou de urgência. Todos esses comprometem de alguma forma o processo de cicatrização e a reparação do organismo, levando a DA e formação de trajeto fistuloso1,4. Além desses, existem fatores locais específicos que podem causar fístulas, como problemas técnicos durante realização das anastomoses, necrose isquêmica na linha de sutura, hematoma de anastomose e lesões inadvertidas da parede intestinal (p. ex. no ato operatório durante a lise de bridas, realização de outros procedimentos na cavidade ou fechamento da parede abdominal)1,4. Destaca-se ainda, como fator de risco, a presença do dreno, muitas vezes posicionado na cavidade com intuito sentinela, para direcionar fluxo das secreções abdominais e, consequentemente, a fístula. Contudo, como se trata de corpo estranho, eventualmente pode se interpor em área de DA, tornandose fator desfavorável na fístula intestinal2,4. Assim, a decisão sobre drenar ou não topografia de anastomose exige muita experiência e perspicácia do cirurgião. Além disso, certos tipos de operações são naturalmente mais propensos ao surgimento de fístulas. Seja devido ao tipo de tecido envolvido nas suturas, como na anastomose pancreáticojejunal, pela presença de secreções corrosivas e aproximação de tecidos diferentes. Ou devido ao difícil acesso para realização da anastomose, como na anastomose esôfagojejunal intratorácica ou a colorretal baixa. Ou mesmo pela ausência do peritônio visceral nos órgãos envolvidos por adventícia, como o esôfago. Em tais circunstâncias, considera-se posicionamento de dreno sentinela1. Quanto às cirurgias colorretais, estudos mostram aumento progressivo do risco de deiscência da anastomose quanto menor for a distância desta à borda anal. Bertelsen CA et al. e Lipska MA et al. mostram um aumento de duas vezes na taxa de deiscência quando a anastomose ocorre a menos de 12 cm da borda anal6, 7, enquanto Rullier et al. estimaram tal aumento em 6,5 vezes quanto essa distância era menor que 5 cm8. As colostomias ditas

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protetoras proximais à anastomose, também chamadas colostomias profiláticas, são realizadas em aproximadamente 70% das ressecções retais. Todavia deve-se frisar que elas não diminuem a incidência de fístulas, mas apenas diminuem a catástrofe causada pela mesma, como a peritonite fecal e sepse pélvica9. A radioterapia neoadjuvante tem controversa influência nas taxas de fístulas. Alguns autores10,11, em estudos retrospectivos, mostraram a radiação prévia como um fator de risco independente na deiscência de anastomose. Já outros, também em estudos retrospectivos, não viram tal relação12,13. Da mesma forma, não houve consenso quanto à associação entre deiscência de anastomose colorretal e a recorrência do câncer, o que para Bell SW e Petersen S aumenta as chances de recorrência14,15, mas para Eriksen MT e Karanjia ND não existe associação16,17. A discussão sobre técnica e tipos de anastomoses foi iniciada desde o século XIX, quando Lembert comparava suturas com inversão ou eversão. Hoje, após tanto progresso e tecnologia, o que se estuda são os resultados entre linha única versus dupla de sutura, sutura manual versus grampeador, cirurgia aberta versus laparoscópica e cirurgia laparoscópica versus robótica. Contudo, depois de tantos estudos, não está claro que uma técnica seja superior a outra e o que prevalece é a preferência individual do cirurgião9. No tocante às fístulas espontâneas, o surgimento está associado ao grau de atividade da enfermidade predisponente, como em pacientes com Doença de Crohn, em que 28% desenvolvem fístulas em algum momento de descompensação da doença, sendo a topografia perineal mais comum. Na enterite actínica, 17% dos doentes desenvolve fístulas nos primeiros anos após a radioterapia, dependendo do grau de inflamação do segmento acometido1. Fisiopatologia A história natural das fístulas digestivas baseia-se em três componentes fundamentais: o desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico, a infecção e a desnutrição1. O TGI alto secreta cerca de 7.000 mL de líquido por dia (saliva, suco gástrico, biliar, pancreático e jejunal). Em condições normais, a maior parte é reabsorvida no intestino delgado e cólon, sendo eliminados apenas entre 100 e 200 mL pelas fezes. O suco gástrico tem altos níveis de potássio e hidrogênio, enquanto o suco pancreático é rico em bicarbonato e sódio18. Assim, nas fístulas, há risco de desidratação, hiponatremia e hipocalemia, além de hipocalcemia, hipofosfatemia e hipomagnesemia. O distúrbio acidobásico depende da resultante das perdas de bicarbonato e ácidos, podendo ocorrer tanto acidose quanto alcalose metabólica1. A infecção é a causa mais frequente de morte. O extravasamento de conteúdo intestinal pode formar abscessos em áreas contíguas ou até peritonite difusa. Os germes habitualmente envolvidos são os da microbiota intestinal: coliformes, bacteroides e enterococos. Nos casos mais graves, pode haver evolução para sepse, com falência múltipla de órgãos e desfecho fatal1,2,4,18. A desnutrição, por sua vez, se não previamente estabelecida, se instala e evolui rapidamente na maioria dos casos, com perda de peso maior que 10% em poucos dias. Isso decorre da restrição alimentar por via oral, do estado hipercatabólico decorrente do trauma e infecção, e


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da perda de nitrogênio pelo trajeto fistuloso na forma de enzimas digestivas e descamação epitelial.1, 4, 19 Estudos apontam que a hipoalbuminemia (< 3,5 mg/dL) está fortemente associada não só ao surgimento da fístula no pósoperatório, mas também a menor chance de resolução e maior mortalidade dos pacientes que sofrem dessa complicação5,20. Podem ainda ocorrer sangramento agudo, por erosões de vasos de grosso calibre, ou fenômenos tromboembólicos graves1,18. Quadro clínico As fístulas digestivas se manifestam geralmente entre o 5º e 10º dia pós-operatório (DPO) com o aparecimento de secreção intestinal pelo dreno ou, eventualmente, pela incisão cirúrgica, de cor amarelada, tingindo o curativo ou o lençol da cama do paciente1,18. Alguns sintomas e sinais prévios ou concomitantes são decorrentes da inflamação e infecção, como dor (inicialmente localizada, com tendência a tornar-se difusa), mal-estar, febre e íleo adinâmico, com parada da eliminação de gases, distensão abdominal e vômitos1,4. A ferida pode apresentar aspecto de celulite ou até abscesso (pela secreção intestinal contaminada). As características do efluente (como odor, cor, consistência e quantidade) podem indicar a origem anatômica da fístula21. Nos casos mais graves pode ocorrer taquicardia, dispneia, hipotensão e oligúria, decorrentes da desidratação ou sepse1. Fístulas internas, como as colovesicais, podem cursar com ar, pus ou fezes na urina, ou saída de urina pelo reto4. Diagnóstico A partir de anamnese e exame físico bem feitos, o diagnóstico da fístula torna-se possível na maioria dos casos. Em fístulas externas, o uso do teste com azul de metileno pode auxiliar na elucidação diagnóstica1,4,18. Alguns exames laboratoriais podem ser úteis na avaliação geral do paciente. Frequentemente há leucocitose com desvio à esquerda, elevação de ureia, creatinina, bilirrubinas e transaminases, além de queda das plaquetas. A gasometria arterial pode indicar queda da pressão parcial de oxigênio e alterações do bicarbonato (acidose ou alcalose metabólicas)1. Distintos exames de imagem disponíveis atualmente podem ser realizados, como radiografia contrastada, fistulografia, ultrassonografia (US) e tomografia computadorizada (TC). Dessa forma, a escolha do exame de imagem na avaliação inicial de uma fístula deve ser feita caso a caso22. Nos primeiros dias, quando a fístula ainda está em formação, a US e a TC são preferidos, sendo capazes de mostrar processos extra luminais, como coleções, abscessos ou tumor. As imagens da TC não sofrem interferência da presença de gases e elucidam melhor o retroperitônio1,18,22. Após 7 a 10 dias, quando o trajeto da fístula já está bem formado, a fistulografia (Figura 3) ou a radiografia intestinal contrastada podem demonstrar a origem, trajeto, localização da fístula e a dimensão de coleções adjacentes1. Nas fístulas externas, a fistulografia pode ser usada como abordagem inicial e, também, como seguimento. Em algumas situações, a radiografia intestinal contrastada (como o trânsito intestinal ou o enema) oferece maiores informações, sendo o exame de escolha nas

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fístulas entero-entéricas22. Em situações como no caso de fístulas internas envolvendo outros órgãos, exames contrastados específicos podem ser solicitados, como cistografia, vaginografia, colangiografia, entre outros22. Destaca-se ainda que o meio de contraste baritado possui melhor capacidade em mostrar superfícies mucosas e maior sensibilidade. Entretanto, quando há suspeita de perfuração importante do TGI ou pneumoperitônio, o uso de contraste iodado solúvel é indicado, pelo risco de reações inflamatórias causadas pelo bário na cavidade (barium peritonitis)21,22. Também nas fístulas internas com comunicação extraintestinal, o meio de contraste iodado é geralmente preferido. Exceção a essa regra são as fístulas esôfago-brônquicas, em que o meio baritado é bem tolerado, já o iodado pode causar hipersensibilidade e edema pulmonar grave22. Outros exames de imagem podem ser usados em alguns casos, como a endoscopia digestiva e a ressonância magnética1.

Figura 3. Fistulografia direta evidenciando fístula colocutânea33. Uma vez estabelecido o diagnóstico de fístula digestiva, a monitorização diária do aspecto e volume é fundamental. Assim é possível estimar a origem, as repercussões fisiológicas e o prognóstico. Em algumas situações, em geral quando há dúvida sobre a origem da fístula, uma análise bioquímica do fluido eliminado (amilase, lípase, bilirrubinas, uréia, creatinina, pH, culturas e antibiograma) pode ser indicada1,4. Após a caracterização global da fístula digestiva, vários parâmetros permitem inferir a gravidade e a probabilidade de fechamento espontâneo. Alguns fatores que influenciam favorável ou desfavoravelmente (Tabela 1) devem ser analisados para uma estratégia terapêutica mais adequada a cada caso18. Abordagem terapêutica - Tratamento Clínico Entre 50% e 80% das fístulas digestivas fecham com tratamento não cirúrgico (conservador) geralmente em quatro a seis semanas. Em caso de má resposta ao tratamento clínico, devem-se pesquisar fatores impeditivos ou de impacto negativo para o fechamento espontâneo da fístula ou considerar abordagem cirúrgica da mesma1,19,21. Estudo prospectivo recente mostrou êxito no tratamento


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conservador de 61% dos pacientes com fístulas gastrointestinais num período de 5 anos,5 algo coerente com demais estudos prévios sobre o assunto23,24. Esse mesmo estudo mostra maior mortalidade associada à abordagem cirúrgica (32 versus 24%), mas os dados não se mostraram estatisticamente significativos (p > 0,05)5.

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sistemas de bolsa específicos, adaptados às condições locais e características da fístula. Já as de baixo débito (< 500 mL/dia) podem ser tratadas com curativos, sistemas de bolsa simples e proteção da pele adjacente21. Lembrar que o curativo ideal deve permanecer a maior parte do tempo seco e, para tal, há a necessidade de trocas frequentes. As

Tabela 1. Fatores que influenciam a cicatrização das fístulas intestinais externas.18 FATORES

FAVORÁVEIS

DESFAVORÁVEIS

Anatomia cirúrgica da fístula

Trajeto longo (>2cm) Trajeto único Nenhuma outra fístula Fístula lateral Origem (jejuno, cólon, coto duodenal e pancreatobiliar) Sem abscessos adjacentes Sem doença intestinal Sem obstrução distal Peq. defeito enteral (<1cm)

Trajeto curto (<2cm) Múltiplos trajetos Fístulas internas associadas Fístula terminal Origem (duodeno lateral, estômago e íleo) Abscessos grandes adjacentes Doença intestinal intrínseca (D. Crohn, Enterite actínica, Câncer) Obstrução distal Grande defeito enteral(>1cm) Rompida Infiltrada por inflamação Corpo estranho (malha)

Estado do intestino

Condição da parede abdominal Fisiologia do paciente Débito da fístula

Intacta Saudável Sem nenhum corpo estranho (tela) Sem desnutrição Sem sepse Baixo

A indicação de jejum justifica-se pela concomitante redução do volume e concentração das enzimas digestivas e, consequentemente, do débito e morbidez da fístula1. Deve ser instituído no primeiro momento, até estabilização clínica do paciente e avaliação do quadro geral, como, por exemplo, a identificação da característica da fístula. Neste momento, a correção hidroeletrolítica e acidobásica é uma das prioridades e deve ser feita baseada em dados de diurese, dosagem de íons séricos e gasometria arterial1,2. A drenagem adequada da fístula deve ser feita de maneira ampla. Em fístulas do abdome superior e/ou de alto débito, os drenos devem ser acoplados a sistema de aspiração de baixa pressão, dando-se preferência aos de silicone por causarem menos irritação do tecido adjacente que os convencionais rígidos2,21. Tal sistema se justifica devido à pressão negativa do abdome superior durante inspiração, sendo mais eficientes que os drenos comuns (sem pressão negativa), evitando escape de secreções, prevenindo infecções da cavidade e facilitando a aferição do débito2,21,25. Além disso, os drenos de sucção melhoram o odor e desconforto, favorecendo o convívio social e qualidade de vida do enfermo25. Quando a drenagem estabelecida é inadequada, coleções localizadas podem ser evacuadas por técnicas percutâneas com punção guiada por método de imagem (US ou TC). Se a drenagem percutânea for ineficaz, não houver janela para tal ou a coleção for multiloculada, a intervenção cirúrgica pode ser necessária21. O cuidado com a pele ao redor do orifício fistuloso é fundamental e varia dependendo da origem da fístula, natureza do efluente, condições da pele e localização do trato de saída. Nas fístulas de alto débito, se um sistema de aspiração não for factível, as secreções devem ser coletadas em

Com desnutrição Sepse Alto

barreiras de proteção da pele são necessárias quando a secreção é muito proteolítica, ácida ou básica, ou seja, em quase todas as fístulas21. Tal proteção pode ser feita com placas adesivas, recortadas para correta adaptação, ou com pastas protetoras1. Estudos não mostram superioridade entre as diversas substâncias utilizadas para esse fim, como a pasta de Karaya, de Acácia ou creme de alumínio5,21. Mas a Acácia se mostrou superior em peles inflamadas e ulceradas5. A infecção, importante fator associado a mortalidade, deve ser tratada prontamente, após coleta de material para cultura, com associações de antibióticos contra germes gram-positivos, gram-negativos e anaeróbios, como aminoglicosídeo, ampicilina e metronidazol. Além disso, faz parte do controle da infecção, medidas como remoção de pontos de sutura e grampos da área infectada, drenagem adequada e cuidados com a ferida21.O manejo dos antimicrobianos é complexo e deve levar em conta o perfil microbiológico da instituição. O uso de inibidores da secreção gástrica (inibidores da bomba de prótons ou bloqueadores histamínicos H2) parece estar associado à diminuição do débito da em cerca de 300 a 800 mL/dia, quando são fístulas do TGI alto e/ou de alto débito, além de melhorar a gastrite de estresse associada ao quadro1,2. Após estabilização clínica (volemia, diurese e equilíbrio hidroeletrolítico), a terapia nutricional assume papel relevante no tratamento1,18. A nutrição parenteral, por meio de cateter exclusivo em veia subclávia ou jugular interna, está indicada quando a ingestão oral ou enteral não é possível ou não supre as necessidades calóricas do paciente1,26. A nutrição parenteral está associada a redução do débito da fístula em cerca de 80% e da concentração de


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amilase em 50%, além de contribuir com a melhora do quadro nutricional, favorecendo a sua resolução. A oferta calórica deve alcançar entre 25 e 30 kcal/Kg/dia e a proteica entre 1,5 e 2,0 g/Kg/dia.1 A maioria dos autores sugere uma determinação mais apurada do aporte calórico no paciente sob terapia nutricional, através do cálculo do Gasto Energético Basal (GEB), que é multiplicado por fator de correção a depender da condição clínica (stress) de cada paciente, chegando-se ao Gasto Energético Total (GET). Esse valor é obtido de forma indireta pela fórmula de Harris Benedict27 ou por calorimetria, que é pouco utilizada na prática clínica28. Quando possível, deve-se utilizar a via enteral, uma vez ela mantém o trofismo da mucosa intestinal e previne translocação bacteriana. Alguns autores sugerem que a via enteral seja viável quando o débito da fístula atingir valores menores que 200 mL/dia e a via alimentar estiver a jusante ao orifício fistuloso, no caso de fístulas do TGI alto. Para garantir essa via alimentar, diferentes métodos podem ser indicados, como cateteres nasoentéricos ou jejunostomias nas fístulas do esôfago, ou nutrição oral com baixo teor de resíduos nas fístulas de íleo distal ou de cólons2. O tipo da dieta enteral varia também de acordo com a característica da fístula. Dietas poliméricas (nutrientes com estrutura molecular inteira) ou oligoméricas e com menos resíduos (oligopeptídeos, oligossacarídeos e lipídeos de cadeia média) contendo vitaminas, eletrólitos e elementos-traço estão disponíveis em grande variedade no mercado, devendo ser escolhidas conforme as características de cada caso1. A somatostatina ou a octreotide (sintético análogo da somatostatina)21, agem inibindo a secreção pancreática (tanto exócrina quanto endócrina), diminuindo o fluxo sanguíneo para o pâncreas e outros órgãos esplâncnicos, aumentando a absorção de água, reduzindo a motilidade do TGI, a secreção gástrica, o esvaziamento biliar e a secreção da vários hormônios, inclusive colecistocinina, peptídeo intestinal vasoativo e secretina. Assim, o uso destas drogas tem sido avaliado como coadjuvante no tratamento1,21. Clinicamente, o uso está associado com redução do débito da fístula, menor tempo para o fechamento espontâneo, redução da mortalidade e do tempo de internação hospitalar. Contudo, a taxa de fechamento espontâneo não foi significativamente melhorada, de acordo com os estudos realizados. Os efeitos indesejáveis são a diminuição do trofismo da mucosa intestinal e o aparecimento de diabetes1. Nos últimos anos foram realizados quatro estudos prospectivos randomizados e controlados, utilizando somatostatina ou octreotide1. Em dois, houve diminuição do tempo de fechamento das fístulas, porém a taxa de fechamento e a mortalidade foram semelhantes à do grupo placebo19,29. Nos outros dois estudos, não ocorreram benefícios estatisticamente significativos30,31. Diante disso, percebe-se que não se deve usar essas drogas indiscriminadamente. Os pacientes que mais se beneficiam são aqueles com fístulas de alto débito, na tentativa de estabilização clínica, permitindo melhor controle de distúrbio hidroeletrolítico, tratamento de foco séptico e da desnutrição, previamente a abordagem cirúrgica, funcionando como ponte terapêutica21. Nos últimos anos, a terapêutica endoscópica tem evoluído e contribuído muito também no manejo das

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fístulas digestivas. Dentre as modalidades, citam-se terapêuticas com stents metálicos auto expansíveis, dilatação pneumática, drenagem interna de abscessos com cateteres específicos, aposição de tecidos com clips metálicos e colas biológicas32,33. Os critérios utilizados para escolha de qual modalidade endoscópica será utilizada levam em conta o tempo de evolução, débito, tamanho da deiscência e topografia no TGI32. Contudo, a baixa acessibilidade, alto custo e pequena experiência da maioria dos serviços constituem fatores desfavoráveis ao uso da terapêutica endoscópica1. Abordagem terapêutica - Tratamento Cirúrgico O tratamento cirúrgico não substitui o tratamento clínico, mas o complementa em condições específicas. Na presença de infecção grave, como peritonite ou abscesso volumoso com sepse, torna-se necessária a operação de urgência. Quando não há fechamento espontâneo entre a quarta e sexta semanas, apesar do tratamento clínico otimizado, deve-se considerar a presença de fatores impeditivos e o tratamento cirúrgico eletivo no momento mais oportuno. Entre 20% e 30% dos pacientes terão que ser submetidos a operação de urgência, enquanto que 10% a 15% serão operados eletivamente após algumas semanas1. Operação de Urgência Na peritonite, impõe-se relaparotomia ampla, com lise de bridas e aderências, que deve ser realizada com extrema cautela, evitando-se novas lesões. A exposição e limpeza de todos os recessos da cavidade peritoneal são mandatórios. Tal limpeza deve ser feita com soro fisiológico o suficiente para que não haja resíduos ou secreções contaminadas. A sutura do orifício fistular, geralmente contraindicada, pode ser considerada em situações muito excepcionais, com reforço de epíplon feito sobre o orifício. O uso de drenos túbulo-laminares pode ser considerado quando há concomitância de abscessos localizados ou áreas de risco para novas fístulas1. Nas deiscências amplas ou completas de anastomoses com o intestino delgado com infecção adjacente importante, realiza-se exteriorização dos cotos intestinais (enterostomia desfuncionalizante), de forma a cessar a fonte contaminante da cavidade. Após cerca de três meses, quando se alcançar melhora clínica e nutricional, faz-se a reconstrução do trânsito intestinal1,18. As deiscências do esôfago ou estômago costumam ser graves e devem ser abordadas precocemente, com drenagem ampla do local, além de correção do defeito anastomótico após desbridamento ou ressecção segmentar de margens. Já nas fístulas colorretais ou do intestino delgado distal, o desvio do trânsito à montante por colostomia (ou ileostomia) em alça pode ser suficiente nos casos mais simples. Contudo, nas fístulas em dois tempos (formação de coleção perialça seguida de exteriorização por fístula), opta-se por laparotomia, limpeza da cavidade, drenagem do abscesso e ostomia em alça a montante. Nas deiscências totais de anastomoses colorretais, principalmente quando as condições locais e sistêmicas forem desfavoráveis, recomenda-se a técnica de Hartmann1,5,18. Em casos particulares, principalmente naqueles em que há intensa inflamação, necrose e edema, com dificuldade de aproximação dos bordos da incisão abdominal, a opção por laparostomia e reoperação programada deve ser uma conduta de exceção. As reabordagens


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são feitas preferencialmente dentro das primeiras 48 horas, após compensação clínica e laboratorial1,18. Operação Eletiva Após quatro a seis semanas, se não houver fechamento espontâneo, deve-se considerar a presença de fatores impeditivos e avaliar a necessidade de operação eletiva em momento mais oportuno. Vários autores recomendam que esse período varie de seis a oito semanas, em média, permitindo melhores condições clínicas e favorecendo a recuperação pós-operatória1,2,21. Várias são as opções que podem ser utilizadas quando da indicação cirúrgica eletiva: ressecção do trajeto fistuloso e sutura do orifício intestinal; ressecção do segmento intestinal afetado, em conjunto com o trajeto fistuloso, seguida de anastomose término-terminal. Nas fístulas múltiplas (complexas) jejunoileais, realiza-se dissecção em bloco das alças que contém fístulas, realizando-se a seguir ressecções localizadas de segmentos comprometidos, com lise de todas as aderências até o íleo terminal1. A derivação (bypass) pode ser considerada nas fístulas ileais em pacientes com “pelve congelada”, quando há recidivas tumorais ou radioterapia prévias. Para isso, deve-se localizar a alça adequada de intestino delgado mais distalmente possível com anastomose no colo transverso1. Estudos comparando os resultados entre as principais técnicas na abordagem cirúrgica da fístula não encontraram diferença estatisticamente significativa entre o reparo primário, ressecção e anastomose ou ostomia desfuncionalizante. Tais técnicas devem ser empregadas conforme as circunstâncias de cada paciente5. Conclusão As fístulas do trato gastrointestinal são complicações comuns na prática da clínica cirúrgica e requerem bom conhecimento dos fatores de risco e preventivos, dos meios de diagnósticos e da terapêutica, pelo cirurgião. Em virtude da grande diversidade e complexidade, o tratamento deverá ser instituído com as peculiaridades de cada caso, enfatizando-se as características gerais e repercussão em cada paciente. Por fim, deve-se enfatizar a importância do preparo pré e dos cuidados pós-operatórios para que melhores resultados sejam alcançados. Referências 1. Gama-Rodrigues JJ, Machado MCC, Rasslan S. Clínica Cirúrgica, Manole. 2008: São Paulo, SP. 2. Gomes CHR, Almeida MFA, Silva DV, Serpa GMT. Fístulas Digestivas - Revisão de Literatura. Unimontes Científica. 2004;6(2):113-22. 3. Consenso Mexicano en el manejo integral de las fístulas del aparato digestivo. Cirurgiano General. 2000;22(3):287-293. 4. Falconi M, Pederzoli P. The relevance of gastrointestinal fistulae in clinical practice: a review. Gut. 2001;49(Suppl 4):iv2-10. doi: 10.1136/gut.49.suppl_4.iv2 5. Kumar P, Namrata, Ahmad S. Enterocutaneous fistula: different surgical intervention techniques for closure along with comparative evaluation of aluminum paint, Karaya Gum (Hollister) and Gum Acacia for peristomal skin care. J Clin Diagn Res. 2015;9(12):16-20. doi:10.7860/JCDR/2015/16303.6981 6. Bertelsen CA, Andreasen AH, Jørgensen T, Harling H. Danish Colorectal Cancer Group. Anastomotic leakage after anterior resection for

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ARTIGO ORIGINAL

Perfil de pacientes e a ocorrência de complicações após cirurgia cardiovascular em hospital quaternário Profile of patients and occurrence of complications after cardiovascular surgery in a quaternary hospital Karen Thalita Pereira¹; Bárbara Santucci da Silva²,5, Naury de Jesus Danzi Soares3,5; Alexandre Ciappina Hueb4,5 1

Enfermeira, Doutoranda pela Universidade Estadual Paulista – UNESP; Guaratinguetá, São Paulo, Brasil. 2 Enfermeira, Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital de Clínicas de Itajubá (HCI), Itajubá, Minas Gerais, Brasil. 3 Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 4 Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 5 Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

INFORMAÇÕES GERAIS Recebido em: abril de 2019 Aceito em: junho de 2019 Palavras-Chave: Cirurgia Cardiovascular Complicações Pós-Operatórias Procedimentos cirúrgicos cardiovasculares

Keywords: Cardiovascular Surgery Post-Operative Complications Cardiovascular Surgical Procedures

RESUMO Introdução: As complicações no pós-operatório de cirurgia cardiovascular podem aumentar o tempo de internação, a taxa de mortalidade e os custos hospitalares. Objetivo: Conhecer as características dos pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular e identificar as complicações ocorridas no pós-operatório, durante o tempo de internação, em hospital quaternário. Métodos: Estudo unicêntrico, retrospectivo, transversal e quantitativo. Foram analisados 90 prontuários de pacientes submetidos a cirurgia cardiovascular, de junho de 2014 a julho de 2017. Resultados: Maior prevalência de pacientes do sexo masculino (67,8%), média de idade de 63,8 ± 3,4 anos e hipertensos (90%). O procedimento mais realizado foi a revascularização do miocárdio e o óbito entre esses pacientes foi de 3,33%. A circulação extracorpórea foi utilizada em 78% das cirurgias. Maioria dos pacientes ficou internada por menos de 24 h até a realização do procedimento. No pós-operatório, o tempo de ventilação mecânica foi inferior a 24 h e a droga mais utilizada foi o cloridrato de dobutamina. A complicação arrítmica foi a mais comum, com frequência de 22%. Conclusão: Não foi possível observar associação entre a pre-sença de fatores de risco e a ocorrência de com-plicações intra-hospitalares nos pacientes em pós-operatório de cirurgia cardiovascular.

ABSTRACT Introduction: Complications in the postoperative period of cardiovascular surgery may increase hospitalization time, mortality rate and hospital costs. Aims: To know the characteristics of the patients submitted to cardiovascular surgery and to identify the complications that occurred in the postoperative period, during the hospitalization time, in a Hospital of the South of Minas Gerais. Methods: A unicentric, retrospective, transverse and quantitative study. We analyzed 90 charts of patients undergoing cardiovascular surgery from June 2014 to July 2017. Results: Prevalence of male patients, with a mean age of 63.8 ± 3,4 years and hypertensive. The most accomplished procedure was myocardial revascularization and death among these patients was 3.33%. Extracorporeal circulation was used in 78% of surgeries. Majority of the patients were hospitalized for less than 24 hours until the procedure was performed. In the postoperative period, the mechanical ventilation time was less than 24 hours and the most commonly used drug was dobutamine hydrochloride. The arrhythmic complication was the most common, with a frequency of 22%. Conclusion: It was not possible to observe an association between the presence of risk factors and the occurrence of intrahospital complications in patients in the postoperative period of cardiovascular surgery. CC BY-NC-SA 4.0 2019 RCSHCI

* Correspondência: Rua Tomaz Wood, 62 – Bairro: Boa Vista | CEP 37505-056 | Itajubá – MG, Brasil, Telefone: (35) 991436354 karenthalitap@hotmail.com doi: 10.21876/rcshci.v9i2.850


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Introdução

Método

As Doenças Cardiovasculares (DCVs) são caracterizadas por atingirem os vasos sanguíneos e o coração, e são a principal causa de morte no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde1. No Brasil, em 2017, 17 milhões de pessoas foram vítimas de problemas cardiovasculares1 e, dentre a taxa de óbito global, 29,8% foram relacionados a essa doença2. Devido à alta taxa de mortalidade e o impacto na qualidade de vida, as DCVs tornaram-se um problema de saúde pública3. Os principais fatores de risco modificáveis para as DCVs são o diabetes melito (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperdislipidemia, sedentarismo, tabagismo, etilismo, sobrepeso e obesidade, enquanto os não modificáveis são a idade, gênero, raça e hereditariedade4. O tratamento para as DCVs pode ser clínico (mudança de comportamento e medicamentoso) ou cirúrgico, sendo a revascularização do miocárdio e as trocas valvares as cirurgias mais prevalentes5. Apesar de haver tratamentos intervencionistas minimamente invasivos para DCVs6, grande número de pacientes se beneficia do tratamento cirúrgico convencional7. A cirurgia cardiovascular é cada vez mais comum nos hospitais do Brasil. No ano de 2014, foram realizadas mais de 89 mil cirurgias cardíacas, sendo a maioria Sistema Único de Saúde8. As cirurgias cardiovasculares realizadas em pacientes que apresentam vários fatores de risco associados antes do procedimento cirúrgico têm maior chance de apresentar complicações no pós-operatório, tanto imediato como tardio. Estudo aponta uma relação causal entre a doença, prognóstico e risco futuro para o paciente5. Os pacientes são acompanhados intensivamente durante sua recuperação do processo anestésico e cirúrgico em unidades de terapia intensiva (UTI). Dentre esses cuidados, se faz necessário a detecção precoce de complicações esperadas, inerentes a cada tipo de cirurgia5. As complicações mais frequentes no pós-operatório de cirurgia cardiovascular são o infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo venoso, síndrome de baixo débito cardíaco, arritmias, sendo a mais frequente a fibrilação atrial, complicações pulmonares como atelectasias, lesão pulmonar aguda, broncoespasmo, pneumotórax e paralisia diafragmática, falência renal aguda, isquemia cerebral, complicações infecciosas e relacionadas à perfusão, como a síndrome vasoplégica2. Tais complicações podem aumentar a taxa de mortalidade, o tempo de internação, os custos e, acima de tudo, a perda irreparável de uma vida4. A taxa de mortalidade e o tempo de internação, portanto, são indicadores importantes para definir a qualidade assistencial de uma instituição de saúde9. Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo descrever as principais características dos pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular e identificar as complicações ocorridas no pós-operatório durante o tempo de internação em hospital quaternário do Sul de Minas Gerais.

Trata-se de um estudo unicêntrico, retrospectivo, transversal, quantitativo, realizado a partir da análise de prontuários de pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular no Hospital de Clínicas de Itajubá (HCI) MG, hospital quaternário, com credenciamento para transplante cardíaco, no período de 37 meses (de junho de 2014 a julho de 2017). Esse período foi determinado pelos pesquisadores, respeitando o início do serviço de cirurgia cardíaca no referido hospital. O valor amostral de 90 indivíduos foi obtido a partir de população de 240 pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular no período, em relação à incidência esperada de óbitos, com índice de confiança de 90%. A seleção dos prontuários foi realizada de forma aleatória, não sistematizada. Foram incluídos somente os prontuários que possuíam dados completos em relação aos fatores de risco e às complicações ocorridas. A coleta de dados dos prontuários foi realizada seguindo um instrumento desenvolvido pelos pesquisadores, que considerou: a) em relação ao sujeito: gênero, idade, índice de massa corpórea (IMC); b) em relação aos dados do pré-operatório: DM (definido como glicemia > 126 mg/dL ou uso contínuo de hipoglicemiante), HAS (definido como pressão arterial acima de 140 x 90 mmHg ou uso contínuo de anti-hipertensivos), creatinina sérica (considerada alterada quando acima de 1,0 mg/dL), tabagismo (consumo de tabaco até 3 meses anterior ao tempo de cirurgia) e tempo de internação anterior (quantos dias de internação antes da data da cirurgia); c) em relação aos dados do intra-operatório: tipo de cirurgia, uso de circulação extracorpórea (CEC), tempo de CEC e transfusão de hemocomponentes; d) em relação aos dados do pós-operatório: tempo de terapia com drogas vasoativas, tempo de ventilação mecânica, tempo de internação na UTI, agitação psicomotora e outras complicações pós-operatórias, como: complicações arrítmicas, infecciosas, pulmonares e renais. Foram consideradas como complicações pósoperatórias as apresentadas somente durante o tempo de internação do paciente no HCI. Os dados foram analisados pelo software estatístico SPSS® 13.0. A análise das variáveis categóricas foi realizada através do Teste Qui-quadrado, e as contínuas pelo teste t de Student independente. Os dados foram demonstrados por média, mediana, desvio padrão, intervalos interquartis (25% - 75%), frequência absoluta e relativa. Valores de p < 0,05, foram considerados estatisticamente significantes. Essa pesquisa foi realizada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Itajubá, sob parecer consubstanciado número 2.384.321, respeitando a resolução CNS 466/2012. Resultados Os resultados estão apresentados em forma de tabelas e figuras. A Tabela 1 evidencia as características clínicas, os dados pré, intra e pós-operatório e as complicações referentes aos pacientes que foram


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submetidos à cirurgia cardíaca, no período estudado. A maioria dos pacientes foram do sexo masculino e hipertensos. A cirurgia de maior frequência foi a de

revascularização do miocárdio e a prevalência de óbitos entre essa cirurgia foi de 3,33%.

Tabela 1. Características clínicas, dados do pré, intra e pós-operatório e complicações relacionadas aos pacientes submetidos a cirurgia cardiovascular no Hospital de Clínicas de Itajubá (n=90). Características

n

%

Clínicas Sexo Masculino Feminino Idade (anos) IMC (kg/m2) Tabagismo Hipertensão arterial Diabetes mellitus Creatinina prévia alterada (> 1,0) Tempo de internação anterior

61 29 63,8 ± 13,4* 24,7 ± 3,9* 43 81 43 20 1,0 (0,88 - 1,13)#

67,8 32,2 47,9 90 47,8 22,2 -

Dados do intra-operatório Utilização de CEC Tempo de CEC (min) Transfusão de hemocomponentes Tempo de cirurgia (min)

71 69,6 ± 20,3 32 185,3 ± 42,9

78,9 35,5 -

60 26 4

66,7 28,9 4,4

72 (48 – 120)# 10,5 (9 - 17)# 4,1 (3,1 – 6,1)# 29

32,2

6 2 4 0

6,6 3,3 15,4 0

Tipo de cirurgia Revascularização do miocárdio Troca valvar Combinada Em relação aos dados do pós-operatório Tempo de terapia com drogas vasoativas (h) Tempo de ventilação mecânica (h) Tempo de internação na UTI (dia) Agitação psicomotora Óbitos Total (n= 90) Revascularização do miocárdio (n=60) Troca valvar (n=26) Combinada (n=4)

IMC: Índice de Massa Corpórea; CEC: Circulação Extracorpórea; UTI: Unidade de Terapia Intensiva; *: média ± desvio padrão (DP); #, mediana (25 – 75% intervalo interquartil).

Na Tabela 2 é demonstrado os tipos de complicações observados durante o período de recuperação imediato intra-hospitalar, após cirurgia cardiovascular. Observa-se que a maioria dos pacientes não desenvolveu nenhum tipo de complicação durante o período de pós-operatório intra-hospitalar. As complicações relacionadas à arritmia foram as mais prevalentes. A Tabela 3 expõe a distribuição das drogas vasoativas que foram utilizadas pelos pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular. Foi constatado que o medicamento mais utilizado foi o cloridrato de dobutamina. A Tabela 4 apresenta a comparação entre os fatores de risco e evolução apresentadas pelos pacientes no período de pós-operatório intra-hospitalar. Foi possível observar que 86,7% apresentaram tempo de CEC inferior a 1 h 25 min, 64,4% tempo de internação pré-operatória menor que 24 h, 62,2% tempo de

ventilação mecânica inferior a 24 h, 22,2% valores de creatinina alterada, 64,4% IMC normal e 35,6% sobrepeso ou obesidade. Entretanto, não foi possível observar diferença significativa entre as categorias de variáveis analisadas. Tabela 2. Complicações após cirurgias cardiovasculares, realizadas no Hospital de Clínicas de Itajubá. Complicações Arrítmicas Pulmonares Infecciosas Renais Outras Nenhuma

n = 90

%

20 10 1 2 4 53

22,2 11,1 1,1 2,2 4,4 59


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Tabela 3. Distribuição das drogas vasoativas utilizadas pelos pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular, no período pós-operatório, no Hospital de Clínicas de Itajubá. Drogas Vasoativas Cloridrato de dobutamina Cloridrato de dopamina Nitroprussiato de Sódio Nitroglicerina Norepinefrina Epinefrina

n = 90 88 01 80 31 74 01

% 97,8 1,1 88,9 34,4 82,2 1,1

Tabela 4. Comparação entre os fatores de risco e as complicações no pós-operatório intra-hospitalar de pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular no Hospital de Clínicas de Itajubá (n=90). Variáveis IMC < ou igual 24,9 > 24,9 Creatinina na mulher 0,5 - 1,0 > 1,0 Creatinina no homem 0,7 - 1,2 > 1,2 CEC Sim Não Diabetes Melito Sim Não Gênero Homem Mulher Hipertensão arterial sistêmica Sim Não Tabagismo Sim Não Agitação psicomotora Sim Não Uso de hemocomponentes Sim Não Tempo de internação pré-operatória < ou = 1 dia > 1 dias Tempo de CEC < ou = 85 minutos > 85 minutos Tempo de VM até 12 horas < ou = 12 horas > 12 horas Tempo de UTI < ou = 2 dias > 2 dias Média de idade (± DP)*

Complicação

Valor p#

Sim

Não

26 11

32 21

0,33

10 2

15 2

0,71

17 8

28 8

0,39

28 9

43 10

0,53

17 20

26 27

0,77

25 12

36 17

0,11

31 6

50 3

0,10

17 20

26 27

0,77

12 25

17 36

0,97

15 22

17 36

0,41

27 10

31 22

0,16

32 5

46 7

0,79

19 18

37 16

0,07

2 35

4 49

0,69

63,8 anos (± 13,4)

0,55

IMC: Índice de Massa Corpórea, HAS: hipertensão arterial sistêmica, CEC: circulação extracorpórea, VM: ventilação mecânica, UTI: unidade de terapia intensiva, *dado apresentado por média ± desvio padrão (DP). #:Teste do qui-quadrado, : teste t de Student independente.


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Discussão A partir dos resultados obtidos neste estudo é possível observar que, dentre as cirurgias cardiovasculares realizadas, prevaleceu a cirurgia de revascularização do miocárdio, compatível com dados da literatura5,1013 . Referente a idade, os achados desse estudo corroboram com o encontrado em outras pesquisas que também apresentaram a média de idade em torno dos 61 a 69 anos5,8. Já outras pesquisas obtiveram a média de idade em torno dos 55 anos10,14,15. A idade está diretamente relacionada à ocorrência de doenças cardiovasculares devido a mudanças fisiológicas, práticas habituais de vida e comorbidades pré-existentes, que levam a necessidade de intervenção, ocasionando assim a alta prevalência de cirurgias cardiovasculares nessa população16. Em relação ao gênero, houve prevalência de pessoas do sexo masculino, o que está em consonância com o encontrado em outros estudos10,14,15,17. O sexo masculino sabidamente apresenta maior associação às doenças cardiovasculares, em grande parte graves e crônicas, sendo acometidos também por maior mortalidade que as mulheres16. No que se refere ao IMC, foi encontrada uma média de 24,7 kg/m², sendo que 64,4% apresentavam IMC normal e 35,6% sobrepeso ou obesidade, fato este que confirma o constatado em outras pesquisas, no qual houve prevalência de pacientes com IMC dentro da faixa de normalidade17,18. Em contrapartida outras pesquisas encontraram uma maior prevalência de pessoas com sobrepeso realizando cirurgias cardíacas10,18. Em relação aos valores de creatinina sérica, o presente estudo encontrou prevalência de alteração de 22,2%, porém não foi possível encontrar nenhuma associação significativa em relação à ocorrência de complicações. Tal achado também foi encontrado em outra pesquisa17, em que o valor mediano da creatinina foi de 1,1 mg/dL, bastante similar ao nosso achado (mediana de 0,86 mg/dL). Referente à porcentagem de pacientes com creatinina alterada, estudos mostraram que a doença renal prévia aumenta o risco para agravos futuros19,21. Portanto, é necessária a promoção de estratégias precoces para evitar a progressão de uma lesão renal aguda e suas complicações19. O uso da CEC foi observado na maioria das cirurgias cardíacas, assim como demonstrado em outros estudos18,21,22 e seu tempo médio em 86,7% dos casos foi inferior a 1 hora e 25 minutos. A CEC prejudica a troca gasosa, por isso é importante a utilização deste recurso pelo menor tempo possível21. A passagem de sangue por um circuito artificial colabora com alterações importantes no organismo humano, como a mudança do regime do fluxo sanguíneo, o estresse mecânico devido ao seu contato com superfícies não endoteliais, filtros, compressão e turbulências. Por isso, ela acaba sendo responsável pelo desencadeamento de uma série de reações inflamatórias e algumas consequências pós-cirúrgicas18,23. Quanto a presença de comorbidades, 47,8% dos pacientes eram portadores de diabetes melito, porcentagem superior ao encontrado em outros estudos10,14,15. Em relação à hipertensão arterial, 90% eram hipertensos. Estudos realizados em pacientes

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submetidos à cirurgia cardíaca também encontraram em mais de 50% da amostra estudada portadores de hipertensão arterial sistêmica14,21. Referente aos vícios, no caso o tabagismo, foi encontrado uma porcentagem de 47,8%, superior ao evidenciado em outras pesquisas, onde se encontrou de 1,3%16 a 35,3%14. O uso de hemocomponentes foi observado em 35,5% das cirurgias realizadas. Atualmente existem múltiplas estratégias clínicas e cirúrgicas para otimizar e diminuir a perda sanguínea, assim como melhorar a tolerância à anemia. Estes recursos terapêuticos deveriam ser mais frequentes visando diminuir o consumo de hemocomponentes, reduzir a morbimortalidade e custos hospitalares24, tendo em vista que o uso de hemocomponentes aumenta o tempo de permanência na UTI, de internação hospitalar e de complicações cardíacas, renais, respiratórias e infecciosas25. Quanto ao tempo de internação pré-operatória 64,4% tiveram tempo inferior a 24 h e uma mediana de 1,0 dia, tempo bem inferior ao encontrado em outro estudo, o qual a média de dias de internação pré-operatória foi de 7,07 dias26. Em relação ao tempo em que o paciente permaneceu na UTI, observou-se uma mediana de 4,1 dias, valor semelhante ao constatado em outro estudo, onde se encontrou uma média de tempo de permanência na UTI, de 3,8 dias nos grupos com CEC e 3,7 dias nos grupos sem CEC21. Quanto menor o tempo de permanência em ambiente hospitalar, mais favorável é o prognóstico, afinal o retorno ao ambiente familiar e a rotina diária, seguindo sempre as orientações e obedecendo as restrições recomendadas, é fundamental para uma reabilitação mais rápida26. Referente ao tempo de ventilação mecânica, obteve-se uma mediana de 10,5 horas, sendo que 62,2% destes pacientes permaneceram sob ventilação mecânica por menos de 12 horas. A utilização prolongada de ventilação mecânica pode estar relacionada ao desenvolvimento de infecções respiratórias e, consequentemente, ao aumento do tempo de permanência na UTI27. Para a ocorrência de um desmame de ventilação adequado são necessárias medidas terapêuticas analgésicas eficazes, uma vez que um paciente sem dor acorda mais tranquilo da anestesia, facilitando assim, o processo de desmame ventilatório11,27. Um estudo realizado recentemente apontou como causa do insucesso do desmame em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, o prolongamento da duração da CEC28. A extubação precoce pode minimizar a injúria pulmonar, aumentar o débito cardíaco, melhorar a perfusão renal, reduzindo a insuficiência renal aguda, reduzir o estresse e desconforto da aspiração no tubo orotraqueal e evitar a necessidade de sedativos, reduzindo assim, o tempo de internação e custos hospitalares14. O uso da ventilação não invasiva (VNI) na insuficiência respiratória após extubação é um grande aliado para que não ocorra uma nova intubação. O uso da VNI de modo profilático melhora as taxas de oxigenação e reduz o risco de complicações pulmonares como atelectasias e hipoxemia no período pós-operatório29. Um estudo realizado no Hospital de Clinicas de Ribeirão Preto com pacientes pós cirurgia cardíaca, demonstrou que a aplicação de VNI de forma preventiva no pós-operatório é segura e mantém os parâmetros hemodinâmicos


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estáveis e sem qualquer outro tipo de complicação como vômito, broncoaspiração, desconforto torácico, congestão nasal, pneumotórax, pneumoencéfalo, dor em seios da face, ressecamento nasal, enfisema subcutâneo nas pálpebras inferiores, aerofagia e epistaxe29. Em relação à mortalidade foi constatado o óbito em 6,6% dos casos, valor semelhante ao encontrado em outro estudo30 de 7,4% e muito inferior ao observado em outra pesquisa, de 20%15. Dessa forma, ficou evidenciado que, dos 90 prontuários analisados, 41% evoluíram com algum tipo de complicação, sendo encontrada maior prevalência de complicações arrítmicas, assim como evidenciado em outro estudo17. Em contrapartida, outra pesquisa evidenciou prevalência de complicações hidroeletrolíticas, seguida pelas complicações cardíacas11. A presença de complicações favorece o aumento do tempo de permanência do paciente na UTI14, da morbimortalidade e do custo financeiro referente ao tempo de internação hospitalar. Por isso, é necessária a prevenção efetiva dessas complicações por meio do controle dos fatores de risco existentes concomitantemente. Os profissionais de saúde são responsáveis por todo cuidado e assistência prestada no período pré, trans e pós-operatório, por isso a prática profissional é um instrumento poderoso de qualidade e de segurança na prevenção e controle de possíveis complicações14. Dos prontuários analisados, pode-se constatar que 11,1% dos pacientes, apresentaram complicações pulmonares. A utilização da CEC é considerada como a principal responsável pelas complicações pulmonares, devido a diversos fatores, como edema intersticial, congestão pulmonar, lesão no endotélio vascular pulmonar e microatelectasias. A cirurgia cardíaca, por si só, predispõe a alterações na mecânica respiratória, volumes pulmonares e trocas gasosas, que podem estar relacionadas ao tempo de CEC, grau de sedação e a intensidade da manipulação cirúrgica11,14. Alguns estudos demonstraram vantagens da não utilização da CEC na cirurgia de revascularização do miocárdio. Eles apontam uma redução da taxa de morbidade no pós-operatório, menor tempo de intubação oro traqueal, diminuição de complicações respiratórias e redução dos custos hospitalares11,17. Por fim, como limitações do estudo pode-se ressaltar a realização de um estudo retrospectivo, sendo assim, é uma pesquisa totalmente dependente de registros realizados em prontuários, o que favorece para o viés de imprecisão da informação. Espera-se que este estudo contribua com o serviço de saúde e seus profissionais, a fim de fornecer conhecimento para elaboração de estratégias que reduzam os índices de morbimortalidade relacionadas às complicações pós cirurgia cardíaca. Sugere-se a realização de mais estudos, que utilizem métodos prospectivos, para que se possa detectar precocemente as complicações do pós-operatório da cirurgia cardiovascular, evitando um aumento no número de mortes por esta causa. É válido ressaltar que pesquisas sobre o conhecimento do perfil dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca são de extrema importância para o estabelecimento de subsídios para a equipe multidisciplinar planejar e garantir todo o cuidado necessário a estes

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pacientes, identificando possíveis estratégias para minimizar as complicações pós-cirúrgicas que possam existir. Conclusão Não foi possível observar associação entre a presença de fatores de risco e a ocorrência de complicações intra-hospitalares nos pacientes em pós-operatório de cirurgia cardiovascular. A prevalência de fatores de risco e características clínicas observadas, incluindo mortalidade, estiveram dentro dos já observados na literatura. para que melhores resultados sejam alcançados. Referências 1. Governo do Brasil [Homepage na internet]. Dia mundial do coração. Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo [Acesso em 24 jan 2019]. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2017/09/doencas-cardiovasculares-sao-principal-causa-de-morte-no-mundo. 2. Rocha RM, Martin WA [eds]. Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro. Manual de Prevenção Cardiovascular. Planmark: Rio de Janeiro,2017. 3. Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT, et al. Sétima diretriz brasileira de hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3):1-103. 4. Gualandro DM, Yu PC, Caramelli B, Marques AC, Calderaro D, Fornari LS, et al. Terceira diretriz de avaliação cardiovascular perioperatória da sociedade brasileira de cardiologia. Arq Bras Cardiol 2017; 109(3Suppl.1):1-115. 5. Silva CAL, Cipullo R, Soares NJD, Hueb AC. Experiência inicial de cirurgia cardiovascular em um hospital geral do sul de Minas Gerais. Rev Soc Cardiol São Paulo. 2018;27(4):151-6. 6. Feres F, Costa RA, Siqueira D, Costa Jr JR, Chamié D, Staico R, et al. Diretriz da sociedade brasileira de cardiologia e da sociedade brasileira de hemodinâmica e cardiologia intervencionista sobre intervenção coronária percutânea. Arq Bras Cardiol. 2017;109(1Supl.1):1-81. 7. Tarasoutchi F, Montera MW, Ramos AIO, Sampaio RO, Rosa VEE, Accorsi TAD, et al. Atualização das diretrizes brasileiras de valvopatias: abordagem das lesões anatomicamente importantes. Arq Bras Cardiol. 2017; 109(6Supl.2):1-34. 8. Brasil. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Cadernos de Atenção Básica, no. 35: 2014. 9. Ministério da saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Taxa de mortalidade institucional 2012 [acesso em jan 2019]. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFT-02.pdf 10. Dessotte CAM, Figueiredo ML, Rodrigues HF, Furuya RK, Rossi LA, Dantas RAS. Classificação dos pacientes segundo o risco de complicações e mortalidade após cirurgias cardíacas eletivas. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2016 [acesso em: 27 jan 2019];18:e1140. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v18.37736. 11. Oliveira JMA, Silva AMF, Cardoso SB, Lima FF, Zierer MS, Carvalho ML. Complicações no pós-operatório de cirurgia cardiovascular com circulação extracorpórea. R Interd 2015; 8(1):9-15. 12. Rosier GL, Ribeiro AMR, Silva SO, Gleide GGL. Revascularização miocárdica e troca valvar: comparação no perfil dos indivíduos. Rev Saúde HSI 2016; 4:46-50. 13. Benetti JC, Krewer MG, Souza EN, Goldmeier S. Pacientes em pós operatório de cirurgia cardíaca: correlação entre dois métodos de medida da pressão arterial. Rev Enf UFSM 2013; 3(3):394-401. doi: 10.5902/217976928501 14. Fonseca L, Vieira FNV, Azzolin KO. Fatores associados ao tempo de ventilação mecânica no pós operatório de cirurgia cardíaca. Rev Gaúcha Enferm 2014; 35(2):67-72. doi: 10.1590/1983-1447.2014.02.44697


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18

disadvantages. Rev Bras Cir Cardiovasc 2014; 29(2):266–71. doi: 10.5935/1678-9741.20140029 Santos AA, Silva JP, Silva LF, Sousa AG, Piotto RF, Baumgratz JF. Opções terapêuticas para minimizar transfusões de sangue alogênico e seus efeitos adversos em cirurgia cardíaca: revisão sistemática. Rev Bras Cir Cardiovasc 2014; 29(4):606-21. doi: 10.5935/1678-9741.20140114 Hajjar LA, Vincent JL, Galas FR, Nakamura RE, Silva CM, Santos HM, et al. Transfusion requirements after cardiac surgery: the TRACS randomized controlled trial. JAMA 2010; 304(14):1559-67. doi: 10.1001/jama.2010.1446 Silveira CR, Santos MBK, Moraes MAP, Souza EN. Desfechos clínicos de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em um hospital do Noroeste do Rio Grande do Sul. Rev Enferm UFSM [Internet] 2016; 6(1):102-11. doi: 10.5902/2179769216467 Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/16467 Cordeiro ALL, Oliveira LFL, Queiroz TC, Santana VLL, Melo TA, Guimarães AR, et al. Association of respiratory mechanics with oxygenation and duration of mechanical ventilation after cardiac surgery. Int J Cardiovasc Sci 2018; 31(3):244-9. doi: 10.5935/2359-4802.20180018 Shoji CY, Figuereido LC, Calixtre EM, Rodrigues CDA, Falcão ALE, Martins PP, et al. Reintubação de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca: uma análise retrospectiva. Rev Bras Ter Intensiva 2017; 29(2):180-7. doi: 10.5935/0103507x.20170028 Franco AM, Torres FCC, Simon ISL, Morales D, Rodrigues AJ. Avaliação da ventilação não-invasiva com dois níveis de pressão positiva nas vias aéreas após cirurgia cardíaca. Rev. Bras. Cir.Cardiovasc 2011; 26(4):582-90. doi: 10.5935/16789741.20110048 Reis PV, Sousa G, Lopes AM, Costa AV, Santos A, Abelha FJ. Sistemas de classificação da gravidade da doença e mortalidade após cirurgia não cardíaca. Rev Bras Anestesiol 2018; 68(3):244-253. doi: 10.1016/j.bjane.2017.11.008


ANAIS


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REI DO EMPÓRIO C O N V E N I Ê N C I A


Comissão Organizadora Ralf Priesnitz Simch Adeline Fatima Daniel Jéssica Reis Pereira Karen Bianca Dias Ribeiro Lybio Martire Junior Maria do Carmo Chiaradia

Diretório Acadêmico

Ana Julia Nassar Barreto Ana Paula de Araújo Raimundo Beatriz Gianini de Oliveira Burza Maia Bruna Victória Alves Teixeira Furtado Danielle Marco da Silva Gabriela Gonçalves Souza Isis Ferreira Medeiros Jackelline Camargo Preto João Paulo Silva Domingueti Lívia Souza Almada Lopes Lucas Gomes de Hollanda Cavalcanti Maria Clara Fernandes de Almeida Maria Luiza Soares Felipe Stella Pereira Jardim Victória Silva Capucci Vitória Del Sarto Zanetti Silva

Coordenadora Científica Marileia Chaves Andrade

Secretária Científica Jéssica Reis Pereira

Editoração dos ANAIS Jose Marcos dos Reis


XXIX Semana Médica, XVI COMA - Congresso Médico Acadêmico e XI Congresso de Iniciação Científica - 06 A 09 DE MAIO DE 2019 Local: Faculdade de Medicina de Itajubá (Av. Renó Júnior, 368 - São Vicente, Itajubá - MG, 37502-138)

Caros Congressistas,

Com grande satisfação, a Faculdade de Medicina da Itajubá (FMIT), em parceria ao Diretório Acadêmico Oito de Outubro (DAMED), anunciam a 39ª Semana Médica concomitante ao XV Congresso Médico Acadêmico – COMA e ao X Congresso de Iniciação Científica, a serem realizados entre os dias 6 a 9 de maio. O evento é de caráter representativo de todas as áreas da saúde, e para tanto, procurou-se organizá-lo priorizando os temas de interesse aos alunos, além de trazer os ex-alunos de volta à sua casa. Contamos também com o apoio imprescindível de nossos patrocinadores, sem o qual não seria possível a realização do evento. Sejam bem-vindos!

Comissão Organizadora

PROGRAMAÇÃO GERAL 06 de maio (Segunda- Feira) PERÍODO DA TARDE (13h às 17h30min) Apresentação de Trabalhos de Conclusão de Curso e Temas Livres Intervalo: 15h às 15h30min

PERÍODO DA NOITE (18h às 21h) Local: Anfiteatro Doutor Albert Sabin

18h: Entrega de material


19h: Cerimônia de abertura 19h30min: Palestra “Análise dos crimes mais violentos do Brasil sob o prisma da psiquiatria forense” Dr. Guido Arturo Palomba Graduou-se, em 1974, pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e especializou em psiquiatria forense com título reconhecido pela Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Psiquiatria e Sociedade Brasileira de Medicina Legal. Foi médico e médico-chefe do Manicômio Judiciário de São Paulo (1975-1985) e é perito habilitado nos Tribunais Judiciários de São Paulo desde 1975. Tem atuado, desde 1985, como consultor convidado de alguns órgaos de comunicação para assuntos psiquiátricos – forenses, assim como professor convidado de algumas faculdades de direito, de psicologia e de medicina, entre outras entidades como a Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra, OAB, Academia de Política de São Paulo, Policia Militar, Associação Paulista de Medicina. É membro do Conselho Editorial de revistas científicas e culturais, nacionais e internacionais. Foi diretor cientifico, no Brasil, do British Medical Jornal.

20h30min: Encerramento

07 de maio (Terça- Feira) PERÍODO DA TARDE (13h às 17h30min) Apresentação de Trabalhos de Conclusão de Curso e Temas Livres Intervalo: 15h às 15h30min

PERÍODO DA NOITE (19h às 22h) Local: Anfiteatro Doutor Albert Sabin

19h: Palestra “Aspectos fisiológicos da vitamina D” Dr. Ronald Canêjo Graduado em 1995 pela Universidade de Pernambuco, possui Residência Médica em Cirurgia Geral, pós-graduado no curso Master em Ciências da Fisiologia Humana e pósgraduação em Estratégia Ortomolecular, além de vários cursos na área de Medicina Integrativa. É coordenador científico, palestrante e docente do Grupo Longevidade Saudável em Pernambuco e atualmente compõe a diretoria do SOBRAF (Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia), onde ocupa o cargo de Vice-Presidente.

20h: Coffee break


20h30min: Palestra “Disbiose e imbalanços hormonais” Dr. Ronald Canêjo Graduado em 1995 pela Universidade de Pernambuco, possui Residência Médica em Cirurgia Geral, pós-graduado no curso Master em Ciências da Fisiologia Humana e pósgraduação em Estratégia Ortomolecular...

21h30min: Encerramento

08 de maio (Quarta- Feira) PERÍODO DA TARDE (13h30min às 17h30min) Minicurso: Suporte básico de vida Local: Laboratório de Anatomia

Dra. Simone Alessandra Rodrigues Junqueira Possui graduação em Enfermagem pela Universidade do Vale do Sapucaí (2001). Atualmente é enfermeira - BRVida Atendimento Pré Hospitalar Na unidade de Suporte Avançado de Vida, enfermeira Aeromédico - Consorcio Intermunicipal de Saúde Sul Minas, e Enfermeira Consorcio Intermunicipal de Saúde do Sul de Minas como intervencionista no Samu de Ouro Fino.Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem em Urgência e Emergência, atuando principalmente no seguinte tema: Atendimento Pré Hospitalar e Resgate Rodoviário.

Minicurso: Saúde do corpo a mente. Local: Anfiteatro Doutor Albert Sabin

Dra. Carolina Ribeiro Lopes Ferrer Formada pela Faculdade de Medicina de Itajubá. Residente de Medicina Esportiva pela UNIFESP/EPM. Pós-graduada em Medicina Esportiva pela UNIFESP/EPM. Pósgraduanda em Medicina Chinesa e Acupuntura pelo CenterAO. Pós-graduanda em Psicologia Esportiva pelo CEPPE. Médica da equipe da CBJ – Judô. Experiência de campo no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa de São Paulo.

Minicurso: Noções básicas de Eletrocardiograma Local: Mini Anfiteatro Professor Kleber Lincon Gomes

Dr. Lucas Magalhaes dos Reis Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2008). [...]


[...] Concluiu residência médica em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP (2012), Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo (2014) e Ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (2016). Titulado em Cardiologia e Ecocardiografia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC-AMB) Atualmente, exerce a função de professor das disciplinas de Semiologia Médica e Cardiologia, na Faculdade de Medicina de Itajuba (FMIT - AISI). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Clínica Médica, Cardiologia, Ecocardiografia e Terapia Intensiva.

Minicurso: “Radiologia de emergência: O que todo médico precisa saber” Local: Sala 8

Dr. Diego Lima Nava Martins Médico radiologista e mestre e Medicina pela UFES. Radiologia intervencionista e angiorradiologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein/SP.

15h30min às 16h: Coffee break

PERÍODO DA NOITE (19h às 22h) Local: Anfiteatro Doutor Albert Sabin

19h: Palestra “O que vou ser quando crescer” Dr. Marcelo de Andrade Vieira Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá em 2005. Cirurgião Geral pela Faculdade de Medicina de Taubaté em 2008. Cirurgião Oncológico pelo Hospital de Câncer de Barretos em 2011. Atualmente é Cirurgião Staff da equipe de Ginecologia Oncológica do Hospital de Câncer de Barretos. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Membro da Sociedade de Ginecologia Oncológica Mundial (SGO). Mestre em Oncologia pelo Hospital

20h: Coffee Break 20h30min: Palestra “Insuficiência Cardíaca” Dra. Sasha Barbosa da Costa Pimenta Cardiologista com Título de Especialista em Cardiologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Especialização em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo InCor/HCFMUSP em São Paulo - SP (2016-2018) e especialista em Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - InCor/HCFMUSP em São Paulo - SP (2018-2019). Cursou Residência Médica em Clínica Médica no Hospital das Clínicas Samuel Libânio em Pouso Alegre - MG (2014-2016). Possui graduação em Medicina pela Universidade José do Rosário Vellano em Alfenas MG (2013). Desde fevereiro de 2017 é membro da equipe de Medicina Interna e Membro da equipe de Terapia Intensiva do Hospital Renascentista em Pouso Alegre - MG.


21h30min: Encerramento

09 de maio (Quinta - Feira) PERÍODO DA TARDE (13h30min às 17h30min) Minicurso: Suporte básico de vida Local: Laboratório de Anatomia

Dr. José Caruso Possui graduação em Medicina, Mestre em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Professor Titular de Anestesiologia e Professor na Disciplina de Urgência e Emergência junto a Faculdade de Medicina de Itajubá (MG), Co-Responsável pelo Programa de Residência Médica do Hospital Escola de Itajubá na aérea de Anestesiologia, prestador de serviço em Hospitais Privados e médico concursado na Prefeitura Municipal de São Paulo - HSPM. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em ANESTESIOLOGIA, atuando principalmente nos seguintes temas trauma, anestesia em cirurgia vascular periférica; anestesia para experimentação animal.

Minicurso: Saúde do corpo a mente. Local: Anfiteatro Doutor Albert Sabin

Dra. Carolina Ribeiro Lopes Ferrer Formada pela Faculdade de Medicina de Itajubá. Residente de Medicina Esportiva pela UNIFESP/EPM. Pós-graduada em Medicina Esportiva pela UNIFESP/EPM. Pósgraduanda em Medicina Chinesa e Acupuntura pelo CenterAO. Pós-graduanda em Psicologia Esportiva pelo CEPPE. Médica da equipe da CBJ – Judô. Experiência de campo no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa de São Paulo.

Minicurso: Noções básicas de Eletrocardiograma Dr. José Ricardo Costa de Oliveira Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá (2008). Especialista em Clínica Médica pelo Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá (Fev/2012) Especialista em Cardiologia pelo Hospital das Clínicas Samuel Libânio (2014) com título validado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016) Especialista em Ergometria pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2018).


Minicurso: “Radiologia de emergência: O que todo médico precisa saber” Dr. Diego Lima Nava Martins Médico radiologista e mestre e Medicina pela UFES. Radiologia intervencionista e angiorradiologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein/SP.

15h30min às 16h: Coffee break

PERÍODO DA NOITE (19h às 22h) Local: Anfiteatro Doutor Albert Sabin

19h: Palestra “Anestesia: O que não me contaram na faculdade” Dr. Hugo Belato Médico, graduado pela Faculdade de Medicina de Itajubá, em 2017 e Medico Residente em Anestesiologia do Hospital das Clinicas Samuel Libanio - CET/SBA Pouso Alegre-MG, atualmente no R1. Membro aspirante da Sociedade Mineira de Anestesiologia (SAMG) e membro aspiranteadjunto da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).

19h30min: Palestra “Asma e DPOC fisiopatológicas e novidades terapêuticas” Dr. Ahmad Abduny Rahal Possui graduação em medicina pela Faculdade de Medicina da Fundação ABC (1986), com Residencia Médica em Cirurgia Torácica no H. do Servidor Público de São Paulo. Titulo de Especialista em Cirurgia Torácica e Pneumologia, SBPT e SBCT. Atualmente é Diretor médico da CLINAR em Pouso Alegre, MG; encarregado de ambulatório de pneumologia da PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE. Médico intensivista do Hospital e Maternidade Dr. Christovão da Gama, Santo Andre - SP, e H. Renascentista, Pouso Alegre - MG. ExColaborador do ambulatorio de DPOC e DPA (doença pulmonar avançada), disciplina de pneumologia UNIFESP. Médico da Disciplina de Pneumologia da Faculdade e Medicina da Fu ABC, desde 2011 e docente da mesma disciplina desde 2013. Atuando em Pesquisa Clinica junto ao CEPES/FMABC DESDE 2012.

20h30min: Menção honrosa aos melhores Temas livres e Trabalhos de Conclusão de Curso 21h: Cerimônia de Encerramento


23h: Confraternização ShowMed Local: Albatroz (Av. Renó Júnior, 510 - São Vicente, Itajubá - MG, 37502-101)

Dr. Lybio Martire Junior

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TRABALHOS CIENTÍFICOS


IMPLEMENTAÇÃO E APLICABILIDADE DA ESCALA DE RISCO FAMILIAR EM UMA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Ana Cristina Viana¹, Suélen Ribeiro Miranda Pontes Duarte² 1.

Acadêmica do 5° ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Itajubá, Minas Gerais, Brasil 2. Professora Adjunta da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Itajubá, Minas Gerais, Brasil

RESUMO INTRODUÇÃO: A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica¹. Uma das ferramentas da ESF é a visita domiciliar (VD), que se destaca como intervenção capaz de promover ações de promoção, prevenção e reabilitação dos indivíduos em seu contexto familiar. Para a otimização da dinâmica das VDs pode-se usar a escala de classificação de risco familiar ². Esse instrumento consiste em uma lista de indicadores com escores cuja somatória classifica o risco familiar e determina qual seria a frequência ideal de visitas para cada família adscrita, possibilitando a priorização das VDs de acordo com a necessidade familiar. OBJETIVO: identificar e classificar o grau de risco familiar por meio da escala de classificação de risco familiar Coelho-Savassi em uma ESF de um Município do Sul de Minas Gerais METODOLOGIA: trata-se de estudo transversal, de natureza quantitativa e descritiva, realizado em uma ESF no Sul de MG. A escala de risco familiar foi implementada à 155 das famílias da área de abrangência da ESF, a escala foi preenchida de acordo com VDs ou análise de prontuários e outras informações disponibilizadas pela equipe. RESULTADOS: A maioria das famílias não apresentaram risco (125-80,64%), sendo classificadas como R0. Entretanto parcela significativa das famílias foram identificadas como de algum risco (30- 19,36%), sendo 53,33% (16) classificadas como R1, 40% (12) como R2 e 6,67% (2) classificaram- se como risco máximo (R3). CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo mostram que proporção significativa (19,36%) das famílias cadastradas em uma ESF foi classificada com algum grau de risco, indicando a condição de vulnerabilidade social e de saúde das mesmas. A identificação e classificação do grau de risco familiar, bem como os fatores que contribuem para tal, por meio de um instrumento de avaliação multidimensional, mostrou-se ferramenta útil para o adequado planejamento e direcionamento de políticas públicas em saúde. APOIO: Fapemig.

Palavras-Chaves: visita domiciliar; estratégia de saúde da família; vulnerabilidade social.


“EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO SEM CARGA E COM CARGA NA MEMÓRIA DE CURTO PRAZO E DE LONGO PRAZO DE RECONHECIMENTO DE OBJETOS.” Ana Isabel Leone Pinto 1, Rodolfo Souza de Faria², Paulo José Oliveira Cortez³, Clarissa Trzesniak4. 1Acadêmica do 6° ano do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá. 2Professor de Fisiologia Humana da Faculdade de Medicina de Itajubá. 3- Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá. 4- Pesquisadora da Faculdade de Medicina de Itajubá.

Resumo Introdução: Memória é uma modificação comportamental advinda da relação entre o organismo e o meio. Resulta da prática, experiência e observação, estabelecendo alterações moleculares e celulares nos circuitos neuronais. Atividade física regular é responsável por melhorias na função cognitiva, aumenta a capacidade do aprendizado e memória. Tendo em vista que a prática de exercício físico é cada vez mais incentivada e que influencia a memória, fazem-se necessários estudos mais profundos dessa relação. Objetivos: Investigar a relação entre a atividade física sem carga e com carga na memória de curto prazo e de longo prazo de reconhecimento de objetos em ratos. Metodologia: 30 ratos machos Wistar adultos, divididos em 03 grupos (n=10): Carga 10%, Sem Carga e Controle, e submetidos aos procedimentos: Adaptação do Nado Forçado, por 15 minutos, durante 7 dias, em que o Grupo Controle, foi alocado no recipiente do nado, com água na altura de 5 cm, enquanto os Grupos Carga 10% e Sem Carga foram alocados, separadamente, no mesmo recipiente, mas com água na altura de 30 cm. Após 72 horas, iniciou o Treino do Nado forçado, em que o Grupo Controle foi alocado no recipiente do nado, com água na altura de 5 cm, enquanto os Grupos Carga 10% e Sem Carga também realizaram sessões diárias de 15 minutos, 5 vezes por semana, durante 9 semanas, mas com água na altura de 30cm. Antes dos testes de memória foi realizado habituação por 03 dias. Ao fim da habituação, os ratos foram colocados por 5 minutos na arena para explorar 2 objetos idênticos. Após 90 minutos do treino os animais passaram pelo Teste da Memória de Curto Prazo em que exploraram a arena na presença de um objeto familiar e de um novo. Após 10 dias os animais passaram pelo teste de Teste de Memória de Longo Prazo, em que exploraram um objeto familiar e um novo objeto. Valores obtidos foram analisados através do teste de Kruskal- Wallis. A significância foi definida quando p<0,05. Resultados: A partir dos dados obtidos pelo percentual de exploração do objeto novo B e objeto novo C durante o Teste: Memória de Curto prazo de Reconhecimento de Objetos e de Longo Prazo respectivamente, (p = 0,073 e p = 0,879) não revelando diferença estatisticamente significante. Conclusão: No presente estudo o exercício físico não revelou efeito na memória espacial em suas diferentes fases. Palavras-chave: Memória de Curto Prazo, Memória de Longo Prazo, Nado Forçado, Reconhecimento de Objetos


“ANÁLISE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS EM PACIENTES PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO” Paulo José Oliveira Cortez1, Lucas dos Reis Magalhães², José Ricardo Oliveira³, Bruno Cláudio de Souza Sapper4

1 Orientador. Fisioterapeuta. Doutor em Biomecânica- UNESP

2 Colaborador. Médico. Especialista em Cardiologia- USP

3 Colaborador. Médico. Especialista em Cardiologia - HCSL 4 Autor. Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá- FMIT

Introdução: As doenças cardiovasculares (D.C.V.) tem importante papel no que se refere a causas de mortes. Dentre as D.C.V, tem-se o Infarto Agudo do Miocárdio (I.A.M.). O prognóstico para tal enfermidade depende, também, da adesão dos pacientes às prescrições médicas, o que aparenta ser momentânea ou até mesmo reduzida. Em contrapartida, as recomendações para mudança do estilo de vida parecem não ser tão convincentes ao ponto de incentivar o enfermo à tal prática. Objetivos: Analisar as Prescrições Médicas em pacientes pós Infarto Agudo do Miocárdio. Material e Métodos: Foi aplicada entrevista estruturada a 28 pacientes em seguimento Pós I.A.M. e a 5 médicos cardiologistas no município de Itajubá-MG, por meio de amostragem não-probabilística e/ou intencional. Resultados: Dos pacientes entrevistados, 20 pacientes (71,40%) eram do sexo masculino e 8 pacientes (28,60%) do sexo feminino. 35,70% dos pacientes tinham entre 61 e 70 anos, 28,60% entre 51 e 60 anos, 21,40% entre 71 e 80 anos e 14,30% entre 41 e 50 anos. 53,60% dos pacientes receberam prescrições médicas e 46,40% não receberam. Dos pacientes que receberam prescrições médicas, 86,70% dos pacientes relataram que as prescrições foram feitas de maneira escrita e 13,30% de maneira verbal, 93,30% alegam que as prescrições surtem efeito e 6,70% alegam não surtir efeito. Em relação aos médicos entrevistados, 100% diz fazer prescrição médica à vítimas de I.A.M., e 80% as fazem de maneira verbal, sendo 20% de maneira escrita. Conclusão: Os dados coletados evidenciam que pouco mais da metade dos pacientes entrevistados (53,60%) receberam prescrições médicas, algo preocupante. Apesar disso, dos pacientes orientados, a maioria (93,30%) acreditam no efeito positivo dessas prescrições. Ainda fica evidenciado que todos os médicos fazem prescrições médicas ao pacientes, apesar de que a maioria deles (80%) as fazem de maneira verbal. Palavras-chave: Prescrições, Infarto do Miocárdio, Saúde Pública.

Apoio/financiamento: O trabalho conta com o apoio da Faculdade de Medicina de Itajubá e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Agradecimentos: Agradecemos a FAPEMIG pelo financiamento.


“FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES ASSOCIADOS À ANGINA DURANTE O TESTE ERGOMÉTRICO” José Marcos dos Reis, José Ricardo Costa de Oliveira2, Dalmo Antônio Ribeiro 3, Caio Arantes Mishima4Christian Pietro Evangelista5 1 Orientador. Doutorado em Medicina pela UFMG 2 Colaborador. Médico. Cardiologista - XX

3 Colaborador. Médico. Doutor em Cardiologia - XX 4 Autor. Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá

5 Co-autor. Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá

INTRODUÇÃO: As doenças do aparelho circulatório apresentam prevalência, morbidade e letalidade elevadas, tornando especialmente relevante a definição de competências para a prática cardiológica. Angina estável é tipicamente desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse emocional e atenuada com uso de nitroglicerina e derivados, enquanto a angina instável pode resultar do excesso de demanda ou do suprimento inadequado de oxigênio ao miocárdio.Estão comumente associadas com ausência no suprimento de oxigênio ao miocárdio, tendo diversas causas. Dessa forma, o sintoma de angina se manifesta quando a necessidade metabólica do coração não é suprida. Tanto a angina estável quanto a angina instável possuem importante associação com fatores de risco e afetam a qualidade de vida dos pacientes que as possuem, constituindo um problema na cardiologia pela elevada morbidade e pela mortalidade decorrente de suas complicações. OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco cardiovasculares envolvidos na doença anginosa. MÉTODOS: Foram analisados 721 prontuários dentre os 750 prontuários de pacientes maiores de 18 anos, que declaram sentir angina durante o teste ergométrico. Tal coleta foi realizada numa clínica de diagnóstico cardiológico conveniada ao SUS. As variáveis utilizadas foram Idade, Sexo e fatores de risco (Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, Dislipidemia, Tabagismo, Histórico Familiar, dentre outros). RESULTADOS:O sexo masculino foi responsável por 64% dos casos de angina durante o teste ergométrico e o sexo feminino correspondeu a 36% dos casos. O IMC dos homens igual a 27,31 kg/m2e das mulheres de 24,11 kg/m2. Em relação aos fatores de risco associados com a presença de angina durante o teste ergométrico observouse que o mais frequente foidislipidemia com 157 relatos, seguido de História Familiar de Doença Cardiovascular (HF) com 129 pacientes, obesidade com 79 pacientes, Diabetes Mellitus (DM) com 73 pacientes, Hipertensão Arterial Sistêmica com 56 pacientes e por último o tabagismo com 17 ocorrências. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o presente estudo obteve êxito ao mapear os principais fatores de risco para o desenvolvimento de angina. Palavras-chave: Angina Pectoris, Ergometria, Fatores de Risco, Cardiologia

Agradecimentos: Agradecemos á FAPEMIG pelo apoio financeiro a este presente estudo.


ESTUDO DE VERIFICAÇÃO DOS PROCESSOS ETIOLÓGICOS ENVOLVIDOS NO AUMENTO DE SÍFILIS (TREPONEMA PALLIDUM) EM ITAJUBÁ (MINAS GERAIS) Camila Alcantara Quidigno 1, Marcos Henrique Ferrarez Faria1, Paulo José Oliveira Cortez2 1Acadêmico da Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil. 2Professor Adjunto da Faculdade de Medicina de Itajubá. Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

Resumo

Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa crônica, que desafia há séculos a humanidade. Acomete praticamente todos os órgão e sistemas, e, apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, vem-se mantendo como problema de saúde pública até os dias atuais. Foi observado no Brasil, nos últimos cinco anos, um aumento constante no número de casos de sífilis. Objetivos: Verificar as causas envolvidas no aumento da sífilis, causada pelo agente Treponema pallidum, no município de Itajubá, Minas Gerais. Métodos: Foi aplicado questionário a 20 profissionais da saúde, composto por médicos, enfermeiros e psicólogos do CAP (Centro de Assistência e Prevenção à DST/AIDS) Itajubá e do Hospital de Clínicas de Itajubá. Resultados: 20 entrevistados (34%) relataram como causa do aumento de casos da doença o não uso de preservativo, 12 (20%), o uso de álcool e/ou drogas, 11 (19%), baixa instrução, 9 (15%), redução do estigma sobre DSTs, 4 (7%), banalização do tratamento e 2 (3%), outros. Na pergunta de número 2, foi questionado se o profissional considerava que existia divulgação e conscientização populacional de maneira correta no munícipio, sendo que 16 (80%) entrevistados responderam que não e 4 (20%), que sim. Na pergunta de número 3, foi indagado se o profissional participante considera que o apoio e tratamento aos pacientes são adequados no munícipio, sendo que 14 (70%) responderam que sim e 6 (30%), que não. Conclusão: Conclui-se que o apoio e o tratamento dos pacientes portadores de sífilis são adequados, entretanto a divulgação e conscientização populacional são precárias no munícipio.

Apoio financeiro: FAPEMIG

Palavras-chave: Sífilis, Treponema pallidium, Epidemiologia, Perfil de Saúde


HEMOSTASIA APÓS CATETERISMO ARTERIAL UTILIZANDO TORNIQUETE DE COMPRESSÃO DE ARTÉRIA RADIAL Christian Pietro Evangelista1, Jaqueline Pereira Souto 2, Alexandre Ciappina Hueb3, Paulo José Oliveira Cortez4 1- Acadêmico da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. 2- Enfermeira graduada pela Escola de Enfermagem Wenceslau Braz Itajubá-MG, Integrante do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá (HE/FMIt, Minas Gerais, Brasil. 3- Professor Titular de Cirurgia da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. 4- Professor Adjunto da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil.

Introdução: Com o aumento da expectativa de vida há também um consequente aumento das doenças cardiovasculares e consequentemente de intervenções coronárias percutâneas. O objetivo do estudo foi avaliar obtenção de hemostasia após cateterizações arteriais percutâneas, por via radial, utilizando o Torniquete de Compressão de Artéria Radial. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, prospectivo, transversal de abordagem quantitativa, que avaliou 80 prontuários de pacientes submetidos consecutivamente a operações arteriais percutâneas (cateterismo cardíaco com ou sem necessidade de angioplastia) por acesso radial, que utilizaram Torniquete de Compressão de Artéria Radial COMED®, como técnica para

obtenção da hemostasia, baseando-se o protocolo de enfermagem para manuseio e retirada do dispositivo. Resultados: Dentre os pacientes analisados, 65% eram do sexo masculino, com média de idade de 63 anos, peso médio de 76,5 Kg. Foram administrados 5000 UI de heparina não fracionada em todos os procedimentos, com doses adicionais em pacientes que foram submetidos à angioplastia. Observou-se que não houve necessidade de angioplastia coronária em 81,25% dos casos. Em 88,75% os dispositivos foram insuflados com 15 ml de ar após o procedimento e a hemostasia foi obtida em 78,75% dos casos. Conclusão: A obtenção de hemostasia com compressão da artéria pelo Torniquete de Compressão da Artéria Radial mostra-se efetivo em boa parte da amostra avaliada, sendo um método importante na redução de complicações após o cateterismo via artéria radial. Palavras-chave: Doença das Coronárias; Cateterismo Cardíaco; Angioplastia.


“INFLUÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA DOENÇA ISQUÊMICA DO MIOCÁRDIO” Christian Pietro Evangelista1, José Ricardo Costa de Oliveira2, Dalmo Antônio Ribeiro 3, Paulo José Oliveira Cortez4. 1. Autor. Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá 2. Colaborador. Médico. Cardiologista – Hospital das Clínicas Samuel Libânio 3. Colaborador. Médico. Doutor em Cardiologia – Dante Pazzanese 4. Orientador. Fisioterapeuta. Doutor em Biomecânica- UNESP

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui um fator de risco para diversas doenças do aparelho cardiovascular, tendo a sua incidência aumentada nos últimos anos, sobretudo com o envelhecimento da população. Uma das Doenças Cardiovasculares mais graves constitui a Doença Isquêmica do Miocárdio (DIM), que, se não tratada, pode evoluir para sua forma aguda, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ou para sua forma crônica, a Doença Arterial Crônica (DAC). Objetivo: Analisar a influência da HAS no desenvolvimento da DIM por meio de teste ergométrico com cintilografia miocárdica. Metodologia: Foram analisados 409 dentre os 440 prontuários obtidos em uma clínica de exames diagnósticos em cardiologia conveniada aos SUS, sendo divididos em 4 grupos de acordo com a presença ou não de HAS e DIM. É importante salientar que tais pacientes não possuíam diagnóstico de DAC nem tiveram a ocorrência de IAM antes da realização dos exames. Resultados: Dos 409 pacientes estudados, 86,79% apresentaram DIM, sendo que 90,56% destes possuíam HAS. O tamanho de isquemia classificado como grande apresentou-se mais elevado que os tamanhos médio e pequeno a partir do intervalo de idade 61-65 anos, se mantendo até o intervalo acima de 70 anos. Em relação à classificação da HAS e a presença de DIM, observou-se que a maioria desses pacientes apresentava HAS classe III, correspondendo a 35,77% do grupo. Destes pacientes, 56,82% apresentaram área de isquemia de grande tamanho. Também foi analisado o uso de medicamentos antihipertensivos pelos pacientes HAS com DIM e os pacientes HAS sem DIM. Observou-se que 89,19% dos entrevistados sem DIM com HAS faziam uso correto das medicações, frente a 72,96% dos pacientes HAS com DIM. Conclusão: Pode-se concluir que a HAS possui estreita relação com o desenvolvimento da DIM, tendo suas formas graves associadas ao aumento da área sob isquemia do miocárdio. Observou-se que o correto seguimento do tratamento anti-hipertensivo possui papel fundamental na prevenção do desenvolvimento da DIM. Visto isso, faz-se necessário alertar a população e realizar campanhas educativas com o intuito de reduzir ou controlar HAS. Agradecimentos: Agradecemos a FAPEMIG pelo apoio financeiro concedido a esse trabalho.

Palavras-chave: Hipertensão, Isquemia Miocárdica, Cintilografia, Ergometria.


QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE DE UM HOSPITAL DO SUL DE MINAS GERAIS. Autores: Daniela Abreu Casselhas1, Isabela Sales Oliveira Magalhães1, Maria Vilela Pinto Nakasu 2 1. Acadêmica do 4º ano do curso de Medicina, Faculdade de Medicina de Itajubá

(FMIT), Minas Gerais, Brasil. 2. Psicóloga, Mestre Doutora em Filosofia pela UFSCAR, Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT), Minas Gerais, Brasil.

Introdução: A hemodiálise é o principal tratamento para portadores da Doença Renal Crônica. O tratamento hemodialítico pode acarretar diversos prejuízos psicológicos e sociais na vida dos pacientes, prejudicar seu bem estar físico e emocional, levando a uma perda significativa na qualidade de vida (QV), a perda em QV está associada à maiores taxas de mortalidade e morbidade. Objetivo: Analisar a qualidade de vida de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise através da aplicação da Escala SF36. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, não randomizado de abordagem quantitativa. De um total de 88 pacientes , 72 foram estudados. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista com aplicação de um questionário sociodemográfico e do instrumento SF-36. A QV foi analisada pelo questionário SF-36, composto por 36 itens que avaliam 8 dimensões: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Resultados: Foram estudados 72 pacientes dos quais 52,8% são do sexo masculino, 33, 3% estão na faixa dos 51 a 60 anos, 69,4% estudaram até o ensino primário, 69,4% são aposentados, 59,7% são casados, 48,9% tem mais de dois filhos e 62,5% tem a renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Os resultados do estudo mostraram comprometimento da qualidade de vida dos pacientes analisados. As dimensões com os menores valores obtidos foram capacidade funcional (47 +/- 28) e estado geral de saúde (48 +/- 24). As dimensões com maiores valores foram aspectos sociais (83 +/- 32) e aspectos emocionais (77 +/- 42). Considerando-se estatisticamente significantes valores de p<0,1, foram encontradas correlações pequenas entre: renda e saúde mental (r=0,213 e p=0,0509), idade e capacidade funcional (r=-0,2140, p=0,071), número de filhos e estado geral de saúde (r=0,204, p=0,086), sexo e dor (r= - 0,198,p=0.095), sexo e aspectos emocionais (r= -0,217, p=0.068), sexo e saúde mental (r= -0,229, p=0.053). Conclusão: Os pacientes com doença renal crônica terminal submetidos à hemodiálise apresentaram valores reduzidos nos escores de qualidade de vida, principalmente nos domínios capacidade funcional e estado geral de saúde do SF-36. Palavras-chave: Qualidade de vida, Diálise Renal, Insuficiência Renal Crônica.

Apoio: Fapemig.


AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA MÚSICA SOBRE DIFERENTES MEDIDAS DE ANSIEDADE EM RATOS SUBMETIDOS AO LABIRINTO EM T-ELEVADO Autores: Eduardo Mendonça Werneck da Silva, Bruno Matida Bonando, Rodolfo Souza de Faria e Clarissa Maria Ferreira Trzesniak.

Introdução: A ansiedade é um sentimento inerente a existência humana, porém em certas ocasiões esta pode se tornar patológica e afim de evitar as complicações das drogas usuais faz-se necessário tratamentos alternativos, a música ganha força neste quesito pelos seus potenciais ansiolíticos. Objetivos: Analisar a influência da música sobre diferentes medidas de ansiedade em ratos da linhagem Wistar. Métodos: Foi utilizado o modelo do Labirinto em T Elevado para testar uma possível influênci a ansiolítica da música em ratos. Para efeito de comparação, também foi utilizado o Diazepam. Foram utilizados 40 espécimes divididos posteriormente em quatro gupos. Destes, 20 animais escutaram diariamente Mozart por 63 dias e outros 20 foram expostos ao som ambiente, após este período foi feita as habituações dos espécimes e subsequentemente realizado o teste, no qual consistia em uma medida de baseline, duas de esquiva e duas de fuga com períodos de 30 segundos entre estes. Resultados: No baseline¸ o grupo diazepam mostrou latência de saída menor do que o grupo controle. Já na esquiva 1, o grupo diazepam teve menor latência quando comparado aos grupos Mozart e controle. Ainda, o grupo diazepam+Mozart teve menor tempo de latência do que os controles. Não houve significância quando comparadas as medidas de fuga dos quatro grupos testados. Conclusão: Portanto, faz-se necessária a realização de mais projetos na área visando maior elucidação acerca das diferentes variáveis que podem influenciar a ação da música como o tipo de exposição e até mesmo à genética envolvida. Apoio: Projeto desenvolvido com apoio financeiro FAPEMIG.

Palavras chave: Música, Ansiedade, Neurofisiologia, Comportamento Animal, Diazepam.


O ANTES E O DEPOIS DO PARTO: EXPECTATIVAS, VIVÊNCIAS E DETERMINANTES NA ESCOLHA DO TIPO DE PARTO. Autores: Eglys de Souza Fedel Lima1; Maria Vilela Pinto Nakasu2

1- Acadêmica do 4º ano do curso de Medicina, Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. 2- Psicóloga, Mestre Doutora em Filosofia pela UFSCAR, Professora da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil.

RESUMO Introdução: A parturição mobiliza grandes níveis de ansiedade, medo, excitação e expectativa. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de países com maior porcentagem de cesáreas no mundo e representa um grande desafio para a política de saúde. Objetivo: investigar a percepção dos fatores determinantes envolvidos na escolha do tipo de parto a partir da comparação da expectativa e da vivência relatada por gestantes/parturientes. Materiais e métodos: estudo transversal, qualitativo, com 12 gestantes atendidas na rede pública de saúde. A determinação da amostra foi de 12 pacientes, número suficiente para se atingir a saturação (Field Methods). As entrevistas foram realizadas em dois momentos, antes e após o parto, gravadas e transcritas. Os dados foram analisados segundo a metodologia de análise de conteúdo de Bardin. Resultados e discussão: De acordo com a percepção das gestantes/parturientes foi identificada preferência ao tipo de parto normal pela recuperação rápida; Medos de intercorrências com o bebê, dores no parto, violência obstétrica e tratamento recebido pela equipe; Percepção sobre a presença de acompanhante como fator de segurança para a mãe; Percepção das condições determinantes para o tipo de parto vivenciado, principalmente por dilatação insuficiente para o parto normal, sob a ótica materna; Frustrações com o tipo de parto vivenciado; e, Percepções positivas do parto com destaque à recuperação, contato mãe-bebê e protagonismo materno. Conclusão: evidenciou-se divergência entre expectativa e realidade do parto vivenciado. A percepção dos fatores determinantes para o tipo de parto variam entre condições clínicas da mãe e bebê, e sob a ótica materna, a incapacidade de dilatação para o parto normal. Os medos, expectativas e determinantes para o parto refletem principalmente um discurso socialmente construído.

Palavras-chave: Gestação; Tipos de parto; Maternidade. Apoio: FAPEMIG


“IMPLEMENTAÇÃO DE UM MODELO COMPUTACIONAL DE CRESCIMENTO LEUCOCITÁRIO NORMAL DA MEDULA ÓSSEA, UTILIZANDO TEORIA DOS CONJUNTOS FUZZY”. Filipe Pamplona Lemes Barbosa, Bruno Matida Bonando, Otávio Henrique Ferreira Berti Resumo:

Introdução: Os leucócitos apresentam a importante função de proteger o organismo contra infecções, sendo produzidos pela medula óssea e por tecidos linfóides. Eles compõem uma das primeiras linhas de defesa imunológicas e permanecem temporariamente no sangue, o que nos remete a uma produção cíclica e dinâmica. Diante dessa dinamicidade e rápido crescimento, a utilização de modelo matemático baseado em lógica Fuzzy para descrever sua produção permitiria prever seu comportamento e testar hipóteses em curto espaço de tempo. Objetivos: Nosso objetivo é empregar a Teoria dos Conjuntos Fuzzy, para criação de um modelo computacional, capaz de prever o comportamento de produção leucocitário, utilizando a contagem inicial de leucócitos como variável. Metodologia: Primeiramente foram criadas variáveis do modelo Fuzzy, divididas em dois grupos, de entrada e saída, juntamente com as regras de inferência linguísticas que definem a relação entre ambas. Posteriormente, foi realizada a aplicação do modelo, utilizando lógica fuzzy, para determinar a evolução temporal do crescimento leucocitário. Resultados: Para variável de entrada consideramos: contagem inicial de leucócitos, conceituada em muito baixo (0/µL < leucócitos ≤ 500/µL), baixo (500/µL< leucócitos ≤ 4.000/µL), normal (4.000/µL < leucócitos < 10.000/µL) e alto (leucócitos ≥ 10.000/µL). Para variável de saída, utilizamos a taxa de crescimento ao longo do tempo, conceituada nos seguintes termos linguísticos: diminui pouco, diminui muito, aumenta pouco, aumenta muito. Os resultados obtidos foram demonstrados graficamente através de um sistema de blocos via Simulink, para simulação de crescimento leucocitário. Foi observado que para situações fisiológicas, as simulações com diferentes valores iniciais de leucócitos, respeitam um controle homeostático que objetivamos. Conclusão: Recomendamos a aplicação da Lógica Fuzzy para a Hematologia/ Fisiologia, principalmente quando se trata de situações em que se dispõe de apenas algumas hipóteses intuitivas e dados técnicos sobre o assunto. Não obstante, ainda que em estágio inicial, este modelo poderá prever o comportamento leucocitário normal e, se somado a outros modelos, auxiliará na tomada de decisões e definirá o possível prognóstico do paciente. Apoio/financiamento: Agradecemos a Fapemig pela oportunidade de realizar esta pesquisa através de incentivo financeiro.


“EFEITOS DO PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO, VINCULADO A ATENÇÃO PRIMÁRIA, NA REDUÇÃO DA DOR CRÔNICA.” Autores: Gabriel Leonel Moreira1, João Vitor Medeiros de Abreu2, Suélen Ribeiro Miranda Pontes Duarte3, Wagner José Corrêa da Silveira4. 1. Acadêmico do quarto ano da Faculdade de Medicina de Itajubá; 2. Acadêmico do quarto ano da Faculdade de Medicina de Itajubá; 3. Professora da Faculdade de Medicina de Itajubá; 4. Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá.

Resumo

Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF), surge com enorme potencial na atenção primária, mas, para que isso se concretize, é necessária a criação de um contexto, no qual haja um estreitamento do vínculo entre os profissionais e familiares. Como benefícios desse vínculo, surge o Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso, que possuí entre suas principais diretrizes a promoção do envelhecimento ativo e saudável. Entre as ações desenvolvidas pelo programa, destaca-se as atividades físicas realizadas pelos idosos, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida e reduzir a dor crônica, comum nessa fase da vida. Objetivos: O objetivo do presente estudo é avaliar o resultado de cada ação do Programa de Atenção à Saúde do Idoso, vinculada as ESFs do Município de Itajubá, no Sul de Minas Gerais na redução da dor crônica. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, observacional e descritivo, que tem como variável dependente o nível da dor crônica nos idosos e, como variável independente sexo, idade, etnia, estado civil, escolaridade, frequência na prática de exercícios físicos e comorbidades. Resultados: Houve uma redução significativa no nível de dor após a adesão ao programa com 99% de confiabilidade, onde a redução média foi de 2,72 sendo esperado com intervalo de confiança de 95% de confiabilidade uma redução entre 1,95 e 3,5 pontos no nível de dor. Conclusão: Verificouse que o Programa de Atenção à Saúde do Idoso auxiliou na redução do nível de dor dos idosos após a pessoa aderir ao programa.

Palavras-chave: Dor crônica, Assistência Integral à Saúde do Idoso, Atenção Básica

Apoio/Financiamento: FAPEMIG

O

presente

estudo contoucom

o financiamento da


FATORES DE RISCO RELACIONADOS A GESTANTES DIAGNOSTICADAS COM PRÉECLÂMPSIA, NOS ANOS DE 2015 E 2016, EM UM HOSPITAL DO SUL DE MINAS GERAIS Giovanna Lissa Rodrigues Tonisi1, Gabriela Mendonça Gonçalves2, Thaíssa Santos de Carvalho 3, Ana Cristina Cezar Sawaya Almeida4 1. Acadêmica bolsista da FAPEMIG - Faculdade de Medicina de Itajubá 2. Acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá 3. Médica Oftalmologista. Professora titular da Faculdade de Medicina de Itajubá- FMIt 4. Ex professora titular da Faculdade de Medicina de Itajubá - FMIt

Resumo Introdução: A mortalidade materna é um problema crucial de saúde pública. Evitável em mais de 90% dos casos, constitui uma violação aos direitos reprodutivos e humanos. É um dos indicadores da assistência às mulheres, revelando a qualidade da atenção à saúde. Uma importante causa de morbimortalidade materna e perinatal é a pré-eclâmpsia: distúrbio de mau funcionamento do endotélio vascular que ocasiona hipertensão arterial, nefrite e perturbações hepáticas e pode evoluir para eclâmpsia, forma mais grave da doença. O presente estudo visa fornecer informações para uma atenção mais específica para gestantes de risco, considerando que a maioria das complicações é passível de profilaxia, desde que o diagnóstico inclua a identificação dos fatores de risco e acompanhamento efetivo durante o pré-natal. Objetivo: Verificar a incidência de gestantes diagnosticadas com pré-eclâmpsia em um hospital do Sul de Minas Gerais e a relação entre o aparecimento da doença e os fatores de risco apresentados. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo retrospectivo. A coleta de dados foi realizada mediante revisão dos prontuários das 62 gestantes do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital diagnosticadas com pré-eclâmpsia nos anos de 2015 e 2016. Os dados foram descritos através de tabelas e gráficos, com o intuito de avaliar cada fator relacionado à ocorrência da pré-eclâmpsia. Resultados: Os resultados mais relevantes foram: HAS prévia (43,54%), idade ≥ 35 anos (35,48%), idade ≤ 20 anos (19,35%), obesidade (22,58%). Contrariando a literatura, a primiparidade (19,35%) se apresentou como um falso risco. Conclusão: Os fatores de risco identificados para a pré-eclâmpsia foram semelhantes aos já relatados na literatura, como obesidade, PE prévia, idade ≥ 30 anos e HAS prévia. O estudo mostrou-se relevante uma vez que, não existindo meios eficazes de prevenção da PE, é importante identificar os fatores de risco, sinais e sintomas. Os dados revelaram a necessidade de um Pré-natal de qualidade com abordagem holística da gestante, identificando os riscos já na anamnese e exame clínico, com conduta centrada na orientação, prevenção e controle da PE por meio da adoção de medidas intersetoriais.

Palavras-chave: Pré-eclâmpsia, Fatores de Risco, Gestação de alto risco, Complicação na gravidez.

Financiamento: O estudo foi financiado pela FAPEMIG–Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, através de bolsa de incentivo à pesquisa. Agradecemos à FAPEMIG pelo financiamento da pesquisa que originou este artigo.


“ANÁLISE DO EFEITO DE DIFERENTES CLASSES MUSICAIS NA MEMÓRIA DE RATOS FÊMEAS DA LINHAGEM WISTAR DURANTE A FASE ADULTA”. Autores: Guilherme Augusto Carvalho Camanducaia1, Izabel Campos Mesquita1, Jackelline Camargo Preto 1, Kesley Albert Dias Neves Brito 1, Maria Paula Pelegrini Fontes1, Melyssa Santana de Paula1, Palmira Arantes Junqueira Maciel1, Tamires Helena Pereira1, Rodolfo de Souza Faria2 1. Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Itajubá 2. Professor orientador da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: Aprendizagem é o processo pelo qual nós e outros organismos adquirimos informações sobre o mundo. Memória é o armazenamento dessa informação. Dentre as diversas metodologias para estudar a memória existe o modelo de reconhecimento de objetos, que consiste em um método caracterizado pela análise do comportamento espontâneo do animal após ensaios determinados. Já foi demonstrado que o efeito da música no encéfalo é complexo e envolve mudanças na expressão gênica e modulação de circuitos neuronais. Em destaque à música é capaz de alterar a plasticidade neuronal, levando a formação de memória. Diversos estudos evidenciam esta modulação da música na aprendizagem de pintainhos que foram expostos à música no período fetal. No entanto, ainda não foi evidenciado o papel de diferentes qualidades de música no processo de extinção da memória no animal adulto. Objetivos: Investigar a exposição a diferentes classes musicais na gestação e nas fases da memória espacial de roedores. Metodologia: 48 ratas, com 28 dias de vida, foram separadas em três grupos de N=16 cada, e expostas a diferentes classes musicais. Os grupos foram: FA1: sequência clássica; FA2: sequência eletrônica e FA3: controle. No 38° e 39° dia, os animais realizaram o Teste de Habituação e no 40º dia, o Treino de Reconhecimento de Objetos. No 41º dia expostos à música, após o Treino, passaram pelo Teste de Aquisição de Memória, 1h após o Treino de Aquisição de Reconhecimento de objetos. Posteriormente, retornaram ao biotério, ficando até o 82º dia expostos à música, data de realização do Teste de Consolidação/Persistência. Os testes foram gravados em vídeo para análise. Os dados comportamentais de exploração de objetos foram apresentados como preferência exploratória. Resultados: A realização da ANOVA de uma via não mostrou diferenças entre os grupos (F(2,47)=1,68, p=0,198), sendo a média ± erro padrão da média do grupo Clássica 49,44 ± 5,14, do Eletrônica 39,34 ± 5,60 e dos Controles 49,85 ± 2,36. Conclusão: Os resultados do trabalho não mostraram efeito positivo da exposição à música eletrônica ou clássica na memória das ratas durante a fase adulta.

Palavras-chave: Exposição à música, Efeito Mozart, Ratos. Apoio/Financiamento: FAPEMIG.


PERFIL DE ADOLESCENTES GRÁVIDAS ACOMPANHADAS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM UM MUNICÍPIO NO SUL DE MINAS GERAIS. Isabela Sales Oliveira Magalhães1, Daniela Abreu Casselhas1, Suelen Ribeiro Miranda Pontes Duarte2 1 Acadêmica do 4º ano do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. 2 Prof. Ms. e Orientadora da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt)

RESUMO Introdução: A adolescência é uma fase da vida que surgem modificações físicas e psicológicas, resultando em um estímulo para o início do exercício sexual. Consequentemente esses indivíduos ficam expostos às doenças sexualmente transmissíveis (DST) e à gravidez não planejada. A gravidez precoce é um problema de saúde pública no Brasil e envolve diversos fatores de risco, como mudança dos valores sociais, baixa escolaridade e pobreza. Também está relacionada com diversos agravos de saúde, incluindo restrição do crescimento uterino, diabetes e parto pré-termo. Contudo, torna-se fundamental organizar a atenção integral à saúde do adolescente. Objetivo: Traçar o perfil de adolescentes gestantes acompanhadas pela Atenção Primária em um município no sul de Minas Gerais. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de caráter quantitativo, realizado no ano de 2018, com adolescentes grávidas na faixa etária entre 12 a 20 anos. A amostra foi de 32 gestantes cadastradas nas Estratégias de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde do município, escolhidas aleatoriamente. O recrutamento ocorreu a partir do contato com as grávidas, principalmente através de visitas domiciliares. A coleta de dados se deu por meio de análise de prontuários e aplicação de um questionário contendo 20 perguntas. Resultado: Houve a prevalência da faixa etária de 19 anos (28,2%), cor branca (65,6%), ensino fundamental completo (34,4%) e médio incompleto (34,4%), renda familiar de 1 salário mínimo (31,2%) e solteira (53,1%). Cerca de 68,8% não planejaram a gravidez. Até os 15 anos 90,6% já tinham tido a sexarca. Verificou-se que 56,2% já utilizaram algum tipo de método contraceptivo, principalmente pílula do dia seguinte. 56,2% sabem o que são DST’s. 65,6% realizaram sua primeira consulta ao ginecologista entre 15 a 17 anos e 62,5% justificou o motivo da primeira consulta porque estava grávida. Metade das participantes nunca realizou exame preventivo de colo de útero. Conclusão: A gravidez na adolescência é um fenômeno associado a diversos fatores. O presente estudo fornece subsídios para políticas públicas de saúde visando prevenir a gravidez precoce, direcionando as atividades educativas e assistência em saúde.

Palavras-Chave: Gravidez na adolescência; Atenção Primária à Saúde; Perfil de Saúde.

Apoio/Financiamento: FAPEMIG

ANÁLISE DO EFEITO DE DIFERENTES CLASSES MUSICAIS NA MEMÓRIA DE RATOS


FÊMEAS DA linhagem wistar da amamentação à fase adulta. Jackelline Camargo Preto 1, , Kesley Albert Dias Neves Brito 1, Izabel Campos Mesquita1, Melyssa Santana de Paula1, Palmira Arantes Junqueira Macie1l, Guilherme Augusto Carvalho Camanducaia1, Tamires Helena Pereira1, Maria Paula Pelegrini Fontes1 e Rodolfo de Souza Faria2 1 Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Itajubá 2 Professor orientador da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: Sabe-se que a música, especialmente a vertente Clássica, possui efeito benéfico no desenvolvimento neuro-cognitivo da aprendizagem, sendo também, capaz de acarretar alterações comportamentais específicas. Assim, a literatura busca elucidar tais efeitos analisando a influência de diferentes classes musicais sobre os processos da memória, os quais abrangem a consolidação e a recuperação das informações, implicando em um processo de reconstrução dos estímulos previamente adquiridos e armazenados. Contudo, a literatura atual limita-se à avaliação de períodos específicos do desenvolvimento animal ou à exposição a um único estilo musical, fazendo-se necessária a análise da influência de outros gêneros musicais e não apenas em um período da vida do animal. Objetivos: Investigar a exposição a diferentes classes musicais desde a amamentação até a fase adulta de ratas wistar. Métodos: Utilizaram-se 12 ratas prenhas, das quais, a prole de fêmeas após o parto foi dividida em 3 grupos: G1:Clássica(N=15), G2: Eletrônica(N=15) e G3:Controle sem música(N=15). Cada grupo recebeu as respectivas músicas, das 21:00 às 7:00 horas. A exposição ocorreu desde o nascimento e durante todo o projeto. Nos dias 49º e 50º de experimento, os animais foram submetidos ao Teste de Habituação. Em seguida, no 51º dia, foi feito o Treino de Reconhecimento de Objetos. No 52ª dia de exposição à música, após o Treino, os mesmos ratos passaram pelo Teste de Aquisição de Memória, que ocorreu 1h após o Treino de Aquisição de Reconhecimento de objetos. Posteriormente os animais retornaram ao biotério, onde permaneceram até o 82º dia, quando foi realizado o Teste de Consolidação/Persistência. Os testes foram gravados em vídeo para a análise. Os dados relacionados ao comportamento de exploração de objetos apresentou-se como preferência exploratória. Utilizou-se para análise dos testes o teste Kruskal-Wallis e para análise dos treinos o teste ANOVA de uma via. Foram considerados significativos p<0,05. Resultados: ANOVA de uma via mostrou que a exposição à música não alterou o comportamento dos animais, (p=0,836), assim como Kruskal-Wallis, onde (p=0,178) para memória de curto prazo e (p=0,577) para memória de longo prazo. Conclusão: Os resultados do presente trabalho mostraram que a exposição à música durante esse período não modificou a memória das ratas dos diferentes grupos.

Palavras-Chave: Exposição à música, efeito Mozart, Memória de Curto Prazo Memória de Longo Prazo Aprendizagem

Agradecimentos: Este trabalho foi realizado com fomento da FAPEMIG, a qual temos o grande prazer em agradecer pela parceria.


“SUPLEMENTAÇÃO DE BETACAROTENO NA REDUÇÃO DO DANO MUSCULAR EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS” João Vitor Medeiros de Abreu1, Bruno Matida Bonando 1, Francisco Samuel Silva de Freitas1, Paulo Eduardo Aliaga da Silveira1, Rodolfo Souza de Faria2, Paulo José Oliveira Cortez2 1. 2.

Graduando de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá Professor orientador da Faculdade de Medicina de Itajubá

Resumo Introdução: Uma propensão predominante na saúde corrobora uma relação entre a prática de exercícios físicos e uma conduta de vida saudável. Dentre os vários atributos benéficos à saúde que as atividades físicas proporcionam destacam-se os aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Todavia a desistência da prática de exercícios físicos ainda é um grande impedimento a ser superado, entre os fatores que promovem essa cessação e a volta ao sedentarismo podemos destacar relato de dor e cansaço. Ao nosso conhecimento, não há estudos que investigam os efeitos de um concentrado rico em betacaroteno na redução desses fatores Objetivo: O objetivo principal deste estudo é avaliar o efeito da suplementação de betacaroteno na redução do dano muscular em jovens sadios. Métodos: Foi realizado um estudo experimental, randomizado, duplo cego, com amostra de 9 indivíduos, divididos em 3 grupos iguais: G1- Grupo Placebo, G2- Grupo Betacaroteno 15mg, G3- Grupo Betacaroteno 30mg; Resultados: Pôde-se observar que os primeiros níveis séricos de CPK mensurados entre os indivíduos (CPK basal) foi semelhante entre os 3 grupos. Após a realização das intervenções alimentares e físicas houve uma redução dos níveis da CPK sérica do G3 quando compradas ao G2 que também apresentou uma redução em relação ao G1. Conclusão: Os resultados da presente pesquisa levam a concluir que a suplementação com betacaroteno auxilia na redução do dano muscular, indicando que a suplementação com 30mg possui maior eficácia com relação a suplementação com 15mg. Portanto, há a necessidade da realização de maiores estudos para que haja uma consolidação da hipótese desta pesquisa, visto que houve uma limitação devido a pequena amostra. Palavras chaves: Betacaroteno, Futebol, Suplementação Alimentar, Creatina quinase, Fadiga Muscular


INTERFERÊNCIA DA REDUÇÃO DO INTERVALO INTER-CONSULTAS NO PERFIL LABORATORIAL DE PACIENTES COM DOENÇA CRÔNICA NÃO-TRANSMISSÍVEL Ketimila Aparecida Pereira1, Elisa Marques Almeida Silva1, Kênia Graziele Pereira2, Kener Augusto Maia3, Paulo José Oliveira Cortez4 1- Acadêmicas do 5º Ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt). Itajubá. Minas Gerais, Brasil. 2- Médica formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte. Minas Gerais, Brasil. 3- Médico formado pela Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt). Itajubá. Minas Gerais, Brasil. 4- Professor Adjunto da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt). Itajubá. Minas Gerais, Brasil.

Introdução: O envolvimento da Atenção Básica na prevenção e controle das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) é de grande importância. Neste contexto, o estreitamento da relação médico-paciente e o consequente estabelecimento de um vínculo entre as duas partes é fundamental para a adesão e sucesso terapêutico. Entretanto, a realidade vivenciada no sistema de saúde não comtempla tais necessidades teóricas de continuidade do tratamento e novas estratégias precisam ser pensadas, utilizadas e testadas a fim de aumentar a eficácia terapêutica. Objetivo: O presente estudo visa avaliar o impacto da redução do intervalo inter-consultas, e consequente estreitamento da relação médico-paciente, sobre o perfil laboratorial de pacientes com DCNT acompanhados em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF). Metodologia: Foi realizado um estudo observacional e longitudinal que teve como sujeitos 18 pacientes portadores de DCNT acompanhados em uma ESF. Eles foram divididos em dois grupos de 9 componentes: G1 (controle) e G2 (intervenção). Para os pacientes de ambos os grupos foram solicitados exames laboratoriais iniciais que incluíam: glicemia de jejum, colesterol total e frações (exceto VLDL) e triglicérides. Para o G1, foram realizadas orientações verbais acerca de mudanças em seus hábitos de vida e da importância de fazer o uso adequado da medicação. O G2 recebeu as mesmas orientações fornecidas aos pacientes do grupo G1, mas de forma escrita. Além disso, tiveram uma diminuição do intervalo temporal inter-consultas, contato por telefone e retorno mensal para avaliação do médico. Ao fim de 8 semanas, os exames laboratoriais foram coletados novamente. Resultados: O G2 apresentou redução estatisticamente significativa nas dosagens de colesterol total (p = 0,003 com IC de 95%) e colesterol LDL (p = 0,005 com IC de 95%). Os valores da glicemia de jejum e triglicérides apresentaram redução ao final do acompanhamento, porém sem significância estatística (p = 0,069 e p = 0,107 com IC de 95%). Conclusão: Este estudo permitiu avaliar a influência da relação médico-paciente na Atenção Básica, por meio da redução do intervalo inter-consultas, sobre o perfil laboratorial de pacientes portadores de DCNT em um cenário ideal. Além disso, foi possível testar a efetividade de recursos nãofarmacológicos pouco utilizados. Diante do exposto, constatou-se ainda a necessidade de novos estudos sobre o tema e de uma reflexão acerca de melhorias a serem adotadas no sistema de saúde.

Palavras-chave: Doença crônica; Relações Médico-Paciente; Atenção Primária à Saúde; Testes laboratoriais.


TRATAMENTO DA ÚLCERA VENOSA: ESTUDO RANDOMIZADO E PROSPECTIVO ENTRE ESCLEROTERAPIA COM ESPUMA E ELASTOCOMPRESSÃO Larissa Macanosso Moscardini1, Ísis Caroline Duque Rosa1, Melissa Andreia de Moraes Silva2

1Acadêmica do 6º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá 2Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Preceptora do PRM de Vascular do Hospital de Clínicas de Itajubá Resumo:

Introdução: Úlceras venosas crônicas em membros inferiores são uma condição crônica relacionadas à doença venosa, sendo o estágio final de anos de tratamento inadequado ou de sua ausência. Desta maneira, há uma busca por novos tratamentos e efetividades. Vários métodos de terapia endovenosa para varizes foram descritos, incluindo a escleroterapia com espuma. Procedimento vantajoso por ser minimamente invasivo, de fácil execução, de baixo custo, indolor, além de possui uma baixa incidência de reações alérgicas. Objetivos: avaliar o efeito da esclerose com espuma de polidocanol em pacientes com úlcera venosa em tratamento clínico com elastocompressão. Métodos: O estudo realizado foi prospectivo, randomizado, dividido em 2 grupos: Grupo Espuma (tratamento com aplicação do polidocanol) e Grupo Clínico (uso de elastocompressão) nas quais foi realizado o acompanhamento durante 6 meses. Sendo avaliadas características clínicas dos pacientes e as variáveis: cicatrização de ferida e escore de gravidade de doença venosa. Resultados: Ao final do sexto mês foram acompanhados 11 membros do Grupo Espuma, com taxa de cicatrização de 45,4% e 04 membros do Grupo Clínico, com taxa de cicatrização de 75%. Não houve diferença significativa entre os valores de escore VCSS para o Grupo Clínico. Entretanto, no Grupo Espuma/observou-se uma diminuição significativa, pela análise de variância. Conclusão: Houve a melhora da gravidade da doença em pacientes tratados com espuma de polidocanol.

Palavras-chave: varizes, úlcera venosa, escleroterapia


“COMPARAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE CORTISOL NO PÓS-PARTO IMEDIATO” Paulo José Oliveira Cortez¹, Rodolfo de Souza Faria², Lucciano Ribeiro Marinho 3, Bruno Cláudio de Souza Sapper4. 1 Orientador. Fisioterapeuta. Doutor em Biomecânica- UNESP

2 Colaborador. Enfermeiro. Doutor em Biologia Funcional e MolecularUNICAMP 3 Autor. Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá- FMIT 4 Autor. Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá- FMIT

Introdução: O período pós-nascimento é caracterizado por sensações e experiências novas e alterações hormonais visíveis. Quando se trata do ambiente hospitalar, observam-se níveis elevados de estresse. A UTI neonatal e a maternidade são locais em que tal estado mental faz-se presente. Ambos são causadores de alterações no psicológico. Um possível marcador do nível de estresse é o cortisol, hormônio dosado também pela saliva. Para que novas visões a respeito sejam colhidas, a presente pesquisa visou comparar ambos os locais em questão. Objetivos: Comparar os níveis de concentração plasmática de cortisol no pós-parto imediato. Material e Métodos: Realizou-se coleta de material salivar e mensuração do nível de oxigenação e pressão arterial de 6 mulheres de primeira gestação com filhos prematuros, internados na UTI neonatal e 6 mães de primeira gestação com filhos a termo na maternidade. Resultados: Das pacientes participantes com filhos na UTI neonatal, quando o limite do valor de cortisol no pré-parto era de 20,3 nmol/l, 50% dos resultados estavam entre 15,1 e 20nmol/l, 25% entre 10,1 e 15nmol/l e 25% entre 5,1 e 10nmol/l. Quando o limite era de 6,9nmol/l, 100% dos participantes obtiveram valor entre1 e 5nmol/l. No Pós-parto, com limite de 20,3nmol/l, 50% esteve entre 10,1 e15nmol/l e 50% entre 15,1 e 20nmol/l. Com limite de 6,9nmol/l, 100% dos participantes obtiveram resultado entre 0 e 5noml/l. Das pacientes com filhos na Maternidade, no pré-parto, 16,70% dos resultados estavam superiores a 20,3 nmol/L, 33,30% entre 10,1 e 15 nmol/L e 50% dos resultados entre 15,1 e 20 nmol/L. No Pós-parto, todos os resultados (100%) foram superiores a 20,3 nmol/L. Conclusão: Os dados coletados evidenciam resultados contrários aos encontrados na literatura atual. Fica claro ainda, que o ambiente da UTI não é mais estressante que o ambiente da maternidade, e sim menos estressante. Em relação a analise do nível de saturação de oxigênio, não houve alteração. Quando se trata da pressão arterial, foram identificadas algumas alterações em relação aos valores de normalidade. Palavras-chave: Cortisol, estresse, maternidade, UTI neonatal.

Apoio/financiamento: O trabalho conta com o apoio da Faculdade de Medicina de Itajubá e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Agradecimentos: Agradecemos a FAPEMIG pelo financiamento.


ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS (TREPONEMA PALLIDUM) EM ITAJUBÁ, MINAS GERAIS (MG) Marcos Henrique Ferrarez Faria1, Camila Alcantara Quidigno 1, Paulo José Oliveira Cortez2 1Acadêmico da Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil. 2Professor Adjunto da Faculdade de Medicina de Itajubá. Itajubá, Minas Gerais, Brasil. Resumo

Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Foi observado no Brasil, nos últimos cinco anos, um aumento constante no número de casos de sífilis. Objetivos: Traçar um perfil clínico epidemiológico dos pacientes com sífilis em Itajubá, Minas Gerais, Brasil. Métodos: Foram coletados dados de prontuários de pacientes atendidos entre os meses de Janeiro de 2014 a Dezembro de 2016 no Centro de Assistência e Prevenção (CAP) à DST/AIDS Itajubá. Resultados: É possível estabelecer um grupo de risco, sendo ele homens (66,9%), entre 20 e 29 anos (43,16%), solteiros (60,30%), de escolaridade ente 8 a 11 anos (39,57%), sexualmente ativos e em não uso de preservativos. Conclusão: Os casos diagnosticados são predominantemente evitáveis por meio de políticas de prevenção e educação da população no que diz respeito às ISTs.

Palavras-chave: Sífilis, Treponema pallidium, Epidemiologia, Perfil de Saúde.

Apoio financeiro: FAPEMIG


PERFIL DA POPULAÇÃO QUE RECONHECE A DIFERENÇA NO ATENDIMENTO PRIMÁRIO E TERCIÁRIO Maria Luiza Soares Felipe1, Christian Pietro Evangelista2, Suélen Ribeiro Miranda Pontes Duarte3. 1. Acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. 2. Acadêmico da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. 3. Professora Ms e Orientadora da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Minas Gerais, Brasil. RESUMO:

INTRODUÇÃO: No Brasil, a saúde pública é administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este é organizado por três níveis de atenção: Atenção Primária, que deve ser porta de entrada ao SUS, como Estratégia de Saúde da Família (ESF) e/ou Unidade Básica de Saúde; Atenção Secundária, a qual inclui as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e a Atenção Terciária que engloba os Hospitais, com entrada ao Pronto Socorro (PS). Embora sejam distintos os serviços prestados por cada nível, a população sobrecarrega, em especial, o nível terciário. OBJETIVO: Conhecer o perfil da população que reconhece a diferença entre o atendimento Primário e o Terciário. METODOLOGIA: Trata-se de um recorte do trabalho qualitativo de análise de discurso, sendo aproveitado os resultados quantitativos encontrados. Foram entrevistados 36 pacientes no PS de um hospital Terciário, sendo homens e mulheres, na faixa etária de 15 a 74 anos, pós triagem e classificados como verde ou azul segundo o Sistema de Classificação de Risco. RESULTADOS: Dos 36 entrevistados, (55,5%) não souberam identificar a diferença entre o atendimento Primário (ESF/UBS) e o Terciário (PS). (94,43%) possui baixa renda e apenas 5,55% possui alta renda. Apenas (27,77%) possui ensino superior e 72,21% possui até o ensino médio. Por outro lado, 33,33% dos entrevistados não souberam identificar a diferença e não justificaram a sua resposta, desta forma eles procuram o serviço de forma equivocada, sendo necessário ter um tempo maior para o atendimento, justificando a classificação de risco. A maior parte destes que não justificaram (83,32%) possui baixa renda e apenas 8,33% alta renda. Sendo, 75% possui até o ensino médio e 24,99% possui ensino superior ou especialização. 11,11% dos entrevistados identificou e justificou a diferença. Destes, 66,66% possui baixa renda e 33,33% alta renda. 83,33% possui ensino superior ou especialização e 16,66% possui até o ensino médio. CONCLUSÃO: Percebeu-se com este estudo que a maioria (55,5%) dos entrevistados não sabe identificar diferença entre o atendimento Primário (ESF/UBS) e o terciário (PS), pois procuram a atenção terciária para tratar enfermidades de caráter não urgente/emergente. Além disso, o perfil desta população é de baixa renda e escolaridade, demonstrando uma relação deste resultado para com o não reconhecimento da diferença entre o atendimento Primário e o Terciário. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Atenção Terciária à Saúde; Sistema Único de Saúde; Triagem.

Apoio/Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).


ANÁLISE DO EFEITO DE DIFERENTES CLASSES MUSICAIS DURANTE OS TESTES DE MEMÓRIA EM RATOS FÊMEAS DA LINHAGEM WISTAR Melyssa Santana de Paula1, Maria Paula Pelegrini Fontes1, Jackelline Camargo Preto 1, Kesley Albert Dias Neves Brito 1, Izabel Campos Mesquita1, Guilherme Augusto Carvalho Camanducaia1, Palmira Arantes Junqueira Maciel1, Tamires Helena Pereira1, Rodolfo Souza de Faria2. 1. Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Itajubá. 2. Professor orientador da Faculdade de Medicina de Itajubá.

Introdução: Memória é a capacidade do homem de absorver, armazenar e recuperar conhecimentos e informações, sendo de curta ou longa duração. Diversos estudos indicam a eficiência da musicoterapia na melhoria da memória espacial, de curta ou longa duração. Pesquisas mostraram resultados positivos na memória de curto prazo de roedores que escutaram música clássica em comparação aos que não foram expostos à estímulos musicais. A literatura não concorda quanto ao tempo de exposição da música aos roedores. Desse modo, percebe-se a carência de dados sobre o efeito da exposição à música apenas durante os testes comportamentais de memória. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo investigar o efeito da exposição à diferentes classes musicais durante a fase adulta e as fases da memória espacial. Metodologia: Foram utilizadas 48 ratas adultas. Os animais foram divididos em 3 grupos: G1: sequência Clássica, G2: sequência Eletrônica e G3: controle. O método de reconhecimento de objetos foi utilizado para fazer a análise comportamental dos roedores. Inicialmente, os ratos passaram por uma habituação na arena de experimentos durante 15 min, sem objetos ou estímulos musicais. Depois, cada grupo foi exposto às suas respectivas músicas durante os treinos e testes comportamentais de memória. Os treinos ocorreram 1 dia após a habituação e consistiram em colocar as ratas na arena por 10 min para explorar dois objetos idênticos (A1 e A2). O teste de memória de curta duração foi feito 90 min após o treino, com um dos objetos substituído (A1 e B), na mesma posição, durante 3 min. Já o de longa duração, foi realizado após 1 mês, com a substituição do objeto B pelo objeto C (A1 e C) durante 3 min. Os testes foram filmados para análise. Os dados comportamentais de exploração de objetos foram apresentados como preferência exploratória. Resultados: A análise estatística do treino e do teste de memória de longo prazo não demonstrou diferença significativa entre os grupos. Já a análise do teste de memória de curto prazo evidenciou diferença estatística significativa entre os grupos clássica e controle (p=0,007), não sendo demonstradas diferenças entre os outros grupos. Conclusão: Conclui-se que a exposição à música clássica durante os treinos e testes de reconhecimento de objetos tem efeito benéfico na memória de curto prazo de roedores fêmeas.

Palavras chave: música, memória, roedores.


“O EFEITO DA MÚSICA CLÁSSICA E ELETRÔNICA EM TESTES NA MEMÓRIA DE RATOS” Nathan Rodrigues1, Raissa Costa da Matta Lopes1, Clarissa Trzesniak2, Rodolfo Souza de Faria2 1. Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Itajubá. 2. Professor orientador da Faculdade de Medicina de Itajubá.

Introdução: O ser humano é capaz de absorver e armazenar informações levando em conta experiências anteriores e situações já ocorridas, através de um mecanismo chamado memória. A musicoterapia é um recurso muito utilizado tanto no tratamento de doenças como na redução de ansiedade. A música também tem grande influência na memória de curta duração. Porém, a literatura carece de dados sobre o efeito da exposição à música durante apenas os testes comportamentais de memória. Objetivos: Investigar o efeito da música ministrada durante os testes de memória. Métodos: Foram utilizados 24 ratos, machos, com 28 dias, da linhagem Wistar, provenientes da Faculdade de Medicina de Itajubá. Os ratos passaram por 8 fases: Procedimentos comportamentais, exposição à música, habituação da arena, treino de reconhecimento de objetos, teste de aquisição de memória, teste de consolidação, teste de persistência e teste de persistência prolongada. Os dados relacionados ao comportamento de exploração de objetos foram apresentados como preferência exploratória. Como possuíam distribuição não-paramétrica, foram expressos como mediana [quartil 1quartil 3], e analisados por meio do teste Kruskal-Wallis. Foram considerados significativos valores de p≤0,05. Resultados: Não foram evidenciadas diferenças significativas entre os três grupos: Clássica (66,86% [51,33%-77,93%]); Eletrônica (67,58% [51,46%-88,89%]); Controle (71,06% [61,89%-85,21%]) (p=0,391). Conclusão: A literatura mostra um efeito positivo da música clássica quando exposta durante longos períodos, na memória de curta prazo. Nos dados diferem dessa literatura, mostrando que quando o animal é exposto à musica, tanto clássica quanto eletrônica apenas o durante os testes de memória, não encontramos efeitos positivos ou negativos.

Palavras-chave: Memória de curto prazo; Aprendizagem; Música; Ratos Wistar.

Apoio/financiamento: Este estudo foi financiado pela FAPEMIG e foi apoiado pelo Núcleo de Pesquisa da FMIt – Faculdade de Medicina de Itajubá.


TUMORES GINECOLÓGICOS: CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DE MULHERES SULMINEIRAS SUBMETIDAS À HISTERECTOMIA Rafael Maiolini¹, Paulo José Oliveira Cortez², Gerson Hiroshi Yoshinari Júnior³

¹ Acadêmico do 3º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá. Avenida Renó Júnior 368 – São Vicente – Itajubá-MG, Brasil. ² Doutor da Faculdade de Medicina de Itajubá. Avenida Renó Júnior 368 – São Vicente – Itajubá-MG, Brasil. ³ Médico radio-oncologista no Hospital Márcio Cunha. Avenida Kiyoshi Tsunawaki 41 – Das Águas – Ipatinga-MG, Brasil.

RESUMO Introdução: O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo. Estudos chamam atenção para que 70% das mortes por tumores ginecológicos ocorrem em países de baixa e média renda. Em cânceres desta área, a histerectomia é de grande valia como tratamento, sendo que 20-30% das mulheres são submetidas a este procedimento até a sexta década de vida. Objetivos: Caracterizar as mulheres com tumores ginecológicos, submetidas à histerectomia, em um hospital universitário do sul de Minas Gerais. Métodos: Foi realizado um estudo preliminar observacional, descritivo, transversal e retrospectivo a partir de 23 prontuários de pacientes com tumores ginecológicos que foram submetidas à cirurgia de histerectomia no período de 2 anos e 6 meses. Nos prontuários, foram colhidos dados referentes a variáveis sociodemográficas: idade; cor; cidade; estado civil; escolaridade; religião; convênio e profissão, além de varáveis hospitalares gerais: sinais/sintomas clínicos; tempo de internação; condição pré-operatória; pós-operatório; gestações e tipo sanguíneo, e também variáveis hospitalares cirúrgicas: anatomopatológico; tipo de cirurgia; tipo de anestesia; antisséptico; retiradas e cirurgias anteriores. Resultados: Em relação as características sociodemográficas, a maioria da amostra é casada (52,2%) e católica (78,3%). Cerca de 22% das pacientes possuem ensino fundamental incompleto e possuem como profissão Dona de casa (34,8%). As variáveis hospitalares gerais apontam que a metrorragia é o principal sinal clínico de tumor ginecológico (46,4%), sendo que as mulheres mais acometidas nunca possuíram uma gestação (34,8%). Já no que diz respeito as variáveis hospitalares cirúrgicas, a histerectomia total acontece em quase 100% das pacientes, aliada a uma retirada, em 30% das ocasiões, dos anexos (ovários e tubas uterinas). Além disso, o uso de anestesia raqui, associado a utilização de clorexidine como antisséptico se deu em mais de 85% da amostra. Conclusões: A faixa etária que mais apresenta tumores ginecológicos varia de 40 a 49 anos (39,1%) e quase a metade da amostra (44,4%) foi diagnosticada com mioma uterino. Palavras-chave: câncer, ginecologia, histerectomia.

Financiamento: fapemig (fundação de amparo à pesquisa do estado de minas gerais)


ADESÃO DA POPULAÇÃO ACOMPANHADA PELA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA AO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO. Rafaela Marques Valentim Antunes1, Suélen Ribeiro Miranda Pontes Duarte1 1Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

Introdução: A homeopatia age no sentido dos sintomas do paciente estimulando a resposta orgânica, o equilíbrio e a homeostase. Em maio de 2006 foi publicada no Brasil a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), reafirmando a implantação da homeopatia no SUS, construindo um modelo de atenção holístico, voltado à saúde e a relação médico-paciente. A população busca um tratamento holístico que tenha eficácia e poucos efeitos colaterais. Como a Lei Orgânica 8080/90 garante a participação da comunidade nas decisões por meio das Conferências de Saúde, é de suma importância verificar a adesão a esse tratamento pela população acompanhada pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Objetivo: Identificar a adesão dos pacientes, acompanhados pela ESF, ao tratamento homeopático. Metodologia: O estudo apresentou caráter quali-quantitativo, de campo, transversal, descritivo com coleta de 60 questionários abrangendo a existência de conhecimento, ou não, a utilização de doses e seus efeitos, dentre outras questões, além da análise de discurso do sujeito coletivo. Resultados: A participação feminina e a faixa salarial de menos de um salário mínimo por mês foram predominantes (76% e 57% respectivamente). Em relação à idade percebeu-se uma distribuição praticamente uniforme entre 19 a 79 anos. 78% dos entrevistados conhecem ou já ouviram falar sobre homeopatia; enquanto apenas 33% afirmaram ter feito uso, e destes, 30% validaram a eficácia do tratamento. 97% dos entrevistados gostariam que houvesse um método ou profissional da área para abordar sobre o tratamento homeopático para melhor conhecimento da população sobre o tema, bem como sua implantação no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando questionados sobre a possibilidade de cura e atuação do medicamento, 70% dos pacientes descrevem o tratamento como curativo, que promove bem-estar, não atua somente na doença, mas no campo espiritual, emocional, psicológico. E para a questão que aborda o que a homeopatia é ou representa, 80% das respostas referem-se a um medicamento de origem natural, um tratamento de longo prazo, seguindo a individualidade do paciente e o tipo de doença, relacionando-o a ervas, chás e procedimentos caseiros. Conclusão: Embora o conhecimento superficial apresentado, os entrevistados mostraram-se desejosos e adeptos tanto à possibilidade de conhecer mais sobre a homeopatia, como também ao tratamento homeopático instituído no SUS.

Palavras-chave: Homeopatia, Estratégia de Saúde da Família, Política de Saúde.

Apoio: apoio e financiamento pela FAPEMIG.

“ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE SUPERFÍCIES DE ASSENTOS E BARRA DE MÃO


CENTRAL DE TRANSPORTES COLETIVOS DE UMA CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS” Rodrigo Ferreira Bezerra1, Fernanda Silva Lage¹, Mariléia Chaves Andrade². 1- Acadêmicos do 5º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá - FMIT 2- Professora Titular da Faculdade de Medicina de Itajubá - FMIT

Introdução: Os seres humanos adquirem novas bactérias e microrganismos no ambiente que transitam, nos tipos de superfícies que tocam e nas dinâmicas físicas de seu ambiente. Transportes de massa facilitam o fluxo de transmissão microbiana entre humanos ou destes com as superfícies, além de apresentarem grande densidade e diversidade de microrganismos. Objetivo: Analisar o crescimento microbiológico em superfícies de assentos e barra de mão central de transportes coletivos de uma cidade do Sul de Minas Gerais. Métodos: Foram analisadas bactérias heterotróficas obtidas de 6 linhas de ônibus, sendo 3 na estação seca, e outras 3 na estação chuvosa, por meio de swab umedecido em solução fisiológica estéril. As amostras foram crescidas em meio enriquecido BHI e, em seguida, plaqueadas em ágar nutriente e ágar manitol. As colônias que cresceram nestes meios, foram fenotipicamente caracterizadas quanto forma, cor, presença ou ausência de brilho e goma. As amostras foram submetidas ao antibiograma contra 11 antibióticos, sendo eles: Gentamicina, Penicilina, Cloranfenicol, Oxacilina, Azitromicina, Estreptomicina, Tetraciclina, Ciprofloxacina, Rifampicina e Ceftazidima. Resultados: Todas amostras da estação chuvosa e da seca cresceram nos meios de cultura estudados. Os isolados bacterianos apresentaram variabilidade quanto aos aspectos morfoculturais, indicando um perfil diferente de colonização das superfícies nas duas estações avaliadas. Quanto ao perfil de resistência, no meio Ágar Nutriente a resistência geral foi maior durante o período chuvoso, enquanto que no Ágar Manitol, a resistência apresentou diferença pouco significante entre as estações. Conclusão: Presume-se então, que as estações podem interferir na proliferação destes microrganismos. Além disso, presume-se também que microrganismos multirresistentes podem ser encontrados em superfícies de transporte públicos, podendo ser considerados veículos de infecção cruzada.

Palavras-chave: Análise Microbiológica; Transporte Público, Resistência. Apoio: FMIt, FAPEMIG.


AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIBACTERIANO DE FLORES DE LILIUM CANDIDUM CONTRA CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS, ESCHERICHIA COLI E CANDIDA ALBICANS. Autores: Rodrigo Liberato Gonçalves Vianna¹, Julia Ribeiro Costa Barreto¹, Mariléia Chaves Andrade²

1- Alunos do 6º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá. 2- Professora da Faculdade de Medicina de Itajubá.

Resumo

Introdução: As flores da Lilium candidum apresentam em sua constituição uma grande quantidade de flavonoides, conferindo as mesmas maior poder antimicrobiano, o que ressalta a importância dos fitoterápicos no combate a resistência bacteriana. Staphylococcus aureus e Escherichia coli são as bactérias mais frequentes em infecções hospitalares. Candida Albicans é responsável por promover grande número de infecções. Objetivo: Avaliar o efeito antimicrobiano de flores da Lilium candidum contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Candida albicans isoladas de infecções hospitalares. Métodos: Utilizou-se quinze cepas de Staphylococcus aureus (N=15), Escherichia coli (N=15) e Candida albicans (N=15) isoladas de infecções hospitalares. As flores da Lilium candidum foram secas em estufas, trituradas e misturadas em álcool. Após 26 dias em repouso, foram filtradas para constituição do extrato. Para a análise da atividade antimicrobiana de flores da Lilium candidum, foi utilizada a metodologia de microdiluição em caldo. Resultados: Nas concentrações de 200, 100, 50, 25 e 12,5 mg/mL houve total atividade antimicrobiana do extrato contra as cepas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Candida albicans. Nas subsequentes concentrações menores, o percentual de cepas inibidas foi tanto menor conforme as maiores diluições do extrato. Conclusão: Encontrou-se uma significativa atividade antimicrobiana das flores de Lilium candidum contra cepas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Candida albicans. Na concentração do extrato de 200, 100, 50, 25 e 12.5 mg/mL houve total inibição da atividade microbiana. O microrganismo mais inibido foi o Staphylococcus aureus seguido da Candida albicans e por fim a Escherichia coli. Palavras chave: Lilium candidum, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Candida albicans.


“ANÁLISE DO EFEITO DE DIFERENTES CLASSES MUSICAIS NA MEMÓRIA DE RATOS FÊMEAS DA LINHAGEM WISTAR NA GESTAÇÃO.” Tamires Helena Pereira1, Palmira Arantes Junqueira Maciel1, Guilherme Augusto Carvalho Camanducaia1, Jackelline Camargo Preto 1, Kesley Albert Dias Neves Brito 1, Maria Paula Pelegrini Fontes1, Melyssa Santana de Paula1, Rodolfo Souza de Faria 2 1- Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Itajubá 2- Professor Orientador da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: A memória é uma faculdade cognitiva que abrange consolidação e reconstrução de informações. Relaciona-se com a aprendizagem e constitui-se pelas fases de curto e longo prazo a partir da exposição ao treinamento. A musicoterapia é uma ciência que utiliza estilos específicos de música capazes de produzir mudanças comportamentais, emocionais e fisiológicas no indivíduo. A literatura relata os efeitos da música clássica (Mozart) apenas na memória de curto prazo, não compara a exposição musical nas diferentes fases que o animal se encontra e não observa os efeitos de outra classe musical. Objetivos: Investigar a exposição a diferentes classes musicais na gestação e nas fases da memória espacial de roedores. Metodologia: 12 ratas prenhas foram separadas em três grupos (G1: Clássica, G2: Eletrônica e G3: Controle) e expostas aos tipos musicais do acasalamento ao nascimento dos filhotes. Após o parto, foi realizada a sexagem e as ratas permaneceram subdivididas expostas diariamente à música. Nos 38º e 39º dia, os animais realizaram o Teste de Habituação. No 40º dia, realizaram o Treino de Reconhecimento de Objetos. No 41º dia expostos à música, após o Treino, passaram pelo Teste de Aquisição de Memória, 1h após o Treino de Aquisição de Reconhecimento de objetos. Posteriormente, retornaram ao biotério, ficando até o 82º dia expostos à música, data de realização do Teste de Consolidação/Persistência. Os testes foram gravados em vídeo para análise. Os dados comportamentais de exploração de objetos foram apresentados como preferência exploratória. Como possuíam distribuição não-paramétrica, foram expressos como mediana [quartil 1-quartil 3], e analisados por meio do teste Kruskal- Wallis. Sendo, significativos p<0,05. Resultados: A ANOVA de uma via mostrou indiferença entre os grupos (F(2,47)=0,18, P=0,729), com média ± erro padrão da média do grupo Clássica 45,72 ± 4,51, do Eletrônica 47,01 ± 4,03 e dos Controles 49,85 ± 2,36.Conclusão: Os resultados do trabalho não mostraram efeito positivo da exposição à música eletrônica ou clássica na memória das ratas.

Palavras-chave: Exposição à música, Efeito Mozart, Ratos. Apoio/Financiamento: FAPEMIG.


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


SÍNDROME DE KALLMANN: RELATO DE CASO Amanda Azevedo Oliveira Amanda Larissa de Camargo Dias Luciana Yara Bonaldi de Biaggi Faculdade de Medicina de Itajubá

Resumo: A síndrome de Kallmann é um fenótipo único de doença do hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático, caracterizado por distúrbios do desenvolvimento e anormalidades olfatórias. A prevalência da síndrome ainda é desconhecida. Geralmente é transmitida como um distúrbio ligado ao cromossomo X ou, menos frequentemente, é autossômico. Sua incidência aproximada é de 1 / 10.000 homens e 1 / 50.000 mulheres. Os achados clínicos desta entidade incluem atraso pubertário, hábito eunucóide, diminuição ou ausência da sensibilidade olfativa e infertilidade. Devido à raridade do caso, principalmente em mulheres, e seu sub-reconhecimento pelos médicos, poucos casos foram relatados na literatura. Portanto, este estudo descreve a importância da síndrome e suas características clínicas. Palavras chave: Síndrome de Kallmann, hipogonadismo hipogonadotrófico, anosmia, infertilidade. Kallmann syndrome: case report

Abstract: Kallmann's syndrome is a unique phenotype of idiopathic hypogonadotropic hypogonadism, characterized by developmental disorders and olfactory abnormalities. The prevalence of the syndrome is still unknown. It is usually transmitted as a disorder connected to the X chromosome or, less frequently, is autosomal. Its approximate incidence is 1 / 10,000 men and 1 / 50,000 women. Clinical findings of this entity include pubertal delay, eunucodal habit, decreased or absent olfactory sensitivity, and infertility. Due to the rarity of the case, especially in women, and its underrecognition by doctors, few cases have been reported in the literature. Therefore, this study describes the importance of the syndrome and its clinical characteristics. Key words: Kallmann's syndrome, hypogonadotrophic hypogonadism, anosmia, infertility.


EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO SEM CARGA E COM CARGA NA MEMÓRIA DE CURTO PRAZO E DE LONGO PRAZO DE RECONHECIMENTO DE OBJETOS. Ana Isabel Leone Pinto 1, Rodolfo Souza de Faria², Paulo José Oliveira Cortez³, Clarissa Trzesniak4. 1. Acadêmica do 6° ano do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá. 2. Professor de Fisiologia Humana da Faculdade de Medicina de Itajubá. 3 3. Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá. 4. Pesquisadora da Faculdade de Medicina de Itajubá. Resumo Introdução: Memória é uma modificação comportamental advinda da relação entre o organismo e o meio. Resulta da prática, experiência e observação, estabelecendo alterações moleculares e celulares nos circuitos neuronais. Atividade física regular é responsável por melhorias na função cognitiva, aumenta a capacidade do aprendizado e memória. Tendo em vista que a prática de exercício físico é cada vez mais incentivada e que influencia a memória, fazem-se necessários estudos mais profundos dessa relação. Objetivos: Investigar a relação entre a atividade física sem carga e com carga na memória de curto prazo e de longo prazo de reconhecimento de objetos em ratos. Metodologia: 30 ratos machos Wistar adultos, divididos em 03 grupos (n=10): Carga 10%, Sem Carga e Controle, e submetidos aos procedimentos: Adaptação do Nado Forçado, por 15 minutos, durante 7 dias, em que o Grupo Controle, foi alocado no recipiente do nado, com água na altura de 5 cm, enquanto os Grupos Carga 10% e Sem Carga foram alocados, separadamente, no mesmo recipiente, mas com água na altura de 30 cm. Após 72 horas, iniciou o Treino do Nado forçado, em que o Grupo Controle foi alocado no recipiente do nado, com água na altura de 5 cm, enquanto os Grupos Carga 10% e Sem Carga também realizaram sessões diárias de 15 minutos, 5 vezes por semana, durante 9 semanas, mas com água na altura de 30cm. Antes dos testes de memória foi realizado habituação por 03 dias. Ao fim da habituação, os ratos foram colocados por 5 minutos na arena para explorar 2 objetos idênticos. Após 90 minutos do treino os animais passaram pelo Teste da Memória de Curto Prazo em que exploraram a arena na presença de um objeto familiar e de um novo. Após 10 dias os animais passaram pelo teste de Teste de Memória de Longo Prazo, em que exploraram um objeto familiar e um novo objeto. Valores obtidos foram analisados através do teste de Kruskal- Wallis. A significância foi definida quando p<0,05. Resultados: A partir dos dados obtidos pelo percentual de exploração do objeto novo B e objeto novo C durante o Teste: Memória de Curto prazo de Reconhecimento de Objetos e de Longo Prazo respectivamente, (p = 0,073 e p = 0,879) não revelando diferença estatisticamente significante. Conclusão: No presente estudo o exercício físico não revelou efeito na memória espacial em suas diferentes fases. Palavras-chave: Memória de Curto Prazo, Memória de Longo Prazo, Nado Forçado, Reconhecimento de Objetos


APLICABILIDADE DO E-LEARNING COMO COMPLEMENTO NA APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA NA GRADUAÇÃO MÉDICA Bárbara Nícoli Cabral Heluany1, Letícia Dantas Moreira2, Clarissa Maria Ferreira Trzesniak3, Gerson Hiroshi Yoshinari Junior4

1 Acadêmica do 6° ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá FMIt. Rua Joao Puliti, 181 - Bairro Morro Chic, CEP: 37500-094, Itajubá - MG, Brasil. 2 Acadêmica do 6° ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá FMIt. Rua Sinhazinha Lisboa, 330, Ap 102 - Bairro Medicina, CEP 37502105, Itajubá – MG, Brasil. 3 Docente do curso de Medicina, Faculdade de Medicina de Itajubá FMIt. Av. Renó Junior, 368 Bairro São Vicente, CEP: 37502-138, Itajubá – MG, Brasil. 4 Médico Rádio-Oncologista do Hospital Márcio Cunha, Fundação São Francisco Xavier - Av. Kiyoshi Tsunawaki, 41 - Bairro Das Águas, CEP: 35160- 158, Ipatinga – MG, Brasil. Resumo

Introdução: Existe uma discussão na educação sobre a possibilidade de o ensino tradicional ser substituído por novos métodos de aprendizado que possibilitem ampliar e dinamizar o conhecimento. Em especial, isso se destaca na Oncologia, devido à alta incidência de tumores e mortalidade. Objetivos: Avaliar o impacto acadêmico da utilização da plataforma online de Elearning como promoção de ensino a fim de acrescentar e oferecer conteúdo complementares. Métodos: Foram recrutados acadêmicos do quinto ano do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá, que cursaram o estágio de Oncologia. O estudo foi dividido em duas etapas, sendo na segunda etapa disponibilizado o E-learning. Ao final do estágio, os alunos realizaram a mesma prova teste da primeira etapa e um formulário sobre o uso da plataforma. Resultados: As médias de acerto encontradas foram de 8,96 (DP= 2,50) para o grupo controle e de 10,25 (DP= 3,01) para o experimental (p=0,0165). A maioria dos indivíduos a avaliou como de fácil utilização. Além disso, grande parte dos alunos consideraram que a plataforma pode ser útil para provas e outros fins acadêmicos, o que acarretará algo positivo para sua formação. Conclusão: O uso do E-learning é possivelmente positivo, podendo auxiliar no conhecimento, permitindo adaptabilidade, comodidade, e divulgação de grandes volumes de informação. Porém, ainda encontram-se desafios, como aumentar a atratividade e adesão. Palavras chave: Oncologia; Educação Médica; Mídia Audiovisual; Ensino


AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO MESOCARPO INTERNO DO CARYOCAR BRASILIENSE CONTRA CEPAS DE ESCHERICHIA COLI E STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Bianca Cristina Baldívia¹, Camila Alcantara Quidigno¹, Mariléia Chaves Andrade²

1. Acadêmicas do 6° do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá. Itajubá, Minas Gerais, Brasil. 2. Professora Titular da Faculdade de Medicina de Itajubá. Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

Resumo Introdução: Considerando o alto percentual de isolamento de S. aureus e de E. coli em infecções hospitalares e que ensaios in vitro com um extrato hidroetanólico de folhas de Caryocar brasiliense mostraram atividade antibacteriana contra Enterococcus faecalis e Pseudomonas aeruginosa, optouse por utilizar o Caryocar brasiliense na produção de extrato para avaliar possível atividade antimicrobiana contra cepas de E.coli e S. aureus. Objetivos: Verificar atividade antimicrobiana do extrato de Caryocar brasiliense, em diferentes concentrações, perante amostras de S. aureus e E. coli. Métodos: Utilizou-se 20 cepas de E. coli e 20 cepas de S. aureus, que foram reavivadas e incubadas em estufa microbiológica a 37°C. As amostras foram transferidas para solução salina estéril (NaCl 0,85%). Para obtenção do extrato, retirou-se o mesocarpo interno que foi seco em estufa, triturado, totalizando 28g, e adicionado a 140mL de álcool 70% e submetido ao banho maria. O resultante do banho maria foi filtrado e incubado em estufa a 40°C. Para a análise da inibição do crescimento bacteriano foi realizado o método de microdiluição em placas nas concentrações de 200, 100, 50, 25 12.5, 6.25, 3.12 e 1.56 mg/mL do extrato. Resultados: 15%, 10% e 5% das cepas de E. coli foram inibidas nas concentrações do extrato de 200,100 e 50 mg/mL, respectivamente. 35%, 25%, 45% e 5% das cepas de S. aureus foram inibidas nas concentrações de 200, 100, 50 e 25 mg/mL, respectivamente. Conclusão: apesar de pequena, houve atividade antimicrobiana do extrato do Caryocar brasiliense diante de S. aureus e de E. coli. Palavras-chave: Atividade antimicrobiana; Caryocar brasiliense; Escherichia coli; Staphyloccocus aureus. Apoio financeiro: FAPEMIG.


VALORES DE TROPONINA CARDÍACA I E PROTEÍNA C-REATIVA EM RELAÇÃO AO PROGNÓSTICO DOS PACIENTES COM SÍNDROME CORONARIANA AGUDA EM UM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS. Reginaldo Cipullo 1, Lucas Magalhães dos Reis2, Brenda Lopes3, Isabela de Almeida Stella4, Julia Peloso Maia5, Fernanda Segura Campos6, Renata Turrini Jacob7, Ísis Caroline Duque Rosa8, Marina Pereira da Silva Breda9

1Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 2Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 3Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 4Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 5Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 6Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 7Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 8Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 9Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil;

Resumo Introdução: são incertos os fatores que determinam o prognóstico da síndrome coronariana aguda (SCA), dessa forma, há uma busca por um marcador que garanta maior especificidade em predizer possíveis desfechos adversos. A troponina cardíaca I (cTnI) e a Proteína C reativa (PCR) podem ser esses almejados preditores. Objetivo: analisar o valor prognóstico da cTnI e da PCR nos pacientes internados com SCA. Métodos: estudo documental a partir da análise de prontuários de 170 pacientes internados no período de 1 de janeiro de 2018 a 1 de janeiro de 2019 com o diagnóstico de SCA no Hospital de Clínicas de Itajubá e que possuíam dosagem de cTnI e PCR, sendo estes valores, então, correlacionados com o desfecho do paciente (mortalidade, tempo de internação, tempo transcorrido entre início da dor e atendimento médico e tratamento proposto – clínico, ATC e RM). Resultados: Níveis elevados de cTnI e PCR estão relacionados a apresentação mais grave da SCA, que é o IAMCSST. Em relação a mortalidade, apenas a PCR se mostrou eficaz em predizer esse desfecho. A cTnI, ao contrário do esperado, não apresentou importância prognóstica no quesito mortalidade, porém foi capaz de identificar pacientes submetidos a tratamentos mais invasivos, como a ATC. Conclusão: é possível afirmar que tanto a PCR quanto a cTnI possam ser usados como preditores de risco na admissão de pacientes com SCA. Ainda que com finalidades distintas, ambos os marcadores podem colaborar com a prática clínica na orientação do tratamento médico e melhor vigilância desses pacientes. Palavras-chaves: síndrome coronariana aguda; troponina I; proteína c-reativa; prognóstico.


CONDUTA EM GESTAÇÃO DE ALTO RISCO CURSANDO COM TVP: RELATO DE CASO Bruno de Mattos Freire¹, Stella Maria Mendes Affonso¹, Luiz Armando Teixeira² ¹Acadêmico da Faculdade de Medicina de Itajubá ²Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma patologia grave que altera os fatores de coagulação, com risco aumentado em gestantes, e pode eventualmente culminar em Tromboembolismo Pulmonar (TEP) com elevada taxa de morbimortalidade do paciente. Descrição do caso: ACP, branca, 37 anos. Portadora de DM2, HAS, e varizes de longa data. Tipo sanguíneo A negativo. G6Pn4A1 deu entrada na maternidade do Hospital de Clínicas de Itajubá (HCI) no segundo semestre de 2018 com Idade Gestacional (IG) de 27 semanas e 3 dias, sendo internada queixando-se de dor em membro inferior esquerdo (MIE) associado a edema no mesmo e piora do desconforto respiratório há 10 dias. Realizado Doppler de MMII evidenciando TVP em MIE, sendo iniciado 80mg de enoxaparina de 12/12 horas. Após 3 dias da alta foi internada novamente em com IG de 28 semanas e 5 dias queixando-se de dispneia com suspeita de TEP. Foi realizado um ecocardiograma no dia 29/08/18 evidenciando um fluxo compatível com regurgitação tricúspide e hipertensão arterial pulmonar leve. Orientada a fazer uso de meias compressivas e o acompanhamento no ambulatório de cirurgia vascular. Foi aventada a colocação de um filtro de veia cava inferior no puerpério imediato, entretanto optado pelo tratamento medicamentoso pela falta de embasamento cientifico neste grupo específico. Discussão: Gestantes apresentam naturalmente um risco maior de desenvolver TEP do que a população geral, sendo o período puerperal de extremo risco 17. Um dos poucos estudos multicêntricos realizado na Europa demonstrou que os grupos de pacientes não gestantes que receberam o filtro de veia cava associado à terapia anticoagulante apresentaram uma sintomatologia reduzida e uma menor taxa de desenvolvimento de TEP nos primeiros 12 dias pós-procedimento quando comparados ao grupo controle.19 Conclusão: O objetivo do trabalho foi relatar o caso acima a fim de levantar a discussão sobre a terapêutica utilizada atualmente em gestantes e puérperas com TVP, visto que existem outras opções utilizadas em outros grupos e que podem ser agregadas ao arsenal terapêutico deste, como opções seguras, com o intuito de diminuir a morbimortalidade materno-fetal. Palavras chave: Trombose Venosa, Embolia Pulmonar, Veia Cava.


AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE FLORES DE HIBISCO (HIBISCUS SABDARIFFA) CONTRA CEPAS DE ESCHERICHIA COLI E STAPHYLOCOCCUS AUREUS Camila Alcantara Quidigno 1, Bianca Cristina Baldivia1, Mariléia Chaves Andrade2 1Acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil. 2Professora Titular da Faculdade de Medicina de Itajubá. Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

Resumo Introdução: O extrato alcoólico do cálice do Hibiscus possui maior quantidade de antocianinas, conferindo-lhe poder antimicrobiano, demonstrando a importância dos produtos naturais. O uso irracional de antibacterianos faz com que cada vez mais cepas se tornem resistente a eles. Staphylococcus aureus e Escherichia coli tem grande participação nas infecções hospitalares e caracterizam-se por possuírem mecanismos de resistência aos antimicrobianos. Objetivo: Avaliar o efeito antibacteriano de flores de Hibiscus sabdariffa contra cepas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus isoladas de infecções hospitalares. Métodos: Utilizou-se 20 cepas de E. coli e 20 de S. aureus isoladas de pacientes com infecções hospitalares. As flores de Hibiscus foram secas em estufas, trituradas e misturadas em álcool e após 26 dias em repouso, filtradas para constituição do extrato bruto, que em seguida foi diluído para análise da atividade antimicrobiana pelo método de microdiluição em placa. Resultados: Nas concentrações de 200 mg/mL, 100 mg/mL, 50 mg/mL e 25 mg/mL houve total atividade antimicrobiana do extrato contra as cepas de E. coli e S. aureus e, em concentrações menores, o percentual de cepas inibidas foi tanto menor conforme as maiores diluições do extrato. Conclusão: Encontrou-se uma satisfatória atividade antimicrobiana das flores de Hibiscus contra cepas Escherichia coli e Staphylococcus aureus, sendo que nas concentrações do extrato de 200 mg/mL, 100 mg/mL, 50 mg/mL e 25 mg/mL houve total atividade antibacteriana.

Palavras-chave: Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Hibiscus, Antocianinas Apoio financeiro: FAPEMIG


EFEITO CARDIOPROTETOR DA TRIMETAZIDINA EM RATOS INDUZIDOS A UM MODELO EXPERIMENTAL DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO POR MEIO DO USO DE ISOPROTERENOL Reginaldo Cippulo 1 Douglas Nunes Cavalcante2 Leonardo Luis Damalio 2 Rodrigo Liberato Gonçalves Vianna2

1. Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá 2. Acadêmico do 6º ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá – FMIT.

Resumo Introdução:Trimetazidina(TMZ) é um agente anti-isquêmico que comumente não é utilizado durante o infarto agudo do miocárdio(IAM) e suas propriedades farmacológicas sugerem que ele possa agir como adjuvante nessa doença. Objetivo:Avaliar o efeito da TMZ no IAM induzido experimentalmente em ratos quanto: ao peso e fibrose de corações no grupo Trimetazidina(T) em comparação aos grupos placebo(P) e controle(C) Métodos:Os animais foram divididos em dois grupos(T e P) de 30 ratos cada.O grupo T recebeu TMZ na dose de 2,5mg/kg e o grupo P recebeu 1 ml de água destilada, por gavagem, a cada 12 horas respectivamente. O grupo C com 12 ratos não recebeu nenhum fármaco. Após duas semanas de tratamento os grupos T e P foram submetidos ao infarto experimental com a infusão subcutânea de isoproterenol na dose de 150mg/kg/dia por dois dias consecutivos. Após 60 dias foram anestesiados, realizado eletrocardiograma e eutanasiados.Os corações foram retirados, pesados e submetidos à análise histológica com Tricromo de Mason. Resultados:No eletrocardiograma encontrou-se zonas eletricamente inativas em 0%, 66,7% e 48% dos animais dos grupos C, P e T(p =0,005).A parede infartada mais comum foi a inferior, ocorrendo em 0%, 38,1% e 32% dos animais nos grupos C, P e T(p= 0,132).A análise histológica apresentou zonas de fibrose correspondendo a IAMs antigos em 0%, 70% e 40% nos grupos C, P e T(p<0,001).A intensidade da isquemia foi considerada ausente em 0%, 60% e 30%, leve em 0%, 60% e 40% e moderada em 0%, 10% e 0% nos grupos C, P e T respectivamente(p=0,001) e a proporção da área da cicatriz do IAM: 22% no grupo T e 57,28% no grupo P(p < 0,001). Quanto ao peso dos corações:1,32±0,11g, 1,44±0,12g e 1,38±0,14g(p=0,026), nos grupos C,P e T respectivamente. Conclusões: A Trimetazidina, na dose empregada, no grupo pré tratado com esse fármaco, reduziu o número de animais infartados, a área infartada - quando presente nesse grupo -, os indivíduos tiveram menores efeitos advindos da insuficiência cardíaca e que esses resultados foram comprovados tanto do ponto de vista histológico quanto eletrocardiográfico. Palavras chave: Infarto, Trimetazidina, Isoproterenol

Apoio financeiro: FAPEMIG


ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA EM UM HOSPITAL DO SUL DE MINAS GERAIS Fernanda Segura Campos1, Marina Pereira da Silva Breda1, Lucas Magalhães dos Reis², Reginaldo Cipullo 2, Brenda Lopes1, Isabela de Almeida Stella1, Ísis Caroline Duque Rosa1, Julia Peloso Maia1, Renata Turrini1 1. Acadêmica do 6º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá 2. Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá / Hospital de Clínicas de Itajubá

Introdução: Dentre as doenças cardiovasculares, a mais prevalente e responsável pelo maior número de internações é a síndrome coronariana aguda (SCA), tornando o controle dos fatores que aumentam o risco para SCA de extrema importância. Diante do grande impacto dessa síndrome para o sistema de saúde, tornam-se fundamentais os estudos que identifiquem as condições de maior risco cardiovascular para a população, possibilitando a prevenção da doença coronariana. Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes com SCA, considerando seus fatores de risco e características do evento, além de comparar esses aspectos entre os gêneros. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo, observacional, quantitativo e transversal, com análise de prontuários de todos os pacientes internados com SCA e submetidos à cineangiocoronariografia, de 1o de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2018. Resultados: Foram avaliados 170 pacientes, sendo 65,2% homens e 34,8% mulheres. Os fatores de risco mais prevalentes foram, respectivamente, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes mellitus, doença arterial coronariana prévia, infarto agudo do miocárdio prévio, dislipidemia e história familiar para DAC. O IAMCSSST foi mais frequente, com 37,1%, seguido de angina instável (31,8%) e IAMSSST (31,2%). A maioria dos pacientes apresentou dor típica na SCA e o tratamento predominante foi a angioplastia transluminal coronariana, seguida pelo tratamento clínico e revascularização miocárdica. A mortalidade foi de 11,8%. Conclusão: O presente estudo fornece uma observação do perfil epidemiológico dos pacientes acometidos pela SCA em um hospital de Minas Gerais, o que permite organizar medidas para a prevenção e controle dos fatores de risco para DAC e consequente redução de custos do sistema de saúde e da morbimortalidade relacionada a síndrome.

Palavras-chave: Síndrome Coronariana Aguda; Epidemiologia; Fatores de risco; Cuidado em Saúde


EFETIVIDADE DO PROCEDIMENTO DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL ASSISTIDA DE BAIXO CUSTO Renata Pinto Ribeiro Miranda1, Gabriela Alves de Lima1, Larissa Magalhães de Moraes Lopes1 1Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT), Itajubá, Minas Gerais, Brasil. Introdução: A intubação orotraqueal é um dos principais procedimentos salvadores de vida. Em casos de via aérea difícil os broncoscópios de fibra óptica são usados para facilitar o atendimento. Objetivo: Comparar a efetividade do procedimento com a técnica de intubação assistida com um equipamento de vídeo baixo custo comparada à técnica convencional. Métodos: Foram selecionados 28 alunos da graduação em medicina com conteúdo teórico e prático prévio da temática. Foi realizada a apresentação de um minicurso e uma demonstração prática, nivelando o conhecimento dos participantes. Em seguida, os mesmos foram divididos em dois grupos. O grupo controle realizou o procedimento pela técnica convencional e o grupo experimental realizou a técnica com equipamento de baixo custo. Foram avaliados através do tempo de intubação; quantidade de tentativas; número de erros e acertos e satisfação dos participantes. Resultados: O tempo de intubação para realização do procedimento (p=0,082), assim como o número de tentativas (p=0,631) e erros (p=0,773) não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os dois cenários. Entretanto, na avaliação de satisfação dos participantes, o grupo experimental demonstrou maior satisfação (p= 0,003). Conclusão: A partir disso, identificou-se diferença estatisticamente significativa à satisfação do grupo experimental, principalmente em relação à melhor visualização da cavidade oral. Palavras-chave: Intubação; Laringoscopia; Tecnologia de Baixo custo.


ANÁLISE PROSPECTIVA DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE PACIENTES COM INFECÇÃO HOSPITALAR Giovanna Flávia Bin de Souza1, Nathalia Botani Gonçalves1, Marileia Chaves de Andrade2 1Acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá 2Professora da Faculdade de Medicina de Itajubá

Resumo Introdução: Um dos problemas de saúde pública mais expressivo é a resistência bacteriana em ambiente hospitalar. A principal espécie gram positiva resistente é Staphylococcus aureus e de gram negativa, Escherichia coli. Assim, novos estudos que avaliem o perfil de sensibilidade a antibióticos normalmente prescritos mostram-se necessários visando se oferecer melhor eficácia terapêutica. Objetivo: identificar a sensibilidade dos microrganismos S. aureus e E. coli frente ao cloranfenicol, ampicilina, gentamicina, estreptomicina, amicacina e tetraciclina. Metodologia: as cepas foram descongeladas, reavivadas e incubadas em estufa microbiológica. Posteriormente, foram cultivadas em meio manitol. Aquelas que apresentaram crescimento foram colocadas em placas com discos antibióticos para determinação do perfil de sensibilidade. Resultados: Evidenciou-se que mulheres tiveram maior incidência de bacteremia ocasionada por esses microrganismos e a faixa etária acima de 40 anos foi a mais acometida. Ainda, hemocultura positiva esteve presente entre os três sítios infecciosos mais prevalentes, além da ponta de cateter e da urina. Das 43 cepas estudadas, 9 apresentaram resistência importante (20,9%), sendo 2 amostras de S. aureus e 7 de E. coli. Ainda, 1 amostra de S. aureus e 2 de E. coli foram resistentes a dois ou mais antibióticos, totalizando 13% de multirresistência. Conclusão: A maior prevalência de resistência foi observada nas amostras de E. Coli. Dos antibióticos testados, houve maior resistência importante de E. coli em relação ao S. aureus. Ainda, 43% de todas as amostras foram resistentes à ampicilina e ambas as espécies apresentaram 100% de sensibilidade à gentamicina.

Palavras-chave: antimicrobianos, bacteremia, infecção hospitalar, multirresistência, patógeno.


ESTUDO DA DISFUNÇÃO SEXUAL EM PACIENTES PRÉ MENOPAUSADAS E MENOPAUSADAS NO HOSPITAL ESCOLA DE ITAJUBÁ/MG. Brenda Ribeiro Vilela, Rosa Léa Maria Vilela, Rosa Roberval Ribeiro Rosa, Iorlanda Cristina Ferreira Nazareth Vicente, Orlando Caetano Ferreira

Introdução: A disfunção sexual feminina é um transtorno multidimensional e multicausal, que está relacionado ao processo de envelhecimento e interação de determinantes biológicos e psicológicos. Apresenta forte impacto na qualidade de vida e nas relações interpessoais, afetando 20% da população feminina. Com a variação hormonal determinada na pré menopausa e na menopausa, há um aumento dessa incidência para 75%. Objetivo: Quantificar e caracterizar a amostra de pacientes com idade entre 40 e 65 anos de idade que foram atendidas no ambulatório do Hospital Escola de Itajubá em 2017, quanto à sintomas referidos de disfunção sexual, sintomas associados, assim como características sociodemográficas - tais como etnia, idade, profissão, estado civil, entre outros. Métodos: Este estudo foi de caráter retrospectivo descritivo/quantitativo e de corte transversal, realizado no Hospital Escola de Itajubá. Foram revisados todos os prontuários das pacientes menopausadas e pré menopausadas, com queixas de disfunção sexual atendidas durante o ano de 2017. Os dados foram armazenados e tabelados através do programa Microsoft Excel e avaliados quanto a existência de correlação estatisticamente significativa entre as variáveis, permitindo nível de significância, através da Regressão logística binária e Teste qui-quadrado. Resultados: A amostra foi constituída de 395 mulheres, e destas, 43,32% relataram dispareunia, 41,51% queixaram de diminuição da libido e 29,87% possuíam redução da lubrificação vaginal. Demais fatores analisados nesse estudo também obtiveram tanto fator de influência quanto fator de prevalência. Conclusão: Devido a alta frequência da disfunção sexual no grupo pesquisado além de seus vários fatores influenciadores, faz se necessário um maior investimento nesse momento da consulta ginecológica, visto o impacto na qualidade de vida e saúde da paciente. Descritores: Disfunção sexual, Menopausa, Climatério, Sexo.


CORRELAÇÃO ENTRE O ELETROCARDIOGRAMA ADMISSIONAL, A CINEANGIOCORONARIOGRAFIA E O DESFECHO CLÍNICO INTRA-HOSPITALAR NO PACIENTE COM SÍNDROME CORONARIANA AGUDA Reginaldo Cipullo 1, Lucas Magalhães dos Reis2, Julia Peloso Maia3, Renata Turrini Jacob4, Brenda Lopes5, Fernanda Segura Campos6, Isabela de Almeida Stella7, Ísis Caroline Duque Rosa8, Marina Pereira da Silva Breda9 1Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 2Hospital de Clínicas de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 3Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 4Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 5Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 6Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 7Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 8Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil; 9Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil;

Resumo INTRODUÇÃO: Pacientes com suspeita de Síndrome Coronariana Aguda (SCA) devem ser avaliados rapidamente para identificar fatores de mau prognóstico. Achados eletrocardiográficos específicos têm influência no primeiro atendimento aos pacientes, seu desfecho clínico e podem ainda estar correlacionados a lesões arteriais mais graves à cineangiocoronariografia. OBJETIVO: Correlacionar achados do eletrocardiograma (ECG) admissional com o padrão de lesões na cineangiocoronariografia (grau de estenose, número de artérias e terço de acometimento) e o desfecho clínico. MÉTODOS: Trata-se de estudo retrospectivo, em que foram avaliados 122 prontuários de pacientes admitidos com diagnóstico de SCA no Hospital de Clínicas de Itajubá durante o ano de 2018. Os dados foram divididos em três grupos de acordo com o padrão de lesão encontrado na cineangiocoronariografia, sendo estes: nenhuma lesão grave (n=20), lesão grave não oclusiva (n=59) e lesão oclusiva da artéria (n=43). RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significante da correlação entre lesões graves no cineangiocoronariografia e ao achado de alterações classificadas como de alto risco (p=0,064) no ECG. Pode-se observar correlação estatística entre o terço de acometimento arterial e as alterações encontradas no eletrocardiograma admissional dos pacientes estudados (p=0,02). O número de lesões graves encontrado foi determinante de alterações eletrocardiográficas (p=0,004). Não houve diferença estatística de mortalidade dos pacientes com lesões de alto risco ao ECG (p=0,382). CONCLUSÃO: O número de artérias e o terço acometidos estão mais correlacionados com algumas alterações específicas no ECG admissional, o qual não se correlacionou com o desfecho clínico. Palavras-chave: Eletrocardiografia, Sindrome Coronarioana Aguda, Cateterismo Cardíaco


ESTUDO DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO DE FLORES VERMELHAS DE TULIPA DE JARDIM (TULIPA GESNERIANA) CONTRA CEPAS DE ESCHERICHIA COLI , STAPHYLOCOCCUS AUREUS E CANDIDA ALBICANS Mariléia Chaves Andrade,1 Júlia Ribeiro Costa Barreto,2 Luiz Henrique Galhardo Guimarães Filho 2 1Professora Titular da Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Rennó Júnior 368, Bairro São Vicente. Itajubá – MG, Brasil. CEP 37502-138 2Acadêmico (a) do 6º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Rennó Júnior, 368 – Bairro São Vicente. Itajubá – MG, Brasil. CEP 37502-138

Introdução: Nas pétalas da Tulipa gesneriana são encontrados vários tipos de flavonoides que desempenham papel importante na atividade antimicrobiana. Espera-se que compostos que atinjam, nas células, alvos diferentes daqueles utilizados pelos antibióticos conhecidos, sejam ativos contra patógenos resistentes. Objetivo: Avaliar o efeito antimicrobiano de flores vermelhas de Tulipa gesneriana contra Escherichia coli , Staphylococcus aureus e Candida albicans isoladas de infecções hospitalares. Métodos: Utilizou-se 15 cepas de E. coli ,15 de S. aureus e 15 de C. albicans isoladas de pacientes com infecções hospitalares. As flores de Tulipa foram secas em estufas, trituradas e misturadas em álcool. Após 26 dias em repouso, foram filtradas para constituição do extrato. Para a análise da atividade antimicrobiana de flores de Tulipa, em diferentes concentrações, foi utilizada a metodologia de microdiluição em placa. Resultados: Nas concentrações de 200 mg/ml, 100 mg/ml, 50 mg/ml, 25 mg/ml,12,5 mg/ml,6,25 mg/ml e 3,125 mg/ml houve total atividade antimicrobiana do extrato contra as cepas de E. coli , S. aureus e C. albicans. Conclusão: Encontrou-se atividade antimicrobiana nas flores de Tulipa contra cepas Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Candida albicans sendo que na concentração do extrato de 200 mg/ml, 100 mg/ml, 50 mg/ml, 25 mg/ml,12,5 mg/ml, 6,25 mg/ml e 3,125 mg/ml houve total atividade antimicrobiana. Apoio: O presente estudo não recebeu apoio financeiro.

Palavras chave: Atividade antimicrobiana, Tulipa, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Candida albicans.


TRATAMENTO DA ÚLCERA VENOSA: ESTUDO RANDOMIZADO E PROSPECTIVO ENTRE ESCLEROTERAPIA COM ESPUMA E ELASTOCOMPRESSÃO Larissa Macanosso Moscardini1, Ísis Caroline Duque Rosa1, Melissa Andreia de Moraes Silva2

1Acadêmica do 6º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Rennó Júnior, 368 – Bairro São Vicente. Itajubá – MG, Brasil. CEP 37502-138; 2Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Preceptora do PRM de Vascular do Hospital de Clínicas de Itajubá, R. Miguel Viana, 420 – Bairro: Morro Chic. Itajubá - MG, Brasil. CEP 37500080

Introdução: Úlceras venosas crônicas em membros inferiores são uma condição crônica relacionadas à doença venosa, sendo o estágio final de anos de tratamento inadequado ou de sua ausência. Desta maneira, há uma busca por novos tratamentos e efetividades. Vários métodos de terapia endovenosa para varizes foram descritos, incluindo a escleroterapia com espuma. Procedimento vantajoso por ser minimamente invasivo, de fácil execução, de baixo custo, indolor, além de possui uma baixa incidência de reações alérgicas. Objetivos: avaliar o efeito da esclerose com espuma de polidocanol em pacientes com úlcera venosa em tratamento clínico com elastocompressão. Métodos: O estudo realizado foi prospectivo, randomizado, dividido em 2 grupos: Grupo Espuma (tratamento com aplicação do polidocanol) e Grupo Clínico (uso de elastocompressão) nas quais foi realizado o acompanhamento durante 6 meses. Sendo avaliadas características clínicas dos pacientes e as variáveis: cicatrização de ferida e escore de gravidade de doença venosa. Resultados: Ao final do sexto mês foram acompanhados 11 membros do Grupo Espuma, com taxa de cicatrização de 45,4% e 04 membros do Grupo Clínico, com taxa de cicatrização de 75%. Não houve diferença significativa entre os valores de escore VCSS para o Grupo Clínico. Entretanto, no Grupo Espuma observou-se uma diminuição significativa, pela análise de variância. Conclusão: Houve a melhora da gravidade da doença em pacientes tratados com espuma de polidocanol. Palavras-chave: varizes, úlcera venosa, escleroterapia


ESTUDO CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS (TREPONEMA PALLIDUM) E DE VERIFICAÇÃO DAS CAUSAS ENVOLVIDAS NO AUMENTO DO NÚMERO DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS EM ITAJUBÁ, MINAS GERAIS (MG) Marcos Henrique Ferrarez Faria1, Camila Alcantara Quidigno 1, Paulo José Oliveira Cortez2 1Acadêmico da Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil. 2Professor Adjunto da Faculdade de Medicina de Itajubá. Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

Resumo Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Foi observado no Brasil, nos últimos cinco anos, um aumento constante no número de casos de sífilis1. Objetivos: Traçar perfil clínico dos pacientes com sífilis e verificar as causas envolvidas no seu aumento em Itajubá, Minas Gerais, Brasil. Métodos: O trabalho foi realizado em duas etapas: Em um primeiro momento, foram coletados dados de prontuários de pacientes atendidos entre os meses de Janeiro de 2014 a Dezembro de 2016 no Centro de Assistência e Prevenção (CAP) à DST/AIDS Itajubá. Em um segundo momento, foram aplicados questionários a 20 profissionais da saúde do CAP e do Hospital Escola de Itajubá (HEI). Resultados: É possível estabelecer um grupo de risco, sendo ele homens (66,9%), entre 20 e 29 anos (43,16%), solteiros (60,30%), de escolaridade ente 8 a 11 anos (39,57%), sexualmente ativos e em não uso de preservativos. Pelos questionários, as principais causas para o aumento dos casos foram o não uso de preservativo (34% dos votos), o uso de álcool e/ou drogas (20% dos votos), e a baixa instrução (19% dos votos). A maioria dos profissionais considera não existir divulgação e conscientização populacional de maneira correta (80%), mas que o tratamento aos pacientes é feito de maneira adequada (70%). Conclusão: Os casos diagnosticados são predominantemente evitáveis por meio de políticas de prevenção e educação da população no que diz respeito às ISTs.

Palavras-chave: Sífilis, Treponema pallidium, Epidemiologia, Perfil de Saúde.

Apoio financeiro: FAPEMIG


INFLUÊNCIA DO ESQUEMA DE RADIOTERAPIA FRACIONADA NO RETRATAMENTO DA DOR ÓSSEA METASTÁTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Marcos Vinícius Costa Carvalho 1 , Sammy Rossignoli Marques Moallem1, Clarissa Maria Ferreira Trzesniak2, Gerson Hiroshi Yoshinari Junior3 1Acadêmicos Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Renó Júnior, 368 – Bairro: São Vicente | CEP 37502-138 | Itajubá – MG, Brasil 2Docente do curso de Medicina, Faculdade de Medicina de Itajubá FMIt. Av. Renó Junior, 368 - Bairro São Vicente, CEP: 37502-138, Itajubá – MG, Brasil. 3 Médico Rádio-Oncologista do Hospital Márcio Cunha, Fundação São Francisco Xavier - Av. Kiyoshi Tsunawaki, 41 - Bairro Das Águas, CEP: 35160-158, Ipatinga – MG, Brasil.

Resumo Introdução: A radioterapia externa fornece excelente tratamento paliativo para a dor óssea metastática localizada. A taxa de retratamento com radioterapia, independentemente do nível inicial da dor, é maior em pacientes que fazem o tratamento com dose única em relação àqueles que recebem esquemas de múltiplas doses. Objetivo: Definir o atual status do conhecimento referente a qual esquema de tratamento de radioterapia obtém resultado mais prolongado no controle da dor óssea metastática. Metodologia: Pesquisamos a base de dados eletrônica do Pubmed, em junho de 2018. Selecionamos os estudos que referenciavam a dor óssea metastática e sua evolução após tratamento com radioterapia multifracionada. Resultados: Observou-se que o benefício máximo no alívio da dor após múltiplas frações foi obtido em média de 6 semanas. Porém, devido a heterogeneidade dos dados apresentados, tornou-se inviável a elaboração de uma metanálise. Conclusão: Concluiu-se ainda que os trabalhos existentes não são capazes de fornecer as informações suficientes para esclarecer se há diferença nas taxas de retratamento entre os esquemas de radioterapia multifracionados mais utilizados no controle da dor óssea metastática. Necessitando de estudos prospectivos para elucidar essa questão. Palavras-chave: Osso e Ossos; Metástase Neoplásica; Radioterapia


SATISFAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO SUS NO TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE EM UM MUNICÍPIO NO SUL DE MINAS GERAIS Marcus Vinicius Alvernaz de Faria¹, Nicolas Marques Oliveira¹, Suélen Ribeiro Miranda Pontes Duarte2 ¹ Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Renó Junior, 368 – Bairro: São Vicente. Itajubá – MG, Brasil. CEP 37502-138. 2 Professora e orientadora da Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Renó Junior, 368 – Bairro: São Vicente. Itajubá – MG, Brasil. CEP 37502-138.

RESUMO: Introdução: A satisfação, compreendida como um estado emocional prazeroso, pode ser influenciada por múltiplos aspectos do trabalho, concepções, pensamentos e características próprias do indivíduo, que implicam diretamente no modo de agir e reagir às diversas situações do cotidiano, sendo importante objeto de estudo na busca pela melhoria do atendimento em saúde. Objetivos: avaliar a satisfação dos profissionais quanto as condições e relações de trabalho na Atenção Primária em Saúde e identificar os pontos de consistência e inconsistência na visão dos profissionais, em dois modelos assistenciais, na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na Unidade Básica de Saúde (UBS). Métodos: Amostra com 165 profissionais da Atenção Primária de uma cidade do Sul de Minas Gerais, através da aplicação de questionário elaborado pelo Ministério da Saúde¹. Resultados: Pontos de satisfação: dimensionamento da equipe (68,6%), distribuição das tarefas (78,2%), segurança no trabalho (69,7%), higiene e ambiente (75,15%), relacionamento com a chefia imediata (96,9%), realizar atividades de acordo com o contrato (78,8%), existência de reuniões da equipe (86%), existência de local para reclamações (66,6%), o fato de que utilizaria o estabelecimento caso houvesse necessidade (96,3%) e a opinião a respeito do estabelecimento (91,5%). Pontos de insatisfação: acomodações e mobiliário (41,4%), salário (40,6%), medicina do trabalho (54%), estimulo do estabelecimento ao trabalho (28,5%), valorização do trabalho (35,8%), motivação no trabalho (64,9%). Conclusão: Globalmente nota-se que o nível de satisfação é maior que de insatisfação, entretanto, há pontos importantes de insatisfação que devem ser abordados pela gestão municipal afim de melhorar a atenção em saúde. Palavras-chave: Satisfação, profissionais, Atenção Primária em Saúde. Apoio financeiro: financiamento próprio.


POLIANGEITE MICROSCÓPICA EM ADOLESCENTE: RELATO DE CASO Maria Beatriz Costa Cruz, Mariana Henrique Togeiro, Clarissa de Carvalho Ribeiro Faculdade de Medicina de Itajubá

Resumo: A Poliangeíte Microscópica (PAM) é uma vasculite necrotizante de pequenos e médios vasos, com poucos depósitos imunes ou ausência deles. A paciente do caso relatado deu entrada no pronto socorro dos Hospital de Clínicas de Itajubá, apresentando cefaleia, mialgia, febre, além de púrpura palpável. Evoluiu com desconforto respiratório, necessitando de internação na UTI e posterior diálise devido a disfunção renal importante. Descartadas outras hipóteses diagnósticas através de exames laboratoriais, de imagem e histopatológico, associando a clínica apresentada, fechou-se o diagnóstico de PAM. Foi realizado então o tratamento de escolha para a vasculite: corticoterapia e imunossupressor. Paciente apresentou melhora significativa do quadro, recebeu alta da unidade hospitalar e deu continuidade ao tratamento a nível ambulatorial com a reumatologia. No presente caso a paciente apresentou sintomas constitucionais, manifestações cutâneas e síndrome PulmãoRim: Evoluiu com púrpura palpável, hemorragia alveolar e disfunção renal, características da PAM descritas na literatura. O diagnóstico abrangendo história clínica rica associado a histopatologia compatíveis é padrão ouro nas bibliografias. Instituído o tratamento com Prednisona 40mg/dia + Azatioprina 50mg/dia sob diagnóstico de PAM .Houve melhora imediata da sintomatologia com o tratamento padrão da vasculite encontrado na literatura. Conclui-se que a importância do relato se da ao abordar um caso de rara vasculite em nosso meio principalmente por se tratar de uma paciente jovem além de mostra a necessidade de estudos sobre a possível relação entre o uso de Isotretinoína e desenvolvimento de PAM. Palavras-chave: Poliangite microscópica, Vasculite, Isotretinoína


RELATO DE CASO: SÍNDROME DE RETT COM CONFIRMAÇÃO MOLECULAR Maria Júlia Borzani Dessimoni¹; Maria Valéria Borzani Dessimoni¹; Ana Carolina Dalarmelina Almança¹; Glenia Junqueira Machado Medeiros²

1. Estudante do 6º ano de medicina da FMIt – Itajubá – MG – Brasil. 2. Orientadora; Professora Pediatra da FMIt – Itajubá –MG – Brasil; Professora Assistente Departamento de Saúde da UFLA – Lavras – MG – Brasil

RESUMO: Introdução: Andreas Rett identificou, em 1966, a “Atrofia cerebral associada à hiperamonemia” ou Síndrome de Rett (SR). O diagnóstico da SR era exclusivamente clínico, mas a identificação de mutações no gene MECP2, observadas em 80% dos casos, sugere que esse recurso deva ser utilizado na elaboração final do diagnóstico. Relato: Neste trabalho é relatado um caso de paciente de 6 anos, sexo feminino, que apresentou nas consultas de puericultura uma desaceleração do crescimento do perímetro cefálico, seguido de alterações comportamentais, desaparecimento da fala e surgimento de movimentos repetitivos de mãos e cabeça. À investigação do diagnostico de SR, foi solicitado o Exame Molecular, com confirmação de mutação patogênica do gene MECP2. Discussão: O diagnóstico de SR para forma clássica e ou variantes atípicas, critérios clínicos e a análise molecular, auxilia no prognóstico mais rápido e assertivo do paciente. Conclusão: Não há cura para a SR, os sintomas e a gravidade da doença variam entre pacientes, ressaltando a importância do diagnóstico precoce através da confirmação molecular. Este trabalho não recebeu nenhum tipo de financiamento/fomento. Palavras-chave: Deficiência mental; Neurologia; Hiperamonemia cerebroatrófica.


CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, FATORES DE RISCO E TRATAMENTO DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO DE MEMBROS SUPERIORES Melissa Andreia de Moraes Silva ¹*, Marília Ribeiro Cordaro 2, Wagner Lucio Nogueira Carneiro Junior Faculdade de Medicina de Itajubá

Resumo Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) de membros superiores, embora não usual, tem incidência relevante entre os casos de trombose venosa profunda. Os fatores de risco são semelhantes, sendo de suma importância o diagnóstico. Objetivos: Identificar localidades venosas predominantes de acometimento, fatores de risco e tratamento de TEV de membros superiores em todas as idades. Métodos: Foram estudados 39 pacientes com diagnóstico de TEV de membros superiores, por meio de ultrassom com Doppler venoso e análise de seus prontuários, no período de Janeiro de 2012 a Dezembro de 2017. Os fatores de risco, características clínicas e tratamento foram descritos e avaliadas suas prevalências. Resultados: Foram observados 39 casos de TEV de membros superiores entre os 905 exames avaliados (4,3%). A idade média foi de 56 anos, e a prevalência de 61% no sexo masculino. Os locais de acometimento prevalentes foram FAV radiocefálica e veias cefálica e basílica (22,72%, 18,18%, 13,63%, respectivamente). Tabagismo, TEV e cirurgia prévios foram os fatores mais relacionados à trombose. Conclusão: O tromboembolismo de membros superiores é condição menos reputada que a de membros inferiores e está predominantemente associada a fatores de risco adquiridos, sendo estatisticamente o tabagismo, TVP e cirurgia prévios os prevalecentes. O diagnóstico é crucial e o tratamento com anticoagulação eficaz.

Palavras- chave: trombose, tromboembolismo venoso, trombose venosa profunda de membros superiores, fatores de risco,


IDENTIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS DE PACIENTES COM PRÉECLÂMPSIA REFERENCIADAS À MATERNIDADE DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE ITAJUBÁ. Roger William Moraes Mendes1; Natália Farah Flores2; Thiago Meloni Stecca2. 1 Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá 2 Acadêmico(a) da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: A pré-eclâmpsia afeta cerca de 5% das gestantes e representa mais de 20% das causas de morte materna no Brasil. Está relacionada em 18% dos nascimentos pré-termo no Brasil, comparados com 8% em países desenvolvidos, contribuindo para elevar as taxas de cesarianas. Objetivo: Comparar o estado clínico e laboratorial com o índice de fullPIERS das gestantes que apresentaram diagnóstico de pré-eclâmpsia de forma a contribuir com o prognóstico da gestação. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo com 48 gestantes atendidas no Hospital de Clínicas de Itajubá, com o diagnóstico de PE, entre janeiro de 2011 a dezembro de 2015. Foram estudadas variáveis maternas sociodemográficas, obstétricas, clínicas e o desfecho da internação. O intuito foi analisar descritivamente através do cálculo das frequências absolutas e relativas às duas classificações da PE, clínica/laboratorial e o índice de fullPIERS. Resultados: A idade materna variou entre 13 e 48 anos, sendo que 37,5% estavam entre os extremos de idade, jovens abaixo de 18 anos ou acima de 35 anos. O parto cesariano foi majoritário (97,29%) e, 54,05% nasceram prematuros. A hipertensão arterial crônica foi a comorbidade mais encontrada (39,5%). Através do fullPIERS 10% das pacientes foram classificadas com resultados não tranquilizadores e 90% como tranquilizadores. Conclusão: Entre as duas classificações, clínica/laboratorial e fullPIERS, o resultado entre a comparação dos métodos foi marginal. Isto reflete que eles se complementam, por isso é necessário melhorar o atendimento e o diagnóstico, para auxiliar no prognóstico. Medidas com o intuito de auxiliar na promoção da saúde para diminuir o número de internação hospitalar são necessárias.

Palavras-chave: Pré-eclâmpsia, Prematuro, Mortalidade Materna

Eclâmpsia,

Síndrome

HELLP,

Nascimento


IMPACTO DO USO DE SMARTPHONES NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO EM ACADÊMICOS DE MEDICINA Paula Arieta Crivelli, Paulo José Oliveira Cortez

Faculdade de Medicina de Itajubá, Av. Renó Junior,368- Bairro: São Vicente. Itajubá- MG, Brasil. CEP: 37502-138

Introdução: Os meios de comunicação são cada vez mais necessários quando levadas em consideração a necessidade de conexão, informação e a globalização. Com o aperfeiçoamento das funções dos telefones móveis, houve aumento no período de uso destes. Assim, os movimentos constantes e posturas estáticas durante o uso vêm causando o aumento dos sintomas e queixas de dores musculoesqueléticas. De certo modo, autores já perceberam impactos no uso dos smartphones e de outros eletrônicos, dentre os quais, já foram estudados com base no uso de computadores. Entretanto, ainda se fazem necessários diversos estudos para determinar os efeitos tardios do uso constante dos aparelhos celulares. Objetivo: Avaliar o impacto do uso de smartphones no sistema musculoesquelético em estudantes de Medicina. Métodos: Estudo observacional, transversal com amostra constituída por 66 alunos matriculados no Curso de Medicina, ingressantes no primeiro semestre de 2017. Resultados: Verificou-se que o tempo de uso está correlacionado à dor cervical de forma significativa (p ≤ 0,05) e diretamente proporcional, demonstrando que, quanto maior o tempo de uso, tende-se a obter maior pontuação na escala de dor do Questionário Nórdico sobre Lesões Osteomusculares. Conclusão: Conclui-se que a incidência de dor cervical é diretamente proporcional ao tempo de uso dos eletrônicos. Palavras-chave: Dor musculoesquelética, Dor, Smartphone, estudantes. O trabalho constou com fonte de auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).


RUPTURA HEPÁTICA PUERPERAL: RELATO DE CASO Priscila Santiago Faria1, Thaís Santos da Costa1, Roger William Moraes Mendes2 1Acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá 2Professor da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: A ruptura hepática é uma consequência grave, porém rara da síndrome Hellp, esta pouco conhecida e de difícil diagnóstico, que pode estar relacionada com eclâmpsia e pré eclâmpsia. Descrição do caso: Paciente de 45 anos, sexo feminino, G6P5(N)A0, tabagista, deu entrada na maternidade do Hospital de Clínicas de Itajubá (MG) no segundo semestre de 2018, com IG 36 semanas e 3 dias, evoluiu para parto normal, nascido feto único, vivo e sem intercorrência. Após 48 horas do parto, a paciente evoluiu com distensão abdominal importante, com sinais de irritação peritoneal e queda do estado geral. Foi realizado ultrasom pélvico, via abdominal, evidenciando líquido livre (anecóico) peri-hepático e periesplênico em pequena quantidade.Foi realizada uma laparotomia exploradora, que evidenciou hematoma hepático roto em lobo direito. Evoluiu na UTI com melhora progressiva. Após 72 horas do parto, foi realizada uma Tomografia de abdomen total e pelve no qual foram observados achados que quando correlacionados com a clínica e exames laboratoriais sugere síndrome. Em torno de 96 horas pós parto, a paciente recebeu alta da UTI, evoluindo bem e sem queixas. Discussão:A síndrome Hellp pode ocorrer em 20% dos casos de pré – eclampsia e eclâmpsia e de acordo com Louis Weinstein o nome Hellp vem de: H = hemolysis; EL = elevated liver enzymes; LP = low platelets. Essa síndrome tem como provável base fisiopatológica a lesão endotelial dos vasos hepáticos sucedendo uma ativação, agregação e consumo de plaquetas o que provoca a morte dos hepatócitos. Foi realizado um estudo por Ister et al., 1999 que apontou que 51,1% dos óbitos maternos é devido à demora no diagnóstico 7. No caso relatado a paciente teve aumento nos valores das enzimas hepáticas (TGO,TGP, LDH, GGT), além de ter evoluido com plaquetopenia, comprovando então a síndrome Hellp. Conclusões: Devido a gravidade da doença é necessário uma evolução clínica que aborde qualquer alteração no exame físico o mais rápido possível principalmente nas primeiras 48 horas. Palavras – Chave: Síndrome Hellp, Hepatopatias, complicações da gravidez


HEMATOMA EPIDURAL ESPINHAL ESPONTÂNEO EM LACTENTE: RELATO DE CASO Natália Luiza Moura, Priscila Vilela Silva, Glenia Junqueira Machado Medeiros Introdução: O hematoma epidural espinhal espontâneo (HEEE) é uma doença rara, especialmente em lactentes, definido como uma coleção de sangue no espaço epidural espinhal, não havendo história de trauma ou cirurgia prévia. As causas mais comuns na infância são coagulopatias e malformações vasculares, sendo a forma idiopática a mais comum.Apresenta sintomas decorrentes de compressão medular, porém as características clínicas na população pediátrica são inespecíficas. A ressonância magnética é a neuroimagem com o melhor desempenho diagnóstico e o tratamento realizado é a descompressão cirúrgica emergente, visando minimizar o risco de déficit neurológico permanente. Descrição do caso: F.C.L.R, masculino, 1 ano e 4 meses, admitido no Hospital de Clínicas de Itajubá, com queixas de dificuldade de deambulação, perda de força muscular em membros inferiores, dificuldade de controle do tronco, nucalgia, irritabilidade, encontrando-se hipocorado, taquicárdico e com rigidez de nuca, sem história prévia de trauma vertebral, doença prévia ou uso de medicações. Foi internado sob hipótese diagnóstica de encefalite viral, sendo posteriormente levantadas as hipóteses de Síndrome de Guillain Barret e de Mielite Transversa, sendo todas afastadas após exames complementares inalterados. Posteriormente, foi realizada ressonância magnética do neuroeixo, que indicou um “hematoma epidural cervico- torácico, com efeito compressivo na face anterior da medula (C7-T3), gerando edema e mielite”. O paciente foi transferido para serviço de alta complexidade, onde se realizou a correção cirúrgica. Logo após foi submetido à nova RNM de controle, que não evidenciou nenhuma alteração, sendo encaminhado para acompanhamento ambulatorial em um serviço de referência para seguimento da reabilitação. No pós-operatório tardio, paciente retoma progressivamente as funções motoras. Discussão: O diagnóstico inicial do HEEE é difícil, podendo ter como diagnósticos diferenciais abscesso espinhal, tumor, mielite transversa e Síndrome de Guillain-Barret. Os casos sobre esse tema são escassos na literatura, porém os estudos encontrados corroboram com a clínica e o diagnóstico deste paciente. Conclusão: O caso relatado e publicações levantadas trazem à luz a importância de considerar a HEEE um diagnóstico diferencial das demais afecções neurológicas, resultando em um diagnóstico e tratamento precoce, levando a recuperação com menores sequelas neurológicas.

Palavras chave: hematoma epidural; espinhal; lactentes.


ALOPÉCIA DIFUSA INFANTIL CAUSADA POR SERRATIA MARCENCES: RELATO DE CASO Clarissa Santos de Carvalho Ribeiro 1 Raquel Sônego Bortolotti2 Camila Motta Coli Putti3

1Clarissa Santos de Carvalho Ribeiro, professora de dermatologia da Faculdade de Meicina de Itajubá, endereço: rua Américo de Oliveira, 03, email: clarissascr@gmail.com 2Raquel Sônego Bortolotti, acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá, endereço: rua Netuno, 187, Jardim do Sol – Campinas, SP, email: raquelbortolotti@outlook.com 3Camila Motta Coli Putti, acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá endereço: rua Dep. Luiz Fernando de Azevedo, 570, Apto 602, BPS – Itajubá, MG, mail: camila_putti@hotmail.com

Resumo Introdução: A alopecia é uma patologia que pode ser definida pela perda temporária ou definitiva, senil ou prematura, de pelos ou cabelos, sendo as de etiologia fúngica as mais incidentes na população pediátrica. De maneira incomum, a bactéria Serratia marcences (S. marcences) foi apontada como causa etiológica no relato descrito. Descrição do caso: paciente do sexo feminino, pré escolar, levada ao consultório de dermatologia pelos pais, que referiam exulcerações em região biparietal associadas a queda capilar há cerca de 2 meses. Inicialmente tratada com antibioticoterapia empírica, sistêmica e tópica, pela hipótese de Kerion celsi. Evoluiu com piora das lesões, sendo solicitados exames complementares. Em cultura, foi observado crescimento isolado da bactéria S. marcences, estabelecendo assim diagnóstico por etiologia bacteriana. Procedido tratamento com sulfametoxazol/trimetropin, com resolução do quadro infeccioso e início da repilação. Discussão: A Tinea capitis, considerada a dermatofitose mais comum em crianças, pode ter várias apresentações clínicas, desde uma descamação não inflamatória até uma severa erupção pustular designada de Kerion celsi. No caso em questão, a paciente apresentava quadro clínico semelhante, sendo procedido tratamento empírico para a patologia referida. Diante da piora do quadro, foram solicitados exames complementares que evidenciaram crescimento isolado da bactérica Serratia marcences. Visto que na literatura a cultura é o exame mais sensível e confiável para a identificação do agente causal da Tinea capitis e somando-se o fato de que o tratamento empírico de primeira escolha foi ineficaz, a hipótese de etiologia fúngica foi definitivamente descartada e a hipótese de infecção bacteriana foi confirmada. A bactéria S. marcences, encontrada na amostra, tem sido relatada como importante agente colonizadora do trato gastrointestinal, respiratório e geniturinário humano, causando infecções oportunistas principalmente em pacientes imunossuprimidos e quase nunca em pacientes imunocompetentes, sendo escassos os relatos encontrados sobre pacientes previamente hígidos acometidos pela bactéria. Alguns casos de infecções cutâneas foram relatados, nos quais traumatismo anterior, mordidas de animais ou a presença de úlceras foram apontados como facilitadores, atuando como porta de entrada para a S. marcences sendo o trauma cutâneo e falta de higiene fatores determinantes nas causas da infecção. De forma similar, o quadro de gastroenterite prévio e a coincidencia deste com o desfralde da paciente sugerem a possibilidade de má higiene e reforça a hipótese de autocontaminação do couro cabeludo no caso descrito. Conclusão: Mesmo sabendo que a infecção cutânea pela bactéria S. marcences é um evento raro, a hipótese se impõe como possível diagnóstico diferencial, devendo ser realizado sempre que possível cultura bacteriana para confirmação diagnóstica e antibiograma visando tratamento direcionado, de forma a evitar a alopécia cicatricial. Palavras-chave: Kerion celsi; Alopecia; Serratia


EFEITOS CARDIOVASCULARES E RENAIS DO TRATAMENTO CRÔNICO COM EXTRATO AQUOSO DE BACCHARIS TRIMERA EM RATOS SUBMETIDOS A UM MODELO EXPERIMENTAL DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Rodrigo Liberato Gonçalves Vianna¹ Nilo Cesar do Vale Baracho²

1. Acadêmico do 6º ano da Faculdade de Medicina de Itajubá (Fmit) 2. Ex professor do departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: Baccharis trimera conhecida como Carqueja é uma planta cujos efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes foram comprovados. Objetivo: Avaliar as funções cardiovasculares e renais dos ratos Wistar machos submetidos a um modelo de hipertensão arterial após o tratamento com extrato aquoso de Baccharis trimera. Métodos: Foram utilizados 40 ratos machos Wistar adultos. A hipertensão foi induzida por L-NAME, gavagem (40mg/kg/dia) durante 7 dias. A pressão arterial média (PAM) foi aferida por pletismografia de cauda. Os animais foram divididos em 4 grupos: água destilada G1 (Controle) via gavagem (n=10); G2 Baccharis trimera 684 mg/kg (n=10); G3 Baccharis trimera 2000 mg/kg (n=10); G4 Alisquireno 25mg/kg (n=10). A PAM foi aferida no dia 0,4,7,10,13. O débito urinário foi medido diariamente por 14 dias. A eutanásia foi realizada com guilhotina. O sangue recolhido foi utilizado para dosagens bioquímicas. Resultados: O tratamento com Baccharis trimera 684mg/kg e 2000mg/kg reduziu significativamente a PAM dos ratos a partir do 4º dia até o final da experiência, concomitantemente houve aumento do débito urinário a partir do 4º dia até o final do projeto. Além disso, o tratamento com Alisquireno reduziu significativamente a PAM aumentando o débito urinário do dia 5 até o final do experimento. Os tratamentos referidos não produziram qualquer alteração nos níveis séricos de creatinina, ureia, AST, creatinina urinaria e clearance de creatinina. Tanto Baccharis trimera 684 mg/kg como Baccharis trimera 2000mg/kg elevaram os níveis séricos de ALT quando comparados com o controle. Conclusão: O tratamento com Baccharis trimera evidenciou efeito anti- hipertensivo e diurético em ratos hipertensos.

Palavras chave: Hipertensão, Baccharis ,L-NAME.


PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM PACIENTES EM LISTA DE ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE ITAJUBÁ. Thaynara Lampe Narciso Silva¹, Alita Pedrão Rodrigues² e Luciene Azevedo Morais³ ¹ Acadêmica em Hospital de Clínicas de Itajubá. ² Acadêmica em Hospital de Clínicas de Itajubá. ³ Departamento de Nefrologia, Hospital de clínicas de Itajubá.

Resumo: Introdução: A doença renal crônica é uma patologia muito encontrada na população. Esta doença está associada à elevada mortalidade e morbidade influenciando diretamente na qualidade de vida dos pacientes presentes na fila de espera para o transplante renal. Objetivo: Identificar e descrever o perfil dos pacientes inscritos em lista de espera para a realização do transplante renal no Hospital de Clínicas de Itajubá. Métodos: Estudo epidemiológico transversal com análise quantitativa para identificar e descrever o perfil epidemiológico dos pacientes inscritos em fila única de espera para o transplante renal no Hospital de Clínicas de Itajubá. Realizou-se levantamento dos dados por meio de análise de prontuários .Os dados foram analisados em planilhas Microsoft Excel. Foram analisados 188 pacientes ,inscritos no transplante renal de junho de 2015 à fevereiro de 2019. Resultados: Dos 188 pacientes 66% foram do sexo masculino, média de 37 anos de idade em atual fila de espera, 51,4% eram do tipo sanguíneo O, o tempo de doença renal c rônica nos pacientes em fila de espera é de 13,3 meses, o tempo de hemodiálise nos pacientes avaliados na fila de espera é de 4.5 anos. O diagnóstico de maior evidência foi indeterminado, com 75% nos pacientes em fila. A hipertensão foi a principal comorbidade encontrada nos pacientes. O tabagismo teve maior prevalência como hábito de vida. Conclusão: Com o presente estudo demonstra-se que conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes em fila para transplante pode tanto auxiliar na prevenção da doença renal, quanto auxiliar os profissionais atuantes na área clínica. Financiamento: este trabalho não obteve apoio financeiro. Palavras chave: Transplante de rim, Insuficiência renal crônica, Coleta de dados.


AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE FOLHAS DE ASSA-PEIXE (VERNONIA POLYANTHES) CONTRA CEPAS DE ESCHERICHIA COLI, STAPHYLOCOCCUS AUREUS E PSEUDOMONAS AERUGINOSA Giancarlo Miranda Carnicelli, Yago Querido Corrêa Leite, Mariléia Chaves Andrade Faculdade de Medicina de Itajubá

Introdução: Com o aumento da resistência antimicrobiana frente aos antibióticos tradicionais, a ciência está empenhada no desenvolvimento de novas formas de tratamento contra bactérias multirresistentes. A planta Vernonia polyanthes, conhecida no Brasil principalmente como “Assa-peixe”, tem sido usada como alternativa pela cultura popular para o tratamento de infecções respiratórias e lesões de pele. Estudos científicos demonstram capacidade antiinflamatória e antimicrobiana. Objetivo: Avaliar o efeito antibacteriano das folhas de Vernonia polyanthes contra cepas de Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa isoladas de infecções hospitalares. Métodos: Utilizou-se 10 cepas de E. coli, 10 de S. aureus e 10 cepas de P.aeruginosa isoladas de pacientes com infecções hospitalares. As folhas de Vernonia foram secas em estufas, trituradas e filtradas para constituição do extrato bruto, que em seguida foi diluído para análise da atividade antimicrobiana pelo método de microdiluição em placa. Dois antibióticos foram utilizados para fins de controle de atividade antimicrobiana. Resultados: Nas concentrações de 100 mg/ml e 50 mg/ml houve total atividade antimicrobiana do extrato contra as cepas de E. coli, S. aureus e P. aeruginosa, semelhante à efetividade dos antibióticos utilizados, e sua eficácia foi progressivamente diminuída conforme redução da concentração do extrato. Conclusão: Encontrou-se uma satisfatória atividade antimicrobiana do extrato de folhas de Vernonia polyanthes contra cepas de E. coli, S. aureus e P. aeruginosa, sendo que na concentração do extrato de 100 mg/ml e 50 mg/ml houve total atividade antibacteriana. Palavras-chave: Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Vernonia, Fitoterapia


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