Jornal de Abrantes - outubro 2021

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/ JORNAL DE ABRANTES

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121 ANOS

/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas OUTUBRO 2021 / Edição nº 5608 Mensal / ANO 121

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Tamanhos especiais Copa A a H

Bucho e Tripas do Pego é marca registada Pág. 11 Pesca ainda está proibida entre Ortiga e Chamusca Págs. 20 e 21

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AUTÁRQUICAS

2021

ENTREVISTA

Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

Págs. 3 e 4 PUBLICIDADE

Sem grandes surpresas nos concelhos da área do JA, os presidentes das seis câmaras foram reeleitos e, no Médio Tejo, apenas mudaram Alcanena, Ferreira do Zêzere e Sertã. Neste especial Autárquicas 2021, deixamos os resultados para mais tarde recordar. Págs. 15 a 19

Marly Serras é a nova diretora da EPDRA


A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

Num dos pontos mais altos do Penhascoso, conhecido por Serra da Feiteira, o Grupo Desportivo Recreativo e Cultural do Penhascoso, viu um ponto de interesse e de mais valia da aldeia. Colocou então um símbolo no local, que é a guitarra, para fazer jus ao nome de “aldeia do rock”. No mesmo local passa o PR9 do Penhascoso, percurso de bicicleta e para os amantes do todo terreno. Existe ainda uma esplanada, com uma mesa e dois bancos, que é um espetáculo para a fotografia e um ponto de descanso para quem ali passa.

//Patrícia Seixas //DIRETORA

Após uma mês em que a campanha eleitoral dominou as atenções, foram eleitos os autarcas para quatro anos de mandato. Na região, pouco ou nada se alterou, com os seis presidentes de Câmara dos concelhos da área de abrangência do Jornal de Abrantes a serem reeleitos. Vasco Estrela, em Mação, Miguel Borges, em Sardoal, Fernando Freire, em Vila Nova da Barquinha e Ricardo Aires, em Vila de Rei, entram naquele que será o seu terceiro e último mandato à frentes dos destinos dos seus concelhos. Em Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, que tinha assumido a presidência da Câmara em substituição de Maria do Céu Antunes quando esta foi nomeada secretária de Estado do Desenvolvimento Regional na área do Planeamento, concorreu pela primeira vez como cabeça de lista e venceu para dar início ao seu primeiro mandato. Em Constância, Sérgio Oliveira também conquistou o seu segundo mandato mas, desta vez, reforçou a maioria socialista na Câmara. Os números das Eleições Autárquicas 2021, os vencedores e as declarações na noite eleitoral é o que vai poder encontrar num ESPECIAL que preparámos para si nas páginas desta edição. Entretanto, o país entrou na última fase do desconfinamento. A vida parece, aos poucos, voltar à normalidade mas, provavelmente, valerá a pena continuar a dar ouvidos aos especialistas e manter alguns cuidados até porque, como sabemos, o vírus continua a andar por aí. As atenções têm estado viradas para a ilha de La Palma, no arquipélago das Canárias, onde o vulcão Cumbre Vieja tem deslumbrado com imagens espetaculares mas que também nos lembra que a natureza ainda é mais forte que tudo. A destruição tem sido enorme e há muitas vidas em suspenso. O Cumbre Vieja serve ainda para nos lembrarmos que em Portugal também temos vulcões e que, desde o povoamento das ilhas dos Açores, já ocorreram 28 erupções vulcânicas. Como dizia Fátima Viveiros, subdiretora do Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos, “cada dia que passa, aproxima-se a próxima”. Na edição de outubro do seu Jornal de Abrantes damos-lhe ainda conta que, no concelho de Abrantes, há uma nova marca registada e dá pelo nome de “Bucho e Tripas do Pego”. O reconhecimento e a luta pela preservação do património pegacho chega pelas mãos da Confraria do Bucho e Tripas do Pego. Ainda no concelho, pode conhecer a primeira unidade turística a ter a certificação de turismo sustentável e responsável da Biosphere. Fica no Fojo, em Rossio ao Sul do Tejo, e chama-se Amendoeiras House Bed & Breakfast. Vale a pena conhecer. Boas leituras e até novembro.

ja / JORNAL DE ABRANTES

PERFIL / //Naturalidade / Residência: Pego //Naturalidade / Residência: Nasci e vivo em Tramagal, a Vila Convívio. //Qual é o seu maior medo? Há uma ideia que me aterroriza. É estranho que pense nisso, mas a verdade é que penso. O meu maior medo é perder o meu filho. Não conseguiria viver sem ele. //Nuno Miguel Bernardino Ribeiro, 41 anos / Eng.º Materiais, na Frutrifer em Tramagal

//Que pessoa viva mais admira? A minha companheira, que o é em todos os momentos, bons e maus, que o é todos os dias, em todos os minutos! É a mulher da minha vida e a melhor mãe do mundo!

//Se pudesse mudar uma característica em si, o que seria? Humm, não sei bem. Não acho que seja mau rapaz, mas...talvez atenuasse a minha teimosia. Às vezes sou realmente um bocado teimoso, mas com a idade acho que estou a ficar melhor :-) //Se soubesse que morria amanhã, o que faria hoje? Não deixaria nada por dizer, a ninguém. Era o que faria se tivesse tempo.

//O que mais valoriza nos seus amigos? Pode parecer uma frase feita, mas de facto o que mais valorizo é a Amizade verdadeira. Um dos pilares para podermos ser felizes, é de facto //Onde e quando foi mais feliz? ter um Amigo no verdadeiro sentido Tenho uma filosofia de vida em que da palavra. E isso é coisa muito rara. o que conta é que todos os dias E podem ser pessoas que até nem sejam uma nova felicidade, mas “só” vejo com frequência, mas... sei que com o facto de estar vivo já sou feliz estão lá. em qualquer lado! O resto vem por acréscimo, mas na sequência das //Quem são os seus artistas respostas anteriores, o meu mundo favoritos? é muito mais feliz onde estiverem a Destacaria alguns que muito admiro minha companheira e o meu filho. na área do humor, porque o fazem duma forma com a qual me identifico //Que talento mais gostaria de e que são o Ricardo Araújo Pereira, o ter? Nilton e o Eduardo Madeira… Gostaria de ser piloto de rallys. Sou um fã de rallys. E ainda não perdi //Quem é o seu herói da ficção? a esperança. Um destes dias ainda Super-Homem. Sempre fui (e ainda invisto nisso. sou) fã do Super-Homem.

//Com que figura histórica mais se identifica? Salazar, faz cá muita falta. Quem são os seus heróis da vida real? Os meus pais, sem dúvida nenhuma. Amor incondicional e inexplicável. E o meu irmão António Ribeiro, que admiro profundamente. //Onde gostaria mais de viver? Se tivesse mesmo que escolher um sítio além do Tramagal para viver, escolheria Coimbra. É uma cidade muito especial para mim. //Se fosse presidente de Câmara, o que faria? Tivemos eleições agora... e os próximos quatro anos estão entregues. Resta confiar. No Tramagal, sopram ventos de mudança e gostava que houvesse articulação da nova junta com a Câmara, para recuperação de espaços importantes e desprezados, como por exemplo parques infantis para que o meu filho e as outras crianças possam brincar em condições.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021


ENTREVISTA /

Missão: formar bons profissionais e bons cidadãos // Marly Serras é a nova diretora da Escola Profissional de Desenvolvimento de Abrantes. Assumiu recentemente os destinos desta escola profissional que quer dar a conhecer ao país e que aposta em dar formação aos jovens e incutir-lhes mais cidadania. Há desafios pela frente, como aumentar o internato feminino ou na Herdade substituir os pomares, mas acima de tudo há um fio condutor que tem coisas bem feitas e assim vai continuar. A EPDRA vai abrir o lagar de linha à população e terá uma novidade nos vinhos, um rosé em estreia absoluta. Entrevista por Jerónimo Belo Jorge O que a levou a avançar para a liderança da EPDRA?

O que me levou a avançar para a liderança foi o facto de ao fim de 28 anos de escola, completei a semana passada 28 anos, ter constatado que já tinha feito tudo o que havia a fazer a nível profissional na escola. E pensei que se calhar era a altura de encetar um novo desafio. E esse desafio foi pensado, muito bem discutido familiarmente porque não é um cargo fácil, tem muita exigência. Mas foi tudo muito ponderado e depois a decisão foi nesse sentido, de fazer algo mais por esta escola que eu considero, e todos consideramos, como nossa.

Ou seja, há muito mais tempo de trabalho do que uma carga horária fixa…

Neste cargo se os dias tivessem todos 48 horas era muito bom. É um cargo que implica uma dedicação exclusiva e total e depois tem também muito trabalho. É diferente de ser professor, de vir dar aulas de forma normal. Aqui temos de estar 24 horas alerta porque é uma escola diferente. Nós temos internatos e com esta valência temos sempre de estar atentos. Há um aluno com febre [ainda ontem á noite (n.r. véspera do dia em que fizemos a entrevista) tivemos um aluno com febre e dor de garganta], há um aluno que precisa de ir ao hospital (…) aqui é complemente diferente de uma escola do ensino regular. Se ser diretor de uma escola já implica uma dedicação total, ser diretor de uma escola profissional implica uma dedicação a duplicar.

Foi uma decisão tomada numa fase de desconfinamento. Este último ano e meio mudou muito a escola, assentando num teor muito prático?

Tivemos um ano e meio muito complicado porque a EPDRA é uma escola essencialmente dedicada à parte prática, a preparar os alunos para a parte do trabalho e é muito complicado fazer essa preparação estando online. Houve aqui muita coisa que teve de ser repensada, reestruturada, mas que resultou bem. Agora estamos à espera que este sentimento de saudade da escola que se nota nos alunos, porque se nota uma grande alegria de

//Marly Serras quer a escola mais aberta à comunidade

estarem uns com os outros, os leve a poderem ganhar mais interesse pela escola, pelo estudo.

Quais são os seus principais objetivos? Os objetivos passam por continuar a promover um ensino de excelência na nossa escola potenciando aos alunos as competências das profissões que irão exercer futuramente. Mas ao mesmo tempo criar condições para que eles sejam cidadãos plenos, no reforço da cidadania. Que não sejam cidadãos sem a consciência do que é ser um cidadão ativo e participativo na vida da sua comunidade, do seu país. Essa também e também uma das funções da escola…

… ou seja incutir nos jovens a cidadania sem ser numa disciplina

“Vamos continuar o vinho e com uma novidade. Este ano vamos ter um rosé”

dedicada?

Sim, sem ser numa disciplina (que já existe). Mas podemos incutir a cidadania em todas as disciplinas porque acho que falta muito isso aos jovens.

E os grandes desafios?

Tenho muitos desafios e muita vontade de toda a comunidade escolar. Existe uma vontade muito grande de levar do

nome da EPDRA para fora do concelho de Abrantes. Precisamos de mostrar ao país, e principalmente à região, que estamos aqui. Penso que muitas vezes as pessoas esquecem-se que estamos aqui nas Mouriscas. Estamos são sossegadinhos que às vezes esquecem-se que há aqui uma escola. Precisamos de levar o nome para fora, mas de realçar que temos aqui alunos de norte a sul do país e das ilhas. É claro que há muita coisa a fazer. Partimos com definição que aquilo que foi bem feitos nos anos anteriores é para continuar a fazer. Agora há muitas coisinhas que temos mesmo de mudar.

A EPDRA precisa de captar alunos?

Sim, a escola precisa de captar alunos e precisamos de ser mais inovadores e mostrar que somos uma escola diferente.

Outubro 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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ENTREVISTA / O ensino profissional era, há uns anos, considerado como o ensino de recurso para alunos que não queriam ou não tinham interesse no ensino regular. Essa ideia tem vindo a modificar-se?

É um conceito que está a mudar. Há uns anos havia essa ideia que o ensino profissional era o parente pobre da educação. Havia a ideia que os alunos que vinham para o ensino profissional eram aqueles que não conseguiam ir mais longe. Mas na nossa escola nunca se notou isso. Ao longo dos 31 anos temos imensos alunos licenciados e formados com cursos superiores. Aqui nunca notámos muito essa diferença. Mas nos últimos anos os pais começaram a perceber que estas escolas não impedem os alunos de seguir para o ensino superior. E até tem uma vantagem, tem dupla certificação.

Ou seja, têm o 12.º ano e ganham competências? Sim, fazem o 12.º ano, mas ganham também competências profissionais que lhes permite a entrada direta no mercado de trabalho.

A escola está dividida na Herdade e no Centro Escolar e internato. Ao nível de instalações têm o que precisam ou é altura de começar a pensar em “remodelar ou requalificar”?

Sim. A nível do centro escola já houve uma intervenção muito grande no internato masculino. Os rapazes têm condições adequadas às necessidades. Agora gostávamos de aumentar o internato feminino. Temos 19 alunas e como os t0 não têm capacidade para as acolher todas já transferimos algumas para a pousada. Mas a pousada tem como finalidade acolher pessoas que venham pontualmente e que queiram ficar. Esse é um dos objetivos. Depois há outras coisas na Herdade da Murteira que precisam de intervenção…

…ao nível de estruturas ou das próprias culturas…

… temos um pomar que precisa de ser renovado porque já é muito antigo.

Como está a ser o arranque deste ano letivo? Têm a formação base, agricultura gestão equina. Depois o turismo….

… temos a gestão equina que é o ex-libris da escola. Esgota sempre, temos este ano uma turma de 27 alunos. Eu digo que os cursos são todos iguais, mas este é sem dúvida o que tem uma maior saída. Depois temos o de técnico de gestão agropecuária, o de técnico de cozinha e pastelaria e a novidade, o de bombeiro.

E o de bombeiro, intimamente ligado ao mundo rural, teve muita procura? Não tanto como nós pensávamos. A expectativa era maior. Vivemos numa região fustigada pelos fogos florestais pelo que temos de apostar nestes cursos para os fogos, mas também muito na área da prevenção.

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// EPDRA: BI DE UMA ESCOLA ASSENTE NO MUNDO RURAL Marly Serras leva cerca de um mês como diretora da EPDRA. Numa direção no feminino conta com Paula Mano, como subdiretora, e Susana Carvalho, como adjunta, na gestão dos próximos quatro anos. Criada em 1989, começou a lecionar em 1989/1990 com uma turma de Gestão Agrícola com 20 alunos: os pioneiros. Foi a primeira escola profissional de agricultura de natureza pública. EM 22 de maio de 2000 passou a designar-se por Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes. Atualmente a EDPRA conta com cerca de 140 alunos oriundos de todas as regiões do país e dos arquipélagos e ainda com 8 jovens dos PALOP, nomeadamente de Angola, Moçambique, São Tomé e Cabo Verde. Nesta altura conta com um quadro de cerca de 30 professores e outros tantos funcionários que garantem o funcionamento da escola e da Herdade da Murteira. Todos os dias os funcionários tomam conta 68 hectares. E têm ainda 142 ovinos e caprinos. Têm os cavalos, a vacaria e uma área de suinicultura. Só não têm aves. A herdade tem ainda o pomar (dois hectares), ou a área das árvores de fruto. Há Laranjeiras, diospireiros, pessegueiros, macieiras, pereiras, nespereiras, romãzeiras, ameixoeiras, cerejeiras, nogueiras, figueiras, marmeleiros e meio hectare de amendoeiras. Tem o olival (três hectares), de onde sai a azeitona para ser moída no lagar (um de linha e outro tradicional), as vinhas (três hectares) para produção dos vinhos (branco e tinto) e ainda uma zona de medronheiros e dez hectares de pinheiro manso e mais três hectares de pinhal com cerca de três anos. Depois acrescenta-se toda uma área mais florestal.

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

“podemos incutir a cidadania em todas as disciplinas porque acho que falta muito isso aos jovens” “era bom as pessoas das Mouriscas virem conhecer melhor a escola” O segundo ano pode, por via da experiência, “promover” este curso?

Sim, penso que sim. E vai depender muito dos técnicos que temos e daquilo que os alunos do primeiro ano vão mostrar. Mas penso que esta é uma prova daquilo que são os nossos objetivos de mandato que é levar mais a escola para fora, mostrar mais a escola.

E a produção? O vinho já ganha prémios. Há azeite para venda. Leite. Legumes. A produção da Herdade da Murteira vai continuar?

Vamos continuar o vinho e com uma novidade. Este ano vamos ter um rosé. Vamos continuar com o lagar. O ano passado a safra foi fraca não funcionou, mas este ano há muita azeitona como tal já está tudo a ser preparado para arrancar com a campanha. Qual-

quer pessoa pode vir moer a azeitona à EPDRA no lagar de linha…

…e o lagar tradicional não vai funcionar?

Deverá funcionar um dia ou dois, mas para formação dos alunos. O lagar que vai moer é o de linha e quem quiser já se pode inscrever para não termos filas aqui à porta da escola.

Há mais alguma novidade naquilo que é a produção da escola?

Por enquanto não posso adiantar, mas temos algumas ideias que ainda estão no segredo dos deuses, mas que vamos dar a conhecer a seu tempo.

Que ligação espera ter com a comunidade? As gentes de Mouriscas deveriam conhecer melhor a escola, falo da herdade?

Acho que era bom as pessoas das Mouriscas virem conhecer melhor a escola porque acho que a escola dá muito às Mouriscas. Dá muito à atividade económica e, por exemplo, os alunos de segundo e terceiro ano têm quartos e casas alugadas na freguesia. A população precisa de estar mais envolvida com a escola. Não vir só buscar o leite ou os legumes, deveriam vir visitar a escola. Até mesmo o lar de idosos. Antes da pandemia tínhamos um projeto que passava por trazer os seniores à escola e fazer aqui um lanchinho. A pandemia não deixou, mas vamos ver se poderemos pensar em avançar com esta ideia.


REGIÃO / Abrantes

Governo abre concurso para atribuição de ponto de injeção na Central do Pego // O Governo anunciou, no dia 17 de setembro, a abertura do concurso público para a atribuição do ponto de injeção na Central do Pego, atualmente ocupado pela unidade a carvão, que será desativada a partir de novembro. Em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática adiantou que “as entidades interessadas em apresentar candidatura poderão fazê-lo a partir de segunda-feira, 20 de setembro,até às 23:59 de 18 de outubro de 2021, nos termos previstos nas peças do procedimento disponível no site da Direção-Geral de Energia e Geologia”. A tutela recorda que o Contrato de Aquisição de Energia da Tejo Energia, S.A. termina em 30 de novembro de 2021, “tendo como consequência a caducidade das licenças correspondentes e a subsequente perda da capacidade de injeção na RESP [Rede Elétrica de

Serviço Público]”. Por isso, acrescenta, “importava proceder à atribuição deste ponto de injeção, mediante um procedimento concorrencial aberto, transparente e não discriminatório”. De acordo com o Governo, o Município de Abrantes, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo fazem parte, em conjunto com outras entida-

des, “da Comissão de Avaliação que apreciará os projetos submetidos a concurso”. “O procedimento concorrencial terá como objeto a adjudicação de um projeto exclusivamente focado na produção de energia de fontes renováveis e na redução de emissões de gases com efeito de estufa”, salienta a tutela, detalhando que “o projeto pode assumir várias formas”, desde “produção de eletricidade renovável, produção de

gases renováveis, produção de combustíveis avançados e/ou sintéticos (ou um 'mix' destes)”, sendo ainda “valorizada a inclusão de soluções de armazenamento de energia”. O concurso irá ainda valorizar “propostas que se distingam ao nível da criação de valor económico para a região, que partilhem eletricidade renovável produzida com o Município de Abrantes, financiem programas de formação e reconversão profissional, a manutenção dos postos de trabalho existentes e que impliquem um menor hiato temporal entre o término da atividade da atual Central a carvão e o novo projeto”. Por fim, de acordo com o mesmo comunicado, o adjudicatário terá ainda de “fixar a sua sede social no concelho de Abrantes e operacionalizar uma zona piloto destinada às novas tecnologias de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de energias renováveis”. A reconversão da central motivou um desentendimento entre os acionistas da Tejo Energia, a TrustEnergy e a Endesa. A TrustEnergy, acionista maiori-

tária, queria reconverter a central num Centro Renovável de Produção de Energia Verde, projeto que, de forma faseada, implicará um investimento de 900 milhões de euros, considerando que "a melhor opção não será o desmantelamento da estrutura". A Endesa, segunda maior acionista da central a carvão do Pego, discorda da decisão de uma reconversão baseada na biomassa (queima de resíduos florestais) e pretendia que o Governo lançasse novo concurso, propondo um projeto de 600 milhões de euros. Por sua vez, o ministro do Ambiente e da Ação Climática considera que os acionistas perderam o direito ao ponto de injeção à rede elétrica. Em entrevista à agência Lusa, em junho, questionado sobre o desacordo em relação à conversão da central, Matos Fernandes disse que "a partir do momento em que os acionistas se separam, aquele ponto de ligação à rede é perdido e, portanto, nenhum dos acionistas tem direito sobre ele". A central do Pego - a única central a carvão atualmente em atividade em Portugal - é detida pela TrustEnergy, um consórcio constituído pelos franceses da Engie e os japoneses da Marubeni, que detém 56% da central do Pego, e pela Endesa (com 44%). C/Lusa PUBLICIDADE

Outubro 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE /

“Transporte a Pedido” do Médio Tejo é finalista de concurso da Comissão Europeia // O projeto “Transporte a Pedido”, implementado em 13 municípios do Médio Tejo, é finalista dos Prémios RegioStars, um concurso da União Europeia que premeia projetos financiados por fundos europeus que sejam de excelência. O projeto foi criado, em 2013, pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), com o intuito de “aumentar a cobertura da rede de transportes coletivos” existente na região. O “Transporte a Pedido” é o único projeto português a integrar a lista de 25 projetos finalistas do RegioStars, divulgada pela Comissão Europeia. Os prémios RegioStars contemplam os melhores projetos da política de coesão em cinco categorias, nomeadamente “Europa inteligente: Aumentar a competitividade das empresas locais num mundo digital”, “Europa verde”: Comunidades verdes e resilientes em meio urbano e rural”, “Europa justa: Fomentar a inclusão e a antidiscriminação”, “Europa Urbana: Promover sistemas alimentares verdes, sustentáveis e circulares em áreas urbanas funcionais” e “Reforçar a mobilidade verde nas regiões”.

//O Transporte a Pedido foi criado em 2013 e está em operação em todos os 13 municípios do Médio Tejo

Atualmente, o serviço “Transporte a Pedido” está em operação em todos os 13 municípios do Médio Tejo, com 78 circuitos e cerca de 1.400 paragens. O projeto abrange os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Ferreira do Zêzere, Entroncamento, Mação, Ourém, Sardoal, Santarém, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha. À semelhança do transporte coletivo regular, o ‘Transporte a Pedido’ tem circuitos, paragens e horários definidos. No entanto, os serviços de transporte a pedido distinguem-se do transporte regular, porque o cliente é que desencadeia a viagem, através do seu pedido para uma central de reservas. Em comunicado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro (CCDRC), que cita a presidente, Isabel Damas-

ceno, refere que este prémio “reconhece a qualidade de um projeto pioneiro, inovador e sustentável”. “É com orgulho que nos mantemos, pelo sexto ano consecutivo, na lista de finalistas de projetos do concurso RegioStars. Este projeto é finalista na categoria do tema do ano ‘Reforçar a mobilidade ecológica nas regiões’, o que revela a grande preocupação da região centro em facilitar o desenvolvimento de soluções eficientes em territórios de menor densidade populacional”, sublinhou. Por seu turno, a presidente da CIM do Médio Tejo, Anabela Freitas, realçou a “mais-valia” do projeto, uma vez que é “uma alternativa num território que apresenta fragilidades ao nível do transporte público regular de passageiros”. “Este serviço de transporte entre as localidades e respetivas sedes de freguesia e de concelho tem contribuído para a qualidade de vida dos nossos cidadãos, aproximando-os dos serviços essenciais. É um projeto que abrange praticamente todo o território do Médio Tejo e sobre o qual queremos continuar a investir e a apostar”, apontou. Os vencedores do concurso RegioStars 2021 vão ser conhecidos no dia 2 de dezembro. C/ Lusa

Programa PROVE comemorou 11 anos de incentivo ao consumo da produção local // “11 anos de uma labuta diária com a ambição de fornecer aos clientes os melhores produtos hortofrutícolas e transmitirlhes as épocas em que são produzidos, numa relação de proximidade e confiança entre produtor e consumidor, o núcleo de produtores PROVE do Ribatejo Interior está de parabéns, completando 11 anos de funcionamento, em Abrantes, Constância e Sardoal”, avança a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior. O PROVE- Promover e Vender, celebrou no dia 10 de setembro de 2021, 11 anos presentes no Ribatejo Interior, baseando-se numa metodologia que promove novas formas de comercialização de circuito curto, contribuindo assim de forma significativa para o escoamento dos produtos locais. Opera de forma simples e prática, através de um

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Em 11 anos, já passaram pelo PROVE 22 produtores, mais de 16 mil e quinhentos cabazes a 150 consumidores

//Cabaz PROVE com produtos da época, vindos diretamente do produtor grupo de pequenos produtores agrícolas, que fornece semanalmente cabazes de produtos hortofrutícolas a consumidores antecipadamente inscritos. Atualmente, são três os produtores que fornecem os cabazes PROVE: Simão Pita, Márcia Louro e Lurdes Caetano. Todos surgem no núcleo de produtores

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

em momentos distintos, mas com a mesma intenção, “trazer o que de melhor a terra oferece à comunidade do Ribatejo Interior, produtos hortofrutícolas de qualidade a um valor íntegro para o próprio produtor, promovendo simultaneamente o desenvolvimento do território rural”. A TAGUS desafia ainda novos

produtores: “Se produz fruta ou produtos hortofrutícolas e gostava de escoar o excedente da sua produção, tem no núcleo PROVE Ribatejo Interior a oportunidade ideal para o fazer, bastando contactar a entidade coordenadora deste projeto, a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, através

dos contactos tagus@tagus-ri.pt ou telefone 241 106 000. No Ribatejo Interior há duas opções de escolha dos cabazes PROVE, o primeiro com um peso entre 7 a 9 kg por um valor de 11 euros e outro com 5 a 7 kg por 7 euros. Ambos apresentam exclusivamente produtos da época, produzidos localmente. A entrega dos cabazes é feita à sexta-feira entre as 17h00 e as 19h00, no Mercado Diário de Abrantes. O consumidor tem, assim, a possibilidade de provar um conjunto de produtos variados de hortofrutícolas, sendo necessário inscrever-se para receber o cabaz através da plataforma prove.com.pt, ou contactar o Núcleo de Produtores PROVE do Ribatejo Interior pelo telemóvel 962301901 ou pelos emails encomendas.abrantes@prove.com.pt ou simaopita65@gmail.com. No decorrer dos 11 anos, a TAGUS já teve a funcionar dois núcleos de produtores no Ribatejo Interior, por onde já passaram 22 produtores, que comercializaram mais de 16 mil e quinhentos cabazes a 150 consumidores, resultando num volume de faturação de aproximadamente 139 mil euros, revelando-se este projeto como uma importante forma de alavancar a economia local.


SOCIEDADE /

CRIA e Segurança Social assinam acordos que representam meio milhão por ano // O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) e o Centro Distrital de Segurança Social de Santarém assinaram no dia 1 de setembro três acordos de financiamento que representam uma almofada financeira anual de cerca de meio milhão de euros. Depois de ter passado por dificuldades financeiras, a direção revela que estabilizou as contas e que, com estes novos acordos, a instituição começa a respirar com um novo fôlego. O seu presidente diz mesmo que já se pode começar a pensar na criação de uma poupança que permita encarar o futuro de uma forma mais equilibrada e tranquila. A instituição e o Estado assinaram os três acordos que resultaram de uma autorização em regime de exceção por parte do Ministério da Segurança Social, de acordo com a informação avançada por Renato Bento, presidente do Centro Distrital de Segurança Social de Santarém. Os acordos implicam uma transferência anual de cerca de meio milhão de euros do Estado para estas respostas sociais da instituição social sediada em Abrantes. Um dos acordos resulta, segundo Nelson de Carvalho, com a regularização de um incumprimento normativo que o CRIA tinha. Ou seja, tinha cerca de 70 utentes num Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) quando estas respostas apontam a 30, de acordo com as regras. Depois tinha 20 utentes no lar/residencial que não tinham qualquer atividade ocupacional o que contraria, igualmente, as definições da Segurança Social. A solução encontrada pelos técnicos da instituição e validada pela Segurança Social foi a criação de um novo CAO ou CACI (Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão) em Abrantes. Desta forma regularizou-se a situação de incumprimento do CAO existente transferindo dez utentes para esta nova resposta onde se incluíram os utentes do lar/residencial.

//Renato Bento e Nelson de Carvalho formalizaram a nova parceria entre a Segurança Social e o CRIA É uma estrutura integrada no funcionamento do CRIA que representou uma reestruturação a nível nos recursos humanos e que permite à instituição receber anualmente mais cerca de 110 mil euros por ano como financiamento estatal ao seu funcionamento. Os outros dois acordos celebrados entre a instituição social e a Segurança Social tem a ver com a entrada em funcionamento do lar e CAO de Mação. A Câmara Municipal de Mação assumiu a reabilitação do antigo quartel dos Bombeiros, no centro da vila, transformando-o para acolher um lar para 19 utentes e um CAO ou CACI para outros 20 utentes. Com estes acordos o CRIA passa a receber 380 mil euros anuais

para colocar esta nova estrutura em funcionamento. E nestes ajustes houve a necessidade de reestruturar os serviços da Instituição para além da contratação de mais profissionais para as unidades de Mação. Nelson Carvalho, presidente da direção do CRIA, explicou os contornos destes três acordos que representam a sustentabilidade para o futuro da instituição, permitindo a criação de mais vagas para acolher novos utentes que estão em lista de espera. Por outro lado o presidente da direção da instituição realçou, no caso das unidades de Mação, o tempo que demora a construir o processo. Começou em 2015 numa reunião com o então ministro da

Segurança Social, Vieira da Silva. Nesta reunião, em que estiveram o presidente da direção do CRIA e o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, foi apresentada a ideia que teve logo a concordância do governante. Em 2017 foi celebrado o protocolo entre o CRIA e a Câmara de Mação tendo em vista o processo seguinte, da responsabilidade da autarquia, que era a empreitada superior a 1 milhão de euros para reabilitar o antigo quartel dos Bombeiros e equipá-lo para acolher os utentes. Referiu Nelson de Carvalho que “Cooperação” é a palavra que deve ficar como o grande destaque desta parceria tripartida que permite dar mais respostas a uma área sensível

com é a de apoio a pessoas com deficiência. Renato Bento, coordenador do Centro Distrital de Segurança Social de Santarém, destacou a almofada financeira que o Estado coloca nas mãos do CRIA que permite à instituição respirar melhor no trabalho que desenvolve. E depois vincou ainda as possibilidades que a área social poderão ter com os quase 500 milhões de euros que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai disponibilizar. Renato Bento deixou ainda a nota para a Câmara de Mação, naquilo que foi uma aposta clara de uma autarquia na construção de equipamentos para a área social. De acordo com o dirigente estamos mais habituados a ver a intervenção das autarquias na construção de equipamentos desportivos ou culturais. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, mostrou a satisfação pelo acordo que permitiu a entrada em funcionamento, em meados do mês, do lar e CAO de Mação. O autarca realçou a ligação que o concelho de Mação tem com o CRIA desde sempre. É o CRIA que acolhe os jovens de Mação com necessidades especiais. Agora esse transporte que o Município de Mação fazia todos os dias passa a ser mais ligeiro, uma vez que os utentes do concelho passam a ir para a vila. O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, depois das contas equilibradas, pode começar a respirar e a projetar o futuro com mais sustentabilidade. Com estes acordos o CRIA passa a ter um orçamento anual da ordem dos 2 milhões de euros e tem cerca de 90 funcionários. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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SOCIEDADE /

Primeiro ministro homenageou militares que regressaram do Afeganistão

litares dos três ramos das Forças Armadas. A presença do primeiro ministro na cerimónia, que presidiu, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional e pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre outras entidades civis e milita-

res, serviu “desde logo”, notou, “para homenagear esse esforço e agradecer em nome de Portugal a todos esse militares” e para realçar que o país “pode e deve sentir-se orgulhoso da forma exemplar como desempenharam as suas tarefas”, num “dos mais exigentes e perigosos” teatro de

operações do mundo inteiro. “Infelizmente”, notou, “esses perigos reais não passariam sem graves consequências” para alguns dos militares portugueses, tendo António Costa afirmado que a sua presença naquele campo militar tinha também por objetivo “cumprir uma ele-

Jerónimo Belo Jorge

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O primeiro-ministro António Costa esteve no dia 29 de setembro no Campo Militar de Santa Margarida para prestar homenagem à 6.ª Força Nacional Destacada que esteve até maio no Afeganistão. Esta missão colocou os militares portugueses a fazer a segurança do aeroporto de Cabul. De acordo com o Exército esta força de 176 militares do Bimec (de Santa Margarida) e ainda por uma companhia dos Açores e outra da Madeira. O governante deu por concluído um ciclo de quase duas décadas de presença militar portuguesa no Afeganistão, tendo homenageado os 4.620 militares destacados. o chefe de Governo sublinhou que a cerimónia de receção do estandarte nacional da 6.ª Força Nacional Destacada (FND) no Afeganistão, no âmbito da missão Resolute Support Mission da NATO, “encerra um ciclo de quase duas décadas de empenhamento de forças e de militares portugueses no teatro de operações do Afeganistão”. António Costa sublinhou que, desde 2002, Portugal destacou para aquele país um total de 4.620 mi-

mentar e muito sentida obrigação” de se “curvar perante a memória dos militares portugueses caídos no Afeganistão”. O primeiro ministro lembrou os nomes dos dois militares portugueses que morreram no Afeganistão em 2005 e 2007, João Rosa e Sérgio Pedrosa, respetivamente. E na na mesma cerimónia condecorou com a Medalha da Defesa Nacional os quatro militares da Brigada Mecanizada destacados para o aeroporto Hamid Karzai, em Cabul, com a missão de, entre os dias 23 e 27 de agosto de 2021, no âmbito da Operação SOLACE da Aliança Atlântica, identificar, coordenar e encaminhar a evacuação de cidadãos afegãos previamente identificados para extração do Afeganistão e que tinham colaborado com as forças portuguesas ao longo de duas décadas. Os quatro militares que foram destacados para esta missão “de risco muito elevado” foram distinguidos com Medalhas de Defesa Nacional impostas pelo primeiro ministro, António Costa, e pelo ministro da Defesa Nacional, António Gomes Cravinho. O major Marco Silva, o capitão Tiago Baião, o tenente João Lisboa e o primeiro sargento Jorge Ribeiro tiveram 48 horas para contactar, organizar o transporte e a extração de mais de meia centena de cidadãos afegãos que colaboraram com o exército português nestas duas décadas.

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REGIÃO / Abrantes Empreitada de requalificação do Serviço de Urgências em concurso público // A requalificação e expansão das Urgências Médico-Cirúrgicas no Hospital de Abrantes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), vai custar 2,9 milhões de euros e a empreitada “já entrou em concurso público”, segundo a administração. “O concurso já foi publicado em Diário da República, um passo fundamental neste processo, porque sem concurso público não haveria obra, e até 18 de outubro é o momento de aguardar pelas candidaturas para depois avançar com a empreitada de requalificação do Serviço de Urgências no Hospital de Abrantes, um investimento de 2,4 milhões de euros – 2,9 milhões com IVA - e que permitirá redimensionar o espaço da Urgência Médico-Cirúrgica”, disse o presidente do conselho de administração do CHMT, que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, no distrito de Santarém. Casimiro Ramos explicou que, após a adjudicação da empreitada, os trabalhos “deverão prolongar-se por um ano e meio, ou seja, até 2023”, lembrando tratar-se de um investimento que “estava projetado há muitos anos” e

//Imagem do projeto apresentado para a requalificação do Serviço de Urgências no Hospital de Abrantes cujo processo “foi desenvolvido pelo anterior conselho de administração”, presidido por Carlos Andrade Costa entre 2014 e maio de 2021. Em março deste ano, Carlos Andrade Costa apresentou o pro-

jeto de requalificação do hospital de Abrantes, tendo destacado que o investimento vai permitir “adequar as Urgências Médico-Cirúrgicas às melhores práticas no âmbito do exercício de uma medicina segura, moderna e diferenciada, e

com as melhores condições, quer técnicas, para os profissionais de saúde, quer para os doentes”. Para o anterior gestor, atualmente a administrar o Hospital de Vila Franca de Xira, este investimento significa um “virar de página”. O financiamento, referiu então, foi aprovado “quer pelo Ministério da Saúde, quer pelo Ministério das Finanças”. O projeto global inclui ainda uma segunda empreitada, a lançar posteriormente, para “requalificação do Serviço de Gastroenterologia e de Consulta Externa” de Abrantes. Casimiro Ramos disse que esta segunda empreitada vai implicar um investimento na ordem de 1,8 milhões de euros com IVA e o que o concurso público “vai ser lançado muito em breve”, com as duas obras a avançarem em paralelo em 2021 e previsão de conclusão em 2023. Na apresentação do projeto, o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, realçou a intervenção como “um investimento há muito tempo desejado”, notando que estes melhoramentos permitem “afirmar a unidade hospitalar de Abrantes na região e no país” e dotá-la de “melhores condições para servir a comunidade e as pessoas”. Também os utentes da Saúde do Médio Tejo já se manifestaram

O projeto global inclui ainda a requalificação do Serviço de Gastroenterologia e de Consulta Externa sobre a publicação deste concurso público, congratulando-se com o que dizem ser “mais um passo na valorização do CHMT e do Serviço Nacional de Saúde”. Manuel Soares, porta-voz, disse que este momento é “fundamental e indispensável para a concretização de uma obra há muito ansiada e aguardada por utentes, profissionais de saúde e autarcas”. Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 260 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, Vila de Rei e Castelo Branco, do distrito de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre. C/ Lusa PUBLICIDADE

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SOCIEDADE /

Amendoeiras House Bed & Breakfast abre portas ao turismo sustentável // A Amendoeiras House Bed & Breakfast é uma nova oferta turística de Alojamento Local e a primeira do concelho de Abrantes a ter a certificação de turismo sustentável e responsável da Biosphere.

//Manuel Jorge Valamatos, Patrícia Malheiro Araújo, Carlos Sousa e Florinda Matos painel solar para aquecimento das águas, quatro painéis fotovoltaicos, recuperamos a água da chuva para as regas, todas as torneiras têm redutores, fazemos a separação dos lixos, não usamos copos, pratos ou palhinhas de plástico. Logo no check in, sensibilizamos os hóspe-

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Foi criada a 22 de janeiro de 2020 e “abrimos no dia 21 de fevereiro. Infelizmente, fechámos no dia 15 de março mas começámos logo a ter um feedback muito bom naquele período”. Foi assim que Carlos Sousa começou por apresentar o projeto de Alojamento Local que tem na Rua das Amendoeiras, no Fojo, freguesia de Rossio ao Sul do Tejo. Carlos Sousa e Florinda Matos são os promotores desta unidade turística onde “a sustentabilidade e a responsabilidade sempre fizeram parte das nossas vidas devido a morarmos no campo”. Apresentam-se como “peregrinos do apóstolo São Tiago, de Nossa Senhora de Fátima e somos caminhantes na natureza. Também sou um pequeno artesão de presépios de pedra”. Para a Certificação da Biosphere, no local há “uma especial atenção com o que nos rodeia e estamos a criar um local de boas práticas”. Para isso, “temos piscina com tratamento de eletrólise de sal, bikes gratuitas para os hóspedes,

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des para a compostagem”, informa Carlos Sousa. Após o alívio das medidas devido à pandemia de Covid-19, a Amendoeiras House Bed & Breakfast foi oficialmente inaugurado no dia 13 de setembro, depois de ter aberto as portas em janeiro de 2020 e, devido à pandemia, ter fechado dois meses depois. Com o turismo novamente em altas, especialmente no interior do país, Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, agradeceu a coragem dos promotores, Florinda Matos e Carlos Sousa, que abriram a sua casa aos visitantes mas com as preocupações ambientais bem patentes por todo o espaço. “Eu sei e percebi há muito tempo que eles têm esta responsabilidade ambiental, são pessoas

corajosas e são bons cidadãos. Fico com muita esperança que possa nascer aqui algo de extraordinário e que até possa evoluir porque são pessoas que gostam de andar para a frente e fazer mais”, afirmou o autarca. Para Manuel Jorge Valamatos, “é importante estar envolvido nesta rede de operadores da mesma área porque umas pessoas puxam as outras. E o que é verdade é que esta área de ação está em pleno crescimento, o turismo rural e o alojamento local, e as coisas vão acontecendo. A pandemia trouxe-nos muitas coisas más mas também trouxe estas novas linguagens do turismo de natureza, do afastamento de grandes hotéis e de grandes aglomerados de gente e, de facto, o nosso interior teve essa oportunidade. A Nacional 2 é

também um reflexo disso porque já vínhamos falando da Nacional 2 há algum tempo e este incremento também teve muito a ver com esta lógica de gerar mais fluxos em zonas do interior e as coisas estão a correr bem”. Patrícia Malheiro Araújo, CEO da Biosphere Portugal, começou por “dar os parabéns à Florinda e ao Carlos porque fazem uma dupla perfeita” mas, segundo disse, começou pelas “más notícias porque isto é só o início de uma maratona”. O facto do Amendoeiras House Bed & Breakfast integrar o projeto da Biosphere e “a nossa agenda da sustentabilidade”, deixou a CEO “muito feliz”. Patrícia Malheiro Araújo assinalou o facto de a Amendoeiras House Bed & Breakfast ser “a primeira unidade do concelho de Abrantes a dar este passo, o que também é fantástico, e que desmitifica aquilo que normalmente se pensa acerca da sustentabilidade e de que é difícil de alcançar, difícil de praticar e só as grandes cadeias e os grandes grupos é que conseguem porque têm especialistas para cada uma das áreas. Não. A sustentabilidade põe-se em prática nas pequenas coisas, nos detalhes, na vontade e, sobretudo, no empenho”. “É a identificação com o fazer melhor hoje para amanhã conseguirmos ter todos uma realidade melhor e deixarmos uma realidade melhor para aqueles que vêm. Mas temos que começar hoje”, afirmou a CEO da Biosphere Portugal que distingue e apoia projetos de turismo sustentável. O facto da Amendoeiras House Bed & Breakfast trabalhar com a “Doar com o Coração” foi apontado como “um orgulho enorme” por todos os presentes, relembrando que os hóspedes, quando vêm, “já trazem também a vontade de ajudar”. Para já, a dar novamente os primeiros passos, a unidade turística tem procura e excelentes avaliações nos sites especializados. Com cozinha totalmente equipada, dois quartos, casa de banho e sala, o espaço exterior está também à disposição dos hóspedes. Patrícia Seixas


SOCIEDADE /

Há uma nova marca registada na região: “Bucho e Tripas do Pego” // “É com enorme prazer e satisfação que a Confraria do Bucho e Tripas, transmite a todos, de uma forma muito alegre e com o maior sentido de responsabilidade, o culminar de um processo que durou muitos meses.” Esta foi a forma como a Confraria do Bucho e Tripas do Pego, no concelho de Abrantes, deu a notícia de que a “Bucho e Tripas do Pego” é uma marca registada. E para que não subsistam dúvidas, a Confraria mostra a imagem na nova marca e o respetivo registo. Este foi um processo que começou em 2020, já conta com um ano de trabalho, como explicou ao Jornal de Abrantes Daniela Canha, a presidente da Confraria. “Iniciámos o processo de registo da marca e do produto. O processo de registo

Desde 2021

// “Bucho e Tripas do Pego” é uma Marca Coletiva registada sob o n.º 661999 da marca chegou agora ao final”, explicou a dirigente que acrescentou que a partir de agora “há que desenvolver mais trabalho e com mais responsabilidade”. E um dos passos, segundo Daniela Canha, vai ser a promoção da marca junto daqueles que continuam a manter a tradição pegacha,

nomeadamente os restaurantes e casas de petisco. Nesse sentido, a dirigente da Confraria avançou que querem juntar os empresários da restauração para, todos juntos, avançarem com esta maior responsabilidade que agora têm em mãos, o “Bucho e Tripas do Pego” é marca oficial e não apenas a tradição.

Daniela Canha salientou ainda que está em curso um outro processo, mais moroso e tecnicamente mais apurado, que é o registo do produto. “É muito mais demorado e complexo até porque envolve análises laboratoriais. Mas é um objetivo que vamos continuar a perseguir”.

Daniela Canha juntou a satisfação de haver uma marca à defesa das tradições do Pego, sem esquecer, nesta área, que as quartas-feiras vão manter, de forma natural, essa tradição do bucho e das tripas. A “Bucho e Tripas do Pego” é uma Marca Coletiva registada sob o n.º 661999 e que cumpre as normas e regulamentos em vigor em Portugal. Uma das ideias da Confraria do Bucho e Tripas do Pego é criar um dístico para os restaurantes por forma a promover esta marca. A pandemia veio bloquear muitas atividades em todas as associações e a Confraria não foi exceção. Daniela Canha disse que há uma candidatura aprovada e financiada pelo FinAbrantes que vai ser recalendarizada para poder avançar neste início de ano letivo e que tem a ver com as tradições pegachas. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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REGIÃO / Vila de Rei

736 anos de concelho comemorados com atribuição de apoios // No dia 19 de setembro, Vila de Rei comemorou os 736 anos de Foral atribuído por D. Dinis, que ergueu Vila de Rei a Concelho em 1285. O Hino de Portugal fez-se ouvir no hastear das bandeiras nos Paços do Concelho, entoado pela Villa d'el Rei Tuna. A cerimónia, que se realizou no Parque Multiusos de Vila de Rei, contou com a presença do presidente da Assembleia Municipal de Vila de Rei, Paulo Brito, e do presidente da Autarquia vilarregense, Ricardo Aires. Paulo Brito, presidente da Assembleia Municipal, começou por afirmar que “fazer 736 anos é qualquer coisa de extraordinário e que significam que nos deram uma oportunidade de também nós podermos definir o nosso trajeto e o nosso caminho, definir as nossas ideias e os nossos projetos. E definir para onde queremos ir depende de nós”. Olhando para a sala multiusos do Parque de Feiras repleta de gente, “enche-nos de esperança porque estão aqui todos aqueles que nasceram este ano, estão os casais, está a juventude”. O presidente da Assembleia Municipal de Vila de Rei focou depois o seu discurso na sustentabilidade. Falou dos tempos difíceis durante a pandemia mas acrescentou que, desta situação, “há uma coisa importante e que é positiva: grande parte do país percebeu que o futuro e a sustentabilidade está aqui, no interior do país. Nós é que somos a verdadeira sustentabilidade deste país”. Paulo Brito referiu que “é aqui que está a nossa maior riqueza, aquilo que temos, que é a nossa floresta, o nosso verde. Somos nós que estamos a contribuir para o aumento da sustentabilidade em termos ambientais e também ao nível social. Viver no interior do país é bom, é saudável, temos qualidade de vida”. Também “a quantidade de apoios que o interior do país dá às pessoas para se poderem instalar tem vindo a crescer nos últimos anos, o que é extraordinário”. O presidente da Assembleia Municipal adiantou que “finalmente, o país começou a perceber que tem muito mais interesse, muito mais qualidade e muito mais sustentabilidade se uma parte significativa de nós vier viver para este interior. E Vila de Rei tem sido um exemplo, podemo-nos orgulhar disso, dessa qualidade de vida, dessa sustentabilidade social e ambiental”. Para o futuro, Paulo Brito acrescentou que “temos que melhorar a nossa sustentabilidade económica”, referindo as oportunidade que aí vêm com o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e com

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//Hino de Portugal nos Paços do Concelho pela Villa d’el Rei Tuna

//Paulo Brito e Ricardo Aires entregaram 21 apoios ao nascimento

//Daniel Silva recebeu a Bolsa de Mérito do Ensino Superior

// APOIOS • 12 apoios à fixação • 7 apoios ao casamento/união de facto • 15 bolsas de mérito do percurso escolar • 9 bolsas de permanência Vila de Rei + • 8 bolsas de estudo a alunos que frequentam o ensino superior • 2 bolsas de mérito a alunos que frequentam o ensino superior o programa Portugal 2030. “Temos que aproveitar essas dinâmicas que estão a ser criadas e Vila de Rei, com as suas gentes, com o conhecimento que temos e esta esperança que está aqui. Temos todas as capacidades para o fazer e aumentar este terceiro pilar da sustentabilidade económica para continuarmos esta senda de crescimento”.

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Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, iniciou o seu discurso afirmando que “os nossos dias são baluartes para olhar com confiança os desafios do presente e do futuro porque os vivemos com sentido de empenhamento na terra em que vivemos e trabalhamos”. Querer “fazer mais e melhor” é o desejo do presidente que falou

depois nos tempos de pandemia vividos pela Autarquia e dos apoios concedidos, apelando ainda aos vilarregenses para continuarem a cumprir as normas implementadas pela DGS. Agradeceu aos restantes órgãos autárquicos “pela cooperação que sempre manifestaram”. Ricardo Aires referiu-se aos apoios dados na educação, nomeadamente na atribuição de Bolsas de Estudo onde, desde o ano letivo 2017/2018, foram investidos 72.900 euros. No ano de 2020/2021 foram atribuídas 34 Bolsas, no valor de 21.500 euros. “Pretendemos reconhecer o esforço, trabalho, empenho, dedicação e excelência escolar dos nossos estudantes, fornecendo os meios que vão contribuir para uma melhoria das suas competências

pessoais e sociais”, disse. Já no que diz respeito ao apoio à fixação de população jovem no concelho, o Município iniciou o apoio em 2000, com efeitos retroativos em 1998. Ao longo dos últimos anos, foram já atribuídos 171.750 euros, sendo que em 2020 foram 40 os apoios concedidos, num valor de 53.750 euros. O autarca deixou “a garantia de que vamos continuar a dar o nosso melhor para que Vila de Rei continue a ser um concelho onde dá gosto viver, um concelho que sabe inovar, um concelho solidário, criativo e inclusivo”. A iniciativa foi então marcada pela entrega dos Apoios à Fixação da População Jovem no concelho de Vila de Rei, Bolsas de Estudo e Mérito ao Ensino Superior, Bolsas de Mérito do Percurso Escolar, e Bolsas de Permanência Vila de Rei +, medida esta que visa premiar os alunos que completem o seu percurso escolar no Agrupamento de Escolas de Vila de Rei. O Município voltou, desta forma, a apoiar as pessoas que iniciaram a sua vida conjugal e/ou constituíram família recentemente no concelho de Vila de Rei, atribuindo, este ano, sete subsídios de apoio ao casamento/união de fato, 21 de apoio ao nascimento e 12 de apoio à fixação de residência. Foram também entregues duas Bolsas de Mérito ao Ensino Superior, oito Bolsas de Estudo ao Ensino Superior, 15 Bolsas de Mérito do Percurso Escolar, e nove Bolsas de Permanência Vila de Rei +. De seguida houve lugar à entrega da Medalha de Mérito Municipal às Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria – Comunidade de Vila de Rei, e à Cáritas Diocesana de Portalegre - Castelo Branco. A comunidade de Vila de Rei das Franciscanas Missionárias de Maria foi agraciada com esta distinção pela importância do seu trabalho junto da comunidade mais idosa, nomeadamente junto das IPSSs com apoio espiritual, celebração da palavra e de alguns sacramentos. Ao longo dos anos em que prestam serviço em Vila de Rei, desde 1974, esta congregação desenvolveu ainda trabalhos diversos, como serviços de enfermagem, reuniões de apoio a Alcoólicos Anónimos, entre outros. A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco recebeu igualmente esta importante distinção, devido à cooperação ativa com o Município de Vila de Rei, com destaque para a intervenção na resposta às vítimas dos fogos florestais que têm fustigado o Concelho. De destacar os apoios específicos após os incêndios de 2003, 2017 e 2019 na recuperação de habitações ardidas, aquisição de rações para animais, cercas e aramadas e a aquisição de diversos bens (como mobiliário, eletrodomésticos, roupa de cama, entre outros) que ascenderam a um total de 129.078,47 euros. Patrícia Seixas


SOCIEDADE /

O Tejo foi invadido por algas verdes // O rio Tejo esteve, na primeira quinzena de setembro, “pintado” de verde nas margens e, principalmente junto à barragem de Belver. Entre as fotografias nas redes sociais de denúncia da situação ou com perguntas sobre o que se passa, os ambientalistas já denunciaram a situação.

O que se passou foi que, em Espanha, as grandes barragens estão com cotas muito baixas, face aos meses de produção de eletricidade. E com estas cotas mais baixas, com a diminuição dos caudais os lodos e nutrientes associados a um tratamento deficitário de águas residuais em território espanhol e a que se juntam as temperaturas elevadas criam esta “invasão” de algas. De acordo com Paulo Constantino, porta-voz do movimento proTEJO, foi disto que se tratou. Uma invasão de algas que se agravou com os baixos caudais e que acabou por se concentrar junto à barragem de Belver, onde a água fica, normalmente, em represa. Paulo Constantino disse ao Jornal de Abrantes que este era um problema do rio Ponsul e que agora se estendeu ao Tejo. E a solução passa, segundo o ambientalista, por aumentar os caudais para “limpar” as águas. São situações que acontecem regularmente

mais a montante, mas que este ano “desceram” até esta zona como se pode ver nas fotos que o Jornal de Abrantes registou na zona de Belver. Podia ver-se a concentração “verde” junto às margens.

Paulo Constantino do proTejo defende mudança na gestão ibérica

Paulo Constantino revelou que esta é uma situação que só se resolve com uma alteração de fundo na base do acordo ibérico para a gestão dos rios. Em abril e maio as barragens espanholas, onde se inclui a de Alcantara, estavam cheias e com um encaixe acima dos 85%. Hoje, de acordo com o ambientalista, estão com capacidades abaixo dos 40% porque têm estado a esvaziar para a produção de eletricidade que não tem parado. E é aqui que entroncam os problemas dos caudais mínimos do Tejo.

Paulo Constantino revelou a necessidade, cada vez mais urgente, de alterar os acordos para o Tejo tenha um caudal mínimo regular e não apenas um caudal mínimo semanal que pode ter um dia com descargas elevadas e cinco ou seis dias “secos”. Cria problemas à agricultura, nomeadamente entre a Barragem de Belver e a foz do Zêzere, em Constância. Há, por isso, uma necessidade de rever as políticas de gestão de caudais entre Portugal e Espanha. Quanto ao Tejo com as algas verde não há, diz Paulo Constantino, muito a fazer a não ser esperar que uma ou duas “tejadas” maiores possam fazer dispersar as algas e lodos. Pode até existir uma ou outra ação de limpeza, mas não adiantará de muito, explicou, uma vez que estas algas e lodos vão sendo arrastados de Espanha e ficam concentradas nestes locais. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

PORTUGAL CHAMA:

PEÇA AUTORIZAÇÃO PARA FAZER QUEIMAS E QUEIMADAS. É OBRIGATÓRIO. As queimas e queimadas são uma das principais causas de incêndios em Portugal. Conheça e respeite as regras e as boas práticas. Evite coimas que podem ir até aos €60.000. • Informe-se e peça autorização na sua Câmara Municipal, através da aplicação Queimas e Queimadas ou ligando para o 808 200 520. • Tenha sempre consigo o comprovativo de autorização/comunicação para o caso de ser abordado pela GNR. • Assegure-se que existe uma faixa limpa de vegetação à volta da zona a queimar. • Tenha por perto um balde com água, uma mangueira ou um extintor. • Vá sempre acompanhado e leve consigo um telemóvel. • A inalação de fumo pode ser fatal, proteja-se com um pano húmido ou com uma máscara de fumo. • Nunca abandone a queima ou queimada antes de estar totalmente extinta. • Mantenha-se informado e cumpra as regras e as boas práticas. Saiba mais na sua Junta de Freguesia, Câmara Municipal ou pelo 808 200 520 (custo de chamada local). Aplicação - fogos.icnf.pt/queimasqueimadas

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REGIÃO / Sardoal

Dia do Concelho trouxe fado à Praça da República // No Dia do Concelho de Sardoal, a 22 de setembro, celebraram-se os 490 anos de Elevação de Sardoal à Categoria de Vila e, entre outras atividades, o fado encheu a Praça da República. As comemorações tiveram início com o Hastear das Bandeiras no Edifício dos Paços do Concelho, ao som da Filarmónica União Sardoalense e o dia contou ainda com a cerimónia de entrega de distinções aos funcionários do Município que completaram, durante o presente ano, 25 anos de serviço. Este ano, receberam a distinção oito funcionários do Município: Alexandre Maia, Dina Cardoso, Filipe Tereso, Isabel Pita, Isabel Pereira, Maria Emília Costa, Maria José Grácio e Miguel Ribeiro Martins. O Trio Piazzolla Lisboa subiu ao palco do Centro Cultural Gil Vicente, onde interpretou as 4 estações Porteñas de Astor Piazzolla e outras obras do compositor. O Trio é composto por António Carrilho, na flauta, Catherine Strynclxx, no violoncelo, e Helena Vasques, no piano. As comemorações do Dia do Concelho terminaram com uma Noite de Fado que juntou no palco da Praça da República, Joana Amendoeira, Luís Trigacheiro, Ana Laíns e Pedro Moutinho, acompanhados pelos músicos Paulo Loureiro, no baixo, Bruno Chaveiro, na guitarra portuguesa, e João Domingos, na guitarra clássica.

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JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021


ESPECIAL AUTÁRQUICAS / //ABRANTES

PS domina, PSD mantém e ALTERNATIVAcom entra nas contas

ABRANTES CÂMARA MUNICIPAL

%

VOTOS

ELEITOS

PS

55,79

9.620

5

PPD/PSD

14,06

2.425

1

ALTERNATIVAcom

9,40

1.621

1

BE

6,21

1.071

0

CHEGA

5,30

913

0

PCP-PEV

5,23

901

0

Brancos

2,40

413

Nulos

1,61

278

Abstenção

45,42

MOURISCAS

UF ABRANTES E ALFERRAREDE

%

ELEITOS

PS

63,66

6

3

CDU

23,13

2

PSD

10,24

1

%

ELEITOS

PS

71,77

7

CDU

20,57

2

%

ELEITOS

PS

48,92

7

PSD

19,50

ALTERNATIVAcom

12,63

2

BE

7,48

1

CDU

5,35

0

PEGO

UF ALDEIA DO MATO E SOUTO Em Abrantes Manuel Jorge Valamatos (PS) avançou para a sua primeira candidatura a presidente da autarquia, apesar de já ser o presidente depois de ter substituído Maria do Céu Antunes que em 2019 foi chamada para o Governo. As eleições contaram com duas novidades, a candidatura de uma lista de independentes e a entrada do CHEGA. Com cinco eleitos para a Câmara, 12 para a Assembleia e 11 presidências (em 13) de junta de freguesia o PS lançou-se com o objetivo de aumentar ainda mais a hegemonia que tem no concelho. O PSD avançou com Victor Moura e com o slogan “Acordar Abrantes” e com o objetivo de recuperar posições que já foram suas com um discurso mais acutilante em relação ao partido no poder. Depois o Bloco de Esquerda, que tinha sido a surpresa em 2017 ao ser terceira força política, tinha como desafio, pelo menos, manter essa posição com o candidato Armindo Silveira a apresentar um projeto para 12 anos e a dizer que estava mais preparado para os desafios. A CDU que já foi a terceira força política do concelho de Abrantes pretendeu agitar a letargia que teve ao longo de 3 anos e meio e trouxe Chaleira Damas com experiência política e autárquica em Setúbal para tentar inverter os números. O partido CHEGA apresentou-se a votos com a maioria dos candidatos de outros concelhos e, quase sem campanha, conseguiu a eleição de um deputado municipal. Mário Lucas, o candidato ao executivo municipal ficou em penúltimo, relegando a CDU para o final da tabela. O CDS-PP não apresentou candi-

datura em Abrantes, tanto mais que elegeu um deputado municipal em 2017 que praticamente não compareceu a nenhuma reunião deste órgão municipal. Abrantes teve nestas eleições a candidatura de um movimento independente que havia feito o lançamento há dois anos. O ALTERNATIVAcom tinha em Vasco Damas o candidato à Câmara Municipal que apontou o discurso crítico à maioria com a ideia de querer fazer uma oposição pela positiva e a passar uma mensagem de abertura a consensos. Com este cenário no dia 24 de setembro, a 26 mais de metade dos eleitores expressaram a sua vontade que resultou num aumento de votos do PS, na eleição de um vereador pelo movimento independente e numa surpresa do CHEGA que ultrapassou a CDU. Nota ainda para o Tramagal que teve para a Assembleia de Freguesia a vitória do movimento liderado por António José Carvalho. Foi a única mudança nas freguesias. Há, desta eleição, uma dor de cabeça para as concelhias em Alvega e Concavada, única freguesia sem maioria absoluta. O PS ganhou com três eleitos e José Felício terá a presidência, mas o PSD em segundo elegeu três elementos da lista e o Bloco de Esquerda, em terceiro, elegeu outros três. Nas contas gerais o PS perdeu uma freguesia, mantendo dez, o PSD manteve Aldeia do Mato Souto, Rio de Moinhos manteve o movimento independente liderado por Rui André e agora o movimento independente de Tramagal, liderado por António José Carvalho. Em Mouriscas ▶

%

ELEITOS

PSD

70,59

5

PS

25,96

2

RIO DE MOINHOS UF ALVEGA E CONCAVADA

%

ELEITOS

MIFRM

44,10

4

%

ELEITOS

PS

33,93

3

PS

42,11

3

PSD

31,76

3

CDU

9,07

0

BE

26,39

3

CDU

5,37

0

UF S. FACUNDO E VALE DAS MÓS

BEMPOSTA %

ELEITOS

PS

77,27

8

CDU

15,29

1

%

ELEITOS

PS

60,58

6

ALTERNATIVAcom

24,18

2

CDU

11,70

1

UF S. MIGUEL DO RIO TORTO E ROSSIO AO SUL DO TEJO

CARVALHAL %

ELEITOS

PS

58,09

4

PSD

38,99

3

ELEITOS

PS

59,06

4

PSD

36,58

3

MARTINCHEL %

ELEITOS

PS

59,87

5

ALTERNATIVAcom

17,73

1

PSD

14,72

1

ELEITOS

PS

52,56

6

PSD

25,48

3

ALTERNATIVAcom

7,59

0

BE

6,38

0

CDU

4,93

0

%

ELEITOS

MIFT

43,53

5

FONTES %

%

TRAMAGAL

PS

42,56

4

CDU

4,61

0

PSD

3,95

0

BE

2,31

0

Outubro 2021 / JORNAL DE ABRANTES

15


ESPECIAL AUTÁRQUICAS / ▶ o PS tinha uma maioria relativa

em 2017, mas desta vez Pedro Matos ganhou com mais do dobro dos votos da CDU, força que ficou em segundo lugar. Na freguesia de Abrantes e Alferrarede, a freguesia urbana, Bruno Tomás avança para o terceiro mandato com maioria absoluta. Na Assembleia Municipal o PS mantém os 12 eleitos, o PSD mantém os seus quadro deputados municipais. Os independentes do ALTERNATIVA com elegem dois deputados enquanto que BE e CDU ficam com um deputado municipal tal como o CHEGA que entra pela primeira vez neste órgão. O CDS-PP não foi a eleição deixou de estar representando. Os derrotados desta eleição são, principalmente, BE e CDU e, de forma mais ligeira, o PSD. Os social-democratas diminuíram os votos expressos para a Câmara, mas mantiveram os seus eleitos e com alguns reforços nas freguesias, nomeadamente na União de Freguesias de S. Miguel e Rossio. O BE perdeu em toda a linha, tendo uma redução da sua votação para quase metade, em relação a 2017, perdeu o vereador, um deputado municipal e alguns elementos das freguesias. A CDU passou a última força

política do concelho de Abrantes reduzindo ainda mais a expressão que tinha em termos de eleitos nas freguesias e na Assembleia Municipal. A abstenção seguiu a linha nacional. Teve uma ligeira diminuição. Ou seja 45% dos eleitores não exerceram o seu direito de voto. Manuel Jorge Valamatos avançou para a candidatura a um primeiro mandato e reforçou a votação em relação a 2017. Na noite eleitoral mostrou-se muito feliz e emocionado, mas revelou saber “que é uma enorme responsabilidade que os abrantinos colocam em cima de nós. Na verdade queríamos um bocadinho mais, mas acho que é uma grande vitória da democracia e do poder local”. O candidato socialista vincou a eleição dos mesmos cinco elementos para o executivo e lamentou os resultados em duas freguesias: “Perdemos Tramagal por 16 votos. Perdemos Rio de Moinhos por 11 votos. Estou triste por este resultado para as assembleias de freguesia, mas todos fazem parte do concelho, vamos trabalhar com todos porque o importante são os cidadãos”. Sobre o futuro há trâmites legais a respeitar, nomeadamente até à tomada de posse, e depois haverá

muito tempo para pensar o futuro, nomeadamente “um momento de grandes oportunidades que não podemos perder (PRR e Fundo de Transição Justa)”. O eleito presidente da Câmara de Abrantes destacou ainda que, nos dias de hoje, a organização do território é diferente, tem uma nova forma organizativa e “temos de trabalhar todos nesse sentido. Estou muito orgulhoso deste resultado, mas sei que tenho um peso enorme de responsabilidade em mim e na equipa que me acompanha”. Manuel Jorge Valamatos reforçou que este é um momento muito importante “que não podemos perder”. Sobre a subida de votação não quis fazer comparações, mas deixou a nota de estar feliz e orgulhoso pelo resultado alcançado e concluiu que “agora que estou a ser eleito pela primeira vez estou disponível e motivado para continuar a trabalhar para todos”. Contas feitas o executivo municipal de Abrantes será constituído pelo presidente Manuel Jorge Valamatos (PS) e pelos vereadores João Gomes (PS), Celeste Simão (PS), Luís Dias (PS), Raquel Olhicas (PS), Vitor Moura (PSD) e Vasco Damas (ALTERNATIVAcom). Jerónimo Belo Jorge

//CONSTÂNCIA PS reforça maioria e conquista mais um vereador Em Constância, Sérgio Oliveira, candidato do PS, venceu as para um segundo mandato e conquistou mais Foi uma das maiores vitórias na região onde Sérgio Oliveira, candidato do PS, não só voltou a conquistar a câmara nas Eleições Autárquicas, como conquistou mais um lugar no Executivo, fazendo cair um vereador da CDU. O PS conseguiu mais 44 votos que em 2017 e beneficiou da “queda” da CDU no concelho, que perdeu 96 votos. Nestas eleições, foram ainda a votos o partido CHEGA, terceira força política mais votada para a Câmara Municipal, com 85 votos, o PSD com 67 votos e o CDS-PP que obteve 61 votos. Contas feitas, o Executivo para os próximos quatro anos vai ser composto por quatro eleitos do PS, por ordem da lista apresentada, serão Sérgio Oliveira, Helena Roxo, Pedro Pereira e Alexandre Marques. Por parte da CDU, entra para o Executivo a eleita Manuela Arsénio

16

//Carlos Soares

CONSTÂNCIA CÂMARA MUNICIPAL

%

VOTOS

ELEITOS

PS

58,71

1355

4

CDU

28,21

651

1

CHEGA

3,68

85

0

PSD

2,90

67

0

CDS-PP

2,64

61

0

Brancos

2,38

55

Nulos

1,47

34

Abstenção

30,48

No rescaldo da noite eleitoral, o presidente de câmara eleito falou em “reconhecimento de um trabalho feito durante este mandato muito difícil de quatro anos”. Sérgio Oliveira considerou que a votação refletiu “a confiança que as populações depositam no projeto autárquico do Partido Socialista e numa forma de fazer política próxima das pessoas, com sinceridade e com verdade. Hoje as pessoas disseram, de forma

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

categórica, que querem o Partido Socialista na Câmara, na Assembleia Municipal e nas três juntas de freguesia”. Com os quatro elementos eleitos, Sérgio Oliveira não quis falar em maiores facilidades no próximo mandato até porque “os desafios vão ser muitos”. Contudo, admitiu uma maior facilidade porque, desta vez, “já estou por dentro dos assuntos e dos dossier, não é um início. É o continuar de um trabalho que

já vinha de há quatro anos atrás mas temos que estar presentes nas dificuldades para ultrapassarmos os obstáculos que encontramos no nosso caminho. É esse o nosso trabalho”. Quanto à primeira preocupação no novo elenco camarário, Sérgio Oliveira não destacou um porque, segundo disse, “há muitos assuntos a serem resolvidos, que necessitam de ser alinhados” mas avançou que, já no início do mandato, “têm que

ser concluídos os projetos para os quais temos financiamento comunitário pois já estão os procedimentos lançados e temos que os executar”. O PS manteve também as três Juntas de Freguesia do Concelho, mantendo como presidentes Ana Manique em Montalvo, José Manuel Ricardo em Santa Margarida e agora Paulo Freitas na Junta de Freguesia de Constância. Patrícia Seixas


ESPECIAL AUTÁRQUICAS / MAÇÃO //MAÇÃO PSD de Vasco Estrela mantém a maioria numa “vitória inequívoca”

CÂMARA MUNICIPAL

Em Mação, Vasco Estrela, candidato pelo PSD, conquistou a Câmara tendo em vista a realização do terceiro mandato. Se em 2017 foi em Mação que se verificou uma das maiores vitórias a nível nacional e, certamente, a maior ao nível do distrito, 2021 veio confirmar a votação. O PSD de Vasco Estrela reafirmou a maioria e conseguiu manter os quatro elementos no Executivo (António Louro, Margarida Lopes e Vasco Marques), tendo o PS assegurado o restante elemento (Nuno Barreta). Em declarações logo após serem conhecidos os resultados, o presidente de Câmara eleito considerou o resultado “justo, fruto do trabalho que desenvolvemos ao longo dos quatro anos, das propostas que apresentámos e, no fundo, é um

reconhecimento das pessoas por aquilo que temos feito. Agora há que, com humildade, com respeito, com consideração pelos adversários e, principalmente, pela população, começarmos a trabalhar para concretizarmos aquilo que temos em mente em prol do desenvolvimento desta terra”. Vasco Estrela disse também que “os objetivos estão traçados, estão delineados, portanto, vamos começar a trabalhar”. Face à vitória inequívoca, com 63% da votação, Vasco Estrela não escondeu algum desalento por não ter recuperado freguesias ao PS. No entanto, lembrou que o PSD apoiou a candidatura independente à freguesia de Amêndoa, que saiu vencedora nas eleições. Já a derrota do PSD para a Junta de Fre-

VOTOS

ELEITOS

PSD

63,33

2647

4

PS

26,08

1090

1

CDU

2,61

109

0

CHEGA

2,44

102

0

CDS-PP

1,36

57

0

Brancos

1,77

74

Nulos

2,42

101

Abstenção

28,74

guesia de Envendos, por 13 votos, “deixa sempre um amargo de boca e é algo que nos custa a digerir mas a vida é assim mesmo”. Por outro lado, a recuperação de um mandato na União de Freguesias deixou as contas mais equilibradas e Vasco Estrela referiu a “subida na votação”, lembrando ainda que o PSD manteve os nove membros na Assembleia Municipal contra seis do PS. “Parece-me que, em toda a linha, a vitória do PSD no concelho de Mação é inequívoca”, disse o candidato vencedor. Nas restantes freguesias, o PSD manteve as Juntas de Carvoeiro e Envendos e o PS assegurou a União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira, a Junta de Envendos e a Junta de Ortiga. “Em termos práticos, ficam três

//VILA NOVA DA BARQUINHA Fernando Freire continua presidente e promete “muito trabalho” Fernando Freire voltou a vencer as eleições e manteve a maioria absoluta na Câmara de Vila Nova da Barquinha. O candidato socialista vai para o seu terceiro mandato à frente do Município barquinhense e, no Executivo, irá estar acompanhado de Marina Honório, Paula Pontes e Manuel Mourato. O PSD conseguiu manter um vereador e será Paula Gomes da Silva a sentar-se na cadeira da oposição. Para além da Câmara Municipal, o PS manteve ainda a maioria absoluta em todos os órgãos autárquicos do concelho. António Ribeiro vai continuar como presidente

%

freguesias para cada um dos partidos sendo que, formalmente a Junta de Freguesia de Amêndoa não é do PSD, é independente, tendo sido apoiada pelo PSD”, avançou. Relativamente às prioridades do Executivo no arranque do novo mandato, “a questão da floresta é algo que me preocupa imenso e temos projetos muito ambiciosos nessa matéria e que temos de concretizar”. Por outro lado, explicou Vasco Estrela, “não nos podemos esquecer daquilo que aí vem em termos de descentralização de competências e o maior aproveitamento possível que possamos vir a fazer com o PRR. É

VILA NOVA DA BARQUINHA CÂMARA MUNICIPAL

%

VOTOS

ELEITOS

PS

54,99

1773

4

PSD

16,22

523

1

CHEGA

12,41

400

0

CDU

9,93

320

0

CDS-PP

0,87

28

0

Brancos

3,57

115

Nulos

2,02

65

Abstenção

48,30

da Assembleia Municipal, tendo a companhia de mais oito eleitos pelo Partido Socialista. A novidade destas eleições é mesmo a entrada do CHEGA na Assembleia de Vila Nova da Barquinha com dois eleitos, ultrapassando a CDU em número de votos e tornando-se a terceira força política neste órgão. O PSD manteve os três deputados municipais e a CDU perdeu um mandato. Fernando Freire, presidente eleito em Vila Nova da Barquinha, falou do que terá pela frente nos próximos quatro anos e disse que

nessa linha que vamos trabalhar”. Vasco Estrela concluiu afirmando que “com o conhecimento que temos do território, do concelho e das suas pessoas, do funcionamento da Câmara, sabemos muito bem aquilo que queremos e vamos trabalhar no sentido de concretizar os objetivos a que nos propusemos”. Patrícia Seixas

“temos que cumprir o Plano de Desenvolvimento Regional 2020, temos aí à porta o PDR 2030, temos o Plano de Recuperação e Resiliência para fazer... no fundo, é a continuação dos planos de gestão do nosso território no sentido de dotar com qualidade de vida e também com humanidade, que foi o que prometi em toda a campanha”. “Foi uma vitória plena”, disse Fernando Freire, “que significa que as pessoas que votaram, e houve muita gente que não votou, mas os que votaram confiam neste projeto e confiam nas lideranças que foram sujeitas a sufrágio. Estou muito contente pelo facto de as pessoas de Vila Nova da Barquinha acreditarem neste projeto”. Em Vila Nova da Barquinha votaram apenas cerca de metade dos eleitores, representando 51,70% da população. Para o mandato que se aproxima, o terceiro e último, Fernando Freire não entra em facilitismos e considera que “vai ser um mandato de muito trabalho porque o objetivo é candidatarmo-nos a todos os projetos que possam surgir, como tem sido apanágio até este momento. Por isso, trabalho, trabalho, trabalho é o que vai acontecer”. Patrícia Seixas

Outubro 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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ESPECIAL AUTÁRQUICAS / //SARDOAL Miguel Borges renova mandato com aproximação do PS António Miguel Borges voltou a vencer as autárquicas no concelho de Sardoal e foi eleito para um terceiro mandato. Mesmo assim não se livrou de um susto já que a diferença para o partido socialista diminuiu e o candidato social-democrata levou de vencido o socialista Pedro Duque por apenas 34 votos. Já se sabia que a campanha e a luta seria bipolarizada entre PSD e PS e restava apenas a interrogação do número de votos que valeria a candidatura de Raquel Marques pelo CHEGA e onde é que iria “roubar votos”. E numa análise aos números do concelho o PSD perdeu mais votos nas freguesias de Alcaravela e Sardoal, freguesias onde o PS, naturalmente subiu a votação. Sendo o concelho liderado pelo PSD e a freguesia da vila pelo PS era uma das outras “lutas” que so-

18

CÂMARA MUNICIPAL

%

VOTOS

ELEITOS

PSD

45,22

1049

3

PS

43,75

1015

2

CHEGA

4,91

114

0

CDU

2,33

54

0

CDS-PP

0,60

14

0

Brancos

1,81

42

Nulos

1,38

32

Abstenção

27,52

bressaíam para a noite eleitoral sardoalense. E a diferença, favorável ao PS, também se ficou nesta casa, mais propriamente 38 votos. Desta forma Miguel Borges pode festejar vencer por maioria esta eleição para o terceiro e último mandato autárquico. Esta aproximação entre os dois partidos mais votados permitiu ao PS ganhar mais um eleito, sendo a Assembleia agora constituída por 8 deputados para o PSD e 7 para o PS a que se juntam os quatro presidentes de junta. Miguel Borges disse que tinha a expetativa de eleger o quatro elemento porque Pedro Rosa, vereador no último mandato, “merecia continuar”. Mesmo assim realçou a vitória e disse que o trabalho difícil vai continuar, mesmo nas decisões que a população não entende, como seja a intervenção na floresta. “Há

//VILA DE REI PSD consegue maiorias absolutas em todos os órgãos autárquicos O PSD continua a liderar os destinos do concelho de Vila de Rei com uma larga maioria. O Executivo vai continuar com os quatro elementos social-democratas. Acompanhando Ricardo Aires, entram Paulo César Luís, Rosa Martins e Bruno Dias Fernandes. Os socialistas mantêm um lugar no executivo, com Luís Santos a ser reeleito. Ricardo Aires, presidente eleito para um terceiro mandato, falou de uma vitória esperada porque “ficou demonstrado pelos vilarregenses o reconhecimento do nosso trabalho nestes quatro anos e as pessoas confiaram no nosso programa eleitoral. Estávamos confiantes e o resultado foi o que nós esperávamos”. “Estamos cá para servir o povo

SARDOAL

vilarregense”, disse Ricardo Aires. Os resultados da Assembleia Municipal traduzem-se também na vitória do PSD com dez mandatos, contra cinco do PS. Nas Assembleias de Freguesia, nada de novo. O PSD mantém as três Juntas do concelho tendo em Vila de Rei Sérgio Francisco como presidente e Manuel Mendes na Fundada. Em S. João do Peso, a candidata apoiada pelo PSD, Rita Cavalheiro, foi eleita presidente da Junta de Freguesia, em Plenário de Cidadãos. Relativamente à vitória em todas as freguesias e na Assembleia Municipal, Ricardo Aires lembrou que “foi um ótimo resultado para o PSD de Vila de Rei e para todos os

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

//Paulo Sousa

leis que existem e que a serem cumpridas depois, politicamente, paga-se a fatura”, disse Miguel Borges salientado que vai trabalhar para concluir o ciclo de 12 anos com que concorreu em 2013. No mandato que se segue Miguel Borges disse querer elevar a política no concelho, que “nem sempre aconteceu” no mandato que agora está a terminar. Sobre a votação, diferença de 34 votos, o candidato social-democrata diz que não se assustou e vincou que “se as pessoas deram esta margem é porque querem que continuemos a gerir dos destinos do concelho”. E depois deixou a nota que há dois novos presidentes de junta no concelho de Sardoal, ambos do PSD, que substituíram os anteriores. Quanto às pastas que vão ter atenção no início de mandato Miguel Borges destacou as obras em curso, a adjudicação do externato Rainha Santa Isabel e quanto ao resto é trabalhar na gestão corrente da Câmara até à tomada posse do novo executivo para poder ter os poderes plenos para tomar as decisões que sejam necessárias. Assim sendo o executivo municipal de Sardoal vai ser constituído pelo presidente Miguel Borges (PSD) e pelos vereadores Jorge Gaspar (PSD), Patrícia Rei (PSD), Pedro Duque (PS) e Patrícia Silva (PS). Jerónimo Belo Jorge

VILA DE REI CÂMARA MUNICIPAL

%

VOTOS

ELEITOS

PSD

61,26

1213

4

PS

26,97

534

1

CDU

5,51

103

0

Brancos

2,47

49

Nulos

3,79

75

Abstenção

20,05

vilarregenses”. Quanto a prioridades, o presidente eleito reforçou que “primeiro que tudo, quero sempre servir o povo vilarregense e, em segundo, quero ver se consigo trazer mais empresas para Vila de Rei para podermos fixar jovens no nosso concelho e, assim, gerarmos riqueza e trazer mais qualidade de vida”. Ricardo Aires garantiu “fazer tudo por tudo para que os nossos empresários sejam cada vez mais acarinhados em termos fiscais e de impostos municipais”. Mais jovens, mais riqueza e mais qualidade de vida são os objetivos definidos pelo PSD para este mandato. Patrícia Seixas


ESPECIAL AUTÁRQUICAS / COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO MÉDIO TEJO CÂMARAS MUNICIPAIS - 2021 LISTA DE PRESIDENTES DE CÂMARA 2021 ABRANTES Manuel Jorge Séneca da Luz Valamatos dos Reis (PS) ALCANENA Rui Fernando Anastácio Henriques (PSD/CDS-PP/MPT)* CONSTÂNCIA Sérgio Miguel Santos Pereira de Oliveira (PS) ENTRONCAMENTO Jorge Manuel Alves de Faria (PS) FERREIRA DO ZÊZERE Bruno José da Graça Gomes (PS)* MAÇÃO Vasco António Mendonça Sequeira Estrela (PSD)

CÂMARAS MUNICIPAIS - 2017

OURÉM Luís Miguel Marques Grossinho Coutinho Albuquerque (PSD/CDS-PP) SARDOAL António Miguel Cabedal Borges (PSD) SERTÃ Carlos Alberto de Miranda (PS)* TOMAR Anabela Gaspar de Freitas (PS) TORRES NOVAS Pedro Paulo Ramos Ferreira (PS) VILA NOVA DA BARQUINHA Fernando Manuel dos Santos Freire (PS) VILA DE REI Ricardo Jorge Martins Aires (PSD) * Apenas três autarquias mudaram de partido mais votado e, consequentemente, de presidente. Nas outras dez os presidentes foram reeleitos. Outubro 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REPORTAGEM /

A Pesca lúdica no Te

// O grupo Unidos pelo Tejo juntou no dia 5 de setembro, no rio Tejo na zona do Pinheiro Grande, Chamusca, cerca de 200 pessoas que pretendiam reverter a proibição da pesca lúdica nas Zonas de Pesca Profissional (ZPP) do Médio Tejo de Ortiga e de Constância/Vila Nova da Barquinha. Ou seja, reverter uma lei que proíbe a pesca de lazer ao longo de 52 quilómetros das duas margens do Tejo a jusante da Barragem de Belver, na zona de Ortiga, até à ponte da Chamusca.

O

objetivo do grupo foi conseguir as assinaturas necessárias para levar a reavaliação da proibição da pesca lúdica dentro das duas ZPP do Médio Tejo a debate na Assembleia da República (AR). Neste encontro ou concentração em que os pescadores de diversos pontos do distrito mostraram o desagrado e revolta com várias tarjas pintadas com frases de protesto, homens, mulheres e crianças comungaram uma mesma opinião: “O fim da proibição da pesca lúdica ou de lazer no Tejo”. E aquilo que mais se ouviu ao longo da manhã, para além a revolta, é o facto simples de que se um cidadão, desde com licença, quiser ir ao Tejo passar um pedaço de tempo não pode. Se um avô quiser passar algum tempo com o

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JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

neto na pesca não pode. E esta proibição, dizem os pescadores, leva a um abandono completo das margens do rio e aumento das espécies predadoras que já existem no curso internacional de água, como seja o siluro. São estas reivindicações que os pescadores levantam como bandeira. E esgrimem a revolta de serem apanhados pela GNR. “Eles não querem saber se temos ou não temos peixe. Se formos apanhados são 250 euros de multa e apreendem-nos as canas e outro material”. E há uns mais revoltados que outros. Carlos Mendes chegou, de passo apressado à concentração. Na mão levava uma folha. Em tom irritado explicou à rádio Antena Livre os motivos que o levaram ali. Na véspera, sábado (dia 4 de se-

tembro), tinha saído da sua casa no Entroncamento para ir ao rio, a S. Caetano (Golegã) passar um bocado de tempo à pesca. Numa tarde de pouco peixe a picar acabou por ser “pescado” pela GNR que passou no local e lhe aplicou a legislação. 250 euros de multa e apreensão do material. Carlos Mendes deixou sair a sua revolta, pelos problemas pessoais e de saúde que tem, a pesca funciona como terapia para aliviar o stress e, no momento em que está de cana na mão, esquecer os problemas da vida. “Ainda não tinha apanhado nada e vieram e levaram-me as canas”, lamenta-se Carlos Mendes que mostra o auto de apreensão a quem queira ver. “É uma vergonha. Querem afastar as pessoas do Tejo para não verem a poluição. Isso já não querem saber”.

Armelim Ferreira foi outro pescador a lamentar que desde 2015 não tenha havido uma alteração a esta lei que é completamente descabida. Diz que os pescadores de cana, que vão a fim de semana ou ao fim do dia à pesca, não representam perigo nenhum nem para as espécies nem para os pescadores profissionais, a quem o governo em 2015 quis beneficiar com esta legislação. Armelim lamentou o facto de todos concordarem que a lei é descabida e, até agora, ninguém ter feito nada. E nas mão leva uma pasta com alguns documentos entre eles a cópia impressa de um e-mail que enviou ao Instituto da Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) e da resposta deste organismo. De acordo com a resposta não há, claramente, qualquer entrave,


REPORTAGEM /

ejo continua proibida do ponto de vista ecológico ou de defesa de espécies, à alteração da lei. E a pergunta que faz, com muita paciência, é porque é que não se altera a lei. Os presidentes das Câmaras da Chamusca, Golegã, Constância e Vila Nova da Barquinha (que representou o Médio Tejo, nomeadamente os autarcas de Abrantes e Mação) e ainda o vereador da Câmara do Entroncamento e o presidente da Junta de Freguesia de S. João Batista (Entroncamento). Todos partilham a mesma opinião e posição. A lei não faz sentido, tem de ser alterada e que esta situação é penalizadora para os cidadãos destes concelhos até do ponto de vista social, porque acaba por ser uma ocupação para os mais velhos que já estão reformados. Posição idêntica têm os autarcas de Constância e Vila Nova da Barquinha. Tanto Sérgio Oliveira como Fernando Freire defendem a mudança da lei rapidamente. Não concordam com esta proibição e Fernando Freire diz de forma simples, que se a lei é má ou está incorreta só há uma solução, revogue-se. Paulo Queimado, autarca da Chamusca, deixou bem vincada a opinião que todos assumem, uma Lei sem sentido. E aludiu ao seu concelho, antes da ponte da Chamusca não se pode pescar. Depois já se pode. Ora, para o presidente da Câmara isto não faz sentido nenhum. O que se espera, e de forma convicta, é que o governo faça a respetiva proposta de alteração para que a mesma possa ser discutida e aprovada em Assembleia da República. Nuno Ribeiro, do grupo “Unidos Pelo Tejo” destacou a forte presença de pescadores no protesto e na assinatura da petição que pretende ser mais uma forma de pressão para a alteração da lei. Diz que os pescadores querem simplesmente voltar a poder pescar no Tejo, entre Ortiga e a ponte da Chamusca, em 104 quilómetros de margens do rio. Esta é a sua única reivindicação que esperam que o protesto de pescadores e o envolvimento de autarquias possa vir a ter reflexos já em 2022.

Governo diz que vai alterar a Lei

A rádio Antena Livre enviou a 3 de setembro um conjunto de perguntas ao Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC) sobre esta proibição. Na resposta, enviada por e-mail, o Ministério de João Matos Fernandes revelou que está a produzir uma proposta de Lei para alterar esta situação.

Começou por identificar o problema que tem os pescadores e comunidades das zonas ribeirinhas entre Ortiga e a ponte da Chamusca em protesto. Esta proibição do exercício da pesca lúdica na Zona de Pesca Profissional do rio Tejo (Constância/Barquinha) decorre da publicação da Lei n.º 7/2008, de 15 de fevereiro, alterada e republicada pelo Decreto-Lei n.º 221/2015, de 8 de outubro, a qual estabelece no n.º 4 do artigo 20.º que “Nas zonas de pesca profissional é praticada a pesca como atividade comercial sujeita, para além das normas gerais, a normas específicas consignadas nos respetivos planos de gestão e exploração, os quais poderão prever ainda a prática da pesca desportiva”.

// Carlos Mendes fez questão de mostrar a todos a multa que a GNR lhe aplicou no dia anterior à manifestação dos pescadores

De acordo com esta esta determinação, “os planos de gestão e exploração das zonas de pesca profissional não podem prever a prática da pesca lúdica, sendo essa norma expressa nos editais de todas as zonas de pesca profissional”. Na mesma resposta o Ministério do Ambiente diz que “o ICNF considera que o impacto da pesca lúdica nos recursos aquícolas é pouco relevante nos troços demarcados para a pesca profissional, e que se trata de uma atividade com significativa importância socioeconómica, que contribui para o desenvolvimento de diversos sectores da economia, constituindo uma importante via para o desenvolvimento local e regional do país”. E acrescenta ainda que “a pesca lúdica é uma atividade de lazer ou recreio em que não podem ser comercializados os exemplares capturados”. De acordo com os dados do Ministério de Matos Fernandes o pais tem atualmente cerca de 150 000 praticantes. Apesar destes pareceres e posições o certo é que “com a publicação da Lei n.º 7/2008, de 15 de fevereiro, na sua redação atual, que estabelece as bases do ordenamento e da gestão sustentável dos recursos aquícolas das águas interiores e define os princípios reguladores das atividades da pesca e da aquicultura nessas águas, nas zonas de pesca profissional apenas é permitida, além da pesca como atividade comercial, a prática da pesca desportiva (n.º 4 do artigo 20.º), daqui resultando que os planos de gestão e exploração (PGE) das zonas de pesca

profissional (ZPP) não podem prever a prática da pesca lúdica”. Uma das perguntas feitas pela Antena Livre foi se não poderia existir um regime de exceção para estas duas zonas. O MAAC esclarece que “tratando-se de uma lei da Assembleia da República, nem o Governo nem o ICNF poderão criar regimes excecionais”. Mas a resposta do MAAC adianta que “o Governo encontra-se a preparar proposta de lei a submeter à Assembleia da República com pedido de autorização legislativa para poder proceder à alteração da Lei n.º 7/2008, de 15 de fevereiro, contemplando a possibilidade de acolher a prática da pesca lúdica nos planos de gestão e exploração das zonas de pesca profissional”. Só não há referência a prazos ou datas de entrega da proposta de alteração. O certo é que os editais do ICNF que regulam estas zonas de pesca de Ortiga e de Constância/Barquinha são, normalmente, publicados durante o mês de novembro, pelo que a alteração da Lei, não havendo possibilidade de regime excecional, teria de ser aprovada pelo parlamento e publicada em Diário da República antes desta data. O Jornal de Abrantes sabe que o movimento Juntos Pelo Mundo Rural tem uma reunião agendada no Ministério do Ambiente e Ação Climática a 7 de outubro. Dos vários assuntos que estão na agenda desta reunião a pesca lúdica entre Ortiga e a ponte da Chamusca vai estar presente neste encontro. Jerónimo Belo Jorge

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DESPORTO / Entrevista Depois de um ano e meio conturbado também no futebol, a bola volta a rolar nos campos do distrito...

Desde março de 2020, e já lá vai um ano e meio, em que a pandemia tornou difícil as nossas vidas e em que o futebol foi, tal como outros setores, foi seriamente afetado, quer desportiva, quer financeiramente. Ainda nem temos bem a noção da real dimensão. No entanto, com a força da família do futebol, foi possível irmos ultrapassando as dificuldades que o dia-a-dia nos trouxe, com situações novas que ninguém esperava mas que era necessário resolver e foram-se resolvendo. Houve momentos difíceis. Talvez o mais difícil tenha sido em março de 2020 quando tivemos que decidir parar os campeonatos, em boa hora. O futebol soube parar e soube ter força para reativar quando foi possível. Agora, estamos a arrancar com uma nova época desportiva de futebol e de futsal e tenho que dizer que a encaramos com otimismo. Estamos certos que, com a vontade e a força de todos, vamos vencer dificuldades que ainda existem pois esta pandemia ainda não nos deixou, apesar de a luz ao fundo do túnel ser hoje bem maior do que era há uns tempos. Leva-nos a este otimismo os indicadores que já conhecemos e consideramos gratificante que todos, quer a AFS, quer os clubes, acreditarem que o grande trabalho que vinha sendo feito e foi interrompido, não se perca. Esta foi a questão principal e foi possível partir para esta época desportiva 2021/2022 com este otimismo.

Falou em indicadores... Relativamente ao número de equipas inscritas, houve decréscimo? Os clubes sentiram dificuldades neste regresso às competições?

Tenho que dizer que valeu a pena lutar muito para que a época desportiva 2020/21 não tivesse fechado definitivamente em janeiro, como alguns pretendiam e positivamente. Mas da nossa parte sempre lutámos para que esperássemos, tivéssemos alguma paciência e muita resistência. E estamos hoje perfeitamente convencidos que foi bom reativar a época desportiva, quer dos seniores que já vinha de trás, quer iniciar ou fazer alguma coisa com a formação, que durante dois meses foi feito, pois esse foi o momento catalisador para esta época desportiva. Aqui chegados, iniciámos os campeonatos de futebol sénior com mais equipas do que tínhamos em 2019/20. Este é um dado importante porque começámos os campeonatos da I e II Divisão com mais cinco equipas seniores de futebol. No futsal, são mais quatro. A nível sénior. Na formação, no futebol os juniores mantêm as 28 equipas e no futsal há mais

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“Nota-se uma grande vontade de voltar ao futebol” // Francisco Jerónimo, presidente da Associação de Futebol de Santarém, fala das expetativas no lançamento da época desportiva 2021/2022. A pandemia, o aumento de equipas e o futebol de formação foram alguns dos temas abordados. //Foto: AFS

ceções, estamos já na situação que era normal. E o grande exemplo foi a final da Taça do Ribatejo, numa grande demonstração de que foi possível ter público organizado e em condições.

Acredita que é possível aos clubes controlarem os 50% de lotação que é, para já, a regra vigente?

Penso que não é difícil e demos essa indicação na final da Taça, de que é possível controlar. Há uma realidade objetiva a que não fugimos: a pandemia ainda não acabou. Temos que trabalhar todos e juntar esforços para que, sustentadamente, seja possível ultrapassar essas barreiras e ir vivendo a nossa vida. E 50% de público para a maioria dos nossos campos, para não dizer quase todos, é possível para que os clubes e o futebol em si tenha aquilo que é indispensável, que é o público.

Tivemos uns campeonatos disputados de uma forma atípica e as competições levaram uma reviravolta naquilo que era o seu figurino habitual. Para esta época, o campeonato da I Divisão Distrital vai ter as duas voltas e todas as jornadas, a II Distrital igualmente e a Taça do Ribatejo vai disputar-se dentro dos moldes habituais?

//“50% de público para a maioria dos nossos campos, para não dizer quase todos, é possível” duas equipas a participar. E a Taça do Ribatejo vai ser disputada por mais cinco equipas. Temos ainda mais uma equipa no futsal feminino a nível nacional. Na II Divisão, o aparecimento de novas equipas é um indicador que nos transporta para o otimismo que já referi anteriormente e que agora esperamos que o mesmo vá surgindo noutros escalões das camadas jovens. O indicador vai nessa linha e é verdade que se nota uma grande vontade dos diretores, pessoas, agentes desportivos de voltarem ao futebol e com a assistência de público, que já é uma realidade e acreditamos que vá crescer. Todos temos muitas saudades do futebol e temos todas as condições para que a época desportiva 21/22 seja, de facto, reativada em todas as competições.

No distrito sempre houve “guerra” entre a Associação de Futebol de Santarém e a Inatel. Essas cinco equipas que agora entraram, já eram filiadas na AFS ou foram

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

“Todos temos muitas saudades do futebol e temos todas as condições para que a época desportiva 21/22 seja, de facto, reativada em todas as competições”

“repescadas” à Inatel?

Algumas vieram da Inatel. Mas nós há três anos assinámos um protocolo de cooperação com a Inatel, aliás, o presidente da Fundação Inatel é um homem do nosso Ribatejo. E a partir daí houve reuniões e houve entendimento no sentido de a família do futebol ser alargada com a própria Inatel. Não sentimos nenhuma competição neste momento. Todos têm o seu espaço e há equipas que vão regressando aos nossos campeonatos mas tem-se verificado uma situação de cooperação.

Para esta época 20221/22 há, finalmente, a boa nova de que poderemos ter um outro fator que faz falta ao futebol que é o público nas bancadas...

É indispensável. Também esperamos que, com o tempo, vá sendo aumentada a percentagem de público nos nossos campos. No entanto, relativamente à dimensão dos nossos campos e àquilo que eram as assistências, salvo raríssimas ex-

A época arrancou conforme o modelo das competições aprovado. Temos uma deliberação que em boa hora foi tomada em 31 de julho de 2020, na Assembleia mais concorrida desde que eu me lembro, em que os clubes aprovaram por unanimidade medidas excecionais a aplicar caso a Saúde assim o obrigue. Por exemplo, foi onde validámos os campeonatos seniores só com a primeira volta. Já a Taça do Ribatejo foi até à final e foi a única prova em que houve título. Portanto, isto está previsto mas acreditamos que vamos executar as provas dentro da normalidade, com todas as medidas de segurança. Se acontecer aquilo que ninguém deseja, nem espera já, temos as medidas aprovadas.

Um dos fatores que leva longe o nome do futebol distrital de Santarém é a formação, onde há muitas equipas nos campeonatos nacionais e algumas com resultados de relevo. Como sente a vida dos escalões de formação?

São a nossa força e o que coloca a AFS no 7.º lugar do ranking das 22 associações. Temos projetos a funcionar muito bem, com muita qualidade, com muita competência e numa perspetiva de resultados de excelência. Isso é um motivo de grande satisfação para nós. Trabalha-se muito bem, recomenda-se e tem pessoas cada vez melhor preparadas. Ricardo Beirão e Patrícia Seixas


GALERIA /

Telmo Leitão “Telminho” Nascido no ano de 1980 em Sardoal, apenas se fixou definitivamente na sua terra natal em 1996. O seu dia é passado como operador fabril, mas é no seu tempo livre que os seus devaneios aparecem. O gosto pelas viagens, fotos e desporto cedo se manifestaram mas apenas já em idade adulto se dedicou a estes hobbies com mais afinco, praticando desporto por prazer, fotografando com gosto e viajando por paixão. Neste contexto, conseguiu criar blogues pessoais de fotos suas (TL-Fotos) e principalmente, o mais conhecido (Cantinho do Primeiro Andar), onde juntou o desporto e a foto num só.

Outubro 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Cultura

Festival Materiais Diversos arranca com programa dedicado ao encontro e à reflexão

// No dia 5 de Outubro, o Cartaxo recebe as primeiras atividades do Festival Materiais Diversos. Depois de celebrar 10 anos de existência em 2019, o projeto foca-se na desaceleração, inscrição, pluralidade e acessibilidade, procurando colocar no centro as pessoas e as relações. A programação do Festival Materiais Diversos conta, este ano, com atividades que geram esse encontro: conversas, ações e um ponto de encontro ativo, para além de espetáculos de teatro e dança que suscitam reflexões sobre temas da atualidade. A conversa “Que paisagens pode um festival criar?” redescobre o livro Paisagem Imprevistas — Outros lugares para as artes performativas (editado pela Materiais Diversos, em 2020), para o papel deste festival e de outros nos lugares e comunidades onde se inscrevem. “Filme” é uma aventura imagética e sonora, de Marcelo Evelin, o primeiro experimento do projeto Povo da Mata (título provisório), a próxima criação do coreógrafo, a estrear em junho de 2022. Seguido de “Que povo é esse?”, uma conversa com Danilo Carvalho,

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JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

Fernanda Silva e Marcelo Evelin. Ao fim de três residências do Teatro do Frio no Cartaxo, Paraíso Bruto concretiza propostas para um espaço público habitado pelos jovens da localidade, culminando na conversa “E depois do Paraíso?” e em “Human Jukebox”, o DJ set protagonizado por Violeta Lisboa. O Festival também inclui as escolas, com sessões exclusivas. A Formiga Atómica traz “O Estado do Mundo (Quando Acordas)” para fazer pensar no estado natural, político, geográfico, social, histórico, económico e humano do planeta que habitamos. “Sons Mentirosos Misteriosos”, de Sofia Dias e Vítor Roriz, usa a dança como forma de partilhar com as crianças questões metafísicas, ontológicas, estéticas, banais e, quase sempre, imprevisíveis. Nos dias 8 e 9, estreia-se “Palmira”, uma peça de teatro com música ao vivo, de Anabela Almeida e Sara Duarte, um espetáculo para questionar o que é ser mulher e refletir sobre alguns conceitos profundamente enraizados na sociedade. E no dia 9, “Ruído Rosa”, de Alina Folini, uma coreografia que quer reverberar no público. Durante a passagem pelo Cartaxo, acontecem ainda as conversas “Como comunicamos quando queremos falar de cultura?”, com várias profissionais da comunica-

ção, para dialogar sobre os exercícios de disseminar a cultura em Portugal; “Que futuros tenho eu aqui?”, que dará espaço para abordar as inquietações, preocupações, mas também os sonhos dos jovens do Cartaxo; e “Na Prática: que escola é esta?”, o momento de lançar o website do projeto que junta teoria e prática, num encontro entre artistas e investigadores. No Editorial do Festival Materiais Diversos, a organização afirma que “estamos, há vários anos, a trabalhar na transformação deste festival num espaço de encontro. Temos investido na sua desaceleração, inscrição, pluralidade e acessibilidade, procurando colocar as pessoas e as relações ao centro. Temos igualmente procurado fazer dele um espaço de criação e reflexão, em que artistas e espetadores tenham tempo para (se) experimentar. Esta transformação exige um entendimento diferente do tempo e do que são os encontros. O tempo não tem de ser uma prisão; somos nós que o construímos. E os encontros não têm de ser todos bem sucedidos e harmoniosos, se quisermos conversar para além do consensual. Este é o momento em que nos encontramos. Acreditamos que um festival pode ser esse tempo, em que reparar, cuidar e partilhar podem ser verbos para um mundo novo”.


SOCIEDADE / OPINIÃO /

A cidade

//Armando Fernandes

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Curso de Liderança regressou a Abrantes para formar agentes de mudança O Rotary Club de Abrantes (RCA), em colaboração com o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), voltou a organizar o Curso de Liderança. Durante sete dias, 23 jovens, com idades entre os 17 e os 22 anos, participaram em diversas atividades práticas e teóricas. O objetivo foi desenvolver as capacidades de liderança nos jovens da comunidade, valorizando-se também a formação cívica e a aprendizagem em áreas específicas, como a Comunicação. Leal Neto, presidente do RCA, recorda que “estamos num mundo em que a mudança é instantânea e há pouco que fique constante”. Por isso, “toda a formação, todo o conhecimento, toda a capacidade de se adaptar a novas realidades é fundamental para singrar neste

nosso mundo, em especial para os jovens”. Depois de um ano de interregno devido à situação de pandemia, esta é a 11ª vez que o RCA organiza o Curso de Liderança. Esta iniciativa, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes e da Mitsubishi Fuso, enquadra-se num conjunto de atividades deste clube abrantino que têm um especial enfoque na formação. A atribuição de bolsas de estudo e a realização de cursos de suporte básico de vida são outras das iniciativas que o RCA organiza regularmente. O presidente do RCA destaca os objetivos que se pretende que os jovens participantes no Curso de Liderança tenham alcançado: “A capacidade de resolver novos pro-

blemas, a capacidade de trabalhar e confiar nas pessoas que fazem parte das suas equipas, a capacidade de ver para além de si mesmo e ser capaz de se colocar no lugar das pessoas que estão ao seu lado.” Por outro lado, sendo uma formação intensiva, também se pretendeu que os jovens pudessem “testar dos seus limites, sejam eles físicos, emocionais ou outros, testar novos desafios”. Leal Neto sublinha que colocar os jovens no papel de ‘chefe’ lhes dá uma outra perspetiva sobre as decisões, pelo que a participação no Curso de Liderança certamente que “os/ as deixará mais bem preparados/as para a mudança”. E conclui: “Mais do que estar preparado para a mudança, importa que possam ser agentes da mudança.”

a Cidade de Deus, obra capital de Santo Agostinho, ao Livro das Cidades, do tão genial como infortunado foi o escritor cubano Guilhermo Cabrera Infante, foram publicados centenas e centenas de ensaios, romances e novelas cujo elemento ou conteúdo principal é a polis (cidade), as cidades nas quais se desenrolam as vidas de milhões de seres humanos e, têm lugar, de noite e de dia, as grandiosas criatividades do engenho humano, paralelamente à gigantesca miséria de largas camadas da população que as habitam. Nunca como nos dias de hoje se falou, analisou e discutiu tanto a cidade, desde a cidade inimiga de quem lhe concede existência até à cidade (imaginária) capaz de criar felicidade às crianças, adolescentes e adultos nela nascidos ou cuja atracção as faz inchar, transbordar, alargar, convertendose em formigueiros de pessoas a maldizerem a sua sorte. A felicidade esvaiu-se, ficou a colmeia infecta berço das pandemias. Assim tem acontecido ao longo dos séculos, muitos génios voltaram-se para o campo, de lá enviam hossana e louvores às virtudes campestres. Em que ficamos: cidade ou campo? Vivacidade vertiginosa ou soledade repousante? Tudo à nossa volta e à mão de semear ou provérbios explicativos da quotidiano rural? As interrogações podem-se multiplicar, fica uma certeza: os decisores têm de respeitar os dizeres inscritos nas placas colocadas junto às passagens de nível sem guarda – Pare, escute e olhe – se assim procederem as cidades ganham anima categoria arredia de todas, resistindo apenas ínfimos apontamentos dessa mesma categoria. Estou convicto que muitos leitores rememoram nichos telúricos existentes em Abrantes a quem dedicam especial devoção ficando tristes e penalizados

quando os vislumbram amesquinhados, pois bem, esses sítios de veneração individual são filamentos bem tecidos podem constituir o refulgir da cidade elogiada nos anais, nos cometas relampejantes, sim estrela luzente no firmamento das cidades médias portuguesas. Os seus filhos e habitantes merecem. Aguardemos serenamente!

Nunca como nos dias de hoje se falou, analisou e discutiu tanto a cidade, desde a cidade inimiga de quem lhe concede existência até à cidade (imaginária) capaz de criar felicidade

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SOCIEDADE /

Descoberta abre portas a nova geração de medicamentos para combater vírus e parasitas Uma equipa interdisciplinar de várias instituições científicas nacionais, liderada pela Universidade de Coimbra (UC), descobriu e testou uma molécula com um perfil revolucionário, que abre caminho para o desenvolvimento de um novo antimicrobiano de largo espectro com potencial de aplicação na prevenção e tratamento de múltiplos tipos de infeções virais, endémicas e pandémicas, e também doenças parasitárias, como a malária. Designada BSS730A, a molécula, que é derivada da penicilina, umas das moléculas mais conhecidas do mundo, foi descoberta no âmbito do projeto Spiro4MALAIDS e resulta de vários estudos realizados ao longo dos últimos nove anos pelo Grupo de Química Orgânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Coordenado pela professora Teresa Pinho e Melo, do Departamento de Química da FCTUC, o projeto Spiro4MALAIDS tem a participação de investigadores da Universidade de Lisboa, através do Instituto de Medicina Molecular e da Faculdade de Farmácia, e do Instituto Universitário Egas Moniz. Os vários ensaios pré-clínicos realizados com diferentes vírus, entre os quais o HIV e várias estirpes do vírus da gripe (um vírus com potencial pandémico), e em parasitas como o que provoca a malária, são muito promissores. «A molécula apresentou uma atividade notável contra os diferentes vírus e parasitas testados. Em concentrações muito baixas, a eficácia na inibição das infeções atingiu os 99 por cento», revela Nuno Alves, aluno de doutoramento da FCTUC e membro da equipa. Os resultados obtidos, sublinha, indicam que a nova molé-

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//Nuno Alves, aluno de doutoramento da FCTUC e membro da equipa

cula «tem um comportamento completamente diferente dos medicamentos que se encontram no mercado. Enquanto os antivirais convencionais atuam sobre a maquinaria do próprio vírus, a molécula BSS730A atua ao nível do hospedeiro, promovendo uma resposta do próprio hospedeiro conta o vírus. Um mecanismo deste tipo, para além de ter um perfil farmacoterapêutico inovador, está muito menos sujeito ao desenvolvimento de resistências por parte dos vírus», ou seja, clarifica, «verificou-se que a molécula mostrou ser ativa contra estirpes multirresistentes dos mesmos vírus». Observando os mecanismos que a molécula utiliza para exercer a sua atividade, os investigadores acreditam que existem boas perspetivas para «inativar outros vírus para além dos estudados. É uma molécula que poderá ter atividade para novas ameaças virais que possam emergir no futuro, representando uma nova gera-

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

ção de medicamentos antivirais e antiparasitários de largo espectro, muito mais eficazes do que os atuais», afirma o investigador do Departamento de Química da FCTUC, destacando ainda outra particularidade da molécula descoberta, sobretudo ao nível da estrutura e farmacologia: «apesar de ser proveniente da penicilina, usada no tratamento de infeções causadas por bactérias, a BSS730A não tem qualquer atividade antibacteriana, mas sim antiviral e antiparasitária, no caso do parasita da malária». A equipa pretende avançar com a realização de ensaios clínicos dentro de três anos. No entanto, para que tal se concretize, é necessário obter financiamento. «Um projeto deste tipo requer um músculo financeiro considerável, na ordem dos dois milhões de euros», estima Nuno Alves. Justamente com o objetivo de angariar financiamento que permita avançar com o desenvolvimento desta tecnologia disruptiva, está em fase de conclusão a criação de uma Startup. Além de Teresa Pinho e Melo e Nuno Alves, a equipa do projeto inclui os professores Nuno Taveira (Instituto Universitário Egas Moniz) e Miguel Prudêncio (IMM da Universidade de Lisboa) e os investigadores Américo Alves (FCTUC) e Inês Bártolo (Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa). O projeto Spiro4MAL AIDS foi recentemente distinguido no concurso “Born from Knowledge Ideas” (BfK Ideas), na área da saúde, promovido pela Agência Nacional da Inovação (ANI). Este concurso visa impulsionar a transferência de conhecimento para o tecido empresarial. Cristina Pinto Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra - Comunicação de Ciência

OPINIÃO /

Obrigado 2.0 //José Alves Jana //FILÓSOFO

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arece que só mesmo quem sofra de um distúrbio grave pode aceitar, hoje em dia, um cargo político. Basta ocupar o lugar para ser – de imediato – catalogado com as piores classificações disponíveis no mercado da crítica de bancada. Na verdade, o que costuma acontecer é as pessoas formarem a sua opinião apenas a partir do modo como de imediato sentem a sua vida: o que ela ganha e o que ela perde. Este é um critério muito importante, mas de modo nenhum o único a ter em conta. E é este tornar-se único, com o desleixo de uma procura de informação qualificada, que torna este ponto de vista doentio. Doentio porque absoluto, doentio porque tóxico. Além disso, este critério doentio de modo muito fácil entra em corrente de opinião com outras avaliações do mesmo valor, criando um ambiente que envenena a nossa vida coletiva. Mesmo assim, houve homens e mulheres que aceitaram concorrer aos vários lugares do poder local. Sabendo que vão estar debaixo de fogo durante quatro anos. Sabendo, os que ganharam, que vão ter a sua vida sugada pelas responsabilidades assumidas. E os que ficaram na oposição sabendo que vão ter mil incómodos e pouca ou nenhuma gratificação significativa. O que move os candidatos ao poder local é sobretudo o amor à sua e nossa terra, é o desejo de fazerem mais e melhor, é o desafio de enfrentarem os problemas com que nos defrontamos. Não é, sem dúvida, a única motivação. Querer ser importante, gostar de fazer coisas, esperar oportunidades futuras, ambição social e política… são também motivações possíveis e legítimas, desde que não seja à custa de traficar o essencial, o bem comum que num cargo político sempre está em jogo. Porque estes homens e mulheres, apesar do mau ambiente da opinião pseudo-crítica, aceitaram o desafio de se ocuparem das nossas coisas, da nossa vida comum, de zelar pelos nossos interesses, aqui vai o meu, e sem dúvida de muitos outros, “Obrigado”. E a prova de que, no geral, o vão merecer é o que se constata ao

olhar para o que foi o percurso deste nosso território nos últimos 50 anos. Apesar dos problemas de hoje, foi feito um trabalho enorme em toda a região, que só a cegueira casada com a má vontade pode ignorar. Contudo, de modo inevitável, nem tudo foi bem feito. Nem vai ser. Por isso o nosso “Obrigado” tem de ir de mão dada com a promessa de uma atenção crítica ao que vierem a fazer menos bem ou a não fazer. E essa é também uma forma de agradecer e de apoiar os nossos eleitos, embora não pareça. Numa democracia, a falta de crítica empobrece todos nós, nestes incluídos os eleitos. Aliás a qualidade do exercício do poder autárquico depende, em boa medida, de o ambiente social ser de qualidade: informado, criativo, crítico, apostado no futuro, ciente dos problemas e atento às hipóteses de solução. E colaborante ou participativo, porque a solução dos nossos problemas não estará, nunca, apenas ao nível do poder político. Vêm aí quatro anos muito importantes (como sempre). Do que fizermos e não fizermos vai depender, em muito, a qualidade da nossa vida futura. Daí que sejam decisivos cada um dos nossos eleitos – no poder e na oposição – nas várias autarquias da nossa região e do nosso país. Precisamos de um bom poder. A todos, “Obrigado”!

O nosso “Obrigado”tem de ir de mão dada com a promessa de uma atenção crítica ao que vierem a fazer menos bem ou a não fazer.


SOCIEDADE / OPINIÃO /

// Foi há 20 anos, mais propriamente a 7 de setembro de 2001, que Helena Carvalheira e Filomena Pereira, resolveram avançar para a criação, em Abrantes, de um centro de aprendizagem de línguas. Helena Carvalheira e Filomena Pereira trabalhavam num instituto de línguas que existia em Abrantes, mas viram uma oportunidade de se poderem lançar na criação de uma nova estrutura que permitisse às crianças, jovens e adultos aprender a língua inglesa nas suas várias vertentes. Ou seja, na iniciação até ao inglês mais técnico que tão fundamental é nos dias de hoje. Em 2001 as empresárias criaram o Instituto de Línguas do Centro (ILC), com instalações na Avenida 25 de abril. A aceitação foi tão elevada que, explicam as empresárias, em 2009 foram “obrigadas” a procurar nova localização, mais ampla que permitisse aumentar a oferta que tinham. E foi neste ano que abriram as novas instalações na Rua General Humberto Delgado, nas proximidades da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes. Depois da mudança os alunos gostaram tanto do espaço, mais acolhedor, que começaram a designar o ILC como “Our House (a nossa casa)”. E a expressão pegou de tal forma que o centro de línguas passou a ser designado por ICL “Our House”. Filomena Pereira e Helena Carvalheira mantêm hoje a mesma paixão pelo ensino do inglês, nos diversos níveis, que é normal os alunos entrarem e saírem no edifício a falar em inglês. O ILC tem nesta altura 300 anos entre os 3 e os 18 anos de idade e

//Nuno Alves //MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS //nmalves@sapo.pt

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promove o ensino da língua inglesa do A1 (básico) ao C2 (o nível mais avançado) e é, de acordo com as empresárias, a primeira escola em Portugal com uma parceira com a Cambridge University. Os exames Cambridge são feitos na escola e dão aos alunos a certificação de competências que são nos novos tempos um documento que funciona “como passaporte” para muitos empregos em companhias internacionais. Com a pandemia a escola não perdeu alunos. “Em três dias criamos as condições para colocar toda a escola a funcionar online. E conseguimos manter todos os projetos que tínhamos, mesmo com os condicionamentos da pandemia”. Filomena e Helena referem que o

“A água mole vai dar lugar à pedra dura” nos Caminhos da Pedra // Depois dos Caminhos da Água, “a água mole vai dar lugar à pedra dura”, com o mês de outubro a terminar pela encruzilhada das estradas dos Caminhos da Pedra. De 8 a 17 de outubro, Entroncamento, Ourém, Sardoal, Sertã, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha são os municípios que vão percorrer as estradas dos Caminhos da Pedra, com uma programação cultural em rede repleta de música, teatro, circo contemporâneo, marionetas e arte urbana. Uma vez mais, pretende-se a envolvência dos artistas com as comunidades locais e os seus visitantes através de um programa que promove o encontro da cultura com o território, o seu património e a sua paisagem. Neste ciclo, e caso as condições meteorológicas assim o permitam,

os espaços exteriores como os jardins, praças, castelos, entre outros, voltam a ser uma das preferências dos municípios. A programação inicia a 8 de outubro e, este ano, há a novidade de acontecer também durante a semana. O teatro “O Sorriso”, da companhia Teatro Só, abre este ciclo da Pedra na Praça Luís Kondor, em Fátima, às 14h30. Já no período da noite, às 22h00, Noiserv, sobe ao palco do Cineteatro São João, no Entroncamento. Dia 9 de outubro, E_xanda, por Erva Daninha, chega ao anfiteatro do Teatro Municipal de Ourém (TMO),

ensino oficial não proporciona aquilo que o ILC proporciona que é a certificação. E é uma certificação que é aceite e reconhecida internacionalmente. As empresárias revelaram o orgulho que sentem nestes 20 anos de ILC que é algum acompanhamento que fazem a alunos que aqui aprenderam Inglês e fizeram os exames para obter a certificação: “temos jovens formados aqui que hoje estão em grandes companhias no mundo inteiro, nas engenharias, no meio financeiro, na Google. E a certificação é tão importante que tivemos um jovem que não entrou no Técnico porque não tinha o nível C1 e veio para cá (ILC) para o concluir por forma a prosseguir a vida académica.” Jerónimo Belo Jorge

às 18h00. Por sua vez, Rui Massena, com Piano Solo, irá promover uma noite de música clássica no Teatro Virgínia, em Torres Novas, às 21h30. Nos dias 10 e 11 de outubro, as marionetas do teatro “No te asuste mi nombre” irão animar todas as famílias às 11h00, no TMO, em Ourém. Já a arte urbana dos Mistaker Maker, com a “Lata 65”, vai percorrer o centro histórico de Ourém, nos dias 11 e 12 de outubro, entre as 14h00 e as 19h00. No fim de semana de 15 a 17 de outubro a programação continua e chega também a Sardoal, Sertã e Vila Nova da Barquinha para isso, basta acompanhar https://caminhos. mediotejo.pt./. Todos os eventos estão sujeitos às normas de prevenção COVID-19 em vigor, com limitação de participantes e sujeitos ao levantamento de bilhetes no caso dos espaços interiores. O projeto é cofinanciado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER.

esde a sua chegada ao poder, em 2012, muitos comparam já o impacto do presidente Xi Jinping na história e evolução do país ao legado deixado por Mao Tse Tung, o fundador do regime comunista chinês e mentor da Revolução Cultural, que se verificou no país entre os anos 60 e 70. Em dez anos, Xi Jinping tornou-se tão poderoso que o seu pensamento sobre o socialismo com características chinesas é agora matéria de estudo obrigatório em todos os currículos escolares, na China. Mas numa década, o presidente Xi foi, além disso, o contrário dos seus antecessores, que privilegiavam a máxima de Deng Xiaoping “observar calmamente, fortalecer a nossa posição, lidar com os desafios calmamente, esconder as nossas capacidades e aguardar pela nossa vez, ser discretos e nunca exigir a liderança”. Foi esta abordagem que permitiu, durante trinta anos, a chamada “ascensão pacífica” da China. Contudo, o presidente chinês surpreendeu o mundo ao manifestar abertamente uma China orgulhosa do seu poder e com capacidades que lhe permitem rivalizar com as grandes potências. Agora, o presidente chinês avança para aquilo que se assemelha a uma nova revolução cultural. O presidente Xi pretende formatar os chineses de acordo com os bons valores tradicionais do socialismo. O controlo da

A nova revolução cultural utilização de jogos eletrónicos a apenas três horas semanais e apenas ao fim de semana é apenas um pequena medida na estratégia que pretende evitar que o cidadão chinês se distraia com ocupações que corrompam o ideal socialista. Na economia, com a implementação da estratégia “Prosperidade Partilhada”, o romance chinês com o capitalismo poderá ter os dias contados. Isto porque se o capitalismo impulsionou o crescimento económico chinês, também provocou uma subida significativa nas desigualdades sociais existentes no país. Semanalmente, a China cria dois novos milionários. Essa desigualdade crescente é factual, com o Índice de Gini, que mede o nível de desigualdade, a reportar valores acima de 0,4. Para o governo chinês, estes valores são intoleráveis, já que elevam consideravelmente o risco de descontentamento social, o grande fantasma para as lideranças chinesas. Ao mesmo tempo, o governo chinês teme o poder adquirido por esta nova classe de milionários e de grandes empresas, especialmente as tecnológicas. Recentemente, o suspeito desaparecimento e posterior reaparecimento do fundador e multimilionário do Alibaba, Jack Ma foi apenas um aviso para estas novas elites. E, no que toca às grandes tecnológicas, Pequim prepara agora o aperto do cerco a fim de evitar que estas grandes empresas adquiram interesse em se envolver em assuntos políticos. PUBLICIDADE

ILC “Our House” comemorou 20 anos de vida

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DESPORTO /

Caminhadas de Outono pelos trilhos pedestres de Mação - 10 dicas essenciais para passeios saudáveis e em segurança

Já estávamos de novo no Outono... a estação das temperaturas amenas e das cores ocre por excelência, dois convites irrecusáveis para voltar aos trilhos de Mação e, com calma, descobrir o seu património natural e paisagístico. É tempo de regressar às levadas, às veredas e aos caminhos florestais, aos miradouros e vales, às caminhadas em pequenos grupos e aos convívios salutares que nos ligam uns aos outros. Para quem gosta de passear no meio da natureza, o Outono costuma proporcionar vistas incríveis, ideais também para quem gosta de fotografia. As

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árvores vestem-se de diferentes tonalidades, cheira a terra molhada, o ar está mais fresco. É difícil resistir. O melhor das caminhadas é que podem ser realizadas por qualquer pessoa, independente da idade e da condição física (na verdade, é um dos exercícios mais indicados para quem se quer manter ativo, enérgico e independente, mesmo numa idade avançada), e, confirmam os médicos, apresentam múltiplos benefícios para a nossa saúde. Previnem doenças, incluindo mentais, reduzem os níveis de stress, ajudam na perda de peso, melhoram o sistema cardiovascular, fortalecem os músculos e

JORNAL DE ABRANTES / Outubro 2021

combatem as insónias, isto só para enumerar alguns benefícios. Ainda assim, uma boa caminhada exige mais do que sair à rua e andar. Embora seja a forma mais simples de praticar exercício físico, há cuidados básicos que não devem ser esquecidos, tais como: ▶ Não deixe de fazer alguns

alongamentos antes de iniciar a caminhada; ▶ Vista-se e calce-se apropriadamente, sempre de acordo com o trajeto que vai percorrer; ▶ Faça uma refeição leve antes de iniciar o percurso;

▶ Comece com pequenos

percursos e seja regular na sua prática; ▶ Durante a caminhada, mantenha a postura correta; ▶ Hidrate-se com frequência; ▶ Encontre o seu ritmo e mantenha-se em movimento; ▶ Leve telemóvel e grave previamente os contactos dos agentes locais que podem ir ao seu auxílio em caso de queda ou lesão; ▶ Use um bastão, sobretudo se o percurso apresentar um grande desnível acumulado e/ou a carga da mochila for pesada; ▶ Visite o site www.rotasdemacao. pt e analise previamente o trilho que quer percorrer.

Uma vez escolhida a Rota, redescubra paisagens fantásticas enquanto pratica umas das atividades mais benéficas para a sua saúde. Já lhe dissemos que as caminhadas ajudam a reduzir o «mau» colesterol, diminuem a glicemia e potenciam o bom funcionamento do cérebro? E que os campos e pinhais de Mação são por esta altura do ano um verdadeiro bálsamo para os nossos sentidos? Não há mesmo como resistir a tudo isto. Vá, e experimente você mesmo.


PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo

Rua General Manuel António Morato – antiga rua da Cadeia //Teresa Aparício

através da nossa redação ou por transferência bancária: NIB 0036 0059 99100093265 67

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

foi a figura homenageada no topónimo referido. Este militar nasceu em Campo Maior em 1811 e com 22 anos assentou praça em Lagos, onde participou, ao lado dos liberais, nas lutas então travadas no Algarve contra as tropas de D. Miguel. Decidiu depois seguir a carreira das armas e é no posto de capitão, integrando o Regimento de Infantaria 11, que chega a Abrantes em 1854, onde ficou a residir com a família. Mas que fez este militar de tão relevante para merecer entrar na toponímia abrantina? É que foi ele o autor da” Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes”, a nossa primeira monografia feita com a seriedade possível, dadas as precárias condições da época. E como é que um militar, que nem sequer era abrantino, nómada por contingências da profissão, se lembrou de empreender uma obra desta envergadura? Em 1947, D. Maria II determinou que em cada um dos Concelhos do Reino houvesse um livro onde fossem redigidos os Anais do Município, registando aí os factos mais relevantes acontecidos no ano. Só em 1860 a Câmara resolveu pôr esta portaria em prática, solicitando a Manuel António Morato a responsabilidade da realização desta nada fácil tarefa, por lhe serem reconhecidos “os devidos merecimentos literários”, acrescentando o pedido para que anexasse aos Anais um estudo das antiguidades de Abrantes. Mesmo em condições adversas, o país vivia então em constantes

guerrilhas políticas, e com dificuldade em consultar o Arquivo Central e boas bibliotecas, Morato aceitou. Logo no ano seguinte entregou à Câmara as “Memórias Históricas” e a seguir redigiu os Anais entre 1860 e 1865 e, como foi depois transferido para Lamego, os de 1866 a 1868 são da responsabilidade de João Valentim da Fonseca Mota. Os Anais e os acontecimentos mais próximos foram registados com bastante rigor, o mesmo não acontecendo com os factos mais recuados que, por dificuldade de acesso a fontes fidedignas, enfermam de bastantes incorrecções e imprecisões. Este trabalho só foi divulgado ao público 120 depois de ter sido redigido, quando Eduardo Campos tomou entre mãos a pesada tarefa de fazer uma rigorosa cópia do manuscrito, de analisar cuidadosamente o texto, de o anotar e organizar de modo a poder ser publicado, o que veio a acontecer no início da década de oitenta do século passado, encontrando-se disponível para quem o quiser comprar ou consultar na Biblioteca Municipal António Botto.

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Esta é uma das seis ruas que desemboca, em sentido norte/ sul, na Praça Raimundo Soares Mendes, mais conhecida por Largo do Município. Confina com o edifício da Câmara e para esta rua dava outrora a porta de entrada da cadeia civil, o que deu origem ao antigo topónimo. Há notícia de que a Casa da Câmara, onde se albergam os serviços do município, hoje descentralizados num outro edifício da mesma praça, já se situava neste local no reinado de D. Manuel I, portanto desde os finais do século XV, ou princípios do XVI e ali se tem mantido até hoje, embora sofrendo várias alterações ao longo dos anos. Reparações várias, mas todas elas pouco sólidas, foram feitas durante todo o século XVII até que, em 1715, D. João V ordenou que fossem executadas obras de fundo no referido edifício e, como havia dinheiro, tudo foi rápido de modo que em 1717 as obras já estavam concluídas. Por essa altura foram também comprados uns pardieiros anexos, para nesse espaço se fazerem “casas de aposentadoria” para os visitantes e também para ali ficar instalada a cadeia civil que, por falta de condições, tinha sido transferida para o Castelo. Mais tarde, a cadeia mudou para o edifício destinado a albergar as Repartições Públicas e o Tribunal, construído em 1904 no local onde se situara o antigo Convento da Graça e onde hoje está instalada a ESTA (Escola Superior de Tecnologia de Abrantes). Em meados do século XX ainda aí se encontrava a cadeia, podendo então qualquer pessoa ir visitar os presos à janela, conversar com eles e até levar-lhes alimentos. Depois as cadeias passaram a ser mais centralizadas e hoje já não há cadeia em Abrantes, sendo os presos da região levados para outras localidades, certamente com melhores condições, mas menos prático para os familiares que os querem ir visitar. Mais tarde, em Janeiro de 1910, a Câmara atribuiu a esta rua o nome de 2 de Maio de 1909, data da inauguração da iluminação pública com energia eléctrica, sem dúvida um importante melhoramento para Abrantes. A partir de 28 de Maio de 1986, passou a ser designada por Rua General Manuel António Morato, mas a verdade é que pouca gente a conhece por este nome e também poucos sabem quem

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Consultas: - Campos, Eduardo, Introdução (com notas biográficas) da Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes, C.M de Abrantes, 1981. - Campos Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M de Abrantes, 1989 - Morato, Manuel António e Mota, Joaquim V. F, Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes, C.M de Abrantes, 1981

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SAÚDE / / Margarida Arnaut / Enfermeira, Unidade Saúde Pública do ACES Médio Tejo

A saúde é um direito

Na continuidade das medidas do regresso à “normalidade” possível, o CHMT retoma a autorização de visitas diárias a doentes internados, no horário das 14h00 às 18h00, sujeitas, no entanto, ao cumprimento das regras definidas pela DGS. Das regras a cumprir destacam-se, em particular, a permissão de uma visita por doente, com a duração máxima de 30 minutos, o uso obrigatório de máscara, o cumprimento da distância de segurança e a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital de vacinação COVID19, certificado de recuperação ou resultado de teste PCR, realizado 72 horas antes da sua apresentação ou ainda, teste antigénio, com relatório laboratorial, realizado nas 48 horas anteriores à sua apresentação. O Conselho de Administração do CHMT apela a todos os visitantes que cumpram rigorosamente as regras estabelecidas e as instruções que recebam dos profissionais de saúde, de modo a que não existam

riscos acrescidos para os doentes, profissionais e para os próprios visitantes e “para que esta medida, de necessária humanização de quem necessita de apoio familiar, tenha o sucesso esperado e que seja evitado um retrocesso que ninguém deseja”.

Consultas Externas e Hospital de Dia de Medicina voltam para o 10º Piso

Após alguns dias sem doentes COVID na enfermaria de Cuidados Intensivos, o Conselho de Administração do CHMT considerou estarem reunidas as condições para transferir as Consultas Externas, o Hospital de Dia de Medicina e a Hospitalização Domiciliária, na unidade de Abrantes, para o 10º piso. A medida vai “no sentido da retoma da melhoria das condições de prestação de cuidados e na melhoria do acesso dos utentes, o que só é possível graças à diminuição do número de infetados, facto que resulta,

indubitavelmente, do processo de vacinação que foi implementado nos últimos meses”. No entanto, alerta o CHMT, “isso não significa que a pandemia esteja ultrapassada e que tudo já esteja normal. O vírus existe e continua em circulação, pelo que o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo apela a todos os utentes que cumpram as normas de uso de máscara e manutenção das distâncias de segurança, e que sigam as instruções dos profissionais de saúde no recurso às Consultas Externas e Hospital de Dia”. “Ao longo destes meses, os profissionais de saúde têm dados provas de uma abnegada dedicação, sem igual, que devemos lembrar e agradecer a todo o momento. Tudo o que façamos para os proteger e garantir a sua segurança, significa ajudar-nos a nós próprios. A todos eles um infinito “Bem hajam”, acrescenta o Conselho de Administração do CHMT em nota de imprensa.

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Cada individuo, deve pensar e agir de forma a aumentar o controlo sobre a sua saúde. Promover a saúde individual, implica um conjunto de comportamentos do próprio com vista a anos de vida com qualidade, livres de doença. A saúde, deve ser entendida de forma positiva, realçando os recursos pessoais e sociais, não cabendo por isso, a responsabilidade da promoção da saúde, exclusivamente aos serviços de saúde, mas sim a todos os cidadãos. A adoção de estilos de vida saudáveis, a vigilância de saúde e a participação ativa deve ser uma busca constante de cada individuo. Ter um estilo de vida saudável passa por escolhas conscientes, como: Alimentação saudável: a recomendada é a dieta mediterrânica com destaque para os produtos da terra, com preferência pelos produtos da época e redução nos consumos de sal e açúcar. Hidratação: recomenda-se o consumo de água. Dar cor e sabor à agua sem adição de açucares pode ser uma forma de aumentar o seu consumo, como exemplo são os chás, tisanas ou adição de frutas da época. Evite o consumo de bebidas alcoólicas. Atividade física: o exercício físico tem impactos positivos em todos os órgãos, na imunidade e na qualidade de vida. Reserve 150 minutos semanais para exercício físico moderado, que pode ser realizado em família, como exemplo caminhada. Gestão de stress: implica vivermos a realidade com os previstos e imprevistos. Os imprevistos, traduzem-se muitas vezes nas histórias que temos para contar. Não é possível controlar tudo! Sempre que necessário, peça ajuda. Nas multitarefas, elabore lista de tarefas e se possível, a sua distribuição pelos familiares e/ou outros. Reserva diariamente algum tempo para si. Sono: As horas e qualidade do sono, interferem com a saúde individual. Vigilância da saúde: o Programa Nacional de Saúde está estruturado de acordo com as diferentes etapas de vida, desde o nascimento até à morte. Faça consultas regulares com a sua equipa de saúde familiar, para avaliação/acompanhamento individual e realização de rastreios. Vacinação: o Programa Nacional de Vacinação (PNV), contempla a vacinação para algumas doenças evitáveis (sarampo, poliomielite, tétano…). Cumprir o PNV é uma forma de prevenção individual e coletiva; Literacia em saúde: definida como “o grau em que os indivíduos têm a capacidade de obter, processar e entender as informações básicas de saúde para utilizarem os serviços e tomarem decisões adequadas de saúde” (OMS, cit por DGS 2019) é essencial à promoção da saúde e prevenção da doença, mas também para a eficácia e eficiência dos serviços de saúde. Invista na literacia. Todos temos de ser proactivos na busca da saúde individual, a única forma, de influenciarmos positivamente a saúde global. Só assim, a saúde é um direito!

CHMT retoma as visitas diárias aos doentes internados

CHMT já implanta cardioversor-desfibrilhador subcutâneo O Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) iniciou a implantação de cardioversores-desfibrilhadores subcutâneos. Este dispositivo inovador oferece um tratamento de primeira linha para doentes com risco de paragem cardíaca e está habilitado para a gestão remota do doente. Segundo David Durão, diretor do

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Serviço de Cardiologia, “os cardioversores-desfibrilhadores convencionais transvenosos são seguros e eficazes no tratamento de taquiarritmias ventriculares que podem causar morte súbita, mas estão associados a algumas possíveis complicações, a curto e longo prazo, quer relacionadas com o procedimento quer com os elétrodos intracardíacos, como endocardites,

fratura do elétrodo ou trombose do vaso sanguíneo de acesso”. David Durão refere ainda, “o dispositivo implantado no CHMT, é implantado subcutaneamente (o elétrodo) e submuscular (o dispositivo) e permite um maior conforto ao doente e uma abordagem menos invasiva, sendo garantida a mesma proteção ao doente, em risco de morte súbita cardíaca”.


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