Jornal de Abrantes maio 2020

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas / MAIO 2020 / Edição n.º 5591 Mensal / ANO 120 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

/ JORNAL DE ABRANTES

A ESCREVER A HISTÓRIA HÁ 120 ANOS

1.º de maio de 1974 Gala Antena Livre / O dia em que Jornal de Abrantes, mais brilho Abrantes livre comem 2021 saiu à rua Págs. 16 e 17

O arranque do 3.º Período escolar na região Págs 22 e 23

Grupo

COVID-19

“O resultado só depende de cada um de nós” Pág 14

DESPORTO

SOCIEDADE

CD “Os Patos”: uma referência regional no desporto

Projetos-piloto para recuperar área ardida em Mação e Vila de Rei

Pág 28

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

Pág 23 PUBLICIDADE

EDUCAÇÃO

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A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes organizou, no dia 30 de abril, uma homenagem aos profissionais da saúde. A cerimónia teve lugar no exterior do Hospital de Abrantes e contou com a colaboração de outras forças de autoridade e proteção civil do concelho. Patrícia Seixas

Cruz Vermelha, PSP, GNR, Proteção Civil, Câmara de Abrantes e Juntas de Freguesia associaram-se à iniciativa e marcaram presença numa cerimónia simples mas sentida e que começou com o hino nacional.

DIRETORA

Parabéns ao JA! É uma história que começou, não no século passado, mas no anterior. Foi no final do século XIX que nasceu o nosso Jornal de Abrantes. Muitos nomes o escreveram mas cabe-nos agora a nós dar-lhe seguimento e comemorar os 120 ANOS de existência. Nem sempre foi fácil, a história demonstra-o e os nossos colaboradores explicam-no bem nas páginas desta edição. Damos o nosso melhor, principalmente nestes tempos esquisitos em que o trabalho tem que ser feito de forma diferente. Mas vamos caminhando e de maneira a sermos merecedores do legado que nos deixaram. Parabéns ao JORNAL DE ABRANTES, a todos os que o tornaram uma realidade e a quem o trouxe até aos dias de hoje. Escrevo este Editorial no dia em que se comemora também o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Ora, quando sabemos que, devido à pandemia que nos assola, a imprensa regional está a atravessar dificuldades, quando sabemos que cerca de trinta publicações regionais já deixaram de imprimir e que mais de metade corre o risco de fechar… é agora que a nossa tarefa é mais importante que nunca. Nos órgãos de comunicação da Media On não enfrentamos esse problema cá dentro mas sentimos as ditas “pressões” do lado de fora. Como disse, são tempos esquisitos em que os jornalistas mais uma vez são postos à prova e em que toda a gente “é dona da verdade”, não importa o que digam os factos. Mas cá vamos aguentando pois é a fidelidade dos nossos leitores e as palavras de incentivo que nos dão alento por estes dias. Obrigada por isso. As mensagens têm-nos chegado e deixam-nos de coração cheio. Mas maio é um mês muito importante para nós. Não só porque comemoramos o aniversário no nosso/vosso Jornal mas porque é, habitualmente, salvo raras exceções, o mês em que levamos até si a Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes. Estava pronta! Tinha data marcada. Seria a 23 de maio. E seria a 15.ª Gala. Uma data especial em que íamos fazer algo de muito especial também. As surpresas seriam muitas e a própria designação também ia sofrer uma mudança. Mas não vou dizer mais nada porque não desistimos dela, apenas a adiámos. Vamos voltar em grande. Essa é uma promessa que vos posso fazer. Nas páginas centrais desta edição contamos um pouco da história da nossa Gala e também relembramos que foi connosco que nasceram alguns projetos musicais que depois ganharam asas e voaram. Por fim, quem o viveu não esquece e quem só nasceu depois pode perceber o que foi. Falo do 1.º de maio de 1974 em Abrantes. O dia em que uma cidade livre inundou as ruas e desaguou em frente à Câmara Municipal onde um jovem estudante do Liceu falou à população. Sabe quem é? Contamos-lhe tudo nesta edição. Obrigada por continuar connosco e ao Jornal de Abrantes desejamos-lhe mais um século (um de cada vez). Ah, continuamos a viver com um vírus à solta por aí. Não se esqueçam disso e protejam-se para poderem proteger os outros.

ja / JORNAL DE ABRANTES

Após os aplausos, muitos, o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, usou da palavra para agradecer o trabalho de todos nesta época difícil. Já o comandante dos Bombeiros Voluntários e Abrantes, António Manuel de Jesus, explicou que esta cerimónia até estava para ser realizada mais tarde mas com o aliviar da situação, alguns profissionais poderiam abandonar o Centro Hospitalar e esta foi uma forma de agradecer. No exterior do Hospital de Abrantes, mais de uma centena de profissionais de saúde reuniram-se para esta homenagem.

PERFIL /

/ António Onofre, 55 anos / Diretor de Hotel

Naturalidade / Residência Moçambique / Abrantes Um filme “A Casa dos Espíritos”, sobre a saga da família Trueba que nos relata os dias que antecederam e que se seguiram ao massacre de 11 de Setembro de 1973, em Santiago do Chile, que levaram à morte de Salvador Allende e à ascensão do sanguinário Pinochet ao poder. Marcou-me porque no dia 11 de Setembro de 1973, o meu pai, comigo sentado ao seu colo enquanto ouvia as noticias que chegavam de Santiago via BBC disseme“Hoje mataram um homem bom!” Só muito mais tarde compreendi o alcance e o significado das palavras que me disse nesse dia, e o risco que correu. Mas era assim o meu pai, frontal, direto e emotivo. Ver esse filme é também lembrar o meu pai. Uma viagem que marcou Ilha do Sal em Cabo Verde. Um país e um povo que levarei no meu coração eternamente. Um povo que me deu tudo aquilo que o meu país me negou,

quando necessitei! Durante dois anos mudança. Um livro que recomendo deram-me o sustento a mim e à minha para os tempos que vivemos. família, que fui obrigado a deixar. Um país para visitar Um momento importante Escócia, pela sua beleza natural e O nascimento das minhas filhas selvagem sem dúvida… São o meu orgulho, são 2 lutadoras, ou não fossem Se fosse presidente Câmara o que elas trinetas, bisnetas, e netas de faria? lutadores, que decidiram ir em busca Abrantes precisa de apostar na sua dos seus sonhos para terras de sua industrialização, promover, atrair e Majestade. cativar empresários e empresas, com uma estratégia de medio longo prazo, Um recanto diferente na região apostando num nicho de mercado de Toda a zona do Castelo Bode, em elevado potencial e de elevado valor especial a Matagosa. É deslumbrante. acrescentado. Se eu fosse Presidente Um recanto magnifico para umas da Câmara, este era o meu caminho. férias ou uma escapadinha relaxante O que mais e menos gosta na sua Uma música localidade? Duas: “Rogélio” de Patxi Andion e “Lua Gosto da paisagem deslumbrante Nha Testemunha” de Cesária Évora que podemos disfrutar da cidade, sobretudo a paisagem para sul, com Um livro o Tejo. O que mais me desgosta é “Quem mexeu no meu Queijo” de haver na cidade e no Concelho um Spencer Johnson, um livro que me foi permanente desvalorizar e denegrir oferecido por um grande amigo num do que é nosso, e o que é feito por nós, momento difícil da minha vida, que quando devíamos ser os primeiros fala sobre a mudança, a resistência à embaixadores da nossa cidade.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759, Ana Rita Cristóvão (CP7675 A), anaritacristovao@mediaon.com.pt. Colaboradores Francisco Armando Fernandes, José Martinho Gaspar, Paula Gil, Paulo Delgado, Rolando Silva, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020


ENTREVISTA /

“Sempre foi o nosso compromisso: não deixar ninguém para trás” // Com cerca de 2000 profissionais, o Centro Hospitalar do Médio Tejo tem tido destaque pela prontidão e capacidade de resposta em tempos de pandemia. Já realizou perto de 4000 testes à Covid-19 mas o foco vai mais além, porque há mais áreas que precisam de atenção. Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração desde 2014 e recentemente reconduzido para mais três anos, destaca a evolução, as conquistas e o potencial do CHMT.

exemplo, o CHMT não ter tido ruturas de material durante esta pandemia. E termos, até, cedido material a outros hospitais num espírito de entreajuda que caracteriza o nosso SNS.

O foco tem sido a Covid-19?

/ Carlos Andrade Costa assume que “gerir hospitais não é tarefa para inexperientes. Porque se for, é a população que pagará esse erro. Mesmo com experiência, nunca há certezas” Há 6 anos à frente do CHMT, que balanço faz do trabalho desenvolvido?

Penso que é muito positivo. Podemos medi-lo pelo aumento de consultas, de cirurgias, de investimento em renovação de equipamentos, de profissionais diretamente afetos à atividade assistencial. O CHMT é uma Instituição com um enorme potencial clínico. Com excelentes profissionais e com uma capacidade instalada que permite ambicionar cada vez mais. Se disso houvesse dúvidas, creio que a pandemia que vivemos deu à nossa população uma consciência muito clara das enormes vantagens competitivas, por sermos um Centro Hospitalar com três edifícios hospitalares cuja articulação é numa clara lógica de complementaridade de capacidades assistenciais.

A ideia de que o responsável máximo de uma entidade hospitalar é alguém que lida com as situações do ponto de vista burocrático e não no terreno corresponde à realidade, no seu ponto de vista?

Essa é uma ideia do passado. Mal de quem gere se pensa que ainda é o ponto axial da Instituição. O ponto nevrálgico de uma Instituição e da sua gestão é a capacidade de em equipa, como um todo, ser capaz de produzir valor (…) e que corresponda a uma necessidade sentida e vivida pelos profissio-

nais ou pela população que serve. A gestão, centrada em si mesma ou num convencimento sobre a sua importância, não serve para nada. A gestão, hoje, é responder a necessidades e antecipar respostas, para que os problemas, as dificuldades, não cheguem a surgir.

A necessidade de obras nas urgências do hospital de Abrantes, bem como de um equipamento de ressonância magnética, tem sido muito reivindicada pela CUSMT. Qual o ponto de situação?

Quer num caso quer noutro, penso que teremos boas novidades no futuro próximo. Muito próximo. Agora é fechar com sucesso este momento de pandemia. Depois, é voltar a concentrar esforços nos projetos que tínhamos. O tempo é um tempo de confiança.

Além desses investimentos, que melhorias faltam fazer no CHMT?

Por regra, associamos sempre o progresso a obras. A cimento e a betoneiras. Na saúde não é bem assim: o investimento mais importante é em massa cinzenta. É em conhecimento. É em inovação. Em profissionais. Em criar um projeto coerente que congregue os profissionais e atraia outros para que possamos crescer. Há muito caminho para fazer na capacidade de diagnóstico das mais diversas patologias, doenças. Há também muito

caminho para fazer em áreas como a Cardiologia, a Medicina Intensiva. Há muito caminho para fazer na introdução de novas abordagens cirúrgicas e na inovação clínica. Há muito para fazer e apenas três anos - um dos quais com uma pandemia que nos condicionou - que vão passar a correr e deixar muito e muito para fazer e por fazer.

Ao longo dos anos, uma das queixas recorrentes da população está no tempo de espera e no atendimento “a despachar” nas urgências. O que tem a dizer sobre isso?

Esperar numa Urgência é perfeitamente normal quando há doentes com situação clínica que inspiram mais cuidados. Se vou a uma Urgência porque esfolei um joelho e fez um pouco de sangue numa pequena queda é possível que espere ali várias horas. Isto é um exemplo. Nesta situação deveria ir ao Centro de Saúde. Ou ligar à Saúde 24 e pedir orientação. As Urgências dos hospitais não servem para isto. Se servirem para isto estamos a esbanjar muito dinheiro dos nossos impostos. Por outro lado, a vida muitas vezes termina nos hospitais. Não podemos esperar que os hospitais nos deem a eternidade. Talvez tenhamos que perguntar o que é que fazemos e o que é que fizemos pela nossa saúde. Não há organizações perfeitas. Logo, não há hospitais perfeitos. Mas também

“Não podemos esperar que os hospitais nos deem a eternidade”

não há doentes perfeitos. Nós, em Portugal, continuamos a colocar as culpas do que corre mal na saúde num único lado. No resto da Europa a discussão vai muito para além disso: há uma responsabilização muito clara também dos cidadãos sobre aquilo que fizeram para preservar a sua saúde e sobre a forma como usam os recursos disponibilizados pelos Estados.

No que diz respeito à Covid-19, como classifica a resposta do CHMT?

A resposta do CHMT à pandemia provocada pelo coronavírus foi ao nível do melhor que se fez no país. Não tenho dúvidas disso. Não preciso que nos digam isso. Ajudamos vários hospitais. Demos o exemplo em vários aspetos. Como foi possível? Pelos excelentes profissionais desta casa, pelo espírito de equipa que caracteriza quem trabalha no CHMT e, também, pela tal capacidade de antecipar respostas a problemas com os quais vamos ser confrontados. Daí, por

Nós nunca estivemos, apenas, focados no Covid-19. Mantivemos muitas linhas de cuidados assistenciais ativas: atividade cirúrgica programada, hospitais de dia a funcionar para os doentes que careciam de manter os seus tratamentos nesta linha. Fizemos milhares de consultas não presencias. Nunca parámos de continuar ligados aos nossos utentes. Muito em especial aos que tem um estado de saúde mais frágil. Este é e sempre foi o nosso compromisso: não deixar ninguém para trás. E penso que conseguimos. Mas o futuro é o único caminho que temos todos. E por isso, o CHMT continuará a evoluir. Continuará a ser um Centro Hospitalar magnífico e com um enorme potencial. Continuaremos a ser das Instituições que mais evoluiu nos últimos anos e isso não sou eu que o digo. É o próprio Ministério que o diz. Hoje há um enorme respeito no meio hospitalar pelo CHMT. E isso não é por nada de novo ter acontecido. Pois o CHMT sempre teve excelentes profissionais. A diferença é que hoje o CHMT tem uma estratégia de gestão coerente, desafiadora em relação ao futuro e tem projetos sólidos e excelentes resultados que traduzem o esforço coletivo de todos os que aqui trabalham.

Em julho de 2019 o CHMT diminuiu a sua dívida total em quase 6 milhões de euros. Como está hoje a saúde financeira do CHMT?

O CHMT atingiu em alguns anos dívidas absolutamente insustentáveis. Chegaram a atingir valores na ordem dos 50 milhões de euros. Uma verba elevadíssima. Felizmente, esses tempos pertencem ao passado. O CHMT tem tido resultados muito mais equilibrados. Tem um a maturidade de dívida relativamente baixa. Investe. Aumenta a produção. É de boas contas. É, no fundo, uma Casa equilibrada. O que abre perspetivas de continuar a investir. De continuar um percurso de desenvolvimento. Ana Rita Cristóvão

Entrevista completa em jornaldeabrantes.pt

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SOCIEDADE /

Estádio de Abrantes acolhe serviço de colheitas de sangue O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) instalou, recentemente, um Centro de Colheita de Análises para doentes não covid-19 no Estádio Municipal de Abrantes, um espaço fora de contexto hospitalar que visa transmitir confiança à população na realização de análises. O diretor do Serviço de Patologia Clínica do CHMT, Carlos Cortes, no Estádio Municipal de Abrantes explicou os motivos para criar este serviço fora das instalações hospitalares e que resultou de uma parceria entre a Câmara de Abrantes e a administração do centro hospitalar. Trata-se de um centro que recebe doentes que não estão infetados com o coronavírus ou não são suspeitos. Como disse o médico Carlos Cortes os doentes “não COVID” podem fazer análises clínicas no Estádio Municipal de Abrantes. O responsável pela Patologia revelou que "infelizmente, estamos a perceber que as pessoas não estão a vir, estão a faltar muito mais do que o habitual”. Carlos Cortes estimou que entre "15% a 25% de pessoas a faltar" às marcações de exames, situação que potencia os fatores de risco ou agravamento de outras doenças que não a COVID-19. Ou seja, o coronavírus está no topo do

mediatismo, mas os cidadãos têm outras doenças que precisam de cuidados e de diagnóstico, pelo que há a necessidade de lhes dar confiança para que façam os exames. O novo espaço de colheitas "é dedicado a utentes com patologias cardiovasculares, patologias oncológicas e diabetes, doenças que matam muito mais em Portugal do que a covid-19", disse aquele responsável, tendo feito notar que as pessoas "não podem adiar" as suas consultas. Segundo o diretor do Serviço de Patologia, a área de abrangência do CHMT reflete uma "população mais idosa e portadora de mais patologias", tendo insistido que essas pessoas "têm de ser seguidas e, por isso, têm de fazer análises", para depois serem consultadas por via telefónica ou presencial, neste último caso apenas nas situações de saúde mais complicadas. Carlos Andrade Costa, presidente do conselho de administração do CHMT decidiu assim, "de modo às pessoas estarem protegidas", perguntar à Câmara de Abrantes se não tinha um espaço na cidade para colocar este centro. Na resposta foi proposta a enfermaria do Estádio Municipal de Abrantes.

15% a 25% de pessoas a faltar às marcações de exames com receio da COVID

Nesse sentido o serviço de Patologia Clínica visitou o local e avaliou os seus parâmetros. São condições "excelentes" sublinhou o responsável pelo serviço de Patologia Clínica tendo concluído com a esperança de que as pessoas "não podem ter medo e devem vir fazer as suas análises para poderem ser tratados, sob pena do risco de agravamento das suas patologias”. Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT, deixou claro o objetivo de dotar as três unidades hospitalares que gere com espaços dife-

renciados de colheitas para doentes suspeitos de COVID e doentes “não-COVID”. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, explicou que depois de ter recebido o pedido do responsável do CHMT reuniu-se com o vereador com o pelouro do desporto e entenderam que o Estádio era o melhor local. Teria as condições necessárias, facilidade de acesso, proximidade dos acessos à A23 e as atividades desportivas estão todas suspensas. Jerónimo Belo Jorge

Hospital de Abrantes com “drive thru” para testar a COVID Quem entra no Hospital de Abrantes pode ver no espaço exterior, junto ao serviço de Urgência ou entrada para as consultas externas, duas tendas militares (verdes) e uma terceira (vermelha) da Proteção Civil de Abrantes. Este é um dos centros de triagem para doentes com suspeita de poderem estar infetados com o novo coronavírus. A unidade de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), constituído pelos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, é a unidade de referência para a COVID-19. Tem as zonas de triagem, internamento, de cuidados intensivos e, recentemente, uma ala para acolher idosos que possam ter necessidade de continuar a ter cuidados como os que têm nos lares ou casas de acolhimento.

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Carlos Cortes, diretor do serviço de Patologia Clínica, adiantou que estão a ser processados quase um milhar de testes por semana. Como aumentaram os testes, no Médio Tejo estão a ser feitos testes a todos os agentes de socorro e segurança e a todos os profissionais dos lares o CHMT instalou duas tendas nas traseiras do Hospital de Abrantes, que não são visíveis para quem entra pela porta principal, para ter a funcionar o “Drive Thru”. Tal como o nome indica é um espaço preparado para receber viaturas automóveis e para que os profissionais da Patologia possam fazer as recolhas de amostras sem que os cidadãos tenham de sair das suas viaturas. E acrescenta que as recolhas são feitas por duas zaragatoas por pessoa. Se ali entrar uma pessoa a pé para fazer

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

o teste também é possível fazer essas colheitas no outro local daquele espaço. Depois das recolhas as amostras são colocadas nos contentores para, em segurança, poderem ser enviadas para o laboratório. O “Drive Thru” pode fazer entre 100 a 150 testes por dia. Mas este local não é o centro de triagem da COVID-19, trata-se de um espaço para colheitas referenciadas pelas autoridades de saúde, ou seja, é ali que estão a ser testados os bombeiros, forças de segurança e funcionários dos lares de idosos. “São feitas aqui neste ‘Drive Thru’ as colheitas a todas as pessoas que têm requisição do seu médico de família ou às pessoas que são encaminhadas pelas autoridades de saúde” explicou Carlos Cortes dizendo que na semana passada foram feitos 800 testes.

/ O “drive thru” permite recolher amostras sem as pessoas saírem do carro Este “drive thru” funciona às segundas, quartas e sextas, mas pode funcionar noutros dias, caso haja necessidade. Esta semana, por exemplo “vamos também funcionar na quinta-feira”. Este ser-

viço faz parte de um conjunto de mecanismos do CHMT direcionados para o diagnóstico, tratamento e internamento de doentes com a COVI-19. Jerónimo Belo Jorge


EFEMÉRIDE / 120 anos Jornal de Abrantes

A memória dos anos por Armando Fernandes

A

Directora, optimista inveterada lembrou-se me convidar a escrever glosando os cento e vinte anos do Jornal de Abrantes, o jornal lançado 44 dias depois da inauguração no Campo de Marte (simbologia guerreira) em Paris da Exposição Mundial destinada a avisar o Mundo que a França recuperava a importância estratégica em virtude da preponderância territorial em África e Indochina. O jornal republicano paladino dos interesses do concelho abrantino, certamente, não esqueceu a Exposição, imitando o jornal dos

interesses da Moagem e do argentário fautor da industrialização de Alferrarede, no entanto, nula importância deve ter concedido à figura gigantêa de Max Plannck, o sábio no mesmo ano enuncia os fundamentos da física quântica provocando positivo turbilhão científico no campo da energia atómica. Um jornal de génese local num País pardacento no qual o regime soluçava dorido, muito doente ao modo da pandemia vigente agrilhoava os seus fiéis seguidores vendo os videirinhos fugirem em tropel afirma-se na cidade, a exposição apresenta aos visitantes (incluindo abrantinos) as novidades científicas e culturais a predizerem os movimentos artísticos, enquanto Planck firma e afirma a validade das suas teses recebendo o prémio Nobel em 1918. Eu podia iniciar este texto referindo os trabalhos de Eduardo Campos referentes à imprensa

periódica de Abrantes escorado no trabalho pioneiro de José Manuel Tengarrinha sobre a imprensa periódica portuguesa e a tese de doutoramento de Clara Rocha filha do autor de Vindima, dedicada às revistas. Mas optei por caminhos mais ousados na justa medida de um jornal que apesar de todas as vicissitudes a seu modo vai construindo um muro de pedras simples como a generalidade das pessoas são, muro esmaecido até determinado tempo, rejuvenescido, quem duvidar faça o favor de ler os últimos números pois o muro de afectos recebeu materiais e tintas novas de boa qualidade. O filósofo Hegel, no dizer do seu primeiro tradutor português o também filósofo Orlando Vitorino tinha-o na primeira tribuna ao

lado de Aristóteles, São Tomás de Aquino e Heidegger. Ora, Hegel deixou frases as quais só por si possuem terrível força no pensamento de quem está atrito a tal. Disse o autor de Princípios da Filosofia do Direito: «História nos ensina que a História não nos ensina nada.» Se levarmos em linha de conta a advertência hegeliana em vários períodos da história do aniversariante a sua linha editorial preferiu defender estórias de desvelo ideológico, no entanto o fio-de-prumo na totalidade – Abrantes – penso não ter sofrido distorções ao ponto de beliscarem o seu umbigo, antes de subserviência táctica em função de interesses de natureza material. Salvo melhor opinião está por fazer o estudo da sua matriz ideológica

no consulado salazarista para lá dos clássicos chavões abrangentes que pouco ou nada abrangem. Há quarenta anos cheguei a Abrantes, na sacola trazia jornais da imprensa regional, a Voz Portucalense, o Jornal do Centro e lia e angariava assinaturas a alargarem a influência do Comércio do Funchal. O Jornal de Abrantes deu-se a ler devido à pulsão curiosa de ajudar-me a entender a comunidade local, também porque o Sr. Barata Gil o defendia e promovia nas conversas amenas no espaço da Biblioteca Fixa. A opinião formulada neste texto resulta de tais práticas antecedentes acrescidas do ora presente. De vez em quando e a pedido da timoneira do JA escrevo uma peça sobre o sugerido, sei quão dilatadas são as dificuldades existentes no âmbito da comunicação social, mormente no que tange à imprensa regional, especialmente no suporte papel. Defendo uma imprensa sã, amante do rigor e rectidão de processos sem censuras venham elas de onde vierem. Nos 120 anos do JA tenho todo o gosto em lhe vaticinar êxitos, logo prosperidades sociais e culturais. À Patrícia Seixas abraços desapertados, porque vivemos aberrantes e desconfortáveis dias de isolamento. PUBLICIDADE

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Maio 2020 / JORNAL DE17/03/2020 ABRANTES 11:06

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SOCIEDADE /

Comunidade do Médio Tejo cria rede de transportes públicos provisória Os transportes públicos estão praticamente todos inativos ou devido a “lay off” ou, porque a inexistência de passageiros levou a que tenham sido suspensas as carreiras. Na área territorial do Médio Tejo ainda complica mais porquanto os transportes públicos são assegurados por três transportadoras diferentes: Rodoviária do Tejo, Rodoviária do Liz e Rodoviária da Beira Interior. Depois desta região ter ficado com os transportes públicos restritos a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) que já desenvolve os processos do transporte a pedido (das freguesias para as sedes de concelho) e o Link (carreiras de ligação entre as cidades deste território) avançou para uma solução provisória, mas necessária nesta altura. A CIMT decidiu, com a concordância natural dos 13 autarcas que dela fazem parte, criar uma rede mínima de carreiras de transporte público na região. Ou seja, é esta estrutura supra concelhia que vai arcar com o investimento para permitir que haja um mínimo de

transportes públicos em tempos de pandemia. Ao Jornal de Abrantes, Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIMT, explicou que depois de verificada a necessidade entraram em contacto com as empresas transportadoras no sentido de ser possível criar algumas carreiras em todos os concelhos por forma a não deixar as pessoas isoladas. Entrou ao serviço a 27 de abril e vai estar no terreno até ao dia 30 de junho. Após essa data é expectável que as três operadoras assumam novamente o seu trabalho normal. E será o arranque nos moldes em que ocorre sempre no período de férias escolares. Quando a este conjunto de carreiras durante este tempo de Estado de Emergência e de Estado de Calamidade vai cumprir todas as normas de segurança e de higiene, do ponto de vista dos autocarros. Está definida a lotação que poderão ter (dois terços do seu limite máximo) e são gratuitos. Desta forma, com o investimento a CIMT permite ter autocarros apenas com o motorista e sem ser necessário adquirir o bilhe-

/ Rede gratuita garante transporte às principais ligações do Médio Tejo

te ou ousar qualquer outro tipo de equipamentos de leitura de cartões, ou de títulos. Terão apenas de se dirigirem às paragens indicadas, tendo em conta os horários disponíveis na página da CIMT, em mediotejo.pt. Quem não tem acesso às tecnologias ou não lida com meios digitais, pode sempre usar o telefone para saber os horários: Rodoviária do Tejo (tlf: 249 78 78 78) ou Rodoviária da Beira

Interior (tlf: 225 100 100). É ainda recomendada a utilização de máscaras durante a viagem de modo a minimizar os riscos de transmissão do vírus. A saber, após o dia 30 de junho, os sistemas de transportes públicos voltam, também nos títulos, à normalidade. Miguel Pombeiro explicou que esta medida surgiu como forma de dar resposta às populações que

ficaram desprotegidas ao nível de serviços de transporte desde que a pandemia obrigou à paragem das transportadoras. São 33 carreiras que pretendem abranger o máximo de território dos 13 municípios do Médio Tejo. Não chega a todos os cantos de todas as freguesias, mas é uma solução de recurso para os tempos de restrições que ainda vamos ter pela frente. Mesmo com todas as restrições que temos tido os outros dois projetos da CIMT, “Transporte a Pedido” e “Link” continuam a operar dentro dos moldes habituais, mas de acordo com as novas regras de utilização dos transportes públicos. Com uma área geográfica de 3.344 quilómetro quadrados, a CIMT integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, e Vila Nova da Barquinha (do distrito de Santarém) e Sertã e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco), com um total de 247.330 habitantes (censos 2011). Jerónimo Belo Jorge

Concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem distinguida com selo de nomeada

Feira de Enchidos, Queijo e Mel, Cestaria e Tecelagem são candidatos

A Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, no concelho de Constância, recebeu uma boa nova: foi-lhe atribuído o selo de nomeada enquanto candidata à edição das 7 Maravilhas da Cultura Popular, que decorre este ano. O que é que isto significa? Que esta candidatura foi aprovada pelo Conselho Científico e que esta tradição tem agora o selo base das 7 Maravilhas. Recorde-se que o Município candidatou a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem às 7 Maravilhas da Cultura Popular na categoria “Procissões e Romarias”. Uma tradição que se aviva todos os anos em abril, na segunda-feira da Páscoa, em paralelo com as Festas do Concelho, mas que este ano, por força da situação de pandemia que se vive, foi suspensa. Esta é uma manifestação religiosa, bicentenária, ligada à

A Feira de Enchidos, Queijo e Mel, assim como a cestaria e a tecelagem do concelho de Vila de Rei são candidatos ao concurso “7 Maravilhas da Cultura Popular”, que pretende promover o Património Imaterial de Portugal. A cestaria e a tecelagem concorrem na categoria de “Artesanato”, enquanto que a Feira de Enchidos, Queijo e Mel faz parte da categoria de “Festas e Feiras”. Ricardo Aires, presidente do Município vilarregense, destaca que “o concelho de Vila de Rei apresenta um património cultural bastante rico e diversificado. Para além do artesanato – onde a cestaria e a tecelagem se mostram como uns dos principais produtos endógenos da região – temos ainda a Feira de Enchidos, Queijo e Mel, que mostra o que de melhor se produz na zona centro e que recebe largos

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

tradição marítima da vila e à consequente devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem que ao longo dos tempos se foi adaptando às mudanças do mundo e da vida, transportando consigo a essência de Constância e o espírito deste lugar de encontro do Zêzere com o Tejo.

milhares de visitantes todos os anos". O autarca admite também que "estamos em crer que a participação no concurso ‘7 Maravilhas da Cultura Popular’ pode vir a contribuir para uma maior divulgação deste nosso património, fazendo-o chegar a um maior e mais diversificado público.”


EFEMÉRIDE / 120 anos Jornal de Abrantes

Jornal de Abrantes, ano 120 por José Alves Jana

N

/ O rosto do nº 2 do Jornal de Abrantes colóquio intitulado “Abrantes, Jornalismo hoje”, tendo estado na mesa eu e representantes dos jornais de então: Jornal de Abrantes, Nova Aliança, Notícias de Abrantes (com referência aos jornais ausentes que então se publicavam no Souto e em S. Miguel

do Rio Torto). E a vida continuou a seguir em frente. Em 1 de janeiro de 2000, o JA publicava o seu Nº 5017, “Ano 101”. Errado: devia ser ainda ano 100. O ano 101 apenas seria iniciado em Maio desse ano, não em Janeiro.

Em 22 de Dezembro desse ano 2000, o JA fazia publicar o Nº 5063, e dizia, bem, “Ano 101”. O número seguinte, último desse ano, não consta do arquivo da Biblioteca Municipal. Em 5 de Janeiro de 2001, o JA publica-se com o nº 5065, mas já com “Ano 117”. Ou

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o JA de aniversário no ano passado, Candeias Silva, meu colega e amigo, publicou um texto em que questionava a idade do jornal. Porque creio conter algumas incorreções, apresento aqui alguns apontamentos que me parecem ser concludentes, sendo uma forma de festejar o aniversário deste ano. Em 16 de março de 1884, surgiu em Abrantes o primeiro jornal até hoje conhecido. Tinha o nome de Jornal de Abrantes. Seguiu-se-lhe em 9 de Novembro desse ano, um outro jornal, o Correio de Abrantes. Nenhum deles existe já. O primeiro teve uma existência breve, terminou em 19 de Outubro desse mesmo ano; o segundo parece que ainda se publicava em 1987, mas não é seguro. Em 27 de Maio de 1900, surgia um “outro” jornal com o nome de Jornal de Abrantes. Não é o mesmo jornal, não é uma segunda série, porque tem outro proprietário e outra orientação e diz explicitamente: «O “Jornal de Abrantes”, que, ora vê a luz da publicidade, não é a continuação d’aquelloutro.» É este, o segundo, o Jornal de Abrantes que ainda hoje se publica. Aliás, na primeira página do dito número de aniversário do ano passado vinha a reprodução da primeira página do segundo número, onde se lê: N 2, de Junho de 1900, Ano I. Certo? E a vida continuou em frente. Até que em 1984, a Câmara de Abrantes, sendo eu vereador da cultura, assinalou o “Centenário do Jornalismo em Abrantes”, e não o centenário do JA. O JA anunciou essa celebração no seu número de 2 de Março de 1984 – “Ano 84”, reconhecia o próprio jornal. Da celebração constou um

seja, de um ano para o outro, de Dezembro para Janeiro, em quinze dias, saltou do ano 101 para o ano 117! Sem qualquer explicação (salvo se estiver no número que não se encontra em arquivo). E a vida seguiu em frente com a nova e errada numeração. Em 6 de Março de 2009, o JA saiu com o Nº 5459, “Ano 124”, e anunciava que o jornal iria passar de mãos. Eu estava então à frente da Antena Livre e caiu-nos nas mãos o JA. O novo proprietário e o seu advogado referiram os 124 anos. Ainda me recordo. Perguntei: “Se eu hoje publicasse um jornal intitulado Correio de Abrantes, dentro de um ano quantos anos teria ele?”. Apontaram-me um olhar clínico, mas eu insisti pela resposta, que chegou: “Um ano, é claro”. Então, contei-lhes a história do JA e da sua misteriosa (?) numeração. E fui claro: eu não assumo a responsabilidade por uma informação que sei ser falsa. Aceitaram a minha versão e… No mês seguinte, pois o jornal passou de semanário a mensário, o JA surgiu com o Nº 5460, “Ano 108”. Novo erro, pois devia ser 109. Só será corrigido em janeiro de 2010, com o Ano 110. E em junho desse ano entra no ano 111. Certo. E o leitor, pouco habituado a estas questões, pergunta: Como é isso? Eu explico. O jornal surge em 27 de maio de 1900. Certo? Começa então o Ano 1, o seu primeiro ano. Em Janeiro de 1901, ainda não tem um ano de existência, certo?, continua portanto a percorrer o ano 1. Será em 27 de maio de 1901 que faz um ano e começa o seu ano 2. Certo? Portanto… Estamos em 2020, no mês de Maio: o JA vai terminar a 27 de Maio o seu ano 120 e começa o ano 121. É simples. Mas lá que dava um romance…

Maio 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REPORTAGEM / / Os serviços da Recadex em Abrantes podem ser requisitados através do contacto telefónico 938 041 793

Recadex: Um serviço de entregas a pedalar pelo ambiente // Desde refeições a mercearias, de medicamentos ao correio, de serviços de lavandaria e até flores e presentes, a Recadex é uma espécie de “faz tudo”, mas sobre rodas. Com o lema “ambiente no coração” e com a sustentabilidade ecológica presente em cada pedido, esta rede de entregas chegou a Abrantes há cerca de um ano e já pedalou quase 5000 km. “Através do rapaz que começou a dinamizar o projeto, achei bastante interessante, achei vantajoso para a cidade e para a sociedade, porque é uma atividade amiga do ambiente e que pode realmente ajudar bastante as pessoas”. Foi assim que, há cerca de um ano, Davide Marques ganhou a coragem de abraçar este projeto e trazê-lo para a cidade florida. A marca Recadex é um serviço de entregas ao domicílio que surgiu em Torres Novas há cerca de três anos e que se expandiu já aos concelhos de Abrantes e Tomar. Motivado pela sustentabilidade da marca, que tem como veículos privilegiados a bicicleta e a moto elétrica, o responsável pela marca em Abrantes não esconde que a sua motivação é poder “cuidar do planeta” ao mesmo tempo que

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satisfaz as necessidades da comunidade, em coisas tão simples como ir buscar o pão quente ao fundo da rua para as pessoas “com maior debilidade que não podem descer as escadas do prédio”. E se os meios da divulgação da Recadex passam sobretudo pelas redes socias, por força do investimento feito em adquirir equipamento para o serviço do dia-a-dia, o passar de boca em boca não deixou de parte os mais idosos que são hoje, a par dos jovens, uma grande fatia da procura existente pelo serviço. “Por força desta situação da pandemia, fez com que os mais velhos fossem tentando saber pelos vizinhos como é que é, quem faz as entregas”, diz-nos Davide que, entre pedaladas e telefonemas, nos conta que a maioria dos pedidos

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

tem sido para entrega de refeições, sobretudo numa altura em que os restaurantes têm como alternativa o take away. Mas não só. “Fazemos as compras, vamos ao pão, à farmácia, aos correios, os talhos, tudo o que seja transportado em bicicleta”. Num ano, entre os altos e baixos da cidade abrantina, a Recadex já tem quase 5000 quilómetros feitos na bicicleta. Mas nos últimos tempos, excecionalmente, Davide recorre também ao carro “porque o volume de compras pedido pelas pessoas tem aumentado. Mas estamos a tentar realmente que as pessoas percebam que agora temos de andar todos mais devagar”. Tem sido também outro dos papéis nesta fase, além do entregar, o aconselhar, acalmar e transmitir segurança. Apesar de afirmar que a gestão em tempos de Covid-19 tem sido “mais ou menos fácil”, Davide conta-nos que tem reforçado os apelos divulgados pelas autoridades de saúde e segurança para que as pessoas fiquem em casa e para que tenham “uma certa calma para a gente conseguirmos dar conta de tudo e para andarmos seguros também”.

Neste momento, a equipa da Recadex conta com três pessoas em Abrantes mas, por decisão própria, Davide é o único que está ao serviço, a fazer entregas de segunda-feira a sábado das 10h às 22h. “Estou só eu a trabalhar por força das circunstâncias, para que, no caso de realmente eu adoecer, haver sempre alguém para assegurar os serviços mínimos, foi isso que decidimos”, explica. Com um custo de entrega variável que começa nos dois euros, as parcerias com diversos estabelecimentos – entre restaurantes, pastelarias, papelarias, entre outros - vão aumentando a cada dia. Enquanto Davide toma nota de mais um pedido, pede para que as encomendas sejam feitas “com a maior antecedência possível”, ao mesmo tempo que destaca a necessidade de haver uma “coordenação com os restaurantes para que não deixemos as pessoas na mão”. Pedido comum tem sido também a procura por gel desinfetante. “É mais o ‘veja se encontra, se me consegue arranjar’. Até tenho conseguido ajudar algumas pessoas nesse aspeto”. De um lado para o outro, Davide não tem tempo para pensar no

medo e revela-nos que o segredo é “haver um equilíbrio emocional para todos. E o meu, tendo família e pessoas que precisam de mim, é tentar seguir à risca as recomendações, fazer o melhor e as coisas devagarinho, porque damos um passo em falso e agora não desinfetámos as mãos ou fomos com as mãos à cara, aqui tem tudo - os cuidados redobrados e as emoções – que ser com muita calma, apela-se muito à tranquilidade e é isso que tenho pedido às pessoas”. “Entre o medo e o termos que fazer, é aí que tem de haver um equilíbrio porque não podemos deixar as pessoas passar fome, passar necessidades, e com isto acabamos por tirar pessoas da rua que se calhar têm mais debilidades físicas e psicológicas, e mais receio que nós, e que precisam de ajuda. Estarmos a ajudar tem que ser o nosso incentivo, tem que ser o nosso alimento”, acrescenta. E apesar das circunstâncias de hoje, Davide admite que a expectativa é o crescimento da marca: “Se alguém se quiser juntar a nós é ter vontade e disponibilidade física para pedalar, porque Abrantes é o sobe e desce”. Ana Rita Cristóvão


EFEMÉRIDE / 120 anos Jornal de Abrantes

O Jornal de Abrantes ao longo dos vários regimes políticos

por Rolando F. Silva

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undado em 1900, no ocaso do regime monárquico, mas sendo dirigido por um convicto republicano, o farmacêutico Manuel de Oliveira Neto, o JA foi desde os seus primeiros números um

veículo de difusão da propaganda republicana que foi decisiva para preparar o 5 de outubro de 1910 que conduziu à Primeira República em Portugal e que durou até ao 28 de maio de 1926. O seu subtítulo era, significativamente, “semanário democrático”. Nessa altura, em face das boas relações que existiam entre Oliveira Neto e França Borges, director do jornal republicano de Lisboa “O Mundo”, eram frequentemente publicados no jornal local artigos enviados pelos jornalistas da capital. Em pleno período já do regime republicano eram frequentes as polémicas políticas entre as três facções dos repu-

blicanos e também acerca da lei da separação da Igreja do Estado. Mas o jornal tinha também já nessa altura (e parece-me que nunca o deixou de ter sempre ao longo dos seus 120 anos de existência) uma preocupação com os problemas locais. Com o falecimento de Oliveira Neto em 1916, o jornal passou a ser dirigido por Adelino Lemos e a ter por subtítulo “semanário republicano defensor dos interesses da comarca”. Neste período o jornal deu algum relevo à preparação das tropas portuguesas para a Primeira Guerra Mundial e, posteriormente, à pandemia da gripe espanhola que sucedeu ao fim da guerra.

Com o aparecimento do 28 de maio o jornal, agora dirigido por Rómulo Neto Lemos, suprimiu prudentemente, logo em 3 de outubro de 1926, a palavra “republicano” do subtítulo anterior, para logo no ano seguinte passar a denominar-se “semanário independente, defensor dos interesses da Região”. Até que, consolidado o regime inaugurado com o 28 de Maio, passou a aderir a este regime, em 1935, denominando-se “semanário regionalista, defensor do Estado Novo”, mudando ainda cinco anos depois para “semanário nacionalista”, sendo então dirigido por Armando Moura Neves. Estas designações significam que aqui em Abrantes, como um pouco pelo resto do país, os defensores do salazarismo dividiam-se em duas correntes, uma composta por monárquicos integristas e outra por nacionalistas que o próprio Salazar foi gerindo, mantendo durante anos uma posição de equidistância entre elas, bem como a de ligação relativamente aos militares do movimento do 28 de maio que ficou conhecido como a “revolução dos tenentes”. Em Abrantes predominou até 1945 o grupo de Henrique Augusto

da Silva Martins, altura em que se seguiu o período mais fecundo para os melhoramentos locais na cidade que ocuparam os anos seguintes até ao 25 de Abril e que se deve principalmente ao trabalho de Manuel Fernandes. Em Novembro de 1963 J. Moura Neves Fernandes assumiu a direcção do jornal, que passou a intitular-se no subtítulo “semanário defensor dos interesses nacionais e da região”. Com o 25 de Abril o jornal mostrou abertura para publicar os programas dos diversos partidos políticos, mas mantendo uma linha editorial de centro-direita. Em 25 de Outubro de 1975 Anacleto Baptista é nomeado director e imprime-lhe um cunho social-democrata, até que em 5 de Setembro de 1980, M. Fernandes reassume a sua direcção. Nos anos deste novo século o JA sofreu uma profunda remodelação atendendo aos novos condicionalismos gerados pela nova era digital da informação, pertencendo agora ao grupo da Media On e sendo atualmente dirigido por Patrícia Seixas quando atinge a bonita idade de 120 anos. Parabéns por mais este aniversário. PUBLICIDADE

Maio 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE /

Créditos fotos: Arquivo Municipal “Eduardo Campos”

1 de Maio de 1974

O dia em que Abrantes livre saiu à rua Depois do 25 de Abril de 1974 a liberdade começou a ser festejada um pouco por todo o país. Abrantes não fugiu à regra. Se o dia 26 ainda foi um momento de as pessoas de refazerem daquilo que se tinha passado em Lisboa, a proximidade do 1 de Maio, Dia do Trabalhador, foi apontado como o primeiro dia das grandes comemorações publicas.

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edo começaram a ser desenhadas manifestações públicas de regozijo pelo resultado do movimento dos “Capitães de Abril”. Com essas movimentações pelo país um grupo de estudantes do Liceu Nacional de Abrantes, que já tinham tentado criar um movimento para a criação de uma associação de estudantes, avançou com a ideia de comemorar este dia. Tiveram conhecimento de que, por Abrantes nos anos do regime que acabara de cair, os opositores assinalavam o Dia do Trabalhador com um jantar. Porque os ajuntamentos públicos não eram permitidos. João Geirinhas Rocha era um desses jovens. Tinha 18 anos e estava a fazer uma disciplina do 12.º ano. Por isso tinha algum tempo livre. Natural de Tramagal, vinha de uma família conservadora, católica e, até certo ponto, apoiante do antigo regime. “Apenas apoiante, pois nunca participaram ati-

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vamente na vida política da altura”, revela João Geirinhas Rocha que [risos] diz logo a seguir que era o rebelde da família. “Nunca me apoiaram naquilo que andava a fazer, mas também nunca me proibiram”, confessa revelando que na altura pensava, como outros, que era o momento de mudar o mundo e que a Revolução iria permitir isso mesmo. Hoje recorda esse pensamento e as convicções da altura, porque todos acreditavam que as coisas iam mudar. “E algumas mudaram”, diz aquele que em Abrantes avançou para a organização da manifestação do 1.º de Maio. Recuando aos dias após o 25 de Abril, foram falar com as pessoas que comemoravam o Dia do Trabalhador. E levantaram uma questão: porquê fazer um jantar, como faziam antes, se agora eram livres de fazer uma manifestação pública? A ideia dos jovens foi acatada, mas havia uma dúvida nos “opositores” e autarcas: como fazer chegar a infor-

mação a todo o concelho? Na altura não havia as formas rápidas de comunicar. João Geirinhas Rocha revelou que disse logo ali que tinha a solução. “Tínhamos a melhor rede de comunicação da altura. Os alunos do Liceu que residiam em todos os cantos do concelho de Abrantes. Era simples. Eles seriam os mensageiros que iriam levar os convites para as suas terras”, explica o organizador da manifestação do 1.º de Maio, muito longe de saber que aquela terá sido, porventura, a maior manifestação popular que Abrantes alguma vez conheceu. Excluindo, claro, concertos das Festas da Cidade. Como tiveram a concordância dos “responsáveis de Abrantes” depressa avançaram para todo o processo de logística, que não era fácil. Explica que chegaram ao Liceu e pediram ao reitor, Professor João Pequito, autorização e ajuda para o desafio. Com o apoio do reitor entraram na reprografia da escola e começaram a imprimir os panfletos para espalhar

pelo concelho. “Fizemos tudo em stencil, aquelas folhas onde os professores imprimiam os pontos [testes]”, diz João acrescentado que foram “milhares de panfletos”. Depois todos os alunos “incluindo os do primeiro ano” levaram os “convites” para todos os cantos do concelho. João Geirinhas Rocha explica que nunca pensou muito no número de pessoas que pretendiam juntar. Apenas queriam festejar a Liberdade. E soube dias depois da manifestação que alguns oficiais do Quartel de Abrantes foram perguntar aos responsáveis da cidade quem eram os organizadores da manifestação. “Tinham medo que alguma coisa desse para o torto”, revela e atira logo de seguida que “disseram-lhes que éramos uns bons rapazes, que não ia haver problemas”. Mas refere que só teve conhecimento dessa “dúvida” dias depois da manifestação. Naquela quarta-feira o Largo da Feira [atual Largo 1.º de Maio ou largo do Tribunal], que era o sítio onde


SOCIEDADE /

/1.º DE MAIO DE 2020

Não teve o fulgor de outros anos, mas o simbolismo manteve-se como como sempre. A 1 de maio, Dia do Trabalhador, Junta de Freguesia de Tramagal e Câmara Municipal de Abrantes, representadas pelos respetivos presidentes (Vitor Hugo Cardoso e Manuel Jorge Valamatos) deixaram uma coroa de flores no miradouro da Penha, à entrada da vila de Tramagal para que segue a partir de Rossio ao Sul do Tejo. Trata-se do monumento de homenagem a Eduardo Duarte Ferreira, o fundador da Metalúrgica Duarte Ferreira e um dos maiores benfeitores daquela terra. Um 1.º de Maio de 2020 a contrastar com o de 1974. chegavam os autocarros de todos os cantos do concelho encheu-se de pessoas. Foi do Tramagal que chegaram os grupos maiores. A freguesia mais industrial do concelho e onde havia [e há] tradições da comemoração do Dia do Trabalhador fez-se representar com muita gente. João Geirinhas Rocha diz que se juntaram muitas pessoas que começaram a encher as ruas da cidade. As pessoas de Abrantes não estavam a ir para na rua. Mas, como contou Helena Bandos, “ao perceberem as movimentações aderiram e ajudaram a encher as ruas da cidade”. Os manifestantes subiram a Rua do Montepio, em direção ao Jardim da República e depois em direção à Praça do Município. Foi ali que subiu à varanda para discursar. “Fui escolhido para discursar em representação dos estudantes”, diz João esclarecendo que não pensou nem preparou o discurso. “Falei de improviso e apenas tinha a nota dos colegas

para pedir o regresso dos colegas exilados”, recorda e adianta que naquele dia discursaram várias pessoas de Abrantes, o comandante do Quartel da tropa, o Dr. Correia Semedo [que viria a ser o presidente da comissão administrativa da Câmara de Abrantes que haveria de ser constituída no mês de maio] e o Jorge Lacão. Sabe, já andava em Coimbra e tinha vindo na véspera e quis discursar. Começou ali a sua carreira política”, graceja Geirinhas Rocha que quando indagado sobre uma eventual carreira política respondeu com bom humor: “Tive a carreira política mais intensa que qualquer político já teve. Comecei no dia 1 de maio de 74 e terminei no dia 1 de maio de 74”. Depois disso não enveredou por essas áreas, não escondendo que tinha ideologias de esquerda. Mas nunca se interessou pela política nem pelos partidos. Há uma fotografia muito particular para o João. Ele está com os cotovelos assentes no gradeamento da varanda

da Câmara a olhar para a multidão. “No que é que pensava? Olhe, se calhar não acreditava que tivéssemos conseguido juntar tanta gente em Abrantes. Dizem que terão sido 12 mil. Não sei. Era muita gente”, revela aquele que foi um dos organizadores da manifestação. Depois ali soubesse-se que alguns militares abriram a possibilidade de as pessoas poderem ir ao quartel. E o povo não pensou duas vezes. Depois de cantarem a “Portuguesa” e o “Grândola Vila Morena” desceram a cidade e foram para o Quartel. As pessoas “iam felizes. Abraçavam-se, gritavam, cantavam”. Afinal, na semana anterior, sete ou oito dias antes era impensável sonhar, sequer, com o que se estava a passar naquele dia. A manifestação depois de encher a Praça do Município encheu o regimento militar de Abrantes. Os jovens do Liceu conseguiram o que queriam, festejar o 1.º de Maio do novo tempo na rua. Em festa. Em liberdade. João Geirinhas Rocha não se ar-

repende em nada daquelas ações. A vida quis que saísse de Abrantes, mas de cada vez que vem à sua terra, de cada vez que passa no centro histórico, recorda aquele momento que foto mostra: O olhar do jovem sobre a multidão na rua. Depois, ainda em maio, viriam a ser escolhidos os elementos da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Abrantes: Correia Semedo, José Vasco, José “Bioucas”, Afonso Campante, Manuel Dias, João Camarinhas e Graça Vieira. Mas aquela quarta-feira, 1 de maio de 1974, ficou na memória daqueles que a viveram e vai perdurar pelas imagens registadas e que ficam para a história. Foi, porventura, a manifestação que mais pessoas juntou em Abrantes. Foi assim, há 46 anos, o primeiro grande festejo da Liberdade. E João Geirinhas Rocha foi o jovem de 18 anos que abraçou essa vontade dos jovens de Abrantes: Festejar a Liberdade na rua! Jerónimo Belo Jorge

Maio 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Câmara atribui 125 mil euros a freguesias para combate inicial a incêndios rurais A Câmara Municipal de Abrantes, reunida a 15 de abril, por videoconferência, deliberou a celebração de contratos interadministrativos com Juntas de Freguesia do concelho em matéria de Proteção Civil, no âmbito do dispositivo de combate a incêndios rurais. Esta celebração de contratos interadministrativos e respetiva atribuição de apoios tem ainda de ser submetida a Assembleia Municipal para aprovação. Trata-se de um investimento que ronda os 125.000,00€, a ser celebrado com 7 das 13 freguesias do concelho: Abrantes e Alferrarede, Aldeia do Mato e Souto, Bemposta, S. Facundo e Vale das Mós, Rio de Moinhos, Mouriscas e Tramagal. Este ano, a autarquia quer “manter a mesma linguagem,” sendo que a freguesia de Tramagal entra pela primeira vez nestes contratos por já possuir recursos necessários para levar a cabo estas ações, sendo que o presidente do Município, Manuel Jorge Valamatos, admitiu que espera que as restantes freguesias do concelho vão conseguindo desenvolver capacidade para também integrarem futuramente estes contratos interadministrativos. “Nem todas as freguesias, neste momento, reúnem condições quer de equipamento, quer financeira-

/ Uma das carrinhas de 1ª intervenção aos incêndios rurais mente, quer de recursos humanos, de dar estas respostas”, disse o autarca que reiterou que estas terão na mesma os Bombeiros capazes de fazer esse apoio e que explicou também que, se necessário, uma carrinha de 1ª intervenção de uma junta de freguesia pode ser destacada para um ponto de uma das freguesias que não faz parte deste protocolo. Em termos de investimento de kits, o presidente da Câmara Municipal explicou que este ano vai ser atribuído, numa primeira fase, 10 mil euros a cada Junta de

Freguesia, uma vez que os 15 mil atribuídos a cada o ano passado se mostrou “excessivo em algumas situações”. No entanto, Manuel Jorge Valamatos explicou que se a despesa das freguesias neste âmbito exceder esse valor, a Câmara pode “comportar o apoio financeiro até aos 15 mil euros”, mediante a apresentação de despesas por parte das freguesias. A situação é diferente para a freguesia de Tramagal que, por entrar este ano pela primeira vez nestes contratos, vai dispor de 15 mil euros de apoio por parte do

Município, no sentido de poder adquirir o material necessário de que as outras juntas integrantes já dispõem nesta altura, como por exemplo uma carrinha nova. Caso as despesas sejam mais elevadas, mediante apresentação das mesmas, a autarquia poder comportar no máximo 20 mil euros de apoio no caso específico da freguesia de Tramagal. Na prática, estes meios passam assim a ser parte integrante do DECIR – Dispositivo Especial Contra Incêndios Rurais, no âmbito municipal, dispondo de kits de 1ª intervenção compostos pelas carrinhas equipadas com maquinaria, mangueira, tanque com capacidade para 600 litros água, além da formação específica adquirida por dois profissionais, fatos de proteção individual e também rádios SIRESP. Uma vez no terreno, durante o período crítico de incêndios (entre junho e outubro, normalmente), estas carrinhas comprometem-se a estar pré-posicionadas em Locais Estratégicos e Estacionamento, dentro do limite da freguesia e definidos previamente pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, prontos a agir em caso de incêndio, de modo a evitar a sua propagação e tomada de maiores proporções.

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

Em tempos da pandemia COVID19, a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior apela ao consumo dos produtos de Abrantes, Constância e Sardoal e promove as tradições e os empreendedores do território através dos seus meios digitais. Seguindo o repto lançado pelo Ministério da Agricultura, que lançou a campanha “Alimente quem o alimenta!”, a TAGUS está a reunir a informação no seu sítio na Internet sobre os produtores agroalimentares, que tem disponibilidade para venda e entrega ao domicílio da comunidade do Ribatejo Interior. O objetivo com esta bolsa de produtores é apelar ao consumo dos produtos do Ribatejo Interior (vinhos, azeites, queijos, enchidos, hortofrutícolas, mel, doces e compotas, cervejas, entre outros) para minimizar os impactos negativos, que as medidas de isolamento social estão a provocar na economia destes agentes.

Sob o mote “O Ribatejo Interior em sua casa”, a Associação de Desenvolvimento Local já está a avançar com alguns dos produtos do Ribatejo Interior. E à medida que for recebendo informações dos produtores, que estão a entregar em casa dos consumidores, vai atualizando a informação. Se produz agroalimentares, tem a sua atividade devidamente legalizada, e está a entregar ao domicílio nos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal, envie um email para tagus@tagus-ri.pt com os seus dados. Também, a campanha "Alimente quem o Alimenta", do Ministério

O autarca explicou ainda que estas carrinhas são “um apoio que fazemos aos Bombeiros, tanto que vão ficar sob a alçada da gestão do comandante dos Bombeiros”. Manuel Jorge Valamatos disse que o ano passado o protocolo deu bons frutos, destacando o papel a “entreajuda e colaboração” entre as partes envolvidas, o que permitiu um “trabalho muito bem conseguido” não só na primeira intervenção ao incêndio como na vigilância e no papel dissuasor que desempenham. De referir que nesta reunião de Câmara esta quarta-feira, foi também ratificado um despacho do presidente da autarquia que aprovou o procedimento pré-contratual para a abertura de procedimento para “Construção e manutenção da Rede Secundária de Defesa da Floresta Contra Incêndios – Faixa de Gestão de Combustível confinante com a rede viária municipal”. Manuel Jorge Valamatos deu conta de que os trabalhos de prevenção aos incêndios continuam a ser feitos e que vão ser intervencionadas zonas por todo o concelho num investimento que é “muito grande, mas a nossa esperança é que estas ações ajudem a mitigar qualquer situação de incêndio”, terminou o autarca. Ana Rita Cristóvão

da Agricultura, disponibiliza uma plataforma, a nível nacional, que pretende encurtar a distância entre a oferta e a procura, apostar nos circuitos curtos de comercialização, pondo em contacto direto quem produz e quem consome, divulgando produtores e iniciativas. Os produtores que estejam interessados em fazer parte desta base só tem de preencher o formulário de inscrição disponível no endereço https:// forms.gle/aDPVmJRKuuDRnLXi7 . Outra das iniciativas digitais, que a TAGUS está a desenvolver, é desafiar os agentes locais (produtores, beneficiários, autarquias, entre outros), a produzir pequenos vídeos caseiros para divulgar, através das redes sociais da Associação. Estas publicações, com o objetivo de sensibilizar a população para a valorização do que é local, vão dando a conhecer os produtos, o artesanato, as tradições e os projetos empreendedores do Ribatejo Interior, convidando os utilizadores a ficar "Em casa... com os nossos", a realizar algumas das tarefas que são apresentadas e a partilhar as suas experiências.


REGIÃO / Abrantes A questão das máscaras sociais, a necessidade de testes e os idosos em lares ilegais Foto: CMA

/ Em Abrantes, os testes tiveram início na Santa Casa da Misericórdia soas mais vulneráveis e com menor capacidade económica para adquirir equipamentos de proteção, o presidente do Município deu também conta de que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo está a analisar como pode contribuir em termos de adquirir máscaras comunitárias para distribuir pela população do Médio Tejo, desde que “isto represente a diminuição de taxas de contaminação”. Manuel Jorge Valamatos deu

a garantia de que vão ser feitos “todos os esforços que estiverem ao nosso alcance” para garantir a proteção da comunidade, mas não escondeu que um dos maiores problemas neste momento com a generalização do uso de máscaras é a sua aquisição. “Não há no mercado, é muito difícil, os preços por unidade subiram de uma maneira vergonhosa - uma máscara que custava 0,50€ agora custa 2,50€ e eu acho que isso é

“Queremos ver se rapidamente a nossa região começa a ter mais testes”

Falando do desaconselhamento da realização de testes rápidos - posição tomada a nível da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo - Manuel Jorge Valamatos explicou que nas reuniões que tem tido com a CIMT e com a Proteção Civil, e também a nível distrital – reuniões com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que coordena a execução do estado de emergência na Região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro – tem sido abordada a questão dos testes. “Queremos ver se rapidamente a nossa região começa a ter mais testes, sobretudo nos lares, nos centros de dia, nesse tipo de entidades que nos preocupam mais, atendendo à questão de maior vulnerabilidade”.

“Temos de tomar conta de todas as nossas pessoas, independentemente de estarem em lares mais legais ou menos legais”

O tema dos testes puxa, inevitavelmente, o tema dos lares de idosos e das casas de acolhimento não legalizadas, locais que, como têm anunciado as autoridades de saúde

como a DGS, são pontos críticos de contágio e também parte relevante das vítimas mortais associadas à Covid-19. Na reunião do executivo de Abrantes a questão foi levantada pelo vereador Armindo Silveira, do Bloco de Esquerda, que perguntou se “o executivo tem conhecimento de quantas Casas de Acolhimento existem no concelho de Abrantes e se todas respeitam a legislação nomeadamente ao nível da lotação máxima de utentes”, e também se estão a ser efetuados testes à COVID 19 “tanto nas Casas de Acolhimento como nos Centros e Lares de Dia e Misericórdia de Abrantes”. Em resposta, o presidente da autarquia revelou que a Segurança Social está a “fazer um levantamento exaustivo de todas as casas de acolhimento para que possamos dar respostas quer governamentais quer locais de igual forma às outras instituições”. Referindo que neste caso as ações têm de ser tomadas seja “em lares mais legais ou menos legais”, Manuel Jorge Valamatos destacou que “estão lá pessoas e temos de tomar conta de todas as nossas pessoas” e, além disso, referiu que esta se trata, em termos globais, de uma preocupação “do ponto de vista da saúde pública”, importando “dar uma resposta a todos os cidadãos”. Ana Rita Cristóvão PUBLICIDADE

Nestes tempos em que as exigências são diversas, há questões que saltam para cima da mesa como a questão do uso de máscaras, a necessidade de testes de diagnóstico e também a situação vulnerável dos idosos, muitos deles em casas de acolhimento não legalizadas. Na reunião do mês de abril do executivo camarário de Abrantes, por videoconferência, o presidente da autarquia, Manuel Jorge Valamatos, falou da atual situação no que diz respeito ao uso de máscaras, dando conta de que a Câmara Municipal está “a tentar preparar-se para conseguir eventualmente dar resposta, sobretudo aos cidadãos que não têm capacidade de adquirir máscaras. Recorde-se que as mais recentes indicações que constam no plano de desconfinamento apresentado pelo Governo apresentam como obrigatório o uso de máscara em transportes e serviços públicos e também em lojas de comércio local até 200 metros quadrados. Sublinhado a importância de “estar muito atento”, nomeadamente no que diz respeito às pes-

absolutamente ridículo e vergonhoso”, constatou ainda o autarca.

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SOCIEDADE /

“O resultado da não renovação do Estado de Emergência só depende das pessoas” – Miguel Borges A 2 de maio terminou o estado de emergência em Portugal, no âmbito da pandemia de Covid-19. Agora, o pressuposto é o de entrar numa fase de abertura do país em pequenos passos, com reabertura de serviços e comércio a acontecer faseadamente – 4 e 18 de maio e 1 de junho. No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, continua a vincar que este processo gradual de levantamento das restrições apresenta riscos e que não significa o fim da pandemia, admitindo mesmo que, se necessário, dará “um passo atrás para garantir a segurança dos portugueses”. Posição idêntica tem o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que alerta que “isto não é o fim do surto” e que é preciso manter as regras de higiene aprendidas nos últimos tempos. Mas a verdade é que vão surgindo sinais de descompressão por parte da população, com o vislumbre de pequenos aglomerados no espaço público e de falta de adoção de cuidados, como o do distancia-

“As pessoas sabem que este problema existe e que continua (…) e sabem que se querem ter alguma liberdade de ação têm que manter essas regras”

/ Miguel Borges, presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Santarém e presidente do Município de Sardoal, acompanhado do primeiro-ministro, António Costa

mento social – essencial para evitar a propagação do vírus. Nesse sentido, em declarações ao Jornal de Abrantes, o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Santarém, Miguel Borges, reforçou a necessidade de a população continuar a ter um comportamento preventivo face à pandemia, mesmo perante a não renovação do

Proteção Civil de Santarém pede a peregrinos que evitem deslocação a Fátima A Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém emitiu um alerta à população e aos peregrinos para que este ano não se desloquem a Fátima nos dias 12 e 13 de maio devido à pandemia de covid-19. “Este ano não peregrine até Fátima. Este ano não se desloque até Fátima, nos dias 12 e 13 de maio”, lê-se no alerta, assinado pelo presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém, Miguel Borges. No documento, o responsável refere que o Santuário de Fátima decidiu celebrar a peregrinação de 12 e 13 de maio sem público. “Sair de casa para iniciar a peregrinação é, este ano, um comportamento de risco”, sublinha a comissão distrital, lembrando que muitos peregrinos aproveitam os feriados que antecedem a peregrinação de maio, nomeadamente o 25 de Abril e o 1.º de maio, para cumprirem etapas da peregrinação a pé. O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém pede para que a peregrinação seja adiada “para quando for seguro para todos”. “Este ano faça a sua peregrina-

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ção em casa. Reze em casa”, apelou a autoridade local, lembrando que as principais celebrações religiosas “serão transmitidas pelos meios de comunicação social e digital”. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou

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mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 800 mil doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 903 pessoas das 23.864 confirmadas como infetadas, e há 1.329 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

estado de emergência. “O resultado da não renovação do Estado de Emergência só depende das pessoas, depende de cada um de nós”, reitera. O responsável destacou a importância de as pessoas manterem “o investimento que fizeram durante estes últimos tempos, aquilo que aprenderam e os procedimentos

que tiveram em termos de hábitos de higiene, distanciamento social, de forma a não estragar tudo aquilo que foi feito até agora”. Questionado sobre a tendência que pode surgir de descompressão nas medidas de cuidado adotadas pelas pessoas, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém, assumiu ser importante “sensibilizar estas pessoas” mas lembrou que aquilo que se pretende é que “haja também um aliviar das medidas para que a economia possa também ter alguma retoma, porque há um grande prejuízo para a economia”. “O racional que existe é: as pessoas sabem que este problema existe e que continua, as pessoas sabem que têm que continuar a ter hábitos que foram postos em prática nestes últimos dois meses e sabem que se querem ter alguma liberdade de ação têm que manter essas regras para que possa haver essa dinâmica económica, que é importante para todos nós”, conclui. Ana Rita Cristóvão

Covid-19: RAME a postos para apoio de emergência com 100 camas O RAME - Regimento de Apoio Militar de Emergência, localizado no concelho de Abrantes, está preparado como apoio de retaguarda no âmbito da pandemia do Covid-19. O presidente do Município, Manuel Jorge Valamatos, deu conta de que o RAME é uma das entidades que está a postos como apoio de emergência, com uma ala com cerca de 100 camas disponíveis para acolher doentes ou suspeitos de infeção por Covid-19. Em reunião do executivo camarário, o presidente da autarquia abrantina disse também que a Pousada da Juventude tem também cerca de "duas dezenas" de camas disponíveis - sendo esta, aliás, uma das unidades de alojamento destacadas pelo Estado para acolher profissionais na linha da frente no combate à pandemia. "Para já, são as duas instalações que vão responder a situações de emergência", disse o autarca em declarações aos jornalistas, destacando que este é um suporte de retaguarda que "pelo menos numa fase inicial" vai permitir responder

às necessidades. Assim, Manuel Jorge Valamatos explica que, pelo menos por agora, não é necessário recorrer a pavilhões desportivos municipais como apoio de retaguarda. "Não sentimos, nesta fase, necessidade de avançar para mobilizar o pavilhão desportivo ou outra estrutura qualquer, porque temos o RAME em primeira fila, e a Pousada da Juventude", disse. "Todas estas ações são devidamente articuladas quer com os agentes da saúde - CHMT, ACES - quer com a Segurança Social. À Câmara compete criar as melhores condições para termos estas estruturas de retaguarda, de apoio". Ana Rita Cristóvão


SOCIEDADE /

Paulo Ferreira assume Proteção Civil de Abrantes Paulo Ferreira é, desde o dia 14 de abril de 2020, o novo Coordenador Municipal de Proteção Civil (CMPC) de Abrantes. O anúncio foi feito pela Câmara Municipal de Abrantes no dia em que Paulo Ferreira iniciou as novas funções. Paulo Ferreira era o segundo comandante distrital operacional onde estava mais ligado à formação e licenciamento ao nível dos bombeiros. Diz que recebeu o convite do presidente da Câmara de Abrantes para um trabalho “que conheço, que é a minha área de formação e num concelho que conheço muito bem”. Paulo Ferreira reconhece que para as pessoas ainda não há uma diferença no reconhecimento do trabalho dos bombeiros e da proteção civil. Até há uns anos os bombeiros eram chamados para tudo e faziam os dois serviços. Hoje é diferente. “Os bombeiros são uma das forças integrantes da proteção civil”. E nos dias de hoje olhar para estas questões não são apenas olhar para o trabalho que os bombeiros fazem nos incêndios, quando estes acontecem. “Temos, por outro lado, um concelho muito diferente do norte, mais florestal, para o sul. Temos muitos núcleos urbanos. Temos um centro histórico. É preciso ter um olhar sobre todas estas questões”, diz Paulo Ferreira revelando que a Proteção Civil Municipal tem um olhar abrangente sobre todos os setores. O novo coordenador operacional municipal olha ainda para este convite como um novo desafio, e diferente daquele que foi o comando distrital operacional. “Abrantes é um concelho enorme e apresenta muitos riscos, entre os naturais e os que estão ligados ao desenvolvimento e já com intervenção humana. Temos floresta, zonas ribeirinhas e planos de água. Temos estradas, algumas perigosas, uma autoestrada, ferrovia, corredores aéreos. Temos empresas que só por si, e pela atividade, apresentam riscos nesta área”, revela ao mesmo tempo que reforça a necessidade de um trabalho de coordenação e um olhar “mais de cima para o concelho”. Nesta altura, para além da COVID-19, Paulo Ferreira explica que o trabalho nestes momentos é o desenho de todo o dispositivo para o período do verão. Ou seja, está em marcha a montagem do dispositivo que vai suportar mais um verão numa área muito sensível como é a probabilidade de ocorrência de fogos rurais. Paulo Renato Rodrigues Ferreira é licenciado em Proteção

“Abrantes é um concelho que apresenta muitos riscos”

Civil pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco – Escola Superior Agrária. Já tinha exercido as funções de 2.º Comandante Operacional Distrital (CDOS Santarém) e de Adjunto de comando na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, onde também coordenou a Escola de Infantes e Cadetes. Comandou igualmente o núcleo de Abrantes da Cruz Vermelha, em regime de voluntariado. Serviu o Exército Português como 1.º sargento e foi docente na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes. Ao longo da carreira profissional e pelo trabalho desenvolvido ao serviço de diversas entidades, recebeu várias condecorações e louvores. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes,

explicou que com esta contratação pretende dar uma maior robustez à Proteção Civil Municipal para além de, legalmente, a função ter de ser desempenhada por um licenciado. Por outro lado, explicou que o novo coordenador é um abrantino e que conhece bem a região, até por via de ter desempenhado as funções de segundo comandante Distrital Operacional. O presidente da Câmara disse ainda que é necessário aumentar o dinamismo do serviço e importa, face aquilo que são as novas realidades, ter uma estrutura reforçada. E deu os exemplos dos fogos florestais, da tempestade Elsa ou até das ações necessárias para contenção do novo coronavírus. Paulo Renato Ferreira substitui, desta forma, Maria Inês Mariano nas funções de Coordenador Municipal de Proteção Civil (CMPC) de Abrantes. Maria Inês Mariano tinha assumido o cargo a 1 de agosto de 2017. A engenheira florestal vai, ao que o Jornal de Abrantes soube, continuar no gabinete da Proteção Civil de Abrantes, mas agora ligada à floresta, onde se sente muito mais “em casa”. Jerónimo Belo Jorge

/ Quem faz parte e o que faz a Proteção Civil Municipal Trata-se de uma comissão, tal como o nome indica, que tem a sua atividade territorial no concelho de Abrantes e é presidida pelo presidente da Câmara que é o responsável de Proteção Civil no seu concelho. Esta comissão conta com o comandante Operacional Municipal, com o comandante dos Bombeiros de Abrantes, comandante do destacamento da GNR, comandante da PSP, autoridade de saúde, representante da unidade local de saúde, representante da Segurança Social, representante do Centro Hospitalar do Médio Tejo e ainda representantes de outros serviços do concelho como a Associação de Agricultores ou o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME). Refira-se que no final de 2019, na cerimónia de entrega de uma ambulância ao Núcleo de Abrantes e Tomar da Cruz Vermelha Portuguesa, o presidente da Câmara de Abrantes deixou o convite para que esta estrutura possa integrar as reuniões da estrutura municipal da Proteção Civil.

E entre várias outras funções a Comissão Municipal de Proteção Civil pode acionar os planos municipais de emergência (por exemplo, em relação ao coronavírus ou quando há incêndios de grande intensidade); deve garantir que as entidades que fazem parte da estrutura acionem os meios quando tal for necessário e, por exemplo, deve avaliar as situações em causa e propor ao Presidente da Câmara Municipal, medidas no âmbito da solicitação de ajuda distrital. Esta comissão deverá, segundo a orgânica, reunir, pelo menos, duas vezes por ano. Já o coordenador municipal operacional, entre muitas outras funções, deve assumir a coordenação das operações de socorro de âmbito municipal, nas situações previstas no Plano Municipal de Emergência, bem como quando a dimensão do sinistro requeira o emprego de meios de mais de um corpo de bombeiros.

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GALA ANTENA LIVRE / JORNAL DE ABRANTES

O palco volta a iluminar-se em 2021 “Gala Troféus António Botto”, depois “Gala Antena Livre” e mais tarde “Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes”… Assim se foi designando aquela que, em 14 edições, tem vindo a marcar definitivamente a agenda cultural da região do Medio Tejo. O evento foi interrompido entre 2006 e 2008. Sempre com uma aposta cada vez mais exigente em divulgar, promover e galardoar pessoas e projetos coletivos relevantes no

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Médio Tejo e no país, bem como dar a conhecer músicos regionais e nacionais, esta Gala com produção exclusiva da equipa da Media On, tem conseguido impor-se na sociedade, “puxando até si” as forças vivas da região e do país. Anualmente, são galardoadas pessoas individuais, empresas, e instituições nas áreas da Cultura; Desporto; Inovação; Música Regional; Música Nacional; Responsabilidade Social; Educação; Empresa; Personalidade Carreira

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

e Comunicação Nacional. Uma noite que resulta num espetáculo cheio de emoções e que tem trazido a Abrantes os valores dos vários concelhos da área de influência da rádio e do jornal. E ainda alguns nomes importantes do panorama nacional: os músicos Diogo Piçarra, Teresa Salgueiro, Sara Tavares, UHF, Quinta do Bill, Tozé Brito, Simone de Oliveira ou outros nomes da comunicação como Júlio Isidro, Júlio Magalhães, Dina Aguiar, Sandra

Felgueiras; Fernando Correia e José Rodrigues dos Santos, entre outros, têm deixado palavras de forte incentivo à equipa que produz anualmente este espetáculo, pela importância do mesmo aos valores que fazem pulsar uma região. Em 2020, tudo estava preparado para acontecer a 23 de maio. Era a data marcada para a XV Gala cuja designação anterior fica, no entanto, em 2019, já que a partir deste ano o evento passaria a ter

outra designação, aproveitando a “data redonda” dos 15 anos para fazer uma viragem, no formato da mesma que o ano passado passou a incluir a nova Rádio Tágide que se veio juntar à família Media On. O novo nome continua, portanto, em segredo e em stand-by fica também a data de realização da XV Gala, sendo que é agora vontade da equipa da Media On que a mesma aconteça no ano em que a Antena Livre comemora 40 anos em 2021.


GALA ANTENA LIVRE / JORNAL DE ABRANTES

Hyubris e Projecto Amar, “apadrinhados” pelas Galas Antena Livre & Jornal de Abrantes Entre 2003 e 2019 a Gala foi palco também de muitos projetos musicais que ali tiveram montra para mostrar o seu trabalho à região, sendo que alguns deles fizeram carreira a partir dali, para os palcos da região e depois do país. Nalguns casos, ali se juntaram músicos da região onde propositadamente criaram momentos exclusivos para a Gala, como foi o caso, por exemplo, do acordeonista André Teixeira com a cantora Carina Oliveira, ou do guitarrista José Horta com o flautista Ricardo Alves, entre muitos outros. Estávamos em 2003 quando acontecia a primeira Gala em que a organização queria mostrar um projeto local, diferente e que fosse uma revelação. Na altura surgiam os HYUBRIS que estavam a mostrar o seu EP “Desafio” e a procurar uma direção para o seu projeto. E ali se estrearam na 1ª Gala. A voz de Filipa Mota, com contornos líricos associada a uma musicalidade Rock/Celta, fizeram despertar os Deuses e o “Desafio” foi ganho. Ninguém ficou indiferente à originalidade dos Hyubris e os convites começaram a surgir, tendo a banda realizado o seu primeiro grande concerto em nome próprio alguns meses depois a convite da Câmara Municipal de Abrantes, no Convento de São Domingos, num ambiente mágico e… esgotado. Na altura, a comunicação social local escrevia que “deram um concerto melhor que muitas bandas nacionais consagradas” ou mais tarde, num dos vários programas de tv por onde passaram, José Carlos Malato dizia a Filipa Mota que “se os anjos tivessem voz, a tua voz podia muito bem ser a voz de um anjo”. Os Hyubris fizeram espetáculos um pouco por todo o país, gravaram o seu CD “HYUBRIS” em 2005 e “FORJA” em 2009. Participaram em vários festivais, ganharam outros tantos e, entretanto, após uma pausa de 4 anos (entre 2012 e 2017), os Hyubris relançaram a sua carreira de novo na Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes (em janeiro de 2017), com o espetáculo “Metamorfose”. Novamente a região os recebeu com o entusiasmo de sempre. Sucederam-se os espetáculos e com agenda novamente cheia, os Hyubris recuperaram o tempo de paragem. Precisamente há 10 anos (20 de maio de 2010), estreava-se na Gala Antena Livre e Jornal

/ Hyubris

/ Projecto AMAR de Abrantes, uma nova formação que (sem querer) viria a dar que falar: “Projecto Amar”, criado por Paulo Delgado e Luís Garcia e para o qual convidaram Marco Pereira (dos Kwantta) para assumir a direção musical. A ideia, pen-

sada e preparada exclusivamente para o encerramento daquela Gala, apostava numa formação Big Band, com 14 músicos da região em palco, para fazer uma homenagem a grandes clássicos da música portuguesa, cantadas

a 3 vozes (2 vozes femininas e 1 masculina). O público rendeu-se e o Projecto Amar, que se tinha preparado com apenas 6 músicas para aquela noite exclusiva, teve que se readaptar para se conseguir ajustar e dar resposta aos

convites que repentinamente começaram a surgir. Dois meses depois, o Projecto Amar apresentava-se ao vivo no Centro Cultural Gil Vivente em Sardoal para aquele que viria a ser o primeiro de muitos concertos que aconteceram de norte a sul do país e em toda região. O Projecto Amar não conseguiu mais parar e acabou por “fazer estrada” até dezembro de 2012, no último concerto que aconteceu na SAT, em Tramagal, onde ensaiou desde o início. Em fecho de edição, o Jornal de Abrantes quis saber o que é feito destes dois projetos “made in” Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes e falou com a vocalista dos Hyubris, tendo Filipa Mota avançado que “de facto foram anos muito intensos para os Hyubris. Fizemos muitos concertos, mas em 2013 impôs-se uma paragem. Alguns elementos da banda casaram, tiveram filhos, e conciliar a vida pessoal e profissional com a música não era possível. Foram 4 anos em que continuámos a ensaiar e a trabalhar para voltar de novo em 2017 aos palcos, novamente pela mão da Antena Livre. Temos um novo álbum praticamente pronto e vamos ver quando é que agora a vida nos permite voltar ao ativo, mas estamos em acreditar que 2021 será um ano de grandes surpresas com os Hyubris” Entretanto, Paulo Delgado do Projecto Amar disse ao Jornal de Abrantes que “ainda hoje chegam convites e propostas para atuações. As pessoas não entendem muito bem porque parou o Projecto, mas os Amar nasceram para uma noite e fizeram estrada durante dois anos e meio. No entanto, era impossível conseguir conciliar as vidas pessoais e profissionais dos 18 elementos da equipa com a agenda que se ia impondo. A decisão foi de não aceitar mais convites a partir de dezembro de 2012”. Ao Jornal de Abrantes, Paulo Delgado disse ainda que “em 2020 faz 10 anos em que nasceu o Projecto Amar. Além das conversas de sempre com o Marco Pereira e o Luís Garcia, tinha falado no início do ano também com o Ernesto Rebelo, o David Quinas, a Filipa Rodrigues, a Ana Filipa Rosado e a Carina Oliveira no sentido de marcarmos a data este ano com um espetáculo pontual...mas o covid-19 deitou tudo a perder...quem sabe um dia”.

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REGIÃO / Constância

Câmara com mais poder na Casa-Memória de Camões A Câmara Municipal de Constância aprovou, por unanimidade, a alteração dos estatutos da Associação da Casa-Memória de Camões. A decisão foi tomada na reunião do Executivo de dia 23 de abril e o presidente explicou que a alteração se prendeu com o facto de “depois de um trabalho realizado entre a Câmara Municipal e a Associação da Casa-Memória de Camões, e na sequência da remessa dos contratos-programa que temos com a Associação e a análise que foi feita pela Inspeção Geral de Finanças, a mesma considerou que só com algum reforço de dominância da Câmara sobre a Associação é que as despesas e o apoio que a Câmara dá tinham enquadramento legal”. Sérgio Oliveira adiantou que “não há um controlo nem se prende com o facto de dar diretivas à Associação”. O que acontece é que “a Câmara passa a ter a possibilidade de designar dois elementos do Conselho Fiscal e nalgumas matérias, para serem aprovadas em Assembleia Geral, é necessário terem o voto favorável da Câmara, nomeadamente na questão do Orçamento ou do plano de investimento”. As alterações foram feitas “com vista a que a Câmara consiga manter o apoio que tem dado até agora

As alterações foram feitas “com vista a que a Câmara consiga manter o apoio que tem dado até agora à Associação”.

à Associação”. Depois de ter sido declarado o Interesse Nacional pelo Ministério da Cultura, em outubro de 2019, já depois de a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) reconhecer como um bem patrimonial, cultural e turístico da região, em fevereiro do mesmo

1.ª Revisão Orçamental

ano, Sérgio Oliveira afirmou que o processo da Casa-Memória de Camões está a decorre e “existem conversas entre a Associação e algumas Direções-Gerais que dependem diretamente do Ministério da Cultura com vista ao desenho e à estruturação do que se quer fazer dentro da própria casa”.

Ainda na reunião do Executivo de dia 23 de abril, foi aprovada por maioria a proposta de revisão aos documentos previsionais de 2020. O autarca explicou que esta 1.ª Revisão Orçamental “teve dois pontos fundamentais. O primeiro é a injeção do saldo de gerência de

soas com mobilidade reduzida” e garantindo “adequadas condições de qualidade, conforto e segurança aos utentes daqueles espaços e de enquadramento paisagístico com

toda a envolvente onde o mesmo se insere, na sua ligação entre o rio e o espaço urbano da vila. As empreitadas de requalificação da Zona Ribeirinha junto

2019 que, em números redondos foi de 458 mil euros, com uma taxa de execução da receita nos 91% e da despesa nos 85%. Diria eu que são boas taxas de execução”. Sérgio Oliveira explicou que o segundo ponto “foi atualizar a realidade do nosso Orçamento Municipal àquilo que foi o aumento das transferências gerais do Orçamento de Estado. À data em que fizemos o nosso orçamento, o Orçamento Geral do estado ainda não estava aprovado e entrou em vigor há pouco tempo. Foi, portanto, injetar esses valores, distribuindo-o por algumas rúbricas e alguns projetos que o Município tem em mente fazer, sendo de destacar que a maioria da injeção do capital foi para o lado da despesa de capital e não para a despesa corrente”. Este ponto foi aprovado pela maioria PS e com as vereadoras da CDU a optarem pela abstenção. Patrícia Seixas

Frente ribeirinha junto ao Zêzere está a ser alvo de requalificação A zona ribeirinha da vila de Constância, junto ao rio Zêzere, está a ser alvo de requalificação, local onde decorrem atualmente duas empreitadas: a “Requalificação do Espaço Público e Equipamentos de Utilização Coletiva na Margem do Zêzere” e a “Requalificação da Frente Ribeirinha”. As intervenções que estão a ser efetuadas no espaço atualmente designado por POMTEZE são várias: desde a criação de zonas verdes, substituição da rede de rega, plantações, pavimentos diversos, revestimentos e capeamentos de muros e muretes, substituição da

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iluminação pública e decorativa até à colocação de equipamentos de mobiliário urbano (bancos, mesas, papeleiras) e construção de rampas em estrutura metálica com vista a criar condições de acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida. Com a realização das obras, que se inserem no PARU - Plano de Ação e Reabilitação Urbana, a Câmara Municipal de Constância explica que tem como principal objetivo a requalificação de todo o espaço público ribeirinho na margem esquerda do rio Zêzere, “assegurando a acessibilidade a pes-

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ao rio Zêzere têm um custo de aproximadamente 350 mil euros, contando com financiamento através do Portugal 2020. A duração prevista das obras é de 7 meses.


REGIÃO / Vila Nova da Barquinha Barquinha cancela Município abre candidaturas Feira do Tejo e eventos para o espaço empresarial CAIS até junho

Foto: Fernando Freire Foto: Alípio Padilha

A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou no dia 8 de abril, por unanimidade, o cancelamento de todos os eventos culturais e desportivos até ao final do mês de junho. E aqui está incluída a Feira do Tejo, ou as Festas do Concelho de Vila Nova da Barquinha, que todos os anos acontecem por alturas de 10 a 12 de junho, no Parque Tejo e zona ribeirinha do rio. Fernando Freire, o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, explicou, de forma simples, que não há condições para a sua realização. Mesmo que em junho os confinamentos e Estado de Emergência estejam levantados, ou aliviados, “não há hoje condições para assegurar qualquer contratação que tem de ser feita. E não se fala apenas de artistas ou animação cultural. Trata-se de toda uma estrutura que é preciso montar, desde a logística, aos eventos, às infraestruturas, não esquecendo a mobilidade que é necessária para a sua realização”.

Fernando Freire diz mesmo que, neste momento, “perspetiva-se mesmo um verão muito diferente naquilo que são a realização das dezenas de festas que ocorrem por todo o país”. Desta forma o presidente da Câmara da Barquinha espera que o parque ribeirinho volte a ter atividade plena, mas quando estiverem levantadas todas as restrições que existem neste momento.

O Município de Vila Nova da Barquinha tem abertas as candidaturas ao CAIS – Espaço Empresarial de Vila Nova da Barquinha. Trata-se de uma incubadora dedicada a todos os empreendedores locais e de âmbito nacional e internacional que tem como objetivo a promoção e acompanhamento de projetos e empresas inovadoras, colocando-as num mesmo espaço físico e pondo ao seu dispor um conjunto de serviços e gabinetes, proporcionando a inserção num ambiente empresarial adequado, bem como as condições necessárias ao seu sucesso. Por outro lado, diz a autarquia que o CAIS pretende a promoção da interação entre o meio empresarial e instituições de ensino/ investigação, com vista a usufruir das vantagens, sinergias e complementaridade que daí decorrem. Pretende-se assim criar as condições favoráveis para o crescimento da iniciativa privada no nosso território, com o apoio ao empreendedorismo jovem e contribuição para o reforço do autoemprego,

designadamente de jovens licenciados e incentivando a criação de microempresas. Agora em fase de conclusão, situa-se em pleno centro histórico da vila, no Largo José da Cruz, junto aos Serviços Municipais, da Loja do Cidadão, da Conservatórias de Registo Civil e Predial, e Arquivo Municipal. A obra resulta da reabilitação de dois edifícios já existentes em avançado estado de degradação, onde foram criados gabinetes de

trabalho e espaços de coworking, bem como áreas para os respetivos serviços de apoio, como salas de reunião, de formação e de refeição, serviços administrativos e loja. Com um custo de cerca de 524 mil euros, este é um dos projetos incluídos no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Vila Nova da Barquinha (PARU), implementado com cofinanciamento do Programa Operacional Regional do Centro, no âmbito do Portugal 2020.

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REGIÃO / Mação

Mação avança com mais apoios às empresas afetadas pela pandemia O Município de Mação foi dos primeiros a avançar com medidas de apoio aos seus munícipes, nomeadamente com a isenção do pagamento da fatura da água e resíduos logo no mês de março. Esta medida, aplicada diretamente a todos os consumidores, teve um impacto financeiro para o município da ordem dos 60 mil euros. Agora, na última reunião da câmara municipal (realizada a 24 de abril), foram apresentadas novas medidas para estes meses da pandemia. Para além de todo o trabalho feito no apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social, das desinfeções de espaços públicos, de aquisição de material de proteção individual ou de testes ao coronavírus, ao nível dos munícipes a autarquia de Mação decidiu manter a isenção do pagamento da fatura da água e resíduos, mas desta vez apenas para aqueles que fizerem o pedido. Ou seja, no que diz respeito às contas da água e resíduos nos meses de abril e maio, continua a haver isenção do pagamento total da fatura, mas apenas para quem o pedir. Ou seja, não é uma isenção direta como o foi em março (nas faturas emitidas em abril). No entanto, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrala, faz notar que não há a necessidade de apresentar qualquer justificativo: “É só apresentar o pedido. Fica na consciência de cada um”. Mas nesta reunião o executivo municipal aprovou novas medidas para apoio à atividade económica do concelho. Apoios para empresas industriais ou para o comércio. De forma muito simples o que a Câmara de Mação vai fazer é suportar 50% das rendas das lojas, ou unidades industriais, que estejam fechadas por causa da pandemia. Como é que se processa? O empresário que tenha uma renda, por exemplo, de 200 euros faz o pedido de apoio à Câmara de Mação, que vai solicitar alguma

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Os apoios aos munícipes e às empresas podem custar 230 mil euros aos cofres da autarquia

documentação, nomeadamente o contrato de arrendamento. Depois faz a confirmação, no terreno, que a empresa está efetivamente fechada. E depois concede o apoio financeiro de metade do valor em causa. No exemplo dado, o apoio seria de 100 euros. Vasco Estrela garante que esta é uma medida de apoio que terá mesmo a confirmação no terreno. No mesmo sentido a devolução do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) também é uma das novas medidas de apoio à atividade económica anunciadas. As empresas (industriais, agrícolas ou comerciais) pagam o IMI nas Finanças, que é a entidade que cobra impostos. Depois têm de apresentar o pedido de devolução do valor pago, comprovando que o mesmo foi feito, com a apresentação do recibo de pagamento. Ou seja, também neste caso o valor do IMI só é devolvido se os empresários requerentes apresentarem o comprovativo de pagamento do mesmo junto da Autoridade Tributária e Aduaneira. Vasco Estrela diz que estes apoios são para empresas que tenham as suas unidades de produção ou comerciais paradas. E dá o exemplo: “um armazém com carros velhos não terá, com toda a

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certeza a devolução de IMI”. Já questionado sobre se há empresas no concelho de Mação que estejam a precisar destes apoios municipais para sobreviver a esta crise o presidente da Câmara diz desconhecer, mas vinca o trabalho que as autarquias, modo geral, têm de fazer em prol dos seus territórios. “Se este apoio puder ajudar as empresas que estão em maior dificuldade, então estamos a cumprir aquele que é o nosso papel”, justifica o autarca. Estas são medidas concretas de apoio às atividades económicas são inéditas na região. Mação é o primeiro município a avançar com a devolução do IMI. Vasco Estrela refere de forma muito direta que

não há nenhuma corrida entre autarcas, que cada um faz o seu trabalho de acordo com a realidade do seu concelho. E salienta que todos estarão a fazer o melhor pelas suas comunidades. No caso de Mação há uma despesa global nestas medidas de apoio que podem rondar os 230 mil euros. Já a contabilidade certa sobre os apoios da isenção da fatura da água e resíduos em março foi da ordem os 60 mil euros. Se se fizer a soma de abril e maio andará nos 180 mil euros. Depois as medidas do IMI e das rendas podem somar mais 50 mil euros. No entanto, o presidente da Câmara deixa claro que o valor total dos investimentos de

combate à pandemia é muito mais alto “pois temos de somar aos apoios do município a aquisição de computadores, de máscaras, de testes de serviços de desinfeção (…) haveremos depois de fazer as contas, numa próxima revisão orçamental”. Mação volta a criar o mecanismo de isenção do pagamento da fatura da luz e resíduos em todo o concelho, mas agora tem de ser pedida. Depois chegam apoios ao pagamento de rendas das empresas do concelho e, por outro lado, o Município vai ainda fazer a devolução do valor do IMI pago pelas empresas que estão paradas devido à pandemia da COVID-19. Jerónimo Belo Jorge


REGIÃO / Sardoal

Município vai distribuir 3.500 máscaras sociais pela população. Centro de Colheitas a funcionar na Piscina Municipal A proteção individual é indispensável no combate à pandemia de Covid-19. Nesse sentido, a autarquia sardoalense disponibilizou um conjunto de material pelas IPSS’s do concelho, bem como pelo comércio local e pela GNR. Mas não só. O presidente do Município, Miguel Borges, deu conta em reunião do executivo camarário, que a autarquia tem também em curso a aquisição, no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, de 3.500 máscaras sociais para distribuir pela população. Um “investimento avultado”, diz Miguel Borges, “para tentarmos chegar a quase todos os sardoalenses”. São máscaras reutilizáveis “para oferecer à população” no âmbito de uma ação também pedagógica de “como usar e quando usar”, explica. O autarca explicou também que, no âmbito da ADC - Área Dedicada

Tejo, sendo que, à data de 29 de abril, não havia no concelho “nem vigilâncias ativas nem casos”. “Esperemos que assim continue por muito muito tempo”, acrescentou Miguel Borges, que classificou como “responsável” o comportamento adotado pela “esmagadora maioria das pessoas, tirando um caso ou outro”, onde tem intervindo a GNR com “um papel pedagógico muito importante e tem chamado à razão das pessoas”.

a Covid-19, que funciona no Centro de Saúde de Sardoal, foi disponibilizado um espaço na Piscina Municipal para fazer a colheita das análises, que funciona às terças e sextas-feiras durante o período da tarde. Referindo-se à pandemia de Co-

vid-19, o presidente do Município admitiu que o concelho tem “passado um pouco ao lado de tudo isto”. “Tivemos um único caso e cinco vigilâncias ativas”, explicitou, dando conta de que estes dados são cumulativos e que ficam nos registos do boletim do ACES Médio

Funcionários da Santa Casa da Misericórdia testados à Covid-19

“Os funcionários do lar da Santa Casa da Misericórdia já fizeram todos o teste”. O anúncio foi pelo presidente do Município de Sardoal, que explicou que esta realização de testes no âmbito da Covid-19 resultou de uma ação concertada entre a Proteção Civil Municipal, a

Proteção Civil Distrital e o Centro Hospitalar do Médio Tejo. Miguel Borges deu conta de que ainda não é sabido o resultado da globalidade das pessoas testadas mas “de alguns, pelo menos aquilo que se sabe é que não há resultados positivos, porque se houvesse a informação era logo dada”, disse. A este respeito, o autarca relembrou que a CIM do Médio Tejo tem contratualizada com a Faculdade de Farmácia de Lisboa a aquisição de 2.000 testes que fazem parte de uma reserva estratégia, “na eventualidade de poderem ser usados” para a comunidade. “Em princípio, não serão necessários, porque esta operação de testes está a correr muito bem, temos uma grande capacidade de testes e aqui na nossa zona temos um forte apoio e empenho do CHMT”, concluiu o autarca de Sardoal. Ana Rita Cristóvão

1.º Orçamento Participativo Municipal em 2020 Este foi mais um passo dado no caminho para o primeiro Orçamento Municipal em Sardoal. Após a aprovação do início do procedimento, a elaboração do documento e a sua colocação em discussão pública - tempo durante o qual não houve propostas de alteração, o executivo municipal, reunido por videoconferência a 29 de abril, aprovou por unanimidade a proposta de regulamento. O próximo passo é a aprovação do regulamento pela Assembleia Municipal, que reunirá durante este mês de maio, conforme disse o presidente do Município de Sardoal, Miguel Borges. O autarca explicou que valor monetário destinado a esta iniciativa que apela ao envolvimento cívico é “definido anualmente pela Câmara Municipal” após a aprovação do respetivo Orçamento Participativo.

Este ano, vão ainda ser “reavaliados na próxima reunião de Câmara os prazos para apresentação de propostas”, uma situação que, destaca o autarca, não está ligada à Covid-19. Em declarações ao Jornal de Abrantes, Miguel Borges explica que o Orçamento Participativo “apela à participação cívica dos jovens, dos menos jovens, para fazer propostas para melhorar algo que entendam dentro da sua terra”. “Faz com que as pessoas tenham essa participação, em individual ou em grupo, pensar a sua terra, pensar o seu concelho e sugerir - dentro do valor que for decidido [pela autarquia] quais são as melhorias que podem ser feitas”, conclui o presidente do Município. Ana Rita Cristóvão

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Maio 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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EDUCAÇÃO /

O arranque do 3.º Período escolar Com o país e o mundo a contas com a pandemia de Covid-19, o sistema educativo foi uma das áreas que mais alterações sofreu. O 2.º período foi interrompido duas semanas antes do seu término oficial e houve que “correr” para preparar o 3.º período. Ensino à distância, plataformas, aulas pela tv e trabalhos de grupo pela internet… um mundo novo para uns, apenas com alguns ajustes para outros, sem aulas presenciais para todos. Nestes tempos novos, fomos saber como se adaptaram os municípios e os agrupamentos a estes novos métodos de ensino e conhecer as dificuldades que encontraram no arranque do 3.º período letivo. Colocámos os responsáveis pela educação em discurso direto.

ABRANTES Celeste Simão, vereadora com o pelouro da Educação Pedimos aos agrupamentos que nos fornecessem os números dos alunos que não têm computadores ou internet em casa. O que vamos fazer é disponibilizar os computadores que estão nas escolas para que os alunos possam trabalhar em casa. De acordo com os números que nos forneceram no primeiro ciclo vamos ter computadores suficientes para todos os alunos poderem trabalhar. Esta tem sido uma política da Câmara de Abrantes de colocar todos os alunos do primeiro clico com computadores nas escolas. Começou no Mocho 21 e muitos desses têm vindo a ser substituídos pelo que nestes alunos a solução foi simples. Quanto aos outros níveis de ensino, através da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo também estamos a adquirir mais 72 computadores, já com ligação à internet. Estes serão disponibilizados para os outros níveis de ensino apesar de não ser da nossa competência, mas também nos preocupa os jovens que não tê computador em casa. Todos os computadores são entregues aos alunos a título de empréstimo, depois quando os alunos

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ra deste terceiro período estavam a fazer a avaliação da presença de internet em todas as residências dos alunos. Em Abrantes, o problema existe em localidades como Bemposta, Sentieiras, Brunheirinho, Pucariça, Vale das Mós, Água Travessa ou Aldeia do Mato, todas com sinal fraco ou inexistente. Temos um concelho com uma área territorial muito vasta e com várias zonas onde o sinal é fraco ou mesmo inexistente, pelo que estamos a solicitar às operadoras para um reforço do sinal. Neste sentido a Câmara de Abrantes fez uma primeira encomenda de 120 pen´s com router num contrato de cinco meses para resolver os problemas dos alunos sem acesso ou com dificuldades de acesso à internet.

Investimento no parque informático para o primeiro ciclo

Este investimento, em parte já estava feito por opção política deste ano e do ano passado. Já tinha havido um investimento forte em computadores por parte da Câmara e de uma candidatura da Comunidade Intermunicipal no âmbito de um programa de promoção do sucesso escolar. E temos agora este novo investimento no âmbito da CIMT também tem uma quota-parte da Câmara Municipal de Abrantes. Mas se faltar algum, mesmo assim, a Câmara tratará disso porque não queremos que nenhum aluno fique sem ter acesso à escola nos termos em que se desenha este final de ano letivo.

Transferência de competências não está em causa

regressarem às escolas os equipamentos informáticos também vão regressar. À partida a Câmara de Abrantes disponibilizou logo 357 equipamentos informáticos. Para reforçar a capacidade de resposta, face às necessidades, a Câmara Municipal adquiriu mais 72 computadores, através da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, no âmbito do Programa de Promoção do Sucesso Educativo (PEDIME. Estes foram os números enviados ao Ministério da Educação. Mas haverá sempre outras situações, que já surgiram, de miúdos que disseram que tinham computador e depois vieram a dizer que não tinham. São casos que temos de avaliar e verificar a veracidade e se se confirma a necessidade de um computador.

A cobertura da rede de internet

Na primeira semana de abertu-

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

Com estas mudanças e ajustes forçados pela pandemia, não me parece que o processo será atrasado. Começámos o trabalho cedo para que em setembro se possa cumprir a transferência de competências e ele tem continuado, mesmo de forma mais lenta, porque surgiram outras prioridades. Se a nível do governo possa haver alargamento do prazo não sabemos, mas a legislação está publicada. Dou um exemplo o plano de transportes escolares já aprovado em Abrantes contempla o transporte para crianças com necessidades especiais. E já foi aprovado. Se não tivermos outras indicações do governo em setembro, no caso de Abrantes, o processo avança mesmo.

CONSTÂNCIA Sérgio Oliveira, presidente da Câmara

Reforço de computadores no primeiro ciclo

O arranque o terceiro período decorreu com normalidade, não há questões para tratar, mas se existir algum pormenor cá estaremos para o resolver. Há um conjunto de alunos que não tem computador nem acesso à internet, de acordo com o levantamento que foi feito pelos serviços de educação da Câmara e pelo agrupamento de escolas. E de acordo com um dos programas da CIMT, o “Miúdos Digitais”, vamos adquirir um conjunto de equipamentos para suprir essas falhas que existem neste início de período.

É uma fase de nova aprendizagem para todos

É uma aprendizagem para todos esta nova fase que em entramos. Neste momento, quer na educação, quer na própria Câmara Municipal, funciona tudo muito à distância, tudo muito no online. A maioria de reuniões são através de suporte digital, através de videoconferências. Existia uma forma de trabalhar antes do COVID e vai existir uma forma de trabalhar depois do COVID.

Articulação entre autarquia e escola sempre existiu

Não é só agora que existe uma boa articulação entre a Câmara e o agrupamento escolar, sempre existiu. Se calhar por sermos um concelho pequeno, em que é possível esta proximidade entre a Câmara e as instituições, sempre tivemos, e temos, um diálogo muito próximo. Quando é preciso a Câmara falar com a escola ou quando é preciso a escola falar com a Câmara não há entraves, ou dificuldades. Isso vai continuar a existir.

MAÇÃO Vasco Marques, vereador com o pelouro da Educação O arranque do 3.º período em Mação foi um pouco a sequência do fim do 2.º período. Nas últimas duas semanas do 2.º período, a escola de Mação conseguiu encon-

trar soluções para que os alunos que estavam em casa pudessem terá acesso às matérias e aos trabalhos que lhes eram transmitidos pelos professores e que pudesse, de alguma forma, manter-se as ligações e manter-se o espírito letivo. Dentro das limitações que eram conhecidas, o Agrupamento de Escolas de Mação teve a capacidade de inventar soluções para que duas semanas antes da Páscoa não fossem perdidas. Muito pelo contrário. Serviram de teste para o 3.º período, mesmo enquanto não foram conhecidas as orientações oficiais.

Cobertura de Rede

A principal dificuldade em Mação tem a ver, sobretudo, com a falta de cobertura de rede nalgumas das nossas aldeias. O concelho de Mação é bastante disperso e há algumas aldeias que há muitos anos se vêm manifestando devido a problemas de falta de comunicação. Essa falta de comunicação nota-se sobretudo em situações de crise, como foi nos incêndios florestais em que as pessoas ficaram isoladas sem telefones. Esse é o maior problema que em conjunto temos que

tentar resolver de forma a permitir que as novas soluções tecnológicas se tornem viáveis.

Equipamentos

Em Mação temos registados 45 alunos que não têm acesso à internet e o que tem acontecido é que temos tentado arranjar alternativas. O Município, em conjunto com a Comunidade Intermunicipal, está a estudar propostas para encontrar uma solução para estes 45 casos, que passará possivelmente por internet móvel, para que todos eles tenham dentro das suas casas a internet com a qualidade necessária para assistir a uma aula, para funcionar em grupo, o que for, sem cortes ou interrupções que iriam tornar o esforço desses alunos infrutífero. No Agrupamento de Escolas de Mação identificámos 84 casos a precisar de apoio no hardware, ou seja, nos equipamentos informáticos. Esses casos estão divididos por todos os escalões de escolaridade.


EDUCAÇÃO / Em tempos, através do programa da Comunidade Intermunicipal, o PEDIME, já tínhamos disponibilizado ao Agrupamento 24 equipamentos. Neste momento está a decorrer o PEDIME 2 onde está prevista a aquisição de outros 24.

Papel do Município

Numa primeira fase, o Agrupamento de Escolas tinha comunicado ao Município a necessidade de 58 equipamentos e o Município tem vindo a diligenciar no sentido de tentar resolver a situação a esses 58 alunos. Mais tarde, com o conhecimento que alguns equipamentos existentes não reúnem as características técnicas que permitam que os programas corram de uma forma rápida (há quem tenha computadores com softwares obsoletos), surgiu a necessidade de aumentar os 58 para 84. Neste momento não está previsto dar essa resposta, entendemos que o Agrupamento também poderá ter outras soluções e julgo que sim, mas este apoio que o Município se disponibilizou a prestar é uma solução muito significativa e dentro das nossas possibilidades. Quanto aos restantes 26 alunos, esperemos que existam outras soluções e tudo se irá resolver. Outra medida é o facto de a Câmara Municipal de Mação dispor de um software, que é a plataforma SIGA - Sistema Integrado de Gestão e Aprendizagem – Edubox que poderá ser muito útil nesta situação de crise que estamos a viver. Esse software poderá ser a plataforma de ligação entre as pontes fulcrais desta matéria: família, escola, com o apoio de retaguarda do Município. Para aceder a essa plataforma terá que haver autorização dos encarregados de educação, um registo, e é o local onde professores e Agrupamento iriam colocar toda a informação que pretendam fazer chegar tanto aos alunos e encarregados de educação, como ao Município. Todos teríamos canais de acesso com passwords de utilizadores e de uma forma bem organizada podíamos usar esse espaço comum para fazermos uma gestão tanto das matérias letivas como das matérias administrativas que têm a ver com a Câmara, como transporte escolar, refeições… Se conseguirmos trabalhar todos juntos e numa única plataforma reunirmos todos os dados, conseguimos poupar tempo, dinheiro e energias. Seria uma boa ferramenta, sobretudo nesta fase difícil, em que podemos dar mais este apoio à escola e às famílias.

SARDOAL Pedro Rosa, vereador com o pelouro da Educação Em Sardoal as coisas correram

com a normalidade que era esperada, pese embora esta anormalidade que nos assola. Para já, o arranque do 3.º período está a ser positivo pois foi tudo preparado atempadamente e de acordo com as indicações do Ministério da Educação. A Escola preparou o plano de intervenção para colocar em prática as aulas na modalidade de ensino à distância e, até ao momento, está tudo a decorrer normalmente.

As dificuldades

Neste tipo de processo, as dificuldades são sempre muitas, ainda para mais quando estamos a falar de um processo de ensino que não é habitual. Sabemos que existem alguns professores que já estão habituados a trabalhar nestas modalidades, seja por videoconferência ou

Agrupamento ou pela Autarquia. Também esperamos que com o passar do tempo algumas falhas possam vir a acontecer. Já tivemos três alunos, logo no início, a quem, subitamente, os computadores avariaram e tivemos que encontrar uma resposta rápida.

Cobertura de rede

Esse será um dos grandes obstáculos. A conectividade em algumas zonas ainda não é a desejável. Nem todos os locais têm ligação por fibra, nem todas as famílias a possuem mas, até ao momento, quer mais rápido ou mais lento, as coisas têm estado a acontecer. Alguns alunos não tinham mesmo internet e o Município está já a encontrar a solução para que eles possam ter acesso.

Equipamentos

transmissão de alguns conteúdos via plataformas de apoio ao ensino, mas é claro que os problemas vão surgir porque é uma realidade diferente. O próprio país não estava preparado para esta realidade e teve que se adaptar em muito pouco tempo, mas julgo que as dificuldades serão sempre pontuais e terão muito a ver com a questão dos equipamentos e com a própria interação dos professores com os alunos. É que os nossos territórios ainda têm algumas dificuldades de conexão e isso pode ser um constrangimento nalgumas situações, mas vamos tentando resolvê-las à medida que elas vão surgindo por forma a que todos os nossos alunos estejam em pé de igualdade e que esta máxima do ensino universal e equitativo para todos seja realmente cumprida.

Papel do Município

Logo que começaram a ser conhecidas as primeiras instruções relativamente a este 3.º período, com a colaboração do Agrupamento, iniciámos um diagnóstico sobre todos os alunos que tinham necessidade de equipamento informático e de ligações à internet. Surpreendentemente, temos um número escasso de alunos que não tem computador ou acesso à internet. É fruto dos tempos e as pessoas estão cada vez mais adaptadas às novas tecnologias. Como tal, foi fácil. Neste momento temos todos os alunos a trabalhar com um computador, seja com o seu pessoal, seja com computadores cedidos pelo

No que se refere à questão dos equipamentos, estamos em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e todos os municípios que a compõem, a desenvolver um procedimento para a aquisição de mais computadores, também para antever alguma dificuldade que possa surgir e desta forma colmatar todas as falhas que possam acontecer. Que não seja pela falta do equipamento que o sucesso desta nova forma de aprendizagem possa acontecer.

VILA DE REI Ricardo Aires, presidente da Câmara que assume o pelouro da Educação

Estamos a aguardar dentro em breve a entrega de mais 34 computadores portáteis, caso sejam necessários, para que ninguém fique de fora.

Papel do Município

É um investimento que o Município está a fazer e que não esperava, especialmente estes 34 últimos, mas achamos que mais vale pecar por excesso. O que queremos é que todos os alunos tenham as mesmas condições para que o ensino seja igual para todos.

Cobertura de Rede

Onde poderá haver mais dificuldades é na cobertura de rede para a internet pois poderá haver zonas onde essa dificuldade se coloque. Neste momento, aguardo respostas dos operadores para decidirmos o que vamos fazer. A operadora que tiver melhores condições, será a que vamos assumir. Já estamos em contacto com três, já temos números e o Agrupamento de Escolas já tem sinalizados alguns alunos, mas ainda faltam as respostas de outros acerca da necessidade, ou não, de internet e também da qualidade do sinal em sua casa.

O Agrupamento teve reuniões com os professores e os diretores de turma falaram com os respetivos alunos e encarregados de educação. Tudo por videoconferência. As aulas já começaram e estamos com a expetativa de que corra bem. É um ensino à distância, completamente diferente do que era habitual, mas trata-se de um período de adaptação.

Equipamentos

Durante as férias da Páscoa, juntamente com a direção do Agrupamento de Escolas de Vila de Rei, estivemos a verificar se havia alunos que não tinham condições, como falta de equipamento. O Município de Vila de Rei tem à disposição, já imediata, 34 computadores portáteis e 48 tablet’s. Neste momento ainda aguardamos a lista, por parte do Agrupamento de Escolas, para colocarmos esses equipamentos informáticos nas casas dos alunos que deles necessitem para receberem o ensino à distância. Queremos que todos os alunos de Vila de Rei tenham as mesmas condições.

VILA NOVA DA BARQUINHA Marina Honório, vereadora com pelouro Educação Este arranque tem corrido bem, com o empenho do corpo docente e da direção do agrupamento, em parceria com o município. Estivemos na primeira semana a ultimar todos os pormenores para que todos os alunos possam ter um terceiro período com as videoconferências ou com outros meios que os professores entendam necessários.

Aquisição de mais computadores para o primeiro ciclo

No primeiro ciclo o que temos

feito é uma análise de todos os pedidos que nos chegam, quer ao município, quer ao agrupamento. Os pedidos são encaminhados para o agrupamento para ser analisada a metodologia que está aplicada por cada um dos docentes e através dos diretores de turma. Por forma a ninguém ficar prejudicado têm sido atribuídos computadores nas situações identificadas como pertinente o seu uso e o aluno não disponha desse meio. Também a este nível o município da Barquinha, em conjunto com outros municípios no âmbito da CIMT, adquiriu mais 24 computadores para ficarem disponíveis para esse serviço. Estes vêm juntar-se aos que já tínhamos e que já emprestamos a alunos. Foram sete computadores que antes do começo do período já emprestamos a alunos que não tinham esta ferramenta.

Projeto educativo da ciência tem ajustes

As atividades que eram feitas na escola Ciência Viva em conjunto com o Centro Integrado de Educação em Ciências foram canceladas por serem atividades presenciais. Como este trabalho muito ligado às experiências implica atividades presenciais foi cancelado. Mas iremos encontrar formas de comunicar a ciência através do centro, junto dos alunos.

Olhar para o futuro de forma diferente

Este tempo implica que olhemos para o futuro de outra forma porque não sabemos se uma situação destas não se pode vir a repetir. Da mesma forma que ninguém estava a espera que surgisse numa altura destas e que implicasse tanto empenho na nossa segurança e dos outros. Vamos ter de repensar e ter de ter aqui outros mecanismos de transmissão do conhecimento e que, no caso destas situações, faça com que com continuemos a funcionar e que continuemos a garantir, em conjunto com o agrupamento, que os nossos alunos não sejam prejudicados. Quer seja nas plataformas da escola, nos “Miúdos Digitais” e noutras plataformas que vamos utilizar. Ou seja, a pandemia, leva-nos a pensar na forma de ensino até à presente data. Acima de tudo há a registar o empenho dos professores, do agrupamento e dos pais no sentido de garantir a segurança deles e, no fim de contas, de todos nós. Patrícia Seixas e Jerónimo Belo Jorge

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REGIÃO / Vila de Rei

Hotel Vila de Rei preparado para funcionar como Unidade de Retaguarda Como medida preventiva face ao alastrar e ao combate à epidemia da Covid-19, o Hotel Vila de Rei encontra-se preparado para funcionar como Unidade de Retaguarda, podendo assim, em caso de necessidade, apoiar e receber doentes contaminados com o vírus SARS-CoV-2. A decisão, tomada pelos representantes da Proteção Civil Municipal, Delegada de Saúde, Diretora do Centro de Saúde de Vila de Rei e equipa de Bombeiros, cria assim uma unidade de prevenção com 17 quartos, equivalentes a 34 camas, a que se juntam mais 80 camas divididas pelos dois salões do edifício. O presidente da Autarquia vilarregense, Ricardo Aires, afirma que “o Município de Vila de Rei encontra-se a trabalhar com o objetivo de proporcionar as devidas medidas preventivas face ao alastrar desta epidemia global. A preparação do Hotel Vila de Rei para funcionar como Unidade de Retaguarda é uma dessas importantes medidas que, embora todos queiramos que não venha a ser necessário utilizar, vem salvaguardar possíveis vilarre-

cedidas pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade), máscaras Cleanroom, máscaras cirúrgicas, máscaras FFP2, fatos de proteção, cobre-sapatos em polietileno branco, toucas descartáveis, mangas descartáveis, óculos de proteção, aventais descartáveis, viseiras (criadas e oferecidas por

Paulo Mendes, da freguesia da Fundada). Parte deste material foi já distribuído, sendo que será totalmente entregue às devidas instituições nos próximos dias, refere o Município. O autarca destacou também esta entrega de material, afirmando a importância deste material de proteção individual para que “todos estes homens e mulheres que se encontram na linha da frente no combate a este vírus possam estar devidamente equipados, protegendo-se a si e a todos aqueles com quem contactam durante o seu importantíssimo trabalho”. “A função de todos estes profissionais é de grandessíssima importância e nunca é de mais louvar o esforço que todos têm feito em prol da comunidade. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer a total disponibilidade dos representantes do Hotel Vila de Rei na cedência do espaço e as IPSSs do Concelho que auxiliaram através da cedência de equipamento para a criação desta Unidade de Retaguarda”, disse ainda.

Vila de Rei, Ricardo Aires, adianta que “depois da aplicação destas medidas nas Áreas de Reabilitação Urbana em Vila de Rei e em Fundada, estamos agora igualmente a criar uma descriminação positiva nos impostos sobre o património e a simplificar o acesso a outros benefícios e programas em São João do Peso e em Estevais. O objetivo será criar melhores condições para a fixação da população e, simultaneamente, dinamizar e regenerar estes dois núcleos urbanos.” A definição das localidades onde estas medidas e benefícios são aplicados seguem critérios relacionados com a necessidade de intervenção e recuperação de um número significativo de edificações

(tanto para aquisição de habitação como para arrendamento), por serem áreas que apresentam as maiores taxas de emprego e por lá se localizarem agentes económicos do concelho. Para os habitantes de outras localidades, o Município dispõe igualmente de diversos apoios, nomeadamente o Regulamento Municipal de Apoio à Recuperação de Habitações Degradadas, disponível na página da internet da Câmara Municipal. O processo será agora submetido a um período de discussão pública. Os serviços do Município de Vila de Rei encontram-se igualmente a trabalhar no desenvolvimento da operacionalização da ORU de Milreu.

/ 17 quartos, equivalentes a 34 camas, a que se juntam mais 80 camas divididas pelos dois salões do edifício. genses infetados. O Município de Vila de Rei encontra-se igualmente a distribuir equipamentos de proteção individual pelas IPSSs e unidades de Proteção Civil (Bombeiros e GNR) do concelho. Entre esse material destacam-se, luvas (com parte delas a serem

Município reduz IVA de reabilitações em São João do Peso e Estevais O executivo municipal de Vila de Rei aprovou, em reunião ordinária realizada a 20 de abril, a proposta de Operação de Reabilitação Urbana – Programa Estratégico de Reabilitação Urbana, a implementar nas Áreas de Reabilitação Urbana de São João do Peso e de Estevais. À semelhança do que acontece já na Área de Reabilitação Urbana de Vila de Rei e de Fundada, esta proposta vem incluir um conjunto de novos apoios e benefícios fiscais nas ARUs de S. João do Peso e de Estevais, onde se destaca a redução do IVA de 23 para 6% nos trabalhos de reabilitação dos imóveis. O Município informa que para ter acesso a este benefício, “é necessário que o contrato da obra seja celebrado com um único empreiteiro, que será responsável por fazer a respetiva dedução do IVA junto da Câmara Municipal”. Para além da redução de IVA, foram igualmente aprovadas medidas adicionais de apoio para a rea-

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bilitação de edifícios que aumentem o seu Estado de Conservação em dois níveis após os respetivos trabalhos de reabilitação (níveis classificados de Péssimo a Excelente – informações adicionais no Departamento de Obras Particulares do Município de Vila de Rei ou através do endereço de correio eletrónico obras@cm-viladerei.pt) Estes apoios passam pela isenção de IMI, isenção de IMT, dedução da coleta de IRS até ao montante de 500€ e vantagens ao nível de mais-valias e rendimentos prediais. Para usufruir desta lista de benefícios (excluindo o desconto direto do IVA, que é válido para quaisquer obras de reabilitação), os possíveis beneficiários deverão solicitar ao Município uma vistoria antes e após a conclusão das obras, para determinar a subida mínima de dois níveis de Estado de Conservação do imóvel. O presidente do Município de

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

17.º Festival Rock na Vila já tem cabeça de cartaz da primeira noite A décima sétima edição do Festival Rock na Vila foi adiada para os dias 25 e 26 de setembro, como medida preventiva face à atual conjuntura nacional de propagação do vírus SARS-coV-2, responsável pela doença Covid-19, e seguindo as diretrizes preventivas da Direção Geral de Saúde. Com esta alteração, a organização do Festival viu-se obrigada a realizar algumas alterações ao alinhamento do cartaz, de onde se inclui o cabeça-de-cartaz da primeira noite do Rock na Vila. Depois de assegurar nomes como Plutonio, Artigo 21, Mercadoria, Paloma del Pillar, TrueKey e dos DJs Nuno Calado e Kiss Kiss Bang Bang, o Município de Vila de Rei, enquanto entidade organizadora do Festival, lançou o nome do cabeça-de-cartaz para a noite de 25 de setembro. Cantor e compositor, Murta deu-se a conhecer ao país na edição de 2016 do The Voice Portugal, onde alcançou a final. Hoje os vídeos das suas atuações somam milhares de visualizações. Só o vídeo da Prova Cega, em que interpretou ‘Georgia on my Mind’, de Ray Charles, soma já mais de 4,5 milhões de visualizações. No último ano, Murta lançou o seu primeiro single, ‘Porquê’, que marcou presença no top das principais rádios nacionais e cujo vídeo no Youtube conta com mais de 5,5 milhões de visualizações. As entradas para o 17º Festival Rock na Vila continuarão a ser gratuitas, tal como o campismo que apresenta excelentes condições para quem desejar acampar e usufruir do evento em toda a sua plenitude.


SOCIEDADE /

Mação, Sertã e Vila de Rei vão ter projetos piloto de transformação da paisagem

/ Incêndio de 2019 em Roda, Cardigos, Mação deu-se à preparação de um pacote legislativo e financeiro vasto, sob a égide de um Programa de Transformação da Paisagem”, integrado no Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, e que “será em breve aprovado” pelo Conselho de Ministros. “Aguarda-se a aprovação do quadro regulamentar, sendo que o exercício de planeamento previsto para os concelhos em questão será desenvolvido de forma articulada com as novas orientações” que decorrem do PITT e que “decorre do reconhecimento de que para determinados contextos territoriais se impõe o desenvol-

vimento de respostas territorializadas e integradas, em particular quando são expostos a eventos de grande severidade e destruição”, como são os incêndios rurais, esclareceu. Nos “últimos anos”, vincou, “os incêndios rurais foram exponenciados por eventos climáticos anómalos e extremos, assumindo dimensões e efeitos negativos de elevada magnitude, com consequências sem precedentes na sociedade, na economia e no ambiente”. Por isso, defendeu que “a dimensão dos fenómenos vividos, a previsibilidade do seu agravamen-

Os incêndios rurais “evidenciam uma necessidade urgente de intervenção e ação pública”

to e recorrência num quadro de alterações climáticas e o reconhecimento das vulnerabilidades do território (climáticas, biofísicas, sociais e económicas), evidenciam uma necessidade urgente de in-

tervenção e ação pública”. João Paulo Catarino disse ainda que “os grandes incêndios de 2017, o de Monchique e Silves, em 2018, e o de Mação, Vila de Rei e Sertã, em 2019, ao exporem um conjunto de vulnerabilidades, determinaram esta necessidade de planear e implementar programas de revitalização e transformação da paisagem”. O governante deu conta que foi nestes termos que se definiu o Programa de Revitalização do Pinhal Interior, o Programa de Reordenamento e Gestão da Paisagem das Serras de Monchique e Silves (PRGPSMS) e o Plano Integrado de Transformação Territorial para os concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei. Para o governante, “esta transformação territorial só poderá ocorrer se planeada a partir do reordenamento e gestão da paisagem, orientado para a concretização (a prazo) de novos modelos de organização dos usos, ocupações e aproveitamentos do solo”. João Paulo Catarino deu ainda conta que este PITT deverá “garantir orientações para o reforço da aplicação dos programas de política ambiental, florestal, agrícola e de desenvolvimento regional, quer no quadro das medidas atualmente existentes, quer na perspetiva dos novos instrumentos de política pós-2020”. O Grupo de Trabalho do PITT, coordenado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, inclui representantes dos Ministérios envolvidos, da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, dos três municípios, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, das organizações de produtores agrícolas e florestais dos concelhos afetados e da Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul.

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Os municípios de Mação, Sertã e Vila de Rei já apresentaram ao Governo projetos piloto de transformação da paisagem com o objetivo de recuperar a área ardida e ativar a gestão agroflorestal. A confirmação foi dada por fonte oficial da secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território. “A iniciativa de elaboração do Programa de Transformação da Paisagem (PITT) (…) não prejudicou a realização de trabalhos nos concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei, havendo já propostas de intervenção para áreas integradas de gestão da paisagem”, disse a mesma fonte. O Governo criou um Grupo de Trabalho, em agosto de 2019, para elaborar o PITT para os concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei, afetados por grandes incêndios, um plano inicialmente previsto para ser entregue até hoje. Aquele grupo de trabalho é coordenado pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino. Questionado pela Lusa sobre o PITT e a implementação dos projetos piloto nestes municípios, o secretário de Estado explicou que, “no âmbito da preparação destes programas, e no sentido de garantir maior assertividade e impactos reais nos territórios, revelou-se necessário proceder à preparação de um quadro regulamentar estruturado, que permita enquadrar do ponto vista jurídico, financeiro e de ordenamento e gestão territorial, intervenções dirigidas a territórios vulneráveis com necessidades de estruturação prementes ao nível da paisagem e da propriedade rustica”. Neste sentido, afirmou, “proce-

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Maio 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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OPINIÃO / CARTA DO LEITOR /

149,850: Quilómetro “sem lei” da EN 118 Alvega, 14 de Abril de 2020 Luís Ferreira

Estas linhas (Carta Aberta a “Presidentes”, “Gestores” e outros que tais!) não são para discutir construções de parques de estacionamento (PE) com muros “de calça curta” em desrespeito do Código Civil (as atitudes ficam para quem as pratica: “decisores despachantes e interessados despachados”). Para que não restem dúvidas, aqui e agora, quero dizer que nunca pus em causa que a Travessa das Nogueiras, em Alvega, fosse / é uma via pública, nem nunca ninguém me ouviu dizer que sou contra os investimentos e desenvolvimento na e da minha terra. Mas como vivemos em democracia, andei por aí a pedir explicações (atitude que não foi bem aceite em alguma classe política e privada). Esta carta é, igualmente, para dizer a alguns desses Senhores (“decisores despachantes”), que não sou “cego, surdo e ou mudo” e que, por via da minha experiência e formação profissionais, também percebo alguma coisa de Legislação e Segurança Rodoviárias [já contribuí para decisões e despachos proferidos acerca de situações parecidas com a pretensão ora “vechada” pelo Senhor Presidente da CMA (Câmara Municipal de Abrantes), na reunião daquela autarquia, em 31MAR20, informação veículada por diversos OCS (Órgãos de Comunicação Social), locais]. O Parecer agora proferido pela IP-GRSL (Infraestruturas de Portugal, Gestão Regional de Santarém e Leiria) e aproveitado pelo Senhor Presidente da CMA para tentar denegrir a minha imagem e reputação (bem sabendo já este que sei do que falo), é contraditório. A saber, em 27ABR18, tal serviço da IP-GRSL, comunicou à CMA (sobre a demolição da casa que deu origem ao PE), o seguinte: “(…) não se vê inconveniente (…), relativamente (…) à demolição do edifício (…) e à construção de lugares de estacionamento (…) porque não agrava (…) circulação e segurança rodoviárias e melhora a visibilidade do trânsito (…)”, no

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presente, em 26FEV20, sobre a colocação de pilaretes e ou outra solução idêntica [para acabar com o estacionamento irregular na EN 118 (Km 149,850)], a mesma Gestão da IP-GRSL, vem dizer o seguinte: “(…) O estacionamento abu• sivo em causa, é (…) um problema que viola (…) o Código da Estrada (…) preferencialmente, deve ser resolvido pelas autoridades policiais (…)” [comentário: multiplas infrações de curta / média duração, que não deixam de perigar a vida e integridade física de todos nós (peões e condutores cumpridores), deitam por terra o dito melhoramento da visibilidade, “bandeira” do Parecer da IP-GRSL, de 27ABR18. Mais, não é possível travar essas ações perigosas, através das forças policiais (posição também defendida, logo na primeira reunião quinzenal em que compareci, em 03SET19, pela CMA). Concluindo, a IP-GRSL apoiou a demolição duma casa (para, entre outras razões, melhorar a visibilidade aos condutores) e agora “defere implicitamente”, o estacionamento irregular de veículos (que são transparentes!?), frente ao local onde existia o imóvel demolido]; •“(…) Estes pilaretes constituem-se como obstáculos à circulação de peões (…)” [comentário: não é verdade porque o passeio tem largura suficiente]; •“(…) A sua colocação (…) pode levar a que os veículos estacionem mais atrás ou mais adiante (…)” [comentário: Senso comum, ninguém estaciona muito longe do local ao qual se quer deslocar, ainda por cima quando tem de deixar o veículo mal posicionado numa EN]; •“(…) Mesmo admitindo que é uma solução (…) utilizada em arruamentos urbanos, não deixam de ser soluções de “más práticas” (…)” [comentário: basta percorrermos três vias nacionais que cruzam o concelho / cidade de Abrantes, a EN 118; a EN 2 e a EN 3 (todas administradas pela mesma IP-GRSL), para verificarmos que ali estão presentes, de forma legal e ou tolerada, os ditos pilaretes, floreiras, etc…]. Mas, voltemos ao fim de março (dia 31) e às declarações do Edil abrantino. Até 26FEV20, altura em que surgiu este

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último Parecer da IP-GRSL (muito “estranho”), tínhamos uma autarquia que relatava / dizia como vou transcrever (agora, temos um Presidente de Câmara a “defender” infrações e insegurança rodoviárias): •03SET19 (Ata da reunião da CMA): “(…) para minimizar (…) estacionamento abusivo (…) a autarquia está a ponderar (…) a colocação de floreiras ou pins (…)”; •23SET19 (Relatório acerca duma reunião presencial em Alvega, entre um Técnico da CMA e alguns moradores e proprietários locais): “(…) efetivamente há indícios da prática do estacionamento abusivo (…) importa, assim, evitar essa situação abusiva e potenciadora de riscos para a segurança rodoviária, sendo certo que não será possível à GNR disponibilizar militares durante todo o dia para impedir a situação (…) a única forma de resolver esta situação (…) instalação de barreiras físicas (…)”; •12NOV19 (Ata da reunião da CMA): “(…) relativamente à questão dos pilaretes (…) é uma das soluções apresentadas em tempo pelo Município (…) a situação está devidamente identificada (…) irá diligenciar (…), quer seja por parte da autarquia ou das IP, os pilaretes sejam colocados para proteger (…) os cidadãos que ali circulam (…)”; •21NOV19 (E-mail da CMA dirigido à IP-GRSL): “(…) No local constatou-se que efetivamente há indícios (…) do estacionamento abusivo (…) compreende-se que não será possível à GNR disponibilizar militares durante todo o dia para impedir a situação (…) como se trata de um local onde o estacionamento já é proibido (…), seria redundante a instalação de sinalização (…) proibindo esse estacionamento e (…), também não seria certo que (…) seria respeitada (…) aparentemente a única forma de resolver (…) será impedindo fisicamente o estacionamento (…); •17DEZ19 (Ata da reunião da CMA): “(…) O Presidente da Câmara (…) disse que se espera que a colocação dos pilaretes venha a ser uma boa solução (…)”; •07JAN20 (Ata da reunião da CMA): “(…) os pilaretes irão ser repostos, aguarda-se pela articulação com a IP (…)”. Outro objetivo desta minha carta é esclarecer algumas pessoas menos atentas, que têm ouvido falar dos “assuntos” daquele local de Alvega, mas que não conseguiram ter acesso a todas as “peças do puzzle” e indicar (espero não vir a ter razão) que estarei disponível para testemunhar em qualquer acidente / incidente que ali venha a acontecer por via das omissões, dos “senhores despachantes”, subjacentes nesta minha missiva. Por fim, mas de forma muito sincera, uma vénia e uma palavra de agradecimento a quem tem apoiado e compreendido estes “SOS”, em particular, ao Senhor Vereador Armindo Silveira, que desde a primeira hora e fazendo “jus” à missão que se propôs cumprir (por via da sua carreira política / eleição), tem tentado ajudar, sempre numa prespetiva da solução a alcançar ser a de “ganhar ganhar” (para todos), a melhor forma de “terminar” um caso em que divergem os interesses e as opiniões.

OPINIÃO /

Três lições José Alves Jana FILÓSOFO

O

s EUA têm-nos dado uma lição que importa não deixar passar despercebida: qualquer palerma pode ser eleito (até presidente de uma da maior potência), mas nenhum palerma pode assegurar uma boa política. Porque para ser leito basta… ser aldrabão, ao passo que para realizar uma boa política são necessários bom conhecimento, inteligência, boa liderança, informação qualificada, boa percepção da ordem das coisas e, já agora, um bom conjunto de valores que apontem numa boa direção no que respeita à gestão da polis ou coisa pública. Infelizmente, Trump não está sozinho. E infelizmente, esta lição não diz respeito apenas aos grandes países. Também os pequenos países e mesmo os municípios e as freguesias estão sujeitos ao mesmo risco, o da confusão entre popularidade e qualidade, entre resultados eleitorais e resultados de políticas concretas. Mas há uma outra lição que vemos afirmar-se por esse mundo fora. A um perigo bem percebido não há boa resposta que não venha credenciada por bom conhecimento científico. Quer queiram, quer não, têm sido a ciência e a sua filha primogénita, a técnica fundada sobre a ciência, a indicar o caminho para uma possível saída eficaz. A verdade é que a fé na ciência, mais concretamente nas ciências da saúde, só aconteceu quando a morte começou a aproximar-se do comum das pessoas. De facto, a pandemia tinha sido anunciada, tinha sido simulada e com resultados catastróficos. Nada, porém, levou governos ou populações a acautelarem aquilo que mais temiam. Podemos dizer que o mesmo se passa com as alterações climáticas? Que só aceitaremos tomar medidas quando a morte se aproximar de nós o suficiente para lhe sentirmos o bafo sobre a nossa nuca? Mas quem diz alterações climáticas diz desenvolvimento do interior rural. Não vamos a lado nenhum sem o guia seguro das várias ciências, em vez de nos guiarmos pela opinite mal informada. Cadê as ciências? E a sua ligação com a nossa prática? Há ainda uma outra lição em que vale a pena reparar. Contra as teorias vulgarmente em uso, não houve bons

resultados políticos nesta crise pandémica senão com a ação responsável dos cidadãos, não só como mobilizadores da opinião pública mas também como agentes de comportamentos responsáveis. Os (bons) políticos não podem dispensar a participação dos cidadãos. Mas também é verdade que só os cidadãos não conseguiriam obter os resultados que só a decisão política e os vários meios de que esta dispõe permitiram concretizar. Políticos sem cidadãos ou cidadãos sem políticos é chover no molhado e morrer mesmo que seja perto da praia. Nas grandes questões de nível global, como nas não menos importantes (para nós) de nível local. As lições estão à vista. Mas ninguém aprende obrigado. A não ser… obrigado por uma ameaça suficientemente forte. Mas não é uma fatalidade. A História mostra-nos muitos exemplos de pessoas e comunidades que não esperaram a desgraça para tomar medidas. É sempre boa hora para “fazer o que ainda não foi feito”.

Políticos sem cidadãos ou cidadãos sem políticos é chover no molhado e morrer mesmo que seja perto da praia


SOCIEDADE /

A pandemia provocou alguma retração no comércio, apesar das filas teimarem em continuar a verificar-se nalguns supermercados. Mesmo nos produtos agrícolas houve alguns ajustes nas compras por parte daqueles que mantêm a sua atividade, mesmo que seja de fim de semana. E por causa desta retração a empresa de Abrantes (Alferrarede) Manuel Cadete Limitada ficou com 250 kg de batata de semente para devolver ao fornecedor. Mas a ideia foi diferente, porque não semeá-la e oferecer a produção a instituições sociais e pessoas mais necessitadas. “A ideia começou quando começou esta maldita pandemia”, explica André Cadete porque houve “uma paragem no movimento dos nossos clientes. Houve ali uma paragem naquilo que foi o movimento normal. E as vendas de batata de semente ficaram aquém das previsões”. Diz no André que ficara no armazém algumas sacas de batata porque os clientes apostaram noutros produtos, mais hortícolas. Passaram a olhar para a courgette, alface, tomate, aromáticas e por aí fora. Com as sacas de batata prontas para devolução ao fornecedor houve, no entanto, outra ideia: “Falei com o meu pai e com o presidente da Junta de Freguesia de Mouriscas [o André Cadete é o tesoureiro do executivo] e falámos com o diretor da Escola [Escola Profissio-

nal de Desenvolvimento Rural de Abrantes]”. Ora, Pedro Matos, presidente da Junta de Freguesia diz que quando lhe foi apresentada a ideia não olhou para trás. “Trata-se de uma forma de podermos ajudar algumas instituições da terra, a ACATIM (Associação Comunitária de Apoio à Terceira Idade de Mouriscas), a própria escola que tem alunos nos PALOP’s ou famílias que passem por mais necessidades” clarifica Pedro Matos que acrescenta que “temos uma escola agrícola com a sua boa vontade para avançar com este projeto”. O autarca de Mouriscas deixa bem claro que a Comissão Social de Freguesia está a funcionar e que trabalha de mãos dadas como a Cáritas Diocesana que presta o apoio aos mais necessitados, nomeadamente isso já acontece com o Banco Alimentar contra a Fome. João Quinas, o diretor da EP-

250 quilos de semente podem ter uma produção de 2.500 quilos de batata

DRA, confirma o momento em que “recebeu o desafio” para esta sementeira de batata com o objetivo “de distribuir pela freguesia, instituições e pessoas mais carenciadas que estejam a passar algumas dificuldades, pelo que estamos a viver com o Estado de Emergência”. Se a empresa Manuel Cadete oferece a batata de semente, se a Junta de Freguesia fornece a lista que vai receber a batata “a EPDRA fornece o terreno e toda a parte operacional da sementeira”, diz João Quinas. E depois a questão final, quanto é que pode ser a produção final desta iniciativa? João Quinas faz as contas muito simples. “Ponderados todos os fatores que podem influenciar a produção, desde a meteorologia a outros, se temos 250 quilos de batata, normalmente multiplicamos por dez, quer dizer que poderemos vir a ter uma produção de 2.500 quilos, ou seja, duas toneladas e meia de batata”. A batata foi semeada no início de abril, o que quer dizer que daqui a cerca de um mês e meio ou dois meses e meio, mais dia menos dia, poderá estar pronta para colheita, ou seja, lá para meados de junho poder-se-á pensar na apanha. Depois caberá à junta de freguesia, com apoio dos dois parceiros, proceder à sua distribuição, sabendo-se, de antemão, que a ACATIM será a principal beneficiária desta iniciativa. Jerónimo Belo Jorge

OPINIÃO /

Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS nmalves@sapo.pt

N

a eminência de uma nova crise económica que bem poderá superar a dimensão da crise anterior, aguarda-se com expectativa sobre as medidas que concretamente serão tomadas para recuperar a economia. Na Europa, os países membros da zona Euro acabam por estar fortemente dependentes das iniciativas tomadas pelo Eurogrupo. E considerando isso, muitos entre nós devem provavelmente acreditar que as lições da última crise foram bem aprendidas pelos nossos governantes. Isso é possível e, talvez no decorrer da mitigação da crise económica que nos tomou de assalto essas lições venham a ser aplicadas. Contudo, a crise de saúde em que vivemos presentemente veio colocar a nu as debelidades económicas e sociais que passaram bem ao lado das preocupações políticas mas que provavelmente poderão desempenhar um papel devastador nos tempos por vir. Uma das primeiras medidas já anunciadas irá permitir às empresas acesso a linhas de crédito. Essa medida não é nova. Se há coisa que não parou de ser feita nos últimos dez anos foi injectar quantidades massivas de capital nas economias capitalistas ocidentais com taxas de juros próximas de 0%. Curiosamente, boa parte desse dinheiro acabou por nunca chegar à economia real ou por ser usado pelos governos para estimular investimentos estruturais na economia que agora seriam fundamentais para superar a crise com menores danos. Ao invés disso, boa

Estamos prontos? parte desse dinheiro acabou no sector financeiro. Mais do que tudo, muitas empresas aproveitaram os resgates financeiros para conseguirem maiores lucros e mais dividendos para os seus accionistas quando a crise terminou, institucionalizaram a precariedade e salários reduzidos para os trabalhadores, mas nunca manifestaram interesse em investir esses ganhos em modelos de gestão que providenciassem uma recuperação mais sustentável e equitativa. Contudo, esta medida poderá ser o fósforo que irá acender o rastilho de uma bomba maior. A dívida privada existente nas economias ocidentais cresce a olhos vistos e é já consideravelmente superior aos valores existentes nas vésperas de 2008. Lembremo-nos que foi justamente a incapacidade de pagamento da dívida privada que provocou a crise financeira gerada pelo colapso do sector imobiliário nos EUA. Novos resgates à economia serão inevitáveis. Mas desta vez os governos deveriam impor condições. Medidas como modelos de gestão de recursos humanos que permitam conjugar a parentalidade com o trabalho, redução das desigualdades salariais a todos os níveis, implementação de práticas que reduzam a pegada ecológica da empresa ou promover práticas que permitam a criação de valor e não a extração de valor. No fim de contas, será que estamos prontos?

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DESPORTO / // CLUBE DESPORTIVO "OS PATOS"

"Referência regional no desporto de formação" // Sediado no Rossio ao Sul do Tejo, fundado em 1982, o Clube Desportivo "Os Patos" assume-se atualmente como uma referência na realidade desportiva do concelho de Abrantes. Conversámos com Hélder Rodrigues, Presidente da Direção, e ficámos a saber mais sobre o passado, o presente e as expectativas do clube para os tempos que se avizinham. O Clube Desportivo "Os Patos" foi criado em 1982. Quais são as marcas mais profundas que foram deixadas pelo clube?

Em 1982 um grupo de jovens fundou o clube sob o lema “ao serviço da juventude”

Sou naturalmente suspeito para falar, mas penso que é indiscutível que quando em 1982 um grupo de jovens fundou o clube sob o lema “ao serviço da juventude”, pretendeu que esse cunho perdurasse e julgo que passados estes anos o objetivos têm vindo a ser conseguidos, afirmando-se o clube como uma referência regional no desporto de formação.

Hugo Bonacho para o Benfica, do Bruno Vicente para o Fátima e mais tarde para a Quinta dos Lobos, do João Batista para o Fundão ou, mais recentemente, do Bernardo Bonacho para o Dubai serviram acima de tudo para reconhecimento de que o nosso trabalho é bem feito e constitui uma montra. Financeiramente não houve qualquer retorno.

E o Hélder Rodrigues, atual Presidente da Direção, como é que se ligou ao clube?

No fundo fui um dos jovens do Rossio entre os felizes contemplados com as atividades que o clube desenvolvia nos tempos livres, como torneios, encontros, passeios, etc. Paralelamente, moveu-me a paixão pelo futebol de salão e o acompanhamento que fazia das equipas do clube por esse concelho fora.

O Futsal é atualmente a modalidade do clube com maior número de praticantes. Que escalões têm e quantos atletas estão convosco?

Neste momento vamos desde os fraldinhas (3 anos) até aos seniores e temos cerca de 80 atletas.

Quais foram os momentos mais marcantes, em termos de conquistas, do Futsal de «Os Patos»?

Felizmente foram bastantes, com destaque para os títulos no futsal, quer na formação quer nos seniores, e as conquistas na canoagem, com especial destaque para o António Trigo e a Francisca Laia, os nossos grandes embaixadores. Recordo com particular emoção o campeonato nacional de juniores, em que a Francisca venceu as três distâncias em disputa.

São uma das melhores equipas de Futsal do distrito em termos seniores, mas não conseguem fixar-se definitivamente nos campeonatos nacionais. Porquê?

Porque o futsal adquiriu uma dimensão logística e financeira dificilmente suportável para clubes como o nosso. A criação de apenas duas divisões fez aumentar significativamente o nível, com equipas

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Têm uma secção de judo. Qual a realidade atual da secção em causa?

O judo é uma modalidade individual, com características muito próprias, onde se torna difícil que os atletas permaneçam muito tempo. Estamos numa fase de crescimento, de captação de atletas, na expectativa de conseguir crescer sustentadamente.

Já foram uma referência na canoagem. Foi noticiado, há pouco, que estão a retomar a modalidade. Qual o ponto da situação?

"O tecido empresarial do nosso concelho está pouco desperto para o apoio ao desporto"

na 2ª Divisão com atletas e treinadores profissionais. O tecido empresarial do nosso concelho está pouco desperto para o apoio ao Desporto, ao contrário do que se vê noutras regiões.

Quais são as condições de que dispõem para treinar? São as ideais?

Não são as ideias, porque o pavilhão não é nosso e estamos sujeitos à partilha com outras entidades, mas tem havido ao longo dos anos grande apoio do serviço de des-

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

Estamos a ressurgir. Infelizmente esta situação de emergência fez suspender a atividade, mas assinámos recentemente um protocolo com o Município que nos irá ajudar a revitalizar a modalidade, em parceria com a Federação. Já refiliámos o clube, bem como um conjunto de atletas, e temos tido procura por parte de alguns jovens que nunca haviam praticado. porto do Município, que agiliza as várias necessidades, criando uma resposta positiva e boas condições de trabalho.

O Hélder Rodrigues, há relativamente pouco tempo, era simultaneamente treinador da equipa sénior e Presidente da Direção. Eram funções compatíveis? Por que razão deixou as funções de treino?

Nestes 20 anos de Presidência já vivi as duas situações. Sou claramente defensor da não acumula-

ção, mas a realidade muitas vezes obriga-nos a adaptações constantes e não é fácil conseguir equipas técnicas, não remuneradas, uma vez que não dispomos de meios financeiros compatíveis com as suas legítimas aspirações.

Recentemente, um jogador de «Os Patos» foi transferido para Dubai. O que é que isso representou para o clube em termos desportivos e financeiros?

As mudanças que fomos tendo ao longo destes últimos anos, do

Perante a situação associada ao Coronavírus que se vive na atualidade, que ligação mantém o clube com os seus atletas e que apoio lhes dá?

Vamos mantendo o contacto através das nossas redes sociais, dos grupos de cada equipa ou em alguns casos individualmente, sendo que lançámos no dia 16 de abril uma iniciativa que pretende prosseguir o trabalho que fazíamos na Academia de Estudo e que irá prestar apoio aos atletas que dele necessitem. José Martinho Gaspar


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Queres fazer parte da nossa equipa comercial? acampamento. E, na verdade, quando se olha atentamente para o Outeiro de S. Pedro, é difícil admitir que naquele pequeno espaço pudessem ter ficado alojados três mil homens, com os seus cavalos, armas e restante material de guerra e, ainda por cima, estando parte do terreno ocupado pela igreja de S. Pedro, onde, aí sim, é muito provável que Nuno Álvares Pereira tivesse assistido à missa, antes da partida para Aljubarrota. Com o apoio da tradição ou com o relato das crónicas da época, a verdade é que Abrantes sempre se sentiu ligada à figura do Condestável e muito especialmente durante o período do Estado Novo. Pela imprensa local sabemos que já nos anos trinta do século XX, se começava a pensar em abrir uma subscrição para arranjar fundos, com a finalidade de construir um memorial, em sua honra, mas os anos foram passando e embora na imprensa local fossem recorrentemente aparecendo artigos lembrando o referido monumento, este continuou a ser ainda por muito tempo apenas uma miragem. Em 1961, quando da passagem das suas relíquias por Abrantes, apareceram novos e veementes apelos, em alguns dos quais transparecia até o desejo de o transformar em igreja, mas ainda não foi desta que a ideia se concretizou. Mais tarde, em 1966, quando Abrantes fez cinquenta anos de cidade, mais artigos surgiram nos jornais lembrando o tão falado monumento, até que em 1968, finalmente, passou do nimbo onde até então vivera e se concretizou em realidade. E como a tradição tem muita

força, o local escolhido foi precisamente o Outeiro de S. Pedro. A inauguração ocorreu no dia 1 de Novembro, data que assinala a morte do Condestável, na presença de Presidente da República e de outras altas individualidades, sempre debaixo de uma chuva torrencial que também quis comparecer à cerimónia. A parte arquitectónica, já com linhas modernas, deve-se ao arquitecto Duarte Castel-Branco, uma escultura em bronze dourado colocada no interior, era da autoria de Lagoa Henriques e a construção ficou a cargo de Apolinário Marçal. Mas não passaram muitos anos sem que este monumento, tão desejado por muitos e inaugurado com tanta pompa e circunstância, tivesse sido vandalizado. A escultura de D. Nuno, orando em frente de um crucifixo, foi roubada, possivelmente até fundida, para depois venderem o bronze e, hoje, o monumento encontra-se vazio, não sabendo já muitos dos abrantinos mais novos a quem ele foi, em tempos, dedicado

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A meio da encosta sul do morro de Abrantes, com o Castelo por cima e olhando o Tejo que corre em baixo, encontra-se uma plataforma escorada por paredes de pedra xistosa, que os abrantinos conhecem por Outeiro de S. Pedro. O nome advém-lhe de ter sido neste local que teve o primeiro assento a igreja de S. Pedro, o Velho, assim denominada para se distinguir de S. Pedro, o Novo, que se encontrava onde está hoje o Teatro de S. Pedro. Desconhece-se a data da sua construção, sabe-se apenas que Fortunato de Almeida, no seu “Catálogo de todas as igrejas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarve, nos anos de 1320 e 1321”, já dá conta da sua existência. Mais tarde, como estava muito arruinada, foi transferida para dentro da vila, ficando com o seu segundo assento na, hoje, rua de S. Pedro, antiga rua dos Coelheiros. No seu prédio nº 14, podemos ver uma placa de azulejos, assinalando esse facto e informando que ali existiu, como igreja paroquial, até 1834, altura em que foi suprimida por “falta de fregueses” sendo então anexada à igreja de S. João. Mas a referência mais forte, para os abrantinos, em relação a este local é a que o associa a D. Nuno Álvares Pereira e à batalha de Aljubarrota. Segundo a tradição, o Condestável teria acampado ali com as suas tropas, antes da partida para a famosa batalha. Não se sabe o que teria dado origem a esta tradição, mas ela está hoje e com razões fundamentadas, posta em causa. Segundo as crónicas da época, foi em Abrantes que D. João I soube da entrada do exército castelhano no país e daqui teria enviado um emissário para avisar Nuno Álvares do que se estava a passar. A Crónica do Condestável informa-nos que este, vindo do Alentejo ao encontro do rei, acampou com as suas tropas além do Tejo, a cerca de duas léguas desta vila e daí partiu e “e se foi alojar cerca de Abrantes, em umas hortas”Estas “hortas”referem-se, certamente, não a este Outeiro, mas a um local situado no sopé do monte, mais plano e espaçoso e, portanto, muito mais adequado a um acampamento militar. Ora o sítio hoje conhecido por Alferrarede (não Alferrarede Velha) foi até há poucos anos conhecido por Hortas, sendo, pois, muito provável que D. Nuno tivesse escolhido este local ou as suas imediações para estabelecer o seu

através da nossa redação ou por transferência bancária: NIB 0035 0001 9517 6307 7

Bibliografia: - Candeias da Silva, Joaquim, “…contributo para a aclaração do topónimo Hortas… e não só”, Jornal de Alferrarede, Novembro de 2012 - Morato, Manuel António, “Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes”, edição da C. M. de Abrantes, 1981 - Jornais: Correio de Abrantes e Nova Aliança das décadas de quarenta, cinquenta e sessenta do século XX

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SAÚDE /

/ Paula Gil Enfermeira, Unidade Saúde Publica do ACES Médio Tejo

Manter uma Boa Saúde deve fazer parte deste novo contexto de mudança. A permanência prolongada em casa exige alteração de rotinas e mudança de comportamentos, em específico no seio familiar. Com aspetos positivos e negativos. Se por um lado dispomos de “todo o tempo do mundo”, por outro traz-nos algumas questões relacionadas com a saúde, menor atividade física e alguns “abusos alimentares”. Estar em casa possibilita uma maior disponibilidade e o acesso fácil a alimentos, acarretando riscos aumentados face a doenças futuras. Por isso, neste tempo de quarentena, não podemos descuidar a alimentação familiar! A roda dos alimentos pode ajudar na seleção diária, quer das quantidades quer dos alimentos a ingerir. Lembre-se que nenhum alimento contém todos os nutrientes de que precisamos para que nosso organismo funcione da melhor maneira! Significa então que devemos fazer uma alimentação COMPLETA E EQUILIBRADA, com a ingestão de alimentos variados. Uma especial atenção à QUANTIDADE, QUALIDADE E VARIEDADE dos alimentos, de forma a satisfazer as necessidades nutricionais de cada pessoa. As crianças ganham especial destaque nas questões da alimentação porque

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ela desempenha um papel determinante no seu desenvolvimento e crescimento. Também é durante esta fase que se moldam os nossos gostos e preferências alimentares. Aproveite estes tempos em família para “trabalhar” os hábitos alimentares de toda a família, para preparar refeições com mais qualidade nutricional. Seja criativa, dê asas à imaginação. Lembre-se que o envolvimento de todos neste processo pode resultar melhor na mudança de comportamentos. Lembre-se ainda deste lema, SE NÃO HÁ, NÃO SE COME!!! Por isso é importante, além da confeção dos alimentos, o planeamento das refeições e a respetiva compra dos alimentos. Neste processo devemos: •Dar especial atenção ao consumo de fruta e hortícolas diariamente. Preferir produtos da época e de cor variadas. De forma a atingir as quantidades recomendadas, inicie as principais refeições com uma sopa de legumes. Consuma 2 a 3 peças de fruta por dia. Junte leguminosas aos seus pratos (feijão, grão, lentilhas, ervilhas, favas…) e também saladas variadas; •Fontes de proteína animal, a carne e o peixe, são essenciais aos músculos, à pele, aos ossos e ao corpo como um todo. Opte por carnes brancas - frango, pato, peru, ganso… sem excessos;

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2020

•Privilegie o consumo de água. Os refrigerantes, néctares e sumos de fruta, são muito ricos em açúcar pelo que não devem fazer parte da rotina diária; •O leite e derivados (iogurte e queijo) são alimentos importantes sobretudo para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Prefira os com baixo teor de açúcar, aproveite para adicionar alguma fruta. (A quantidade diária não deve ser superior a 400-500 ml); •Evite/Elimine os snacks (batata frita, bolachas, …)! São hipercalóricos, ricos em sal, açúcar e gordura. Do ponto de vista nutricional são muito pobres. No website www.alimentacaosaudavel.dgs.pt pode encontrar várias sugestões sobre alimentação, nomeadamente receitas e atividades com crianças. Gostaria de destacar a consulta do livro - “Alimentação Inteligente, coma melhor, poupe mais.” A alimentação equilibrada é, juntamente com a promoção do exercício físico, condição determinante para melhorar a saúde e garantir bem-estar nos próximos tempos. Em tempo de quarentena tudo é diferente, mas vamos tirar partido do melhor. (Fonte: Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, DGS)

O Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE realizou, desde o início da declaração de pandemia pelo SARS-Cov2, mais de 2700 colheitas para testes ao Covid19. A 23 de abril de 2020, os registos do Serviço de Patologia indicavam 2783 testes, dos quais resultaram 69 positivos, 2635 negativos e 67 inconclusivos. O tempo médio de resposta para o resultado dos testes efetuados foi, com o primeiro laboratório contratado pelo CHMT, inferior a 15 horas. Muito recentemente o CHMT, EPE contratou um segundo laboratório que tem um tempo de resposta também abaixo das 24h00. O Serviço de Patologia do CHMT, EPE, foi reforçado para responder ao pedido da Autoridade de Saúde do Médio Tejo, e realizar mais de 500 testes a bombeiros, profissionais das forças de segurança e profissionais de instituições que acolhem idosos. Ao abrigo do Plano de Contingência do CHMT, EPE, ao novo Coronavíus, o Serviço de Patologia do CHMT, EPE, reorganizou-se e, desde a primeira hora, manifestou a disponibilidade e capacidade acrescidas para fazer face a este novo desafio. Foi de imediato criada uma equipa COVID-19 diária composta por quatro médicos, três técnicos de diagnóstico e terapêutica e um técnico superior de saúde para receção, acondicionamento e envio das amostras, gestão dos resultados e comunicação aos serviços e utentes no domicílio. O serviço criou ainda uma plataforma online de gestão dos resultados. A reorganização da Equipa permitiu a deslocação de profissionais médicos e técnicos, constituídos em equipas de colheitas COVID-19, a locais no exterior das Unidades Hospitalares do CHMT,EPE, nomeadamente no Quartel dos Bombeiros de Santarém. Para além das colheitas realizadas no exterior do CHMT, EPE, as equipas de colheitas COVID - 19, realizaram colheitas nas três unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, e foi criado um Drive through na Unidade Hospitalar de Abrantes, dirigido a doentes portadores de Covid-19 em isolamento no domicílio, a casos suspeitos, a doentes portadores de outras patologias e a outros casos encaminhados pelos cuidados de saúde primários. Foi também reforçada a equipa para colheitas a doentes imunodeprimidos nas Unidades Hospitalares de Tomar e de Torres Novas. A capacidade atual de colheita de cerca de 200 testes diários permite antecipar que, durante o mês de maio, o Serviço de Patologia Clínica pode atingir os 500 testes diários. PUBLICIDADE

Quarentena… uma oportunidade para a preparação de refeições familiares de qualidade.

CHMT: Mais de 2700 testes efetuados no primeiro mês de pandemia


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Maio 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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Apoio na fatura ambiente (água, resíduos e saneamento)

no âmbito da COVID-19 TIPO DE CONSUMIDOR

BENEFÍCIO

PROCEDIMENTO

Famílias com redução 15% do rendimento bruto do agregado familiar

Isenção na fatura ambiente nos meses de abril, maio e junho

É necessário preencher requerimento: Medidas excecionais de apoio a empresas no âmbito da COVID-19

Famílias com Tarifário Social

Isenção de tarifas fixas e redução de 20% nos consumos da fatura ambiente nos meses de abril, maio e junho

Automático Não é necessário preencher requerimento

Famílias sem perda de rendimentos

Redução de 20% nos consumos da fatura ambiente nos meses de abril, maio e junho

Automático Não é necessário preencher requerimento

Estabelecimentos de comércio, restauração e bebidas e outras empresas encerradas

Isenção na fatura ambiente nos meses de abril, maio e junho

É necessário preencher requerimento: Medidas excecionais de apoio a empresas no âmbito da COVID-19

IPSS

Isenção na fatura ambiente nos meses de abril, maio e junho

Automático Não é necessário preencher requerimento

Associações juvenis, culturais, desportivas e sociais

Isenção na fatura ambiente nos meses de abril, maio e junho

Automático Não é necessário preencher requerimento

Nota 1: No caso de existirem consumos exagerados de água nos meses de abril, maio e junho as isenções totais de pagamento serão analisadas caso a caso. Nota 2: No caso de existir alguma discrepância na faturação de abril, maio e junho em relação ao que refere o documento contactar 241 360 120 ou geral@smabrantes.pt. Nota 3: A faturação do mês de março poderá ser paga, posteriormente, mediante pedido de pagamento em prestações, sem juros. Nota 4: No caso de as empresas retomarem a sua atividade antes do mês de junho a faturação será retomada de forma normal. Nota 5: A medida de isenção do pagamento de todas as tarifas para famílias com redução 15% do rendimento bruto do agregado familiar, aplica-se apenas a famílias cujo rendimento seja inferior a 3.810,00 € (2X o valor do máximo atribuído em situações de lay-off).

Requerimentos disponíveis para preenchimento em: www.cm-abrantes.pt • www.smabrantes.pt • Plataforma Abrantes 360

PARA MAIS INFORMAÇÕES LIGUE 241 360 120

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