Jornal de Abrantes - junho 2021

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121 ANOS

/ Diretora Patrícia Seixas JUNHO 2021 / Edição nº 5604 Mensal / ANO 121

/ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ABRANTES Rotary Club de Abrantes comemora 40 anos de atividade. Pág. 7

MAÇÃO GreatSoul Pharma avança com cannabis medicinal em Ortiga. Pág. 13

VILA DE REI Ministra defende medidas corajosas para o interior. Pág. 15

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei

ROSSIO AO SUL DO TEJO Santander Totta encerra portas este mês. Pág. 5

Junho Mês da Criança!

(*DE 1 A 30 DE JUNHO)

/ JORNAL DE ABRANTES

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a j ¶

// TrustEnergy e Endesa com projetos semelhantes para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego. Biomassa é a divergência.

ENTENDAM-SE! Pág. 4

Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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Págs. 16 e 17


A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

“Rocio” foi o nome escolhido para um mural criado por Francisco Camilo, no Aquapolis Sul, junto ao Hipódromo dos Mourões, em Rossio ao Sul do Tejo. Trata-se do muro que suporta do polidesportivo e que ganhou “cor e vida” com este trabalho da autoria de Francisco Camilo. O mural, feito com a utilização de pincéis e spray, retrata elementos ligados ao Rossio como os Mourões e o Tejo, a Fundição, os lagares, o hipismo e a paisagem de montado.

/ Patrícia Seixas / DIRETORA

Chegou junho e com ele renova-se a esperança. Chega o Verão, começa a época balnear um pouco por todo o lado, celebra-se Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas e, com um ano de atraso, há Campeonato da Europa em futebol. Mês de festividades, de voltar às praias e de cachecóis ao alto. Para que o mês seja perfeito, damos-lhe a conhecer os nossos recantos onde pode desfrutar das praias fluviais da região, com toda a segurança. Sim, segurança! Não vale a desculpa dos festejos do Sporting ou da final da Liga dos Campeões. Não podemos ser egoístas ao ponto de colocar os outros em risco só porque “aqueles podem”. É mês de “ter juízo” e não colocar tudo em causa outra vez! A vacinação parece estar a decorrer a bom ritmo. Esta que vos escreve espera ter a 1.ª dose já na próxima edição. Ficamos todos um bocadinho mais seguros mas, ainda assim, reforço, é para continuar a ter juízo. Vamos aproveitar o bom tempo, as nossas praias, os nossos pequenos grandes paraísos até porque há muito para ver. E nas páginas deste jornal temos ainda uma surpresa, ali para os lados da Queixoperra, no concelho de Mação. A Central do Pego continua na ordem do dia. Projetos para a sua reconversão até há, o montantes dos investimentos também já foram anunciados, resta que os acionistas se entendam e decidam, de uma vez, o que fazer. O processo vai continuar a decorrer e cá estaremos para acompanhar todos os desenvolvimentos. Também há más notícias... há mais um serviço a encerrar portas no concelho. A agência do Santander Totta vai fechar em Rossio ao Sul do Tejo. É uma das mais antigas do distrito e deixa revoltada a população. Rossio ao Sul do Tejo viu encerrar a agência do BPI em 31 de julho de 2015. Em 21 de março de 2016, encerrou a agência da Caixa Geral de Depósitos. Também os CTT viriam a encerrar o posto em 13 de abril de 2017. Agora, dia 25 de junho de 2021, é a porta da última agência bancária da freguesia que se encerra. Também lhe falei do Campeonato da Europa. Ora então, vamos lá arejar os cachecóis e voltar a apoiar a Seleção de todos nós para que consigam trazer novamente “o caneco” para casa. Portugal estreia-se na competição no dia 15 de junho, frente à Hungria. Teremos ainda pela frente a Alemanha e a França. Força Portugal!

ja / JORNAL DE ABRANTES

Na reabertura do Museu de Alpiarça no período de desconfinamento o Polo Enoturístico da Casa dos Patudos tem patente a exposição com o título "86-21". Trata-se de uma exposição que assinala os 35 anos de Massimo Esposito em Portugal, 25 dos quais em Abrantes. Esta exposição conta com trabalhos de 35 alunos do pintor italiano que é versátil e que faz pintura a óleo, carvão, aguarela, acrílico, tinta-da-china e porcelanas.

Novo disco de Ana Laíns lidera top nacional de vendas O álbum "20 Anos - Ana Laíns e Convidados ao vivo no Casino Estoril" editado a 14 de maio, entrou diretamente para o 1.º lugar da tabela de vendas da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP). De acordo com a informação da editora da artista constancience e cronista da Antena Livre, todas as segundas-feiras, "20 Anos - Ana Laíns e Convidados ao vivo no Casino Estoril", é um álbum gravado no concerto de celebração de 20 anos de carreira da artista que esgotou o Salão Preto e Prata do Casino Estoril em janeiro de 2020, com chancela Tradisom. O disco conta com participações de vários convidados como Luís Represas, Ivan Lins, Mafalda Arnauth, Fernando Pereira, entre outros e é editado em formato disco/livro que inclui o áudio completo do concer to assim

como registos fotográficos únicos desta noite de celebração de uma carreira totalmente dedicada à música tradicional portuguesa. Ana Laíns, já anunciou entretanto o aguardado regresso aos palcos, depois de um período de confinamento e de salas encerradas um pouco por todo o mundo. A artista já tem 8 datas agendadas em 4 países diferentes: Portugal, Croácia, Lituânia e Espanha. 28.05.2021 - Cine Teatro S.Pedro, Alcanena (homenagem a Pedro Barroso) 04.06.2021 - Teatro Nacional Croata, Zagreb, Croácia 09.07.2021 - Sofijos Festivalis, Vilnius, Lituânia 11.07.2021 - ANIMA-TE, Vila Nova de Famalicão 31.07.2021 - Fado da Terra, Sever do Vouga

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021


ENTREVISTA /

Há um novo grupo de Escoteiros em formação // O Grupo em Formação de Abrantes da Associação de Escoteiros de Portugal foi desenhado pelos responsáveis em maio e arrancou em setembro. Crisalda Gonçalves, Joaquim Mendes, Pedro Aperta, Clara Simões e Mauro Moura deram os passos para a criação de um grupo que defende os mesmos valores do fundador do movimento, Baden-Powell, mas que não impõe limitações religiosas como acontece no Corpo Nacional de Escutas. Joaquim Mendes

explica o nascimento do grupo e as diferenças em relação ao CNE. // E para além de uma recolha de sangue, ação realizada a 22 de maio, este grupo integra o pacote de parceiros que viu uma candidatura ser aprovada no programa “Bairros Saudáveis” para desenvolver atividades na Encosta da Barata. É nesse bairro que o grupo tem um espaço/sede cedido pela Junta de Freguesia.

O Grupo de Escoteiros de Abrantes e que integra a Associação de Escoteiros de Portugal (AEP) está em formação desde quando?

O Grupo está em pleno funcionamento desde setembro, desde o primeiro dia de aulas. Desenvolvemos a formação do Grupo previamente, desde maio/junho de 2020, no tempo de pandemia. Fizemos todo o trabalho administrativo de forma a que tivéssemos a formação inicial e as condições necessárias para podermos abrir inscrições e a ter crianças e jovens a partir da abertura das aulas presenciais. Nesta altura tivemos essa dificuldade que foi não podermos ir às escolas, não podermos ir apresentar, presencialmente, o grupo que é novo na região, aqui na zona. Em Abrantes e na área envolvente não há nenhum grupo de escoteiros da Associação Nacional de Escoteiros (AEP). A AEP distingue-se do CNE (Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português) pelo facto de não estar ligada a uma religião. Ou seja, os escoteiros da AEP podem ser de qualquer religião ou até não ser de religião nenhuma. Somos um país católico e a maioria serão católicos. Mas não limita a participação ao facto de as crianças e jovens participarem nas atividades ligadas à religião ou à catequese. Não há qualquer limitação.

Há ou houve abertura de outros grupos, e são vários os que existem, mas a integração deste novo grupo?

Aqui não há uma questão de abertura…

Quando se fala em abertura tem a ver com o facto de haver oferta de diversos agrupamentos e agora surgir um grupo “ligeiramente” diferente dos que já estão em funcionamento?

Penso que é uma questão de nunca ninguém se ter lembrado disto, se calhar. Ou se calhar alguém se lembrou e não reuniu as condições, não sei. O que é um facto é que eu e outros dirigentes que estamos nesta equipa organizadora do grupo de Abrantes temos origem no Corpo Nacional de Escutas. E até conhecemos melhor do que a AEP. O que é um facto é os grupos serem abordados pelos pais, ou pelos próprios jovens, sobre a ligação à Igreja Católica. E isso era impeditivo para alguns seguirem a sua caminhada no escutismo. Ou seja, se não forem católicos ou não estejam

base é a mesma a nível mundial. O movimento assenta em princípios fundamentais como a vida ao ar livre, a vida em pequenos grupos [as patrulhas ou equipas] cuja designação vai mudando consoante as idades e com um líder [um guia] escolhido por eles que ajuda a orientar a equipa. A presença dos adultos como suporte desta atividade. Quer isto dizer que é a promoção da autonomia das crianças e jovens, mas sempre com a presença de adultos para supervisionar esse crescimento. E a vida ao ar livre é sempre primordial na atividade escutista. Nós dizemos que conseguimos muito mais resultados num fim-de-semana de acampamento com os miúdos do que andarmos um ano inteiro a fazer reuniões de uma ou duas horas numa sala. Porque os conhecemos muito melhor num fim-de-semana de campo do que numa sala, por isso, sempre que possível promove-se isso. Neste momento as orientações da Direção-Geral da Saúde não o permitem, mas o fundamento do escutismo é isso mesmo a vida ao ar livre.

/ É na Encosta da Barata que o grupo tem um espaço/sede cedido pela Junta de Freguesia

disponíveis a integrar os preceitos da religião católica, de facto, isso impedia-os de serem escuteiros. E como há pessoas que não o são (católicos) abrimos aqui esta janela para um público diferenciado, sem o fechar aos católicos. É um regime diferente, aberto e em que a religião não é um fator limitativo.

Quando conhecimentos o movimento do CNE temos as várias categorias, os “Lobitos”, “Exploradores”, “Pioneiros” e “Caminheiros”. Na AEP mantêm-se estas classes ou há diferenças?

Aquilo que há são questões de pormenor. As duas associações CNE e AEP integram, a nível nacional, a Federação Escutista de Portugal que é o órgão nacional que depois integra o movimento mundial do escutismo. Com alguns pormenores diferentes em cada país a organização dos grupos é, mais ou menos, esta. Ou seja, isto tem a ver com os estádios de desenvolvimento da criança, portanto, bebe nos pedagogos que são seguidos mundialmente. OS “Lobitos” aqui são as crianças do

primeiro ciclo, até aos 10 anos sensivelmente. Depois temos os “Escoteiros”, vão dos 10 aos 13 anos. E há alguma flexibilidade e pequenas mudanças. São sensivelmente quatro anos em cada divisão. Depois são os “Exploradores”, dos 14 aos 17 anos, e a partir dos 17 são os “Caminheiros”. Uma coisa que me alegra muito é haver nomes iguais, nos “Lobitos” e “Caminheiros” porque depois nas duas secções intermédias há diferença na designação, mas nas atividades comuns que existem, a nível nacional ou internacional os grupos etários organizam-se e juntam-se da mesma forma. Podem ter designações diferentes, mas há a adaptação aos estádios de desenvolvimento das crianças ou dos jovens.

Nas atividades mantêm as mesmas vertentes? Um olhar forte para o ambiente e ações de cidadania. E mantêm os acampamentos?

Exatamente. Os fundamentos do escutismo são os mesmos. Nasceram em 1907 com o Baden-Powell e essa

Com o desconfinamento já estão a preparar atividades de rua, tal como conhecemos as diversas atividades, ou ainda é muito cedo para voltar a estas atividades?

A nossa grande vantagem neste momento, como começámos o Grupo há pouco tempo, ainda não temos uma sede. Por exemplo a atividade de colheita de sangue [realizada a 22 de maio] estava inicialmente prevista para um espaço que a Junta de Freguesia de Abrantes nos cedeu, na Encosta da Barata. Mas como não tinha condições, só tem uma porta e por uma questão de segurança, pedimos as instalações da Escola do Primeiro Ciclo António Torrado, também na Encosta da Barata. Isto para dizer que de verão ou de inverno ainda não fizemos nenhuma atividade de sede, o que é muito bom como hábito e esperemos que nos mantenhamos assim por muito tempo. Ou seja, estamos aqui a utilizar a pandemia como uma mais-valia. Como é mais seguro estarmos ao ar livre nós estamos sempre ao ar livre. Temos feito as nossas atividades no castelo, em S. Lourenço. Não podemos ainda fazer os acampamentos, mas ao ar livre estamos sempre. Jerónimo Belo Jorge

Junho 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Acionistas divergem no futuro da Central do Pego

// Não há maneira de se entenderem os dois blocos acionistas da Tejo Energia que detêm a exploração dos dois grupos a carvão na Central do Pego. Os grupos encerram em novembro deste ano, ficando a funcionar os dois a gás natural, e a solução da TrustEnergy e da Endesa passam por caminhos parecidos, mas diferentes. A Endesa, a segunda maior acionista da central de carvão do Pego, que vai ser desativada a partir de novembro próximo, quer que o Governo lance novo concurso e propõe um projeto de 600 milhões de euros, adiantou o seu presidente. Em declarações à Lusa, Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, explicou que a empresa espanhola não se entendeu com o seu atual sócio na Tejo Energia, a TrustEnergy, para a apresentação de um projeto conjunto de substituição da central a carvão, e criticou a decisão desta entidade em avançar com uma reconversão baseada na biomassa. Em cima da mesa, segundo informação disponibilizada pela Endesa, está um projeto de substituição da central elétrica a carvão que “inclui a construção de uma central solar fotovoltaica de 650 megawatts (MW), o desenvolvimento de 100 megawatts (MW) de capacidade de armazenamento com baterias e a instalação de um eletrolisador com capacidade de produção de 1.500 toneladas/ano de hidrogénio verde”. Nuno Ribeiro da Silva disse à Lusa que “estamos cientes é que este conceito foi adotado pelo nosso sócio com um investimento de centenas de milhões de euros [900 milhões de euros] e nós prevemos que o nosso sejam 600 milhões de euros”. A TrustEnergy já tinha apresentado, em meados de maio, um projeto de 900 milhões de euros para a

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instalação de um Centro Renovável de Produção de Energia Verde nas suas várias formas. O presidente executivo da TrustEnergy, José Grácio, explicou que o projeto passa pela "eletricidade, hidrogénio e outros gases renováveis a partir de diversas fontes primárias de energia local, como a solar, eólica e resíduos florestais". No projeto destaca-se a "utilização do potencial solar da região para produção de energia térmica e fotovoltaica, permitindo produção de energia elétrica a mais baixos preços", a "utilização de energia eólica que tirará partido dos mais recentes desenvolvimentos de turbinas eólicas capazes de boas capacidades de produção mesmo em baixo regime de vento", energia que "será utilizada para injeção na rede elétrica quando assim houver necessidade mas que também poderá ser convertida em hidrogénio verde". A TrustEnergy é um consórcio constituído pelos franceses da Engie e os japoneses da Marubeni, que detém 56,25% da Tejo Energia, que explora os grupos a carvão da central do Pego, enquanto que a Endesa tem 43,75% da empresa. Os mesmos blocos acionistas detêm 50% cada um da Elecgas, que explora os dois grupos que produzem eletricidade a partir do gás natural. No dia 24 de maio, na reunião da Assembleia Intermunicipal do Médio Tejo Anabela Freitas, presidente da CIMT, fez um ponto de situação sobre Fundo de Transição

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

Justa. E sem o que está a acontecer é que a própria comunidade está a abordar as empresas da região e autarquias nos sentido de preparar os Planos Territoriais de Transição Justa em Portugal (PTTJ). Um dos projetos que deverá ser englobado neste programa será a reconversão da Central do Pego, ou seja, dos dois grupos a carvão que fecham portas em definitivo em novembro deste ano. Nesta intervenção, Anabela Freitas disse aquilo que se sabia naquela data, que a Trust Energy se preparava para um investimento na queima de biomassa, nas inclusão do fotovoltaico e, num futuro, no hidrogénio. Já o deputado João Moura deixou no ar algumas questões sobre este processo, apresentando muitas dúvidas sobre a transição para o hidrogénio verde. E deixou no ar outra dúvida, de que um megaprojeto nesta área, com investimento de 1,5 mil milhões de euros está em vias de colapsar por dúvidas dos grupos empresariais na sua rentabilidade. Disse que “o hidrogénio ainda está para mostrar o que vale”, até porque é uma matéria muito perigosa. Anabela Freitas frisou que o Médio Tejo é no seio da União Europeia uma região de hidrogénio verde e que há uma candidatura apresentada ao POSEUR para a instalação de uma unidade de produção na região. Jerónimo Belo Jorge c/Lusa

// “A CENTRAL DO PEGO PODERIA SER UM PROBLEMA MAS É UMA OPORTUNIDADE” - MINISTRA Já na passado dia 14 de maio, no Pego, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, referiuse à Central Termoelétrica do Pego dizendo que está previsto um pacote financeiro no próximo quadro comunitário de apoio para ajudar na reconversão da Central. Ana Abrunhosa afirmou que “a pandemia trouxe-nos muitas lições e uma das principais foi a necessidade de aumentarmos a nossa auto-suficiência, aumentar a nossa produção”. Segundo a governante, “Abrantes é um concelho que contribui para as exportações nacionais de forma significativa e o que queremos é continuar a criar condições para que seja um território atrativo para o investimento empresarial. Temos em Abrantes grandes investimentos mas também a situação do Pego, que queremos e que vamos acompanhar”. Ao referir-se diretamente à Central Termoelétrica do Pego, cuja unidade a carvão vai encerrar em novembro deste ano, a ministra desejou “que esta seja uma oportunidade de trazermos outros projetos, também ligados à energia e ao ambiente, porque é um território especial nesse contexto, quer no que toca à localização,

quer no que toca à necessidade de transporte e de escoamento dos produtos”. Ana Abrunhosa reforçou que, na questão da Central do Pego, “vamos acompanhar” e adiantou que, para esse efeito, “teremos um pacote financeiro no próximo Quadro Comunitário de Apoio para ajudar a reconverter a Central. Temos um pacote especial no próximo QCA para ajudar a fazer a reconversão da Central do Pego e temos também um conjunto de verbas no Programa de Recuperação e Resiliência para estas áreas, nomeadamente nas questões de produção de energia através do hidrogénio, que pode ser uma das possibilidades aqui na zona de Abrantes. Uma fonte de energia cada vez mais atrativa a nível internacional”. “Abrantes definiu há muito tempo a sua estratégia: é de apoio ao investimento empresarial. A Central do Pego poderia ser um problema mas não é um problema, é uma oportunidade”, concluiu Ana Abrunhosa. Patrícia Seixas


REGIÃO / Abrantes

Santander Totta encerra agência de Rossio ao Sul do Tejo // É a agência bancária mais antiga de Rossio ao Sul do Tejo e também do concelho de Abrantes. A agência vai encerrar as suas portas no dia 25 de junho. O presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, Luís Alves, confirmou ao Jornal de Abrantes que na manhã de sexta-feira, 21 de maio, “pediram-me uma reunião e o gerente da zona de exploração desta área, informou que iam encerrar esta agência do banco Santander”. Segundo o que foi comunicado ao presidente da Junta, esta será “uma resolução irreversível” que o deixa “triste” mas lembra que “é um banco privado e nós pouco podemos fazer quanto a isso”. “Lamentamos até porque esta é das agências mais antigas da zona de Abrantes. Salvo erro, só o Banco Nacional Ultramarino seria mais antigo do que esta agência”, relembra. “Fomos companheiros de percurso durante 50 ou 60 anos e agora...”, lamenta o autarca. No entanto, para Luís Alves o encerramento não se deve ficar a dever a

uma questão de lucros pois, como afirmou, “os lucros que o Banco Santander teve no primeiro trimestre do ano não indicavam nada disto”, portanto, “não é por causa de estarem a perder dinheiro, com certeza”. Luís Alves não esconde a revolta

e afirma mesmo que “as populações do interior têm que pensar muito bem no que querem fazer. Se querem continuar a ser o cachorro bem comportadinho ou se querem ser livres e dar um murro na mesa”. “Mas nós temos mesmo que dar um murro na mesa porque as úni-

cas pessoas que não se esquecem de nós são as Finanças, mesmo depois de mortos”, desabafa o presidente da Junta que adianta ainda que “perdemos escolas, perdemos Centros de Saúde, perdemos Correios... perdemos tudo e eu não sei o que é que nos resta”. Rossio ao Sul do Tejo viu encerrar a agência do BPI em 31 de julho de 2015. Em 21 de março de 2016, encerrou a agência da Caixa Geral de Depósitos. Também os CTT viriam a encerrar o posto em 13 de abril de 2017. Agora, dia 25 de junho de 2021, é a porta da última agência bancária da freguesia que se encerra. Para já, a União de Freguesias agendou uma reunião com a Câmara Municipal de Abrantes e, adiantou Luís Alves, “o senhor presidente [da Câmara Municipal] ficou, tal como eu fiquei, surpreendido com esta decisão”. Em jeito de desabafo, Luís Alves volta a referir “que o povo tem de

tomar o seu destino nas suas mãos e tem que dizer aos senhores de Lisboa e às pessoas que resolvem que nós somos gente. Decidem e... nós somos o cachorro que vai buscar o pauzinho e dar às mãos do dono. Toda a gente faz tudo e nós só temos que cumprir. Isto é lamentável”. A agência bancária do Santander Totta é até uma agência bastante movimentada pois, como lembrou o presidente da Junta, “o Rossio é uma região charneira de toda a zona sul para o norte, onde toda a gente passa porque têm que passar por aqui e sempre teve o negócio florescente pois é a agência mais antiga do concelho e até no distrito e sempre com bons resultados”. “Agora resolveram pôr fim”, adianta Luís Alves, avançando que “o plano de exploração mudou, eles entendem que a digitalização é o caminho a seguir e têm que eliminar os lugares físicos do sistema”. Quanto a alguma reação popular, Luís Alves não acredita que resulte, relembrando o que aconteceu aquando do encerramento da Caixa Geral de Depósitos: “fizemos isso mas as pessoas falam todas mas é no Facebook. Depois aparecem duas, três ou quatro”. A reunião com a Câmara Municipal está então agendada para “ver se decidimos o próximo passo”. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

Junho 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Mação

Pinhal Maior e Câmara de Comércio Portugal-China assinam acordo // A Pinhal Maior – Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul e a Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal-China (CCPC-PME) assinaram, a 14 de maio, um protocolo de cooperação. O protocolo agora assinado é idêntico aos que a CCPC-PME tem vindo a assinar com outras entidades, como aconteceu já em 25 de janeiro com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Aliás, foi dali que saiu a possibilidade de avançar com este acordo com a Pinhal Maior, uma vez que Mação, Vila de Rei e Sertã já estavam na rede de contactos da CCPC-PME. Agora, com a Pinhal Maior, entram os concelhos de Oleiros e Proença-a-Nova. Com o objetivo de fomentar esta colaboração, a Pinhal Maior e a CCPC-PME pretendem: a procura e seleção, em cada país, de projetos e iniciativas que possam conduzir a ações de cooperação conjunta; a difusão e intercâmbio regular de informação sobre as atividades desenvolvidas por ambas instituições bem como sobre programas e iniciativas que possam contribuir para o reforço da cooperação, através da manutenção atualizada de uma carteira de oportunidades existentes; o apoio à organização, promoção, divulgação e participação mútua em Feiras e Mostras, Conferências Temáticas bilaterais e ações

Vasco Estrela, presidente da Pinhal Maior, espera que este protocolo avance para ações concretas

de transferência de tecnologia/ bolsas de contacto empresariais em áreas de interesse de acordo com a especialização produtiva do

Pinhal Interior Sul; a participação em missões externas conjuntas cujos objetivos se enquadrem no presente Protocolo de colabora-

ção; e a colaboração em ações que configurem oportunidades de penetração em mercados externos e o apoio ao desenvolvimento de

projetos inovadores conjuntos de cooperação. Vasco Estrela, o presidente da Pinhal Maior espera que este protocolo avance para ações concretas. O também presidente da Câmara de Mação revelou que este território é deprimido, mas que tem um enorme potencial e daí a possibilidade de os empresários chineses poderem vir alavancar negócios nestes municípios. Vasco Estrela frisou que há também empresas da região com capacidade para poderem avançar com a colocação dos seus produtos na China. Jerónimo Belo Jorge

Ação solidária angariou ração para cães de matilhas de caça A caça é uma das atividades que suspensa por causa da pandemia. Os matilheiros de cães de caça para montarias são um desses exemplos, sem trabalho, o treino dos animais é afetado assim como a saúde financeira destas empresas localizadas um pouco por todo o país. André Grácio, advogado de Abrantes, e um grande entusiasta do mundo rural organizou, pela segunda vez em tempos de pandemia e com um grupo alargado de outros defensores da caça e do mundo rural, uma campanha de solidariedade destinada a angariar ração para as matilhas de cães que estão paradas e, logo, sem trabalho causam dificuldades aos seus proprietários. E depois da recolha da ração a entrega aos matilheiros da região aconteceu em Mação, no dia 8 de maio. André Grácio revelou que o encontro foi agendado para Mação, uma autarquia que se associou à

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

/ Foram 12 as matilhas presentes nesta ação de solidariedade

matriz que o evento pretendeu ter, e que ofereceu uma tonelada de alimento para os cães. Neste encontro participou ainda a Confraria do Bucho e Tripa do Pego que é uma associação ligada à gastronomia e, por si só, às tradições do Mundo Rural. Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, deixou bem claro que esta é uma atividade de um mundo rural que tem sido esquecido e que, de vez em quando, tem uns olhares mais atentos. Nem sempre pelos bons motivos, é certo. Matilhas presentes no encontro/ mostra: Lis, Nabão, Trinca-Espinhas (Mafra), Beira Rio (Ansião), Saianda (Carvoeiro-Mação), Furacão (Figueira da Foz), Menino (Vale da Gama-Mação), Oeste (Caldas da Rainha), Maravilhas (Envendos-Mação), Mistura Fina (Tomar), Moreira (Guarda) e Mata Bicho (Abrantes). Jerónimo Belo Jorge


SOCIEDADE /

Rotary Club de Abrantes: 40 anos “a dar de si antes de pensar em si” // Estão a ser comemorados os 40 anos de atividade do Rotary Club de Abrantes. O Club de Abrantes nasceu a 20 de maio de 1981 e a cerimónia oficial de aniversário decorreu no dia 25 de maio, na sede do clube, na Escola Raul Figueiredo. A ocasião permitiu homenagear os três membros fundadores do Rotary Club de Abrantes que ainda permanecem no ativo, nomeadamente Augusto Morgado, João Tavares e José Rodrigues. Fazem parte do grupo inicial de 23 sócios que fundaram o Club em 1981. Foi ainda entregue um Diploma de Reconhecimento “ao Companheiro Humberto Pires Lopes pelos seus 25 anos como membro do Rotary Club de Abrantes, pelo exemplar e dinâmico percurso, com elevado espírito de companheirismo, ao serviço da comunidade e na afirmação do ideal Rotário”. O Rotary Club de Abrantes atribui ainda o pin Paul Harris a Júlio Miguel pelos seus 20 anos ao serviço da instituição. Foram ainda agraciados com Diplomas de Apreço a Pegop e a Câmara Municipal de Abrantes, “dois parceiros de longa data”. Joaquim Santos é o presidente do Rotary Club de Abrantes e no seu discurso relembrou a intervenção do clube junto da comunidade ao longo dos últimos 40 anos, como “o rastreio visual e auditivo que foi feito a milhares de alunos do 1º ano das Escolas dos Concelhos de Abrantes, Mação e Sardoal entre 2002 e 2016. O curso de Liderança em parceria com RAME de Abrantes, com a participação de centenas de jovens nas 10 edições realizadas entre 2009 e 2019. Formação em suporte básico de vida para estudantes do ensino secundário das escolas Dr Manuel Fernandes e Dr Solano de Abreu e EPDRA. Este projeto foi iniciado em 2017 e resulta numa parceria do Rotary Club, uma equipa de Enfermeiros do CHMT e as respetivas escolas.

/ Houve bolo e ouviram-se os “Parabéns” ao Rotary Club de Abrantes Este ano rotário, devido à pandemia, foram suspensos”. No entanto, e como referiu, “o projeto do Rotary Club de Abrantes com maior visibilidade na comunidade onde se insere é o das Bolsas de Estudo, iniciado em 1983, que tem crescido ao longo dos anos com principal destaque para as parcerias com a Pegop desde 2004 e com o Município de Abrantes desde 2012, permitindo um incremento bastante significativo do número de bolsas atribuídas”. Joaquim Santos deu conta de que o Rotary Club de Abrantes é

/ José Rodrigues, Augusto Morgado e João Tavares

o clube que mais bolsas de estudo atribui em Portugal: “desde o início até hoje foram atribuídas 718 bolsas de estudo, patrocinadas pelo Município de Abrantes, empresas e cidadãos a título particular”. A Pegop foi uma das entidades a quem foi entregue o Certificado de Apreço e o diretor da empresa, Carlos Ribeirinho, começou por agradecer “os serviços prestados à comunidade” e disse esperar “que assim continue durante muitos anos, com sucesso”. Carlos Ribeirinho destacou “a já longa” parceria com o Rotary na atribuição das Bolsas de Estudo, “a qual muito valorizamos”. Disse que “muitas vezes o mais fácil é dar donativos ou outro tipo de contribuição monetária” sendo que, “o difícil é transformar isso em qualquer coisa útil, nomeadamente em algo de longo prazo”. Para o diretor da Pegop, “é isso que faz este programa de Bolsas” que considerou ser “o melhor dos investimentos: investir nas pessoas e nos jovens, em particular, para garantir que eles possam ter mais oportunidades e que no futuro as coisas sejam melhores para eles”. Em representação da Câmara Municipal de Abrantes, também distinguida com um Certificado de Apreço, esteve a vereadora Paula Grijó que falou “de uma história longa e de uma história muito bonita”. Paula Grijó agradeceu ao Rotary Club de Abrantes o facto “de serem um clube sempre presente” e relembrou que “juntos, temos construído muitos projetos, sempre com o mesmo espírito comum em ajudar a fortalecer a comunidade, sejam projetos para os mais jovens ou para os menos jovens”. A vereadora desejou ainda que “nos próximos 40 anos continuemos a construir esta história em conjunto, continuemos a construir pontes, a semear esperança e a semear solidariedade”. No final, e como não podia deixar de ser, em dia de aniversário, cantaram-se os parabéns. Longa vida ao Rotary Club de Abrantes! Patrícia Seixas PUBLICIDADE

Junho 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

DECIR municipal ativado e preparado para o verão // Está apresentado o DECIR Municipal de Abrantes para o verão de 2021. O antigo Heliporto, atual praça Francisco Almeida, às portas do Castelo, foi o local escolhido para todas as entidades que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) do concelho poderem ser apresentadas. Se a nível nacional o DECIR conta com um reforço de meios, no concelho de Abrantes, a juntar a todos os meios operacionais que habitualmente estão no terreno há a acrescentar mais duas viaturas aos kits de primeira intervenção das juntas de freguesia. As Juntas de Freguesia de Alvega e Concavada e Carvalhal juntam-se às outras sete freguesias do concelho [Abrantes e Aferrarede, Aldeia do Mato/Souto, Bemposta, Mouriscas, Rio de Moinhos, S. Facundo/Vale das Mós e Tramagal]que têm viaturas equipadas com o kit de combate a incêndios rurais. David Lobato, Comandante Distrital de Operações de Socorro (CODIS), convidado para esta apresentação, deixou bem claro a importância destas equipas. “Não sendo pioneiros, é reconhecido o trabalho destas equipas das juntas de freguesia do concelho de Abrantes no ataque inicial a

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fogos rurais” referiu o CODIS de Santarém ao mesmo tempo que repetia a mensagem que nesta altura mais é ouvida. “Um fogo a começar apaga-se com um balde de água”, vincou o comandante distrital, para depois fazer a referência à rapidez que estas viaturas circulam nos seus territórios. No que diz respeito ao dispositivo do concelho de Abrantes há a destacar as duas novas equipas de Carvalhal e Alvega e Concavada e um reforço no investimento dos kits de primeira intervenção contra incêndios, em 160 mil euros. Ou seja, mais 35 mil do que em 2020. Manuel Jorge Valamatos referiu, em declarações aos jornalistas, que o objetivo é dotar todas as freguesias com estas equipas, mas frisou as dificuldades que algumas têm na alocação dos recursos humanos. Estas carrinhas das juntas de freguesia estão equipadas man-

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

gueira e tanque com uma capacidade de 600 litros de água, estando também apetrechadas com rádios de comunicação. De acordo com Paulo Ferreira, coordenador da Proteção Civil Municipal de Abrantes, nos períodos de alerta laranja e vermelho, as mesmas estarão posicionadas em locais estratégicos de Estacionamento, dentro do limite da respetiva freguesia. Paulo Ferreira explicou que há uma divisão destas equipas em dois grupos, norte e sul do concelho, que podem ser posicionadas no território ou podem ser acionadas para trabalho em conjunto no caso de um incêndio estar a ganhar maiores proporções. O coordenador da Proteção Civil Municipal disse ainda que nos períodos de maior risco todo o dispositivo é distribuído pelas zonas mais sensíveis criando uma grelha de viaturas no terreno que estão localizadas a uma distância

de cinco quilómetros umas das outras. Durante o período do DECIR, no ano de 2020, os kits das Juntas de Freguesia efetuaram um total de intervenções diretas em 66 ocorrências. Neste sentido, o Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), em parceria com os Bombeiros de Abrantes, realizou nessa mesma semana, a 20 de maio, uma formação para os elementos que integram as equipas dos kits municipais que tem como objetivo alertar os funcionários das juntas que constituem as referidas equipas para os riscos e comportamentos a adotar durante uma ocorrência, nomeadamente a segurança na frente de fogo. A formação tem uma componente Manuel Jorge Valamatos destacou ainda o trabalho dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, a grande força de socorro do concelho. E não esqueceu o Regimento de

Apoio Militar de Emergência (RAME) que tem em Abrantes o centro de comando das operações em que o exército está envolvido em todo o território. Integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) municipal 2021 os seguintes agentes da Proteção Civil: Bombeiros Voluntários de Abrantes; Cruz Vermelha Portuguesa; Sapadores Florestais da AAASCM; Sapadores Florestais da CIMT; UEPS da GNR; Kits das Juntas de Freguesia (num total de 10); Polícia de Segurança Pública; Guarda Nacional Republicana; e Regimento de Apoio Militar de Emergência. Existe ainda um levantamento de equipamentos e recursos de entidades privadas que colaboram em caso de necessidade, nomeadamente ao nível de máquinas de rastos, kits, cisternas, tratores, entre outros. Jerónimo Belo Jorge


REGIÃO / Abrantes

Projeto aprovado para dinamizar a Encosta da Barata // O projeto “Encosta Viva”, apresentado pela Tagus (Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior), ficou classificado em 11.º lugar, com 92 pontos, num total de 752 candidaturas que deram entrada no programa. Destas, 246 mereceram aprovação. O anúncio público dos resultados foi feito a 14 de maio. De referir que todas as candidaturas admitidas e que tiveram avaliação de 76,5 pontos ou mais foram aprovadas para financiamento pelo programa. O financiamento garantido por este projeto é de 50 mil euros, que será dinamizada pela TAGUS em parceria com com a Escola Básica António Torrado, do Agrupamento de Escolas n.º2 de Abrantes, a sua Associação de Pais e Encarregados de Educação, o Grupo em Formação de Abrantes – AEP Escoteiros de Portugal, a Cres.Ser – Associação de Desenvolvimento Pessoal e Comunitário, a União de Freguesias de Abrantes (S. Vicente e S. João) e Alferrarede e o município de Abrantes. O projeto “Encosta Viva” tem como principal objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade residente no bairro da Encosta da Barata, em Abrantes, “despoletando mecanismos de auto-organização para fomentar o aparecimento de uma

/ Encosta da Barata vai ser alvo de projetos de dinamização

Associação de Moradores, procurando melhorar a visibilidade deste local, criar sentimentos de pertença, orgulho e interajuda por parte dos moradores, através da dinamização de atividades culturais, económicas, desportivas, recreativas e de saúde”.

Ainda de acordo com a Tagus, a promoção o projeto prevê uma aposta na “coesão social, o aumento de competências e da empregabilidade e o livre acesso à cultura, sensibilizar a comunidade para hábitos de vida saudáveis e com-

bater o isolamento são os objetivos específicos que foram delineados pelos parceiros, tendo sido definidas quatro tipologias de atividades para ir ao seu encontro”. “Pensar a Encosta”, a primeira área, prevê a elaboração de um

diagnóstico participado de reflexão e auscultação daqueles que residem e intervêm no bairro. “Encosta Empreendedora” tem como objetivo auxiliar pessoas em situações de vulnerabilidade económica a (re)definirem o seu percurso profissional. Segue-se a “Encosta Saudável” com promoção de ações de animação cultural, desportiva e recreativa de promoção de hábitos de vida saudáveis e combate ao isolamento. Por último, a “Encosta com Arte”, tem como linha orientadora a realização de iniciativas de animação que visam proporcionar o acesso livre e gratuito à cultura. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes deu conta da aprovação desta candidatura, realçando a sua classificação em 11.º lugar, entre as mais de 700 candidaturas apresentadas. O autarca frisou o conjunto de parcerias que têm um papel importante neste projeto que terá um financiamento total de 50 mil euros e um prazo de execução de 12 meses. O objetivo mais é a constituição de uma associação de moradores. Jerónimo Belo Jorge

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Junho 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Constância

Constância aceita competências na Educação e recusa na Ação Social // A Assembleia Municipal de Constância, aprovou por maioria, a não aceitação da transferência de competências na área da Ação Social por parte do município. // Contudo, foi aprovada a aceitação dessas mesmas competências por parte da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), decisão “articulada com todos os treze municípios” que integram a CIMT. ser “aceitável e compreensível” que não se aceite neste momento “mas sim mais tarde”, aceitando a justificação de necessidade de reorganização dos serviços. Para a deputada municipal, “vai ser necessária a adaptação e negociação de recursos” pois tem que “ser um trabalho conjunto numa perspetiva de proximidade” entre o Município e a Segurança Social. A ser assim, segundo Maria do Rosário Martins, “poderá ser uma mais-valia e um ganho para o cidadão”. Maria do Rosário Martins considerou aceitável e compreensível

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Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal, defendeu a proposta de não aceitação das competências a nível do Município, “nesta fase”, pois, como explicou, “as portarias que regulamentam um conjunto de questões ligadas a esta área da Ação Social foram publicadas há relativamente pouco tempo e os serviços internos ainda têm que fazer uma análise das mesmas”. O autarca afirmou que “ainda não nos sentimos preparados para as receber”. Maria do Rosário Martins, deputada eleita pela CDU, disse

/ Assembleia Municipal realizou-se por videoconferência que o Município queira mais informações acerca deste processo mas não deixou de reparar que, a nível intermunicipal, não foi explicado o que vai caber a cada município. Numa declaração de voto, justificou a abstenção. A não aceitação por parte do município e a aceitação das competências na área de Ação Social por parte da CIMT, foram aprovadas por maioria, com 4 abstenções, 3 da bancada da CDU e uma do Movimento Independente por Constância.

Município vai ter Competências na Educação já no próximo ano letivo

A Assembleia Municipal de Constância aprovou, por maioria, a proposta da Câmara Municipal de aceitar a transferência de competências na área da educação já no próximo ano letivo. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara, começou por explicaar que há haiam deliberado a não transferência de competências na área da Educação para o presente ano letivo 2021/2022 “porque tinha havido, por parte do Governo, um prolongamento do prazo, que apenas permitia a aceitação desta competência e das outras até março de 2022”. Entendeu-se assim que a competência só viria para o Município em março de 2022/23. No entanto, “não é essa a interpretação que existe”. Como tal, “para não corrermos o risco de assumir

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

a Educação a meio do ano letivo, trazemos à Assembleia a proposta de aceitarmos as competências já a partir de setembro de 2021”. O autarca deu conta de que já se efetuaram diversas reuniões com os serviços centrais e com a direção do Agrupamento de Escolas “e estamos nesta fase a acertar os valores que nos serão transferidos”. Rogério Palácio, deputado municipal eleito pela CDU, disse-se agradado com estas decisões, “pelo caminho de proximidade efetiva aos cidadãos” e que encara a descentralização de competências “como um voto de liberdade e um voto de honra ao 25 de abril”. “Parece que estamos a ir em direção a cada um dos munícipes” e disse-se “muito satisfeito por este Município já se sentir com capacidade para absorver estas competências e começar logo no início do ano letivo”. Em contradição com Rogério Palácio, Rui Ferreira, também da bancada da CDU, votou contra esta decisão pois disse que “há ainda muito desconhecimento sobre o processo que possa permitir uma decisão”. Em declaração de voto assinada pelos deputados Rui Ferreira, Maria do Rosário Martins e Ana Varino, afirmam mesmo que votar favoravelmente a esta proposta na base da informação presente, não deixava de ser uma atitude acéfala por parte da Assembleia, que fica a partir de agora com toda a responsabilidade de

aceitar definitivamente a gestão nesta área”. Para os deputados comunistas, “para votar em consciência sobre tão importante passo a dar, relativamente ao ensino no concelho, será necessário um conhecimento mais aprofundado sob pena de incorrermos num erro sem retorno possível”. Na Declaração de Voto afirmaram ainda que “depois de tomarmos conhecimento de casas de banho encerradas devido a autoclismos avariados há anos no CEC- Centro Escolar de Constância, de um vidro partido há meses no CEM- Centro Escolar de Montalvo, e outros problemas no CESMCentro Escolar de Santa Margarida sem uma resolução rápida, ficam-nos todas as dúvidas sobre a capacidade do atual Executivo Camarário responder a este enorme desafio”. Na resposta, o presidente da Câmara, Sérgio Oliveira, explicou a divisão das responsabilidades e acrescentou que é sua intenção delegar a gestão da escola à diretora do estabelecimento de ensino, Olga Antunes. A aceitação da transferência de competências na área da Educação por parte do Município de Constância foi aprovada por maioria em sessão da Assembleia Municipal com 2 votos contra da bancada da CDU e 2 abstenções (uma da CDU e outra do MIC). Patrícia Seixas


REGIÃO / Constância

10 de junho novamente sem Pomonas Camonianas Face à atual situação de pandemia de Covid-19, ainda não é em 2021 que regressam as Pomonas Camonianas a Constância. No entanto, o 10 de junho voltará a ser comemorado no concelho com a habitual homenagem a Camões. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal, contou ao Jornal de Abrantes que “fruto da situação que o país ainda atravessa, e com os números a aumentar nos últimos dias, não é possível fazer o 10 de junho como era feito em Constância, com as Pomonas Camonianas, com o Mercado Quinhentista e com toda a envolvência da comunidade escolar”. No entanto, o Município não vai deixar de assinalar “a data que

é tão importante para o concelho”. A habitual deposição da coroa de flores no monumento a Camões vai ser uma cerimónia simbólica, à semelhança do que já aconteceu no ano passado. Também a Casa-Memória de Camões se associa ao evento com uma Tertúlia de Poesia e alguns alunos da escola estarão vestidos com trajes à época e irão declamar poesia junto do monumento ao poeta. Das atividades do dia conta ainda a inauguração do Monumento aos Combatentes, “que foi adiada devido às condições climatéricas que se fizeram sentir no dia 25 de abril”. O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

vai então “ser um dia preenchido com um conjunto de atividades e iniciativas para lembrar o dia e para reafirmar a ligação íntima que Constância tem com Camões e com a cultura”, afirmou Sérgio Oliveira. As cerimónias serão restritas mas os munícipes “têm a possibilidade de assistir em direto pelas redes sociais do Município”.

A nível desportivo, vai também acontecer nas 24 horas do próximo dia 10 de junho uma prova de Orientação Geocaching, organizada pela Câmara Municipal de Constância, através do Gabinete de Juventude e Animação Desportiva. Face à atual situação de pandemia, e na impossibilidade de realização da tradicional Orientação Noturna, decidiu o município dina-

mizar uma Orientação Geocaching, uma iniciativa que nos remete para uma «Caça ao Tesouro dos Tempos Modernos». A Orientação Geocaching realiza-se ao longo das vinte e quatro horas do dia 10 de junho, tendo um percurso que decorrerá pela área do concelho de Constância e concelhos limítrofes. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

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Junho 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Sardoal

Programa de Voluntariado para a Floresta espera por 37 jovens // O Município de Sardoal viu aprovada, no dia 26 de maio, a candidatura ao Programa de Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas, «Por um Sardoal Verde IV». Os Projetos de Voluntariado no âmbito do Programa de Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas, são da responsabilidade do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e vão decorrer no concelho de Sardoal entre 1 de julho e 3 de setembro de 2021. O vereador afirmou que este é um Programa “com muita procura por parte dos nossos jovens, que ocorre no período de verão, durante as interrupções letivas”. O projeto que tem por nome «Por um Sardoal Verde IV, agir e executar», “é uma ação que diz respeito a limpeza e manutenção de espaços de lazer e vai decorrer de 1 de julho a 3 de setembro”. Para esta atividade estão previstos, no máximo, 12 jovens. No projeto «Por um Sardoal Verde IV, sensibilizar e agir», trata-se de uma atividade de vigilância em bicicleta que vai decorrer de 1 de julho a 3 de setembro e que “se prevê que tenha nove jovens voluntários”. Já o projeto denominado «Por um Sardoal Verde IV, prevenir e vigiar» terá como atividade “a vigilância fixa na nossa torre de vigia” e irá decorrer de 1 de julho a 27 de setembro e “para a qual se prevê um total de 16 jovens”. Pedro Rosa explicou que “são, acima de tudo, atividades de vigi-

Creche Municipal com 36 vagas no ano letivo 2021/2022

// A informação foi avançada pelo vereador Pedro Rosa, na reunião do Executivo Municipal, que relembrou que este é um Programa que já vem a ser implementado há alguns anos no concelho de Sardoal.

/ Atividades de voluntariado de 2020 (Fotos: CMS)

lância, de sensibilização da nossa população e também de prevenção dos incêndios florestais”. “Logo que os jovens sardoalenses estejam disponíveis para aceder a este apelo, o Município irá tomar as diligências que se seguem, por forma a acolher as candidaturas”, completou o vereador. Assim sendo, para efetuar a sua inscrição, os jovens voluntários devem registar-se direta-

mente no site do IPDJ, “mesmo os que já executaram estes voluntariados no ano passado” e proceder à respetiva inscrição. A Câmara Municipal “irá fazer o acompanhamento, estamos a ver inscrições diariamente até para fazer a gestão dos dias diretamente com os jovens, para ver os dias que eles querem”. Isto porque “há a possibilidade de se poderem inscrever em todas estas atividades, em períodos desfasados, de forma

a haver alguma continuidade”. Se o número de jovens que decidirem participar neste Programa de Voluntariado for semelhante ao do ano anterior, “podemos ter aqui 37 jovens a fazer voluntariado durante o verão”. O Programa de implementação de Voluntariado resulta de uma colaboração que já existe há alguns anos entre o Município de Sardoal e a Direção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ. O Programa visa “incentivar jovens voluntários a proteger a natureza e a floresta, através da sensibilização das populações, bem como da prevenção contra incêndios florestais e outras catástrofes ambientais”, refere a autarquia sardoalense em comunicado. As atividades a desenvolver destinam-se a jovens entre os 18 e os 30 anos. O valor da bolsa é de 12 euros por dia. Patrícia Seixas

Curso de Português para migrantes tailandeses / Foto: Município de Sardoal

Encontra-se a ser lecionado um Curso de Língua Portuguesa dirigido aos migrantes tailandeses no concelho de Sardoal. A abertura desta ação de Português Língua de Acolhimento visa dar resposta a uma necessidade identificada pela Autarquia e pelo Agrupamento de Escolas de Sardoal. Existem, neste momento, 24 migrantes de origem tailandesa a laborar no Sardoal, que necessitam de adquirir competências básicas da leitura e da escrita da língua portuguesa e, simultaneamente, ampliar os seus conhecimentos ao nível da oralidade. A fluência na língua do país de acolhimento “é uma condição indispensável para que estes cida-

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

dãos se tornem mais autónomos, uma vez que o seu desconhecimento se pode tornar sinónimo de desigualdade, fragilidade e vulnerabilidade”. Nesse sentido, o Agrupamento de Escolas de Sardoal solicitou à Direção Geral da Educação autorização para a lecionação de uma ação de formação de 100 horas, constituída por quatro Unidades de Formação de Curta Duração de 25 horas cada. A frequência desta ação com aproveitamento dá-lhes equivalência ao nível A1 (elementar). Esta ação está a ser lecionada em regime pós-laboral no Centro Cultural Gil Vicente por uma docente de português do Agrupamento de Escolas de Sardoal.

Com vista ao arranque do próximo ano letivo, o Executivo da Câmara Municipal de Sardoal aprovou, por unanimidade, as medidas a tomar na Creche Municipal para o ano 2021/2022. O presidente do Município, Miguel Borges, afirmou que será quase tudo como no presente ano letivo, sendo a que a principal alteração se prende com a capacidade da Creche. No próximo ano, a Creche Municipal de Sardoal terá capacidade para 36 lugares, ou seja, reduz em quatro vagas. Serão repartidos pelas três salas, ficando 10 vagas disponíveis na Sala 1 para bebés, 13 vagas na Sala 2 e 13 vagas na Sala 3. Na proposta apresentada em reunião de Câmara, Miguel Borges deu conta “que o pagamento das mensalidades seja desenvolvido nos termos do Regulamento da Creche e que o valor da propina de matrícula se mantenha, sendo fixado no valor do ano anterior, ou seja, de 15 euros”. Já a taxa de esforço no cálculo das mensalidades vai ser “mantida nos 35% e que os valores mínimos a praticar sejam de 30 euros e os máximos de 250 euros”. A manter-se também vai ser o desconto de 50% para os munícipes sardoalenses. Quanto à alteração do número de vagas por sala, explicou Miguel Borges que “foi feita uma análise técnica e este número é o ideal para que a Creche funcione com normalidade”. As inscrições para a Creche Municipal de Sardoal podem ser efetuadas de 1 a 15 de junho, através do Balcão Único de Atendimento no edifício dos Paços do Concelho, “privilegiando-se os contactos por email”. As matrículas vão decorrer durante o mês de julho.


REGIÃO / Mação

Empresa na área da cannabis medicinal avança com obra em Ortiga // Foi debaixo de chuva intensa que foi lançada a primeira pedra, ou melhor dizendo, enterrada uma cápsula do tempo que simboliza o início dos trabalhos de instalação da GreatSoul Pharma na Zona Industrial de Ortiga. O ato simbólico teve lugar no dia 10 de maio e a empresa, de capitais ingleses, pretende ter obra terminada em seis meses. Este é um investimento na área do cultivo, armazenamento, embalamento e exportação de produtos à base de cannabis com fins terapêuticos. Jaime Gil-Robles, CEO - Chief Executive Officer da GreatSoul Pharma Portugal, começou por nos explicar a razão que levou a empresa a escolher o concelho de Mação para esta instalação. “Porque tem as condições geográficas perfeitas para a atividade que vamos fazer”, começou por dizer, adiantando que “em segundo lugar, e o mais importante” foi terem “sempre contado com o apoio do presidente da Câmara de Mação e da sua equipa, que nos ajudou ao longo de todo o processo”, e a quem agradeceu. Para além do “sítio perfeito”, Jaime Gil-Robles destacou ainda o facto de “as gentes de Mação sempre terem sido muito amáveis connosco”. A empresa inglesa vai fazer um investimento de cerca de três milhões de euros e criar entre 10 a 25 postos de trabalho. O CEO da GreatSoul Pharma confirmou estes números e explicou que “a ideia é trabalhar em fases distintas” mas relembrou que “se trata de um processo que tem a supervisão do INFARMED”. É a autoridade médica “quem nos vai permitir e marcar o ritmo” mas, por agora, “temos dimensionado um projeto coerente, tanto com o presidente da Câmara como com o INFARMED”. No entanto, como afirmou Jaime Gil-Robles, “não significa que, à medida que se vá desenvolvendo o mercado, não vamos crescer até porque temos espaço e toda a capacidade para o fazer”. Neste momento, a GreatSoul Pharma tem já uma pré-licença por parte do INFARMED e, quando terminarem a obra, a autoridade de saúde irá deslocar-se ao local “e verificar que cumprimos o que dissemos que íamos fazer”. Quanto ao prazo de conclusão da obra, o CEO garantiu que tudo estará pronto dentro de seis ou sete meses, “no final do outono deste ano”. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, considera este investimento “extraordinariamente importante” para o concelho. O autarca lembrou

Mais empresas na área da cannabis com pé firme em Mação

/ Jaime Gil-Robles, CEO da GreatSoul Pharma Portugal e Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, no lançamento da “primeira pedra” que “já há uma série de meses, um ano, que andamos a trabalhar neste sentido e que hoje tem aqui este momento simbólico mas que representa muito”. O investimento, “de alguns milhões de euros, significa postos de trabalho e desenvolvimento económico para o nosso concelho”. Vasco Estrela quis ainda “realçar toda a lisura deste procedimento. Desde as pessoas que nos apresentaram este projeto, à Junta de Freguesia de Ortiga, na pessoa do seu presidente que desde a primeira hora também mostrou todo o interesse a poder acolher aqui nesta Zona Industrial, onde a Junta tinha terrenos e manifestou interesse em que o investimento se pudesse aqui concretizar, os serviços da Câmara que mostraram também uma total abertura e empenho para a concretização deste projeto, o doutor Gonçalo Matias e o seu escritório e o Jaime Gil-Robles que foi o nosso interlocutor e que foi sempre extraordinariamente claro na mensagem que nos estavam a querer passar, na seriedade do processo e na forma como o assunto nos foi colocado”. “Houve uma conjugação de

A empresa inglesa vai fazer um investimento de cerca de três milhões de euros e criar entre 10 a 25 postos de trabalho esforços que possibilitaram que o dia de hoje seja um dia importante para o concelho de Mação”, afirmou o presidente do Município que disse ainda esperar “que os objetivos desta empresa e do concelho de Mação sejam todos concretizados e que daqui a uns anos, quando por aqui passarmos, possamos todos dizer que valeu a pena o esforço para que as coisas acontecessem”. Rui Dias, presidente da Junta de Freguesia de Ortiga, afirmou que a instalação desta empresa, em alguns terrenos que foram cedidos pela Junta, poderá servir de alavanca para um crescimento da própria freguesia. Quanto ao dia

de hoje, classificou-o como “muito importante para a freguesia porque isto vai trazer trabalho, vai trazer gente e o interior está a precisar disto”. Rui Dias afirmou ainda que “todos os passos que dermos são bem dados e hoje estou contente porque acho que a Ortiga está de parabéns com esta instalação e foi para isto que disponibilizámos os terrenos e tudo fizemos para que este projeto seja um sucesso”. Parte dos terrenos onde vai nascer o investimento da GreatSoul Pharma em Ortiga “já pertenciam a outra empresa mas os terrenos anexos” eram da Junta de Freguesia e servem agora para que a empresa se possa expandir. A expetativa é de que a economia local também vá beneficiar pois, como afirmou Rui Dias, “se vai trazer gente, isto mexe em todos os campos”. Quanto aos sentimento da população de Ortiga, Rui Dias confirmou que a comunidade está satisfeita mas curiosa. “Querem saber quem é que vem para aqui pois é uma terra pequena e veem gente de outros lados... Mas estão contentes por saber que vem para cá gente nova”.

Na mesma área de investimento, há ainda mais duas empresas que pretendem instalar-se no concelho de Mação. Uma delas está prevista ter as suas instalações perto do Casal da Barba Pouca e uma outra na zona da Caldeirinha. Em ambos os casos, os terrenos onde as empresas irão investir são de privados. Vasco Estrela admitiu que o concelho tem “condições para mais desenvolvimentos de projetos nesta área e é nisso que estamos a trabalhar. Creio que a partir da data em que as obras começam a ser iniciadas e com a concretização destes projetos, podemos estar a falar de um concelho de Mação um pouco diferente e é para isso que nós, autarcas, trabalhamos. Mas também só conseguimos atingir os nossos objetivos se houver uma grande conjugação de esforços”. O presidente deixou o desejo de que “as oportunidades surjam, que nós as possamos agarrar e que haja também um conjunto de entidades que connosco colaboram e trabalham e nos possam ajudar a concretizar estes objetivos”. Vasco Estrela assumiu ser “bom que Mação consiga ter este virar de página e deixar a ideia da fatalidade e de que tudo o que acontece, geralmente, é mau. Neste caso, estamos aqui por um ótimo motivo”. Quanto ao facto de Mação poder vir a ser um cluster, ou um aglomerado de empresas na área da cannabis, Vasco Estrela afirmou que “esses são nomes que ficam bem e nós gostaríamos que isso se pudesse concretizar mas vamos passo a passo, fazendo as coisas devagarinho, com calma e com cautela, sem embandeirar em arco, não criar ilusões às pessoas e ter a noção de que o dinheiro destes empresários é deles. Eles investem onde entendem que devem investir e onde tenham boas condições para investir. Da parte da Câmara Municipal e do concelho de Mação o que temos que fazer é criar condições, sermos diplomatas o suficiente para que eles se sintam bem a investir no concelho de Mação. É isso que temos tentado fazer, fizemos neste caso e, felizmente, as coisas correram bem”. Patrícia Seixas

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Estratégia Local de Habitação visa garantir habitação social condigna // “Garantir condições de acesso à habitação digna no Município de Vila Nova da Barquinha, fortalecendo a coesão social e territorial, aumentando a qualidade de vida e a inclusão dos seus residentes e diminuir os focos de precariedade habitacional existentes” é o objetivo da Estratégia Local de Habitação de Vila Nova da Barquinha.

/ Centro Histórico de Vila Nova da Barquinha nais para os agregados familiares que foram identificados”. A chamada Solução A2 passa pela modalidade de Beneficiários Diretos, “ou seja, destina-se a agregados familiares que se encontram em casas arrendadas e cujos proprietários poderão candidatar-se diretamente às medidas do programa 1.º Direito para a reabilitação e manterem as suas habitações no regime de renda apoiada”. Já na Solução A3, serão outras Entidades Beneficiárias a promover as medidas. Neste caso em concreto, trata-se da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, “que detém vários fogos de habitação social, quer em Vila Nova da Barquinha, quer em Praia do Ribatejo, e que também necessitam de uma intervenção profunda nas habitações. Daí estar também identificada por forma a poder candidatar-se ao 1.º Direito”.

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A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, a Proposta de Estratégia Local de Habitação do Município. O trabalho foi iniciado no ano passado, pelo Serviço Social do Município e pela empresa Terrisirga, “que foi quem nos assessorou na elaboração deste documento”. A proposta, apresentada pela vereadora Marina Honório, já apresentou trabalho feito e, segundo explicou, “foi feito o levantamento das carências habitacionais, relativamente às habitações precárias e à insalubridade” do concelho e esse trabalho contou com a colaboração das várias IPSS’s e das Juntas de Freguesia, na identificação destas situações “que estavam identificadas em cada uma das freguesias”. A Estratégia Local de Habitação de Vila Nova da Barquinha prevê um investimento “desde 2021 e até 2026 e engloba três prioridades”. A vereadora começou por elencar os eixos e, na primeira prioridade (A1) está “o investimento do Município, quer na reabilitação da habitação social que se encontra neste momento degradada ou a necessitar de uma intervenção profunda, quer em soluções habitacio-

A Estratégia Local de Habitação de Vila Nova da Barquinha diz respeito a 99 agregados familiares, o que corresponde a 219 pessoas A Estratégia Local de Habitação de Vila Nova da Barquinha “diz respeito a 99 agregados familiares, o que corresponde a 219 pessoas. Na prioridade A1, do Município, “tem um investimento previsto de três milhões de euros e na A3, de um milhão e 300 mil euros”.

Do universo dos 99 pedidos, no que diz respeito a promover diretamente pelo Município de Vila Nova da Barquinha, “importa destacar o compromisso com a reabilitação enquanto forma privilegiada de intervenção, nomeadamente no que diz respeito à reabilitação de três habitações propriedade do Município, onde vivem três famílias em regime de renda apoiada, bem como a reabilitação de património municipal (antigas escolas) que irá permitir aumentar a oferta de habitação social municipal, disponibilizando cinco habitações para o realojamento de famílias que vivem em condições indignas. A resposta às restantes famílias que vivem em condições indignas, será garantida através da construção de novas habitações”, pode ler-se no documento. Com a aprovação deste documento, o Município fica em con-

dições de poder avançar com as candidaturas junto do IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, através do programa 1.º Direito e “também das verbas inscritas no PRR para a reabilitação dos imóveis e a criação de novos fogos de habitação social, tendo em conta as necessidades identificadas nesta Estratégia”. A Proposta de Estratégia Local de Habitação do Município de Vila Nova da Barquinha foi aprovada por unanimidade pelo Executivo. Será agora remetida para a Assembleia Municipal que irá realizar-se no dia 24 de junho. Se for aprovada, começa então “o longo e árduo trabalho de executar”. Para o ano de 2022, segundo o documento aprovado pelo Executivo, está prevista a reabilitação de património municipal para destinar a habitação de cinco agregados e a reabilitação de frações ou de prédios habitacionais de seis agregados familiares. Em 2023, a reabilitação ou construção de novas habitações visa apoiar mais 18 famílias e, em 2024, serão 24 as famílias beneficiárias. Isto, na medida A1, que diz respeito ao investimento direto do Município e que vai abranger 53 fogos habitacionais, num investimento de 3.105.000 euros. Na Solução A2 está previsto o apoio a dez agregados familiares e, na Solução A3, as restantes 36 famílias. Marina Honório afirmou que a proposta vida “colmatar todas estas carências habitacionais que temos, criar melhores condições de habitação e criar novos fogos de habitação social por forma a que a população, nomeadamente a mais fragilizada, tenha direito a uma habitação condigna”. É que a questão da inflação dos preços de arrendamento no concelho, tornam as habitações “inacessíveis a famílias de parcos recursos”. Patrícia Seixas

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021


REGIÃO / Vila de Rei

Ministra da Coesão Territorial defende medidas corajosas para o interior // O dia 24 de maio foi dia de inaugurações em Vila de Rei. A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esteve presente em Vila de Rei , numa sessão desenrolada no edifício dos Paços do Concelho e que contou com a presença do presidente da Autarquia vilarregense, Ricardo Aires, a que se seguiu a visita e inauguração do Sombreamento das Tasquinhas do Parque Multiusos de Vila de Rei, da Expansão da Infraestrutura de Localização Empresarial – Zona Industrial do Souto e do Parque da Ribeira da Vila. Na cerimónia de receção, que teve lugar no salão nobre dos Paços do Concelho, o presidente do Município de Vila de Rei afirmou que a visita da governante serve para aprofundar o diálogo, que é intenção da Câmara Municipal abrir novos caminhos para a valorização das pessoas e dos produtos deste território e apelou para que possa ser elaborado um Mapa de Municípios de Baixa Densidade que, no entender do autarca, se deve denominar Mapa de Municípios Economicamente de Baixa Densidade. “Na verdade, as nossas empresas pagam o mesmo que as sediadas no Litoral. Os nossos empresários são autênticos guerreiros, uns heróis que não desfalecem perante as dificuldades mas que são merecedores de uma discriminação positiva. Pedimos, pois,

Expansão Zona Industrial Souto A implementação da Zona Industrial do Souto surgiu da necessidade do Município continuar a oferecer condições para a instalação dos agentes económicos, que continuam a procurar o concelho de Vila de Rei, “tanto pela sua qualidade de vida, como pela sua centralidade”. Com duas zonas industrias, as mais perto da zona urbana praticamente ocupadas, surgiu a necessidade de se apostar numa nova zona industrial que permitisse a sua implementação de forma faseada, consoante as necessidades e procura, mas que ao mesmo tempo fosse permitindo a sua expansão, algo que as duas existentes não permitiam, sem colocar em causa a qualidade de vida dos habitantes da vila. A primeira e segunda fase (que hoje se inaugurou) contou com um investimento de 915.285 ,92€, sendo financiada por fundos comunitários em cerca de 75%. Atualmente, esta zona industrial conta com cinco empresas instaladas e a funcionar em pleno, garantindo 22 postos de trabalho diretos, 15 lotes escriturados ou em processo de cedência onde, de acordo com os projetos apresentados e em pleno funcionamento, garantirão 182 postos de trabalho diretos. Apenas se encontram disponíveis 2 lotes.

a Vossa Excelência que, junto do Governo, faça eco do nosso pedido para que exista uma maior diferenciação positiva, de modo a que o nosso País ande a uma só velocidade”, apelou Ricardo Aires Ricardo Aires falou ainda dos investimentos que agora foram inaugurados e dos objetivos que o Município pretende ver cumpridos nestes espaços. A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, apelou a mudanças estruturais “para que o interior não continue de mãos estendidas” e possa mostrar “as riquezas que tem a dar ao país”. A governante assumiu ainda as dificuldades dos empresários em instalar-se nestes territórios e afirmou que “quem cá vive não pode ser prejudicado”. Ana Abrunhosa assumiu o compromisso de tudo fazer para

proporcionar maior qualidade de vida neste território porque, como afirmou, “é necessário dinamizar as atividades económicas, transformar as dificuldades em oportunidades e tomar medidas mais corajosas: tratar diferente o que é diferente. É urgente rever os mapas, trabalhar em conjunto e progredir com novas medidas: benefícios mais vantajosos para as empresas, para a contratação de pessoal e para o investimento Municipal”. Após a sessão no edifício dos Paços do Concelho, a comitiva seguiu para as inaugurações do Sombreamento das Tasquinhas do Parque Multiusos de Vila de Rei, da Expansão da Infraestrutura de Localização Empresarial – Zona Industrial do Souto e do Parque da Ribeira da Vila. Patrícia Seixas

Sombreamento das Tasquinhas

Parque Urbano da Ribeira da Vila

O espaço é dos mais utilizados na realização de eventos da autarquia, nomeadamente na Fira de Enchidos, Queijo e Mel e no almoço comunitário realizado na altura do Feriado Municipal. Anteriormente, o Município tinha que alugar tendas e equipamentos na altura dos eventos. Contudo, com este investimento, além de melhorar as condições em que estes se realizam, principalmente tendo em conta a questão climática, permite ao município pensar na organização de outras atividades ou mesmo disponibilizar o equipamento a Associações ou outras entidades para a organização dos seus eventos. O Investimento totalizou os 146.676,07€, tendo sido financiado a 100% por fundos comunitários (Candidatura conjunta Médio Tejo – POSEUR).

O Parque Urbano da Ribeira da Vila, surgiu da “necessidade de oferecer aos vilarregenses e a todos os que nos visitam, de um espaço lúdico, onde possam vir passear, praticar desporto, ou simplesmente desfrutar uma bebida com os amigos num ambiente mais tranquilo”. Além de um simples jardim com um bar, decidiu-se complementar o espaço, tornando-o diferenciador dos restantes do género, disponibilizando um anfiteatro onde se podem realizar inúmeras atividades, desde concertos, peças de teatro ou outras. Sendo principalmente um espaço natural, o Município apostou em materiais recicláveis e amigos do ambiente. O investimento no Parque foi de 253.264,15€, tendo sido financiado em cerca de 75% por fundos comunitários. Mais recentemente, o Município apostou num passadiço de madeira para interligar o Parque à Vila, tendo em conta a EN2, sendo este trajeto muito usado pelos estudantes e jovens entre a escola ou equipamentos desportivos e a vila. Desta forma o percurso torna-se mais seguro, tanto para os peões como para os automobilistas.

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SOCIEDADE / ABRANTES

Dez praias para uma escapadinha de verão

ALDEIA DO MATO Arranque época Balnear: 1 de julho (e até 31 de agosto) Títulos (bandeiras): Bandeira Azul + Praia Acessível Praia para Todos + Praia com Qualidade de Ouro (Quercus) Serviços disponíveis: assistência a banhistas (nadadores-salvadores) e bar Capacidade: 220 pax Medidas restritivas Covid: as previstas na legislação em vigor e normas da DGS. Uso obrigatório de máscara nos acessos ao areal, nos apoios de praia, bares e nas zonas de circulação; distanciamento físico de segurança de 1,5m entre pessoas de grupos diferentes ou sozinhas; 1 sentido de circulação nas zonas de passagem; uso obrigatório de calçado (chinelos) nas instalações sanitárias e zonas de passagem; afastamento de 1,5m entre toalhas (para pessoas fora do mesmo grupo); afastamento entre chapéus-de-sol de 3m (para pessoas fora do mesmo grupo); respeitar a capacidade máxima na piscina flutuante (50 pessoas); evitar o acesso a praias com ocupação elevada ou plena (bandeira amarela ou vermelha); nos bares e restaurantes vigoram as medidas definidas pela DGS Localidade mais próxima: Aldeia da Mato. 39.545320, -8.277482

A pandemia trouxe muitos problemas, mas trouxe também um outro olhar dos portugueses para os territórios do interior, mesmo que muitas pessoas não gostem desta caracterização. Seja como for, praias fluviais, Estrada Nacional 2, miradouros, passadiços, trilhos, aldeias rurais, turismo rural e por aí fora ganharam outros olhares e destaques. Em mês do início do verão, o Jornal de Abrantes deixa como proposta “fresca” as “nossas” 10 praias fluviais e o seu bilhete de identidade. E que tal programar já o circuito pelas “nossas” zonas balneares de águas interiores? Jerónimo Belo Jorge

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

FONTES Arranque época Balnear: 1 de julho (e até 31 de agosto) Títulos (bandeiras): Bandeira Azul Serviços disponíveis: Assistência a banhistas (nadadores-salvadores) e bar Capacidade: 80 pax Medidas restritivas Covid: as previstas na legislação em vigor e normas da DGS. Uso obrigatório de máscara nos acessos ao areal, nos apoios de praia, bares e nas zonas de circulação; distanciamento físico de segurança de 1,5m entre pessoas de grupos diferentes ou sozinhas; 1 sentido de circulação nas zonas de passagem; uso obrigatório de calçado (chinelos) nas instalações sanitárias e zonas de passagem; afastamento de 1,5m entre toalhas (para pessoas fora do mesmo grupo); afastamento entre chapéus-de-sol de 3m (para pessoas fora do mesmo grupo); respeitar a capacidade máxima na piscina flutuante (20 pessoas); evitar o acesso a praias com ocupação elevada ou plena (bandeira amarela ou vermelha); nos bares e restaurantes vigoram as medidas definidas pela DGS Localidade mais próxima: Fontes. 39.605329, -8.263418


SOCIEDADE / MAÇÃO ORTIGA Arranque época Balnear: 12 de junho a 12 de setembro Títulos (bandeiras): Serviços disponíveis: bar, balneários, espreguiçadeira, sombras, chuveiros, equipamentos desportivos, campo de jogos, parede escalada, slide, churrasqueira, parque de merendas, água potável Capacidade: 300 pax Medidas restritivas Covid: controlo limitado a capacidade máxima nos acessos, desinfeção de equipamentos, distanciamento de lugares, utilização máscara no acesso Localidade mais próxima: Ortiga 39.482809, -8.001553

CARDIGOS Arranque época Balnear: 12 de junho a 12 de setembro Títulos (bandeiras): Qualidade Ouro 2021 Serviços disponíveis: bar, balneários, espreguiçadeira, sombras, chuveiros, , churrasqueira, parque de merendas, água potável, zona de banhos para crianças, nadador salvador Capacidade: 150 pax Medidas restritivas Covid: controlo limitado a capacidade máxima nos acessos, desinfeção de equipamentos, distanciamento de lugares, utilização máscara no acesso Localidade mais próxima: Cardigos 39.708088, -8.013792

PENEDO FURADO Arranque época Balnear: 15 de Junho Títulos (bandeiras): Praia Qualidade de Ouro Serviços disponíveis: bar, balneários; nadador-salvador; estacionamento; parque de merendas; parque infantil; Capacidade: 230 Pax Medidas restritivas Covid: O Município de Vila de Rei vai implementar nas suas praias todas as restrições indicadas no Decreto-Lei nº35-A/2021 de 18 de maio Localidade mais próxima: Milreu 39.625741, -8.162285

BOSTELIM Arranque época Balnear: 15 de junho Títulos (bandeiras): Praia Qualidade de Ouro; Bandeira Azul; Bandeira Praia Acessível Serviços disponíveis: bar, balneários; nadador-salvador; estacionamento; parque de merendas; parque de campismo rural; área de serviço de autocaravanas; posto de primeiros socorros Capacidade: 220 Pax Medidas restritivas Covid: O Município de Vila de Rei vai implementar nas suas praias todas as restrições indicadas no Decreto-Lei nº35-A/2021 de 18 de maio Localidade mais próxima: Cabeça do Poço 39.723118, -8.108388

CARVOEIRO Arranque época Balnear: 12 de Junho a 12 de setembro Títulos (bandeiras): Bandeira Azul + Praia Acessível Praia para Todos + Praia com Qualidade de Ouro (Quercus) Serviços disponíveis: bar, balneários, espreguiçadeira, sombras, chuveiros, churrasqueira, parque de merendas, água potável, zona de banhos para crianças, nadador salvador Capacidade: 300 pax Medidas restritivas Covid: controlo limitado a capacidade máxima nos acessos, desinfeção de equipamentos, distanciamento de lugares, utilização máscara no acesso Localidade mais próxima: Carvoeiro 39.630107, -7.923156

VILA DE REI

PEGO DAS CANCELAS Arranque época Balnear: 15 de junho Títulos (bandeiras): Praia Qualidade de Ouro Serviços disponíveis: bar, balneários; nadador-salvador; estacionamento; parque de merendas; Capacidade: 230 Pax Medidas restritivas Covid: O Município de Vila de Rei vai implementar nas suas praias todas as restrições indicadas no Decreto-Lei nº35-A/2021 de 18 de maio Localidade mais próxima: Portela dos Colos 39.734557, -8.057947

ZABOEIRA Arranque época Balnear: 15 de junho Títulos (bandeiras): Praia Qualidade de Ouro Serviços disponíveis: Piscina flutuante Capacidade: 120 Pax Medidas restritivas Covid: O Município de Vila de Rei vai implementar nas suas praias todas as restrições indicadas no Decreto-Lei nº35-A/2021 de 18 de maio Localidade mais próxima: Zaboeira 39.704043, -8.222537 Nota: A capacidade das Praias de Vila de Rei foi confirmada apenas no dia 1 de junho, (já após o fecho desta edição) pelo que a indicação da autarquia tem a base da lotação praticada em 2020. Tudo indica que volte a ser a mesma, mas pode ter sofrido algum ajuste.

FERNANDAIRES Arranque época Balnear: 15 de junho Títulos (bandeiras): Praia Qualidade de Ouro Serviços disponíveis: bar, balneários; nadador-salvador; estacionamento; estância de wakeboard; piscina flutuante Capacidade: 380 Pax Medidas restritivas Covid: O Município de Vila de Rei vai implementar nas suas praias todas as restrições indicadas no Decreto-Lei nº35-A/2021 de 18 de maio Localidade mais próxima: Fernandaires 39.734290, -8.208735

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SOCIEDADE /

Progressão da vespa asiática começa a travar A vespa asiática chegou à Europa em 2004 e, daí para cá, espalhou-se tendo entrado em Portugal. Estima-se que a cada ano a espécie possa “andar” entre 80 a 100 quilómetros. Como espécie predadora, depois dos estudos sobre o seu comportamento, sabe-se que eliminam as abelhas e que têm uma capacidade muito grande de reprodução. Há casos em que a eliminação de um ninho, de forma errada, fez com que nascessem nas imediações mais de uma dezena de novos ninhos. É por esse motivo que é tão importante detetar os ninhos de vespa asiática e fazer a sua eliminação por técnicas de “envenenamento” por forma a que as vespas morram e não criem outros ninhos, se ficarem sem a rainha. Foi neste sentido que o Serviço Municipal de Proteção Civil de Abrantes organizou a 21 de maio uma palestra dirigida às juntas de freguesia, apicultores, forças de autoridade e bombeiros. Porque todas estas entidades têm de lidar com esta realidade que, nalguns casos preocupa, os cidadãos. Para melhor explicar os comportamentos das vespas velutinas, as espécie, de mais de uma dezena, que cresce entre nós Carlos Filipe da Associação Modelismo Centro Portugal foi o convidado para uma sessão de esclarecimento sobre este tema. E trouxe com ele a técnica que, em sua opinião, é a que melhor defende o ambiente e tem mais sucesso na eliminação das vespas predadoras. A ferramenta usada é uma espécie uma cana (de pesca) de carbono e alumínio com uma agulha na extremidade. Esta cana extensível, com diversos metros, tem uma bomba elétrica e um tubo que liga à extremidade e que permite injetar os produtos nos ninhos. Esta técnica faz com que as vespas não se sintam ameaçadas e que, por isso, não tenham

reações de defesa do ninho. O líquido que é injetado nos ninhos não tem qualquer produto repelentes porque o que interessa é precisamente o inverso. É utilizada uma solução química que contem feromonas que atraem as vespas que ao ingerir o líquido acabam por morrer. O objetivo é fazer com que as vespas não “fujam” para criar um

App Descubra para conhecer Médio Tejo

Chama-se Descubra e é um convite à descoberta do Médio Tejo e dos concelhos que compõem esta região. A Aplicação Descubra é uma ferramenta turística gratuita, que reúne numa só aplicação a principal oferta da região, desde pontos de interesse, alojamento, restauração, principais itinerários, animação, lojas de produtos endógenos, entre outras informações fundamentais de apoio ao turista, disponibilizan-

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/ Carlos Filipe da Associação Modelismo Centro Portugal

O objetivo é fazer com que as vespas não “fujam” para criar um outro ninho

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

outro ninho. Se for utilizada uma outra técnica de destruição do ninho as vespas que fogem são potenciais criadoras de outras colónias. É por isso, diz o especialista, que é preciso conhecer bem como vivem para perceber como se devem atacar. E a técnica, segundo Carlos Filipe, é aceite pelo INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

E se, em geral, na região temos ninhos encontrados em árvores e zonas mais florestais, Carlos Filipe disse à Antena Livre que as vespas velutinas podem fazer os ninhos em qualquer local. Telhados, balseiros, casas abandonas e podem ter uma atração por barris de vinho já inutilizados. Pode haver uma proteína no vinho que atrai as velutinas, tanto mais que o vinho é, em geral, um dos ingredientes para a solução liquida que é colocada nas armadilhas. Depois há mais outras notas a ter em conta, segundo o especialista. O período entre fevereiro e maio é onde se devem espalhar as armadilhas para capturar as vespas velutinas. E neste período porque é o espaço temporal

do também a agenda cultural do Médio Tejo. É, nas palavras da presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Anabela Freitas, “uma porta de entrada e um retrato turístico generalizado, do que é possível encontrar na nossa região para visitar”. Destinada aos turistas e visitantes da região, já é possível descarregar esta aplicação na Apple Store e na Play Store, como também ficar

em que qualquer vespa pode ser uma fundadora, já que os ninhos primários são, em geral, menos detetados. Carlos Filipe diz que depois é que se devem colocar armadilhas junto aos apiários, já que as velutinas atacam as abelhas produtoras de mel à porta das colmeias. E sendo esta espécie um grande problema para os apicultores, Carlos Filipe, revela que há um grande exagero e alarme social em relação a estas vespas. “Elas não atacam ninguém se não se sentirem ameaçadas ou se não sentirem em perigo o seu ninho”, explica ao mesmo tempo que acrescenta, com recurso à exibição de diversos vídeos, que pode ver-se a agulha a injetar o veneno no ninho e “elas não reagem”. Ou seja, como qualquer espécie, só reage se sentirem ameaça para o ninho. E aí, numa reação dessas, podem ser perigosas porque libertam uma feromona que atrai toda a colónia. É por este motivo que o investigador e a Proteção Civil de Abrantes alertam para a necessidade de serem as autoridades a eliminar os ninhos de vespa velutina. E os Bombeiros Voluntários de Abrantes têm uma equipa que elimina os ninhos. Assim que a informação lhes chega, com a localização do ninho, num período de 24 a 48 horas o serviço é executado. Mesmo assim há, ainda, muitos apicultores que eliminam os ninhos de velutinas que ameaçam os seus apiários. E, nestes casos, estes não entram nas estatísticas porque não chegam ao conhecimento das autoridades. Trata-se de um processo errado, pelo que a descoberta ou identificação dos ninhos deverão ser comunicados à Proteção Civil de Abrantes. E, neste contexto, Paulo Ferreira, coordenador garante que, neste momento, a reação do serviço é de 24 a 48 horas. Paulo Ferreira revelou à Antena Livre os números oficiais de 2020 no concelho de Abrantes: foram eliminados 13 ninho primários e 68 secundários. Um número inferior a 2019, em que foram identificados pelas autoridades 140 ninhos de vespa. Jerónimo Belo Jorge

a conhecer este projeto através do site https://portal.descubra.pt/, onde se encontra a mesma oferta turística da região do Médio Tejo. Com esta nova versão é possível encontrar o concelho que se pretende visitar, bem como a oferta global da região do Médio Tejo numa única aplicação, mais atrativa ao turista e adaptada às atuais tendências tecnológicas e de mercado.


SOCIEDADE /

Coelheira e Victor Felisberto lançam vinho “Raízes” // Vinho e gastronomia casam na perfeição. Aliás, podem, na escolha certa, fazer uma ligação perfeita numa degustação de um qualquer prato. // E foi por aqui que dois empresários de Abrantes, um da restauração e outro do setor vitivinícola, uniram pensamento para dar andamento a uma ideia que germinou, nasceu e foi agora apresentada publicamente. A ideia

Victor Felisberto começou por explicar que o seu conceito de cozinha não encaixava nas casas abertas na região. Mas revelou a sorte de ter encontrado o espaço (Casa Victor Felisberto no Cana Verde) onde dá asas à criação gastronómica. Se a existência de um forno a lenha o levou a enveredar por uma oferta ligada a este pormenor, de pratos confecionados a baixas temperaturas, a vontade de apresentar pratos da região levou a procurar ajuda de quem conhece a área. E foi num trabalho com o especialista em gastronomia, Francisco Armando Fernandes, que encontrou as “perdizes à moda de Abrantes” que lançou recentemente. Foi “à procura de receitas perdidas do concelho”. Victor Felisberto, com duas estrelas Michelin no currículo, ambas conquistadas fora do país [Aquarius Caldea de Andorra e Portal de Inglaterra], disse que começou a brincar com o forno a lenha por isso, gostava de encontrar vinhos que combinassem com estes pratos. E revelou a vontade de ter esses vinhos da região. Uma vez na brincadeira com o Nuno [Nuno Falcão Rodrigues] disse “temos é de arranjar um vinho que combine com a comida que eu faço”. Foi uma ideia que lhe surgiu antes da pandemia. Victor Felisberto diz que tem procurado cada vez mais na região, no pequeno produtor, os seus fornecedores. E reforçou a ideia: “Se eu vou à Sertã sei o que vou comer e beber. E aqui temos de saber isso. O que comer e beber em Abrantes”. Quanto à celebração religiosa terá a missa com transmissão à qual se seguirá a procissão em honra da Nossa Senhora do Rosário.

O conceito

“É um filho da Covid. Acho que é das poucas coisas boas que a Covid nos deixou. Foi ter um bocadinho mais de tempo para esta ideia. Para ter ideias.” Foi desta forma que Nuno Falcão Rodrigues, Enólogo e responsável pela adega Casal da Coelheira, lançou este novo vinho. O desafio que o Chef Victor lançou, de se fazer alguma coisa que pudesse dar mais visibilidade à terra, aos produtos que se fazem nesta região, que ele utiliza na sua

...e o “Raízes” acompanha bem o quê? Quase no final da apresentação, e antes da degustação do “Raízes” e dos pratos concebidos pelo Chef Victor Felisberto foi feito o desafio a ambos. Este vinho pode acompanhar o quê? E que pratos podem acompanhar o vinho “Raízes”? Nuno Falcão Rodrigues gracejou com a pergunta. Se na ficha deste novo vinho se aponta como referencial queijo e carnes vermelhas. No entanto, o enólogo destacou da Casa Chef Victor Felisberto “um naco de novilho, feito a baixa temperatura que acho delicioso. Acho que este prato é o cartão de visita desta casa”, revelou o enólogo do Casal da Coelheira.

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“É um filho da Covid. Acho que é das poucas coisas boas que a Covid nos deixou”

gastronomia, era cativante e “onde nos revíamos”. Nuno Falcão Rodrigues apontou depois a fórmula para dar passos nesse desafio e que era encontrar um vinho que se enquadrasse naquilo que ele queria. O enólogo disse que procuraram um vinho que fosse elegante, fresco, que tivesse a personalidade que são as terras e o clima do Tramagal. A ideia era ter um vinho “que cheirasse à nossa terra”. Quem conhece sabe que são terrenos muito pobres, arenosos, em que a vinha tem de sofrer um pouco e isso facilita o trabalho do enólogo porque, afirma, isso

ajuda a conseguir uva de muito boa qualidade. “Temos um vinho com uma única casta, Alicante Boushet [de origem francesa, mas que se adapta muito bem a Portugal], que é muito polivalente.

O nome

Com esta ideia a andar o nome “Raízes”, explicou o enólogo, tem a ver com aquilo que têm defendido que é “as nossas ligações à terra, nesse sentido figurado, das coisas que nos prendem aqui. Sou um apaixonado por Abrantes, a minha mulher é uma lisboeta que hoje já não trocava Abrantes pela terra natal. Por isso temos um apego muito grande aquilo que se faz aqui”, revelou Nuno Falcão Rodrigues. “Raízes” é o puxar por aquilo “que nós fazemos, e temos coisas boas aqui”. O enólogo apontou ao bom azeite desta região como outro produto a valorizar e a “levar lá para fora”.

A vinificação

Escolhida a casta única Alicante Bouschet havia, do ponto de vista técnico, o processo de vinificação. Nuno Falcão Rodrigues explicou que tem um “desengace total, maceração e fermentação em lagares mecânicos a temperatura controlada, fermentação maloláctica, es-

tagiado em barricas de carvalho francês e americano e filtração. Naquilo que são as análises químicas, apresenta uma acidez de 5,6 g/l, um teor de Álcool de 14,8% e um pH de 3,53. Como sugestão de serviço por parte do enólogo, a temperatura ideal deve apontar aos 17 graus.

A comercialização

O “Raízes” é mais um vinho da marca Casal da Coelheira que inicialmente foi concebido para a Casa Chef Victor Felisberto. Quando, há coisa de uma semana, os dois empresários abordaram a comercialização, entre o restaurante e adega, o Chef Victor Felisberto disse a Nuno Falcão que não pretendia a exclusividade, abrindo as portas à venda para qualquer pessoa ou qualquer restaurante. Aliás, Victor Felisberto, revelou que uma caixa já ia a caminho de Inglaterra. No que diz respeito a concursos, Nuno Falcão Rodrigues, frisou que ainda há afinações a fazer, trata-se de um vinho muito novo, que está em estreia em maio de 2021. Dois anos depois a ideia de parceria nasceu e já pode ser degustada. E caberá nesta ideia um branco “Raízes”? “Já pensámos nisso”. Jerónimo Belo Jorge

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REGIÃO / Abrantes kms de conduta, representaram um investimento global de cerca de 3 milhões de euros, apoiado pelo POSEUR, “que beneficiará cerca de 10.000 pessoas” nas freguesias de São Miguel do Rio Torto, Tramagal, Pego e Concavada. Segundo Manuel Jorge Valamatos, “esta intervenção (…) teve como objetivo primordial servir melhor os nossos cidadãos, através do aumento da qualidade e fiabilidade do serviço prestado, ao mesmo tempo que contribui de forma decisiva para o aumento dos níveis de racionalidade económica e eficiência operacional da exploração. Objetivo cumprido, por e com respeito pelo ambiente, que deixamos como legado para as gerações futuras”.

Há mais obra a caminho

/ Ministra Ana Abrunhosa inaugura Sistema de Abastecimento de água ao sul do concelho

Água do Castelo de Bode já chega ao sul do concelho // Os Serviços Municipalizados de Abrantes já têm a funcionar o Sistema de Abastecimento de água ao sul do concelho. A infraestrutura, situada no local de Cabeço da Burra, na freguesia do Pego, faz a ligação dos Sistemas Autónomos da zona sul ao Sistema da albufeira do Castelo de Bode e tem capacidade de 1.500 m3. Numa cerimónia organizada pela Câmara Municipal de Abrantes, foi inaugurado no dia 14 de maio o reservatório do Cabeço da Burra, na freguesia do Pego, e contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e com o secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel. Com este investimento, de cerca de 3 milhões de euros, apoiado pelo POSEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) que co-financiou em 85%, os Serviços Municipalizados de Abrantes “pretendem aumentar a eficiência global, com a redução significativa dos custos operacionais adicionais impostos pelos sistemas autónomos intervencionados e conseguindo uma maior racionalidade económica da exploração”. A construção do Reservatório surge integrado no projeto de li-

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gação dos sistemas autónomos da zona sul do Concelho de Abrantes ao sistema de abastecimento de água da Albufeira de Castelo do Bode que permite assegurar “com mais eficiência o fornecimento de água a cerca de 9600 pessoas de quatro freguesias: São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, Tramagal, Pego, Alvega e Concavada”. Este investimento consiste fundamentalmente na execução de ligações entre o sistema de abastecimento de água da Albufeira de Castelo do Bode (componente em alta) e um conjunto de sistemas autónomos localizados na zona sul do concelho de Abrantes (São Miguel, Tramagal, Pego e Concavada) que permite assegurar o fecho destes sistemas (componentes em baixa) através da sua integração e subsequente abastecimento a partir do sistema de Castelo do Bode.

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

VALOR TOTAL DO INVESTIMENTO: 2.936.195,83€ TAXA DE CO-FINANCIAMENTO: 85% Manuel Jorge Valamatos disse ser “um dia importante para o Município, para os SMA e para a nossa comunidade” pois “concretizamos hoje um passo muito relevante na estratégia iniciada no ano 2000 para o abastecimento de água no nosso concelho”. O presidente explicou que “na altura, foi decidido que Abrantes deveria realizar o abastecimento de agua a partir da Albufeira de Castelo do Bode. Foi nesse local

que iniciámos este grande projeto municipal, com a construção do coração do nosso sistema: a Captação de água na albufeira de Castelo do Bode, a Estação Elevatória Intermédia e ETA da Cabeça Gorda. De lá para cá, foram executadas as condutas adutoras para abastecer a generalidade das localidades da zona norte do concelho de Abrantes, num investimento contínuo que representou mais de 10 milhões de euros, suportado, essencialmente, por fundos próprios”. Em 2006, aquando da construção do açude insuflável de Abrantes, “e enquadrado nesta estratégia”, foi deixada um negativo que permitisse a passagem de uma conduta ao sul do concelho. Assim sendo, este novo reservatório no Cabeço da Burra, assim como a reabilitação dos reservatórios de S. Miguel, Tramagal e Concavada e a construção de mais 24

E por falar em futuro, afirmou Manuel Jorge Valamatos que “é já tempo de olharmos para o futuro e para os novos projetos que estamos a desenvolver, relativos à construção de um troço adutor entre o reservatório da Burra e o reservatório da Barrada + Estação Elevatória, o troço adutor entre a estação elevatória da Barrada e o reservatório de São Facundo e o troço adutor entre o reservatório da Burra e Mouriscas. Para este investimento nos novos troços, prevê-se uma verba também a rondar os 3,5 milhões de euros e “que queremos concluir até ao centenário dos Serviços Municipalizados de Abrantes”, em janeiro de 2028. A ministra Ana Abrunhosa parabenizou os Serviços Municipalizados de Abrantes “pelo trabalho feito” e afirmou que “hoje parece fácil mas é um trabalho de muitos anos e vai continuar a ser um trabalho de muitos anos”. A governante considerou a área “como fundamental” para “as pessoas terem água com qualidade”, referindo também o saneamento pois, como disse, “isso é cuidar do ambiente, é cuidar da qualidade de vida das pessoas”. Através do quadro comunitário Portugal 2020 já foram investidos no ciclo urbano da água, “mais de 600 milhões de euros de fundos comunitários, que permitiram um investimento de mais de mil milhões de euros”. O POSEUR deu “grande prioridade a esta área porque continuamos a ter grandes necessidades”, tendo Ana Abrunhosa garantido que “vamos continuar a dar prioridade no próximo quadro comunitário, o Portugal 2030”. De referir que a presidente da comissão diretiva do POSEUR, Helena Azevedo, bem como a secretária técnica, Helena Andrade, marcaram presença na inauguração deste novo reservatório no Pego. Patrícia Seixas


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SOCIEDADE /

Praia do Bostelim vai ter um hotel rural e quinta biológica // Uma das encostas da Praia Fluvial do Bostelim, no concelho de Vila de Rei, pode vir a ter, em breve, um hotel rural. Pelo menos o processo já começou com a entrada do processo técnico e administrativo nos serviços do Município.

A construção irá privilegiar o uso de xistos e madeira

“produção d’O bolo de chocolate mais feio do mundo”. Mas a proposta aponta ainda à “criação de uma marca de chás, condimentos, doces e compotas com os excedentes. No futuro, um mini lagar, para promover o “como se faz” da oliveira até ao fio de azeite”. / Imagem do projeto (Fonte: CM Vila de Rei) Quanto ao hotel rural terá dois pisos com 6 unidades de alojaAlçados Sul e Poente aromáticas, oliveiras, videiras, mento, com instalação sanitária O Jornal de Abrantes teve aces- zona, será de 228,00 m². so ao processo do qual consta a Os investidores, da área de zimbro, como base de uma des- privativa, sendo uma das uniideia e alguns desenhos técnicos Lisboa e que nada têm a ver com tilaria onde se fará a produção dades acessível a cidadãos com de destilados – principalmente deste projeto que vai ser impleVila de àRei, querem avançar com localiza-se mobilidade Na cobertura, cota do terreno superior, uma piscina (que se pretende biológica).condicionada. Tem mentado numa área total com 11 um projeto de sustentabilidade Absinto”. depois, como é normal, as áreas Esta piscina não está servida pelo de facto de os com quartos estarestécnicas, muito perto Ainda acordo a ideia 461 m2. De acordo com a proposta que aposta para alémde da balneários, unidade quer de estar, recepção, coda mesma, como devidopara aos constrangimentos de área inerentes à localização do zinha projeto.e uma piscina biológica, estes empresários entregue a área de construção, de alojamento uma “quin- apresentada querem ir mais longe e apostar que privilegiará o uso de xistos e linguagem ta agrícola”, “com numa prevista para o exterior. Com uníssona combase o edifício principal, espalhamos, dispersas no terreno, 4 Unidades madeira para enquadramento na agricultura biológica: plantas numa cozinha certificada e com a Ricardo Aires, presidente da

de alojamento isoladas, com instalação sanitária privativa. Com uma área de implantação de 228 m², o programa encontra-se resolvido milimetricamente, reduzindo ao máximo áreas “perdidas”. Propomos 364.50 m² de Área Bruta de Construção. Assim, resolvemos um hotel rural de 3 estrelas com o programa obrigatório definido no Anexo financiamentos para criar esta oferta turística. I, a que se refere o n.º 3, do Art.º 3, da Portaria n.º 309/2015:

Associação Rotas de Mação quer comboio a vapor na linha da beira baixa

Também o deputado intermunicipal socialista de Mação, João Fia) Entrada de serviço; lipe, revelou que foi abordado pelo presidente das Rotas de Mação, b) Acesso privativo às UA; // A Associação das Rotas garantindo que não conversou com c) Receção; de Mação quer colocar em d) Área de uso comum, onde podem ser prestados os serviços de refeições; o deputado José António Almeida. Ainda para mais a assembleia decirculação na linha da Beira correu no misto presencial para a e) Instalações Sanitárias; Baixa, entre o Entroncamento mesa e líderes de bancada e por f) Área de estar videoconferência para os restantes e Vila Velha de Ródão uma g) Acesso vertical de serviço aos pisos de alojamento independente do acessoeleitos. dos clientes; locomotiva a vapor, naquilo João Filipe secundou aquilo que seria um produto turístico que foi a ideia apresentada por de excelência, como já existe José António Almeida e foi mais longe referindo que o “problema na linha do Vouga e do Douro. neste momento é a recuperação de uma locomotiva que está parada|há mais de dez anos nas ofiNuno Narciso - Arquitectos | Av. Óscar Monteiro Torres, 49 B 1000-219 Lisboa | Tel. 210 940 538 | e-mail. geral@nnarq.com www.nnarq.com cinas da EMEF no Entroncamento”. João Filipe revelou ainda que / Locomotiva a vapor que circula no Douro esta locomotiva terá de sofrer uma transformação para circular a dieNesse sentido, o presidente da Leonel Mourato abordou dois António Almeida frisou que tem sel, tal como as “irmãs” do Vouga Associação das Rotas de Mação, deputados da Assembleia da Comu- conhecimento de que existe uma e Douro e essa operação só pode Leonel Mourato, que é igualmente nidade Intermunicipal do Médio locomotiva a vapor no Entronca- ser feita em Inglaterra. E adiantou um apaixonado pelos comboios Tejo que no dia 25 de maio levaram mento que poderia ser colocada ainda os eventuais custos, qualteve conhecimento de que nas ofi- o assunto à sessão, como forma de em circulação nesta linha trans- quer coisa como um milhão de cinas do Entroncamento existirá recomendação para que possa vir formando-a em atração turística. euros. uma locomotiva a vapor, “irmã” a ser equacionada esta operação de João Filipe deu mais uma nota O deputado intermunicipal das que estão a circular nas duas âmbito regional. deixou um pedido à presidente do que o engenheiro da EMEF, José linhas “turísticas” do norte do país. José António Almeida, do PSD, Conselho Executivo: como está a Carlos Barbosa, um dos responsáNesse sentido terá tentado saber frisou que foi contactado pelo pre- começar um novo quadro comuni- veis pelo material circulante ficou junto da CP da viabilidade de re- sidente da Rotas de Mação no sen- tário e que tem apoios para a área de falar com os superiores na fercolocar a locomotiva em circula- tido de, como deputado intermuni- do turismo a Comunidade deveria roviária no sentido de se agendar ção, para criar uma rota turística cipal, fazer “tudo o que pudéssemos fazer os possíveis para a recupera- uma reunião entre CP e Comunidaà beira Tejo. pela linha da Beira Baixa”. José ção desta locomotiva e encontrar de Intermunicipal. João Filipe dei-

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Câmara Municipal de Vila de Rei, revelou na reunião do executivo municipal que os empreendedores apresentaram, em hasta pública, o projeto e que solicitaram o pedido de isenção de IMT (Transmissão Onerosa de Imóveis) que foi aprovado por unanimidade. O autarca confirmou que se trata de um hotel rural acrescentará mais valor à Praia do Bostelim, que já tem um parque de caravanismo rural licenciado. Trata-se, por isso, de mais uma valência para aquela zona balnear. Ricardo Aires vincou também o projeto de agricultura biológica que encaixa naquilo que são algumas das ideias da associação Pinhal Maior, também nesta área. Ricardo Aires mostrou-se satisfeito e que este projeto vem ao encontro de um trabalho que começou há vários anos e que “agora estamos a colher do que andámos a semear”. Ainda sem prazos previstos de execução ou de valores de investimento há uma certeza: este projeto vai avançar muito em breve. Jerónimo Belo Jorge

xou esse mesmo pedido à presidente da Comunidade Intermunicipal, Anabela Freitas, para reunir com a CP por forma a avaliar esta ideia. Anabela Freitas, presidente da Comissão Executiva da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, revelou que foi a primeira vez que ouviu falar neste assunto. Não o descarta, frisando que não está contra a que o mesmo possa ser analisado no sentido de criar um novo produto turístico. Mas deixou a nota de que será um investimento elevado terá de ser equacionado. Anabela Freitas manifestou disponibilidade para conversar sobre a CP e equacionar a criação deste novo produto turístico. A ideia partiu do presidente da Associação das Rotas de Mação, Leonel Mourato, que “pediu” intervenção dos deputados intermunicipais José António Almeida (PSD) e João Filipe (PS) para fazerem subir a ideia à comunidade intermunicipal. E a ideia parece ser simples. Recuperar uma locomotiva a vapor, parada nas oficinas no Entroncamento, e colocá-la na linha da Beira Baixa, entre o Entroncamento e Vila Velha de Ródão, como oferta de produto turístico. A recuperação em Inglaterra com um custo de um milhão de euros poderá ser a maior dificuldade para a operação. Jerónimo Belo Jorge


GALERIA / Pérsio Basso Nasceu em Moita do Norte, concelho de Vila Nova da Barquinha, em 1976. Formou-se em Jornalismo e Comunicação no Instituto Politécnico de Portalegre, em 1999. Mais tarde desenvolve estudos em Direito da Comunicação (Universidade de Coimbra, 2000), Fotojornalismo, através do Observatório da Imprensa (2004) tendo como mestre Luiz Carvalho, e também em Design Editorial, no Instituto Politécnico de Tomar (2012). É profissional da comunicação desde 1997, exercendo funções nas áreas do jornalismo, assessoria de imprensa e design de comunicação. Trabalhou como jornalista no diário “Público” (1997 e 1999), no extinto semanário “O Independente” (1998) e na Rádio Hertz (1998). Atualmente exerce funções no Município de Vila Nova da Barquinha, onde é responsável pelo Gabinete de Informação e Relações Públicas, desde 1999. Expôs trabalhos de fotografia a nível individual e coletivo, conquistando alguns prémios, com destaque para os concursos de fotografia promovidos pelo Jornal Expresso - “Luz” (2009) e “Instantes por cá” (2011), em que foi um dos vencedores. Os seus trabalhos podem ser vistos em algumas coleções particulares e unidades turísticas da região. As suas fotos estão publicadas em várias obras, sobretudo monografias e publicações do Município de Vila Nova da Barquinha, na Revista Barquinha Viva e nas redes sociais.

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SOCIEDADE / Taberna da Amália junta gastronomia e fado para “trazer alegria” ao centro histórico O centro histórico de Abrantes parece querer voltar a ganhar a vida de outrora. Novos negócios vão abrindo portas e aí está mais uma oferta, desta vez gastronómica mas com animação musical. Abriu no dia 27 de maio a Taberna da Amália. Situada em plena Rua Nossa Senhora da Conceição, tem como promotores Telmo Correia e Carla Santos. Um casal jovem que já correu mundo e que decidiu que era a altura certa para regressar ao país e à sua cidade. “Eu e a minha namorada somos de Abrantes e trabalhámos muitos anos no estrangeiro, passámos por vários países e isso fez-nos dar mais valor àquilo que é nosso”, começou por explicar Telmo Correia. Em alturas de pandemia sentiram que estava na hora de “voltar ao nosso porto seguro, à nossa cidade da qual aprendemos cada vez mais a gostar. Foi isso que nos levou a investir aqui e já não queremos sair de cá”. Até porque, já estava planeada mas coincidiu com o início da pandemia, “tivemos uma bebé. Já não era altura de irmos para fora pois apesar de sermos jovens, já corremos muito”. O facto de terem escolhido o centro histórico, diz o empresário, foi por sentir que “a cidade está um bocadinho parada e precisa de movimento e é isso que estamos dispostos a fazer, dar alegria

/ Taberna da Amália abriu portas na Rua Nossa Senhora da Conceição à cidade”. No entanto, para Telmo Correia, este pode ser um desafio “para incentivar outros a fazerem o mesmo”.

Os chefs de cozinha

A gastronomia

Quanto à oferta gastronómica, “é muito diversa” e para todas as horas. A Taberna da Amália vai servir “pequenos-almoços mais tradicionais, vamos ter as diárias ao almoço, mais para tarde há lanches, tábuas e petiscos e à noite, há serviço à carta”. Não esquecer uma outra característica, é que a Taberna também é wine bar, ou

seja um bar de vinhos onde poderá apreciar várias marcas. De início, a nova Taberna da Amália vai estar aberta diariamente mas depois, encerrará à terça-feira. Isto porque, como explicou Telmo Correia, “queremos contrariar a tendência que há em deixar Abrantes abandonada ao domingo. Queremos trazer pessoas ao domingo para dentro da cidade e foi também por isso que escolhemos uma casa de fados. A ideia é trazer o fado, ao domingo, para as ruas da cidade”. Faltava saber o porquê do nome Taberna da Amália. A ligação ao fado faz todo o sentido mas, neste caso, não se resume apenas a uma homenagem à fadista maior. “Toda a gente vai associar o nome a Amália Rodrigues mas a Taberna é da Amália porque a minha filha se chama Amália”.

/ Os chefs Patrícia Gaspar e Rúben Janeiro com Telmo Correia e Carla Santos, a pequena Amália e o diretor da EPDRA, João Quinas

Uma boa surpresa esperava-nos por trás da porta. Patrícia Gaspar e Rúben Janeiro, ambos com 21 anos, são os responsáveis pela cozinha da Taberna da Amália. Para além de Telmo Correia e Carla Santos, o empresário avançou que “criámos mais dois postos de trabalho novos. São dois jovens que vieram do Curso de Cozinha e Pastelaria da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, e ainda

temos mais um posto de trabalho indireto, de alguém que está a colaborar connosco”. A intenção é “criar mais postos de trabalho no futuro”. Presente nesta abertura ao público esteve também João Quinas, o diretor da EPDRA, que vê “com bastante agrado dois jovens formados na Escola”. A chef Patrícia Gaspar é aluna finalista e o Rúben Janeiro já terminou a sua formação na Escola Profissional. “O nosso objetivo enquanto Escola é formar profissionais para integrar o mundo do trabalho. Neste Curso de Cozinha e Pastelaria, apesar de não termos iniciado esta formação há muitos anos porque a mossa matriz é rural, achámos que fazia sentido entrarmos nesta área”, referiu João Quinas. O diretor da EPDRA também se mostrou “bastante satisfeitos” pelo facto de começar a haver oferta em Abrantes para os alunos da Escola. “Para nós é muito interessante porque sendo uma Escola do concelho de Abrantes, gostamos de ver que há dinâmicas no concelho que podem vir a absorver os nossos alunos e dar-lhe a hipótese de eles ficarem na sua região, no seu meio, o que é para nós uma dupla felicidade”. Está então aberta ao público a Taberna da Amália que, nas redes sociais, se apresenta como “uma Taberna Portuguesa concerteza. Fados, Tradições e Bom Comer fazem deste espaço único nesta cidade florida de seu nome Abrantes. Aqui contam-se histórias do passado, por gente do presente a pensar no futuro”. Patrícia Seixas

Sasha – Kebab e Gelados reabriu no Aquapolis Sul com espaço renovado O Aquapolis Sul, parque ribeirinho de Abrantes, tem desde o dia 10 de maio o espaço comercial Sasha a funcionar novamente, e num espaço renovado e ampliado. O Sasha assentava, desde a abertura numa concessão exclusivamente de ar livre, com dois quiosques de apoio à esplanada que era instalada debaixo da tenda junto ao Tejo. Mas se no verão o Sasha funcionava normalmente e, antes da pandemia, com muitas noites animadas com bailes ao estilo dos arraiais, sempre que vinha o tempo frio o funcionamento apresentava muitas quebras. Havia mesmo dias em que o espaço estava completamente fechado. Como este é um espaço concessionado pela autarquia houve necessidade de uma intervenção no sentido de melhorar o espaço.

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/ Para além da esplanada o espaço conta agora com mesas no interior do quiosque

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Em vez dos dois quiosques de madeira, passou a existir um edifício com grande parte da estrutura em vidro e que permite o funcionamento o ano inteiro. Mesmo

havendo uma aposta no espaço de esplanada ao ar livre, pelo menos, a partir de agora o Sacha pode funcionar o ano inteiro. Foi uma intervenção que custou mais de 100 mil euros e que foi concluída durante a pandemia, permitindo aos concessionários preparar a reabertura, o que aconteceu no dia 10 de maio. Não houve festa, em tempo de pandemia, mas os empresários Patrícia Galvão e David Mendes quiseram assinalar o dia com a presença do presidente da Câmara de Abrantes Manuel Jorge Valamatos que afirmou que “é importante que aqui sejam vendidos bons produtos e que os clientes desfrutem deste magnifico espaço”. Ao Jornal de Abrantes, os empresários, Patrícia Galvão e David Mendes, explicaram esta necessidade sentida desde o início, para

poderem trabalhar o ano inteiro. O Sasha – Kebab e Gelados assume a mesma linha que tinha antes. “Continuamos com os nossos famosos kebabos e acrescentamos a oferta de gelados caseiros”, explicou Patrícia Galvão. Com a pandemia todos os empresários de restauração sofreram com as casas fechadas e o Sasha não fugiu à regra. Patrícia e David esperam que a vida retome a sua normalidade mesmo que não possa “fazer bailes que já tinham muita fama na região” e que atraíam sempre muita clientela nos meses de verão. Patrícia Galvão mostrou-se muito satisfeita com a ocasião, afirmando que “somos do Rossio, surgiu a oportunidade de ficarmos a explorar este espaço e queremos o melhor para o estabelecimento e para a nossa terra”. Jerónimo Belo Jorge


SOCIEDADE / Associação Juntos pelo Mundo Rural avança com queixa-crime contra deputados do PAN

OPINIÃO /

A Hipocrisia Reinante

/ Armando Fernandes

O

A Associação Juntos pelo Mundo Rural, que tem sede em Abrantes, avançou com uma queixa-crime contra os três deputados eleitos pelo PAN por afirmações “falsas e caluniosas, que condicionaram o sentido de voto dos demais deputados, levando à aprovação da lei que determinou a proibição do tiro ao voo (tiro desportivo aos pombos)”. Neste sentido a direção do movimento, que volta a protestar no Terreiro do Paço, dia 5 de junho, em defesa dos interesses de mais de metade do território nacional, já fez chegar à Procuradoria Geral da República o pedido de levantamento da imunidade parlamentar aos Deputados Inês de Sousa Real, André Silva e Bebiana Cunha. De acordo com a associação “esta será a primeira vez, mas não a última, que vamos recorrer à Justiça para apurar responsabilidades”. Luís Gusmão, presidente da associação ibérica Juntos Pelo Mundo Rural, explicou à Antena Livre que ao ouvir as declarações de Inês Sousa Real, na Assembleia da República, decidiu que tinha de tomar uma posição. Luís Gusmão disse que a deputada do PAN “não pode fazer a declaração que fez induzindo todos os deputados em erro. Inês Sousa Real diz que no tiro ao voo são utilizados cães e que os mesmos são mortos pelos atiradores, que retiramos as penas das caudas dos pombos. Isto é completamente falso. É um atentado à honra de todos os atiradores. É um

atentado à honra de todos os portugueses que se identificam com o mundo rural”. Por outro lado, o dirigente frisou que “estas políticas proibicionistas levadas a cabo pelo PAN têm de acabar. E acabar é repor a verdade. Nem todos os deputados conhecem o mundo rural, nem todos têm contacto com o mundo rural, infelizmente, e as declarações da deputada fizeram acabar com uma modalidade secular”. Neste sentido a associação quer o levantamento da Imunidade Parlamentar dos deputados do PAN para responder sobre estas posições. E adiantou o dirigente que os deputados do partido meteram a Federação Portuguesa de Columbofilia no assunto. “Foram buscar o infortúnio de um acidente de uma viatura que ia para uma prova, em Setúbal, e meterem tudo no mesmo saco”.

Mundo Rural volta ao protesto em Lisboa

O Movimento Juntos Pelo Mundo Rural irá realizar, em Lisboa, o Protesto Nacional pelo Mundo Rural. A iniciativa vai decorrer no próximo dia 5 de Junho, a partir das 14:00 horas, com concentração marcada para a Praça Marquês de Pombal, seguindo-se marcha até à Assembleia da República e encerramento às 18:30 horas. Segundo a organização, “este protesto visa mostrar o nosso descontentamento contra as políticas

levadas a cabo, pelo governo, contra as atividades rurais e outras conexas, tais como a Agricultura, Tauromaquia, Pecuária, Caça, Tiro e Pesca, sendo certo que estas também têm sido vítimas de ataques e provocações por parte de partidos com agendas políticas animalistas e ambientalistas”. Luís Gusmão revelou, a propósito da manifestação Juntos Pelo Mundo Rural, que “será mais intensa e terá muito mais visibilidade”. O dirigente da associação revelou que estão em marcha preparativos em todo o país para a saída de dezenas de autocarros em direção a Lisboa no sábado. “Temos relatos de muitas pessoas que se estão a organizar para ir a Lisboa para que o Mundo Rural volte a ser ouvido”. O governo, adiantou Luís Gusmão, “está a esquecer-se de defender o mundo rural e que o pouco conhecimento desta realidade por parte dos deputados está a levar a que um partido (PAN) esteja a lançar várias leis proibicionistas e que prejudicam o sector. No comunicado enviado à redação pela organização do Movimento, pode ler-se que “este protesto terá uma índole bastante diferente da concentração pelo Mundo Rural que teve lugar, no Terreiro do Paço, no dia 22 de Novembro de 2019, pois será uma manifestação onde já constarão muitas mensagens reivindicativas, com forte componente política, com recurso a veículos, animais e som”.

s dicionários do pensamento dizem-nos ser a hipocrisia a peste da virtude. Ora em matéria de peste estamos conversados (duramente treinados não sabemos até quando), no tocante à evidência do registo dicionarista a virtude no singular e no plural já conheceu dias bem melhores, mais desinfectados, mais asseados, em ambiente despoluído, liberto de escaras interesseiras (logo hipócritas) desprovidas de uma migalha de pudor. Não é necessário citar filósofos e ensaístas a ajudarem-nos a conceder tempero avaliativo às palavras que escrevo: só quero atravessar este vale de lágrimas e suspiros a poder encarar de frente gregos, troianos e espartanos (estes últimos sistematicamente esquecidos) exibindo mãos limpas e colarinhos das camisas sem nódoas resultantes da perda de idoneidade. O Diabo é tendeiro, os autores da literatura picaresca aludem a vários exemplos da sua demoníaca duplicidade, mulheres e homens o exemplificam nos seus escritos, na actualidade o Lucífer leva a água ao seu moinho utilizando processos de relâmpagos pintados de verde e azul-cobalto, daí a quase extinção dos pícaros escritores, substituídos massivamente por regimentos de assessores e demais parentela a cantarem hipocritamente hossanas, odes e louvores a quem lhes arranja sustento nas ucharias pagas pelos contribuintes em muitos casos sem sabermos o motivo, muito menos os mandados de que precedem. O vírus da peste atacante da virtude cresce e multiplica-se a olhos vistos, os lenitivos produzem efeitos superficiais, os governos estão pejados de hipocrisia – rasteira, desenvolta e descarada por se entender valer tudo menos tirar olhos. Sendo a peste da virtude cola-se-lhe facilmente porque é hipócrita, passeia-se, mostra-se e propagandeia-se virtuosa, esconde no cofre da vida insinceridades,

quando é apanhada por via de um deslize factual finge-se espantada se porventura suscita vivas reacções, o fingimento é um exercício de astúcia convivial, social e político, praticado quando lhe proporciona a possibilidade de se afirmar como grávida de «consciência tranquila». A hipocrisia alimenta-se lautamente da mentira. A peste moral corrói e prejudica a frontalidade, a ela move-se como assim demonstrou Galileu, sem podermos ignorar que a Dama é mobile. Os meus estimados Mestre, da academia o Padre Manuel Antunes e o da vida, o filósofo Orlando Vitorino, ensinaram-me a afastar-me da hipocrisia e suas práticas, colhi a fama de mal disposto e de mau feitio, jamais esquecerei a generosidade dos distintos Mestres que no gasto dos dias me têm rendido dissabores, decepções e…grandes alegrias. A hipocrisia é tão velha quanto o Homem e, obrigatoriamente, a Mulher que a socióloga Camille Paglia zurze cruamente porque hipocrisia não é com ela.

Só quero atravessar este vale de lágrimas e suspiros a poder encarar de frente gregos, troianos e espartanos

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SOCIEDADE / OPINIÃO /

As alterações climáticas podem ter impulsionado o surgimento do SARS-CoV-2 As emissões globais de gases com efeito de estufa ao longo do último século fizeram do sul da China um “ponto de encontro” para os coronavírus (CoV) transportados por morcegos, ao impulsionar o crescimento do habitat florestal mais propício ao crescimento de populações de morcegos. Os morcegos são a origem zoonótica provável de vários coronavírus que infectam seres humanos, incluindo o SARS-CoV-1 e o SARS-CoV-2, que causaram epidemias em larga escala. Um novo estudo publicado na revista Science of the Total Environment (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/ S0048969721004812?via%3Dihub) fornece a primeira prova de um mecanismo pelo qual as alterações climáticas podem ter desempenhado um papel directo na emergência da SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia da COVID-19. O estudo publicado no dia 1 de Maio de 2021 revelou mudanças em grande escala no tipo de vegetação na província Yunnan, no sul da China, e regiões adjacentes em Myanmar e Laos, ao longo do século XX. As alterações climáticas, incluindo aumentos de temperatura, luz solar e dióxido de carbono atmosférico, que afectam o crescimento de plantas e árvores, alteraram os habitats naturais, de arbustos tropicais para savanas tropicais e florestas decíduas (caducifólias). Isto criou um ambiente propicio para muitas espécies de morcegos que vivem predominantemente em florestas. O número e espécies de coronavírus numa dada área está intimamente ligado ao número de diferentes espécies de morcegos presentes. O estudo agora publicado descobriu que mais 40 espécies de morcegos “mudaram-se” para a província Yunnan, no sul da China, no século passado, albergando cerca de mais de 100 tipos diferentes de coronavírus. Este “hotspot global” é a região onde os dados genéticos obtidos sugerem que o SARS-CoV-2 possa ter surgido. “As alterações climáticas do século passado tornaram o habitat na província Yunnan do sul da China adequado para mais espécies de morcegos”, disse o Dr. Robert Beyer,

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investigador do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge e primeiro autor do estudo. Beyer acrescenta num comunicado: “Compreender como a distribuição global das espécies de morcegos mudou em resultado das alterações climáticas pode ser um passo importante na identificação da origem primeira do surto da COVID-19”. Para obter estes resultados, os investigadores criaram um mapa da vegetação do mundo como era há um século, utilizando registos de temperatura, precipitação e nebulosidade. Depois utilizaram informações sobre as necessidades de vegetação das espécies de morcegos de todo o mundo para determinar a distribuição global de cada espécie no início dos anos 1900. A comparação com as distribuições actuais permitiu-lhes verificar como o número de espécies diferentes de morcegos mudou em todo o mundo ao longo do último século devido às alterações climáticas. “À medida que as alterações climáticas alteraram os habitats, as espécies deixaram algumas áreas e mudaram-se para outras, levando consigo os seus vírus. Isto não só alterou as regiões onde os vírus estão presentes, mas muito provavelmente permitiu novas interacções entre animais e vírus, causando a transmissão e evolução de vírus mais nocivos”, elucida Beyer. A população mundial de morcegos transporta cerca de 3 mil tipos diferentes de coronavírus, com cada espécie de morcego a abrigar uma média de 2,7 coronavírus, a maioria sem mostrar quaisquer sintomas. Um aumento do número de espécies de morcegos numa determinada região, impulsionado pelas alterações climáticas, pode aumentar a probabilidade de um coronavírus prejudicial para os seres humanos estar presente, ser transmitido, ou aí evoluir. A maioria dos coronavírus transportados por morcegos não pode passar directamente para o ser humano. Mas é muito provável que vários coronavírus, conhecidos por infectar humanos, tenham tido origem em morcegos, incluindo três que podem causar fatalidades hu-

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

Assim… manas: Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS) CoV, e Síndrome Respiratória Aguda (SARS) CoV-1 e CoV-2. A região identificada pelo estudo como um ponto charneira para um aumento da riqueza de espécies de morcegos, devido às alterações climática, é também o lar dos pangolins, que a comunidade científica sugere terem actuado como hospedeiros intermediários do SARS-CoV-2. É provável que o vírus tenha saltado dos morcegos para estes animais, que foram depois vendidos num mercado de vida selvagem em Wuhan, onde ocorreu o surto humano inicial, tal quanto se sabe até hoje. Os investigadores referem estudos anteriores que instam os decisores políticos a reconhecer o papel das alterações climáticas nos surtos de doenças virais, e a abordar as alterações climáticas como parte dos programas de recuperação económica da COVID-19. “A pandemia da COVID-19 causou tremendos danos sociais e económicos. Os governos devem aproveitar a oportunidade para reduzir os riscos sanitários das doenças infecciosas, tomando medidas decisivas para mitigar as alterações climáticas”, refere a Professora Andrea Manica, do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, que também esteve envolvida no estudo. “O facto de as alterações climáticas poderem acelerar a transmissão de agentes patogénicos da vida selvagem aos seres humanos deve ser um alerta urgente para reduzir as emissões globais”, acrescenta o Professor Camilo Mora da Universidade do Havai em Manoa, que iniciou o projecto. Os investigadores sublinham a necessidade de limitar a expansão de áreas urbanas, terrenos agrícolas e zonas de caça em habitats naturais para reduzir o contacto entre humanos e animais portadores de doenças. O estudo mostra ainda que, ao longo do último século, as alterações climáticas também impulsionaram o aumento do número de espécies de morcegos em regiões da África Central, e manchas dispersas na América Central e do Sul.

/ José Alves Jana / FILÓSOFO

A

credito que as Rotas de Mação vão ter um futuro melhor que o das suas primas mais próximas. Porquê? Porque há uma associação a ocupar-se delas, isto é, há um conjunto de pessoas unidas por um compromisso com as Rotas e que reúnem com regularidade para fazer o que precisa de ser feito. Assim sendo, as coisas andam, até porque já mostraram que sabem o que estão a fazer. O movimento associativo é importante para a vitalidade dos nossos territórios e poderia ser decisivo… se o seu potencial fosse assumido e desenvolvido. O mundo mudou, hoje quase nada é como era ainda há pouco. A renovação é a única forma de manter a vitalidade ou mesmo evitar a morte. Mas o movimento associativo tem mudado muito pouco. Não é para admirar: olhemos para o passado próximo e não será fácil descortinar um momento em que tenha havido formação de dirigentes associativos, ou um debate público sobre a importância das associações, ou sobre o contributo destas para o desenvolvimento local ou sobre… os múltiplos aspectos do que são e podem ser as associações. Nos anos 80, a Câmara de Abrantes decidiu que os apoios às associações seriam dados mediante a apresentação de um plano de atividades. Mas, para isso, promoveu uma ação de formação para dirigentes associativos justamente sobre como elaborar um plano de atividades. Nos anos 90, que me lembre, houve uma breve sessão, suposta de formação para dirigentes associativos. E, que eu recorde, nada mais. Há muita conversa sobre as associações juvenis, mas é mais moda que proveito. Entre alguns políticos locais, há a ideia de que as associações são como que “ajudantes” do poder local ou “apoio” da política municipal. É uma conceção errada. As associações são entidades autónomas, de direito privado, e podem mesmo ser “contra” a política em curso. É o caso, por exemplo, a nível geral, das associações ambientalistas, que não se revêem nas políticas em curso, querem mu-

dá-las. A nível local pode acontecer o mesmo. Contudo, na generalidade dos casos, as associações não têm um pensamento capaz de as lançar numa ação alternativa. É pena, porque há muito para fazer. Outra coisa, muito diferente, é a possibilidade de construir parcerias em que cada uma das partes alcance os “seus” objectivos, que não têm de ser coincidentes, mas também não têm de ser opostos. Afinal de contas, o local une todos os que nele habitam e os interesses são de uns e outros são interdependentes. Podem, por isso, trabalhar todos naquilo que os une, deixando de lado o que talvez os separe. A história do movimento associativo na nossa região está cheia de relevantes serviços. Mas o importante é aquilo que ainda poderá fazer. Mas, para isso, precisa de uma revolução a sério, que o capacite para ser capaz de fazer o que precisa de ser feito. Exagerando, mas pouco: tudo mudou, menos as associações. Assim não vamos lá. O pior é que parece que ninguém se incomoda. São as organizações que têm poder. Talvez, por isso, haja quem tenha medo de que as associações sejam importantes, por poderem retirar o brilho que outros querem ter. É um erro. É ao contrário: a falta de iniciativa e de vitalidade nunca foram boas a não ser para quem quer viver no deserto. E mesmo aí…

Exagerando, mas pouco: tudo mudou, menos as associações.


POLÍTICA / Vítor Moura é o candidato do PSD à Câmara A Comissão Política do PSD de Abrantes apresenta Vítor Moura como candidato social-democrata à Câmara Municipal de Abrantes. O candidato foi “desafiado a combater o adormecimento em que o partido socialista nos embala há 28 anos consecutivos”. Segundo a Concelhia, “o PSD aposta em Vítor Moura não pela experiência política, mas pelo seu carácter, pela sua exigência, pelo seu rigor e competência, forjado nas dificuldades e no êxito de várias décadas de trabalho, sendo certamente uma agradável surpresa para a nossa cidade e para as nossas freguesias”. Vítor Manuel Piedade Moura, nascido e criado em Chainça, no concelho de Abrantes, localidade onde atualmente reside, foi o escolhido por

unanimidade pela Comissão Política de Secção do PSD de Abrantes às eleições autárquicas do presente ano. Atualmente militante e simpatizante do PSD desde sempre, apresenta-se “com o propósito assumido de honrar a história do PSD no concelho, no distrito e no país”. Ainda segundo a informação en-

AUTÁRQUICAS / ABRANTES

Armindo Silveira é de novo candidato à Câmara pelo BE O Bloco de Esquerda recandidata Armindo Silveira à Câmara Municipal do Abrantes nas próximas eleições autárquicas. Esta foi uma escolha da Concelhia de Abrantes já ratificada pela Direção Distrital do Bloco de Esquerda. Armindo Silveira tem 56 anos de idade, é licenciado em Ciência Política e Administrativa pela Universidade Aberta. Membro da Assembleia Municipal de Abrantes entre 2013-2017, pelo Bloco de

Esquerda, é porta-voz da Comissão Coordenadora Concelhia e presta

AUTÁRQUICAS / CONSTÂNCIA

Manuela Arsénio é a candidata à Câmara pela CDU Maria Manuela de Oliveira Arsénio é a candidata da CDU a presidente da Câmara Municipal de Constância. Júlia Maria Gonçalves Lopes de Amorim encabeça a lista à Assembleia Municipal. Manuela Arsénio, 50 anos, possui formação na área do património e museologia (Bacharelato em Tecnologia em Conservação e Restauro, e Curso de Estudos Superiores Especializados (CESE) em Arte, Arqueologia e Restauro - Opção Arte, pelo Instituto Politécnico de Tomar. Pós-Graduação em Museus e Educação, e desenvolvimento da componente curricular do Mestrado Museologia - Universidade de Évora). Pós-Graduada em Gestão Autárquica, pelo ISLA. Entre o ano de 2000 e 2009 lecio-

nou diversas disciplinas no Instituto Politécnico de Tomar, na Área da Arqueologia Museologia e Turismo, no Curso de Gestão Turística e Cultural. O seu percurso autárquico foi iniciado em 2001 tendo sido eleita como presidente da Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada,

viada pelo PSD à redação, “a vasta experiência profissional e empresarial e a firme vontade de governar, desenvolver Abrantes e acordar os abrantinos, são as suas principais motivações para “agarrar” este projeto político a bem dos seus habitantes, dos naturais do nosso concelho e de todos aqueles que fazem vida pessoal ou profissional por Abrantes”. Após vários anos dedicado à vida empresarial, “mas sempre atento aos problemas e à dinâmica do nosso concelho, Vítor Moura decide dar o melhor de si pelo concelho, pelas nossas freguesias, pelo PSD”. O PSD de Abrantes afirma ainda que “confia e reconhece valor ao candidato Vítor Moura para estimular, desenvolver e liderar os destinos do concelho de Abrantes”. apoio ao Grupo Parlamentar e às estruturas regionais. Enquanto deputado municipal, “exerceu um constante escrutínio às opções políticas do executivo de maioria PS. Com a sua eleição de vereador em 2017, aprofundou esse escrutínio tornando-se uma voz incómoda no executivo da Câmara Municipal de Abrantes”, afirma a Concelhia em nota de imprensa. O Bloco de Esquerda avança ainda que “áreas como os cuidados primários de saúde, o ambiente, a floresta, a segurança rodoviária, a reabilitação urbana, a defesa do espaço e dos serviços públicos, são apenas algumas «notas» do seu intenso trabalho político e de cidadania sempre em consonância com o Bloco Esquerda de Abrantes”. durante dois mandatos. Na câmara municipal desempenhou funções de vereadora, vice presidente e adjunta da Presidência (2009-2013 e 2013-2017, respetivamente). Por seu lado, Júlia Amorim, 57 anos, é licenciada em Biologia e Geologia, tendo sido professora na Escola Luís de Camões em Constância, entre outras. Como autarca, eleita pela CDU, foi presidente da Junta de freguesia de Constância (1990-1993), vereadora da Câmara Municipal de Constância (1994-2013), tendo assumido a presidência desta autarquia de 2013 a 2017. Quanto às freguesias do concelho, é candidato à presidência da Junta de Freguesia de Constância, António Carlos Garcia Espadinha Calhau. É candidato à Junta de Freguesia de Montalvo, Álvaro Manuel Morais Alves e à Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada, a CDU candidata António José Calado Martins Pinheiro.

OPINIÃO /

/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt

N

o mês passado foi publicado o ranking das melhores escolas do país. Entre as várias conclusões subjacentes ao estado da educação em Portugal, o relatório associado ao ranking dá conta que, em Portugal, como em muitos outros países, os jovens oriundos de famílias mais abastadas seguem o estudo das ciências, enquanto que pessoas de famílias pobres optam pelo estudo das ciências sociais ou das artes. Contudo, porquê esta orientação sócio-económica? A revista Nature publicou, em 2016, um artigo no qual analisava esta tendência em vários países do mundo. As evidências sugerem que jovens oriundos de famílias pobres deparam-se frequentemente com dificuldades nos estudos e má preparação escolar devido a uma fraca formação escolar numa idade mais precoce. Para as famílias ricas, é fácil sustentar aulas extra, atividades extra-curriculares, cursos de línguas ou mesmo o estudo no estrangeiro. No fim de contas, e de forma discreta, as desigualdades económicas determinam de forma clara o futuro profissional das novas gerações, a capacidade de tomar escolhas financeiramente adequadas para o seu futuro ou mesmo as oportunidades a que terão acesso ao longo da sua vida. Pior que tudo, este ciclo vicioso irá ser, em muitos casos, “aculturalizado” e transmitido à geração seguinte, tornando assim a pobreza, quer educacional quer económica, quase hereditária. Na última década muito se tem fala-

A perpetuação da desigualdade do sobre o problema da desigualdade, em particular devido à concentração progressiva da riqueza mundial em cada vez menos mãos. Hoje, meia dúzia de dezenas de pessoas detêm a mesma riqueza que metade de toda a população mundial! A realidade diz-nos que, a uma escala global, nas últimas duas décadas, milhões de pessoas foram retiradas da pobreza, reforçando a ideia de que a desigualdade está em queda no mundo. Contudo, essa ascensão social é frágil e depende muito dos humores da economia internacional. Da mesma forma que saíram da pobreza, a ela rapidamente podem voltar, como se tem verificado no Brasil onde no último ano a pobreza triplicou. Apesar dos efeitos perversos da desigualdade na sociedade e na economia, a maioria dos governos no mundo não possui uma estratégia clara e prioritária de combate à desigualdade, às suas origens e impactos na sociedade. Regra geral, os governos acreditam que a melhor forma de diminuir a desigualdade é aumentar a competitividade e produtividade do país de forma a gerar mais riqueza. Contudo, os mecanismos de distribuição dessa riqueza não abordam a raíz do problema nem promovem a capacitação e emancipação das pessoas. Os governos continuam a confiar na “mão invisível” que regula os mercados para premiar com oportunidades mais recompensadoras quem está disposto a inúmeros sacrifícios e a muita determinação. No entanto, essa “mão invisível”, tão desumana, falha cada vez mais e muitas pessoas continuam a ficar para trás, sem que os governos se preocupem realmente porquê. PUBLICIDADE

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REPORTAGEM /

O Poço das Talhas ganhou núcleo museológico O Poço das Talhas, perto da Queixoperra, no concelho de Mação, parece ter saído de um cenário de um filme. Há uma ribeira que corre em leito sinuoso cavado ao longo de muitos séculos nas rochas. Há duas casinhas de pedra por entre a zona de matos e os socalcos de terra preparada para as sementeiras. Há uma ponte, que terá sido construída há muitos anos, para passar a ribeira de um lado para o outro. E há um miradouro desta paisagem encrostada na encosta que parece um muro de um poço, com uma picota (usada noutros tempos para tirar água) e com algumas talhas à volta. A manhã de sábado, 29 de maio, estava bem quente. Talvez uma das mais quentes deste 2021. Estava anunciada a inauguração do espaço museológico do Poço das Talhas. E não fosse a pandemia, que ainda obriga a regras no

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ajuntamento de pessoas, aquelas encostas teriam muito mais pessoas do que as que estiveram no descerramento de uma placa a evocar o dia. O presidente da direção da Associação da Queixoperra, Flávio Santos, deixou duas notas muito simples que resumem o trabalho que ali foi feito. A inauguração no núcleo museológico, assim como o lançamento da farinha do Poço das Talhas. Trata-se de uma forma de “vender” um produto turístico na Queixoperra, mas igualmente uma forma de levar o Poço das Talhas para “fora da nossa terra”. Vasco Marques, vereador da Câmara Municipal de Mação, revelou que o espaço museológico que foi inaugurado era, noutros tempos, o palheiro, ou a “casa dos burros”. E foi ali que colocaram algumas das ferramentas e alfaias, com as respetivas explica-

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

ções que fazem para da história da aldeia, daquela encosta, daquelas gentes. O vereador destaca, no entanto, que o espaço museológico vai muito além dos dois edifícios, que toda a área das encostas e da ribeira é que faz esse museu, ou ecomuseu, como se aventurou a chamar-lhe. Deixou depois meia dúzia de palavras sobre a história das azenhas, do sonho do Rui e da vontade das gentes da Queixoperra. Há ainda a Lurdes, que começou a juntar as peças que estão no museu e a Patrícia Marques que cedeu o espaço para que a área envolvente pudesse ter sido arranjada. Rui Silva liderou o sonho que foi concretizado com o apoio da Queixoperra. E aos presentes fez questão de dizer isso mesmo, antes de ir pôr a água a correr pela levada para que o ruído da mó se pudesse voltar a fazer ouvir no Poço das Talhas.

Presente neste ato inaugural do espaço museológico esteve o presidente da Câmara Municipal de Mação. Vasco Estrela fez questão de destacar o trabalho desenvolvido pela comunidade. “Muito mais interessante do que a autarquia despejar ali uns euros. Podia ter sido feito uma obra, seguramente, interessante, mas desta forma esta recuperação ganhou mais força. A força de uma comunidade, das pessoas e não a vontade apenas de uma instituição”. E, para o presidente da Câmara, “esta é uma força maior para aquilo que foi construído no Poço das Talhas”. Para além dos agradecimentos, naturais, o presidente da Câmara de Mação deixou a nota de que existe a memória para gerações futuras, mas que é preciso “sermos inteligentes na forma como vamos gerir o espaço, que não aguenta muita pressão humana”.

Posto isto, o Núcleo Museológico está inaugurado, a azenha, haja água na ribeira, faz a moagem do milho [e no próximo inverno, quem sabe, de trigo], os poços, a ribeira e as cascatas fazem fotos fantásticas, a ponte é um marco obrigatório, assim como o poço [simulado] que é miradouro, também permite um pedaço de tempo a apreciar aquilo que a natureza criou e o homem melhorou. Fica na Queixoperra e enquadrado nas rotas GR55 ou PRMAC5. Visitável a qualquer momento, sendo que os melhores períodos são o inverno e a primavera, afinal de contas quando as encostas da ribeira ganham vida e cor. E para chegar ao Poço das Talhas, ou conhece o terreno ou “apanha” as rotas, ambas estão sinalizadas. Pode ainda registar as coordenadas GPS: N 39º 32' 35.099" W 8º 3' 59.699" Jerónimo Belo Jorge


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Queres fazer parte da nossa equipa comercial? Envia o teu currículo para: geral@mediaon.com.pt com uma varanda gradeada sobre a praça e no último estava a Casa da Câmara, propriamente dita, onde se reunia o Senado e se faziam as vereações. Este último andar já tinha, como tem hoje, uma varanda virada para a praça. Estas obras não foram feitas com muita solidez, pelo que o edifício andava sempre a precisar de novos arranjos. Logo em 1621, numa acta da Câmara pode ler-se que “ ordenaram que se pusesse em pregão o conserto da mesma, em razão da muita água que pelas paredes corre, o que pode originar grande perigo caindo a dita casa.” Reparações maiores ou menores foram continuando por todo o século XVII até que, em 1715, D. João V, com os cofres bem cheios do ouro do Brasil, por provisão de 15 de Maio, ordenou que fossem executadas obras de fundo no referido edifício e desta vez, tudo foi mais rápido, pois em 1717 as obras já estavam concluídas. Por essa altura foram também comprados uns pardieiros anexos, para nesse espaço se fazerem “casas de aposentadoria” para os visitantes e também para ali ficar instalada a cadeia civil que, por falta de condições, tinha sido transferida para o Castelo. Esta deixou também marca na toponímia, pois a rua para onde dava a entrada passou a denominar-se Rua da Cadeia, hoje apenas uma referência histórica, dado que a cadeia já dali saiu há muito. Depois disso já foi chamada de 2 de

Maio de 1909, data da inauguração da iluminação pública em Abrantes e a partir de 1984 passou a ter o nome oficial de Rua Manuel António Morato. Depois do reinado de D. João V, só são conhecidas obras de relevo em 1910/1911, logo após a implantação da República, tendo a configuração geral do edifício ficado com o aspecto que hoje tem, salvo pequenas alterações, como é o caso do actual varandim do segundo andar, que foi colocado em 1939, substituindo as janelas de sacada que anteriormente ali existiam. No largo fronteiriço a este edifício esteve, durante muitos anos, um outro símbolo do poder local - o pelourinho - pois a sua situação habitual nos concelhos era, como acontecia aqui, em frente à Casa da Câmara ou Paços do Concelho. Em 1840, a Câmara de então resolveu, por motivo de obras na praça, removê-lo do seu sítio habitual, desaparecendo a seguir, sem deixar rasto nem registo, pelo que nem sequer se sabe como era a sua configuração.

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Este edifício fica situado na praça que os abrantinos conhecem como Largo da Câmara e hoje tem o nome oficial de Praça Raimundo Soares Mendes. Há notícia de que a Casa da Câmara, onde se albergam os serviços do município, hoje descentralizados num outro edifício da mesma praça, já se situava neste local no reinado de D. Manuel I, portanto desde os finais do século XV, ou princípios do XVI e ali se tem mantido até hoje, embora sofrendo várias alterações ao longo dos anos. Até finais do século XIV, segundo o historiador José Mattoso, as assembleias municipais “efectuavam-se ao ar livre, nos claustros, nos adros das igrejas, ou debaixo de um carvalho. Só depois começaram a reunir-se em recintos fechados, quando o número de participantes nas reuniões foi reduzindo. Daí o nome de Câmara que acabou por prevalecer para designar o edifício onde se reunia o grupo de magistrados do concelho.” No que diz respeito a Abrantes, só a partir de 1392 começam a aparecer referências à existência de uma Casa da Câmara, que tinha o seu assento, ao que parece, na Rua Nova, nas proximidades da judiaria, não se sabendo ao certo quando foi transferida para o local onde hoje se encontra. Sabe-se contudo que em 1593, o edifício existente nesta praça, estava já bastante arruinado, não oferecendo quaisquer condições de conforto a quem nele trabalhava. Reinava então em Portugal Filipe II de Espanha que, tendo conhecimento do caso, emitiu um alvará onde ordenava que a sua reconstrução se desse por arrematação aos mestres de cantaria Baltazar Marinho e Pedro Antunes, que se propunham executar a obra por 2000 réis. Não se sabe bem porquê mas as obras não avançaram, de modo que em 1596 acertou a Câmara com o mestre das obras reais de Tomar, Mateus Fernandes, a construção do novo edifício que deveria estar pronto dentro de três anos. O edifício foi então dotado com três pisos: no rés-do-chão tinha um alpendre e uma loggia, a que chamavam a Casa da Pissarra, onde se guardavam mercadorias para venda, como castanhas, vinho, etc., no primeiro andar encontrava-se a Casa da Audiência,

Bibliografia: CAMPOS, Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M.A. 1989 CANDEIAS DA SILVA, Joaquim, “Abrantes - a vila e o seu termo no tempo dos Filipes”, edições Colibri, 2000 MORATO, Manuel António e MOTA, João da Fonseca, “Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes”, edição da C. M. A. 2002

Junho 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE / Carlos Andrade Costa deixou a presidência do Centro Hospitalar

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O Jornal e Abrantes já tinha avançado com a informação de que o presidente do Concelho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Carlos Andrade Costa, estava de saída. No dia 19 de maio veio a confirmação oficial de que Carlos Andrade Costa já não é o presidente do Conselho de Administração do CHMT, desde dia 18 de maio. Na mesma nota da instituição hospitalar, confirma-se igualmente que o gestor hospitalar foi convidado pela “tutela para a transição do Hospital de Vila Franca de Xira para o sector público, enquanto hospital empresa pública e no âmbito da reversão da Parceira Pública Privada (PPP) que tem gerido esta Unidade Hospitalar”. Este foi o desafio do Ministério da Saúde que Carlos Andrade Costa aceitou. De acordo com a informação a que o Jornal de Abrantes teve acesso, Carlos Andrade Costa comunicou esta mesma cessação de funções aos funcionários do CHMT agradecendo a todos: "Faço-o com a consciência de que encerro, assim, um dos períodos mais gratificantes do meu percurso profissional de quase trinta anos na gestão de hospitais. A experiência de ter servido o CHMT é inesquecível e, sinceramente, muito fico a dever a todos". Ainda de acordo com a informação do CHMT, no texto que enviou a todos os funcionários do CHMT, Carlos Andrade Costa sublinhou o percurso realizado nos últimos quase sete anos, afirmando que "nestes seis anos e muito, pudemos acrescentar muito valor ao nosso CHMT. Desde logo no enriquecimento dos seus recursos humanos, que cresceram em valores muito consideráveis. Em 30 de junho de 2014 o CHMT contava com 1 690 profissionais no seu respetivo Quadro de pessoal. A 31 de março de 2021, já éramos 2 105. A que se acrescentará, num momento e no outro, um conjunto expressivo de prestadores de serviço”. Numa espécie de balanço da sua passagem pelas unidades de Abrantes, Tomar e Torres Novas, o agora ex-presidente do Conselho de Administração frisou que “uma das prioridades foi, sempre, aumentar o número de profissionais diretamente afetos à prestação de cuidados, com uma muito particular preocupação no aumento do número de médicos. Tal como no desenvolvimento dos graus de idoneidade formativa de futuros especialistas médicos”. Carlos Andrade Costa, nascido em 1965, tem licenciatura em Direito e os Cursos de Administração Hospitalar, de Auditor de Defesa Nacional e Pós-graduação em Gestão de Instituições sem Fins Lucrativos, entre outros, como o de Diretor dos Serviços de Planeamento, Programação Financeira e de Assuntos Bilaterais I, no Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Na Santa Casa de Misericórdia de Lisboa foi administrador-delegado de todos os equipamentos de cariz hospitalar da instituição. Membro de Direção dos Hospitais das Forças Armadas, Carlos Costa foi o único civil a gerir hospitais militares.

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2021

/ Paula Gil / Unidade de Saúde Publica do ACES Médio Tejo

A “ratoeira” das Bolachas de pacote!! Saberei escolher?

A textura crocante de muitos produtos industrializados, que os torna atrativos ao paladar, muitas vezes têm por detrás uma “ratoeira” inimiga da saúde, as gorduras. Ainda que essenciais ao bom funcionamento do organismo, o consumo de gorduras deve ter em atenção a quantidade e o tipo de gordura nas escolhas que fazemos. As gorduras trans é um tipo de gordura produzida industrialmente, que representa um importante risco para a saúde pública quando ingerida excessivamente (ainda mais que a gordura saturada). Há forte evidencia cientifica que o seu consumo está relacionado com o aumento do risco de doença cardiovascular, de cancro, diabetes, entre outras. As bolachas e os produtos de pastelaria estão entre os consumos alimentares dos Portugueses que mais originam a ingestão destas gorduras. “Para evitar ou diminuir o consumo de ácidos gordos trans deve-se variar o mais possível nos produtos de pastelaria ou bolachas, não consumindo sempre da mesma marca e sempre que houver em primeiro lugar a informação no rótulo «gordura ou óleo total ou parcialmente hidrogenada» deve

evitar-se o produto.” (Pedro Graça, nutricionista). A leitura dos rótulos é muito importante. Outras fontes destas gorduras são os produtos de fast-food, as batatas fritas de pacote ou pré-fritas, sorvetes, waffles, pão de forma industrial, refeições congeladas e embaladas… Mas o que são Gorduras trans? Resultam da transformação dos óleos vegetais líquidos e insaturados em gorduras sólidas e mais estáveis à temperatura ambiente através de técnicas de processamento industrial chamado de hidrogenação. Com este processo, o óleo é endurecido e a gordura demora mais tempo a estragar-se e a ficar rançosa, dá textura crocante e sequinha em muitos produtos industrializados, o que agrada ao paladar. Também aumenta o tempo de conservação dos produtos. É nas bolachas e biscoitos e produtos de pastelaria onde, a maioria das vezes, este tipo de gordura se encontra mais elevado. As gorduras trans também podem resultar do aquecimento repetido e de fritura de óleos vegetais a altas temperaturas (por exemplo em culinária). Em quantidades menores, estas gorduras podem ainda resultar da ingestão de carne,

gordura e leite de animais ruminantes (vaca) devido à transformação bacteriana ocorrida no aparelho digestivo desses animais. As gorduras trans estão relacionadas com aumento do colesterol “mau” e gorduras no sangue e por isso está também associado a maior risco de Alzhaimer, cancro da mama, e outras. A ingestão destas gorduras deve ser a mais baixa possível “não mais do que 2 g de gorduras trans por dia para uma pessoa que requer 2.000 kcal”. As gorduras provenientes de diferentes alimentos, fazem parte de uma alimentação saudável e são essenciais ao bom funcionamento do organismo, se consumidas nas quantidades recomendadas – não exceder 30% do valor energético diário. Devemos optar por gorduras monoinsaturadas ou polinsaturadas, “gordura Boa” (geralmente liquidas à temperatura ambiente, presente no azeite, nos óleos vegetais, frutos oleaginosos, gordura peixe, hortícolas de cor verde escura, etc.) e evitar as gorduras saturadas e trans, “gordura Má” (sólida à temperatura ambiente, presente na manteiga, queijos gordos e produtos charcutaria, carne vaca, etc.).


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