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Vela
Volvo ocean Race 2014-2015
Sete Barcos no Rumo da História
Já está no mar a 12ª Volvo Ocean Race. Sete novíssimos Volvo Ocean 65 rumam à Cidade do Cabo, na África do Sul, final da primeira etapa da prova que largou de Alicante, Espanha, no passado dia 11.
S
ão inúmeras as histórias em torno desta Volta ao Mundo à Vela por etapas que conheceu a sua primeira em 1973, denominada então de Whitbread Round 2
the World Race. Em 2014-2015, mudou quase tudo, a começar pelo barco um projecto Farr Yacht Design e construído por um consórcio de estaleiros europeus. As In-Port Races te-
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rão este ano uma classificação separada, depois de toda a polémica causada na VOR anterior que terminou com o triunfo dos franceses do Groupama, de Franck Cammas. A primeira realizada em águas ali-
cantinas acabou com a vitória do Team Alvimedica, que tem ao leme o norte-americano Charlie Enright. Os “rookies” chegaram, viram e venceram, deixando o Abu Dhabi Ocean Racing, do irlandês Ian Walker e
Vela
Team SCA, totalmente feminino
Samantha Davies não largou especialmente bem mas foi o primeiro a cruzar o estreito de Gibraltar. As primeiras milhas pertenceram às senhoras que deixaram para trás os restantes seis
participantes mas o percurso até ao final da primeira de 11 etapas será espinhoso, como é hábito. Além dos já referidos, estão igualmente em prova o Dongfeng Race Team, com o
francês Charles Caudrelier como timoneiro, o Team Brunel, do holandês Bouwe Bekking e o Team Vestas Wind, do australiano Chris Nicholson. Os barcos devem chegar ao porto sul-afri-
Regata inshore
do Mapfre, do espanhol Iker Martinez atrás.
SCA surpreende em Gibraltar
O Team SCA, um retorno de uma equipa totalmente feminina à mítica prova, desde 2001-2002 que tal não acontecia, liderado pela britânica
O espectáculo da largada 2014 Outubro 334
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Vela
Rumo a Gibraltar
cano no início de No- bi (Emirados Árabes na), Auckland (Nova Unidos), Lisboa, Lorient vembro. Unidos), Sanya (Repú- Zelândia), Itajaí (Bra- (França), um pitstop de Seguem-se Abu Dha- blica Popular da Chi- sil), Newport (Estados 24 horas em Haia (Ho-
Um proa a trabalhar antes da noite 4
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A marcar um adversário
Vela
Largada
landa) e final marcado para Gotemburgo (Suécia).Num total serão percorridas 38.739 milhas náuticas. Lisboa de novo na rota A capital portuguesa acolhe a chegada da 7ª e a largada da 8ª etapa da Volvo Ocean Race. O venue será aberto oficialmente a 25 de Maio de 2015. A In-Port realiza-se a 6 de Junho, véspera da largada para Lorient. 2014 Outubro 334
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Vela
Campeonato da Europa da Juventude de Match Racing EUROSAF
Vitória Italiana no Dilúvio de Viana O italiano Valerio Galati sagrou-se Campeão da Europa da Juventude de Match Racing EUROSAF, em prova que decorreu em Viana do Castelo. Na final, Galati bateu o francês Pierre Rhimbault por 2-0.
A disputa para os 3º e 4º lugares foi um duelo totalmente britânico que terminou com a vitória de Mark Lees por 1-0 sobre Conner Miller. As tripulações nacionais tiveram prestações dentro das expectativas. Carlos Passos ficou pela primeira fase (round robin) tendo somado uma vitória, frente ao russo Viatcheslav Martinov. João Assoreira chegou aos quartos de final depois de conseguir derrotar na primeira fase o alemão Felix Schrimper e o sueco Jacob Klitte. Nos quartos, Assoreira
O
europeu vianense fica marcado pelo mau tempo que durante os três dias de prova condicionou o desenrolar da mesma, levantando dificuldades
Italiano Valerio Galati
acrescidas às equipas e á organização. A tripulação italiana de Valerio Galati dominou o Europeu da Juventude de Match Racing EUROSAF, tendo apenas perdido um match,
na meia-final face ao britânico Conner Miller, ao longo de toda a prova. A superioridade da equipa transalpina revelou-se na final com um triunfo por 2-0 sobre o francês Pierre Rhimbault.
Carlos Passos 6
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Vela
Disputa de um match
O pódio
foi derrotado pelo britânico Mark Lees, terminando na 6ª posição. No total, estiveram presentes 12 tripulações em Viana do Castelo, numa prova organizada pelo Clube de Vela de Viana do Castelo.
Maria Melo, proa do João Assoreira
João Assoreira terminou em em 6º 2014 Outubro 334
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Vela
Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas ISAF - Santander 2014
Jorge Lima/José Costa Terminam na 5ª Posição
Jorge Lima/José Luís Costa foram os últimos portugueses em acção no Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas ISAF, que decorreu em Santander, Espanha. A dupla nacional foi 5ª na regata das medalhas da classe 49er e terminou na 5ª posição da geral. prazo: “Este resultado é fruto de muito trabalho, depois de uma fase má porque passámos. Mostrámos aos nossos adversários que andamos de igual para igual e podemos batê-los. Há que continuar neste rumo. Estamos muito contentes e confiantes para o futuro”, conclui Lima. Recorde-se que o Campeonato do Mundo de Classe Olímpicas ISAF apurava cinquenta por cento das vagas por países para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Portugal logrou a qualificação em Laser, através de Rui Silveira e Gustavo Lima e em 49er por Jorge Lima/José Luís Costa.
Resultados dos Portugueses
J
Tripulação Portuguesa 5ª em 49er, (da esq para a dir.) José Costa, o Treinador Fernando Kuo e Jorge Lima a liderar mas, no final, terminavam 5º na regata e na classificação final. Os neozelandeses Peter Burling/ Blair Tuke sagraram-se, sem surpresas, campeões do mundo, seguidos dos dinamarqueses Jonas Warrer/ Anders Thomsen e dos australianos Nathan Outteridge/Iain Jensen. Jorge Lima estava feliz com o
resultado alcançado: “Alcançámos o nosso melhor resultado de sempre em mundiais. Excedemos todas as expectativas. Qualificámos Portugal para os Jogos Olímpicos e conseguimos entrar para o nível 2 do projecto olímpico”, afirma. O leme nacional pensa já a longo
Fotografia: Nikos Alevromytis
Fotografia: Jesús Renedo/SofíaMapfre
orge Lima/José Luís Costa largaram para a Regata das Medalhas ainda com hipóteses de chegar ao pódio. Com o vento a soprar fraco, as dez tripulações mais bem classificadas sabiam que a pontuação era a dobrar e não descartável. Os portugueses chegaram
49er (Portugal Qualificado para o Rio 2016) 5º Jorge Lima/José Luís Costa 41º Francisco Andrade/João Matos Rosa Laser (Portugal Qualificado para o Rio 2016) 39º Rui Silveira 41º Gustavo Lima 123º Eduardo Marques 470 Feminino 25ª Sara Carmo/Matilde Pinheiro de Melo Finn 27º Frederico Pinheiro de Melo RS:X 30º João Rodrigues 470 Masculino 35º Gonçalo Pires/Miguel Nunes
Rui Silveira qualificou Portugal em Laser 8
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Sara Carmo e Matilde Maio terminaram em 25º em 470 Feminino
Vela
Frederico Pinheiro de Melo foi 27º em Finn
Gustavo Lima classificou-se em 41º no Laser
47º António Matos Rosa/Ricardo Schedel 51º João Villas-Boas/Francisco Pinheiro de Melo 69º Diogo Pereira/Manuel Macedo 71º João Pestana/Tomás Marques Nacra 17 53º Afonso Domingos/Diana Neves Laser Radial 101ª Carolina João
Mundial 2015
A próxima prova de apuramento para os Jogos Olímpicos do Rio 2016 será o Mundial 2015 das respectivas classes e as quotas serão as seguintes para as classes em que Portugal ainda não garantiu presença no Brasil: RS:X Masculino: 6 vagas Finn: 4 vagas 470 masculino: 6 vagas Laser Radial: 4 vagas 470 feminino: 3 vagas Nacra 17: 3 vagas Sistema de qualificação Nos Jogos Olímpicos participam um velejador ou dupla por país e por classe. Vão estar em águas brasileiras 380 velejadores que competem em 10 classes, para um total de 274 barcos. No Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas ISAF – Santander 2014 ficam apurados cinquenta por cento dos países, para uma quota de 138 barcos. Em 2015, nos campeonatos do mundo das respectivas classes ficam apurados 47 barcos. Em 2016, ficam qualificados 75 barcos. O Brasil como país anfitrião tem entrada directa em todas as classes. Quatro vagas serão atribuídas por convite. 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
54º Salone Nautico Internazionale di Genova
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Forte Sinal de Recuperação da Indústria Náutica
Todos os veleiros e barcos acima dos 8 metros estavam dentro de água
O Salão Náutico Internacional de Génova que se realizou este ano de 1 a 6 de Outubro, apresentou-se renovado em relação ao do ano passado, com uma organização mais dinâmica, uma maior resposta dos expositores, mais público e mais satisfação pela previsão dos negócios.
A Uma área só para os veleiros 10
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indústria náutica italiana de recreio, a maior europeia, deu neste salão um forte sinal de recuperação e a prova foi a adesão a este evento, aquele que mostra na Europa mais barcos ao público e este ano estava com mais expositores, num total de 492. O objectivo principal este ano foi o de criar uma estrutura moderna e eficiente para a exposição, devido às
dificuldades que surgiram nas edições anteriores. Portanto, foi concebido um plano de três anos realista para a recuperação do Salão. A Itália continua a ser o líder indiscutível no campo da produção de super iates, cobrindo 37% da construção global. Os três primeiros estaleiros do ranking mundial são os italianos Azimut-Benetti, Sanlorenzo e Ferretti Group e representam 20% das encomendas em todo o mundo.
Notícias do Mar
Zona da vela ligeira
Como os sectores mais em crescimento no mercado em Itália são os barcos a motor de dimensões pequenas e médias e os barcos à vela, foi feita uma nova organização do espaço, para permitir ao público mais facilidade na visita. A UCINA decidiu também prolongar o salão com mais um dia, em relação ao do ano passado. Todos os barcos a motor acima dos 8 metros e os veleiros foram expostos dentro de água. Também grande parte dos semirrígidos com mais de 6 metros, estavam dentro de água para darem resposta rápida aos pedidos de “test drive”do público. Este ano o espaço do salão foi de 180.000 m2, dois quais 100.000 m2 na água. No total foram expostas cerca de 1.000 embarcações com 65 estaleiros a apresentarem 135 novos modelos. .A doca interior com espaço para 120 barcos estava preenchida só com veleiros e os semirrígidos maiores. Acabou-se com os veleiros em exposição dentro de pavilhões. Na doca exterior estavam as embarcações a motor, sport cruiser e iates. Deste modo, a exposição ficou muito mais eficiente, funcional e agradável de ver.
Entre outros pontos fortes do Salão, o grande sucesso da “experiência do mar”, deu a possibilidade de experimentar barcos à vela, a motor os sport cruiser, semirrígidos e até iates. Foram mais de 1.300, as saídas para o mar, organizadas pelas várias marcas. No final dos seis dias de Salão, tinham estado no certame 109.200 visitantes e numa primeira consulta aos expositores sobre o volume de negócios, 53,8 % disse-
Espaço para as canoas
ram estar mais satisfeitos do que no ano passado. O Boat Show revelou-se como um instrumento extraordinário para a recuperação do sector náutico italiano e verificou-se um entusiasmo especial nos sectores da vela e de barcos a motor, tanto pequenos como de médio porte. Encontrando-se representados quase todos os principais estaleiros italianos, foi marcante a falta do grupo Azimut-Benetti que
não aderiu ao salão. Problemas da administração do grupo com a nova direcção da UCINA e também as negociações para a sua venda a chineses, ditaram a sua ausência. Aproveitou o grupo Ferretti e os estaleiros Sanlorenzo, Montecarlo, AB Yachts e outros que constroem os grandes iates e não desistem de mostrar novos modelos. O maior dos iates em exposição era o Curvele 42, um catamaran com 42 me-
Espaço do Grupo Ferretti 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
Apenas os barcos
Os Beneteau Flyer 550 e 650
tros. Das novidades que vimos nem todas têm representação em Portugal, mas vamos apresentar algumas referências.
Beneteau
Em Portugal o representan-
te da Beneteau é Francisco Ramada, Lda. No espaço da Beneteau, entre várias novidades, encontravam-se três modelos a motor em estreia da gama Flyer e um veleiro, o Oceanis 35. Os barcos a motor eram o
Flyer 550, com 5,21 metros, Flyer 650 com 6,22 metros e Flyer 750 com 7,10 metros. A Beneteau desenvolveu para estes três novos barcos uma linha moderna com os cascos a apresentarem planos de estabilidade laterais muito salientes. Com
Capelli 20.5 12
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esta característica assentam certamente bem na água, balançam pouco e descolam rapidamente. São barcos muito abertos e espaçosos vocacionados para os banhos de sol. Em todos pode-se montar uma mesa de piquenique à frente. Os Flyer 550 e 650 têm um banco encosto para o piloto conduzir de pé e um banco corrido à popa. No Flyer 750 os bancos do piloto e do copiloto são
Notícias do Mar
com menos de 8 metros estavam dentro dos pavilhões
individuais e à popa tem um banco corrido. O novo Oceanis 35, com 9,99 metros de comprimento é um veleiro com uma linha elegante e segue um conceito para uma utilização completa quer seja para saídas de um dia, fins-de-semana ou cruzeiro de férias. Com duas rodas de leme, uma ponte desafogada e com um arco em fibra por cima, mostra ser simples de manobrar. No interior, pode ter duas
Cranchi Panama 29
ou três cabinas, mas mantém sempre um grande salão a cozinha e o quarto de banho
Beneteau Oceanis 35 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
a popa. Com este banco e o banco corrido da popa forma um largo solário no poço. À frente da consola pode-se montar uma mesa ao meio dos assentos, para os piqueniques. A consola tem um compartimento com uma porta a estibordo.
Cranchi
No stand da Yamaha estavam 16 barcos Capelli
Capelli
Representado em Portugal pela Portinauta do Grupo Angel Pilot, o estaleiro italiano Capelli cuja produção constrói dois tipos de embarcações, uma gama de barcos de casco em fibra e a
gama Tempest de embarcações semirígidos, tinha em exposição 22 barcos no seu stand e 16 modelos no stand da Yamaha Itália. Quanto a novidades, havia três, o Apnea 70, o Tempest 570 e o Capelli 20.5.
O Capelli 20.5 com 6,35 m de comprimento, é um barco em fibra tipo open, com uma consola larga de condução. Tem um amplo espaço tanto à frente como atrás. O banco do piloto é duplo e tem atrás um banco virado para
O estaleiro italiano de sport cruisers e de iates, representado em Portugal pela Portinauta, tinha em exposição cinco modelos, entre os quais se destacava o novo Cranchi Panama 29, um barco preparado para motorização fora de borda dupla. Este modelo do tipo sport cruiser tem 9,30 metros de comprimento. O arco de radar, para além de ser um elemento importante, dá um toque de elegância ao barco. O cockpit e o poço são o espaço mais relevante e utilizado pelos ocupantes, por isso o estaleiro criou nele uma zona de grande conforto e de fácil circulação. O piloto tem os comandos e o painel de instrumentos a estibordo e vai sentado num banco duplo. Ao centro da consola de condução está a porta da cabina e a bombordo fica um sofá de relax e para os banhos de sol. O poço é a zona de convívio, tem um banco em U e uma mesa ao centro. À frente fica um largo solário. A cabina tem acomodação para quatro pessoas dormirem, cozinha e quarto de banho. A entrada para o barco tem a passagem a bombordo.
Frausher
Frausher 747 14
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Frausher é um fabricante da Austria que fez durante o salão uma conferência de imprensa para apresentar o seu novo modelo Mirage
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747, com 7,47 metros de comprimento e motorização interior Zdrive, anunciado como uma embarcação inovadora. Este estaleiro austriaco constrói, sport cruisers e day cruisers a motor e veleiros. O projecto deste novo modelo Mirage 747 foi entregue a um arquitecto e a um especialista de hidrodinâmica e o resultado foi a construção de um day cruiser com um casco radical e design rígido em dinâmica. Para começar, a proa tem a aparência de um moderno veleiro, seguindo-se os planos laterais de estabilidade muito salientes e em largos steps. O objectivo é aumentar a estabilidade e desempenho do barco a navegar e com saídas rápidas da água. Todo o interior é acabado com materiais que confere ao barco muito requinte, conforto e luxo. O cockpit foi desenvolvido privilegiando a ergonomia, com dois bancos/sofás para o piloto e o co-piloto e um elegante painel de instrumentos. Atrás fica um banco corrido e na popa um largo solário. A cabina tem uma cama de casal e sanitário marítimo.
Hatteras GT 70
iate de luxo convertido também em pescador. Tem uma linha extremamente elegante, com um casco super deflector, para vencer o mar com as condições mais duras.
Construído para um superior desempenho, em especial a durabilidade, os processos de construção, os materiais mais resistentes e a utilização de artesãos para o mobiliário e os acabamen-
tos oferece a confiança necessária aos proprietários de usar seu barco quando eles querem e não apenas quando as condições do mar são favoráveis. O requinte e luxo do salão
Hatteras
O novo Hatteras GT 70, o topo da gama GT Series do estaleiro americano Hatteras Yachts, com 23 metros de comprimento e com o casco em azul, estava em exposição. Há meio século a liderar a construção em fibra de vidro de barcos para a pesca desportiva, principalmente dirigida aos aficionados do Big Game, o estaleiro Hatteras manteve neste modelo toda a sua tradição, quanto às características, para satisfazer principalmente o mercado dos U.S.A. O Hatteras GT 70 é um
Jeanneau Cap Camarat 7.5 WA 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
Área dos semirrígidos
e dos quartos, com acomodação para seis pessoas, fazem deste modelo também um apetecível barco para o charter.
Jeanneau
Em Portugal é a Nautiser Centro Náutico o importador exclusivo das embarcações a motor do estaleiro francês Jeaneau. No stand da Jeanneau de barcos a motor fora de borda encontrava-se já exposto um modelo para 2015, o Cap
Camarat 7.5 WA da Série 2, um barco com 7,42 metros de comprimento e com uma cabina. A solução da cabina vai aumentar ainda mais a polivalência dos Cap Camarat 7.5 em virtude de permitir duas pessoas pernoitarem dentro. A consola de condução é arredondada e tem o párabrisas alto. O piloto e o copiloto têm bancos individuais extremamente ergonómicos e con-
Sanlorenzo 40 Alloy
fortáveis. Na popa encontra-se um banco estofado em forma de U. O poço está adequado à pesca e tem um porta-canas de cada lado. Toda a zona à frente da consola é um grande solário.
Sacs
A representação em Portugal do estaleiro italiano Sacs é da Nauticmar Lda. O maior semirrígido em
exposição, o Sacs Strider 18, era também uma novidade apresentada no salão, sempre com muito público dentro e a sair para o mar nos test drive. O Sacs Strider 18, com 15,50 metros de comprimento e 5,15 metros de boca representa o gosto dos italianos pelo design e a ergonomia. Trata-se de um semirrígido com cabina, o posto de comando coberto com um hard top em fibra e motor interior O posto de comando tem três bancos e a entrada para a cabina. Atrás a fica a zona de convívio com dois sofás em L, uma mesa e um largo solário. À frente encontram-se três bancos extremamente confortáveis e estofados com requinte. Quanto à cabina, tem um quarto à frente, duas camas de casal atrás e quarto de banho
Sanlonrenzo
Sacs Strider 18, o maior dos semirrígidos 16
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Um dos maiores estaleiros de super-iates de Itália, tanto em construção com os cascos em fibra de vidro, como em aço, Sanlorenzo tinha no seu espaço a maior exposição de iates do salão, com nove modelos construí-
Notícias do Mar
dos em fibra de vidro, o mais pequeno dos quais era o SL 88 com 24,95 metros e o 40 Alloy o maior, com 40,85 metros de comprimento. Na impressionante exposição do estaleiro Sanlorenzo, entre os nove super-iates apresentados ao público, dois eram novos modelos, o SD112 com 33,60 metros e o SL118 com 36,50 metros. Ambos com três cobertas, flybridge e uma distribuição dos espaços no interior semelhantes. São iates de luxo onde a preocupação principal é servir com o máximo requinte e luxo o cliente, que é o proprietário. São barcos projectados para não levarem muita gente. E para ambos os iates a acomodação é de apenas 15 pessoas, cinco das quais são tripulantes. Para o proprietário, o camarote que lhe é destinado fica área mais confortável na coberta do meio à frente do salão de jantar. Os convidados ou amigos muito especiais, têm mais quatro camarotes para casal. Mas como o cliente é que manda, se for necessário colocar 10 camarotes, espaço não falta.
Área do estaleiro Sanlorenzo
xo peso, foi implementado neste modelo, uma vez que o peso seco do motor é de apenas 450 kg. O motor é de fácil manutenção e tem um gerador de 12V / 180A que fornece a energia suficiente a bordo.
O motor tem um funcionamento extremamente silencioso e baixa vibração, fornecendo potência suficiente para o esqui aquático O motor, com o novo e hidrodinâmica Yanmat Z-drive - ZT370, pode ser aplicado
com uma instalação dupla num barco e controlado com o novo joystick, que permite ambas as rotações de 360 graus, bem como o movimento lateral e movimento diagonal.
Yanmar
Em Portugal a representação da Yanmar é da Yacht Works, Lda. No stand da Yanmar a novidade era o Joystick com o motor Yanmar 8LV-370Z - ZT370, um motor de 4,5 litros recentemente desenvolvido, V8 cilindros de 370 HP. O motor tem dois turbocompressores, um “common rail” de injeção de combustível e quatro válvulas por cilindro para garantir melhor o desempenho e com baixo consumo. O princípio da Yanmar, alta performance com bai-
Yanmar com Joystick 2014 Outubro 334
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Electrónica
Notícias Nautel
Faça os Seus Próprios Mapas e Pesque com Precisão Militar
A integração do sonar, GPS e mapeamento digital são um trio intocável de tecnologias que ajudam os pescadores a pescar mais peixe. E hoje em dia há muitos produtos “bons” no mercado que fazem o mesmo.
P
orem, a empresa americana Humminbird que fabrica produtos electrónicos para a pesca, nunca foi uma empresa que se contentou só com “bom”. Com uma equipa de engenheiros e composta também por pescadores de topo, está dedicada a desenvolver soluções para os difíceis problemas do mundo dos pescadores. A história das tecnologias patenteadas da empresa, falam por si só: Side Imaging em 2005, à mais recente introdução da 360 Imaging e dos ION e ONIX Cross Touch Pla-
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tform, a Humminbird continua no bom caminho da conceção e fabrico de sistemas electrónicos de pesca mais poderosos, personalizáveis e fáceis de usar. Agora, isso combinado com a integração perfeita de cartas autorealizáveis e produtos da Minn Kota (Motores Elétricos), como o iPilotLink, é sem surpresas que cada vez mais pescadores estejam a melhorar o seu equipamento para aproveitar a vantagem da abordagem completa dos sistemas de pesca. O pescador pro de achigãs e sargento do exército dos Estados
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Unidos Jamey Caldwell disse que é quando a cartografia da Humminbird e os instrumentos estão ligados uns aos outros, que lhe dá poder para pescar com precisão militar. Os diversos critérios de pesquisa que foram seleccionados, renderam as seguintes áreas do lago em destaque em rosa.
AutoChart & AutoChart PRO
O AutoChart é um programa de software que permite mapear as águas (os fundos) com precisão e detalhe nunca antes possíveis. Em poucas palavras, o AutoChart literalmente preenche o vazio dos pescadores cujos fundos não foram e talvez nunca serão mapeadas. Desde a pessoa que quer mapear o lago da sua quinta, a guias de pesca da américa do norte, a profissionais de turismo do mais alto nível, os pescadores possuem agora a habilidade de examinar as suas próprias águas e guardá-las para eles próprios. Isso inclui águas privadas, publicas e locais de difícil acesso, muito para além do alcance dos exames do governo e cartas comerciais em papel ou digital por GPS, incluindo lagos, reservatórios, lagoas, rios, e até locais fora da costa. O programa, que abrange um DVD e Zero Lines Map card, está disponível por um preço de compra único, sem taxas de as-
sinatura ou taxas a pagar a lagos. Para profissionais de turismo, O AutoChart representa uma vantagem competitiva. Caldwell disse: “Eu habitualmente começo com esboço sazonal. Por exemplo, agora começo com um padrão de Verão, mais fundo e em locais mais profundos, como pontos principais do lago. Com o AutoChart, ponho no mapa aquelas áreas durante o treino. Tenho simplesmente a minha unidade que me recorda enquanto pesco. Isso permiteme encontrar o ponto principal ou como um ponto secundário dentro de água vira para um lado, ou para um canal da enseada que atinge o leito duma estrada. Dáme uma imagem muito detalhada da estrutura. Depois volto atrás e faço Side Image às áreas que marquei e encontro o peixe.” Os pescadores louvam a simplicidade do AutoChart: “O facto de ser um processo simples de três fases que não requerem nenhuma ligação a um servidor ou Cloud é muito importante, especialmente durante o tempo quando a informação está a ser recolhida. Posso fazer tudo e ter aquele detalhe muito definido sem qualquer espera. E para além disso, a informação fica toda armazenada no meu PC e a operação só dura poucos minutos.” Com
Electrónica
www.nautel.pt o AutoChart e o AutoChart PRO, os mapas são criados no vosso próprio computador a partir dos dados coleccionados pelo Zero Lines Map Card na vossa unidade Humminbird em três passos simples: 1) Gravar o vosso percurso no Zero Lines Map Card accionando a funcionalidade Sonar Recording nas unidades de sonar Humminbird; 2) Converter o vosso exame num mapa metendo o SD Card no vosso computador e correndo o software; 3) Exportem o vosso mapa para o Zero Lines Map Card para a exibição na unidade Humminbird. Alguns passes com o AutoChart Live provisionaram detalhe adicional que mapas existentes não mostravam, como aumentos até 1 pé. A nova informação pode ser sobreposta por 0-100% de opacidade sobre a carta original. Combinem o vosso mapa com a Minn Kota iPilot Link e podem definir o vosso motor eléctrico para seguir os vossos contornos personalizados e nunca terem de tocar no motor. Basta lançar, apanhar e repetir. Também podem compensar com o vosso barco. Isto ajuda bastante a afastar o barco dos peixes assustadiços e a fazer lançamentos que ficam mesmo na zona perfeita. Enquanto o software da AutoChart e da Zero Lines Map Card vos permitir, criem mapas de perfil de alta definição e usem as três características chave patenteadas, o AutoChart PRO faz isso tudo e oferece dados adicionais, incluindo a mapas com a dureza do solo, indica diversos níveis da composição do solo – e para utilizadores com unidade Side Imaging Humminbird ativado, vai sobrepor mosaicos de dados Side Imaging nos mapas para a cobertura suprema. Mudanças no solo de perfil, são revelados no mapa para criar uma visão mais global do fundo do lago, incluindo elementos estruturais ou rocha, madeira, etc. “A dureza do solo é muito importante para encontrar peixe. Não
vos sei dizer quantas vezes em torneios, tudo se resumia a quem encontrava os locais mais duros de solo, como zonas de conchas ou locais te transição de duro para macio. Como quando o canal de um riacho serpenteia. Portanto, em vez de usar o isco para sentir o fundo, agora posso ver tudo no meu ecrã”. Ele continua: “o Side Imaging Mosaic vai trazer um novo nível de precisão para os mapas que têm estado em falta – sobreposição real de elementos estruturais como arbustos, montes de pedra, troncos, etc, no meu mapa.” Ao escolher ‘Opção do Mapa’ no menu, os pescadores podem pormenorizar ainda mais o seu mapa e usar as características das patentes do LakeMaster, Water Level Offset, Depth Highlight e Shallow Water hightlight. Com o AutoCart live, podem ainda seguir o novo mapa de perfil via Minn Kota iPilot Link, pioneira na indústria.
AutoChart LIVE
Mas isto não é o final, na maravilhosa nova funcionalidade de utilizadores da Humminbird ONIX e ION. Via AutoChart LIVE. Os pescadores podem produzir ao vivo, no momento, mapas digitais no computador. É agora possível criar mapas de incrementos a 5 cm de alta definição no ecrã do sonar enquanto pescam. E enquanto a compilação de dados está a ocorrer na perfeição, os utilizadores podem visionar o mapa a ser feito, ou desligar a sobreposição do mapa para manter o ecrã focado na pesca/navegação. Dessa maneira, podem escolher entre ver o mapa a aparecer ou manter a atenção na pesca. Adicionalmente, se são pescadores que pescam com amigos e partilham informação, têm a opção de trocar dados com todos que possuam um Zero Lines Map Card, permitindo o acesso aos mapas sobre outras áreas. “Com AutoChart LIVE no ONIX,
torna-se ainda mais fácil – os mapas são criados mesmo à frente dos vossos olhos. É decisivo na maneira que apanho peixe, ” disse Caldwell. Actualmente, o melhoramento do software da AutoChart LIVE, permite aos utilizadores usar produtos de teste com 8 horas de gravação de dados grátis. Assim que o espaço de armazenamento se encontra cheio, podem eliminar os dados e recomeçar ou comprar o Zero Line Map Card, que permite até 29 anos
de mapeamento sem parar. A demonstração grátis da funcionalidade da AutoChart LIVE de 8 horas está disponível como uma actualização de software sem custos em www.humminbird.com para utilizadores da ONIX e ION. Não importa em que águas você pesque, a Humminbird tem a cartografia ideal para a sua pesquisa e ajudá-lo na jornada de pesca. Para mais informação contatar o Distribuidor Oficial para Portugal, Nautel-Sistemas Eletrónicos Lda
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Náutica
Teste Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC com Yamaha F150
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Pescador Versátil e Robusto para o Mar
Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC
A filosofia da Jeanneau, estaleiro francês que todos os anos apresenta um número considerável de novas embarcações, tanto à vela como a motor, é desenvolver barcos que satisfaçam, pelas suas características, o maior número de clientes. Foi o que fez na popular gama Cap Camarat, uma das linhas de maior prestígio da marca, ao lançar o modelo 6.5 CC.
O
importador exclusivo em Portugal das embarcações a motor do estaleiro Jeanneau é a Nautiser-Centro Náutico. Esta empresa, apoiada pela sua loja na Marina de Tróia, organizou durante os dias 7 e 15 de Junho passado o “Tróia Boat Show”, uma importante exposição de barcos na água e em seco, com várias novidades de 20
barcos das marcas Cobalt e Jeanneau e uma selecção de barcos usados, que todos os visitantes que estivessem interessados puderam experimentar. Um dos modelos que estava em exposição e testámos foi o Jeanneau 6.5 CC que tinha montado o fora de borda Yamaha F150. A gama Cap Camarat é uma linha histórica construída há décadas e que foi
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desenvolvida com um forte objectivo, conceber e construir um tipo prático, robusto e marinheiro de barcos de recreio, bastante ao gosto do mercado europeu. Para oferecer o máximo de utilidade a Jeanneau procura, através da inovação, o design e utilizando as mais modernas tecnologias de PRFV e com os melhores materiais, uma produção da maior qualidade, onde cada
barco mostra bem os bons acabamentos na fibra. Actualmente a gama Cap Camarate tem 12 modelos divididos em três linhas, CC, WA e DC. Na linha CC, consola central, existem seis modelos desde os 4,7 metros aos 8,50 metros de comprimento.
Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC
Náutica
A consola de condução é ampla
O Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC tem o interior espaçoso 2014 Outubro 334
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Náutica
privilegia a polivalência Este modelo representa bem as características dos Cap Camarat, barcos marinheiros com o casco em V profundo, amplos e abertos para os desportos aquáticos, para navegar com segurança no mar, ir à pesca e passear com a família. Pelas suas dimensões, 6,40 metros de comprimento, e equipamento, é um barco acessível economicamente e de fácil utilização.
O Cap Camarat 6.5 CC foi concebido para satisfazer bem os pescadores lúdicos, com o espaço suficiente para se movimentarem dentro da embarcação com segurança e pescarem atrás ou à frente. Uma das exigências dos pescadores que é um barco dispor de muita arrumação para os equipamentos, é plenamente satisfeita no Cap Camarat 6.5 CC, pois há compartimentos para guardar o peixe e os equipamentos e ainda uma pequena cabina na consola
de condução com amplo espaço para arrumações. O poço tem um banco corrido à popa com acomodação para quatro pessoas. O assento de bombordo é amovível para deixar livre a passagem para a plataforma de banho, onde está a escada. Os pescadores têm na borda do poço um porta-canas de cada lado. Ao centro, a consola de condução é bastante funcional, com o painel de instrumentos largo e com muita
informação para o piloto e uma bússola em cima. O pára-brisas é arredondado e alto, oferecendo bastante protecção. Dentro, a consola tem uma cabina onde pode levar um conjunto de almofadas e um wc químico e tem espaço para guardar sacos de roupa e equipamentos. Os bancos do piloto e co-piloto são individuais ergonómicos e confortáveis. Podem-se regular e girar para a popa, para a pesca ao corrico.
O Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC tem o casco em V e características marinheiras 22
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Nรกutica
O Cap Camarat 6.5 CC com o Yamaha F150 fez excelentes performances
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Náutica
O Cap Camarat 6.5 CC curva com segurança, adornando ligeiramente
A consola tem à frente um banco estofado. Este banco, juntamente com os assentos estofados em U junto à proa, permite fazerem-se os piqueniques, com uma mesa que se monta ao meio. Todo este espaço pode igualmente servir para os banhos de
sol, montando um largo solário. Na proa existe uma ferragem com roldana e junto encontra-se o porão para o ferro. Desde a consola de condução até à proa encontrase montado um varandim
em aço inox. No que respeita a capacidade de arrumação, o 6.5 CC tem, para além da cabina na consola, compartimentos sob os bancos à frente e um porão sob o banco da popa.
Motor Yamaha F150 O Cap Camarat 6.5 CC tinha montado o Yamaha F150, um motor a 4 tempos, com 4 cilindros em linha, 2.670
O poço tem um banco corrido à popa 24
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cm3 de cilindrada, 16 válvulas, dupla árvore de cames à cabeça e com a potência de 150 HP. Trata-se de um motor que incorpora as mais importantes tecnologias da Yamaha. Dispõe de um módulo de controlo do motor (ECM) que controla o avanço da ignição, a injecção e o sistema de diagnóstico e dados de manutenção, com sistema de alertas. A alimentação é por in-
À frente da consola existe um banco
Náutica
jecção electrónica multiponto de combustível, com atomização muito fina que garante grande economia no consumo, elevadas performances e emissões de gases reduzidas. O F150 tem sistemas de redução de ruído e de vibrações transmitidas no painel de popa, para oferecer uma navegação confortável. Este motor tem também um sistema de dupla queima do combustível e de retorno dos vapores, proporcionando uma navegação sem fumos nem cheiros, melhorando a eficiência do combustível e ainda beneficiando o ambiente, pois não lança vapores para a atmosfera. O motor tem ainda um sistema de filtragem de água no combustível e também um sistema de lavagem do motor com água doce.
O Yamaha F150 forma um conjunto equilibrado com o Cap Camarat 6.5 CC
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Náutica
facilidade às manobras e é extremamente seguro nas curvas, adornando apenas ligeiramente, sempre muito agarrado à água. A proa com um design deflector afasta bastante bem para fora a água, não salpicando a coberta nem o poço. Em conclusão, o Cap Ca-
marat 6.5 CC é um barco que permite ser utilizado para diversas actividades aquáticas como o ski e os passeios familiares, mas é no mar que poderá mostrar melhor as suas qualidades e permitir aos pescadores boas e seguras jornadas de pesca.
Ao meio dos assentos à frente pode-se montar uma mesa e converter o espaço em solário
Excelentes performances no teste O teste foi efectuado no Sado em Tróia numa zona de água calma. Por isso, pudemos ensaiar bem as velocidades e verificar que o conjunto fez boas performances e tinha uma potência adequada. O casco do Cap Camarat 6.5 tem um V profundo e planos de estabilidade laterais bem salientes da proa à popa. Devido a esta característica o barco assenta muito bem na água à popa, descola rápido e balança pouco quando está parado, qualidade que os pescadores gostam muito. Em virtude das características do casco e como o Yamaha F150 é um motor com grande poder de aceleração, o conjunto no arranque planou em 1,84 segundos e a aceleração até às 5.000 rpm foi 31,5 nós em 9,66 segun-
dos. Quanto à velocidade máxima, atingiu os 35,2 nós, apenas às 5.300 rpm. Tivemos a prova das características planantes do Cap Camarat 6.5 CC, quando testámos a velocidade mínima a planar e com apenas 8,9 nós às 2.600 rpm, o barco ainda planava. Testámos uma velocidade económica de cruzeiro e o barco navegou a 25 nós às 3.500 rpm, uma baixa rotação do motor para uma excelente velocidade. As características marinheiras do casco sentiramse sempre que o barco atravessava a esteira de outras embarcações e o barco não batia na água, cortando a ondulação com suavidade e oferecendo uma navegação confortável. O piloto vai numa excelente posição de condução e a direcção não obriga a qualquer esforço. Graças ao tipo de casco, o barco responde com
À proa tem uma roldana e o porão para o ferro 26
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Características Técnicas Comprimento
6,4 m
Boca
2,48 m
Peso
1.036 kg
Dep. Combustível
170 L
Lotação
7
Classificação CE
C-7
Motor
Yamaha F150
Preço barco/motor
42.500 e c/IVA (versão base)
Performances Tempo de planar
1,84 seg.
Aceleração às 5.000 rpm
31,5 nós em 9,66 seg.
Velocidade máxima
35,2 nós às 5.300 rpm
Velocidade cruzeiro
25 nós às 3.500 rpm
Mínimo a planar
8,9 nós às 2.600 rpm
3.000 rpm
13,9 nós
3.500 rpm
21,1 nós
4.000 rpm
25,5 nós
4.500 rpm
29,7 nós
5.000 rpm
33,9 nós
5.300 rpm
35,2 nós às 5.300 rpm
Importador: Nautiser Centro Náutico Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 22 36 820 – Fax: 21 23 33 031 - Mail: comercial@nautiser.com www.nautisercentronautico.pt Yamaha Motor Portugal Rua Alfredo da Silva, nº 10 2610-016 Alfragide Tel.: 21 47 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt
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Electrónica
Notícias Nautiradar
A Raymarine Apresenta a Sonda CP200 SideVisionTM Agora o mundo por baixo do seu barco como nunca viu antes. Sonda de varrimento lateral com a tecnologia CHIRP compatível com todos os displays multifunções da Raymarine
N
um esforço continuado para dar aos pescadores e a todos os navegadores as ferramentas que precisam para serem bem sucedidos na água, a Raymari-
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ne anunciou em Julho mais uma opção tecnológica, a sonda CP200 SideVision que a partir do interface do utilizador LightHouse II é compatível com todas as séries de displays multifunções.
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Electrónica
www.nautiradar.pt inovação apresentando um conjunto de soluções muito amigas do utilizador. Com o interface do utilizador Lightouse II está criada a plataforma que facilmente se expande há medida que a Raymarine desenvolve novas soluções para quem navega.
CPT-200
Vocacionada para águas interiores e costeiras.
O novo módulo de sonda CP200 Side Vision™expande os horizontes submersos dos pescadores com a qualidade cristalina CHIRP. Os pescadores que procuram incessantemente melhorar a sua visão debaixo de água vão apreciar estas funções inerentes ao módulo de Sonda CP200 que vê mais além e com capacidade de detetar mais peixes
que os sistemas tradicionais de sonda com varrimento lateral. Não esquecer que aqui estamos usar a extraordinária tecnologia de processamento de sinais CHIRP, esta transmite sobre um amplo espectro de frequências de sonda em cada impulso e o resultado são imagens de elevado detalhe, maior resolução e com um aspecto mais real. O módulo de sonda CP200 Side Vision™ tem igualmente um transdutor de design único e que permite aos utilizadores a escolha de três ângulos predefinidos. Ao ajustar o ângulo do transdutor CPT-200 os pescadores podem otimizar o seu sistema a águas mais ou menos profundas. Este novo produto é mais uma prova do que se propõe a marca Raymarine, liderar a
Características principais da Sonda CP200 CHIRP SideVision
- Compatível com os módulos multifunções das Séries: a, c, e gs - Compatível com outras sondas: visualize CHIRP SideVison e CHIRP DownVision em simultâneo e vai obter imagens de peixe, isco e estrutura dos fundos num ângulo até 180◦ - Imagens com qualidade fotográfica com a tecnologia CHIRP
- Pode operar lado a lado com a Sonda Digital CHIRP e CHIRP DownVision - O transdutor CPT-200 ajusta o seu ângulo para águas superficiais, meia profundidade ou profundas e é perfeitamente compatível com o transcetor da sonda CP200. Ainda tem a funcionalidade patenteada de kick-up guide que assegura que o transdutor volta facilmente à sua posição original na eventualidade de saltar após ter tocado nalgum objeto ou destroço. - Dois canais de sonda SideVision: Bombordo e estibordo - Profundidade até 183 metros - Peso: 0,6 kg - Dimensões 22,5 cm de largura x 16,2 cm de altura x 7,2 cm de profundidade - À prova de água standards IPX6 e IPX7. Para mais informações contate o importador
Árvores e Cardume
Blocos de amarração
Cabos Submersos 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
Rib Adventure
Texto Norberto Pereira
800 Milhas no Oceano Atlântico
Depois de ter percorrido o Mediterrãneo desde a Grécia e a costa portuguesa até Cascais, a Rib Adventure terminou no dia 20 de Agosto, com a travessia do Atlântico até aos Açores, num percurso de 800 milhas.
Atlântico Norte sob condições extremas
A
longa viagem «Hellas - Açores» 3500 mn, que começou em 23 de Julho do porto de Salónica foi concluída com êxito na madrugada de 20 de
Agosto em Ponta DelgadaAçores. A travessia do oceano Atlântico de Cascais até aos Açores são 800 milhas em completa solidão, sem qualquer tipo de assistência ou reabastecimento, e com
o perigo sempre latente, de uma possivel colisão com um contentor, ou uma falha técnica. A travessia foi efectuada por grupo internacional de quatro navegadores com
Atlântico Norte sob muita chuva 30
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grande experiencia no mar, dois Gregos, um Italiano, e um Português, Thomas Panagiotopoulos, Goniotaki Spyrou, Cristiano Segnini e Norberto Pereira e embora tivéssemos diante de nós o desconhecido, o risco e a incerteza, estávamos determinados a concluir o desafio da navegação no grande Oceano. Seis horas da manhã de dia 18 de Agosto rumo aos Açores, ainda de noite e com as ondas a mal ultrapassarem um metro, lá fomos. No entanto, após as primeiras 30 milhas o oceano mudou, começavam a formar-se ondas silenciosas que vinham de norte junto com um vento fresco, e a distância entre as ondas não era grande pelo que começamos a levar as primeiras estaladas de água pelo rosto. O navegar tornou-se difícil, e depois
Notícias do Mar
de algumas horas as ondas enormes que poderíamos encontrar, eram sempre seguidas de duas ou três novas de direção noroeste. Infelizmente para nós, era impreterível manter uma velocidade constante acima de 25 nós, a fim de alcançar um baixo consumo, mas também de forma a poder calcular a nossa distância percorrida e posição na carta, pois estávamos com uma avaria no GPS.
Existia uma preocupação constante, estávamos a consumir mais de 4,2 lt/mn
Estávamos totalmente concentrados na navegação, quantas horas mais poderíamos navegar nessas condições contra o vento, tentando não cometer nenhum erro, pois devido ao peso, qualquer movimento errado
que desse origem a partir o casco, ou um depósito de combustível, era certamente fatal. Além disso existia uma preocupação constante, que estávamos a consumir mais de 4,2 lt/mn, e as coisas pioraram quando o tempo chegou a 6 Beaufort. Sabíamos que para o primeiro dia de viagem era necessário mar calmo, devido ao peso que transportávamos, e agora tínhamos ainda que lutar contra o vento e as ondas fortes! Tínhamos certeza que se continuassemos por mais tempo, o combustível não ia chegar, o nosso alvo era agora as 200 milhas, e só depois as 800 mn. Dez horas da manhã de dia 18, percorridas as primeiras 100 mn e completamente encharcados até aos ossos, foi altura para uma paragem rápida, pois tinhamos percebido que a antena de VHF tinha-se partido sobre um salto de uma vaga. Depois de secar e vestirmos
os fatos de neopreno lá voltamos para a batalha com o oceano, sobre o céu carregado de pesadas nuvens escuras a esconder o sol. Nada parecia jogar a nosso favor, até que depois do meio-dia, avistamos ao longe o céu cinzento a abrir um grande buraco azul.
Voltar ou mudar rumo para a Madeira que era mais perto
Duas horas da tarde de dia 18, chegamos às 200 milhas, seguiram-se momentos de ansiedade partilhada por todos, pois era necessário fazer a contagem do combustível que levaria á grande decisão, voltar ou mudar rumo para a Madeira, que era mais perto e chegavamos certamente. Sem certezas, mas decididos a atingir os nossos objetivos, seguia-se outro momento
de tensão, era necessário mudar as hélices de força por outras de maior passo, que nos permitissem ter um navegar suave e melhores prestações. Seis horas da tarde de dia 18, após doze horas de navegação e com 300 mn percorridas era hora de colocar a tenda preparando a noite, vestir roupas quentes, e recalcular o consumo com as novas condições, pois o tempo tinha entretanto caído. Nas primeiras 200 mn queimamos mais de 4 lt/mn, e nas 100 seguintes caiu para 3,4 ltr, tornando-se encorajador e dado o bom tempo, continuamos a viagem durante duas horas a uma velocidade de 32 nós. Quando a noite caiu, continuamos por um tempo com a mesma velocidade, mas o pensamento dos perigos á espreita no escuro, como um contentor, ou outros objetos, fez nos reduzir a velocidade. Navegamos a uma veloci-
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Notícias do Mar
minho ainda pela frente.
Fotografia: João Lamares
Estávamos exaustos e a nossa autonomia seria ainda mais restrita
Chegada a Cascais
dade de 5 nós consumindo 2 ltr/mn, ganhando autonomia e algumas horas para relaxar. Um membro da equipe no leme, outro a observar constantemente os equipamentos e outros dois a tentar dormir sem conseguir, talvez por stress, ou porque nenhum queria perder o gru-
po por momento algum. No silêncio da noite o céu começava a ficar nublado, e sem dar mos conta estávamos num enorme buraco escuro, em torno de um oceano onde a superfície aparece a 5/6 metros de altura acima do barco. Duvidamos, talvez fosse imaginação ou fadiga,
mas aquela imagem voltouse a repetir com o mar silencioso a entrar pela proa e a inundar o convés deixando alguns objetos a flutuar e os sacos cama molhados. A navegação era feita de forma difícil e mal conseguíamos abrir os olhos de sonolência mas tínhamos um longo ca-
As primeiras horas do amanhecer trouxe-nos muita chuva, estávamos a 320 mn apesar de termos aumentado a velocidade, continuamos a viajar com a tenda sobre uma paisagem invernosa por mais duas horas até que a chuva parou. Sabíamos agora que o nosso consumo de combustível iria melhorar por estarmos mais leves, mas também percebíamos que o resto da viagem seria com mar agitado e trocado, o que nos deixava em agonia, estávamos exaustos e a nossa autonomia seria ainda mais restrita. Não existia segunda escolha com quase 2/3 do caminho percorrido, e a certeza de que o segundo dia seria
A vencer o Atlântico Norte 32
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Notícias do Mar
Quase a chegar
um passeio fácil era agora simplesmente um sonho, sendo necessário manter a velocidade de 25 nós para mantermos o consumo de cerca de 3 lt/mn o resto do dia. Pouco antes do pôr do sol, paramos para o último reabastecimento de 400 lt (reserva), e dar a nossa localização á equipe de terra por telefone satélite. Agora com o mar chão e a embarcação livre de peso, voávamos a uns 32 nós tentando cobrir o maior número de milhas possível antes do anoitecer, mas era necessário continuar a gerir o consumo até á ultima milha Estávamos agora a 65 milhas de São Miguel, quando voltamos a encontrar a escuridão absoluta, mas essas poucas milhas não pareciam ter fim. Ninguém tinha forças para ir mais longe, sentíamos a exaustão absoluta, por não ter dormido na noite anterior e os nossos olhos a fechar a maior parte do tempo. Apesar da escuridão não queríamos deixar cair a velocidade para 6 nós como na noite anterior, porque isso significaria que iriamos chegar ao nosso destino na manhã seguinte. No entanto reduzimos a velocidade para 23 nós e continuamos a nossa viagem através da escuridão e incerteza, tentando com dificuldade discernir o que tínhamos pela proa pois
sabíamos que perto da ilha existem muitas baleias e precisávamos toda a atenção para evitar tal encontro.
Efetuámos a nossa última paragem e ganhar alento para as ultimas milhas
Já passava da meia-noite, estávamos a 25 milhas de São Miguel, esta curta distância parecia agora a maior viagem das nossas vidas, apesar da euforia estávamos mais do que exaustos ao ponto de eu ter adormecido por duas vezes em pé, algo que julguei ser impos-
Quando a noite caiu era hora de colocar a tenda preparando a noite
sível de acontecer. Foi então que efetuámos a nossa última paragem, e ganhar alento para as ultimas milhas. Agora não era necessário olhar para o GPS, pois o relâmpago do farol da ilha de São Miguel era visível, no entanto não estávamos tranquilos com os perigos da aproximação á ilha e não podíamos deitar tudo a perder após viagem tão longa. Já passava das duas horas da manhã do dia 20, quando entramos no porto piscatório de Ribeira Quente em São Miguel, já não aguentávamos mais…, foi amarrar em um grande bar-
co de pesca, colocar a tenda e os sacos cama ainda molhados da noite anterior, e adormecer com a roupa que trazíamos vestidos na viagem. No dia seguinte, rumamos a Ponta Delgada para a receção que estava preparada para nós, e onde eramos aguardados com alguma ansiedade pelos amigos, seguidores da missão, e imprensa. Cumprir esta missão foi dificil e marcada por várias peripécias, no entanto estamos felizes por ter completado esta missão com sucesso.
Em Vila Franca do Campo nos Açores 2014 Outubro 334
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Desportos Aquáticos
Campeonato Nacional Wakeboard e Wakeskate APWW 2014
Fotografia APWW
Bernardo Branco primeiro lugar no Open de Wakeboard
Bernardo Branco No Wakeboard e Tiago Miguel em Wakeskate Vencedores Bernardo Branco conquistou o 1º lugar no Wakeboard com um Toeside 720 e Tiago Miguel foi o vencedor em Wakeskate numa luta renhida com Daniel Braga.
O
Tiago Miguel primeiro lugar Open de Wakeskate 34
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Campeonato Nacional de Wakeboard e Wakeskate APWW 2014, que decorreu no passado fim-de-semana, na Barragem de Castelo de Bode, terminou com um balanço positivo e muitas surpresas na competição. O sol, que acabou por acompanhar todo o evento, contribuiu para a quantidade de público que se deslocou ao Centro Náutico do Zêzere, no Trízio (Sertã) para assistir às manobras complexas destas duas modalidades com cada vez mais adeptos no nosso país. A revelação de novos talentos e animação até de madrugada são alguns dos pontos fortes
Desportos Aquáticos
Daniel Braga segundo classificado Open Wakeskate
deste campeonato. No Open de Wakeskate, Tiago Miguel acabou por ganhar depois de uma renhida disputa com Daniel Braga, que acabou na 2ª posição mas por muito poucos pon-
tos em relação ao campeão. Na categoria Wakeboard Open, Bernardo Branco ganhou, ficando Francisco Lopes em 2º lugar. Com duas passagens muito sólidas, Bernardo Branco conseguiu
fazer uma manobra de difícil execução – um Toeside 720 que se caracteriza por duas rotações no ar. Claramente o futuro do wakeboard em Portugal passará por este desportista.
Inês Segadães vencedora do Open Feminino de Wakeboard 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
Conhecer e Viajar pelo Tejo
Entrevista Carlos Salgado
A Casa do Ribatejo Foi a Grande Precursora da Cultura Regional do Rio Tejo Convidei para esta entrevista o eng. José Maria Mora de Campos, que conto como amigo, um inveterado defensor do Ribatejo que para além de promotor da cultura ribatejana, que no período em que presidiu à direcção da Casa do Ribatejo incutiu-lhe uma dinâmica de que ela carecia e batalhou arduamente para que o III Congresso do Ribatejo fosse finalmente realizado, e com êxito.
Eng. José Maria Mora de Campos
C.S. – Caro José Maria, gostava que me contasses um pouco da história da Casa do Ribatejo, essa instituição regional que criou raízes na capital e daí promoveu e divulgou por toda a parte e por todos os meios a região ribatejana e as suas valências, atributos, tradições bem assim como o seu rico património cultural, 36
material e imaterial, que foi o seu desígnio durante muitas décadas. M.C. - Nos princípios orientadores da Fundação da Casa do Ribatejo em 1942, com 4000 Associados oriundos dos 28 Concelhos Ribatejanos, o Rio Tejo tomou o lugar fulcral, pois todos estes Concelhos que integram a Região Ribate-
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jana são banhados pelo Rio ou por algum dos seus afluentes. Assim compreende-se que ao longo de toda a sua existência a Casa do Ribatejo sempre tenha como preocupação dominante, para além das suas múltiplas actividades culturais, o Tejo. Logo no II Congresso do Ribatejo (1946) um dos capítulos
com a apresentação de 5 comunicações foi sobre temas referentes ao Rio: «Aspectos da irrigação da bacia hidráulica do Tejo», pelo eng. Trigo de Morais; «Algumas considerações sobre o potencial hidroeléctrico da bacia do Tejo», pelo eng José Filipe Rebelo Pinto; «Navegabilidade do Tejo, portos fluviais», pelo eng. Abel de Noronha de Oliveira e Andrade; «Policia e fiscalização dos Rios», pelo eng. José Saraiva Vieira de Campos; e «Estudo sobre a toponímia do Tejo, sua origem e evolução», pelo dr. Xavier Fernandes. A Casa do Ribatejo promoveu diversas reuniões onde o Tejo e a sua importância para a economia da Região, com a presença de muitos especialistas em debates muito participados e que contribuíram para em 1976, a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo. Também nos seus salões (1978 e seguintes) foi apresentado o projecto de navegabilidade (Mendes Godinho) alicerçado em estudos muito profundos e de grande valor cientifico elaborado por especialistas em muitas e diversificadas matérias. Nos meus mandatos como Presidente da Direcção (1999 a 2008) um dos projectos aprovados foi a realização do III Congresso do Ribatejo (2004-2005), iniciativa arrojada só possível pelo apoio das Autarquias Ribatejanas onde as 16 Sessões temáticas itinerantes nestes dois anos, se desenrolaram. Na sessão “ O Ribatejo Es-
Notícias do Mar
tuarino “ (Fevereiro 2005) realizada na antiga sede e com o apoio da Associação Amigos do Tejo, e a participação dos Concelhos ribeirinhos: Alcochete, Moita, Montijo e V.F.Xira , foram debatidos painéis: - O turismo e os Desportos Náuticos, moderado por Carlos Salgado; A importância Ecológica da Reserva Natural do Estuário do Tejo moderado pelo doutor António Antunes Dias; A riqueza potencial piscícola da Área Estuarina do Tejo, moderado pela professora doutora Maria José Costa; A importância histórica do Estuário do Tejo, moderado pelo Dr. António Nabais; A festa brava, na tradição ancestral do Ribatejo, moderado pelo doutor João Lobo, presidente da Câmara Municipal da Moita do Ribatejo. Também numa das tentativas (1976) de realização do Congresso do Ribatejo, que não se concretizou devido à excessiva governamentalização a partir do Governo Civil de Santarém, a preocupação da navegabilidade do Tejo era um dos temas centrais, mas as divergências de então não permitiram a sua realização. Os interesses instalados optaram por outras tentativas de desenvolvimento, algumas fracassadas, deixando o Tejo de lado e sem aproveitamento como auto estrada fluvial privilegiada e de enormes recursos. Os Ribatejanos estão habituados ao ciclo das cheias e de outras adversidades e não desistirão de dar a atenção devida ao Tejo e de o colocar no lugar cimeiro que lhe pertence. Bem andou a Associação dos Amigos do Tejo que tanto no 1º Congresso (1987) como no 2º Congresso do Tejo (2006), realizações de grande envergadura, que a Casa do Ribatejo sempre apoiou, com a participação de cientistas, governantes, empresários e sobretudo Amigos do Tejo tiveram como conclusões, algumas soluções que se encontram já implementadas e outras que esperam concretização.
Sessão de Santarém do III Congresso do Ribatejo
Sessão do III Congresso do Ribatejo na Casa do Ribatejo 2014 Outubro 334
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Notícias do Mar
Conhecer e Viajar pelo Tejo
Crónica de Carlos Salgado
O Tejo Deu-lhe a Origem e a Forma O Tejo é o eixo identitário do Ribatejo e foi graças ao nosso rio grande que, desde há milhões de anos, à medida que o mar se foi retirando e o regime marítimo foi progressivamente sendo substituído por um ambiente salobro e lagunar, a terra foi emergindo dando origem aos terraços, lezírias e sapais que constituíram o território da Província do Ribatejo.
O
Ribatejo faz fronteira a Noroeste com a Beira Litoral, a Oeste e a Sul com a Estremadura, a Sudeste com o Alto Alentejo e a Norte e Nordeste com a Beira Interior. Constituído por 23 concelhos, integrando quase a totalidade do distrito de Santarém, e ainda dois concelhos do distrito de Lisboa, um do distrito de Portalegre e, ainda dois do distrito de Setúbal. A província passou posteriormente a contar com 28 municípios, com a sua autonomização em 1945. Oliveira Martins, na sua História de Portugal, soube expressar bem a importância desta região ao afirmar que “ Pelo Tejo, o Portugal marítimo abraça o Portugal agrícola, fundindo numa as duas fisionomias típicas da Nação”.
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Maurício de Abreu, no seu livro “ Ribatejo”, a que deu uma ilustração com fotografias magníficas, referiuse à região ribatejana, da seguinte forma: “Em nenhuma outra província do nosso País se descortina uma simbiose tão perfeita das características gerais-geográficas e antropológicas - de Portugal como no Ribatejo. Região exclusivamente histórica, cerne de todoo território nacional, nela a Geografia não se apresenta como um espaço homogéneo, perfeitamente delimitado. Mas, é aqui no Ribatejo, que a centralidade geográfica nacional, pelo corpo de um rio – o Tejo – vai permitir aglutinar num só país natal, espaços territoriais tão distintos e como díspares, a Norte e a Sul de Portugal. Das múltiplas reuniões
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das Cortes de Santarém, nos séculos catorze e quinze, bem como do posterior desenvolvimento da aventura marítima nacional, por quinhentos e seiscentos, e, consequentemente o aumento do prestígio de Lisboa como capital do Reino, são razões óbvias para se compreender que só à beira do Tejo – numa das suas maiores cidades, por si banhada, essa mesma capital, se manteria para toda a vida.” E eu digo que o Ribatejo é Paisagem, Biodiversidade, Solos Férteis, História, Cultura, Produção, Valentia, Memórias e Emoções.
Ninguém sabe dizer nada da Casa
do Ribatejo, será que foi leiloada? Venderam-lhe as Tabuínhas? A Casa do Ribatejo, uma das casas regionais mais conhecidas, foi fundada no ano de 1943, criou raízes em Lisboa, na rua do Salitre (mas não sei se chegou a perdurar para além dos 70 anos de existência, lamentavelmente). O seu principal desígnio foi o de espalhar por toda a parte e por todos os meios o Ribatejo e a cultura ribatejana, as suas valências e atributos, e as tradições de uma região das mais importantes para a economia nacional, que chegou a ser o celeiro de Portugal. Fê-lo através de actividades culturais, de convívio e de animação
Notícias do Mar
regional que deram brado. Divulgou a riqueza das particularidades da região que representa, tais como a fertilidade e a produtividade das Lezírias, a vinha e o vinho, a gastronomia, a festa brava, o património natural e cultural (monumental e popular), as danças e os cantares ribatejanos com destaque para o Fandango, entre outras peculiaridades tão marcadas e distintas das outras regiões do país. Na sua missão cultural e regional a Casa do Ribatejo albergou na sua sede diversas associações de índole regional e cultural. Na prossecução dessa sua estratégia meritória, sabendo que o Tejo é o eixo identitário e foi ele que deu origem e forma ao Ribatejo, abraçou a causa da Associação dos Amigos do Tejo (AAT). Num acto de solidariedade abriu as suas portas aos “Amigos do Tejo” para desenvolverem, divulgarem e articularem os projectos inovadores que puseram em prática, nomeadamente o Tejo na Escola, Tagíadas da Juventude, Tejo meu Ambiente, Descobertas d´Aquém, Vigilantes do Tejo, o primeiro e o segundo Congressos do Tejo, e a Candidatura do Tejo Ibérico a Património da Humanidade, entre
outros, que nos seus salões fizeram reuniões, work-shops, debates, encontros, conferências, anúncios e esclarecimentos públicos.
Eu, na qualidade de sócio efectivo, vice- presidente do IIIº Congresso do Ribatejo (que fui), e agraciado “Ribatejano Ilustre”,
tenho direito à indignação pelo que aconteceu, e como acabou por acontecer à nossa famosa Casa do Ribatejo.
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Notícias do Mar
Texto Carlos A. Cupeto Fotografia Ana L. Viegas
Tejo a Pé
Mar de Pedra
À medida que subimos as vistas pelo mar de pedra alargam-se.
Depois da pausa de verão retomámos as nossas navegações. Desta vez, pelo imenso mar de pedra do Parque Natural das Serras d’ Aires e Candeeiros, no bonito concelho de Porto de Mós.
U
m grupo de cerca de 40 caminheiros - e o Zico, de quatro patas - que bem
podiam ser marinheiros, saiu do porto de abrigo do Centro de Atividades de Ar Livre de Alvados e rumou encosta acima.
Com o calor do sol de um verão envergonhado, a subida assustava uns, enquanto a vista deslumbrava outros.
De repente a beleza de um labirinto surge à nossa frente. Esta é a forma de o homem aqui viver. 40
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Uma vez lá em cima, agora com o tempo mais fresco, tudo seria mais fácil. Por entre a ondulação dos inesquecíveis labirínticos muros tudo é igual, mas sempre diferente. As vistas são agora mais estreitas, até que, desembocamos na serra de Stº António e damos com a larga baia da Fórnia. Depois de mais uma magnífica conversa da Cristina Rito, geóloga no Centro de Ciência Viva do Alviela, que nos explicou o imponente anfiteatro natural, nada melhor que a pausa para o piquenique. Com a alma alimentada pela soberba forma cársica, era hora de tornar as mochilas mais leves. Alguns aproveitaram para ir um pouco mais acima,
Notícias do Mar
Fórnea, a beleza arrebatadora que as imagens não conseguem mostrar.
enquanto outros dormitaram, fotografaram e pintaram. Retemperadas as forças esperava-nos uma belíssima descida pelo antigo mar do Mesozoico onde as bonitas amonites não nos deixam quaisquer dúvidas. Isto dos milhões de anos e da geologia tem que se lhe diga.
Uma vez lá em baixo a decisão foi ir ver a Fórnia ao contrário, de baixo para cima. Não menos espetacular, com a vantagem de haver umas maçãs e figos que muitos provaram. Enquanto alguns foram chamados, como que por magia, pela Cova da Velha, outros puseram a conversa em dia
O homem em harmonia com a natureza.
e descontraíram mais um bom bocado. Já estamos perto do porto de abrigo e por terrenos planos, já antes navegados, rapidamente chegámos ao ponto onde nos juntámos de manhã. Depois de um dia de navegação, ainda com o Zico de língua de fora, depressa se partiu para
o sempre desejado copo, que alguns, num gesto de sustentabilidade ambiental, dispensaram, preferindo apenas a garrafa. No fim, um dia bem passado, justo e perfeito, com muitos estreantes que se mostraram excelentes marinheiros, leiase companheiros de jornada.
O mar de pedra não é por acaso, as amonites provam-no. 2014 Outubro 334
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Light Jigging
Texto e Fotografia: Rui Carvalho
Zagaiar em Pouca Água
Zagaiar nas nossas águas não é novidade. Os pargos sempre foram a espécie alvo para as zagaias quando a técnica começou a ser desenvolvida em Portugal, mas os robalos e as corvinas também começaram a cair nesta técnica mortal ao longo da nossa costa. Ao olharmos para esta técnica, reparamos que o “jigging” tem quase sempre a vertente de ser trabalhada longe da costa, e a profundidades consideráveis.
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Pesca Desportiva
Estas amostras concebidas para trabalhar na vertical são mortais
Mas já tentou trabalhar com zagaias mais pequenas dentro dos estuários?
Não temos pargos, mas temos, robalos, corvinas, bailas e não só.
O “light jigging” é uma técnica encantadora, embora alguns pescadores usem estas zagaias para pescar de costa, com fundos de areia, é uma técnica para ser utilizada a partir de uma embarcação, pois estas amostras estão concebidas para trabalhar na vertical…e são mortais.
O “light jigging” é uma técnica encantadora
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Pesca Desportiva
te, desta forma vamos conseguir trabalhar à profundidade que quisermos, dependendo tudo da velocidade de recuperação. Agosto é um mês de começo para esta técnica dentro dos estuários, mas é de setembro a março que esta técnica é mortal.
Equipamento para “light jigging”
Foram muitas as experiências feitas nos mais variados locais do rio Tejo No entanto, as zagaias até aos 30 gramas são excelentes para o spinning, o que faz desta amostra um “todo-oterreno”.
Entrar em cena
É frequente dentro dos estuários, termos a companhia das gaivinas, companhia muito útil na pesca com amostras; dá-nos
É de setembro a março que esta técnica é mortal 44
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uma garantia de sucesso, indicando onde “trabalham” os predadores e é nestes momentos que uma zagaia até aos 30 gramas dá jeito. Em vez de irmos para cima do cardume, mantemos uma distância que permita colocar a zagaia na zona quen-
O “light jigging” exige material muito mais “light”, consoante a profundidade e corrente, pois o peso da zagaia também vai variar. Nos últimos 12 meses, foram muitas as experiências que os membros da Tribo FishYak fizeram, nos mais variados locais do rio Tejo. Desta forma, conseguimos aperfeiçoar a técnica ao máximo, trocando todo o material consoante os locais de pesca, força da água e vento. Nos nossos estuários encontramos uma grande variação de profundidade; pescamos desde os 20 metros até aos 3,5 metros, e temos que contar com as 3 principais espécies que são alvo das nossas amostras
Neste tipo de pesca a sonda é um elemento muito importante
Pesca Desportiva
Nos estuários pescamos desde os 20 metros até aos 3,5 metros de profundidade de chumbo: corvinas, robalos e bailas. Temos que definir o pesqueiro para optar pelo equipamento correto, tendo em consideração nesta escolha que pode sempre aparecer um peixe maior.
As canas
As canas vão variar com o pesqueiro, mantendo um comprimento máximo de 2,15m para zagaias mais leves “até aos 60 gramas” e no máximo 1,90m para zagaias mais pesadas. Embora tudo se resuma à experiência e ao gosto pessoal de cada um, para zagaias até 60 gramas, as canas devem ter uma ação de 10/35 a 15/60 gramas, porquê? A técnica é muito agressiva para o pulso, braço e ombro do
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Pesca Desportiva
As corvinas também começaram a cair nesta técnica mortal praticante, e se o material for incorrecto, nota-se bem que as capturas não entram a bordo porque a amostra não está a ser bem trabalhada, quer com um material ligeiro para uma zagaia pesada, quer para material mais pesado com uma zagaia ligeira. O movimento de ponteira é constante e a animação da
zagaia não deve perder energia para a mesma; temos que encontrar um compromisso de força e ponteira com um impacto mínimo para o pulso, porque são muitas horas a trabalhar amostras e as ferragens são sempre violentas, mesmo com peixe mais pequeno. “Elas não matam mas moem”…
As 3 principais espécies alvo das amostras de chumbo são corvinas, robalos e bailas 46
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O carreto
O carreto deve estar dentro dos tamanhos 3000 a 4000 e deve ser o mais leve possível, o “drag” com muito quilos não é importante, a mão na bobine é do melhor que existe; o que deve é estar bem afinado, porque quando a água é mais baixa a luta com o peixe é muito maior do que se ferrássemos o
mesmo peixe com mais água.
As linhas
A linha é dos pontos mais importantes, embora sejamos premiados constantemente com um peixe de maior porte, o multifilamento deve ser no máximo um 0,18mm e a baixada até 0,35mm. No entanto, se baixarmos os diâmetros do
A trabalhar estas amostras são sempre mortais em qualquer ponto onde possam estar os predadores
Pesca Desportiva
Não Parar! São muitas as vezes que reparo que muitos praticantes fazem longas pausas entre animações e que, no momento de levantar a ponteira o fazem lentamente! Temos que ter sempre presente que é uma amostra rígida, não pode haver paragens em nenhum momento, os toques de ponteira devem variar o máximo possível, curtos, longos, mas sempre sem parar um segundo. É nesta parte que o investimento num conjunto cana/carreto muito leve é fundamental pois conseguimos trabalhar mais horas sempre com a mesma energia, aumentando as capturas. mono e do multifilamento vamos aumentar as capturas mas aumentar o risco do peixe partir tudo. É aqui que entra todo um conjunto de coisas, desde a escolha do material à experiência do pescador.
As zagaias
As zagaias são um mundo interminável, tal como qualquer técnica que meta amostras. Mas para o “light jigging” apurei ao longo dos anos que
a cor, não é o fator mais importante, mas sim que a amostra deva ser o mais fina possível, ao longo de todo o corpo, ligeiramente espalmada. As gramagens vão no limite até aos 60 gramas para pescar até aos 9/10 metros, depois é encontrar a relação perfeita para combater vento, corrente e profundidade.
A técnica
Tal como referi no início, a
O fator mais importante é a amostra ser o mais fina possível
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Pesca Desportiva
Quando se detecta o peixe aparece a concorrência zagaia é uma amostra muito versátil, sendo muito eficaz a qualquer profundidade… até na superfície. Mas as zagaias foram feitas para trabalhar na vertical, desde o bater no fundo até sair da água estão sempre a
trabalhar e são sempre mortais em qualquer ponto onde possam estar os predadores; basta fazer uma boa utilização da sonda e colocar a zagaia onde está o peixe. Toques curtos, toques longos,
Ler a Sonda... Neste tipo de pesca a sonda é um elemento muito importante. Detetar os cardumes e identificá-los é fundamental. Peixe muito concentrado encostado ao fundo são as corvinas, poucos exemplares com ecos fortes perto do fundo são robalos.
Em ambas as situações, é frequente ver peixe mais disperso e a meia água, são definitivamente as bailas, basta levantar um pouco a zagaia para se darem os ataques. A baila é a espécie que normalmente trabalha mais a petinga à superfície, dentro dos estuários, é frequente vermos os ataques das bailas á superfície. São estes ataques que dão o alerta para as gaivinas atacarem, indicando assim o local onde está o peixe.
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mais rápidos ou mais lentos, tudo vai variar na forma como o peixe quiser trabalhar. Na zagaia não existem dois dias iguais, temos que encontrar o peixe e descobrir como os convencer a morder numa amostra, mas existem outros dias que tudo parece fácil, não necessitando de fazer nada, o peixe está tão activo que morde a zagaia na queda, porque é na queda que as zagaias finas e mais espalmadas trabalham bem e sem esforço, uma vez que caem como uma folha seca.
A colocação da embarcação
A colocação do kayak ou de um barco é igual. Existem apenas duas regras para o sucesso desta técnica; como é uma técnica para andar à rola, temos que tentar andar lentamente mas a uma velocidade que permita que a zagaia esteja sempre na vertical. A melhor forma de o fazer é estar aproado ao elemento mais forte e que é a corrente ou o vento.
É uma técnica para ser utilizada a partir de uma embarcação
Não é importante a amostra ser de cor
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Pesca Desportiva
Jigging Clube de Portugal
Concurso Inter-Sócios Decorreu no passado dia 21 de Setembro, o Concurso Inter-Sócios, que o Jigging Clube de Portugal tinha agendado para o mês de Maio, contudo devido às condicionantes climatéricas, só agora foi possível realiza-lo.
P
elas 06H30 concentração na Marina de Cascais, junto ao café 40º,
Orlando Bento 1º classificado e Sérgio Silva que ficou em 2º
a fim de se fazer a entrega de brindes e distribuição dos concorrentes pelas embarcações, em numero de três
Pescadores em acção 50
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e cabendo a cada uma seis elementos. A saída para o mar foi às 07H00 Cerca das 09H00 começaram as hostilidades, com o Sérgio Silva a capturar o primeiro pargo. Passados cerca de trinta minutos o Orlando captura dois quase de seguida, enquanto o Sérgio apanha um peixe-galo. Entretanto o Pedro Santos e o Luis Sieves capturam um Pargo cada um. Pelas 12H00, avistam um ameijoal, e dirigem-se para o local onde havia uma enorme atividade de pássaros e golfinhos, no meio des-
se frenesim, os pescadores, A.Tritão e o Luis Sieves capturam cada um seu peixe. Passados algum tempo o Orlando e o Sérgio, capturam mais três peixes, sendo que dois deles, são os maiores exemplares do torneio, dois pargos capatão.
No total foram capturados dez pargos e um peixe-galo
De realçar que se conseguiram capturar no total dez pargos e um peixe-galo, sendo que o pescador Or-
Pesca Desportiva
lando Bento com quatro capturas, perfazendo um total de 15,640kg, foi o herói do dia, seguido pelo Sérgio Silva com dois pargos e um peixe-galo, com o peso de 15,220kg, um dos quais o maior exemplar com 11,680kg. O terceiro classificado foi o Luís Sieves com dois pargos com 7,960kg, em quarto classificado ficou o A. Tristão perfazendo com um pargo de 4,140kg e por fim em quinto classificado o Pedro Santos com um pargo de 3,320kg. A soma do peso de todas as capturas totalizou 46,280Kg Após a pesagem, a classificação ficou ordenada pela seguinte ordem de pontuação: 1º Orlando Bento com 31,28 pontos; 2º Sérgio Silva com 29,44 pontos; 3º classificado Luis Sieves com 15,92 pontos; 4º classifica-
Sérgio Silva capturou também um peixe-galo
do António Tristão com 8,28 pontos e por fim Pedro Santos em 5º classificado com 6,24 pontos.
Seguidamente deu-se lugar ao jantar e entrega de prémios simbólicos aos concorrentes classificados
até ao terceiro lugar e ao vencedor do maior exemplar, Sérgio Silva um Pargo Capatão, (dentex gibbosus)
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Pesca Desportiva
Sérgio Silva com o maior exemplar com 11,680 kg
com 11,680kg. Salientar a camaradagem
e amizade entre todos os participantes no evento e o
espírito de dever cumprido, que continua a prevalecer no Jigging Clube de Portu-
gal, assim como uma palavra de agradecimento aos patrocinadores do Clube, dos quais nunca é demais de mencionar, Krautli Portugal, Restaurante Bisk8, Loja TudoPesca e a Balanzol, pois sem estes pequenos grandes amigos seria muito mais difícil de realizarmos os nossos eventos, na continuidade de darmos a conhecer o Clube, assim como o desenvolvimento da Modalidade de Pesca ao Jigging, pelo que cada vez mais se verifica muitas pessoas interessadas em experimentar esta técnica, Um agradecimento especial aos nossos associados Orlando Bento e Alexandre Amorim, grandes dinamizadores do Clube e pelo grande apoio que deram na realização do evento, juntamente com a Direção, na pessoa do seu Presidente Jorge Sousa. ATÉ AO PROXIMO...
Grupo de pescadores com capturas
Orlando Bento capturou dois pargos quase de seguida 52
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A distribuição dos prémios
Pesca Desportiva
Notícias da Mundináutica
Novas Newsletters na Área da Pesca O Jornal da Pesca, cumpriu mais uma etapa, no relançamento de toda a sua comunicação.
P
rimeiro com o lançamento, este ano, de três páginas no Facebook, cada uma delas centrada num dos grandes grupos de técnicas de pesca praticadas em Portugal: a pesca com iscos artificiais (em água doce e salgada), a pesca de mar (com iscos naturais) e a pesca em água doce. «Estão a ser muito bem recebidas pelos leitores, que em cada uma apenas encontram as notícias, as reportagens ou as informações sobre produtos
de pesca da área que lhes interessam», explicou o director, Dinis Ermida, ao Notícias do Mar. Agora o Jornal anunciou o lançamento, das três newsletters oficiais, com a mesma segmentação que as páginas no
Facebook. Entrevistas, reportagens, vídeos, artigos práticos, passatempos e muitas outras novidades «vão ser presença constante nas newsletters, que, de início, sairão quinzenalmente», contou aquele responsável.
Quem quiser inscreverse só precisa de enviar um e-mail para jornaldapesca@mundinautica.com e indicar a(s) newsletters(s) que prefere, passando a recebê-las gratuitamente na sua caixa de correio electrónico.
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Pesca Desportiva
Histórias de Pesca
Os Meus Primeiros Pargos Já se fazia tarde quando três pescadores de três gerações diferentes zarparam do porto de Sagres, às 13h do dia 11 de agosto. O tempo estava relativamente bom e o mar bastante calmo quando saímos do porto em direcção ao cabo de São Vicente, para um dia de pesca.
O
Tomás Santos com os dois primeiros pargos
s dois pescadores mais experientes, o capitão da embarcação, o meu pai Pedro Santos e o meu avô Antero, mesmo assim, apressaramse a vestir um blusão impermeável (aquela coisa para a água...). 54
Eu duvidei que fosse nessessário, pois o tempo não o justificava. Ao passar a baía da praia da Mareta comecei a duvidar daquela decisão. Com a velocidade de 22 nós a água saltava muito facilmente para dentro do barco, o Notícias do Mar V, um semirrígido
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de 6,00 metros de comprimento. Ao cruzar a ponta do cabo de Sagres em direção á última e grande baía antes do faról, os nossos olhares ficaram estupefactos pois uma enorme barreira de nevoeiro erguia-se tapando o farol. Ao aproximar do nevoeiro, voltei-me
a arrepender. Pedi ao meu pai para abrandar e vesti o blusão. Lentamente fomos penetrando no espesso e assustador vazio. Tudo o que se ouvia era o leve som do mar a bater nas rochas e o forte som de aviso do farol. Não se via nada para além de uns 10 metros á frente do barco. De repente, como saído de um filme de piratas ou de terror, uma enorme figura com cara humana em perfil foi aparecendo. Era o Gigante, uma formação rochosa mesmo em frente ao farol. O capitão, que tinha abrandado a velocidade da embarcação, desviou-se e continuou em frente. Após longos minutos a avançar muito lentamente pelo nevoeiro perdi rapidamente a noção de onde era terra e quão longe estava. Finalmente quando estávamos quase a chegar ao nosso destino, o nevoeiro começou a abrir em nosso redor. Encharcados com a viagem de 45 minutos, e esfomeados, comemos as sandes que tinhamos levado. Preparámos as canas e o capitão posisionou o barco num pesqueiro conhecido dele. Após algum tempo sem sorte avistei barbatas a sairem fora do mar calmo. Eram golfinhos, uma boa notícia. Sem perdê-los de vista, continuámos a pescar. De repente as gaivotas apareceram e começaram a mergulhar. Nós apressamo-nos e fomos a todo o vapor para o “ameijoal” (bola de peixe formada pelos golfinhos). Eramos o único barco nas redondezas, com aquele festival só para nós. Mal chegámos lá o comandante berrou: “mandem as zagaias, metam na água já!”. Apressei-me a fazer o que ele estava a dizer, contudo o meu avô estava com o fio amaranhado e teve de desfazer o nó. No meio daquela comedia tinha de haver algum peixe. Víamos o cardume de onde toda a vida selvagem se estava a alimentar, os golfinhos á tona da água a comer, as gaivotas também, mas contudo, quando lançávamos a amostra ao pé da bola vinha sempre vazia. Ao fim de algum tempo sem resultado, a frustração começou a aumentar quando a bola disper-
Pesca Desportiva
çou-se. Quase a desistir, estava a observar onde é que os golfinhos se tinham metido, enquanto puxava a amostra para cima, senti alguma coisa a prender. Não percebi ao inicio, não era rocha pois já estava quase a meio. De repente apercebi-me. Tinha um peixe, e bem grande. Apresei-me a enrolar o carreto com toda a força para a amostra se prender firmemente no peixe. De seguida, como a força que o peixe fazia contrariava a minha com facilidade, desapertei um bocado o carreto para impedir que a linha se partisse. Quando ele acabava de fazer força, eu não hesitava e levantava a cana e enrolava o carreto ao mesmo tempo, e assim, lentamente consegui puxa-lo para a superficie, ao fim de uns alguns minutos. Quando estava a superfície o capitão pegou no “camaroeiro” e meteu-o dentro do barco. O resultado foi um pargo de 8 kg. O ambiente no barco mudou instantaniamente. Passou de fúria e desespero para alegria e animação. A esperança de um bom primeiro dia de pesca estava em alta. Contudo não nos podiamos distrair. Voltámos a procurar os golfinhos e pouco tempo depois vimos os finais de um ameijoal. Mas para nosso azar não fomos os primeiros a avistá-lo. Por essa altura já estavam 4 barcos de pesca lá ao pé. Aproximámo-nos e começámos a pescar logo quando os golfinhos passaram por baixo do barco para mudarem de sítio. Mas nós mantivémo-nos no mesmo sítio. De repente, algum tempo depois o pai sentiu um puchão forte que se predeu á amostra. Era outro peixe! E também era grande. Após de um bocado de luta sem nenhum lado desistir, o peixe lá se cansou dando ao grande pescador a vantagem, permitindo ser trazido para o barco. Outro pargo, de outra espécie, com 10 kg! A pescaria estáva em alta. Era possivel ver a inveja nos outros barcos. Estávamos extremamente felizes. Só faltava o pescador mais experiente de todos, o avô Antero apanhar alguma coisa. Mas, já é sabido que os aprendizes, muitas vezes, superam os mestres. Nenhuma das outras duas gerações iam deixar ser superadas. Após um curto intervalo para o almoço, fomos para outro pesqueiro durante algum tempo. Sem sorte... de repente avistámos os outros barcos a zarparem a toda velocidade para o mesmo sítio. Apressámos-nos a fazer o mesmo. No caminho, para nossa surpresa
Pedro Santos indica para onde ir apareceram dois golfinhos por baixo do barco a “surfarem” as ondas que o nosso barco fazia á frente. Ao mesmo tempo que saltavam fora de água, como naqueles documentários de televisão. Mas não nos podíamos distrair. Ao chegarmos ao nosso destino, já se encontravam os outros barcos e a festa já tinha acabado á muito tempo. Mesmo assim decidímos pescar. Quase de imediato, quando estava a puxar a amostra do fundo, senti-a prender. O entusiasmo apoderou-se de mim outra vez ao sentir aquela mesma sensação novamente. Apresei-me a enrolar a linha para prendê-lo. De seguida o peixe começou a puxar na direcção contrária. Mesmo fazendo menos força que o primeiro, o ginásio no dia anterior e a luta com o primeiro peixe estavam a fazer a sua marca. Ao fim de algum tempo na luta, mais do que o primeiro, lá apareceu á superficie e mais uma vez foi apanhado no “camaroeiro”. Um pargo igual ao primeiro, mas com 6 kg. A geração mais nova estava a mostrar o que valia. O avô apesar de mais experiente, não teve sorte naquele dia, nem as suas perferidas cavalas pescou. Algum tempo depois do terceiro peixe no barco, voltámos para terra. Já se fazia tarde e tinhamos ainda de fazer a actividade preferida do avô num dia de pesca, amanhar o peixe. Portanto não ia ser um dia assim tão azarento.
Pedro com um pargo 2014 Outubro 334
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Jet-Ski
Campeonato Nacional de jetski e Motas de Água (Aquabike) - São Martinho do Porto
Henrique Rosa Gomes e Gonçalo Rodrigues Conquistam Títulos Nacionais
A terceira e última jornada do Campeonato Nacional de Jetski que se disputou no passado dia 21 de Setembro, em São Martinho do Porto, englobou um Grande Prémio que apurou os Campeões Nacionais da época 2014.
E
m GP1 o piloto madeirense Henrique Rosa Gomes (N.º 111) garantiu o triunfo nas duas mangas realizadas e arrecadou o Titulo,
enquanto em GP3 pertenceu ao atleta dos Açores, Gonçalo Rodrigues (N.º 122), a conquista do ceptro. Recorde-se que esta época o piloto do Clube Naval de
Ponta Delgada já conta no seu palmarés com o Titulo de Campeão da Europa alcançado na jornada do Europeu, que decorreu em Mirandela, no passado mês de Julho e garantiu, ainda,
o Titulo Nacional em Ski Juniores GP3. Joana Graça (N.º 44) subiu ao lugar mais alto do pódio, mas nas contas finais coube à açoriana Rita Sousa (N.º 7) sagrar-se Vencedora da Categoria Ski Women GP2.
Classificações G.P. São Martinho do Porto
Ski Division GP1: 1.º Henrique Rosa Gomes (Porto Santo Livre) – 50 pts; 2.º Gonçalo Rodrigues (Clube Naval Ponta Delgada) – 40 pts; 3.º Paulo Nunes (Flyjet Racing Team) – 32 pts; 4.º Pedro Oliveira (Webmania) – 13 pts; 5.º Rita Sousa – 13 pts Ski Division GP3: 1.º Gonçalo Rodrigues (Clube Naval Ponta Delgada) – 50 pts; 2.º Rita Sousa – 36 pts; 3.º Pedro Oliveira – 20 pts Ski Women GP2: 1.º Joana Graça (Flyjet Racing Team) – 50 pts; 2.º Rita Sousa – 40 pts Henrique Rosa Gomes, Campeão Nacional e Europeu em GP1 56
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Classificações
Jet-ski
Goncalo Rodrigues, Campeão Nacional em GP31
Finais CN 2014
Ski Division GP1: 1.º Henrique Rosa Gomes (Porto Santo Livre) – 95 pts; 2.º Gonçalo Rodrigues (Clube Naval Ponta Delgada) – 72 pts; 3.º Martim Gallego (Gallego Ty) – 71 pts; 4.º Tiago Sousa (Clube Naval do Funchal) – 50 pts; 5.º Rui Sousa (Clube Naval do Fun-
chal) – 40 pts; 6.º Paulo Nunes (Flyjet Racing Team) – 32 pts; 7.º Lourenço Gallego (Gallego Ty) – 26 pts; 8.º João Pedro Cardoso – 22 pts; 9.º Rita Sousa – 13 pts; 10.º Pedro Oliveira (Webmania) – 13 pts; 11.º Frederico Gallego (Gallego Ty) – 10 pts; Marcos Correia (A.N.C. Lobos) – 0 pts
Jet Ski em São Martinho do Porto Ski Division GP3: 1.º Gonçalo Rodrigues (Clube Naval Ponta Delgada) – 95 pts; 2.º Martim Gallego (Gallego Ty) – 95 pts; 3.º Rita Sousa – 36 pts; 4.º João Pedro Cardoso – 36 pts; 5.º Lourenço Gallego (Gallego Ty) – 32 pts; 6.º André Barbosa – 32 pts; 7.º Luis Fraga – 24 pts; 8.º Frederico Gallego (Gallego
Ty) – 21 pts; 9.º Pedro Oliveira (Webmania) – 20 pts; 10.º Marcos Correia (A.N.C. Lobos) – 11 pts Ski Junior GP3: 1.º Gonçalo Rodrigues (Clube Naval Ponta Delgada) – 50 pts; 2.º André Barbosa – 40 pts; 3.º Luis Fraga – 32 pts; 4.º João Pedro Cardoso – 26 pts
Pódio JetSki GP1
Pódio JetSki GP3
Pódio JetSki GP2 Feminino 2014 Outubro 334
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Surf
Notícias da Federação Portuguesa de Surf
Lançamento do 1º Curso de Treinadores de Surfing A Federação Portuguesa de Surf anunciou o início no dia 13 de Outubro do 1º Curso de Treinadores de Surfing, o qual garante acesso a um Título Profissional de Treinador de Desporto (TPTD).
A
Federa ção Portuguesa de Surf recebeu um total de 136 inscrições para as 60 vagas disponíveis. O 1º Curso de Treinadores de Surfing Grau I irá decorrer na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa,
na Cruz Quebrada, durante os meses de Outubro e Novembro de 2014. O curso engloba as várias disciplinas da FPS e é constituído por uma componente de Formação Geral, uma componente de Formação Específica e um Estágio de Formação Prática. João Aranha, Presiden-
te da Federação Nacional de Surf, refere “O lançamento deste curso representa a concretização de um dos principais objectivos institucionais da Federação Portuguesa de Surf: preparar bons formadores nacionais e distingui-los dos não acreditados, para que as decisões relativas
a escolas de Surf sejam feitas de forma informada e com segurança.” O Curso de Treinadores de Surfing surge com o intuito de regular a prática do desporto em território nacional, conferindo um certificado acreditado a formadores com habilitações efectivas.
Manuel Centeno
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Surf
19º Sintra Portugal Pro - 5ª Etapa Circuito Mundial de Bodyboard
Final com Ondas Perfeitas e Quatro Campeões do Mundo
Tristan Roberts, campeão Pro Junior
Terminou da melhor maneira, no dia 28 de Setembro na Praia Grande em Sintra, a 19ª edição do Sintra Portugal Pro, a quinta e última etapa do Circuito Mundial de Bodyboard, com ondas perfeitas, sol e a definição de quatro campeões do Mundo, Amaury Lavernhe (Open), Alexandra Rinder (Feminino), Dave Hubbard (Drop Knee) e Tristan Roberts (Pro júnior).
Q
uanto aos vencedores do evento, Dave Hubbard e Isabela Sousa venceram o Sintra Portugal Pro nas categorias open e feminina, Amaury Lavernhe conquistou o evento em Drop Knee e Tristan Roberts somou o triunfo no evento ao título mundial de juniores. Ironicamente, Dave Hubbard, que repetiu o segundo título mundial aqui em Sintra, acabou por terminar o dia a vencer o evento na categoria open, batendo Amaury Lavernhe na final, enquanto Amaury acabou por vencer a categoria de Dropknee.
O novo campeão do Mundo open, aliás, terminou o último dia com 6 baterias no corpo mas, naturalmente, muita felicidade. “Tenho de dar graças ao momento que estou a atravessar na minha vida”, congratulou-se o francês radicado nas ilhas Canárias, acrescentando: “Este está a ser um ano especial para mim. Fui pai, casei-me há duas semanas e agora sagrei-me campeão do Mundo depois de, no ano passado, quase ter desistido da competição.” Uma alusão ao facto de, em 2013, ter terminado o circuito em primeiro lugar do Circuito
Dave Hubbard, Campeão em Drop Knee 62
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Mundial a par com o australiano Bem Player, para ver o desempate ser feito na secretaria, com o recurso ao “ranking” do ano anterior. “Sintra é um campeonato muito especial para mim. Há 12 anos vim cá pela primeira vez e não tinha dinheiro para pagar o alojamento, por isso dormi na praia. E desde aí, conquistei aqui dois títulos mundiais. Certamente, a Praia Grande tem um sítio especial no meu coração”, desabafou emocionado Amaury, que se tornou matematicamente campeão depois de ver cair, nos quartos, o sul-africano Jared Houston às mãos de João Barciela e, num duelo brasileiro, Uri Valadão ceder frente a Lucas Nogueira.
Dave Hubbard, campeão de luto
E foi de emoções este último dia do Sintra Portugal, com a manifestação mais pungente a pertencer a Dave Hubbard. O havaiano que venceu em Sintra o primeiro evento open da sua carreira depois de eliminar o português João Barciela nas meiasfinais e bater Amaury Lavernhe na final, não resistiu às lágrimas quando, no pódio, dedicou a sua vitória à namorada e a um amigo, tragicamente mortos num acidente de viação há quatro meses. Mas antes de ceder às lágrimas, o havaiano, dono de 6 títulos mundiais de Drop Knee, manifestou a alegria e o orgulho de vencer em Sintra: “Sempre quis vencer aqui.
Miguel Adão só perdeu na final com Tristan Roberts
Surf
Muitos dizem que a onda não se adequa ao seu surf e menosprezam-na por isso. Eu acho-a muito desafiante e sempre tentei vencer aqui. Acabei por vencer aqui ao homem que se sagrou campeão do Mundo e isso tornou tudo ainda mais especial. Se me sabe melhor ganhar aqui o Open ou ser campeão do Mundo? Este sabor de ganhar em open é novo e eu estou a gostar mais!”
Alexandra Rinder e o conto de fadas
Alexandra Rinder compete em Sintra desde os 12 anos e vê-la no pódio, aos 16 anos (a mais jovem campeã mundial de sempre), escondendo as lágrimas atrás dos óculos escuros, emocionou muita gente que a vê competir em Sintra desde menina. O caminho para o título foi atribulado, pois Alexandra foi eliminada na ronda 4 da competição e teve de esperar que a japonesa Sari Ohara e a brasileira Jessica Becker não vencessem o evento. Sofreu até final mas foi salva por outra brasileira, ironicamente, a campeã que agora lhe passou o testemunho, Isabela Sousa. Isabela, que somou o único 10 da competição, na meiafinal com a japonesa Ayaka Susuki, derrotou Jessica Becker na final e entregou o título a Alexandra que se atirou para a água para celebrar com a sua “salvadora”. Isabela confessou que “foi difícil afastar o título do Brasil, mas não me sentiria bem entrar na
água e não fazer tudo para vencer. A competição é a minha vida, é algo sagrado, e nunca iria trair isso.”
O diamante sul-africano
Tristan Roberts venceu o pro-júnior de Sintra e, consequentemente, após somar os resultados da etapa de Pipeline e do open de Sintra, sagrou-se campeão mundial sub-18, batendo na final o português Miguel Adão. O jovem sul-africano de 17 anos confirmou o estatuto de uma das maiores esperanças do bodyboard mundial, deixando o havaiano Tanner McDaniels (14 anos) em segundo no “ranking”.
João Barciela e Catarina brilham por Portugal
João Barciela assinou em Sintra uma prestação histórica, só superada por Manuel Centeno, o único português a ganhar o evento, classificando-se em terceiro lugar da geral, a par do brasileiro Lucas Nogueira. Barciela, local de Carcavelos, deixou pelo caminho o três vezes campeão mundial Jeff Hubbard e o sul-africano candidato ao título Jared Houston e só foi travado por um imparável Dave Hubbard na meiafinal. No final, o balanço era claramente positivo: “A partir do momento em que entrei no ‘main event’, na fase da competição com os melhores do Mundo, mudei a minha atitude e
Amaury Lavernhe, campeão open
Alexandra Rinder, campeã feminina entrei, não digo só para me divertir, mas sem qualquer pressão. Sabia que estava a competir com os melhores do Mundo, com os meus ídolos e que não tinha nada a provar. Fiz as minhas ondas e tudo foi acontecendo até chegar ao terceiro lugar.” João Barciela, o campeão nacional, ambiciona correr o circuito mundial e confessa-se desiludido com a falta de apoios: “Espero que o meu desempenho no Sintra Pro mostre às pessoas que posso ter sucesso no Circuito Mundial, pois não sei que mais fazer para provar o meu valor. Preciso de ajuda e o bodyboard nacional também.” Catarina Sousa também subiu ao pódio após conseguir um 9º
João Barciela em 3º foi o melhor português lugar (eliminada nos quartos por Isabela Sousa) e deixou uma mensagem inspiradora: “Compito no Sintra Portugal Pro desde a primeira edição e quero dar os parabéns à organização de um evento que levou muita gente para o bodyboard. Espero que o que consegui aqui em 2009 (ano em que venceu a competição) e o que fiz aqui hoje motive as minhas alunas e mais gente a abraçar este desporto.” As despedidas na Praia Grande foram feitas e já há negociações entre a Federação Portuguesa de Surf, a Association of Professional Bodyboarders e a Câmara Municipal de Sintra para um evento especial em 2015, a 20ª edição do Sintra Portugal Pro.
Tristan Roberts, Amaury Lavernhe, Dave Hubbard e Alexandra Rinder
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Notícias do Mar
Últimas ASP Prime Cascais Billabong Pro
Jadson André Vence no Guincho
Jadson André
N
o Domingo, 27 de Outubro, O brasileiro Jadson André (23) repetiu a vitória de 2013, ao vencer o Cascais Billabong Pro, impondo-se na final ao australiano Stuart Kennedy na Praia do Guincho. O ASP Prime Cascais Billabong Pro disputou-se nas praias de Carcavelos e do Guincho, conforme as melhores condições. Durante a prova Jadson André eliminou o sul-africa-
no Jordy Smitn nos quartos de final e nas meias-finais o brasileiro Wiggolly Dantas. Este tinha eliminado antes o português José Ferreira na quinta ronda. Na praia do Guincho, Jadson André explorou bem a direita e com um surf agressivo conquistou 15,76 pontos (7,43 e 8,33), uma excelente vantagem para bater o seu adversário, o australiano Stuart Kennedy que não foi além de 10,13 (4,43 e 5,7) e voltar a triunfar o Cascais Billabong Pro.
Stuart Kennedy
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Quanto aos portugueses, foram afastados Tiago Pires, 25.º do circuito mundial, na quarta-feira, na segunda ronda, e Frederico Morais, Nic von Rupp, Vasco Ribeiro, Tomás Fernandes e Marlon Lipke, na terça-feira, logo na primeira ronda. Jadson André no final afirmou: “Isto é incrível, Portugal é um lugar muito especial para mim. Eu estava precisando de um grande resultado e uma vitória aqui vai ser muito
importante novamente. Venho treinando muito de modo a ganhar este concurso e é um momento especial.“ O Billabong Pro Cascais é apoiado pelo Conselho de Cascais City, Billabong, Turismo de Portugal, Moche, EDP, Buondi, Allianz, Jogos, Mini, Brisa, Hertz, Comboios de Portugal, decolagem, RTP, Surf Portugal, Cidade FM, FuelTV, go-S.TV, Jornal i, Surf Onfire, Magicseaweed, Surf Europe e BeachCam.
Os finalistas no pódio