6 minute read

OBSERVAÇÃO Crise Energética

Europa, Outubro de 2022 Crise Energética Pode Ficar Ainda Mais Crítica

O velho continente está a enfrentar uma grave crise energética que ameaça alastrar-se por mais tempo e causar danos assinaláveis à estabilidade das economias. Segundo a Gas Infrastructure Europe, o bloco europeu provavelmente enfrentará interrupções no fornecimento no início do próximo ano, o que o coloca na iminência de uma crise severa.

Advertisement

A crise, aliás, já tem efeitos preocupantes, por exemplo, no turismo. A Torre Eiffel, de Paris, está a apagar as luzes 1 hora e 15 minutos antes do convencional para consciencializar a população. Em vários pontos, as decorações de Natal também deverão ser menos iluminadas do que em anos anteriores.

Segundo dados da empresa de pesquisa Wood Mackenzie, a participação da Rússia nas importações de gás natural do bloco europeu caiu de 36% para apenas 9% num ano, enquanto as importações de petróleo bruto da Rússia pela União Europeia caíram 33% antes de uma proibição que deve entrar em vigor em Dezembro, segundo a Agência Internacional de Energia.

Com o colapso das importações russas, a Europa busca por saídas como a troca de combustíveis, recorrendo-se ao GNL. Juntos, a Europa e o Reino Unido importaram quase 68% mais GNL de outras fontes além da Rússia, entre Março e Setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. Mas a competição global pelo GNL já é acirrada e pode tornar-se ainda mais intensa. Vários analistas prevêem que a crise se agudize no próximo ano.

FOTOGRAFIA D.R.

Economia

Proposta do Orçamento do Estado de 2023 prevê crescimento económico de 5%

O Governo prevê um crescimento económico de 5% em 2023 na proposta de Plano e Orçamento do Estado para 2023 (PESOE), aprovada pelo Conselho de Ministros. De acordo com o documento, este nível de crescimento representa uma recuperação gradual da actividade económica e será sustentada pelo bom desempenho dos sectores da indústria extractiva, que deve crescer 23,1% (provavelmente impulsionado pelo avanço do projecto de liquefacção de gás que arranca ainda este ano), agricultura (5,2%) e construção (5,0%).

A estes factores sobrepõe-se uma maior abertura da economia no período pós-pandemia e maiores investimentos para acções de reconstrução pós-desastres naturais.

Paralelamente, “os esforços empreendidos pelo Governo no âmbito do reforço da capacidade institucional e operativa das forças de defesa e segurança criarão condições para a contínua melhoria do ambiente de segurança nas zonas afectadas pelo terrorismo, galvanizando as expectativas de recuperação socioeconómica da região Norte do País”, lê-se do PESOE 2023. No quadro dos esforços visando assegurar um padrão de acumulação interna e crescimento económico centrado no reforço da participação do sector privado na economia, o Governo assegura que vai prosseguir, em 2023, com a implementação do Pacote de Medidas de Aceleração Económica, aprovadas este ano, e que irão criar condições para que os sectores-chave da economia se desenvolvam. O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique subiu a taxa de juro de política monetária de 15,25% para 17,25%, com o objectivo de controlar o nível geral de preços através da redução da circulação do dinheiro no mercado.

Trata-se de uma medida muito contestada por alguns economistas e pelo sector privado, por dificultar os investimentos e, por via disso, criar barreiras ao crescimento económico.

Segundo o governador da instituição, Rogério Zandamela, o aumento da taxa de juro tem em conta o contexto interna-

Finanças

Banco Central aumenta a taxa de juro de política monetária em dois pontos percentuais

cional e visa assegurar o retorno da inflação para um dígito. “Esta decisão visa assegurar, a médio prazo, o retorno da inflação para um dígito, num contexto em que se prevê a volatilidade dos preços dos produtos energéticos e alimentares a nível internacional, com potencial impacto no aumento sustentado a nível doméstico”, argumentou.

No que respeita às perspectivas económicas, o CPMO mantém as previsões de recuperação económica em 2022 e 2023, “não obstante as perspectivas de abrandamento da procura externa”, prevê o governador do Banco de Moçambique.

Energia

BAD anuncia financiamento de 2,5 milhões de dólares para energias renováveis em Moçambique

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou um financiamento de 2,5 milhões de dólares para energias renováveis em Moçambique. Apesar de ser um país exportador de electricidade, graças à albufeira de Cahora Bassa, Moçambique regista baixas taxas de acesso à energia: 57% nas zonas urbanas e 13% nas zonas rurais. Entretanto, com o apoio proveniente do Fundo de Energia Sustentável para África, poderá aumentar a capacidade para integrar maiores quotas de renováveis.

O financiamento será dirigido para a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM), para prestar assistência em quatro aspectos principais, nomeadamente estudos de viabilidade, desenvolvimento de uma central solar flutuante na albufeira de Chicamba (província de Manica), estudo de sistemas de bateria, qualificação de pessoal e apoio à preparação de propostas.

Moçambique assumiu o compromisso de garantir acesso universal à energia até 2030, no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Comércio externo

Reabilitação do porto de Nacala será concluída no final deste ano

O Governo prevê que a reabilitação do Porto de Nacala, na província de Nampula, seja concluída até final deste ano. deste ano. Trata-se de uma infra-estrutura importante para garantir o comércio internacional dos países do interland, sobretudo Maláui, Zâmbia e República Democrática do Congo.

O ministro dos Transportes e Comunicações, que avançou o facto após uma visita à infra-estrutura, disse que os trabalhos decorrem de forma satisfatória. “Estamos felizes, porque tudo indica que, até Dezembro, as obras estarão concluídas.

Como podem ver aqui, temos grandes infra-estruturas montadas, grandes equipamentos que vão aumentar muito a produtividade e, certamente, podemos absorver mais carga, tanto para Moçambique, como para países como o Maláui”, disse o governante.

Indústria

Moçambique pretende revolucionar a produção de material de construção

O Executivo quer criar empresas nacionais capazes de produzir materiais de construção através de tecnologias avançadas, como forma de ultrapassar os constrangimentos que afectam o mercado.

Para o efeito, os Ministérios das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH) e da Indústria e Comércio (MIC) realizaram, recentemente em Maputo, uma mesa-redonda, visando identificar medidas concretas para o fomento à habitação e à implantação da indústria nacional de produção de materiais de construção.

O evento juntou na mesma sala o Governo, sector privado, instituições de ensino, academias e parceiros de cooperação para discutir a cadeia de valor de produção, importação, revenda, distribuição e utilização desses materiais.

Falando na ocasião, o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, disse que o País conta com 807 empresas formais de materiais de construção, concentradas maioritariamente na província de Maputo (32%), sendo que as outras estão distribuídas pelas províncias de Inhambane e Gaza, Sofala, Manica, Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado.

Situação humanitária

Moçambique fora da lista dos países com insegurança alimentar e fome

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que Moçambique está fora da lista dos países com focos de insegurança alimentar e fome.

O representante da estrutura em Moçambique, Hernâni da Silva, referiu que, mesmo com a desestabilização na região Norte e com os impactos das mudanças climáticas que têm afectado o País nos últimos anos, há registos de avanços na produção e produtividade agrícola em comparação com outros países africanos. O responsável afirmou ser preciso estudar mecanismos para colmatar as perdas da produção alimentar (muitas vezes provocadas pelas intempéries) no momento da colheita, armazenamento, transporte e no próprio consumo dos alimentos. De acordo com a fonte, o último relatório mostra que os países ao nível de África que estão em situação catastrófica são a Etiópia e o Sudão.

This article is from: