de biodiversidade, consumo de energia, emissões de gases de efeito estufa, uso de água e pesticidas. Nas etapas de pós-colheita e processamento, também ocorrem resíduos em cada etapa durante a transportação, armazenamento, processamento e distribuição. No final da cadeia de valor alimentar, o consumo final (incluindo comercial e doméstico) é responsável por até 40% das perdas totais de alimentos. As evidências mostram que, nos países desenvolvidos, os alimentos são desperdiçados principalmente na fase de consumo final da cadeia de abastecimento. A gestão de desperdício de comida (FW) tornou-se, assim, uma prioridade fundamental, referindo-se a todas as atividades relacionadas com a prevenção, redução ou reciclagem de resíduos ao longo da cadeia de produção e consumo. Isso levanta uma importante questão de que, se o desperdício de alimentos também poderia ser reduzido ao longo das cadeias de abastecimento de alimentos. Tais movimentações ocorrem no mundo do turismo. Como uma indústria global de serviços de alimentação, o turismo está implicado no consumo de alimentos e na geração de resíduos. Os serviços de alimentação ao consumidor incluem restaurantes, redes de fast food, cafés, cafeterias, cantinas e refeitórios. Este setor emprega mais pessoas do que qualquer outro negócio de varejo, incluindo 14 milhões nos EUA e 8 milhões na Europa ( Euromonitor International ) e serve bilhões de refeições todos os anos. Segundo um levantamento feito pela empresa alemã especializada em dados de mercados e consumidores, a Statista, em 2019, a despesa média com alimentação fora de casa das famílias dos EUA totalizou cerca de 3.526 dólares americanos, em comparação com 2.505 dólares em 2010. Portanto, a atividade do turismo alimentício tem um papel crítico no desafio food waste a nível global. O FW deve ser abordado como um desafio multidimensional em que diferentes atores da cadeia de valor alimentar desempenham um papel decisivo na integração das inovações que visam a minimização e gestão do FW. Algumas metodologias poderiam ser adotadas durante o processo para evitarmos o desperdício de alimentos. Produtores poderiam buscar colaboração com fazendeiros locais, por exemplo, o abastecimento local pode aumentar a redução de desperdício transformando, automaticamente, em ração animal. Estamos vivendo mundialmente em um período delicado por conta da Covid-19 e devemos pensar seriamente sobre desperdício de alimentos, quando o retorno às atividades diárias acontecerem, ao escritório e outras funções. O que poderia ser feito para que pudéssemos repensar em melhorias sobre a destinação adequada de comida ou o que os fornecedores de alimentos e comidas, por exemplo, podem implementar sobre inovações com base em uma análise de economia de custos. Os profissionais da indústria de alimentos enfrentam uma série de desafios organizacionais e financeiros de maneira diária, relacionados à separação, armazenamento e descarte de resíduos, e eles contam principalmente com os procedimentos padrões de reciclagem disponibilizados por cada conselho local. Tais profissionais tendem a abordar a redução de resíduos de maneira prática e também baseada na experiência, mas não há uma implementação sistemática de estratégias de redução de resíduos com base em formas de conhecimento institucional. O que eles realmente precisam é de treinamento adequado e metas alcançáveis a serem estabelecidas pelos governos. 8 - Revista Hotéis & Restaurantes