Portfólio urbanismo participativo

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Marla Fernanda dos Santos Rodrigues Arquiteta e Urbanista

Sobre Graduação em Arquitetura e Urbanismo na FAU USP (2010/ 17). Tema do Trabalho Final de Graduação: Grajaú: Cartografias e Identidade - Mapeamento dos movimentos culturais do Grajaú e proposta de oficinas de cartografia coletiva. Intercâmbio de graduação (um ano) na Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona (2014/ 15).

Técnica em Design Gráfico pela Etec. Carlos de Campos (2007/ 08).

Trabalhos com pessoas Trabalhos com pessoas apresenta em alguma medida o que me sensibiliza e me sensibilizou em meu processo de formação como arquiteta e urbanista durante a graduação: o trabalho que envolva a participação de pessoas. Acredito que este processo não finda e renova seus infinitos ciclos a partir das experiências compartilhadas. O trabalho em que está proposta a coletividade e, com isso, o exercício da escuta e do diálogo, traz consigo um profundo poder de construção afetivade conhecimento e de estabelecimento de novas formas de relação.

Obrigada, Marli Rodrigues Natasha Rodrigues Claudio Rodrigues Karina Leitão, Flávia Tadim, Gabriela Deleu Casa Ecoativa, Imargem, Coltivos Culturais do Grajaú Ana Takeda, Juliana Tiemi, Leandro Okamoto, MST Entrevistados do trabalho sobre o Franquismo, Roser Casanovas e tantas outras pessoas, por me sensibilizarem a enxergar o mundo.

Às margens da cidade: Expansão urbana e as represas da zona sul - 2017 Oficina realizada com o objetivo de discutir a expansão urbana na cidade de São Paulo e sua relação com o meio ambiente, os recursos naturais e os movimentos culturais, a partir da região do Grajaú.

Trabalho de dois dias realizado durante o XVII Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ENANPUR 2017), junto à FAU USP, Espaço Meninos da Billings e Casa Ecoativa.

O grupo de trabalho era composto por nós da organização, Marla Rodrigues, Flávia Tadim e Gabriela Deleu (arquitetas da FAU USP), professor Angelo Filardo (FAU USP), e pelo grupo de 14 pesquisadores entre arquitetos, geógrafos e antropólogos de diversas partes do Brasil e da América Latina.

Apresentamos a região do Grajaú a partir de quatro aspectos: o direito à cidade, a cultura, a relação com as águas e a expansão da cidade em direção à área de

manancial. Meu foco foi o Grajaú a partir de seus aspectos culturais, já que este foi o tema de meu trabalho final de graduação.

Após a exposição sobre a região, realizamos uma oficina de mapeamento, na qual propusemos aos pesquisadores discutir e representar o Grajaú a partir das questões abordadas. Propusemos também que cada um falasse de sua cidade trazendo os temas trabalhados nas discussões com o objetivo de refletir sobre as semelhanças de algumas problemáticas em diferentes cidades brasileiras.

No segundo dia de atividade, participamos da Rota Náutica na represa Billings, um passeio promovido por uma parceria entre o Espaço Meninos da Billings e a Casa Ecoativa. Este passeio faz parte da proposta de turismo comunitário no Grajaú, que tem como objetivo incentivar a economia local e reconhecer a região a partir de seus aspectos culturais e ambientais. Durante a rota, percorremos as margens do Parque Linear Cantinho do Céu, acompanhados de Ferrugem, o responsável pelo Espaço Meninos da Billings. Na sede do projeto, houve uma apresentação sobre o processo de formação do

Grajaú e sobre as atividades dos Meninos da Billings. Fizemos uma vivência aquática com os botes e caiaques do projeto e logo em seguida cruzamos a represa em barcos para conhecer a Casa Ecoativa. Almoçamos comida orgânica feita por uma moradora da região, Tati e seu grupo de trabalho, e conhecemos o centro eco-cultural Casa Ecoativa pelo Jai, que nos apresentou o espaço e as iniciativas do projeto.

Oficina de Cartografia Social e Identidade - Grajaú - 2016 A oficina ‘Cartografia social e Identidade- Grajaú’, integrou meu trabalho final de graduação, que teve como tema: Grajaú: Cartografias e Identidade - Mapeamento dos movimentos culturais do Grajaú e proposta de oficinas de cartografia coletiva. Esta oficina foi aplicada na E.E. Prof. Adrião Bernardes junto à Flávia Tadim e à professora Karina Leitão (FAU USP) em parceria com a Casa Ecoativa.

Dividida em três partes a oficina discutiu o território da Ilha do Bororé e Grajaú, o direito à cidade e a identidade de cada participante conestada aos fluxos migratórios no Brasil.

Na primeira atividade, os participantes se localizavam em um mapa da região, tomando como referência a escola. A segunda atividade propunha a leitura e localização dos diferentes equipamentos de cultura, lazer, saúde, estabelecimentos comerciais que integrassem o cotidiano dos participantes e a rede de transporte. A partir dessa demarcação, discutimos o direito à cidade e a periferia na cidade de São Paulo. Na terceira parte

da atividade, cada participante preencheu uma árvore genealógica com espaços para preencher até a geração de bisavós. A partir desta árvore, cada participante traçou com uma linha colorida os fluxos migratórios de sua família em um mapa do Brasil, demarcando com alfinetes os locais de origem dos familiares.

Deste mapa, foram sintetizadas as informações em um mapa digital, do qual foram levantadas questões mencionadas durante a atividade, como a continuidade do fluxo migratório nordeste-sudeste e o não reconhecimento das identidades indígenas e africanas pela maior parte dos alunos.

Na Praça é Massa - 2016 ‘Na Praça é Massa’ foi uma oficina de dois dias organizada pelo SESC Interlagos, sob orientação de Laura Sobral. Na primeira parte, conversamos sobre o direito à cidade e conhecemos algumas intervenções realizadas em diversas cidades. A segunda parte, com uma proposta prática de intervenção no espaço público, consistiu em uma análise da praça em frente ao SESC. Observamos e conversamos com as pessoas presentes sobre suas impressões do lugar, a partir daí pensamos em possibilidades de intervenção e novamente conversamos com as pessoas para saber o que achavam das intervenções propostas. No segundo dia, intervimos com elementos que convidassem as pessoas a permanecerem na praça e se relacionarem com o espaço.

A organização da atividade contou com os participantes da oficina, amigos e moradores vizinhos ao SESC. Durante a análise do espaço, uma fala comum era de que a praça não era vista como algo conectado ao SESC e mesmo o SESC como um espçao não muito visitado por algumas pessoas, por ser visto de uma

maneira fechada. Dessa forma, a intervenção, além de propor o uso maior da praça, teve como intenção abrir simbolicamente o SESC às pessoas e sugerir à instituição propostas de atividades naquele espaço.

Apesar da rapidez da proposta, o objetivo da oficina foi promover o olhar sobre o espaço público e pensar possibilidades de intervenção em menor escala, organizadas coletivamente.

Oficina de Objetos Nômades - 2015 A ‘Oficina de Objetos Nômades’ foi uma atividade de uma semana promovida pelos coletivos Urbanitas e Raum Labor no colégio La Llacuna, em Barcelona.

A atividade estava inserida em uma proposta pedagógica do colégio de discussão do espaço público da cidade com os alunos.

‘Alícia’ é a palavra formada a partir da construção dos módulos móveis de madeira. Estes módulos, montados pelas crianças, são objetos de brincar e foram transportados pelas ruas do bairro, ressiginificando o espaço da cidade como também um lugar de brincadeira e de convivência.

A vida cotidiana na Ditadura Franquista - 2015 ‘A vida cotidiana na Ditadura Franquista’ foi um trabalho desenvolvido na disciplina Antropologia da Cidade na ETSAB UPC, durante o intercâmbio em Barcelona. O objetivo do trabalho foi investigar de que modo a ditadura franquista permeava o cotidiano das pessoas e de que modo está presente em seus imaginários. O trabalho de entrevistas buscou resgatar lembranças e mudanças relacionadas ao uso dos espaços públicos, ao acesso à informação e entretenimento, as transformações das relações nos espaços domésticos, memórias de infância, questões relacionadas a emprego, consumo, língua e religião. As entrevistas tiveram caráter semi-aberto e por isso, houve abertura para que os entrevistados evocassem outros aspectos de suas memórias. Entrevistas: Agustí, Angelez, Antonio, Carmen, Jose Manuel, Joaquina e Pepita.

Parquinho Dom Tomás - Projeto Participativo - 2013 ‘Parquinho Dom Tomás: Projeto Participativo’ é o título reduzido do trabalho que teve como objetivo a construção participativa de um parquinho na comunidade agrária Dom Tomás Balduíno, do MST. Este foi um trabalho de extensão universitária, com um ano de duração, conduzido por quatro estudantes (Ana Takeda, Juliana Tiemi, Leandro Okamoto e Marla Rodrigues) e orientado pelo professor Reginaldo Ronconi. A demanda por um parquinho surgiu por parte dos moradores ue já possuíam um canal de comunicação com a FAU USP. O trabalho se dividiu em quatro etapas: Aproximação; Conhecimento; Projetação e Intervenção.

Na etapa de ‘aproximação’ tínhamos o objetivo de conhecer os moradores, entre crianças, adolescentes, jovens e pais. A intenção era primeiro que as pessoas nos conhecessem e estabelecêssemos um vínculo, para depois propormos atividades.

Após o processo de aproximação, no qual convivíamos com os moradores aos sábados e propú-

nhamos algumas brincadeiras, iniciou-se a etapa de ‘conhecimento’. Nesta etapa, a ideia era conhecer o espçao da comuna e de que forma as crianças e jovens viam, brincavam e se relacionavam com este espaço. As duas principais atividades da parte de conhecimento, foram a Deriva Rural, com a exposição de fotos no espaço da plenária, e a Intervenção na Lavanderia, ao redor da qual fizemos a Festa Junina.

A Deriva Rural foi uma proposta de deriva pelos vários caminhos do assentamento, nos quais as crianças iam demarcando com tecidos espaços que referenciais para eles e fotografavam o que lhes chamasse a atenção. As fotografias foram organizadas coletivamente em uma exposição no espçao da plenária. A atividade de Intervenção na Lavanderia teve o objetivo de reativar como espaço de brincar a antiga lavanderia, que estava abandonada. Esta construção, localizada estrategicamente, na bifurcação dos três setores da comuna, foi reativada como um espçao de lazer e serviu como lugar de referência para a organização anual da Festa Junina do Assentamento.

‘Projetação’ foi a etapa em que

realizamos atividades para investigar qual era o desejo das crianças, adolescentes, jovens e adultos para o parquinho, de modo que não fomos nós que propusemos como seria o parquinho, mas a partir de uma maquete-proposta construída por eles mesmos foram extraídos quais seriam os elementos presentes no parquinho.

O parquinho foi construído com madeira de eucalipto, extraída do assentamento, e pneus. A etapa de ‘construção’ foi essencialmente prática e realizada com intenso envolvimento daqueles que acompanharam o processo.

Os moradores ensinaram e fizeram o processo de extração da madeira de eucalipto e coletivamente, contando com o apoio de amigos e o Coletivo Basurama, construímos o parquinho. A inaugiração do parque foi uma grande festa, com comes e bebes, plantio de mudas e sementes, exposição de fotos de todo o processo e a vinda de ônibus cheios de outros assentamentos do MST. O trabalho de extensão uni-

versitária é um processo de grande aprendizado para a academia, os alunos são os que mais aprendem a partir da experiência com as pessoas. Durante o projeto, houve conflitos políticos dentro do assentamento que dificultaram a comunicação com a universidade e quase impediram a realização do parquinho, entretanto, um grupo de moradores permaneceu e decidiu que iriam construir o parque. Percebemos que o desenolvimento de atividades coletivas serviu como meio de fortalecimento de laços e resistência entre as pessoas que se envolveram de alguma forma.

Endereço eletrônico: https://parquinhodomtomas. wordpress.com/

Contato Marla Fernanda dos Santos Rodrigues Telefone: 11 9 9699 4296 (cel) / 11 5928 2248 (res) e-mail: marlarodrigues049@gmail.com