Anais do I Encontro sobre Gramatica

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Anais do I Encontro sobre Gramática: Saberes e Fazeres. Volume 1, Número 1. Fortaleza-CE. 2012. ISSN 2316-9583

Entre os itens dubitativos se confirma parcialmente a tradição gramatical quanto a regência do item a lo mejor. Na verdade segundo um dos manuais pesquisados(TORREGO, 2004) se prevê exclusividade deste com o indicativo. É cedo para dizer se há uma gradação entre os itens modalizadores dubitativos. Sendo o subjuntivo a categoria marcada, de acordo com o princípio da marcação, herança da linguística estrutural desenvolvida pela Escola de Praga. (cf. MARTELLOTA et alli, 2003) tende a ser mais complexa cognitivamente e estruturalmente e portanto a nosso ver o distanciamento do item modalizador tende a diminuir a regência da forma subjuntiva. Quanto ao grupo tempo verbal o tempo mais propício ao subjuntivo foi o passado. Ou seja os fatos experienciados, vividos pelo enunciador. Das 44 ocorrências no passado 8 acompanham o subjuntivo com o percentual de 18,2%. O presente apresentou 11,1%. Essa constatação refutou a nossa hipótese de que o presente seria mais propício a ocorrência do subjuntivo uma vez que o passado está no campo das experiências vivenciadas e tidas como certas, realizadas, no campo da modalidade realis seguindo a classificação de Givón, realis é a modalidade da certeza do experienciado e que tradicionalmente se usaria mais o Indicativo para codificá-lo, no entanto entra aqui em conflito com outro fatores como a dúvida codificada e imposta pelo item modalizador. Observamos que os jovens e os adultos de idade média usam menos o subjuntivo, enquanto os de terceira idade mantêm um uso de 25% de formas subjuntivas em orações dubitativas. Se passamos a uma análise em tempo aparente vemos que de acordo com Tarallo (1994) uma curva ascendente com pequeno desvio no centro o que evidencia uma possível mudança em curso. Como os dados não são quantitativamente representativos e a pesquisa ainda incipiente podemos apenas falar em tendência a uma mudança em curso. O trabalho mostrou representatividade em nosso projeto e buscaremos evidenciar com maior quantidade de dados, ampliando a amostra de dados tanto de entrevistas orais da atualidade como com dados diacrônicos conforme descrito mais acima. Desta forma poderemos descrever e analisar com mais fiabilidade o fenômeno da variação ora descrito especificamente a alternância entre subjuntivo e indicativo em orações dubitativas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLO, Andrés. Gramática de la lengua castellana. París: A. Blot, 1928. CARVALHO, Hebe Macedo de. A alternância dos modos indicativo e subjuntivo na língua falada. in: NOGUEIRA, Márcia Teixeira. & LOPES, Maria Fabíola Vasconcelos. Modo e Textualidade. Fortaleza: Ed.UFC. 2011.

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