Trajetória Produzir

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Ministério da Integração Nacional Secretaria de Programas Regionais

Trajetória do

PROJETO PRODUZIR


Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Integração Nacional João Reis Santana Filho Secretário Executivo Marcelo Pereira Borges Secretária de Programas Regionais Diretora Nacional do Projeto Produzir – FAO/UTF/BRA/040/BRA Márcia Regina Sartori Damo Diretor de Programas das Regiões Norte e Nordeste Fábio Eduardo de Mello Cunha Diretor de Programas das Regiões Sul e Sudeste Marcelo Ribeiro Moreira Coordenadora Geral de Projetos Especiais Coordenadora Nacional do Projeto Produzir – FAO/UTF/BRA/040/BRA Dorotea Blos


Trajet贸ria do

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Coordenação e Redação Dorotea Blos Revisão de Conteúdo Cleber Lago do Valle Mello Filho Juliana Maria Coutinho Vieira Fotografias Leonardo Prado Arquivo da Coordenação Nacional do Projeto Produzir Colaboração Emerson Nogueira Santana Andrea Fernanda Carvalho Silva Ronny Soares Dutra Antonia Figueiredo Rios Gina Regina Palatucci Cleber Bezerra Aguiar Renan Zerbini Ribeiro Leão Mozart de Carvalho Apoio Alessandra Gonçalves de Araújo Projeto Gráfico Cartaz Criações e Projetos Gráficos Arte e Diagramação Marcelo Rubartelly Revisão de Texto Yana M. Palankof Rejane de Meneses Impressão Estação Gráfica

Ministério da Integração Nacional (Brasil) Trajetória do Projeto Produzir / Ministério da Integração Nacional, Secretaria de Programas Regionais. – Brasília : MI, SPR, 2010. 96 p.: il.; 21 cm 1. Políticas públicas. 2. Capacitação. 3. Desenvolvimento regional. 4. Geração de trabalho e renda. I. Título.

CDD 351 CDU 35.08


SUMÁRIO Mensagem do Ministro............................................................................... 7 Mensagem da FAO...................................................................................... 8 Apresentação............................................................................................... 9 Sessão 1 – Projeto de Cooperação Técnica – 1994 a 2010....................... 11 Sessão 2 – O Produzir: metodologia de ação em campo para organização produtiva de comunidadades....................................... 23 Os Eventos de Organização Produtiva (EOPs)....................................... 28 Uma nova etapa do Produzir................................................................. 40 A Oficina de Gestão............................................................................... 41 Novas metas: ampliar o fortalecimento de empreendimentos.............. 47 Sessão 3 – Os resultados da ação nas comunidades.................................. 53 A importância da parceria local............................................................. 73 As parcerias externas na garantia da sustentabilidade.......................... 75 A continuidade da ação em busca da sustentabilidade.......................... 78 O fortalecimento da ação em rede......................................................... 80 Uma ação regional no foco do Produzir................................................ 82 Considerações finais................................................................................. 85 Sessão 4 – Anexos...................................................................................... 87



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Mensagem do Ministro

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Ministério da Integração Nacional conta com a colaboração de importantes parceiros para o cumprimento de suas atribuições de formulação e condução da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), que institucionalizou instrumentos e mecanismos importantes para a valorização do potencial latente das sub-regiões brasileiras e a consequente redução das desigualdades regionais. No âmbito da Secretaria de Programas Regionais, as parcerias estabelecidas com entidades nacionais e internacionais visam a potencializar os efeitos dos programas de desenvolvimento regional, trazendo novas contribuições técnicas e recursos necessários para a aceleração do processo de integração nacional. O Produzir, resultado de um acordo de cooperação técnica internacional em 1994, é um exemplo de parceria de sucesso entre o Ministério da Integração Nacional e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) na área de desenvolvimento regional. Durante os 16 anos de execução das atividades, as entidades parceiras contaram também com o apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio de sua Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Com o objetivo de valorizar a produção local e incluir os produtos comunitários no mercado, o projeto capacitou milhares de agentes locais e estruturou diversos empreendimentos produtivos. Todas as ações foram realizadas em sintonia com os anseios e as necessidades das comunidades beneficiadas, buscando sempre incorporar as lideranças locais nos processos de decisão. Com foco na redução das desigualdades regionais, as ações foram baseadas em uma política estruturada de desenvolvimento regional que vislumbra o processo produtivo como elemento de geração de renda e distribuição de riquezas. Nos últimos anos, o Produzir caminhou segundo as novas estratégias de desenvolvimento do Brasil defendidas pelo governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alargando os meios de articulação com os programas governamentais de desenvolvimento regional. Exemplo disso foi a participação ativa do Projeto Produzir – juntamente com a FAO/ONU – na organização das duas edições da Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional, ocasiões nas quais os produtores apoiados pelos programas de desenvolvimento regional puderam mostrar seus produtos e ampliar sua articulação com parceiros e territórios. Enfim, por meio das ações de apoio às comunidades dos espaços prioritários de desenvolvimento e em benefício dos moradores das regiões brasileiras que ainda apresentam baixos índices de desenvolvimento socioeconômico, o Produzir superou obstáculos e apresentou uma nova visão do Brasil para a sociedade. João Reis Santana Filho Ministro da Integração Nacional

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Mensagem da FAO

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história mais recente da cooperação técnica da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) com o Ministério da Integração Nacional remonta à celebração do Acordo de Cooperação Técnica em 1994, que passou a apoiar o então denominado Projeto Nacional de Geração de Emprego e Renda em Áreas de Pobreza (Proger) e se estendeu até a atualidade na continuidade dos programas Pronager, Novo Pronager e Produzir – Projeto Organização Produtiva de Comunidades –, uma trajetória de 16 anos de trabalho conjunto, desafios e impactos nas realidades locais. Com a proximidade do encerramento do Projeto, em dezembro de 2010, a FAO manifesta a satisfação com que participou ao longo de todos esses anos do Projeto Produzir, cumprindo o seu papel de disponibilizar seu acervo de conhecimentos técnicos e experiências, particularmente nas áreas de produção e processamento de alimentos, desenvolvimento de comunidades e combate à pobreza com geração de emprego e renda. Além disso, ao prestar o apoio técnico operacional necessário para a execução das ações do Programa com a população das regiões priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional, a FAO acrescentou sua contribuição ao trabalho do Ministério da Integração Nacional na implementação do Produzir. Essa experiência de cooperação técnica, repleta de desafios, aprendizados e inovações, fez com que, em 2007, o Produzir fosse um dos cinco programas escolhidos pela FAO em nível mundial como exemplo de projeto de sucesso. O Programa foi inserido em um livreto produzido para o Serviço de Desenvolvimento do Programa de Campo sobre recursos direcionados para alimentação e agricultura. Com sua forma inovadora de atuação e objetivos relacionados à busca pela integração produtiva do seu público-alvo aos arranjos produtivos locais, o Produzir foi classificado pela FAO como elo entre as políticas de desenvolvimento social e as políticas voltadas ao desenvolvimento regional em razão da atuação do Projeto na identificação e na viabilização de alternativas de trabalho e renda para as comunidades carentes excluídas da dinâmica socioeconômica do país. A FAO está pronta para dar continuidade à proveitosa parceria com o Ministério da Integração Nacional por meio de ações de apoio aos novos projetos, contribuindo com os grandes desafios que o Brasil ainda deve encarar na integração nacional e no desenvolvimento territorial e regional. Hélder Muteia Representante da FAO no Brasil


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Apresentação

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presença do Projeto de Cooperação Técnica (PCT) Organização Produtiva de Comunidades (Produzir) na Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Nacional marcou um período de transformações nas formas de interação social e aproximação entre o poder público e as comunidades das regiões brasileiras estagnadas ou pouco desenvolvidas. A parceria estabelecida com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) trouxe contribuições imediatas inestimáveis e permitiu a introdução de novas metodologias de trabalho que se perpetuarão nos programas governamentais gerenciados pela Secretaria de Programas Regionais: Programa de Promoção da Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais (Promeso), Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF) e Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semiárido (Conviver). A atuação do Produzir envolveu mudanças de paradigmas, estratégias e formas de atuação, introduzindo uma nova abordagem sistêmica para a inclusão econômica e social do público-alvo atendido pelos programas regionais. O enfoque assistencialista, que gera resultados pontuais, foi substituído pela aposta na capacidade de organização produtiva das comunidades que vivem nas áreas prioritárias para o desenvolvimento regional. O Produzir inovou também nas formas de construção de parcerias com organizações governamentais e

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não governamentais regionais e locais, facilitando o contato com o habitante dos espaços prioritários da Política Nacional de Desenvolvimento Regional, que se caracterizam pelos baixos índices de desenvolvimento socioeconômico. O Produzir mostrou-se ainda um eficiente elemento de integração social, na medida em que promoveu a inserção produtiva e competitiva das comunidades situadas em regiões estagnadas, valorizando os arranjos produtivos locais que apresentavam potencial de desenvolvimento e ajudando na implantação de empreendimentos produtivos coletivos sustentáveis. As atividades produtivas apoiadas fortaleceram o capital humano e social dessas comunidades. Esta publicação tem como objetivo coroar o processo de encerramento, em 31 de dezembro de 2010, da larga trajetória do projeto de cooperação técnica que deu suporte ao atual Projeto Produzir. Ela visa a apresentar um panorama das contribuições do Produzir na consolidação de uma metodologia de atuação nas comunidades e os resultados alcançados com esse trabalho. Seu foco são as ações desenvolvidas pelo Módulo Central da Cooperação Técnica Internacional, hoje implementado no âmbito da Coordenação-Geral de Projetos Especiais, da Secretaria de Programas Regionais.

A Seção 1 da publicação mostra a evolução da cooperação técnica e sua contribuição às políticas públicas ante o público-alvo. Foram muitas mudanças e aprimoramentos, desde as primeiras propostas do Proger até a consolidação do Produzir nos programas de desenvolvimento regional. A Seção 2 deixa o registro da metodologia de execução das suas ações em campo por meio dos Eventos de Organização Produtiva (EOPs) e Oficinas de Gestão (OGs), com o objetivo de permitir sua disseminação junto aos parceiros do Ministério da Integração Nacional e de entidades que possam vir a utilizar os ensinamentos do Produzir. Por fim, a Seção 3 traz um balanço da execução do Produzir focando em especial seu período mais recente, os últimos seis anos, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre os resultados concretos da sua execução e dos benefícios que sua metodologia pode aportar às comunidades locais. O balanço final do Produzir aqui apresentado traz informações relevantes sobre a execução de um acordo de cooperação técnica que deixa grandes contribuições para a consolidação da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional.

Márcia Regina Sartori Damo Secretária de Programas Regionais Diretora Nacional do Projeto Produzir FAO/UTF/BRA/040/BRA


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1 Projeto de Cooperação Técnica – 1994 a 2010

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A trajetória do Projeto de Cooperação Técnica Internacional: 1994-2010 13

O Projeto de Cooperação Técnica (PCT FAO – UTF/BRA/040/BRA) teve sua origem no Acordo de Cooperação Técnica celebrado entre o Ministério da Integração Regional (MIR), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Sudene e a Sudam, em 24/06/1994, contando com a interveniência da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e se estendeu até a atualidade na continuidade dos programas Proger, Pronager, Novo Pronager e Produzir. Durante os 16 anos de sua trajetória, o PCT atravessou várias fases, com mudanças nas suas vinculações institucionais, nas orientações metodológicas e nas estratégias operacionais.

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Acordo de Cooperação deu origem ao Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda em Áreas de Pobreza (Proger), cujo objetivo principal foi acelerar o desenvolvimento social e econômico das zonas de elevada concentração de pobreza – rurais ou urbanas – mediante o investimento em pequenas empresas associativas ou cooperativas, potenciais geradoras de emprego e renda, permitindo a seus membros incorporar-se e beneficiar-se dos processos de modernização econômica e social. O Programa foi criado no contexto do processo de redemocratização no Brasil e da instituição da nova Constituição, quando ganharam força as iniciativas de descentralização das políticas, de fortalecimento do poder local e as abordagens participativas, sendo esses novos elementos e essas novas abordagens também absorvidos pelas iniciativas de geração de emprego e renda em todo o país.


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No seu início, o Proger funcionava sob a responsabilidade do Ministério da Integração Regional, extinto em janeiro de 1995. A partir desse momento o Projeto passa para a responsabilidade da Secretaria Especial de Políticas Regionais (Sepre), do Ministério do Planejamento e Orçamento (MP). Durante sua existência, o Proger atuou em áreas selecionadas, visando, em especial, ao estabelecimento do marco conceitual e logístico para sua implantação, com ações pontuais e dispersas nas Regiões Norte e Nordeste, no Estado de São Paulo e no Município de Vitória-ES. A execução era realizada por meio dos módulos (unidades executoras) regionais, estaduais e/ou municipais, responsáveis pela descentralização dos processos formativos para reciclar o pessoal técnico que atuaria nas atividades de formação e capacitação, foco do programa, por meio dos Laboratórios Organizacionais de Curso (LOCs) e Laboratórios Organizacionais de Terreno (LOTs), principais instrumentos de ação previstos na Metodologia de Capacitação Massiva adotada nos primeiros anos do Proger. Buscou-se também nesse período inicial de estruturação aperfeiçoar os mecanismos de coordenação institucional – articulando organismos públicos e privados das regiões, das sub-regiões, dos estados e dos municípios envolvidos no Proger – e definir mecanismos de articulação com as fontes de financiamento dos projetos. Em 01/04/1998, foi assinado o Termo de Cooperação entre o Governo Brasileiro e a FAO, garantindo a continuidade do Projeto, que passou a denominar-se Projeto Nacional de Geração de Emprego e Renda em Áreas de Pobreza (Pronager). O Termo de Cooperação veio acompanhado de um novo Documento de Projeto (Prodoc), no qual estavam de-

finidas as diretrizes de operacionalização do Pronager Central. O Pronager foi criado com o objetivo de gerar ocupações produtivas e renda, potencializando todos os recursos e vocações econômicas da comunidade a partir da capacitação de trabalhadores desempregados e/ou subempregados para sua organização em empresas, associações e cooperativas de produção de bens e/ou serviços com competitividade no mercado. Em 1999, foi realizada a primeira revisão substantiva do Pronager com o objetivo de transformar o projeto em um programa de governo, previsto no Plano Plurianual 20002003, integrando-o às demais iniciativas de combate à pobreza e ao desemprego então vigentes, bem como prorrogando sua vigência até o ano de 2003. Em maio de 2000, o Pronager foi incorporado ao Ministério de Integração Nacional (MI), que sucede a Sepre e assume sua execução nacional. Esse processo teve como consequência o estabelecimento de mecanismos de articulação e estreitamento de relações com os organismos e instituições do governo brasileiro responsáveis pelas políticas e pelos programas de geração de emprego e renda e pela revisão dos aspectos conceituais e metodológicos da Metodologia de Capacitação Massiva. A criação do Ministério da Integração Nacional e a incorporação a ele do Pronager aproximam o programa dos referenciais conceituais do desenvolvi-


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METODOLOGIA DE CAPACITAÇÃO MASSIVA As origens da Metodologia de Capacitação Massiva, criada pelo professor Clodomir Santos de Morais, remonta à década de 1960 no Brasil, e existem referências de que teria sido aplicada inicialmente em trabalho desenvolvido nas Ligas Camponesas na Região Nordeste. Posteriormente, já na década de 1970, foi utilizada largamente em diferentes países, como Honduras, México, Nicarágua e Portugal, e a partir dos anos 1980 foi expandida para os países da África, como Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. Ainda na década de 1980, a Metodologia passa a ser aplicada em diversas ações de apoio à geração de trabalho e renda no Brasil, sob a responsabilidade do Instituto de Apoio Técnico aos Países do Terceiro Mundo (Iattermund), que a partir de 1995 passa a ser a entidade parceira do governo brasileiro e da FAO na execução do Proger e, posteriormente, do Pronager. A Metodologia de Capacitação Massiva é um método fundamentado na Psicologia Social e na Teoria da Organização, tendo a atividade focada na aprendizagem e na construção do conhecimento. Como método, baseia-se na relação dialética prática/teoria/prática nas experiências concretas de geração de emprego e renda. Sua ênfase está na mobilização social e política como forma de construção de autonomia dos sujeitos sociais e superação da pobreza. No âmbito do Proger, a metodologia passa a utilizar o Laboratório Organizacional de Terreno, que se constitui no instrumento básico de ação do método. A ideia central é de que os participantes do LOT experimentem na prática do “aprender fazendo” uma situação real de atividade produtiva organizada nos laboratórios. A perspectiva é de que por meio deles as pessoas de baixa renda alcancem um processo de transformação cultural e venham a se tornar capazes de criar e gerir empreendimentos coletivos. Segundo essa concepção, no interior do LOT é constituída uma empresa artificial com funcionamento real, fazendo com que as pessoas se capacitem em organização e administração autogestionária e que nesse processo aconteça a transformação do sujeito. O LOT foi o instrumento criado para trabalhar a consciência organizativa de grupos sociais e criar as bases de empresas associativas de produção de bens e serviços. Na experiência do Laboratório, vivenciava-se, num primeiro momento, a desorganização inicial, a incerteza da própria capacidade de organização, denominada Síncrese, que desafia a tomada de decisões sem análises críticas, e num segundo momento passava-se à Análise, na qual os participantes manejavam os elementos da administração até a Síntese, quando conseguiam o melhor nível organizativo ao aliar a teoria à prática. Como condições básicas para a realização dos Laboratórios, a Metodologia de Capacitação Massiva definia um mínimo de quarenta participantes, mas possibilitava a incorporação de centenas de trabalhadores desempregados e/ou subempregados nos eventos de capacitação; a exigência de insumos indivisíveis disponíveis (meios de produção nas mãos dos participantes que não pertenciam ao indivíduo, e sim ao coletivo); e a liberdade de organização para a utilização coletiva desses insumos (a gestão participativa dos meios de produção e a possibilidade de apropriação coletiva do produto do trabalho). Esses elementos estão presentes durante todo o Laboratório.

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mento regional, assim como promovem sua articulação com a Casa Civil e os programas Comunidade Solidária e Comunidade Ativa, contribuindo para aproximá-los dos novos referenciais do desenvolvimento local. Estabelecem-se, então, várias parcerias nesse período, como aquela com a Presidência da República – Gabinete de Segurança Institucional, para executar ações na recém-criada Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) e com a Secretaria de Estado de Assistência Social, do Ministério da Previdência e Assistência Social, para inclusão na ação do Pronager de famílias de crianças beneficiadas pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Da mesma forma se deu a parceria com o Projeto Alvorada, ligado à Casa Civil da Presidência da República, o qual buscava integrar ações e programas sociais em municípios de estados com os menores índices de desenvolvimento humano. Essas parcerias viabilizaram um significativo aporte de recursos, possibilitando o incremento das atividades do Pronager no período 2000-2003. No modelo desenhado para operar o Programa, constituiu-se um módulo central no MI que desempenhava as funções de coordenação-geral, apoio técnico e articulação com outras instituições do governo e da sociedade civil, sendo responsável pelos aspectos conceituais, metodológicos, técnicos e operacionais comuns a todos os módulos e submódulos do Pronager, com o papel de apoiá-los na execução de suas ações. Os demais módulos – regionais, estaduais e municipais –, com autonomia operacional, administrativa e financeira, eram os responsáveis pelo desenvolvimento das atividades concretas de capa-

citação massiva e de criação de empresas. O módulo central, no seu papel de coordenação, atuava de maneira descentralizada, articulando os módulos regionais (Sudam e Sudene), os estaduais (Tocantins, Alagoas e São Paulo) e os municipais (Vitória-ES e São Paulo-SP). Posteriormente, o Projeto estendeu-se para todo o território nacional, e outros módulos foram sendo constituídos com base na assinatura de Termos de Compromisso de Cooperação (TCCs), que estabeleciam metas de LOTs e ações de suporte ao Sistema de Participação Social para a Geração de Emprego e Renda (Sipger). Esse sistema estava previsto para ser constituído pelos trabalhadores capacitados e por suas organizações empresariais, pelos técnicos envolvidos no Projeto e pelos membros de estruturas primárias, devendo ser implementado em todos os módulos do Pronager. O Sipger teria como funções principais: ser o espaço mobilizador e articulador entre os capacitados; disponibilizar a assistência técnica, tecnológica e metodológica; apoiar o acesso dos participantes dos laboratórios e suas empresas ao crédito; e constituir-se num sistema de informações técnicas, tecnológicas e mercadológicas, documentação e divulgação, com o apoio da informática, sempre que possível. Em 2003, ano de mudança no governo federal, o Pronager diminui o ritmo da ação em campo e passa por novo processo de mudanças, que vai conduzi-lo a buscar maior integração às políticas públicas e aos programas de desenvolvimento regional de base territorial do Ministério da Integração Nacional. A retomada das ações em campo acontece a partir de 2004, com a institucionalização do Novo Pronager, que passa a atuar em consonância com as diretrizes


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da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). O Programa articula suas ações e os empreendimentos por ele gerados a setores e arranjos produtivos locais capazes de abrigar esses novos empreendimentos no âmbito das sub-regiões prioritárias de atuação do MI. O Novo Pronager buscou também ampliar a articulação com outras políticas sociais dos governos federal, estaduais e municipais e com iniciativas da sociedade civil organizada e iniciativa privada, tornando-se parceiro desses programas e iniciativas na luta contra as desigualdades sociais e na geração de trabalho e renda para as comunidades carentes brasileiras. Foi uma fase de articulação ao Programa Fome Zero e ao Programa Primeiro Emprego, bem como o início de uma ação focada nos espaços prioritários da PNDR. Foram propostas mudanças no sentido de enfatizar as ações de campo mediante os Eventos de Capacitação em Campo (ECCs), direcionados para o apoio ao desenvolvimento de atividades produtivas e sua inserção em sistemas de arranjos produtivos locais (APLs). Nesse período, o Novo Pronager passou a constar no PPA 2004 a 2007 como um dos cinco programas para

uma ação concertada do Ministério da Integração Nacional e alcançou um bom grau de integração com os programas de desenvolvimento regional, entre os quais se destacam: Programa de Promoção da Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais (Promeso); Programa de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Semiárido (Conviver) e o Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF), imprimindo maior sustentabilidade às iniciativas e não mais operando em iniciativas isoladas, mas como parte de uma política de desenvolvimento regional. Outra mudança significativa foi adotada na sua estratégia operacional e consistiu na inserção de instituições executoras no processo de implantação dos Eventos de Capacitação em Campo. Para a execução das ações, o Programa passou a utilizar o instrumento Carta de Acordo, firmado com instituições sem fins lucrativos, idôneas e com experiência na execução de ações de capacitação. Essas instituições passam a atuar como entidades responsáveis pela execução técnica e financeira das ações em campo, garantindo os subsídios necessários para a consecução dos objetivos do Projeto.

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POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL – PNDR

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Desde a década de 1980, no Brasil, uma visão diferente de desenvolvimento vem se traduzindo em iniciativas de planejamento voltadas à valorização do potencial endógeno das regiões. Segundo essa visão, o objetivo de crescimento econômico necessariamente se associa à mobilização cívica, à cooperação, à valorização das identidades locais e regionais e à inclusão participativa de amplos setores da sociedade. Nesse contexto, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) é uma estratégia de desenvolvimento alternativa à guerra fiscal e à fragmentação territorial que predomina desde a década de 1980 para que a retomada do crescimento resulte, de fato, num Brasil de todos. Assim, a PNDR vai ter como objeto as profundas desigualdades de nível de vida e de oportunidades de desenvolvimento entre regiões do país. A matéria-prima da Política é o imenso potencial de desenvolvimento contido na diversidade econômica, social, cultural e ambiental que caracteriza o Brasil. A PNDR atua no sentido de contrabalançar a lógica centrípeta das forças de mercado por meio da promoção e da valorização da diversidade regional, conciliando, assim, competitividade e expressão produtiva de valores socioculturais diversos. Ao contrário do que se pode imaginar, o objeto da PNDR não é exatamente o combate à pobreza, mas expressa-se na coincidência espacial entre pobreza individual e regional. Visto por uma perspectiva espaço-temporal, a PNDR concentra-se nas regiões que, por sua situação de debilidade econômica e estagnação, geram expressivos fluxos migratórios, os quais constituem a maior parte dos bolsões de pobreza das grandes metrópoles. Em outras palavras, a PNDR focaliza a causa da desigualdade e da pobreza em sua expressão territorial. A Política atua nas escalas macro e sub-regionais. Nas instâncias macrorregionais prevalece a elaboração dos planos estratégicos de desenvolvimento, a articulação de diretrizes e ações de desenvolvimento e a promoção de iniciativas em territórios priorizados. A instância macrorregional é especialmente relevante no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste. As áreas especiais de planejamento, como a Faixa de Fronteira e o Semiárido, constituem objeto de programas específicos para a escala sub-regional. Na instância sub-regional, destacam-se, ainda, as mesorregiões diferenciadas, que consistem em espaços subnacionais contínuos, menores que os das macrorregiões, com identidade comum, que compreendam áreas de um ou mais estados da Federação. Esses espaços são definidos para fins de identificação de potencialidades e vulnerabilidades que norteiem a formulação de objetivos socioeconômicos, culturais, político-institucionais e ambientais. Foram definidas 13 mesorregiões diferenciadas, quais sejam: Alto Solimões, Vale do Rio Acre, Bico do Papagaio, Chapada das Mangabeiras, Xingó, Chapada do Araripe, Seridó, Águas Emendadas, Vale do Jequitinhonha e do Mucuri, Bacia do Rio Itabapoana, Vale do Ribeira/Guaraqueçaba, Grande Fronteira do Mercosul e Metade Sul do Rio Grande do Sul.


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Em 2005, o Programa assume nova denominação, Organização Produtiva de Comunidades (Produzir), mantendo as ações exitosas de suas denominações anteriores, notadamente quanto à sua capacidade de atuação articuladora em campo. O Programa busca, essencialmente, pautar suas ações na formação profissional e na geração de postos de trabalho, por meio da estruturação de empreendimentos de forma autônoma e participativa da comunidade. Sua estratégia operacional pauta-se no processo de integração com os programas de desenvolvimento regional e com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional para a realização dos Eventos de Organização Produtiva (EOPs). No ano de 2005 é implantada a nova metodologia da Teoria da Administração para o Desenvolvimento (TAD), com foco em resultados, sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Administração para o Desenvolvimento (Ibrad), encarregado de fazer as adequações metodológicas

recomendadas e a capacitação de novo quadro de técnicos multiplicadores para a execução dos EOPs. Após a sistematização da metodologia, em julho de 2005, é elaborado o Guia de implementação do Produzir, contando com a participação da equipe técnica do Projeto e de um grupo de técnicos multiplicadores com o objetivo de fornecer subsídios teóricos e conceituais para a realização dos EOPs. Ao final de 2007, em sua última revisão substantiva, é autorizada a prorrogação do Projeto de Cooperação Técnica, tendo como objetivos a realização de avaliação do PCT em toda a sua trajetória, a prestação de contas final do Projeto e a finalização do processo de transferência e integração da sua metodologia aos programas de base territorial a cargo da Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Nacional. Em 2008, com o processo de amadurecimento da prática da metodologia do Produzir, é introduzida a realização das Oficinas de Gestão para fortalecimento e consolidação dos empreendimentos produtivos originados nos EOPs ou nos programas de desenvolvimento regional. Apesar da realização de 11 EOPs entre 2008 e 2009, a estratégia nesse período centra-se no fortalecimento de empreendimentos criados pelo Projeto Produzir e pelos demais programas de desenvolvimento regional. Esse fortalecimento

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se dá também pela participação de empreendimentos na I e na II Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional. Por fim, é preciso enfatizar que a ação desenvolvida no biênio 2008-2009 permitiu uma maior articulação do Projeto Produzir com os outros programas da Secretaria de Programas Regionais (Promeso, Conviver e PDFF), possibilitando a integração de ações de capacitação e organização produtiva com

outras ações de estruturação física e produtiva para o alcance dos objetivos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Com esse panorama, grande parte das atividades do Projeto Produzir voltadas à ação em campo é finalizada em 2009, e o foco das ações do Projeto em 2010 passa a ser direcionado à avaliação final e ao encerramento do PCT, com a elaboração do seu relatório final.

MUNICÍPIOS BENEFICIADOS PELO PRODUZIR E SUB-REGIÕES ATENDIDAS

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Municípios beneficiados pelos Eventos de Organização Produtiva – 2003/2007 Municípios beneficiados pelos Eventos de Organização Produtiva – 2008/2010 Cidades gêmeas prioritárias Faixa de Fronteira Semiárido Mesorregiões Alto Solimões Vale do Rio Acre Bico do Papagaio Chapada do Araripe Xingó Chapada das Mangabeiras Vales do Jequitinhonha e do Mucuri Itabapoana Vale do Ribeira/Guaraqueçaba Águas Emendadas Grande Fronteira do Mercosul Metade Sul do Rio Grande do Sul Seridó

AP

RR

Tabatinga e Letícia AM

MA

PA

Sub-regiões do Semiárido São Raimundo Nonato Médio e Baixo Jaguaribe Vale do Açu Sousa Piancó Sertão do Moxotó Santana do Ipanema Sergipana do Sertão do São Francisco Brumado/Bom Jesus da Lapa/Guanambi Serra Geral (Janaúba)

RN PB PE

RO

AL

TO SE

BA

MT DF GO

Regiões Integradas de Desenvolvimento - RIDEs RIDE do Entorno do DF RIDE do Polo de Juazeiro e Petrolina RIDE da Grande Teresina – Timon

CE PI

MG MS Ponta Porã e Pedro Juan Caballero

ES SP

Dionísio Cerqueira e Barracão Bernardo de Irigoyen Uruguaiana e Paso de los Libres

RJ

PR

N

SC RS

Santana do Livramento e Rivera 0

445

890

1.780 Km


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PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL Para a atuação da PNDR na escala sub-regional, o Ministério da Integração Nacional conta em sua estrutura com a Secretaria de Programas Regionais (SPR), que se responsabiliza pela implementação e pela articulação de uma série de ações e programas que traduzem a orientação e a forma de atuação do governo federal nessa área. Os programas de desenvolvimento regional têm iniciativas voltadas para a reversão do quadro de desigualdades e de exclusão de áreas brasileiras selecionadas e de suas respectivas populações, são eles: Programa de Promoção da Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais (Promeso), Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semiárido (Conviver) e Programa de Promoção de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF). O Promeso promove a articulação das políticas públicas para aumentar a sustentabilidade das mesorregiões, buscando incentivar potencialidades de ativos locais para a superação de desequilíbrios regionais e a melhoria das condições socioeconômicas das regiões em que está presente. A atuação do Promeso tem início na organização social, por meio da constituição de fóruns de desenvolvimento regional concebidos como instâncias locais de articulação e integração de atores públicos e privados, responsáveis pela identificação, pela priorização e pelo encaminhamento das demandas locais e pelo acompanhamento da implementação de projetos para a melhor destinação de recursos públicos. O Promeso, por meio da SPR, volta suas ações às 13 mesorregiões e também às Regiões Integradas de Desenvolvimento (Rides) do Entorno do DF e de Juazeiro/ Petrolina e Teresina/Timon. Com a mesma filosofia e forma de atuação, mas concebido sob uma orientação territorial mais proeminente, o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semiárido (Conviver) busca aumentar a autonomia e a sustentabilidade das atividades econômicas da Região do Semiárido, no Nordeste, por meio da inserção produtiva de sua população, também estimulada a se organizar socialmente em torno do aproveitamento de seus potenciais endógenos. Nove sub-regiões foram selecionadas para a ação prioritária do Conviver: São Raimundo Nonato/Piauí; Médio e Baixo Jaguaribe/Ceará; Vale do Açu/Rio Grande do Norte; Sousa-Piancó/Paraíba; Sertão do Moxotó/Pernambuco; Santana do Ipanema/Alagoas; Sergipana do Sertão do São Francisco/Sergipe; Brumado-Bom Jesus da Lapa-Guanambi/Bahia e Serra Geral (Janaúba)/Minas Gerais. Por sua vez, o Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF) tem como objetivo promover a estruturação física, social e produtiva da Faixa de Fronteira, sendo cada vez maior a ênfase que o Programa vem dando à articulação com nossos países vizinhos da América do Sul, visando à identificação e à viabilização de projetos de integração transfronteiriça relevantes para essa articulação. O Programa contempla ações de planejamento estratégico e apoio às atividades econômicas, de infraestrutura urbana e de melhorias sociais na região. O Programa agrega a seus objetivos e iniciativas diversas parcerias, sejam organizações públicas ou privadas, buscando a transversalidade institucional para a integração de ações convergentes, reunindo contribuições específicas à estruturação da Faixa de Fronteira. A elegibilidade dos projetos prioritários para o apoio do PDFF é definida, em grande parte, por essas parcerias, mantendo-se como norteador o caráter estruturante de seus objetivos e a integração, quando for o caso, com as ações do Promeso. Quatro mesorregiões (Alto Solimões, Vale do Rio Acre, Grande Fronteira do Mercosul e Metade Sul do Rio Grande do Sul) situam-se integral ou parcialmente na Faixa de Fronteira. No que se refere ainda aos programas de desenvolvimento regional, vale ressaltar também que, no período do Plano Plurianual de 2004-2007, eram cinco os programas em atuação: Promeso, Conviver, PDFF, Promover e Produzir. Entretanto, a partir de 2008 passaram a ser em número de três os programas de desenvolvimento regional constantes do Plano Plurianual, na medida em que tanto o Promover quanto o Produzir foram incorporados como ações aos demais programas. O Projeto Produzir, além disso, continuou a desenvolver suas atividades no âmbito do PCT com a FAO até 2010.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

2 O Produzir: metodologia de ação em campo para a organização produtiva de comunidades

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Trajet贸ria do PROJETO PRODUZIR

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O Produzir: metodologia de ação em campo para a organização produtiva de comunidades Já decorrida uma larga trajetória do Projeto de Cooperação Técnica Internacional, o Programa Organização Produtiva de Comunidades (Produzir), em 2005, passa por uma reestruturação no que diz respeito às suas diretrizes metodológicas e operacionais, aprofundando sua integração com os programas de desenvolvimento regional. Um conjunto de mudanças vai ao encontro do objetivo de combater o desemprego e o subemprego nas comunidades pobres, urbanas e rurais, melhorando a qualidade de vida de seus membros e concorrendo para o desenvolvimento local sustentável e a inclusão social e econômica de pessoas e comunidades.

O

enfoque dado foi a atuação integrada em regiões prioritárias, privilegiando os arranjos e as atividades produtivas e levando em consideração a questão de gênero, as etnias diversas e a transferência de conhecimentos tecnológicos à comunidade. Nesse contexto, a Teoria da Administração para o Desenvolvimento (TAD) institucionaliza-se como o marco orientador da ação do Produzir junto ao público-alvo dos espaços prioritários da Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Essa forma de atuar está vinculada a uma ação planejada de caráter social, educacional e técnica, levando os participantes a tomarem contato com sua realidade, aprendendo a conviver com seus problemas e tentando resolvê-los. Essa atuação parte da premissa de que o principal instrumento do desenvolvimento do território é a organização produtiva, entendida como um processo educativo de troca e produção de conhecimento, porém dirigido para o trabalho e para a ação social produtiva. A teoria objetiva, além da aprendizagem, a autonomia dos indivíduos e das organizações. Com base na realidade, essa concepção metodológica reconhece e valoriza as

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

potencialidades e as experiências tanto do local quanto dos indivíduos. Explorando a relação entre a teoria e a prática no processo de formação, busca contemplar também o projeto político e a construção coletiva dos participantes, em apoio aos processos gerados de iniciativas empreendedoras.

Com essa orientação, o Produzir segue a linha mestra praticada, desde a década de 1960, pela maioria das metodologias voltadas para a promoção do desenvolvimento de comunidades, que, de forma geral, contemplam as seguintes etapas:

conhecimento ou compreensão da realidade local; identificação, sensibilização e mobilização dos atores relevantes na área de atuação; organização da comunidade como um processo mais amplo que perpassaria toda a estratégia de implantação; desenvolvimento de capacidades e conhecimentos específicos voltados para o objetivo do programa ou da iniciativa em andamento; apoio às organizações locais, em maior ou menor escala, para que estas pudessem assumir seu papel na condução de seus destinos. 26 Assim, a abordagem proposta não se assenta tanto em o que fazer, mas principalmente no porque fazer, com suas claras repercussões sobre o como fazer. Com relação ao porque fazer, o Produzir considera que a organização da comunidade é a condição meio para atingir seus objetivos e reconhece que ali o desafio reside em modificar a atitude dos participantes em relação ao modo como se organizam e como se posicionam politicamente perante sua própria condição. O que se pretendeu foi transformar a maneira como essas populações se incorporam e se acomodam aos processos de desenvolvimento regional. A metodologia proposta buscou proporcionar a inserção dos beneficiários e das comunidades no mercado regional, promovendo oportunidades de ocupação e renda, por meio da organização produtiva obtida no processo coletivo de capacitações, que se vale do desenvolvimento das capacidades empreendedoras integra-

das à lógica do desenvolvimento regional. A alocação dos insumos e da força de trabalho não deve ser encarada como consequência de um parâmetro mais ou menos adequado, mas como a seleção daquela alternativa que proporciona vantagens competitivas e comparativas para a atividade econômica que se pretende apoiar. Assim, as atividades econômicas estão vinculadas à lógica da viabilidade do mercado e às estratégias de suporte aos arranjos produtivos locais, preferencialmente aqueles apoiados pelos programas do MI. Contudo, as iniciativas promovidas pelo Produzir observaram o ideal da economia solidária (ou empreendedorismo solidário), em que são reconhecidas e respeitadas as capacidades individuais de produção dos participantes e, ao mesmo tempo, estimula-se o desenvolvimento de um ambiente solidário e cooperativo de produção econômica competitiva e sustentável.


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A metodologia propõe que a forma de organização dos empreendimentos apoiados pelo Produzir deve ser aquela que garanta maior flexibilidade e vantagem para a consolidação dos negócios que se pretende desenvolver. De acordo com as circunstâncias e as peculiaridades de cada grupo participante, podem ser apoiados empreendimentos familiares ou comunitários de menor porte, sempre privilegiando o estabelecimento de parcerias estratégicas que promovam a participação competitiva e eficiente dessas novas organizações no processo de desenvolvimento regional. A sustentação dos resultados e dos empreendimentos ao longo do tempo seria, portanto, garantida com atividades de monitoramento dos empreendimentos, nas quais os agentes vinculados à execução das ações do Produzir trabalhariam como uma “incubadora de novos negócios”. O como fazer proposto pela metodologia do Produzir tem início com a sensibilização das pessoas para a construção de empreendimentos produtivos e estende-se até a construção de uma consciência coletiva e de objetivos comuns, passando pela consciência de seus objetivos e expectativas individuais e pela identificação de potenciais e oportunidades, trabalhando o exercício concreto das parcerias e conduzindo à apropriação coletiva dos resultados do crescimento pela comunidade e ao desenvolvimento sustentável do território em que se vive. Durante a realização dos Eventos de Organização Produtiva, o foco dos trabalhos de capacitação desloca-se para os empreendimentos e os indivíduos que o compõem, organizados por projeto produtivo (ou Plano de Negócio), isto é, cada empreendimento será convertido na unidade organizativa dos grupos e das pessoas, e todo o seu desenvolvimento

e capacitação ocorrerá à medida que o empreendimento proposto venha a ser desenvolvido e implementado. Assim, as pesquisas de mercado, a identificação de parceiros e constituição de redes e alianças, a contratação das capacitações para a produção ou, ainda, a identificação de fontes alternativas de financiamento devem ser conduzidas para dar suporte ao Plano de Negócio e à sustentação e à sustentabilidade, a médio e a longo prazos, dos empreendimentos desenhados. No âmbito do como fazer, o Produzir estabelece, também, uma sistemática de operacionalização das suas ações em campo, compatíveis com as orientações das políticas públicas federais e com a cooperação técnica internacional prestada pela FAO. Os trabalhos nos territórios são conduzidos por entidades executoras selecionadas pelo Projeto, com comprovada experiência na área de atuação da ação em campo. O processo de seleção dos espaços prioritários e das atividades produtivas a serem trabalhadas parte de demandas manifestadas pelos Fóruns de Desenvolvimento, que são captadas pelos responsáveis técnicos do MI por esses espaços. A seleção é feita de forma articulada com o Plano de Ação Anual da Secretaria de Programas Regionais com base nos seguintes critérios: devem ser instituições sem fins lucrativos e com idoneidade comprovada, além de demonstrar capacidade técnico-operacional para a execução e a atuação em conformidade com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional; seus objetivos devem ser compatíveis com os objetivos dos programas de desenvolvimento regional. Com base na definição do município e da atividade produtiva a ser desenvolvida (APL), bem como da entidade executora, é assinada uma Carta de Acordo entre esta e a FAO, instrumento de pactuação

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

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que estabelece as atividades a serem desenvolvidas, o cronograma, os recursos disponibilizados, bem como produtos a serem apresentados na forma de relatórios, que permitem o planejamento e o monitoramento das atividades desenvolvidas, que são condicionantes para a liberação dos recursos pactuados. Segundo o formato operacional do Produzir, cada entidade executora deveria contar com uma equipe central composta de profissionais do seu quadro permanente encarregados da coordenação técnica,

operacional e financeira do evento, bem como do suporte e da orientação à equipe de campo contratada para o desenvolvimento das ações junto aos beneficiários. Essa equipe de campo seria composta por um técnico com conhecimento e formação na metodologia do Produzir (denominado técnico multiplicador), assessorado por profissionais de apoio, que seria responsável pela condução dos trabalhos em campo. Para apoio à equipe de campo poderiam ser contratados instrutores para capacitações ou assessorias específicas.

Os Eventos de Organização Produtiva (EOPs) A realização dos Eventos de Organização Produtiva orienta-se por três eixos estratégicos: • dinamizar as capacidades criativas e pesquisadoras dos indivíduos, incentivando a busca por novos caminhos, novas soluções e promovendo o desenvolvimento do empreendedorismo; • promover a construção e o fortalecimento das capacidades organizativas, instrumentalizando os indivíduos para a gestão participativa e o desenvolvimento empresarial de suas organizações; • estimular a constituição e o fortalecimento de alianças estratégicas intersetoriais, aumentando a capacidade de diálogo para a articulação política e a integração das propostas dos vários atores e dos segmentos da sociedade com interesses e capacidade de intervenção nos territórios beneficiados pelo Programa.


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seguir para facilitar a compreensão da metodologia proposta. Segundo o modelo proposto, o processo de capacitação de um EOP desenvolve-se em seis etapas não estanques que se articulam permanentemente, constituindo um todo dinâmico, com duração total de 330 dias. O diagrama a seguir apresenta de forma esquemática as etapas do processo para facilitar a compreensão da aplicação da metodologia proposta.

Quanto às etapas do processo de capacitação nas comunidades, o método adotado pelo Produzir não difere, em excelência, das fases clássicas de qualquer plano: o diagnóstico, o planejamento, a programação, a execução, a avaliação e a retroalimentação. A organização do processo de capacitação é, no entanto, tão dinâmica que permite ressaltar apenas as etapas-chave apresentadas de forma esquemática a

ETAPAS DA INTERVENÇÃO EM UM EVENTO DE ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA (EOP) ETAPA III

ETAPA IV

ETAPA V

ETAPA VI

Implantando o Projeto Produzir

Aprendendo a competir

Empreendimento em funcionamento

Monitorando e avaliando os empreendimentos

Análise e sistematização das informações

• Apresentação do Produzir/ apresentação e integração dos participantes

• Implantando o Plano de Negócio

• Produção autônoma

• Realização de diagnóstico primário e secundário e preparação do plano de trabalho

• O indivíduo e seus sonhos • Articulação interinstitucional e formação das parcerias • Formação da equipe técnica • Mobilização das comunidades

• Visão coletiva de futuro • Instrumento de apoio à realização dos projetos • Noções de Plano de Negócio

• Aperfeiçoamento do processo de comercialização • Aprimoramento do processo produtivo

• Preparação da instalação no local

Demonstrativo de resultados do Produzir

ETAPA II

Lançamento do Produzir

ETAPA I Preparando para implantar o Projeto Produzir (mobilização)

• Avaliação do empreendimento

• Avaliação dos empreendimentos e ajustes, caso necessário

• Avaliação coletiva

• Avaliação de impacto

• Análise e sistematização das informações para prestação de contas

• Atividades para garantir a sustentação e a sustentabilidade dos empreendimentos

Capacitação permanente (em ação) Capacitação instrumental (para a ação) PRODUTO 1 Plano de Trabalho

90 dias

PRODUTO 2 Relatório das Etapas I, II e III; Plano de Negócio

15 dias

PRODUTO 3 Relatório das Etapas IV e V

45 dias

30 dias

120 dias

30 dias

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

ETAPA I – PREPARANDO PARA IMPLANTAR O PRODUZIR

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A entidade executora exerce um papel rios locais e de como se dá a utilização do fundamental durante todo o processo de capital natural. O desafio a ser vencido é implementação do EOP em uma localidainserir o EOP num conjunto de iniciativas de, especialmente e de maneira estratégiintegradas com a realidade social e ecoca, quando da aproximação do Produzir nômica local em um ambiente de diálogo, com o município selecionado. ações e reações. Nesta etapa, busca-se a mobilização da Do somatório dessas percepções resulta sociedade local, por intermédio de suas o mapa inicial de cada localidade, convenentidades e instituições, para a construção cionado como diagnóstico socioeconômico. da rede de apoio institucional e dos gruCom base nesse quadro serão construídas pos de interesse potencialmente vinculaas estratégias para atingir os objetivos defidos aos arranjos produtivos identificados nidos pelo Produzir. para aquela região. Dessa forma, a articuO diagnóstico deverá considerar as difelação deve promover a aproximação entre rentes dimensões locais em que se inserem os poderes públicos as comunidades beneficiáconstituídos, as emprerias e as relações que manCom duração de noventa dias, esta sas, as lideranças e as têm com seu meio, bem etapa é utilizada para providenciar instituições que possam como permitir a estrutua estrutura logística necessária à e queiram contribuir ração de ações em torno realização do EOP, bem como para para o desenvolvimende três eixos centrais: o elaborar diagnóstico e Plano de to do território. indivíduo, as organizações Trabalho, além de sensibilizar e Especialmente nesta e o empreendimento. mobilizar os beneficiários e os paretapa inicial, são fundaPara a realização do ceiros locais. mentais os contatos da diagnóstico podem ser equipe de técnicos com utilizados documentos os grupos ou as comunidades locais. Assim, existentes, consultas a bancos de dados por meio de alianças e de diagnósticos, secundários, pesquisas de opinião e de os técnicos desenvolvem uma base para a mercado e demais instrumentos de pesquicompreensão e a construção de afetividade sa, tais como grupos focais e entrevistas em e de compromisso com a tarefa que deveprofundidade que se mostrarem mais aderão empreender. quados às necessidades e às especificidades Neste momento são identificadas as forde cada arranjo produtivo. ças que movem aquele território, o capital Os dados levantados servirão ainda ao humano, os conhecimentos, as habilidades processo de compreensão e motivação dos e as competências, assim como as condigrupos com relação ao seu estágio atual de ções e a qualidade de vida da população desenvolvimento, às possibilidades de creslocal. Da mesma forma, são fundamentais cimento e ao esforço a ser empreendido. a percepção do capital social e dos níveis O diagnóstico poderá identificar em de confiança, bem como a cooperação seu conjunto questões para a caracterizae a reciprocidade. O conhecimento da ção dos arranjos produtivos locais (APLs), organização social e dos níveis de empotais como: localização, história, dados deramento da população tem importânsocioeconômicos, contexto socioeconômicia estratégica, bem como os diferentes co-cultural, estrutura da cadeia produtiva, modos de liderança, participação e negopessoas e/ou instituições-chave, líderes, ciação de conflitos nos processos decisóatores e protagonistas locais, identificação


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Quadro síntese: Etapa I – Preparando para implantar o Produzir CONTEÚDO

ESTRATÉGIA

Realização de diagnóstico com base em dados primários e secundários e preparação do Plano de Trabalho

• Conversações, observações, entrevistas informais e abertas, histórias de vida, caminhadas sistemáticas acompanhadas por lideranças locais • Diagnóstico Rápido Rural e Diagnóstico Rápido Participativo (métodos que permitem que a população local compartilhe, enriqueça e analise seu conhecimento sobre suas condições de vida, viabilizando o planejamento e a ação)

Articulação interinstitucional e formação das parcerias

• Visitas, reuniões. • Realização de pactos, convênios, acordos, etc

Formação da equipe técnica

• Identificação de profissionais, contato • Nivelamento de métodos e informações

Sensibilização e mobilização das comunidades

• Visitas, contatos, reuniões. Identificação das comunidades que participarão do EOP

Preparação da instalação no campo

• Preparação do material a ser utilizado • Identificação do número e dos tipos de empreendimentos que poderão ser apoiados • Identificação e contato com assessores técnicos • Identificação dos beneficiários • Definição da agenda de lançamento e implantação do EOP

de gargalos produtivos, tecnológicos, comerciais, de acesso ao crédito, de recursos humanos, levantamento de necessidades de estudos específicos para a promoção e a inserção das iniciativas produtivas no mercado, canais de comercialização, tecnologias de uso comum, concorrência, logística, opções estratégicas e recursos cognitivos e institucionais dos atores que compõem o sistema local. O que se pretende nesta fase, além da sensibilização e da conscientização das comunidades locais sobre a proposta de atuação, é identificar, de forma sistemática, o conjunto de oportunidades, ameaças e riscos que envolvem a dinâmica e a sustentabilidade de cada APL específico, levando os atores locais a um comportamento proativo de maior cooperação e integração dos interesses. Trata-se, portanto, de construir uma primeira análise do posicionamento competitivo do APL, que envolve o conhecimento do mundo e a visualização de suas efetivas possibilidades em termos de mercado. Um dos métodos para avançar nesse domínio é a construção do mapa de ameaças/oportunidades, pontos fortes/ pontos fracos do arranjo.

Considerando esse diagnóstico, a entidade executora apresenta seu Plano de Trabalho, que demonstrará como serão desenvolvidas as ações na localidade, quais os parceiros identificados que poderão apoiar os empreendimentos locais, quantas e quais pessoas comporão a equipe de execução e quais as atividades que serão desenvolvidas. O Plano de Trabalho, após a aprovação do MI e da FAO, será o instrumento orientador das atividades a serem desenvolvidas no EOP. Como base para a construção do Plano, é sugerido que a entidade executora monte uma planilha semelhante a uma matriz lógica, na qual são sintetizadas as informações essenciais do Projeto: objetivos principais e intermediários, metas a serem alcançadas, respectivos indicadores de verificação e responsabilidades, os quais nortearão a execução do trabalho e seu monitoramento, apontando o que será feito, como, onde, quando e quanto custará a execução. Por fim, deverão estar delineados os meios para verificação e os pressupostos necessários para sua consecução. Ao final desta fase de mobilização é definida uma agenda de lançamento e de implantação do Evento de Organização Produtiva.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

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ETAPA II – IMPLANTANDO O PRODUZIR Segundo o método adotado, nesta fase junto, buscando despertar nas pessoas é importante se ter em conta que, para o reconhecimento e as vantagens de um o alcance de suas metas, o EOP deve processo mais solidário de desenvolviser, além de tecnicamente consistente, mento, demonstrando os benefícios da gerador de uma intensa mobilização dos cooperação e da participação dos intesegmentos da sociedade civil, em regime grantes de um grupo para que se atinde pacto e parceria com as autoridades e jam objetivos comuns. as instituições locais e regionais. Ainda nesta etapa, são fornecidos instruPara a Teoria de Administração para o mentos de planejamento que auxiliarão na Desenvolvimento, o aprimoramento de elaboração de um Plano de Negócio. capacidades empreendedoras, um dos objetivos centrais do evento, baseia-se em EVENTO DE LANÇAMENTO DO EOP ações de estímulo à formação de empreConforme mencionado anteriormenendimentos coletivos, que passam desde te, na fase de mobilização é definida o apoio ao empreendeuma agenda para a dorismo individual até realização do evento a transferência sistemáde lançamento do As atividades desta etapa ocorrem tica de competências EOP, que deve ocorrer em 15 dias e nelas os beneficiários em gerenciamento imediatamente após reforçam seus laços de solidaempresarial, organizao término da segunda riedade a fim de criar a noção de ção produtiva, inovação etapa e antes do início grupo e recebem noções de Plano tecnológica, design de da terceira. São convide Negócio e de ferramentas geprodutos e estratégias dados todos os atores renciais. Ao final desse período é de mercado. ligados ao APL e ao realizada uma cerimônia de lançaA capacidade emterritório, e o evento mento do EOP da qual participam preendedora é tratada, deverá contar com um os beneficiários e os demais atores inicialmente, do ponto alto grau de represenlocais e regionais envolvidos direta de vista do indivíduo, tatividade das lideranou indiretamente na intervenção. de seu plano de vida, ças locais. suas expectativas e seus Por ocasião do eveninteresses. Com base no plano de vida to de lançamento, sugere-se a assinatura de cada um, constroem-se a visão de dos termos de parcerias acordadas até futuro do grupo e a articulação existente aquele momento e a apresentação do entre os sonhos individuais e coletivos. cronograma de execução do Plano de Nesta fase, pretende-se trazer para o Trabalho para aquele município. nível da consciência individual e coleO evento será aberto à participação tiva as potencialidades e as esperanças, dos órgãos de imprensa, visando a dar demonstrando as interdependências publicidade e transparência às ações entre os participantes, como grupo, na do EOP, especialmente para as comuniconstrução e no desenvolvimento de um dades locais e da mesorregião onde se projeto comum. localiza o município, o que pode ajudar Capacidade e gestão empreendedora, no acompanhamento das ações, assim trabalho em equipe, formas de orgacomo contribuir para a ampliação do nização dos empreendimentos, entre ambiente propício ao desenvolvimento outras, são questões discutidas em confomentado na região.


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Quadro síntese: Etapa II – Implantando o Produzir CONTEÚDO

Apresentação

O indivíduo e seus sonhos

ESTRATÉGIA • Apresentação do Produzir • Apresentação/integração do grupo • Levantamento de expectativas • Dúvidas e conhecimentos • Contrato de convivência

• Discutir a missão do indivíduo nos processos de mudança • Como enfrentar a descrença que domina grande parte das pessoas • Apoiar o desenvolvimento de habilidades que permitam que o indivíduo realize seus sonhos

Visão coletiva de futuro

• Enfocar a importância de conhecer a si e ao outro, de exercitar a percepção e a comunicação para ampliar as relações interpessoais e, assim, explorar, descobrir e partilhar necessidades, interesses, ideias e experiências que possibilitem a construção de projetos comuns • Demonstrar a importância da cooperação e da participação de todos para o alcance de objetivos comuns • Promover a reflexão sobre valores associativistas

Instrumentos de apoio à realização dos projetos

• Discutir o desenvolvimento local e territorial • Discutir políticas públicas para um desenvolvimento local sustentável – o Produzir e o desenvolvimento local • Despertar para o desenvolvimento de atitudes cooperativas e para o uso de instrumentos de planejamento e organização como formas de ter bons resultados nos seus empreendimentos

Noções do Plano de Negócio

• Disponibilizar instrumentos que permitam o planejamento para implantação de uma atividade produtiva, abordando os temas a seguir: - conhecimento da realidade - conhecimento da atividade econômica - formas de organização dos empreendimentos (associativismo, cooperativismo, consórcios, redes, iniciativa privada) - empreendedorismo e gestão empreendedora - liderança - trabalho em equipe - instrumentos de planejamento

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

ETAPA III – APRENDENDO A COMPETIR

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Para o apoio ao desenvolvimento de Essa base de operações não substitui um determinado setor, é importante que nenhuma entidade local ou estadual sejam congregadas diferentes entidades e e deve nascer do reconhecimento das instituições que possam governanças locais apoiar o processo e o quanto à necessidaDurante 45 dias os participantes fortalecimento das ações de de trabalhar em são capacitados por profissiopropostas, tais como asconjunto em prol do nais, instrutores ou consultores, sociações empresariais, desenvolvimento do nas áreas de produção, gestão e poder público, universiarranjo produtivo comercialização, visando à impledades, centros tecnológiem questão. A dinâmentação do Plano de Negócio cos, escolas de formação mica desse conjunto proposto. No final desta etapa é de mão de obra, agentes inclui atividades de realizada outra cerimônia denomifinanceiros, órgãos de articulação, de discusnada Demonstrativo de Resultadesenvolvimento, entre são de propostas, de dos, quando são apresentados os outras, que devem estar desenvolvimento de avanços obtidos até o momento. articuladas em torno de projetos, de coordenauma base fixa de opeção, além da busca de rações. Por isso, é importante que esses outros parceiros e patrocinadores para agrupamentos disponham de governanviabilizar o processo. ças atuantes e comprometidas com a coNessa etapa de implantação do emmunidade diretamente beneficiada e que preendimento, a metodologia orienta estejam dispostas a disponibilizar pessoas para um conjunto de valores e normas e recursos no território para abrigar as a serem assimilados e cumpridos pelos ações a serem realizadas. empreendedores, tais como: envolvimento e articulação de instâncias estatais, privadas e não governamentais; modelo de gestão que garanta controle social, mapeamento e resolução de conflitos, eficiência, transparência e ética numa estrutura que permita igualdade; ter um “espaço” que garanta um ambiente social saudável que propicie a continuidade dos processos iniciados; quem norteia o “negócio” sempre é o “NÓS” e não o “EU”; além das regras internas, as normas/regras externas deverão sempre ser consideradas; elaboração de projetos para solicitação de apoios financeiros às mais diversas instituições de fomento e financiamento.


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Quadro síntese: Etapa III – Aprendendo a competir CONTEÚDO

ESTRATÉGIA

Implantação do Plano de Negócio

• Identificação de necessidades e gargalos existentes no aprimoramento do processo de gestão • Definição de normas e procedimentos administrativos • Avaliação do espaço, das estruturas e dos ambientes apropriados para a instalação do empreendimento, com o levantamento da infraestrutura básica instalada, tais como fontes de energia disponíveis, vias de acesso, comunicação e estrutura de apoio, rede bancária, assessoria contábil, assistência técnica, gráfica, dentre outras de relevância para o processo • Planejamento das atividades a serem implementadas, aliadas ao monitoramento para verificar o percurso, acompanhar a geração de resultados (positivos e negativos) e avaliar impactos em tempo real

Aprimoramento do processo produtivo

• Envolve treinamentos específicos, de acordo com a atividade econômica selecionada, que poderá ser desde uma simples assessoria técnica para os grupos que já estão em fase avançada do processo produtivo ou uma consultoria de maior duração para aqueles que estão iniciando o empreendimento e ainda não sabem produzir • Mapeamento da cadeia produtiva, segundo APL proposto, identificando insumos, mão de obra disponível e mercados

QUADRO SÍNTESE: ETAPA III – APRENDENDO A COMPETIR • Avaliação dos mercados potenciais, locais, regionais, nacionais e internacionais por meio de observação participaVisão coletiva de futuro

tiva e dados secundários • Apropriação de dados socioeconômicos da população direta e indiretamente beneficiada pela iniciativa • Desenvolvimento da marca do produto, da embalagem, dos padrões de qualidade, das formas de comercialização e divulgação da produção (marketing) • Prospecção de negócios para apoiar a comercialização de produtos e serviços, identificando novas parcerias, clientes e nichos de mercado

Implantando o Plano de Negócio

O técnico facilitador, a equipe local e os assessores técnicos acompanham os grupos produtivos na elaboração e na implantação do Plano de Negócio, para colaborar na identificação das principais necessidades e gargalos existentes no mercado, nos processos ligados direta ou indiretamente aos arranjos produtivos selecionados e no aprimoramento da gestão dos empreendimentos coletivos. Esse Plano envolve o funcionamento do empreendimento, atendendo às normas e aos procedimentos administrativos. Para a Etapa III do processo, o Plano deve contemplar os fluxos de materiais, de recursos humanos e de capital, bem como os trâmites técnicos e legais, administrativos e financeiros, de forma dinâmica e respeitando a periodicidade com que são exigidos. O plano administrativo e gerencial deve contemplar o completo planejamento das

atividades a serem implementadas, aliadas ao monitoramento para verificar o percurso, acompanhar a geração de resultados (positivos e negativos) e avaliar impactos.

Aprimoramento do processo produtivo

A partir da elaboração do Plano de Negócio, é possível oferecer capacitações para aprimoramento do processo produtivo, de acordo com as necessidades identificadas na fase anterior e conforme previsto no Plano de Trabalho. Esta fase envolve treinamentos específicos, de acordo com a atividade econômica selecionada, que podem ser desde uma simples assessoria técnica para os grupos que já estão em fase avançada do processo produtivo até uma consultoria de maior duração para aqueles que estão iniciando o empreendimento e ainda não sabem produzir. Mas deve-se ter a preocupação de que este momento da ação não se reduza a meros treinamentos.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

As alianças são fundamentais neste momento. Elas podem facilitar e promover o acesso à formação específica, além de agregar valor à produção, particularmente aquelas com parceiros estratégicos, tais como universidades, escolas técnicas e outros, que podem repassar aos empreendedores ferramentas adequadas para melhoria do processo de produção.

Aperfeiçoamento do processo de comercialização

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Além do aprimoramento do processo produtivo, também é importante oferecer capacitações específicas que contribuam para o aperfeiçoamento do processo de comercialização, identificadas no Plano de Trabalho e na fase de aprimoramento do processo produtivo. A intenção é subsidiar os grupos produtivos com um amplo leque de informações sobre comercialização, introduzindo conceitos de mercado, logística e de mapeamento da cadeia produtiva, de acordo com o empreendimento proposto. Para isso, devem ser identificados insumos e mão de obra disponível com base na análise e na apropriação de dados socioeconômicos nas escalas regional, nacional e internacional. O objetivo é compreender e localizar os mercados por meio de observação participativa, levantamento ou compilação de dados primários e secundários. Para esta etapa está programado também o desenvolvimento da marca do negócio e do produto, das embalagens, dos padrões de qualidade, das formas de comercialização e divulgação da produção (marketing). Além disso, o aperfeiçoamento do processo de comercialização inclui a prospecção de negócios, a identificação de clientes e nichos de mercado potenciais e a formação de parcerias que podem apoiar a inserção dos produtos e dos serviços no mercado.

PLANO DE NEGÓCIO: O EXEMPLO DA CANTINA DE VINHO DE BARRACÃO-PR

Um dos instrumentos propostos pela Teoria da Administração para o Desenvolvimento e utilizados tanto pelos Eventos de Organização Produtiva como pelas Oficinas de Gestão é o Plano de Negócio (PN). Para mostrar como ele funciona, vamos usar como exemplo um PN desenvolvido para criar uma sinergia entre dois empreendimentos apoiados pelo Produzir na região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai que foram unificados em fevereiro de 2009 em torno de um objetivo estratégico conjunto. Estamos nos referindo a um arranjo produtivo local (APL) de vitivinicultura desenvolvido nos municípios de Barracão, no Paraná, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e a um APL de bovinocultura de leite implantado na cidade paranaense de Bom Jesus do Sul. Vale destacar que cada um dos empreendimentos manteve independência em relação à sua gestão financeira, mas os produtores de uvas e de leite dos três municípios participaram ativamente da ampliação da produção e da discussão dos Planos de Negócio para cada unidade produtiva participante desta ação integrada. A exemplo dos demais PNs, também nesse caso a equipe de consultores da Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná – entidade executora do EOP que deu suporte a este trabalho – elegeu para cada beneficiária – cantina, fábrica de sucos e fábrica de queijos – uma metodologia focada nas suas reais necessidades, o que exigiu estudos preliminares e pesquisas de mercado de toda a cadeia produtiva dos municípios envolvidos. Na busca da eficiência e do sucesso desses dois empreendimentos, foram geradas informações e processos sistemáticos levando-se em conta os aspectos produtivo, comercial, administrativo, social, ambiental, econômico e financeiro. No caso da Associação dos Vitivinicultores da Trifronteira (Avitri), formada em janeiro de 2009 com a integração de pequenos produtores de uvas dos três municípios já citados, foi elaborado um PN para viabilizar a produção de vinho, suco de uva, doces e geleias e o fomento a outras atividades, como o artesanato. Ele também previu a utilização da Cantina de Vinho construída com o suporte do Programa PDFF para a comercialização desses produtos.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Com amplo pátio de estacionamento e localizada ao lado de um grande estabelecimento comercial que serve o tradicional café colonial, a Cantina foi montada em um trevo na beira da estrada que vem de São Miguel d’Oeste e liga Barracão a Dionísio Cerqueira, um dos principais caminhos do entroncamento que faz a ligação do Sul do Brasil e o restante do país, sendo grande o fluxo de veículos e de turistas para a Argentina, para o caminho das praias de Santa Catarina e para Foz do Iguaçu. Esse PN partiu do princípio de que o projeto é praticamente autossuficiente, pois as uvas usadas no processo de beneficiamento são produzidas pelos próprios membros da associação, mas não foi descartada a possibilidade de adquirir matéria-prima de

outras regiões, mesmo se, na fase de estruturação, alguns produtores já manifestavam interesse em expandir seus parreirais e outros de iniciar o cultivo de uva, o que garante um crescimento sustentável. Com relação aos tipos de produtos, foi sugerida a produção de vinho colonial e suco de uva, mesmo se ali perto estão disponíveis vinhos argentinos. A ideia é abocanhar uma boa fatia de mercado que atualmente é dos vinhos argentinos por meio de uma política de fornecimento contínuo e preços justos.

Missão do empreendimento Vinho: ser referência entre os melhores vinhos coloniais da região e do Brasil, proporcionando um sabor diferenciado e contribuindo para uma vida saudável. Sucos e geleias: ser referência em produção de sucos e doces na região sudoeste do Paraná e no Brasil, oferecendo produtos de qualidade e contribuindo para uma vida mais saudável. Objetivo do empreendimento Promover a verticalização das diversas atividades relacionadas à agricultura e à agroindústria familiar, agregando valores, integrando os produtores da região e proporcionando aumento de rentabilidade e sustentabilidade. Objetivos de cada atividade Vinho: promover a verticalização da atividade da vitivinicultura, agregando valores, integrando os produtores da trifronteira e proporcionando aumento de rentabilidade e sustentabilidade. Suco: proporcionar renda, integrar os produtores dos três municípios, respeitando os princípios da sustentabilidade. Produtos, serviços e a tecnologia instalada Os produtos que fazem parte do mix inicial que já foram produzidos e serão comercializados no mercado final serão os itens abaixo, no entanto até o momento não foi realizada produção de subprodutos, mas que serão contemplados futuramente, o que desde já evidenciamos para ser avaliado no processo contínuo de expansão. Vinho colonial: garrafão de 4,6 litros; garrafa de 750 ml e de 500 ml (tinto, rosé e branco, tanto seco quanto suave). A loja de conveniência Contará com showroom de diversos produtos da agricultura familiar, artesanato e principalmente de vinhos, sucos e geleias, buscando solidificar-se como ponto turístico e de parada para quem trafega pela região.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS Trata-se de um evento que se realiza entre as etapas III e IV, com o objetivo de tornar público o resultado das ações do EOP, mediante a exposição dos produtos e da realização de outras atividades a critério do grupo. Participam como convidados o MI, o poder público local, os parceiros, os possíveis compradores e todos aqueles que tiverem interesse em verificar as ações promovidas ou adquirir os produtos. A imprensa local e regional também deve

estar presente neste evento que marca a saída do técnico multiplicador e prepara os beneficiários para a etapa autônoma (etapa IV), na qual terão a possibilidade de gerir sozinhos seu próprio negócio.

ETAPA IV – EMPREENDIMENTO EM FUNCIONAMENTO

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Nesta etapa espera-se que os partiAvaliação por empreendimento cipantes tenham condições de operar Enquanto os trabalhos são desenvolvide maneira autônoma seus empreendos pelos grupos produtivos, os técnicos dimentos, na medida em que todos fazem auditorias constantes para avaliar os recursos materiais, teóricos e teco andamento dos processos de gestão, nológicos foram disponibilizados aos produção e comercialização, verificando grupos. Tem-se a expectativa também como cada grupo de empreendedores está de que os segmentos desenvolvendo o Plano de apoio local estede Negócio, como jam desempenhando estão sendo aplicados Em um período de trinta dias, os efetivamente seus os conhecimentos beneficiários conduzem seus empapéis previamente adquiridos ao longo preendimentos de forma autônoassumidos. De maneido processo e, caso ma, e, ao final da etapa, ocorre ra formal ou não, o necessário, sugerindo uma avaliação de cada empreenempreendimento está correções de rumo. dimento e uma avaliação coletiva pronto para um com o objetivo de identificar os “voo solo”. Avaliação coletiva pontos fracos que ainda persistem Ao final desta quare montar um plano de ação para a Produção autônoma ta etapa, os técnicos próxima etapa. Os grupos produtireúnem os particivos dão continuidade pantes do Produzir à produção, agora sem a supervisão para uma avaliação coletiva do processo diária dos técnicos e sem acompade implantação do EOP. Essa avaliação nhamento de equipes de execução ou permite que a entidade executora identiquaisquer outros, para continuar a fique pontos a serem aprimorados. Serve colocar em prática de forma autônoma também para que cada grupo reavalie tudo o que apreenderam do processo, seu Plano de Negócio, reflita sobre os podendo assim vivenciar as dificuldarumos do empreendimento e produza des inerentes à gestão, à produção e à uma estratégia de mais longo prazo, cocomercialização de qualquer empreentejando os avanços alcançados com suas dimento em seu período inicial. expectativas e seus planos de vida.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Quadro Síntese: Etapa IV – Empreendimento em funcionamento CONTEÚDO Produção autônoma Avaliação do empreendimento

Avaliação coletiva

ESTRATÉGIA • Grupos produtivos dão continuidade à produção sem a supervisão dos técnicos • Auditoria técnica nos processos de gestão, produção e comercialização verificando como estão sendo aplicados os conhecimentos adquiridos • Reunião entre a equipe de técnicos e beneficiários para avaliação dos empreendimentos e da implantação do EOP • Realização de evento para exposição dos produtos

ETAPA V – MONITORANDO E AVALIANDO OS EMPREENDIMENTOS Desde a concepção do Projeto até sua meio de ações pontuais de capacitação, finalização, o monitoramento e a avaliação assistência técnica especializada ou consão uma constante e ofesultorias. O objetivo recem elementos para é assessorar o emCom duração de 120 dias, esta etaa tomada de decisões e preendimento, pa busca sanar as fragilidades dos para a definição das esprincipalmente nas grupos produtivos, a fim de consolitratégias mais recomenáreas de processos de dar os empreendimentos e viabilizar dadas em cada situação. produção, gerenciais economicamente as atividades. Essa compreensão leva e mercadológicos, em conta que o planejaampliando dessa mento é um processo de forma a possibilidade conversação sempre aberto que combina de sucesso das iniciativas produtivas e a cálculo e improvisação, ação e espera. garantia de sua viabilidade econômica. A etapa de monitoramento deve focar a Também é o momento de levantar as garantia da sustentabilidade e a viabilidafontes de financiamento e encaminhar as de econômica dos empreendimentos por demandas a elas. Quadro síntese: Etapa V – Monitorando e avaliando os empreendimentos CONTEÚDO

ESTRATÉGIA

Monitoramento

• Retorno dos técnicos às comunidades para avaliação dos empreendimentos e realização de ajustes, caso necessário • Assessoramento ao empreendimento nas áreas de assistência técnica especializada, financiamento, mercado e outras deficiências identificadas

Avaliação de Impacto

• Avaliação pela entidade executora do impacto socioeconômico da implantação do Produzir

ETAPA VI – ANÁLISE E SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES Nesta etapa final do processo, a entidade trabalha para sistematizar os resultados obtidos com o evento, os quais serão organizados em um relatório sintético, de acordo com os critérios da coordenação do Produzir. A entidade deverá, também, preparar a prestação de contas dos recursos aplicados na execução do evento.

No período de trinta dias, a entidade executora elabora os relatórios finais e a prestação de contas.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Uma nova etapa do Produzir

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A metodologia do Produzir foi sendo aperfeiçoada na sua aplicação no período de 2005 a 2007, com a realização de Eventos de Organização Produtiva (EOPs). Em setembro de 2007, foi aprovada nova revisão do Documento de Projeto, estendendo sua vigência até 31 de dezembro de 2009, tendo como objetivo promover a avaliação dos resultados do PCT ao longo de sua execução, bem como realizar um processo de transição gradativa da forma de execução do Projeto por meio da sua incorporação como ação integrante dos projetos de desenvolvimento regional de base territorial: Promeso, Conviver e PDFF. Ainda no ano de 2009, foi proposta na revisão do Plano Plurianual (PPA 2008-2011) a inclusão da ação Apoio à Geração de Empreendimentos Produtivos no âmbito dos três programas de desenvolvimento territorial da Secretaria de Programas Regionais, antes citados, buscando a aplicar neles a metodologia desenvolvida pelo Projeto Produzir, assim como ampliar a integração da ação capacitadora dos eventos aos arranjos produtivos locais. Entre os resultados buscados com essa integração, destaca-se a continuidade do apoio às comunidades locais e aos empreendimentos gerados, permitindo que recursos fossem agregados em favor da infraestrutura de produção, além de dar suporte aos processos de desenvolvimento econômico e social sustentável. A realização de parcerias com as instituições locais e regionais e com outros parceiros governamentais em favor dos empreendimentos gerados pela ação dos projetos e programas é fator fundamental para sua sustentabilidade. Novos procedimentos internos foram estabelecidos nesse período, visando à ampliação e à articulação com os espaços prioritários e com os Fóruns de Desenvolvimento, assim como com as demais ações dos programas de desenvolvimento regional. Dentre eles, cabe destacar a realiza-

ção de três Reuniões de Planejamento da Ação em Campo ocorridas em Brasília, com a participação dos principais parceiros na realização dos eventos – MI, entidades executoras, parceiros locais/regionais, beneficiários – objetivando iniciar o processo de discussão das prioridades e definição de estratégias para a ação em campo. Para cada um desses eventos foi articulada a participação daqueles EOPs e OGs que tinham início simultâneo, gerando um espaço de discussão da metodologia, de esclarecimento de dúvidas, de troca de experiências e de articulação das parcerias institucionais que iriam dar sustentação à ação em campo, tendo em vista a ampliação dos resultados a serem alcançados. Junto à maior articulação com os programas da SPR, uma nova demanda surgiu: a necessidade de trabalhar mais intensamente o fortalecimento e a sustentabilidade dos empreendimentos gerados pelos Eventos de Organização Produtiva, assim como aqueles gerados pelo apoio dos Programas Promeso, Conviver e PDFF. Nesse contexto, foi elaborado pela equipe do Produzir, juntamente com a FAO, um novo modelo de evento, denominado Oficina de Gestão, com a função de aperfeiçoar as capacidades empreendedoras, de planejamento e de gestão de micro e pequenos empreendimentos geridos coletivamente. Para a seleção dos empreendimentos nos quais seriam realizadas as Oficinas de Gestão, era condição necessária que estes tivessem uma estrutura produtiva em consolidação e o empreendimento em funcionamento.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

A Oficina de Gestão A estrutura da Oficina de Gestão foi formulada para oferecer a empreendimentos já constituídos e em funcionamento apoio intensivo de capacitação e assessoramento, com vistas a qualificar sua estrutura de gestão e de produção, visando a seu fortalecimento e sua sustentabilidade. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a gestão e o planejamento são apontados como responsáveis por mais de 80% dos casos de insucesso dos pequenos empreendimentos. Por essa razão, a Oficina de Gestão define como premissa básica o apoio e o fortalecimento do empreendimento nos aspectos de sua gestão administrativa,

operacional e estratégica, tendo como referencial a elaboração e a implementação de seu Plano de Negócio. Além disso, a Oficina permite também um esforço de qualificação de aspectos relacionados à produção ou à comercialização, definidos como prioritários para o fortalecimento dos empreendimentos, identificados como gargalos a serem superados para alcançar sua sustentabilidade. O modelo de organização de uma Oficina de Gestão prevê um processo de capacitação a ser implementado num período de 120 dias e permite distinguir três etapas, não estanques, que se articulam entre si, constituindo um todo dinâmico e cambiante. A seguir são apresentadas as estratégias previstas para a implementação de uma Oficina em suas etapas.

ETAPAS DA INTERVENÇÃO ETAPA I

ETAPA II

ETAPA III

PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

EXECUÇÃO

FINALIZAÇÃO DA OFICINA DE GESTÃO

• Realizar reunião de apresentação da Oficina de Gestão e articulação de parcerias • Revisar e sistematizar as informações • Analisar os antecedentes • Realizar Oficina de Diagnóstico Participativo • Elaborar o Plano de Ação • Realizar reunião de validação com o público-alvo e parceiros locais • Entrega do Plano de Trabalho ao MI para aprovação • Realizar Ações de Planejamento da Ofincina de Gestão • Realizar reuniões preparatórias • Realizar planejamento orçamentário • Providenciar as condições necessárias à realização da Oficina de Gestão • Mobilizar e sensibilizar • Providenciar as equipes necessárias • Nivelamento de conhecimentos

• Implementar o Plano de Traballho de para responder objetiva e pragmaticamente aos gargalos identificados (e priorizados) nas unidades produtivas beneficiadas • Inserção do empreendimento no contexto do APL • Realizar capacitações e criar as condições para o fortalecimento da gestão • Realizar capacitações específicas para produção e comercialização • Elaborar e implantar o plano de negócios • Dar suporte à formalização do empreendimento • Monitorar o processo produtivo • Superar os gargalos da gestão • Superar os gargalos da produção e/ou de comercialização • Elaboração do Manual de Orientações e Procedimentos (MOP) • Estabelecer um Quadro de Frequência de Incidentes Críticos • Confeccionar um plano para correção dos desvios • Redigir o Manual de Orientações e Procedimentos (MOP)

• Adotar os procedimentos para a finalização da Oficina de Gestão

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

• Elaborar Plano de Trabalho, que deverá ser composto por um Diagnóstico Técnico e Participativo da atividade produtiva e um Plano de Ação

• Auxiliar beneficiários em uma reunião de planejamento com os parceiros • Fortalecer parcerias locais e regionais • Auxiliar na composição de uma agenda de desenvolvimento da atividade produtiva • Aplicar questionário de avaliação • Preparar Relatório Final de Execução e Prestação de Contas

Capacitação permanente (em ação)

ETAPA I – PLANEJAMENTO DAS AÇÕES PRODUTO 1 Plano de Trabalho

30 dias

PRODUTO 2 Manual de Orientações e Procedimentos (MOP); Plano de Negócios e Relatório das Etapas I e II

50 dias

Preparar Relatório Final de Execução e Prestação de Contas (em até 60 dias após o término da Etapa III)

40 dias

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

ETAPA I – PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

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seguida, faz-se uma Oficina de Diagnóstico Na sua forma de aplicação, a Oficina de Participativo com o grupo beneficiário a Gestão parte da mobilização e da sensibifim de levantar as principais necessidalização da sociedade civil organizada, das des do grupo para o desenvolvimento do lideranças locais, da iniciativa privada e do empreendimento. Com base nessas inforpoder público local e estadual para estabemações é elaborado o Plano de Ação que, lecer alianças estratégicas tendo em vista a juntamente com o diagnóstico, compõe construção da rede de apoio institucional o Plano de Trabalho. Para validação do e dos grupos de interesse potencialmente Plano de Trabalho, é realizada reunião vinculados ao empreendimento produtivo com o público-alvo e apoiado na Oficina de parceiros locais (poder Gestão e no arranjo Com duração de trinta dias, esta público local; organizaprodutivo local a ele etapa é utilizada para providenciar a ções não governamenrelacionado. estrutura logística necessária à realitais, iniciativa privada). Para a mobilização zação da OG, bem como para elaboApós a validação local, pretendida é realizada rar diagnóstico e Plano de Trabalho, o Plano de Trabalho uma reunião de aprealém de sensibilizar e mobilizar os é encaminhado para sentação da Oficina de beneficiários e os parceiros locais. aprovação do MI e da Gestão, com a particiFAO. pação de representantes Em seguida, a entido MI, quando se dá dade executora realiza reuniões preparainício à articulação e à mobilização dos tórias com todos os atores envolvidos para parceiros locais, regionais e estaduais, apresentar o Plano de Ação e consolidar a estabelecendo uma aliança intersetorial mobilização e a sensibilização dos parceiros para a Oficina de Gestão. São revisadas e locais, estaduais e mesorregionais, estabelesistematizadas as informações disponíveis sobre a localidade selecionada e, em parti- cendo alianças estratégicas. Nesse momento são definidas as equipes necessárias para cular, sobre o empreendimento e a comua realização da Oficina de Gestão, identifinidade na qual está inserido por meio de cando os consultores e os instrutores para um diagnóstico técnico. as ações pretendidas, bem como definindo São analisados os antecedentes exisa logística e a adequação da estrutura física tentes na estratégia de desenvolvimento de produção, equipamentos e máquinas, sub-regional, considerando o arranjo proaquisição de insumos e outras medidas produtivo local (APL) e os projetos que deram suporte à criação do empreendimento. Em postas no Plano de Trabalho. Quadro síntese: Etapa I – Planejamento das ações CONTEÚDO Mobilização

ESTRATÉGIA • Realização de reunião de apresentação da Oficina de Gestão • Mobilização de parcerias para diagnóstico e execução da Oficina de Gestão

Elaboração do Plano de Trabalho

• Diagnóstico (técnico e participativo) da atividade produtiva, composto de informações técnicas, de logística e financeiras do empreendimento e do APL, bem como dos resultados da Oficina de Diagnóstico Participativo realizada com o grupo • Plano de Ação: proposta de intervenção elaborada de forma participativa, visando ao estabelecimento da grade de atividades a serem executadas na Etapa II

Preparação para a ação em campo

• Definição e contratação de pessoal • Organização da logística para a realização da OG


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

ETAPA II – EXECUÇÃO DAS AÇÕES A Oficina de Gestão busca a discussão iniciativa privada, entre outras – e introcom a comunidade local de questões duzir práticas de economia solidária, como capacidade e gestão empreendeempreendedorismo, gestão empreendedora, assim como trabalho em equipe dora e alfabetização financeira. Também e formas de organização dos empreensão feitas capacitações específicas sobre dimentos, no intuito de despertar nas organização produtiva, inovação tecnopessoas o reconhecimento das vantagens lógica, design de produtos, marcas, code um processo mais solidário de desenmercialização e estratégias de mercado, volvimento e a superação de gargalos de conforme prioridades definidas no Plagestão, comercializano de Ação, ao tempo ção e produção. Outra em que é fomentada Com duração de cinquenta dias, questão importante a a formalização do esta etapa é destinada à execução ser discutida refere-se empreendimento. propriamente dita, na qual o Plano ao contexto do APL no Outros elementos de Trabalho deve ser implementamunicípio e às potende destaque são o do inserindo o empreendimento no cialidades endógenas monitoramento e o contexto do APL e corrigindo os garda localidade, recupeacompanhamento das galos da gestão, da produção ou da rando/fortalecendo a atividades produtivas comercialização, ao tempo em que cidadania e a inserção do empreendimento, oferece suporte à sua formalização. do empreendimento buscando assessorar nesse contexto. seu desenvolvimento O primeiro passo por meio da supena execução da Oficina é o acompanharação de gargalos relativos à produção, mento e o monitoramento do processo à gestão e à comercialização, lançando produtivo. Nesse momento, são obsermão de instrumentos diversos, como a vados e anotados os comportamentos e elaboração do Manual de Orientações e os resultados dos processos de produção, Procedimentos (MOP) e do Plano de Negestão e comercialização que escapem da gócio, a fim de obter êxito nas iniciativas normalidade, positiva e negativamente, produtivas e gerenciais. estabelecendo um Quadro de Frequência O Plano de Negócio continua sendo, de Incidentes Críticos. Com base nessas assim como no EOP, o instrumento norinformações, são realizadas reuniões com teador da organização administrativa e o grupo de beneficiários para apresentafinanceira do empreendimento, no qual é ção dos resultados positivos e negativos da definida uma série de aspectos fundamenavaliação dos processos e confecção de um tais a serem trabalhados e fortalecidos: a plano para correção dos desvios e replicadefinição do negócio, produtos e serviços, ção das práticas exitosas. o preço, o mercado, o plano de marketing e Nesta etapa são realizadas capacitações o plano financeiro. O MOP define-se como e criadas condições para o fortalecimento um instrumento complementar, de caráter do empreendimento coletivo, que vão do mais operacional. Trata-se de um conjunto apoio ao empreendedorismo individual de normas, procedimentos, instruções e até a transferência sistemática de compe- atividades que devem ser cumpridos pelos tências em gerenciamento empresarial, membros de um empreendimento, bem com vistas a fortalecer as formas de orga- como a forma como estas serão implemennização – associativismo, cooperativismo, tadas, quer seja individualmente ou em

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

conjunto. Descreve atividades e formas de realizá-las, informando e padronizando os procedimentos a fim de garantir a execução eficiente, além de estabelecer uma rotina para funções específicas.

Pode estar focado em atividades de gestão ou em aspectos de produção e comercialização do empreendimento, refletindo o foco de trabalho desenvolvido na Oficina de Gestão.

Quadro síntese: Etapa II – Execução das ações CONTEÚDO

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ESTRATÉGIA

Implementar o Plano de Trabalho

• Consultorias, estudos e capacitações que atendam às necessidades dos beneficiários nas áreas de organização social empreendedora, gestão de empreendimentos, bem como capacitação técnica específica na área de produção ou comercialização, conforme priorização estabelecida no Plano de Trabalho

Elaborar e implantar o Plano de Negócio

• Auditoria técnica nos processos de gestão, produção e comercialização, verificando como estão sendo aplicados os conhecimentos adquiridos

Elaborar o Manual de Orientações e Procedimentos (MOP)

• Estabelecer Quadro de Frequência de Incidentes Críticos • Elaborar o Manual de Orientações e Procedimentos como instrumento de consulta e orientação aos empreendimentos apoiados, focando nas áreas de gestão, produção, comercialização ou outras que tenham sido trabalhadas no âmbito da OG. Seu objetivo principal é orientar os participantes sobre os procedimentos, bem como padronizar suas ações

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS Ao final desta fase deve ser realizada cerimônia para apresentação dos resultados da Oficina de Gestão, bem como permitir a comercialização dos produtos dos beneficiários. É importante utilizar

esse espaço para pactuar parcerias, de forma que os parceiros assumam publicamente apoio aos beneficiários, seja por meio da assinatura de um protocolo de intenções seja por outro instrumento.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

MANUAL DE ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS (MOP): APICULTURA NA MESORREGIÃO CHAPADA DO ARARIPE Outro fruto do novo modelo de Oficina de Gestão criado e implantado pelos técnicos da Secretaria de Programas Regionais (SPR) do Ministério da Integração Nacional (MI) para maximizar os resultados do Produzir é o Manual de Orientações e Procedimentos (MOP). Além de normas, este Manual traz ainda um conjunto de instruções e descreve todas as atividades a serem implementadas naquele empreendimento, assim como a forma de realizá-las. Além disso, o MOP busca orientar os beneficiários sobre procedimentos e rotinas a serem adotados, por exemplo, quando surgirem entraves após a Oficina de Gestão. Para ilustrar no que consiste este Manual, vamos mostrar aqui o MOP preparado pelo Instituto Agropolos do Ceará para prestar assistência aos beneficiários de um arranjo produtivo local (APL) de apicultura implantado na Mesorregião Chapada Araripe pela realização de uma Oficina de Gestão do Produzir em 2009. O programa Promeso já havia disponibilizado recursos para a instalação de casas de mel nos municípios de Assaré, Araripe, Campos Sales, Salitre e Jardim e de um entreposto em Barbalha, todos no Ceará, que apresentavam dificuldades na sua gestão e na sua operacionalização. Além de instruir sobre a melhor localização dos apiários, destacando que este é um dos procedimentos mais importantes para garantir uma boa produção de mel, o Manual também descreve todas as etapas do processo produtivo e relaciona os equipamentos de proteção e segurança para os apicultores. Também constam do MOP detalhes sobre o transporte das melgueiras até a unidade de extração do mel, o fluxograma da coleta de mel, a higienização da caixa d’água e o tratamento da água a ser usada durante a produção, a higienização da unidade de extração de mel e dos equipamentos usados nesse processo e os cuidados pessoais que cada um deve observar antes de realizar suas tarefas. Também é importante nesse Manual o capítulo referente à gestão participativa, no qual os beneficiários tomam conhecimento da sua importância para o sucesso de um APL que engloba muitos parceiros, como é o caso do de apicultura. Por fim, esse MOP instrui os beneficiários do APL sobre a melhor forma de comercializar seus produtos. Logo na abertura, esse capítulo vaticina: “Quando o apicultor e demais produtores iniciam um processo produtivo, os resultados dependem basicamente de três fatores: produtividade, custos de produção e preço de venda”. Logo em seguida, o Manual lembra que o apicultor só domina completamente sua produtividade e seus custos de produção, uma vez que o preço é determinado pela lei da oferta e da procura, ou seja, pelo mercado. “Portanto” – reza o MOP – “cabe ao produtor rural planejar estrategicamente a comercialização dos seus produtos, procurando mercados cada vez mais vantajosos. Para que isso aconteça, o produtor deve manter-se informado por intermédio de jornais, revistas, sindicatos, cooperativas, associações, palestras, cursos, etc. A informação é o recurso mais adequado para auxiliar o produtor na tomada de decisão.”

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

ETAPA III – FINALIZAÇÃO DA OFICINA DE GESTÃO

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A etapa final da Oficina de Gestão tem Está prevista a aplicação de um como objetivo orientar os integrantes questionário de avaliação da Oficina do empreendimento na continuidade da de Gestão aos beneficiários. Após a aplicação dos conhecimentos e das práti- realização dessas atividades, a entidade cas apreendidas durante a execução executora deverá elaborar um relatório dos trabalhos. final de execução e É o momento em prestação de contas. que a entidade exeNo período de Com duração de quarenta dias, esta cutora busca também 2008 a 2010, foram etapa é utilizada para o fortalecimenauxiliar os beneficiários realizadas 12 Ofito das parcerias locais e a constituina organização de uma cinas de Gestão no ção de agenda do desenvolvimento reunião de planejanovo formato, perda atividade produtiva. mento com os parceiros mitindo alcançar o para encaminhar as defortalecimento de mandas diagnosticadas empreendimentos na Etapa I, de planejamento das ações, e resultantes de sete EOPs e de outros que não foram priorizadas anteriormen- projetos do Promeso, do Conviver e te. Serão fortalecidas as parcerias locais e do PDFF. Como resultado desse peregionais, com vistas ao encaminhamen- ríodo, deve também ser salientada a to e ao atendimento das demandas não realização de eventos – EOPs e OGs – priorizadas. Outro objetivo desta reunião de âmbito regional, abarcando vários é auxiliar na composição de uma agenda municípios e atendendo a uma demande desenvolvimento da atividade produti- da recorrente dos demais programas e va a ser pactuada com os parceiros. espaços prioritários. Quadro síntese: Etapa III – Finalização da Oficina de Gestão CONTEÚDO Apoio ao encaminhamento de demandas

Avaliação e encerramento

ESTRATÉGIA • Consultorias, estudos e capacitações que atendam às necessidades dos beneficiários nas áreas de organização • Realizar reunião de planejamento com os parceiros • Pactuar com parceiros uma Agenda de Desenvolvimento da Atividade Produtiva

• Questionário de avaliação com os beneficiários • Elaboração de relatório final e prestação de contas


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Novas metas: ampliar o fortalecimento de empreendimentos O fortalecimento e a integração dos empreendimentos resultantes do Projeto Produzir com as demais ações e programas da Secretaria de Programas Regionais também foram buscados por meio da ação conjunta do Produzir com a FAO e o MI para a realização da Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional. Este evento, que se consolidou nacionalmente a partir de 2009, teve como objetivo principal reunir e mobilizar os segmentos empresariais e as principais instituições governamentais e não governamentais na construção de um espaço de debate e aprimoramento das políticas públicas de estímulo ao desenvolvimento regional. A Mostra foi formatada em quatro frentes de atuação: divulgação – tornando visíveis iniciativas de desenvolvimento territorial em curso, com seus avanços e desafios; formação – proporcionando a aprendizagem compartilhada em torno do desenvolvimento regional; articulação – facilitando a constituição de novas alianças, parcerias e elos de rede que impulsionem o desenvolvimento com base territorial; e fortalecimento de agenda estratégica – fortalecendo o desenvolvimento regional como estratégia de inclusão e transformação social no contexto brasileiro e no diálogo internacional. Para o alcance dos objetivos, o evento foi dividido em módulos com atividades

paralelas: Mostra de Produtos, na qual o público pôde adquirir produtos associados ao desenvolvimento regional; Mostra Institucional, que permitiu ao público conhecer ações e programas do Ministério da Integração Nacional, de suas agências vinculadas e parceiros; Mostra Cultural, na qual o público pôde desfrutar da diversidade cultural brasileira; Congresso Internacional, em que palestras, painéis temáticos, apresentações e debates de experiências concretas, oficinas e minicursos ofereceram oportunidades para o debate e a consolidação de conhecimentos sobre desenvolvimento regional; e Rodada de Negócios, com encontros agendados com empresários vinculados aos setores apoiados pelos programas de desenvolvimento regional. A primeira edição do evento ocorreu em 2009, na cidade de Salvador, e a segunda, em Florianópolis, no ano seguinte, constituindo-se em evento anual de referência para os setores ligados ao desenvolvimento regional. Portanto, a Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional apresenta-se como espaço propício para a integração de programas, projetos e atores em favor das comunidades atendidas pelos programas de desenvolvimento regional, favorecendo espaço de comercialização de produtos e de ampliação de relações com vistas ao fortalecimento dos empreendimentos produtivos considerando o marco da Política Nacional de Desen-

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

volvimento Regional. Constitui-se em estratégia de difusão de resultados das iniciativas desenvolvidas até o momento, assim como de construção de vias para a sustentabilidade econômica dos empreendimentos fomentados pelos programas de desenvolvimento regional promovidos pelo MI. A ação conjunta do Projeto Produzir e da FAO na realização da I e da II Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional objetivou, portanto, o fortalecimento de empreendimentos originários de Eventos de Organização Produtiva e Oficinas de Gestão, ampliando sua capacidade de inserção no mercado e de acesso a um ambiente de capacitação. A participação do Produzir nas atividades da Mostra Nacional, em 2009 e 2010, vinculada à dos demais repre-

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sentantes e produtores, permitiu ampliar sua inserção nos espaços prioritários da PNDR. Para a participação na Mostra, os empreendimentos foram selecionados priorizando aqueles que já haviam alcançado um nível de produção e qualidade de produtos compatível com sua comercialização na Mostra de Produtos. Da totalidade dos empreendimentos apoiados, alguns deles apresentaram também qualidade e produção compatíveis para sua participação na Rodada de Negócios, que ocorreu em paralelo às demais atividades da Mostra. Portanto, o objetivo central da participação de representantes dos empreendimentos do Produzir foi dar suporte ao fortalecimento destes pelo acesso a atividades em três níveis:

Capacitação e integração com as ações de desenvolvimento regional: o acesso irrestrito dos participantes (representantes dos empreendimentos) a uma extensa programação de atividades pautadas na informação, no conhecimento e na capacitação permitiu ampliar o conhecimento e as relações com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), com seus espaços prioritários, com parceiros institucionais e com outros produtores e empreendimentos de atividades produtivas similares, ampliando suas perspectivas e permitindo a troca de experiências. Comercialização direta de produtos na Mostra de Produtos: realizada por meio de estandes dos espaços prioritários da PNDR, permitiu a venda direta de produtos aos visitantes da feira. Os empreendedores tiveram acesso a um espaço de exposição e venda de seus produtos, apoio para armazenamento e controle de estoques, além do apoio para transporte terrestre ou aéreo de produtos a comercializar. Participação na Rodada de Negócios: coordenada em cada Mostra pelo Sebrae local, visando a criar canais de comercialização dos produtos dos empreendimentos participantes, proporcionando o contato direto com compradores por meio de reuniões de negócios.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

2

1

4

3

1. Bordadeiras de Caicó 2. Apicultores de Poço Redondo 3. Seminário de Avaliação da Ação em Campo do Projeto Produzir 4. Painel Experiências da Atuação em Campo do Projeto Produzir

Resultados da participação do Projeto Produzir na I Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional

Mostra de Produtos

• Comercializaram produtos em estandes das sub-regiões 37 empreendimentos oriundos do Produzir dos setores de artesanato, bordados, apicultura, movelaria, tecelagem, extrativismo da castanha-do-brasil, cultura da pupunha, gemas e joias, fruticultura, processamento de alimentos, bovinocultura e vitivinicultura • Visitação de cerca de 8 mil pessoas em quatro dias de evento

Rodada de Negócios

• Participaram da Rodada de Negócios 11 empreendimentos oriundos do Produzir • Em números gerais, a Rodada de Negócios teve 130 inscritos – 73 ofertantes e 57 compradores. Em 438 reuniões agendadas foram comercializados produtos de vários segmentos, gerando negócios no valor total de R$ 1 milhão, computando as negociações pós-evento que se originaram na ocasião

Atividades paralelas do Projeto Produzir

• O Seminário de Avaliação da Ação em Campo do Projeto Produzir, com a participação de representantes das entidades executoras, técnicos multiplicadores e beneficiários do Projeto, permitiu extrair informações e reflexões relevantes das experiências vividas pelos diversos atores sociais que já haviam participado dos programas de base regional e da implementação de ações do Produzir, possibilitando a adequação metodológica da sua atuação em campo para utilização como base para a ação de apoio à geração de empreendimentos produtivos, incorporada aos programas Promeso, Conviver e PDFF • O Painel Experiências da Atuação em Campo do Projeto Produzir relatou experiências em campo do Projeto e ofereceu subsídios para pensar novas estratégias a serem incorporadas à Ação Apoio à Geração de Empreendimentos Produtivos dos programas Promeso, Conviver e PDFF

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

1

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5

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Empreendimentos apoiados pelo Produzir 1. Bordados – Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas (Caicó-RN – 2008) 2. Derivados de cana-de-açúcar– Engenho São Lourenço (Água Branca-AL – 2008) 3. Castanha-do-Brasil – Associação dos Produtores e Beneficiadores de Castanha do Município de Amaturá (Aprocam) (Amaturá-AM – 2004, 2006 e 2009) 4. Associados da Cooprap e da Coopalm com a visita do Ministro da Integração Nacional (Ituberá-BA – 2008) 5. Artesanato e biojoias – Associação dos Artesãos de Tabatinga (Artetaba) (Tabatinga-AM – 2007 e 2009) 6. Representante da Amatü – Associação das Mulheres Artesãs Ticuna de Bom Caminho participando da Rodada de Negócios da II Mostra 7. Artesanato – Associação Regional dos Artesãos e Artistas Plásticos do Oeste Catarinense (Arapoc) (Chapecó-SC – 2009) 8. Artesanato em palha da Serra das Viúvas – Associação dos Artesãos (Água Branca-AL – 2008)


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Resultados da participação do Projeto Produzir na II Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional

Mostra de Produtos

• Comercializaram produtos em estandes das sub-regiões 36 empreendimentos oriundos do Produzir dos setores de artesanato, bordados, apicultura, bovino e ovinocultura, movelaria, extrativismo da borracha e castanha-dobrasil, gemas e joias, fruticultura, processamento de alimentos, vitivinicultura • Nos estandes foram comercializados R$ 240 mil em produtos diversos durante o evento • Visitação de cerca de 16 mil pessoas em cinco dias de evento

Rodada de Negócios

• Participaram da Rodada de Negócios 12 empreendimentos oriundos do Produzir • Em números gerais, a Rodada de Negócios teve 129 inscritos – 85 ofertantes e 44 compradores –, participando efetivamente 94 inscritos. Em 420 reuniões agendadas foram comercializados produtos de vários segmentos, como alimentos, bebidas, confecção, joias, adornos, móveis e artesanatos, o que gerou negócios no valor total de R$ 990 mil, além de contatos e potenciais negócios que podem ser viabilizados futuramente

Como fechamento das ações desenvolvidas nos 16 anos de implementação do Acordo de Cooperação Técnica com a FAO, o ano de 2010 teve como foco principal as atividades técnicas para o encerramento do Projeto de Cooperação Técnica em 31 de dezembro. Nesse sentido, a avaliação do PCT revestiu-se de particular importância, tendo em consideração que o Acordo de Cooperação Técnica Internacional que dá suporte ao Projeto Produzir se desenvol-

veu incorporando uma diversidade de procedimentos e adequações realizadas, particularmente nos últimos seis anos, com a adoção de mudanças metodológicas de fundo no seu processo de desenvolvimento. Para tanto, foi contratado, mediante licitação, o Instituto de Assessoria e Desenvolvimento Humano (IADH) para realização da avaliação final do Produzir, fornecendo subsídios para a elaboração do seu relatório final.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

3 Os resultados da ação nas comunidades

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Os resultados da ação nas comunidades Apesar da longa trajetória de 16 anos do Projeto de Cooperação Técnica com a FAO, que se encerra em 2010, o Projeto Produzir não se afastou dos objetivos definidos nos seus primórdios: promover uma ação em comunidades carentes visando a organizá-las e capacitá-las em busca de melhoria da sua qualidade de vida.

V

ários conceitos e objetivos foram acrescidos na consolidação da sua missão institucional: em 1998, o propósito de “combate ao desemprego e ao subemprego”; em 2000, por ocasião da primeira revisão do Documento de Projeto (Prodoc), é incluída a “contribuição para o Desenvolvimento Local Sustentável”; em 2002, na segunda revisão, é acrescentada a “inclusão social” e o “enfoque de gênero e etnia”; em 2004, são trazidas orientações que ampliam a visão conceitual, como o “enfoque em regiões prioritárias”, a “atuação integrada” e a “atuação em arranjos e atividades produtivas”. O Projeto passou por transformações, no entanto manteve durante toda a sua existência o objetivo de despertar a autonomia econômica e produtiva das populações mais carentes. Essa orientação tornou-se sua principal missão, expressa também em seus resultados.

55 Como política pública, as ações do acordo de cooperação permitiram a aplicação de um volume considerável de recursos, da ordem de 21,7 milhões de dólares, tanto nas atividades-meio, correspondentes aos objetivos de consolidação da metodologia de trabalho e dos meios de sua operacionalização técnica e logística, como nas atividades-fim, desenvolvidas nas comunidades beneficiadas. A atuação em campo no período que se estende de 1994 a 2003 foi marcada pela utilização da metodologia da capacitação massiva como forma de organização das comunidades, permitindo a capacitação de cerca de 90 mil pessoas por meio de Laboratórios Organizacionais de Terreno (LOTs), atendendo a atividades produtivas diversificadas, que vão desde a realização de serviços urbanos – tais como mecânicos, serventes, cabeleireiras, garçons, eletricistas, costureiras, produtores de alimentos e


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

artesãos – como atividades ligadas ao meio rural – apicultura, piscicultura, caprinocultura, entre outros. Os LOTs, que permitiam uma ação capacitadora focada em 45 dias de ação nas comunidades, expandiram-se em todo o território nacional, chegando a atender 234 municípios de todas as regiões do país. A articulação com outros programas de redução da pobreza do governo federal – tais como o Peti e o Alvorada – permitiu uma ampliação significativa do aporte de recursos e uma ação disseminada nas populações pobres do país. Novas orientações dadas à ação em campo mudaram o perfil da metodologia de intervenção, tanto pela maior adesão desta a ações, projetos e programas do próprio Ministério da Integração Nacional, em especial com as regiões prioritá-

rias da Política Nacional de Desenvolvimento Regional, como pelos resultados alcançados. Assim, no período que vai de 2004 a 2010, a ação em campo passou a ser focada na organização de empreendimentos produtivos, e a ação capacitadora ampliou-se para um período de 330 dias nos Eventos de Organização Produtiva (EOPs), ou de 120 dias nas Oficinas de Gestão. Nesse período, correspondente aos programas Novo Pronager e Produzir, foi desenvolvida ação em 127 municípios, capacitando um total de 15.300 pessoas. A ação local foi realizada mediante parceria com entidades, em especial organizações privadas sem fins lucrativos, por meio de assinatura de Cartas de Acordo, que definiam a amplitude das atividades a serem desenvolvidas localmente.

56 Dados básicos da implementação do Acordo de Cooperação nº 020/1994 – módulo central Fases do Acordo BRA/040/BRA

Período

Recursos aplicados (US$)

Resultados da ação em campo*

Proger e Pronager

1994 a 2003

12.961.313,12

90.363 pessoas capacitadas

Novo Pronager e Produzir

2004 a 2010

8.585.812,41**

15.300 pessoas capacitadas 404 empreendimentos criados

* Ver no Anexo a relação completa de eventos realizados e municípios beneficiados no período de 1994 a 2010. ** Corresponde a recursos executados até 31/10/2010, acrescidos de recursos comprometidos mediante contrato até 31/12/2010. Fonte: Coordenação Nacional do Projeto Produzir

A ampliação dos prazos da ação local permitiu uma consolidação maior de grupos produtivos – denominados empreendimentos – que passaram a focar atividades produtivas mais estruturado-

ras da economia local e regional, tanto urbana como rural, permitindo uma maior adesão aos objetivos de redução das desigualdades regionais e de desenvolvimento econômico endógeno.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Gráfico 1: Cartas de Acordo por Macrorregião Sudeste 15,3%

Norte 12,2% Sul 13,3%

Centro-Oeste 6,1%

Nordeste 53,1%

Fonte: Coordenação Nacional do Projeto Produzir

57 9,4%

Gráfico 2: Percentual de Cartas de Acordo por Estado/UF

BA

CE MA PB PE Nordeste

0,0%

AM AP

PA RO TO RR Norte

PR

RS SC Sul

1,0%

1,0% 0,0%

0,0%

AC

0,0%

0,0%

0%

1,0%

2%

1,0%

2,1%

3%

1%

5,2% 3,1%

4,2%

5,2% 3,1%

4%

4,2%

4,2%

5%

4,2%

5,2%

6%

4,2%

7%

5,2%

6,3%

8%

7,3%

7,3%

9%

7,3%

8,3%

10%

DF GO MT MS Centro-Oeste

ES MG RJ SP Sudeste

Fonte: Coordenação Nacional do Projeto Produzir

AL

PI

RN

SE


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Noventa e oito Cartas de Acordo permitiram a pactuação de atividades para a realização de Eventos de Organização Produtiva e Oficinas de Gestão entre 2004 e 2010. Apesar de os estados da Região Nordeste terem sido os grandes beneficiados pela ação

do programa no período citado, com 53% das intervenções locais (52 Cartas de Acordo executadas), o Produzir fez-se presente em todas as regiões brasileiras, estendendo-se às Regiões Sudeste (15%), Norte (12%), Sul (13%) e Centro-Oeste (6%).

30%

26,6%

Gráfico 3: Percentual de ocorrência de capacitações por setores produtivos

0,5%

0,5%

1,4%

2,3%

2,3%

2,8%

2,8%

5%

3,7%

5,0%

7,3%

7,3%

10%

0%

Gr an d (A es c gr ul icu tu ltu ras ra Ar ) te sa na to Ap icu ltu ra Aq ui cu ltu ra Bo vin oc ul tu ra T ur Ov ism in oc o ap rin oc ul tu ra Av icu Ex ltu tra ra tiv ism o ve ge ta l Ge m as e jo ia s Co nf ec çõ es Pr Vi oc tiv es in sa icu m ltu en ra to de al im Ex en tra to tiv s ism o m in er al M ov el ar ia

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10,6%

15%

11,5%

20%

15,6%

25%

Setores produtivos

Observação: o termo “grandes culturas” envolve as atividades de cafeicultura, cotonicultura, mandiocultura, fruticultura, olericultura, rizicultura, floricultura e cana-de-açúcar, e o termo “aquicultura” abrange as atividades de piscicultura, carcinicultura e ostreicultura. Fonte: Coordenação Nacional do Projeto Produzir

A diversidade de atividades produtivas apoiadas, tanto urbanas como rurais, pode ser verificada pela análise da ocorrência de intervenções realizadas por setores produtivos. As atividades apoiadas permitiram uma forte atuação no meio rural, com 70% das capacitações voltadas a atividades vinculadas à agricultura e à produção animal, setores potencialmente fomentadores do desenvolvimento local

e regional no contexto dos territórios prioritários da PNDR. Conforme mostra o Gráfico 3, a produção agrícola destaca-se com cerca de 27% de capacitações realizadas, trabalhando com uma extensa gama de produtos que resultam tanto de produção de caráter mais extensivo, como café, algodão, arroz, cana-de-açúcar e pupunha, como daquela voltada para o consumo mais local, como


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Arroz vermelho em Santana dos Garrotes-PB Horticultura em Orós-PE

mandioca e hortaliças. A floricultura e, em especial, a fruticultura também foram objeto de ações de capacitação no setor agrícola. No caso desta última, a experiência mostrou que a produção de frutos regionais pode funcionar como base importante para o desenvolvimento econômico de

comunidades locais e de aproveitamento das potencialidades regionais. O apoio a essas atividades esteve centrado especialmente na transmissão de técnicas de extensão agrícola, mas, em casos específicos, a aspectos de produção ou processamento de alimentos associados a esses produtos.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

60 A metodologia de ação do Produzir permitiu também uma ação integrada com público-alvo bastante específico, como é o caso de assentamentos de reforma agrária. Algumas experiências desse tipo foram desenvolvidas, por exemplo, em Mambaí, em Goiás, ou Eldorado dos Carajás, no Pará. Uma experiência que se destaca foi aquela ocorrida nos assentamentos Lucas Dantas e Margarida Alves, na Região do Baixo Sul da Bahia, no município de Ituberá. Nessa região, o declínio da produção de cacau e dos seringais obrigou os assentamentos de reforma agrária a buscarem novos cultivos, como o plantio de palmito de pupunha, para sua sustentabilidade. O EOP realizado ali conseguiu mobilizar 240 pessoas capacitadas para receber e operar dois germinadores coletivos destinados à produção de embriões de pupunha e cinquenta viveiros para produção de mudas. A garantia de canais de comercialização foi alcançada com a filiação dos assentados à Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm),

Produção e plantio de mudas de pupunha em Ituberá-BA


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

juntando-se a 465 cooperados de outras 43 comunidades rurais que produzem 8,5 mil potes de palmitos de 300 gramas por dia na fábrica Ambial. Por sua vez, o apoio à vitivinicultura contribuiu para o alcance de resultados significativos com as comunidades rurais da Região Sul do país, apesar do baixo percentual de capacitações realizadas pelo Produzir com esta atividade produtiva (cerca de 2% do total das capacitações realizadas). O município de Francisco Beltrão, no Rio Grande do Sul, recebeu, em 2005, um evento cujo foco principal era a fabricação de vinhos e subprodutos da uva, como a graspa e o vinagre, integrados a outra potencialidade local – a produção de doces e massas. O apoio do Programa PDFF e da Prefeitura Municipal para a plantação de vinhedos e construção de uma cantina permitiu um salto qualitativo nesse setor produtivo no município de Uruguaiana. A Oficina de Gestão realizada ali em 2009 apoiou a Cooperativa Vitivinícola de Uruguaiana (Vinoeste), com seus 24

Feira de produtos em Francisco Beltrão-PR

associados, fortalecendo o empreendimento na adequação do processo produtivo e no fomento à comercialização. Os resultados desse processo conjunto são evidentes: a Vinoeste, que iniciou sua produção em 2007, já alcançou em 2009 capacidade para produzir 260 mil litros de vinho nas variedades cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot e tannat e um vinho branco elaborado com uvas riesling italianas. O sucesso da iniciativa permitiu que a cooperativa colocasse seus produtos no mercado local, com boas perspectivas de entrar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além disso, foi fechada uma grande venda de vinho a granel para a Rússia. Uma experiência de âmbito regional, que abrangeu três municípios da tríplice fronteira da Argentina com os Estados de Santa Catarina e Paraná, permitiu uma ação integrada de produtores familiares rurais dos municípios de Barracão, Dionísio Cerqueira e Bom Jesus do Sul, articulando, complementarmente, os setores produtivos da vitivinicultura e da bovinocultura leiteira.

Produção de vinho em Uruguaiana-RS

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

A produção animal constitui-se, também, como ramo de atividade de grande potencialidade para o fomento do desenvolvimento econômico local e regional, sendo definida com frequência pelos fóruns de desenvolvimento dos espaços prioritários da PNDR como atividade potencial para a estruturação de arranjos produtivos locais. Cerca de 39% das capacitações realizadas tiveram seu foco em atividades desse ramo, abarcando desde a ovinocaprinocultura (5,6%) e a aquicultura (10,6%), mais incidentes na Região Nordeste, assim como a bovinocultura (6,9%) e a apicultura (11,6%), que foram apoiadas em todas as regiões brasileiras. A apicultura tem especial importância na organização produtiva de comunidades rurais do Nordeste brasileiro. Sua

grande potencialidade como atividade paralela a outras culturas locais, seu baixo custo de produção, bem como sua adaptabilidade a condições ambientais desfavoráveis, como o agreste e o sertão nordestinos, foram fatores que indicaram essa atividade como solução para a inserção produtiva de comunidades rurais bastante desfavorecidas. O Produzir

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Apicultura em Poço Redondo-SE


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

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desenvolveu 25 experiências com apicultura, 16 delas na Região Nordeste. Um bom exemplo desse tipo de experiência aconteceu no município de Poço Redondo, em Sergipe, onde 130 pessoas das comunidades de Sítios Novos, Cururu, Queimada Grande, Barra da Onça, Flor da Serra e Garrote do Emeliano foram capacitadas em distintas atividades, como o manejo da apicultura, o processamento de cera alveolada, o manejo da meliponicultura

(que trabalha com abelhas nativas sem ferrão), a produção de mudas e o reflorestamento e a culinária à base de mel. As matas nativas e uma rica florada silvestre na região favorecem a produção de mel orgânico, sem agrotóxicos, produto diferenciado que pode buscar um mercado mais seletivo. A apicultura beneficia também as culturas agrícolas, ajudando na polinização e contribuindo para a preservação do meio ambiente, evitando desmatamentos.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

No caso da aquicultura, o Produzir buscou articular-se com outros programas de infraestrutura hídrica apoiados pelo Ministério da Integração Nacional na região nordestina. Realizou-se um percentual de 10,6% das capacitações, especialmente na área da piscicultura, tendo sido apoiadas 25 experiências em 14 estados brasileiros. Em 2004, no Açude Orós, no semiárido cearense, a experiência da piscicultura consolidou-se com o uso da tecnologia de tanques-rede, uma espécie de gaiola para criação de peixe em cativeiro. A experiência exitosa repetiu-se

em Jaguaribara-CE, na Mesorregião da Chapada do Araripe, onde a construção do Açude do Castanhão alagou dois terços do território municipal. Com o apoio do Produzir, em 2005, os pescadores iniciaram a criação de tilápias em tanques-rede. No total, foram capacitadas 135 pessoas em atividades como piscicultura e processamento de pescado. As mulheres aprenderam o curtimento da pele de tilápia e tiveram capacitações para a confecção de artesanato com esta matéria-prima, e os jovens aprenderam a taxidermia, empalhando peixes.

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Piscicultura em Orós-CE


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

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Atividade mineradora em Várzea-PB e Ouro Branco-RN

Cabe citar ainda no meio rural o extrativismo mineral e vegetal, responsável por cerca de 2% do total das ações de capacitação do Produzir, com destaque para o extrativismo da castanha-do-brasil, na experiência de Amaturá (AM), e da borracha na região amazônica. A meio caminho entre o rural e o urbano, está o arranjo produtivo local do setor mineral, uma vez que foram implementadas nesse setor ações como a qualificação das atividades no garimpo, atividade eminentemente rural, ocorridas nos municípios de Várzea-PB e Ouro Branco-RN, bem como a produção de joias e adereços utilizando pedras preciosas e semipreciosas, atividade urbana, apoiada pelo Produzir nos municípios de

Quaraí e Ametista do Sul, ambos no Rio Grande do Sul. Na Mesorregião do Seridó, o Projeto deu apoio aos trabalhadores dos garimpos de quartzito nos municípios vizinhos de Várzea-PB e Ouro Branco-RN. A capacitação dos garimpeiros deu-se, em especial, no incentivo ao associativismo, no respeito ao meio ambiente, no uso de tecnologias apropriadas às lavras – inclusive no uso de explosivos –, de cuidados com a saúde e na prevenção de acidentes. Em paralelo a esse evento do Produzir, o Programa Promeso apoiou a construção de uma unidade de beneficiamento de quartzito em Ouro Branco, apostando na continuidade do fortalecimento deste arranjo produtivo local.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Produção de joias em Quaraí-RS

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A integração entre programas também aconteceu na outra ponta da cadeia mineral, na transformação das gemas em adorno e bijuterias. Em Quaraí, na Mesorregião Metade Sul do Rio Grande do Sul, a compra de equipamentos, também com o suporte do Programa Promeso, permitiu o apoio à Cooperativa Regional Mineral (Coopergema) por meio de uma Oficina de Gestão. A cooperativa, que já tinha uma produção de cabochões (nome dado à pedra lapidada) de pedras disponíveis na região, como ágata, ametista e cornalina, recebeu suporte para a diversificação de sua produção, criando uma linha de produtos acabados (bijuterias) que agregam valor às peças. O suporte para o design de suas peças, a criação de uma linha de produtos adequada ao mercado local e regional, a confecção de um mostruário de produtos e o suporte para a busca de canais de comercialização também foram resultados alcançados.

No ambiente urbano, as ações do Produzir possibilitaram também atuar com propriedade na organização de comunidades para a produção coletiva e para a constituição de empreendimentos. Com essa característica, destaca-se a produção de artesanato local e regional como o principal demandante de capacitações (15,3% do total). A grande variedade de atividades produtivas dessa modalidade apoiada pelo projeto reflete a importância da produção dos artesãos e do artesanato de raiz cultural e regional na geração de trabalho e renda nas comunidades. Podem ser citadas desde as biojoias produzidas de sementes, em Tabatinga-AM, na região amazônica, até o artesanato de forte componente da cultura local e regional, como as bordadeiras do Seridó-RN e o artesanato em couro de Serrita-PE, remanescente da cultura dos boiadeiros e cangaceiros do sertão nordestino.


Trajet贸ria do PROJETO PRODUZIR

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Artesanato Ticuna em Benjamin Constant-AM

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O artesanato foi ainda mobilizador do fortalecimento da consciência étnica nas experiências do Alto Solimões, com as comunidades indígenas Ticuna, de Benjamin Constant-AM, e das comunidades quilombolas da região do Baixo Sul da Bahia, que imprimiram seus referenciais culturais na elaboração de artesanato produzido com a palha de uma palmeira local, a piaçava. Como resultado significativo, cabe destacar a Oficina de Gestão desenvol-

vida nos municípios de Ituberá, Nilo Peçanha e Cairu, do Baixo Sul da Bahia, que abrangeu 11 comunidades quilombolas e afrodescendentes, permitindo o resgate da cultura das comunidades com a capacitação de 102 artesãos em design para a produção de artesanato da piaçava e de seus subprodutos, como o bagaço, o coco e a palha da piaçava. O trabalho centrou-se na redefinição de peças, que passaram a valorizar a Trabalhos quilombolas em piaçava no Baixo Sul da Bahia


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Com a certificação de origem, os artesãos têm valor agregado ao seu trabalho

sintonia tanto com os usos locais como com grafismos que representam os referenciais da cultura quilombola ou das comunidades locais. A Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental do Pratigi (Cooprap), à qual estão associados os artesãos da região, diversificou seus produtos e ampliou sua capacidade de acesso ao mercado. Além da qualificação do pessoal e

da qualidade dos produtos, o projeto agregou valor a estes, que hoje são comercializados até para grandes redes nacionais de lojas, como, por exemplo, a Tok Stok. Também pela qualidade de seus resultados, a Cooprap foi selecionada para receber, em 2010, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), o Selo Quilombola de certificação de origem de seus produtos.

Produtos feitos com frutos do cerrado em Mambaí-GO

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Bordadeiras do Seridó-CE

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Muitas outras experiências de produção artesanal foram exitosas e permitiram o estabelecimento de uma base de sustentação econômica e integração social nas comunidades apoiadas. Outras atividades urbanas apoiadas com eventos de capacitação foram aquelas vinculadas aos setores de turismo (7,4%), de processamento de alimentos (1,4%) e de confecções (2,3%), dando suporte à criação de empreendimentos ou qualificando mão de obra absorvida por esses setores. Considerando a totalidade das atividades apoiadas pelo Produzir tanto no meio urbano quanto no rural, cabe destacar a importância de seus resultados na ação de gênero, ou seja, em relação à integração social e econômica de mulheres às atividades produtivas. Isso

ocorreu na quase totalidade de eventos de capacitação realizados, nos quais as mulheres conquistaram espaço com seus maridos na execução de atividades rurais e urbanas. Em outras experiências, o protagonismo feminino foi hegemônico nas atividades de capacitação. Isso ocorreu, por exemplo, no Alto Solimões, onde as mulheres ticunas conseguiram, pela força do seu trabalho artesanal, ter voz junto às lideranças indígenas de suas comunidades. Outro exemplo vem das bordadeiras do Seridó, que alcançaram mercados internacionais pela qualidade e pela originalidade das suas habilidades, ou ainda pelas mulheres da Associação Arte Peixe, de São João da Barra-RJ, que se organizaram para produzir embutidos e outros quitutes à base de peixe, em

Tecelagem em Ponta Porã-PR


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

complemento ao trabalho dos seus maridos pescadores. Os resultados dos Eventos de Organização Produtiva e Oficinas de Gestão multiplicaram-se por todo o território nacional, tendo como referência a aderência aos espaços prioritários dos programas de desenvolvimento regional (mesorregiões, semiárido nordestino e faixa de fronteira). Merece destaque a realização de eventos de abrangência regional nos últimos anos de implementação do Produzir, o que se coaduna com a missão da SPR e facilita o suporte à consolidação dos arranjos produtivos locais dos espaços prioritários, a exemplo dos EOPs e das OGs apresentados no Quadro 1. Algumas das OGs, no seu formato mais recente, se enquadram nesses casos. Consultorias e capacitações específicas permitiram a melhoria da capacidade técnica dos empreendimentos, com resultados importantes na consolidação de redes e associações regionais, como é o caso da Associação dos Moveleiros do Oeste de Santa Catarina (Amoesc), do se-

tor de movelaria, e do Comitê Regional das Associações e Cooperativas Artesanais do Seridó (Cracas), que agrega as entidades de bordadeiras do Seridó, no Rio Grande do Norte. As Oficinas de Gestão permitiram também a melhoria na gestão de empreendimentos já constituídos, utilizando os instrumentos Plano de Negócio e Manual de Orientações e Procedimentos (MOP), o que incentivou a discussão e a reestruturação dos procedimentos de produção e gestão. É o caso da OG realizada em Amaturá-AM em 2009. Ali se reestruturou a unidade de beneficiamento de castanha e foi criada a Cooperativa dos Beneficiadores de Produtos Agroextrativistas de Amaturá (Coopama) para a gestão da unidade de processamento e para a comercialização dos produtos. Ou ainda o caso da Associação Regional dos Artesãos Profissionais e Artistas Plásticos do Oeste Catarinense (Arapoc), constituída por trinta associações municipais, contemplando 1.100 artesãos, beneficiada por uma OG que permitiu a reorganização e o fortalecimento da sua rede de organizações.

A importância da participação das mulheres nas capacitações do Projeto Produzir

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Quadro 1. Eventos do Produzir de âmbito regional Evento

EOP

EOP

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EOP

OG

OG

OG

Municípios

• Barracão-PR • Bom Jesus do Sul-PR • Dionísio Cerqueira-SC

• Caicó-RN • São Fernando-RN • São José do Seridó-RN • Jardim do Seridó-RN • Timbaúba dos Batistas-RN • Cruzeta-RN

• Várzea-PB • Ouro Branco-RN

• Chapecó-SC, sede da Arapoc, que atua em 21 municípios do oeste catarinense

• Chapecó-SC, sede da Amoesc, que atua em 75 municípios do oeste catarinense

• Araripe-CE • Assaré-CE • Barbalha-CE • Campos Sales-CE • Jardim-CE • Salitre-CE

Atividade produtiva

Vitivinicultura Bovinocultura

Resultados • Maior integração entre os municípios participantes e os beneficiários e criação de um Consórcio Intermunicipal • Elaboração de Planos de Negócios de cada empreendimento apoiado – cantina, fábrica de vinhos e fábrica de queijos – articulados entre si com base nos APLs da bovinocultura e da vitivinicultura Vitivinicultura: • Criação da Associação dos Vitivinicultores da Trifronteira (Avitri), responsável pela gestão da cantina de vinho e da fábrica de suco de uva, localizadas respectivamente em Barracão e Bom Jesus do Sul • Melhoria na qualidade dos produtos e aumento no volume de produção Bovinocultura: • Fortalecimento da Cooperfarbom, unidade de processamento de leite e derivados • Melhoria no sistema de gestão, com a implantação de um software para gerenciar o empreendimento • Melhoria na qualidade dos produtos da cooperativa • Ampliação do volume de produção pela incorporação de novos cooperados

Artesanato (bordados)

• Fortalecimento das associações localizadas nos municípios e da Cooperativa de Bordadeiras e Artesãos do Seridó (Coobarts), melhorando a qualificação dos participantes e promovendo a articulação entre as associações e delas com a Cooperativa • Criação do Comitê Regional das Associações e Cooperativas Regionais do Seridó (Cracas), cuja finalidade é operacionalizar o processo de gestão compartilhada entre as associações • Formação de novos parceiros e busca de novos nichos de mercado

Mineração

• Constituição da Cooperativa dos Mineradores da Serra do Porção (Coomsp), composta por trinta extratores de quartzito • Especialização dos extratores, que receberam cursos sobre segurança e manejo de explosivos • Formação de parcerias para continuar o apoio técnico aos beneficiários

Artesanato

• Fortalecimento da Associação de Artesãos e Artistas Plásticos do Oeste Catarinense (Arapoc), que congrega trinta associações e três cooperativas distribuídas pela região oeste catarinense • Criação da identidade visual do artesanato regional • Aumento do comprometimento dos artesãos em relação ao associativismo • Fortalecimento da comercialização dos produtos, com a manutenção dos relacionamentos já estabelecidos e a formação de parcerias

Movelaria

• Fortalecimento da estrutura da Associação dos Moveleiros do Oeste de Santa Catarina (Amoesc), composta de 123 empresas e abrangendo 75 municípios mediante o comprometimento dos associados e o desenvolvimento de novas ferramentas gerenciais • Reestruturação da estrutura da Amoesc com a criação de cinco diretorias regionais e de diretorias por segmento • Reformulação do estatuto da entidade • Elaboração da identidade visual da Amoesc

Apicultura

• Promoção da articulação entre as cinco casas de mel e do entreposto localizado em Barbalha • Melhoria na qualidade do mel por meio da qualificação dos apicultores • Reativação de quatro das cinco casas de mel • Elaboração de um Manual de Orientações e Procedimentos (MOP), que regulamenta aspectos de produção e gestão, articulando as casas de mel e o entreposto regional


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Devido à ampla trajetória do Projeto, não seria possível relatar aqui a totalidade de suas experiências em um balanço final de resultados. No entanto, apresentaremos a seguir algumas experiências que refletem os princípios buscados pelo Produzir.

A importância da parceria local

A Associação de Beneficiadores de Frutas e Derivados do Povoado São José (Abfrud), da qual fazem parte jovens do povoado de São José, a 32 km da sede do município baiano de Chorrochó, foi informalmente criada em 2001. O grupo uniu-se para evitar o caminho de outros da mesma idade que, por falta de oportunidades, seguiam em direção ao Centro-Sul do país. A intenção dos jovens era trabalhar com o beneficiamento de frutas. A prefeitura municipal colaborou com eles, construindo a infraestrutura necessária com recursos do Pronaf.

Em 2009, o empreendimento foi indicado pelo Fórum de Desenvolvimento da Mesorregião de Xingó como apto a ser beneficiado pela Oficina de Gestão do Projeto Produzir, uma vez que, além de já possuir um mínimo de organização social para produção – a associação fora formalizada em 2006 –, os associados já contavam com a infraestrutura necessária. A Abfrud trabalha com o beneficiamento de frutas nativas – umbu e juá – ou adaptadas ao clima da região, como goiaba e manga, transformando-as em doces e outros derivados, a exemplo da caipirinha de umbu. Os jovens já detinham o mínimo de conhecimento para o beneficiamento, mas foi com o Projeto Produzir, em parceria com o Instituto Xingó, que os conhecimentos do grupo foram aprimorados e deu-se o início do funcionamento da agroindústria. Participaram do processo 22 jovens, e todos

Sede da Abfrud, em São José-BA

Produtos de Chorrochó-BA

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

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eles faziam parte do grupo que em 2006 criou a Abfrud. Um diagnóstico inicial evidenciou a situação da unidade produtiva e dos beneficiários: a unidade não tinha organização social nem instalações adequadas. Constatou-se que a fábrica precisava de reforma das instalações físicas e aquisição de alguns equipamentos, os quais permitiriam o aumento da produção, a obtenção do selo de qualidade e o CNPJ. Os beneficiários precisavam também de capacitações específicas para sua operacionalização. Considerando os gargalos encontrados, foram feitos contatos com a Prefeitura Municipal, com o Sebrae e com a Cooperativa Agropecuária de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) com o intuito de firmar parcerias para fornecer assistência técnica aos produtores e para adequar a unidade produtiva. Dos cursos ministrados, vale destacar os de associativismo, cooperativismo, meio ambiente, plantio e enxertia de umbuzeiro, reciclagem ecológica, beneficiamento e manejo de frutas, comercialização e projetos de venda. Também foram importantes as oficinas para a elaboração de Plano de Negócio e para a criação da logomarca e das embalagens, além de palestra sobre recursos hídricos. Durante os eventos, foram elaborados o estatuto e o regimento interno do empreendimento. Entre os produtos processados pela Associação, o umbu tornou-se o carrochefe da linha de produtos da Abfrud pela sua excelência e, sobretudo, pela demanda regional. Nas feiras de agricultura familiar, a fruta e seus derivados produzidos pela Fábrica São José são apontados como o produto de melhor qualidade da região. Quanto ao apoio local, destaque desta OG, a Prefeitura de Chorrochó traçou

um plano de ação para a Associação com o objetivo de melhorar o estabelecimento por meio da instalação de lava-botas e exaustores de parede protegidos com tela para garantir a higienização das áreas de produção e a construção de vestiários masculinos e femininos, assim como a reforma das instalações elétricas, pintura, forro, etc. Além disso, a municipalidade deu suporte logístico, apoiou a divulgação e fez o acompanhamento local das atividades e do desenvolvimento do empreendimento em apoio às ações da OG. O sucesso da ação do Projeto Produzir em prol da Abfrud deve também ser compartilhado com parceiros como o Sesi e o Sebrae. Este último, por exemplo, apoiou a adequação das instalações da fábrica e orientou os associados no sentido de regularizar o empreendimento por meio da obtenção dos documentos necessários à contratação de financiamentos com instituições financeiras. Parceira importante foi também a Cooperativa de Produção de Doces e Derivados do Município de Uauá (Coopercuc), entidade legalizada que fabrica e comercializa produtos orgânicos, que ajudou na capacitação do grupo, com vistas a incorporar inovações técnicas ao empreendimento. Com apenas um ano de funcionamento após a capacitação, a fábrica do povoado São José tem capacidade para beneficiar anualmente 37,2 toneladas de frutas – com potencial para ser ampliada – e perspectivas de atender a demandas de comercialização de outras regiões. Quando concluída e com a documentação adequada para a comercialização, vai contribuir para diversificar a economia local. Mercado não lhe falta: ao apresentar seus produtos nas feiras da agricultura familiar do município de Paulo Afonso, a Abfrud recebeu encomendas, inclusive de outros estados.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

As parcerias externas na garantia da sustentabilidade

Em Serrita-PE, localizada na Mesorregião Chapada do Araripe, o projeto Produzir vem apoiando, desde 2006, o artesanato em couro. As tradições culturais locais, que incluem a Missa do Vaqueiro, as festas juninas e a festa do santo padroeiro, impulsionam a atividade artesanal. A prática do artesanato é beneficiada também pela criação de ovelhas e cabras, que, após o abate, fornecem o couro que servirá de matéria-prima para os artesãos. Mas a primeira intervenção do projeto no local beneficiou outras atividades, além do artesanato: o apoio dado em 2006 incluiu também o turismo, com a formação de jovens agentes de turismo para enfatizar o potencial da cidade neste ramo. A fim de estruturar a cadeia produtiva, as atividades iniciais desse EOP objetivaram demonstrar a importância do trabalho coletivo e propiciar aos beneficiários

a vivência dessa realidade. Posteriormente, os participantes foram divididos em dois grupos focados nas atividades de ovinocaprinocultura e de artesanato em couro. Um dos grupos recebeu capacitação em manejo reprodutivo de caprinos e ovinos, cuidados sanitários, produção e manutenção de forragens e silagem, fenação e aproveitamento da caatinga, enquanto o outro foi capacitado nas modalidades iniciante e intermediário/ avançado do artesanato, em informações turísticas e técnicas de recepção. Entre criadores, artesãos e agentes jovens, 86 pessoas foram envolvidas no processo. Um ano depois do encerramento das atividades do projeto, o Sebrae entrou em campo, implementando o projeto Arquitetando Arte, que mobilizou arquitetos e designers de Recife para a criação de peças e de um catálogo destinado a um mercado mais exigente, visando à ampliação da visibilidade e à divulgação dos trabalhos e da cultura sertaneja.

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Trajet贸ria do PROJETO PRODUZIR

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Artigos em couro fabricados em Serrita-PE, Mesorregi茫o da Chapada do Araripe


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Em 2009, o Produzir retornou a Serrita, desta vez para implementar uma oficina de gestão. Parte dos artesãos que em 2006 iniciavam seu processo de organização formavam agora a Associação de Artesanato do Sertão Pernambucano (Aasp). O objetivo da OG foi reforçar nos associados a importância do associativismo e do cooperativismo, além de adequar o processo produtivo à realidade, expandir a comercialização dos produtos e criar a identidade visual da Associação, entre outras metas. Nessa oficina houve, ainda, o aprimoramento de algumas técnicas de artesanato em couro. No plano organizativo, a oficina foi responsável pela reestruturação da Aasp, que teve seu quadro de associados ampliado de apenas sete artesãos para cerca de 27 associados, durante a OG e a redefinição das atribuições dos associados. A boa receptividade do trabalho desenvolvido pelas empresas e pelas entidades envolvidas com o empreendimento pode ser medida pela

decisão de rearticular o processo de encontros e promover a integração entre as empresas a fim de planejar as ações de apoio ao segmento com base na demanda dos artesãos. Como consequência de todo esse esforço, pôde-se verificar o incremento da produção e das vendas, com ampliação do mercado para o trabalho dos artesãos ligados à Aasp. Além do investimento aportado pelo Produzir, o apoio significativo de várias entidades parceiras, na forma de transporte, aquisição de máquinas, etc., foi fundamental para o sucesso do empreendimento. Por sua vez, o Ministério da Integração Nacional (MI) lançou mão de recursos do Promeso para apoiar a construção da Casa do Artesão de Serrita. A Aasp também contou com parceiros como a Capacitação, Pesquisa e Assessoria para o Desenvolvimento Local Sustentável (Valer), entidade executora tanto do EOP quanto da OG, o Sebrae, a Prefeitura de Serrita, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, a Codevasf e o Banco do Nordeste. Hoje, a Aasp participa da rede de comercialização Bodega da Caatinga, que assessora os artesãos no que diz respeito ao comércio de seus produtos e os insere na agenda de feiras e eventos, inclusive em outros estados da Federação. O desafio é ampliar ainda mais esse mercado para dar sustentabilidade ao empreendimento. Outro aspecto positivo que merece menção são os convites que a Aasp passou a receber para ministrar cursos de capacitação de artesãos em outros municípios, tendo se tornado referência potencial para a constituição de novos empreendimentos.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

A continuidade da ação em busca da sustentabilidade

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Amaturá está localizada no Estado do Amazonas, distante da capital, Manaus, 900 km em linha reta e 1.251 km por via fluvial. Cerca de 20% de seu território são terras indígenas e 4% fazem parte da Unidade de Conservação Javari/Buriti (Arie), situada no Corredor Ecológico Central da Amazônia. O município de Amaturá faz parte de um conjunto de nove municípios que compõem a Mesorregião do Alto Solimões, contando com uma população de 240 mil habitantes. O rio Solimões é sua principal via de acesso, assim como o meio que demarca as relações econômicas e sociais locais. É nesse lugar que o projeto Produzir, em conjunto com os programas da SPR e com o governo do Estado do Amazonas, vem apoiando o extrativismo vegetal, mais especificamente a extração e o beneficiamento da castanha-do-brasil. O apoio a essa atividade teve início em 2004, com a implementação de um Evento de Capacitação em Campo (ECC) que objetivou dar suporte a uma pequena associação de produtores já existente. Nesse período, o projeto contou com a colaboração do governo do estado e da Diocese do Alto Solimões, selecionada para atuar como entidade executora do

projeto. A base da capacitação para os produtores concentrou-se nas boas práticas de manejo para a coleta, o transporte, a secagem e o armazenamento de castanha. Mulheres e familiares jovens, no entanto, foram capacitados para utilizar a castanha na culinária e no artesanato locais. Como resultado da capacitação, a associação fortaleceu-se e conseguiu o suporte do MI e do governo do Estado do Amazonas para a construção de uma usina para o beneficiamento da castanha, com capacidade para processamento de 8 mil hectolitros de castanha por ano, produzindo castanha dry (seca), óleos e farinha. A obra foi financiada com recursos do Fundo de Desenvolvimento Humano do Amazonas (FDH), e os equipamentos foram adquiridos pela Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas, por intermédio de convênio com o Ministério da Integração Nacional (MI). Uma Oficina de Gestão do Produzir, em 2005, foi realizada pela Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis, do governo do Estado do Amazonas, com o objetivo de capacitar os integrantes da Aprocam para a agroindústria, com cursos de higienização e manipulação de alimentos, capacitação tecnológica e segurança no trabalho. Para ampliar a ca-


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

pacidade de produção local, a OG realizou capacitações para coletores de comunidades ribeirinhas e indígenas (etnia Ticuna). A Aprocam passou então a denominar-se Associação de Produtores e Beneficiadores de Castanha do Município de Amaturá. Com seu fortalecimento, a Aprocam passou a atuar em outros grupos de produtores e comunidades ribeirinhas e indígenas na compra, no manejo e na venda da castanha, em princípio no próprio município e depois em outros sindicatos e cooperativas de municípios da região, também produtores de castanha (Jutaí, Tonantins, São Paulo de Valença, Santo Antônio do Içá e Tabatinga, dentre outros). Em 2009, a Aprocam foi novamente selecionada para ser beneficiada com outra OG. A Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) – Amazonas – foi a executora desta oficina, que teve como principal objetivo a organização de uma cooperativa capaz de realizar de forma mais efetiva os trabalhos de beneficiamento e comercialização da usina. Foi então constituída

Participantes da Oficina de Gestão 2009

a Cooperativa dos Beneficiadores de Produtos Agroextrativistas de Amaturá (Coopama) como parceira da Aprocam na gestão da usina. As capacitações buscaram aprimorar o processo produtivo por meio da racionalização no uso dos equipamentos da usina e da manutenção destes, da redução dos custos e da maximização das sobras. Com relação à gestão, investiu-se na área de administração, contabilidade e Plano de Negócio. E o processo de capacitação poderá ser aprofundado, visto que a Coopama filiou-se à rede de cooperativas da OCB Amazonas e poderá ter acesso ao seu menu de treinamentos e capacitações conforme forem surgindo as necessidades. Vale destacar nesse projeto a ampla articulação de forças de parceiros locais, estaduais e federais, no período de 2004 a 2009, o que vem permitindo um processo de continuidade e evolução, buscando vencer as deficiências locais e dar sustentabilidade ao empreendimento.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

O fortalecimento da ação em rede

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Localizada na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul – que envolve ainda o sudoeste do Paraná e o noroeste do Rio Grande do Sul –, a cidade catarinense de Chapecó também foi alvo da ação de mais uma oficina de gestão realizada pelo Produzir. Diferentemente de outras OGs realizadas pelo projeto, que buscam o aprimoramento de apenas um empreendimento, em Chapecó as ações se voltaram para a reestruturação de toda uma rede de associações que compõem a Associação Regional de Artesãos e Artistas Plásticos do Oeste Catarinense (Arapoc). As trinta associações e as três cooperativas que compõem a Arapoc têm como principais atividades o artesanato de palha de milho e trigo, o beneficiamento da lã de ovelha, o tricô, o crochê e o patchwork. Essas associações foram formadas para atender à necessidade de cooperação e representatividade. No entanto, o diagnóstico apontou que ainda estavam em um estágio inicial de desenvolvimento, necessitando melhorar alguns aspectos relacionados à gestão. A implementação do projeto foi feita em parceria com a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc), instituição mantida exclusivamente com recursos dos municípios e que atua em projetos dessa natureza há cerca de quarenta anos. Para atingir todo o conjunto de associações da Arapoc, a proposta foi que participassem da OG representantes de

Capacitação de artesãs da Arapoc em Chapecó-SC


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

cada município que compõe a Associação, totalizando 68 participantes. Esses técnicos seriam responsáveis, posteriormente, por transmitir às suas associações os conhecimentos adquiridos durante a OG como multiplicadores do conhecimento. A Arapoc tem como objetivo a busca de parcerias para o fortalecimento da atividade regional e é responsável pela comercialização dos produtos das associações filiadas, realizada em feiras e no Mercado Público Regional e Centro Público de Economia Solidária, em Chapecó. Conforme diagnóstico realizado, a Arapoc tinha como principal problema justamente a gestão de todas as associações, o que criava limitações para o desenvolvimento do artesanato local e regional e para a comercialização conjunta. Era necessário desenvolver uma marca regional, um plano de design e incentivar os artesãos a vivenciar o

associativismo, entre outras ações. Para sanar essas dificuldades, foram realizados com os multiplicadores oficinas de comportamentos empreendedores; formação para o atendimento e a venda; aplicação de pesquisa de mercado e análise em grupo; elaboração de plano de negócio; análise e diagnóstico dos produtos; identificação e formatação dos processos de produção com foco no mercado; oficina para a introdução da metodologia de formação e estruturação da rede de economia solidária. Com a Diretoria da Arapoc foram realizadas oficinas para elaboração de um plano de ação da organização. A realização de pesquisa de mercado deu suporte à definição do seu posicionamento no mercado e das vantagens competitivas para os produtos do artesanato regional. Com base nessas definições conjuntas, foram definidas a logomarca e a identidade institucional da Arapoc. O salto qualitativo na organização da Arapoc, alcançado pela Oficina de Gestão, foi coroado com uma parceria, ao final do evento, com o Banco do Brasil, o que gerou uma série de atividades complementares, como a continuidade do processo de capacitação, o acesso a linhas de crédito para os artesãos e a aquisição de uma camionete para apoio à comercialização dos produtos. Assim, a Arapoc segue seu caminho rumo à sustentabilidade.

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Uma ação regional no foco do Produzir

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A possibilidade de uma ação regional com base na metodologia do Produzir foi sempre uma demanda dos espaços prioritários dos programas de desenvolvimento regional. Assim, em 2008, uma ação no sul do país envolveu, simultaneamente, três municípios: Barracão e Bom Jesus do Sul, no Paraná, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, articulados entre si por setores produtivos que permeiam a vida de muitas famílias da região – a bovinocultura leiteira e a vitivinicultura. O Fórum de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Mesorregião da Grande Fronteira do Mercosul já havia estabelecido como foco de desenvolvimento para esta região esses dois setores, e o Programa Faixa de Fronteira deu uma importante contribuição no processo de estruturação das duas atividades, uma vez que investiu na construção da

Cantina de Barracão-PR

cantina de vinhos de Barracão, na aquisição de equipamentos para a fábrica de sucos e para a unidade de processamento de leite, bem como na implantação de cinco hectares de videiras. Em relação à vitivinicultura, o público-alvo consistiu em 120 produtores de uva e derivados. Foram realizados cursos de manejo de parreirais, de fabricação de suco de uva, de doces e geleias de uva, para fabricação de vinho, graspa e vinagre. O objetivo foi despertar a consciência coletiva desses produtores para trabalhar nas duas estruturas disponíveis: a cantina de vinho de Barracão e a fábrica de sucos de uva de Bom Jesus do Sul. É importante observar que esses dois municípios são limítrofes e que Dionísio Cerqueira localiza-se a cerca de 15 minutos de distância de Bom Jesus do Sul, o que facilita a interação entre os beneficiários dos três municípios.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

A ação na bovinocultura teve como base a Cooperativa Agroindustrial dos Agricultores Familiares de Bom Jesus do Sul (Cooperfarbom), já existente, que recebeu em 2007 recursos do PDFF para a compra de equipamentos e a ampliação de sua capacidade de beneficiamento para 50 mil litros por dia. A ação do Produzir, além de estar voltada para as boas práticas de fabricação, para melhorar a qualidade da mozarela colonial, carro-chefe da cooperativa, capacitou oitenta produtores rurais, buscando aumentar a capacidade de produção e a qualidade do leite. Na vitivinicultura, os resultados das intervenções foram os melhores possíveis: é importante mencionar os avanços ocorridos no campo da organização, como a criação da Associação dos Vitivinicultores da Trifronteira (Avitri), englobando produtores dos três municípios. Além disso, foram criados mecanismos de controle para os fluxos monetários e de mercadorias. A cantina foi preparada para, além do processamento do vinho e de outros subprodutos, ter um espaço de comercialização dos produtos locais.

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Cooperfarbom em Bom Jesus do Sul-PR

Na área de gestão, foi possível alcançar um avanço significativo, com a implementação de softwares e o treinamento contínuo, além do aprimoramento dos sistemas de gestão dos três empreendimentos apoiados – cantina, fábrica de sucos e unidade de processamento de leite – e de orientações sobre marketing. Tão importante como destacar os resultados concretos das atividades produtivas apoiadas, cabe destacar ainda a grande interação entre as prefeituras municipais, os empresários e os produtores, levando à construção de um projeto regional conjunto e à criação de um Consórcio Intermunicipal formado pelos municípios de Barracão, Dionísio Cerqueira e Bom Jesus do Sul.


Trajet贸ria do PROJETO PRODUZIR

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Considerações finais Uma longa trajetória foi traçada até os dias atuais. A ação capacitadora do Projeto Produzir levou conhecimento, organização e perspectiva de futuro para inúmeras comunidades espalhadas em todo o território nacional. Após a apresentação da trajetória do Projeto, o detalhamento de sua metodologia e a explicitação de seus resultados, cabe agora olhar para o futuro. O Acordo de Cooperação Técnica Internacional cumpriu com seu objetivo de consolidar uma metodologia de ação que atendesse às comunidades mais desfavorecidas das diversas regiões brasileiras com ações visando à sua organização e à sua capacitação para o desempenho de atividades produtivas que permitissem o seu sustento e que viessem a ser o elemento propulsor para a sua integração social e econômica. A consolidação dessa metodologia foi, ao mesmo tempo, elemento de sua disseminação, na medida em que instituições parceiras na implementação das ações nas comunidades,

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

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bem como os técnicos que foram capacitados para serem seus multiplicadores, vão permitir a incorporação dos seus princípios em suas práticas institucionais e profissionais. Destaca-se também a importância da ação inovadora e participativa utilizada no processo de capacitação, buscando a incorporação do conhecimento, de novas técnicas e tecnologias adaptadas ao perfil do público-alvo, levando em conta a construção coletiva desse conhecimento e sua adequação ao perfil da comunidade. Por isso, a ação do Projeto Produzir teve papel destacado como instrumento complementar aos demais programas de desenvolvimento regional da Secretaria de Programas Regionais. Tanto os Eventos de Organização Produtiva, com a função de iniciar um processo de organização produtiva em comunidades com potenciais econômicos ainda latentes, como as Oficinas de Gestão, que buscam o aprimoramento de empreendimentos tendo como foco sua sustentabilidade, exerceram papel complementar às demais ações nos espaços prioritários da Política Nacional de Desenvolvimento Regional empreendida ao longo dos últimos 16 anos. As parcerias, desde as locais, com as próprias comunidades beneficiadas e as prefeituras municipais, até as regionais e mesorregionais, mostraram-se

fundamentais para a amplificação dos resultados imediatos da capacitação e para a sustentabilidade dos empreendimentos em uma perspectiva de médio e longo prazos. Aprender a buscar e a fazer parcerias é ensinamento básico do Projeto Produzir. Na perspectiva de futuro que o Projeto propiciou, a metodologia desenvolvida no processo de organização e capacitação de comunidades para o desenvolvimento de atividades produtivas deve consolidar-se no interior dos programas de desenvolvimento regional existentes. A integração das ações que o Produzir fomentou com os demais programas de desenvolvimento regional promovidos pelo governo federal deverá favorecer o acesso a infraestruturas de produção necessárias para a trajetória de fortalecimento das comunidades e de seus empreendimentos. Este desafio mostra-se como estratégia a ser ampliada e fortalecida. Por último, a continuidade na aplicação da metodologia do Produzir por meio da ação Apoio à Geração de Empreendimentos Produtivos, incluída no PPA 2007-2011 como ação dos Programas Promeso, Conviver e PDFF, lança os fundamentos para a continuidade desta parceria. Cabe agora esperar que os bons frutos plantados pelo Produzir sigam florescendo em cada canto deste país.


Trajet贸ria do PROJETO PRODUZIR

4 Anexos

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Trajetória do PROJETO PRODUZIR

EVENTOS REALIZADOS NO PERÍODO DE 1994 A 2003 Fonte de recurso

Município

Ano de execução

Pessoas capacitadas

Evento

Fonte de recurso

Município

Ano de execução

Pessoas capacitadas

LOT

Nacional

Pão de Açúcar/AL

1998

118

LOT

Alvorada

Jangada/MT

2001

554

LOT

Nacional

Águas Lindas/GO

2000

323

LOT

Alvorada

Feijó/AC

2001

333

LOT

Nacional

Valparaíso de Goiás/ GO

2000

297

LOT

Alvorada

Porto Grande/AP

2001

586

LOT

Nacional

Recanto das Emas/DF

2000

585

LOT

Alvorada

Quijingue/BA

2001

239

LOT

Nacional

Paranoá/DF

2000

91

LOT

Alvorada

Teofilândia/BA

2001

333

LOT

Nacional

Unaí/MG

2000

336

LOT

Alvorada

2001

326

LOT

Nacional

Formosa/GO

2000

317

São João do Baliza/ RR

LOT

Nacional

Luziânia/GO

2000

716

LOT

Alvorada

Mari/PB

2001

460

LOT

Nacional

Cocalzinho/GO

2000

255

LOT

Alvorada

São Miguel de Taipu/ PB

2001

165

LOT

Nacional

Planaltina/GO

2000

397

LOT

Alvorada

Sapé/PB

2001

837

LOT

Nacional

São Sebastião/DF

2000

694

LOT

Alvorada

Brejinho/RN

2001

340

LOT

Nacional

Vila Guairá/GO

2000

325

LOT

Alvorada

Lucréia/RN

2001

230

LOT

Nacional

Padre Bernardo/GO

2000

521

LOT

Alvorada

Patu/RN

2001

431

LOT

Nacional

Cidade Ocidental/GO

2000

521

Alvorada

2001

535

Nacional

São Miguel do Gostoso/RN

LOT

LOT

2000

172

Tenente Laurentino Cruz/RN

LOT

Alvorada

Aquidabã/SE

2001

328

LOT

Alvorada

Caririçu/SE

2000

294

LOT

Alvorada

Porto da Folha/SE

2001

339

LOT

Alvorada

Gararu/SE

2000

115

LOT

Alvorada

Capoeiras/PE

2001

100

LOT

Alvorada

Poço Redondo/SE

2000

200

LOT

Alvorada

Garanhuns/PE

2001

190

LOT

Peti

Itabaianinha/SE

2000

251

LOT

Alvorada

Tamandaré/PE

2001

155

LOT

Peti

Itabi/SE

2000

250

LOT

Alvorada

Xexéu/PE

2001

s/d

LOT

Peti

Macambira/SE

2000

109

LOT

Alvorada

Alvorada do Norte/GO

2001

400

LOT

Peti

Neópolis/SE

2000

224

LOT

Alvorada

Cavalcante/GO

2001

152

LOT

Peti

Propriá/SE

2000

342

LOT

Alvorada

Damianópolis/GO

2001

417

Flores de Goiás/GO

2001

214

Evento

88

LOT

Peti

Três Lagoas/MS

2000

115

LOT

Alvorada

LOT

Peti

Campo Grande/MS

2000

651

LOT

Alvorada

Monte Alegre/GO

2001

350

LOT

Peti

Nova Alvorada do Sul/MS

2000

266

LOT

Peti

Conceição do Coité/ BA

2001

560

LOT

Peti

Ribas do Rio Pardo/ MS

2000

250

LOT

Peti

Retirolândia/BA

2001

332

LOT

Nacional

Trindade/GO

2001

s/d

LOT

Peti

Riachão do Jacuípe/ BA

2001

283

LOT

Nacional

Conceição do Coité/ BA

2001

560

Santo Antônio do Descoberto/GO

2001

LOT LOT

Nacional Nacional

Campina Grande/PB

2001

426 460

LOT

Peti

Santa Luz/BA

2001

350

LOT

Peti

Valente/BA

2001

224

LOT

Peti

Água Preta/PE

2001

228

LOT

Peti

Barreiros/PE

2001

364

LOT

Peti

Cabo de Santo Agostinho/PE

2001

173

LOT

Peti

Jaqueira/PE

2001

548

LOT

Peti

Palmares/PE

2001

421

LOT

Nacional

Padre Bernardo/GO

2001

257

LOT

Alvorada

Pé de Serra/BA

2001

541

LOT

Alvorada

Nordestina/BA

2001

217

LOT

Alvorada

Sairé/PE

2001

185

LOT

Peti

Primavera/PE

2001

749

LOT

Alvorada

Nossa Senhora da Glória/SE

2001

667

LOT

Peti

São Benedito do Sul/PE

2001

238

LOT

Alvorada

Lagoão/RS

2001

333

LOT

Peti

Vicência/PE

2001

457

LOT

Alvorada

Lages/RN

2001

576

LOT

Peti

Arauá/SE

2001

244

LOT - Laboratório Organizacional de Terreno


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

Evento

Fonte de recurso

Município

Ano de execução

Pessoas capacitadas

Evento

Fonte de recurso

Município

Ano de execução

Pessoas capacitadas

LOT

Peti

Parintins/AM

2001

570

LOT

Nacional

Assis Brasil/AC

2002

213

LOT

Peti

Nova Andradina/MS

2001

1100

LOT

Nacional

Ji-Paraná/RO

2002

s/d

LOT

Peti

Novo Horizonte do Sul/MS

2001

650

LOT

Nacional

Porto Velho/RO

2002

s/d

LOT

Nacional

Campo Alegre/AL

2002

451

LOT

Peti

Cáceres/MT

2001

814

LOT

Nacional

Delmiro Gouveia/AL

2002

647

LOT

Peti

Sena Madureira/AC

2001

210

LOT

Nacional

2002

150

LOT

Peti

Mazagão/AP

2001

337

Palmeira dos Índios/ AL

LOT

Peti

Pé de Serra/BA

2001

541

LOT

Nacional

Rio Largo/AL

2002

s/d

LOT

Peti

Nova Fátima/BA

2001

242

LOT

Nacional

União dos Palmares/ AL

2002

563

LOT

Peti

São Domingos/BA

2001

1026

LOT

Peti

Rorainópolis/RR

2001

392

LOT

Peti

São Miguel do Tocantins/TO

2001

623

LOT

Alvorada

Rosário Oeste/MT

2002

200

LOT

Alvorada

Catanhede/MA

2002

500

LOT

Alvorada

Miranda do Norte/MA

2002

639

LOT

Alvorada

Fronteiras/PI

2002

342

LOT

Alvorada

Patos/PI

2002

276

LOT

Alvorada

Poço Verde/SE

2002

700

LOT

Alvorada

São Domingos/GO

2002

765

LOT

Alvorada

Sítio d’Abadia/GO

2002

212

LOT

Peti

Nova Santa Rita/PI

2001

278

LOT

Peti

Ribeiras do Piauí/PI

2001

410

LOT

Peti

Malhador/SE

2001

220

LOT

Peti

Moita Bonita/SE

2001

291

LOT

Peti

N. Sra. das Dores/SE

2001

503

Alvorada

Mata Grande/AL

2002

507

Peti

Riachão dos Dantas/ SE

LOT

LOT

2001

231

LOT

Alvorada

São José da Lage/AL

2002

426

LOT

Peti

Amaraji/PE

2001

650

LOT

Alvorada

2002

625

LOT

Peti

Catende/PE

2001

664

São José da Tapera/ AL

LOT

Peti

Cristalina/GO

2001

445

LOT

Alvorada

Arez/RN

2002

322

LOT

Peti

Novo Gama/GO

2001

548

LOT

Alvorada

Extremoz/RN

2002

240

LOT

Peti

Posse/GO

2001

225

LOT

Alvorada

Touros/RN

2002

372

LOT

Peti

Segredo/MT

2001

702

LOT

Alvorada

Chã Grande/PE

2002

800

LOT

Peti

Laguna Carapã/MS

2001

201

LOT

Alvorada

Escada/PE

2002

385

LOT

Peti

Teotônio Vilela/AL

2001

350

LOT

Alvorada

Água Branca/AL

2002

289

LOT

Peti

Laranjal do Jari/AP

2001

550

LOT

Peti

Água Clara/MS

2001

618

LOT

Nacional

Boa Vista/RR

2001

334

LOT

Nacional

Portalegre/RN

2002

160

LOT

Nacional

Taipu/RN

2002

270

LOT

Nacional

Pau dos Ferros/RN

2002

215

LOT

Nacional

Umarizal/RN

2002

750

LOT

Nacional

Carnaúba dos Dantas/ RN

2002

320

LOT

Nacional

Canguaretama/RN

2002

331

LOT

Alvorada

Arapiraca/AL

2002

688

LOT

Alvorada

Arapiraca Canaã/AL

2002

489

LOT

Alvorada

Branquinha/AL

2002

117

LOT

Alvorada

Ibateguara/AL

2002

134

LOT

Alvorada

Junqueiro/AL

2002

82

LOT

Alvorada

Murici/AL

2002

493

LOT

Alvorada

Pão de Açúcar/AL

2002

s/d

LOT

Alvorada

Santana do Ipanema/ AL

2002

249

LOT

Alvorada

Monteiro/PB

2002

720

LOT

Alvorada

Pedra Lavrada/PB

2002

250

LOT

Alvorada

Capela/SE

2002

365

LOT

Alvorada

Brejo Grande/SE

2002

231

LOT

Alvorada

Canindé do São Francisco/SE

2002

665

LOT

Nacional

Parnamirim/RN

2002

581

LOT

Nacional

Recife/PE

2002

180

LOT

Nacional

Águas Belas/PE

2002

337

LOT

Nacional

Cupira/PE

2002

250

LOT

Nacional

Itaíba/PE

2002

783

LOT

Nacional

Itambé/PE

2002

350

LOT

Alvorada

Gracho Cardoso/SE

2002

507

LOT

Nacional

Terra Nova/PE

2002

482

LOT

Alvorada

Japoatã/SE

2002

387

LOT

Nacional

Cuiabá/MT

2002

227

LOT

Alvorada

Pacatuba/SE

2002

502

LOT

Nacional

Rio Branco/AC

2002

414

LOT

Alvorada

Melgaço/PA

2002

s/d

LOT - Laboratório Organizacional de Terreno

89


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

90

Evento

Fonte de recurso

Município

Ano de execução

Pessoas capacitadas

LOT

Alvorada

Vista Alegre e Marapanim/PA

2002

448

LOT

Alvorada

Bonfim/RR

2002

182

Evento

Fonte de recurso

Município

Ano de execução

Pessoas capacitadas

LOT

Peti

Bonito/MS

2002

257

LOT

Peti

Coronel Sapucaia/MS

2002

620

LOT

Peti

Corumbá/MS

2002

300

LOT

Peti

Maracaju/MS

2002

629

LOT

Peti

Porto Murtinho/MS

2002

122

LOT

Peti

Sidrolândia/MS

2002

342

Barra de Santa Rosa/ PB

2002

481

LOT

Alvorada

Candeal/BA

2002

364

LOT

Alvorada

Cansação/BA

2002

398

LOT

Alvorada

Canudos/BA

2002

469

LOT

Alvorada

Euclides da Cunha/BA

2002

447

LOT

Peti

LOT

Alvorada

Ichu/BA

2002

300

LOT

Peti

Cacimbas/PB

2002

338

LOT

Alvorada

Itiúba/BA

2002

304

LOT

Peti

Mamanguape/PB

2002

489

LOT

Alvorada

Monte Santo/BA

2002

580

LOT

Peti

Picuí/PB

2002

265

LOT

Alvorada

Uauá/BA

2002

500

LOT

Peti

Rio Tinto/PB

2002

433

LOT

Alvorada

Lagarto/SE

2002

237

LOT

Peti

Cubati/PB

2002

405

LOT

Alvorada

Tobias Barreto/SE

2002

s/d

LOT

Peti

Frei Martinho/PB

2002

196

LOT

Alvorada

Buíque/PE

2002

187

LOT

Peti

Parari/PB

2002

203

LOT

Alvorada

Passira/PE

2002

492

LOT

Peti

Pombal/PB

2002

580

LOT

Alvorada

Barreirinhas/MA

2002

390

LOT

Peti

Prata/PB

2002

400

LOT

Peti

Riacho dos Cavalos/ PB

2002

412

LOT

Peti

Serra Branca/PB

2002

401

LOT

Peti

Sousa/PB

2002

s/d

LOT

Peti

Sumé/PB

2002

754

LOT

Peti

Arapiraca/Bananeiras/ AL

2002

118

LOT

Peti

Boa Vista do Ramos/ AM

2002

502

LOT

Peti

Boca do Acre/AM

2002

382

Peti

São Paulo de Olivença/AM

2002

300

LOT

Alvorada

Vargem Grande/MA

2002

385

LOT

Alvorada

Miguel Calmon/BA

2002

448

LOT

Peti

Assis Brasil/AC

2002

213

LOT

Peti

Campina Grande/PB

2002

s/d

LOT

Peti

Catolé do Rocha/PB

2002

s/d

LOT

Peti

Paraíba/PB

2002

s/d

LOT

Peti

Vila Velha/ES

2002

213

LOT

Peti

Carauari/AM

2002

495

LOT

Peti

Fonte Boa/AM

2002

340

LOT

Peti

Tabatinga/AM

2002

1.040

LOT

LOT

Peti

Caçador/SC

2002

126

LOT

Peti

Alexânia/GO

2002

111

LOT

Peti

Erechim/SC

2002

411

LOT

Nacional

Belém/PA

2002

306

LOT

Peti

Xanxeré/SC

2002

s/d

LOT

Nacional

Capixaba/AC

2002

180

LOT

Peti

Parelhas/RN

2002

1.418

LOT

Nacional

Cruzeiro do Sul/AC

2002

194

LOT

Peti

Codó/MA

2002

1.056

LOT

Nacional

Manaus/AM

2002

480

LOT

Peti

São Luís/MA

2002

1.432

LOT

Nacional

Poço Verde/SE

2002

700

Peti

Cruz do Espírito Santo/PB

2002

320

LOT

LOT

Nacional

Taquari/RS

2002

148

LOT

Nacional

Tarauacá/AC

2002

198

LOT

Peti

Pedras de Fogo/PB

2002

481

LOT

Peti

Ceará-Mirim/RN

2002

599

LOT

Nacional

Benjamin Constant/ AM

2003

131

LOT

Peti

Joaquim Nabuco/PE

2002

270

LOT

Nacional

Brasiléia/AC

2003

98

LOT

Peti

Maraial/PE

2002

168

LOT

Peti

Anhanduizinho/MS

2002

519

LOT

Nacional

Divino São Lourenço/ ES

2003

123

LOT

Peti

Amambai/MS

2002

s/d

LOT

Nacional

Dr. Ulysses/PR

2003

82

Nacional

Jardim/CE

2003

574

LOT

Peti

Antônio João/MS

2002

518

LOT

LOT

Peti

Aral Moreira/MS

2002

200

LOT

Nacional

Pio IX/PI

2003

138

LOT

Peti

Bela Vista/MS

2002

295

LOT

Nacional

Teófilo Otoni/MG

2003

215

LOT

Peti

Bodoquena/MS

2002

275

LOT

Nacional

Urucuia/MG

2003

216

LOT - Laboratório Organizacional de Terreno


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

EVENTOS REALIZADOS NO PERÍODO 2004 A 2010 NORTE Evento

Entidade executora

Município

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Produção de mudas da castanha-do-brasil, coleta e armazenagem; produção de derivados da castanha e artesanato

21/6/2004 a 10/9/2004

211

4

Olericultura, processamento da mandioca, do leite e de frutas

23/6/2004 a 16/9/2004

93

3

Atalaia do Norte: extração vegetal, serralheria, marcenaria, mecânica de motosserra, reaproveitamento de resíduos de madeira e classificação de madeira. Jutaí: processamento de pescado e artesanato. Fonte Boa: processamento de pescado e cozinha regional

13/10/2004 a 13/12/2004

695

11

Piscicultura, avicultura e alimentação alternativa

13/10/2004 a 20/8/2005

461

9

ECC

Diocese do Alto Solimões

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Pará (Senar-AR/PA)

Marabá/PA

ECC

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas (Sebrae/AM)

Atalaia do Norte, Jutaí e Fonte Boa/AM

ECC

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Acre (Sebrae/AC)

Capixaba e Plácido de Castro/AC

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional de Tocantins (Senar/TO)

Augustinópolis e Araguatins/TO

Augustinópolis: beneficiamento do leite, de frutas e avicultura. Araguatins: beneficiamento do leite, de frutas e apicultura

13/10/2004 a 13/11/2004

195

6

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Pará (Senar/PA)

Pau d´Arco e Parauapebas/PA

Pau d'Arco: fruticultura, pecuária de leite e apicultura. Parauapebas: fruticultura, pecuária de leite e olericultura

12/10/2004 a 30/6/2005

186

8

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Pará (Senar/PA)

Santa Isabel do Pará e Santo Antônio do Tauá/PA

Santa Isabel do Pará: piscicultura, joias artesanais e fruticultura. Santo Antônio do Tauá: aquicultura (carcinicultura) e processamento de frutas nativas

14/9/2005 a 31/3/2007

257

7

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Pará (Senar/PA)

Faro e Óbidos/PA

Faro: pescado e derivados. Óbidos: cadeia produtiva da mandioca e piscicultura

14/9/2005 a 31/1/2007

345

9

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Tocantins (Senac/TO)

Mateiros/TO

Ecoturismo (trade turístico), artesanato (capim dourado e buriti) e fabricação de doces

13/9/2005 a 31/1/2007

126

4

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional de Tocantins (Senar/TO)

Sampaio/TO

Cadeia produtiva da mandioca (cultivo da mandioca, derivados e culinária)

13/9/2005 a 31/1/2007

63

3

ECC

Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sustentável do Acre (Seplands/AC)

Brasiléia e Xapuri/AC

Brasiléia: avicultura (galinha caipira). Xapuri: cadeia produtiva da borracha

19/9/2005 a 31/1/2007

260

2

ECC e OG

Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas (Afloram)

Tonantins e Amaturá/AM

Tonantins: cadeia produtiva da madeira (manejo florestal, movelaria e artesanato). Amaturá: manejo da castanha-do-brasil, higienização e manipulação de alimentos, capacitação tecnológica e segurança no trabalho

20/12/2005 a 30/7/2007

249

2

EOP

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas (Sebrae/AM)

Santo Antônio do Içá/AM

Piscicultura em canal de igarapé, beneficiamento do pescado, artesanato em couro e escamas do pescado

15/4/2006 a 30/6/2007

101

4

ECC – Evento de Capacitação em Campo

Amaturá/AM

Período de execução

Capacitações realizadas

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.

91


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

NORTE Evento

92

Entidade executora

Município

Capacitações realizadas

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

EOP

Instituto de Apoio Técnico aos Países do Terceiro Mundo (Iattermund)

Bom Jesus da Lapa e Ponte Alta do Tocantins/TO

Bom Jesus da Lapa: manejo, plantio e processamento da mandioca e fabricação de vestimentas femininas e masculinas. Ponte Alta do Tocantins: apicultura: confecção de caixas/colmeia, culinária de produtos à base de mel, decoração de embalagens com capim dourado; horticultura

3/10/2006 a 29/8/2007

88

6

EOP

Instituto de Desenvolvimento Sustentável (Ides)

Guajará-Mirim/ RO

Fabricação de filé de pescado, linguiça natural, defumada, costelinha de tambaqui e empanados; conserva de pimenta e pratos regionais; mantas de couro, carteiras masculinas e femininas, porta-moedas e porta-cartões; produção de tambaqui; artesanato da fécula da mandioca; produção de mandioca, coleta de sementes florestais; biojoias e cestarias; projetos

16/1/2007 a 12/12/2007

194

8

EOP

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas (Sebrae/AM)

Tabatinga/AM

Biojoias, beneficiamento de frutas, culinária com peixes, turismo e serviços de hotelaria

8/3/2007 a 31/5/2008

189

3

EOP

Instituto Vitória-Régia

Eldorado dos Carajás/PA

Produção de leite e queijo coalho, produção de mel, culinária apícola; produção de cosméticos à base de mel

30/4/2008 a 24/7/2009

47

2

EOP

Associação dos Apicultores de Ponte Alta do Tocantins (Aapat)

Ponte Alta do Tocantins/TO

Produção de artesanato de capim dourado, produção de cera (bruta e alveolada)

10/12/2008 a 5/11/2009

107

2

OG

Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB/AM)

Amaturá/AM

Atividades voltadas para formalização de cooperativa, regularização da agroindústria junto aos órgãos ambientais e fiscalizadores e realização de reforço em boas práticas de fabricação

12/3/2009 a 9/9/2009

50

1

Período de Execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

NORDESTE Evento

Entidade Executora

Município

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional da Paraíba (Senar/PB)

Sousa/PB

Piscicultura em tanque-rede e artesanato da fibra de palha de coqueiro

13/10/2004 a 13/12/2004

50

2

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Ceará (Senar/CE)

Orós/CE

Piscicultura em tanque-rede, beneficiamento do pescado, beneficiamento do couro da tilápia e horticultura

13/10/2004 a 13/12/2004

97

4

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional da Bahia (Senar/BA)

Paulo Afonso, Ibotirama e Irecê/BA

Paulo Afonso: piscicultura, fruticultura, floricultura e apicultura. Ibotirama: apicultura, cosméticos apícolas, processamento do mel, produção de propólis. irecê: avicultura, apicultura, hortifruticultura e reciclagem

13/10/2004 a 26/12/2004

522

10

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Sergipe (Senac/SE)

Canindé de São Francisco/SE

Produção de mudas frutíferas, beneficiamento de frutas (polpa), horticultura orgânica, artesanato, negócios em turismo, apicultura, piscicultura, comercialização e gestão

13/10/2004 a 13/12/2004

137

7

ECC

Fundação de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Fundesf)

Itamaraju e Mucuri/BA

Itamaraju: plantio, manejo e beneficiamento de frutas. Mucuri: produção de mel, produção de pólen, manejo e administração de mel e pólen

6/12/2004 a 30/9/2005

342

3

ECC

Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec)

Nova Olinda/CE

Nova Olinda: arte em mosaico, modelagem, escultura e talhado; criação e interpretação de trilhas; formação de condutores de trilhas e atendimento ao cliente

6/12/2004 a 4/9/2005

85

3

ECC – Evento de Capacitação em Campo

Capacitações Realizadas

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

NORDESTE Evento

Entidade executora

Município

Capacitações realizadas

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

ECC

Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec)

Campos Sales/ CE

Ovinocaprinocultura (manejo produtivo de ovinos e caprinos, artesanato em couro, beneficiamento do leite e da carne)

14/9/2005 a 31/1/2007

121

5

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Ceará (Senar/CE)

Acopiara e Jaguaribara/CE

Acopiara: apicultura e avicultura (galinha caipira). Jaguaribara: piscicultura (manejo, processamento do pescado, artesanato da pele do peixe, taxidermia e fabricação de sabão)

14/9/2005 a 31/1/2007

245

14

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional de Alagoas (Senar/AL)

Santana do Ipanema/AL

Leite e derivados, inseminação artificial

13/9/2005 a 31/1/2007

130

3

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Sergipe (Senac/SE)

Graccho Cardoso/SE

Fruticultura (manejo e beneficiamento do abacaxi)

19/5/2005 a 31/11/2006

97

6

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional da Paraíba (Senar/PB)

Coremas e Piancó/PB

Coremas: piscicultura (criação de peixe e processamento do pescado). Piancó: apicultura e ovinocaprinocultura (manejo, beneficiamento e cortes especiais)

13/9/2005 a 31/3/2007

125

4

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado do Piauí (Senac/PI)

São Raimundo Nonato/PI

Ecoturismo (turismo de aventura e ecorreciclagem) e artesanato (biojoias, argila, fibra do coroá e madeira)

13/9/2005 a 31/1/2007

123

9

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Rio Grande do Norte (Senar/RN)

Assu/RN

Organização social, custo de produção, comercialização, administração, transformação caseira de frutos, consultoria em produção de derivados de pescado e piscicultura (criação em tanque-rede de tilápias)

13/9/2005 a 31/1/2007

80

4

ECC

Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó

Floresta e Salgueiro/PE

Floresta: ovinocaprinocultura (manejo da produção e cortes especiais). Salgueiro: ovinocaprinocultura (manejo da produção e cortes especiais)

13/9/2005 a 31/1/2007

262

5

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Maranhão (Senar/MA)

Loreto e São Francisco do Brejão/MA

Loreto: hortifruticultura, olericultura e cadeia produtiva da mandioca. São Francisco do Brejão: tecnologia de alimentos e derivados do leite/produção de silo

13/9/2005 a 31/1/2007

228

10

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Piauí (Senar/PI)

Francisco Santos e Palmeira/PI

Francisco Santos: ovinocaprinocultura (beneficiamento da carne, curtimento do couro e artesanato) e apicultura. Palmeira: agroindústria (cachaça) e artesanato da palha do buriti

30/9/2005 a 31/1/2007

161

5

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional da Bahia (Senar/BA)

Brumado e Campo Formoso/ BA

Brumado: fruticultura, cotonicultura e ovinocaprinocultura. Campo Formoso: artesanato com sisal e apicultura

30/9/2005 a 31/1/2007

619

5

ECC

Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta/PE)

Ibimirim/PE

Fruticultura e piscicultura

7/10/2005 a 1/8/2006

98

4

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado da Bahia (Senac/BA)

Juazeiro/BA

Turismo (informações turísticas, artesanato, garçom/garçonete de barraca de praia, preparação de drinques e coquetéis, culinária regional)

7/10/2005 a 31/1/2007

61

2

ECC – Evento de Capacitação em Campo

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.

93


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

NORDESTE Evento

Entidade executora

Município

Capacitações realizadas

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

EOP

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Sergipe (Senac/SE)

Porto da Folha/ SE

Manejo em apicultura, produção de fármacos e cosméticos à base de mel, culinária à base de mel

1/6/2006 a 31/7/2007

215

3

EOP

Care Internacional Brasil

Guaribas e Queimada Nova/PI

Guaribas: apicultura: mel, cera, própolis e cosméticos; panificação: pães, doces e salgados e olericultura: hortaliças e leguminosas. Queimada Nova: manejo em apicultura; culinária à base de mel; cosméticos à base de mel e avicultura - manejo na criação de galinha caipira

17/7/2006 a 31/8/2007

228

7

EOP

Agência para o Desenvolvimento Sustentável e a Inclusão Social (Tear)

Campo Grande do Piauí e Monsenhor Hipólito/PI

Campo Grande do Piauí: beneficiamento e processamento do caju; beneficiamento e processoamento do mel: culinária e cosméticos; artesanato: embalagens e biojoias. Monsenhor Hipólito: processamento do caju; manejo apícola e produção artesanal de velas e processamento do mel; artesanato da palha de carnaúba e babaçu

18/9/2006 a 31/12/2007

318

6

EOP

Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Local Sustentável (Icoderus)

Poço das Trincheiras/AL

Beneficiamento da carne de caprinos e ovinos

15/9/2006 a 11/8/2007

175

2

EOP

Capacitação, Pesquisa e Assessoria para o Desenvolvimento Local Sustentável (Valer)

Ovinocaprinocultura e artesanato em couro

13/9/2006 a 31/12/2007

115

2

EOP

Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais (Coopagel)

Inajá e Buíque/PE

Inajá: manejo apícola, beneficiamento de produtos apícolas e culinária do mel. Buíque: cajucultura: manejo e substituição de copas, beneficiamento da castanha e beneficiamento da fruta; caprinocultura: manejo e melhoramento genético

2/10/2006 a 31/10/2007

168

7

EOP

Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó

Piranhas/AL e Granito/PE

Piranhas: artesanato em areia; artesanato em cerâmica; artesanato em bordado; artesanato em marcenaria. Granito: manejo em ovinocaprinocultura; processamento da carne caprina e ovina; beneficiamento da pele; artesanato em couro e apicultura

20/11/2006 a 29/2/2008

361

8

EOP

Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec)

Assaré/CE

Manejo em apicultura e turismo

27/9/2007 a 29/2/2008

156

3

EOP

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Pernambuco (Senac/PE)

Petrolina/PE

Turismo com foco na gastronomia

19/1/2007 a 15/12/2007

122

1

EOP

Capacitação, Pesquisa e Assessoria para o Desenvolvimento Local Sustentável (Valer)

Serra Talhada/PE

Objetos decorativos e utilitários em fibras de bananeira e caruá, em palha de milho, em pedra, em barro; turismo rural sustentável, receptivo e dança de xaxado

9/1/2007 a 5/12/2007

68

3

EOP

Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Icoderus)

Monte Alegre/SE

Manejo em apicultura e marcenaria com ênfase em colméia langstroth

9/1/2007 a 5/12/2007

183

3

EOP

Instituto de Capacitação e Cidadania do Nordeste (ICN)

Santa Maria da Boa Vista: cadeia produtiva da horticultura irrigada: pimentão, tomate, cenoura, abóbora, batata-doce, berinjela, beterraba, inhame, repolho, alface, pepino e couve; cadeia produtiva do artesanato local; cadeia produtiva de ovinocaprinocultura. Cabrobó: rizicultura: arroz branco e arroz integral; hortaliças em geral; criação de caprinos e ovinos

25/1/2007 a 31/3/2008

239

8

Serrita/PE

94

ECC – Evento de Capacitação em Campo

Santa Maria da Boa Vista e Cabrobó/PE

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

NORDESTE Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Beneficiamento e processamento do leite; fabricação de queijos, doces e iogurte; aprimoramento técnico da produção

26/1/2007 a 22/12/2007

77

1

Jaguaribe/CE

Beneficiamento de leite e artesanato em filé

13/2/2007 a 31/3/2008

125

3

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Sergipe (Sebrae/SE)

Poço Redondo/ SE

Apicultura (produção de mel), processamento de cera alveolada, meliponicultura (abelha sem ferrão), produção de mudas e reflorestamento

30/4/2008 a 9/7/2009

130

1

EOP

Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais (Coopagel)

São José de Piranhas/PB

Produção de algodão colorido; artesanato de algodão colorido

30/4/2008 a 31/7/2009

100

2

EOP

Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais (Coopagel)

Santana dos Garrotes/PB

Produção e beneficiamento do arroz vermelho e artesanato de seus resíduos

30/4/2008 a 31/7/2009

148

1

Evento

Entidade executora

Município

EOP

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional da Paraíba (Senar/PB)

Aparecida/PB

EOP

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Ceará (Senar/CE)

EOP

Capacitações realizadas

95 EOP

Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó

Água Branca/AL

Produção em singeleza, em barro, em palha e em cipó; tecelagem e produção de derivados da cana-de-açúcar.

30/4/2008 a 1/7/2009

154

5

EOP

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional da Paraíba (Senar/PB)

Várzea/PB e Ouro Branco/RN

Saúde e segurança do trabalho, extração de D104, blasto, cooperativismo, design e gestão empresarial

15/12/2008 a 10/11/2009

85

2

EOP

Capacitação, Pesquisa e Assessoria para o Desenvolvimento Local Sustentável (Valer)

Caicó/RN

Bordados, criação de gado e produção de carne de sol

10/12/2008 a 5/11/2009

173

2

EOP

Associação Guardiã da APA do Pratigi (Agir)

Ituberá/BA

Construção de dois germinadores coletivos, construção de viveiro, produção de plântulas de pupunha

28/11/2008 25/8/2009

232

1

OG

Instituto de Desenvolvimento Sustentável (Ides)

Ituberá, Nilo Peçanha e Cairu/BA

Reorganização da gestão do empreendimento; adequação do processo produtivo; produção de vassouras e artesanato de fibras de piaçava; oficina de criação e desenvolvimento do design de bijuteria, cestaria e papel

1/12/2008 a 1/6/2009

17

1

OG

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Maranhão (Sebrae/MA)

Imperatriz/MA

Realização de oficinas para melhorar os processos de gestão e comercialização; aprimoramento do processo produtivo

21/1/2009 a 30/6/2009

108

1

OG

Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó

Chorrochó/BA

Implementação da estrutura funcional, formalização do empreendimento, adequação do processo produtivo e sensibilização do grupo de beneficiários para o aproveitamento dos frutos com preservação do meio ambiente

21/1/2009 a 20/7/2009

21

1

ECC – Evento de Capacitação em Campo

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

NORDESTE Evento

Entidade executora

OG

Instituto Agropolos do Ceará

OG

Capacitação, Pesquisa e Assessoria para o Desenvolvimento Local Sustentável (Valer)

Município

Capacitações realizadas

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Assaré, Araripe, Campos Sales, Salitre, Jardim e Barbalha/CE

Atividades relacionadas aos seguintes objetivos: melhoria dos conhecimentos técnicos dos produtores, apoio ao associativismo e ao cooperativismo, articulação da interação da cadeia produtiva da apicultura no Estado do Ceará e fomento à comercialização

8/4/2009 a 5/10/2009

250

5

Serrita/PE

Atividades voltadas à reestruturação da associação de artesãos do sertão pernambucano; capacitação e qualificação para o processo de organização, gestão e produção; revisão do plano de negócio; realização do planejamento estratégico do empreendimento e expansão da comercialização

13/1/2009 a 16/7/2009

85

2

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Confecção industrial, bordado, ourivesaria, acessórios e jornalismo comunitário

13/10/2004 a 13/11/2004

77

4

Ecoturismo (gestão de hotéis e pousadas; recepcionista de meios de hospedagem; garçom/garçonete; cozinheira; excelência em atendimento; artesanato e guia de turismo)

19/9/2005 a 31/1/2007

197

0

CENTRO-OESTE Evento

Entidade executora

Município

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Goiás (Senai/GO)

Cristalina/GO

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Goiás (Senac/GO)

Uruaçu/GO

ECC

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Mato Grosso do Sul (Sebrae/MS)

Ponta Porã/MS

Ovinocultura (manejo básico e beneficiamento da lã)

13/9/2005 a 31/1/2007

97

2

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Goiás (Senai/GO)

São Patrício/GO

Fruticultura (manejo do maracujá e beneficiamento-agroindústria)

14/9/2005 a 31/1/2007

60

1

ECC

Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo do Mato Grosso (Sedtur/MT)

Vila Bela da Santíssima Trindade e Reserva do Cabaçal/MT

Vila Bela da Santíssima Trindade: ecoturismo, artesanato (acessórios e bebidas) e apicultura. Reserva do Cabaçal: entalhe em madeira, artesanato em cerâmica, em sementes (biojoiais), costura em retalhos, processamento de doces, recepcionista, gerenciamento e condutor local

24/11/2005 a 30/4/2007

223

10

EOP

Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata)

Mambaí/GO

Processamento de frutos do cerrado e frutos de quintal, viveiro de mudas e artesanato

30/4/2008 a 19/7/2009

65

3

96

Capacitações realizadas

SUDESTE Evento

Entidade executora

Município

Capacitações realizadas

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Rio de Janeiro (Senar/RJ)

Bom Jesus do Itabapoana e São Francisco do Itabapoana/RJ

Bom Jesus do Itabapoana: beneficiamento do leite,· bovinocultura de leite,· produção de mudas de frutas, flores e para reflorestamento,· fabricação de doces e compotas e jornalismo comunitário. São Francisco do Itabapoana: fruticultura básica, beneficiamento de frutas, beneficiamento do leite e jornalismo comunitário

13/12/2004 a 30/6/2005

247

7

ECC

Fundação Rural Mineira (Ruralminas)

Berizal e Jaíba/ MG

Berizal: mandiocultura e avicultura. Jaíba: fruticultura (limão e derivados)

14/9/2005 a 30/4/2007

174

4

ECC

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Rio de Janeiro (Senar/RJ)

Porciúncula e Varre-Sai/RJ

Porciúncula: apicultura, cafeicultura e caprinocultura. Varre-sai: apicultura

14/9/2005 a 31/1/2007

300

6

ECC – Evento de Capacitação em Campo

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

SUDESTE Evento

Entidade executora

Município

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Ecoturismo (culinária, monitoria ambiental, guia de atrativos naturais e culturais, artesanato em taquara e apicultura)

13/9/2005 a 31/7/2007

86

4

Jequitinhonha: fruticultura irrigada (manejo, olericultura e viveiro de mudas) e horticultura orgânica. Ponto dos Volantes: cafeicultura

13/9/2005 a 6/7/2006

160

5

Cadeia produtiva da mandioca (cultivo, processamento da farinha, processamento da ração e doces).

30/9/2005 a 31/1/2007

97

2

Lapidação de pedras calibradas, fabricação de joias, fabricação de bijuterias, moda/estilismo

11/4/2006 a 7/3/2007

108

4

Capacitações realizadas

ECC

Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp)

ECC

Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Mesorregião dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri (Mesovales/MG)

ECC

Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Urucuia

Buritis/MG

EOP

Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM)

Diamantina/MG

EOP

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Rio de Janeiro (Senar/RJ)

São João da Barra/RJ

Boas práticas do beneficiamento do pescado, curso de formação de preços e embalagens

25/9/2006 a 31/1/2008

50

2

OG

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Rio de Janeiro - Senar/RJ

São João da Barra/RJ

Atividades com vistas à obtenção da certificação estadual e federal; elaboração do plano de marketing; fortalecimento da gestão administrativa, financeira e comercialização dos produtos.

9/1/2009 a 13/8/2009

25

1

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Iporanga/SP

Jequitinhonha e Ponto dos Volantes/MG

97

SUL Evento

Entidade executora

Município

Capacitações realizadas

ECC

Fundação dos Municípios das Missões

São Miguel das Missões/RS

Artesanato, confecção de vestuário, tecelagem, estamparia/serigrafia, produção de eventos e jornalismo comunitário.

21/6/2004 a 10/9/2004

107

6

ECC

Instituto de Desenvolvimento Regional (Saga)

São Sepé, Dom Feliciano e São José do Norte/ RS

São Sepé: fruticultura; gestão rural; produção de doces, compotas e conservas e produção de salgados. Dom Feliciano: fruticultura; horticultura; piscicultura; manuseio de tear de grampada e artesanato em lã. São José do Norte: horticultura, beneficiamento de peixe, cebola, frutas e legumes

21/6/2004 a 10/9/2004

178

14

ECC

Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale do RibeiraGuaraqueçaba

Bocaiúva do Sul/PR

Artesanato, piscicultura, olericultura e produção de alimentos

21/6/2004 a 08/11/2004

84

4

ECC

Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale do RibeiraGuaraqueçaba

Rio Branco do Sul e Guaraqueçaba/ PR e Bocaiúva do Sul/PR

Rio Branco do Sul: avicultura, apicultura, horticultura; tecnologia de alimentos. Guaraqueçaba: artesanato; cultivo da ostra; panificação

13/10/2004 a 10/6/2005

179

8

ECC

Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná

Francisco Beltrão/PR

Vitivinicultura (fabricação de vinho e subprodutos da uva: graspa, vinagre) e produção de massas

3/10/2005 a 31/1/2007

140

2

ECC

Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale do RibeiraGuaraqueçaba

Guaratuba e Morretes/PR

Guaratuba: pescado (processamento e suporte à pesca) e artesanato/ confecção. Morretes: olericultura (minhocário e plantio), artesanato (em bambu) confecção e turismo

14/9/2005 a 31/10/2006

91

6

ECC – Evento de Capacitação em Campo

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.


Trajetória do PROJETO PRODUZIR

SUL Evento

98

Entidade executora

Período de execução

Pessoas capacitadas

Empreendimentos criados

Tecnologia de alimentos (frutas e grãos) e apicultura

14/9/2005 a 14/7/2006

68

4

Município

ECC

Fundação Cultural Xingu Paraná

ECC

Instituto de Desenvolvimento Regional (Saga)

Campos Novos/ SC

Piscicultura

30/9/2005 a 31/1/2007

89

3

ECC

Prefeitura Municipal de Santana do Livramento

Santana do Livramento/RS

Fruticultura e leite e seus derivados

30/9/2005 a 31/7/2007

99

2

EOP

Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale do RibeiraGuaraqueçaba

Campina Grande do Sul e Cananéia/PR

Campina Grande do Sul: turismo rural, cozinha industrial - beneficiamento de frutas. Cananéia: horta comunitária orgânica, beneficiamento de frutas e verduras, artesanato em fibra de banana, turismo rural

5/7/2006 a 31/8/2007

125

5

EOP

Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale do RibeiraGuaraqueçaba

Manoel Ribas/PR

Oficina de cooperativismo; curso de produção de derivados do leite

14/12/2006 a 10/10/2007

25

1

EOP

Conselho Regional de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Codemau)

Ametista do Sul/RS

Lapidação de gema, criação e montagem de bijuterias e artesanato

18/9/2007 a 31/1/2008

63

2

EOP

Centro de Educação Popular e Pesquisa em Agroecologia (Ceppa)

Candiota/RS

Manejo e sanidade do rebanho leiteiro; tratamento fitossanitário preventivo em fruticultura; higienização nos resfriadores de leite; poda em frutíferas; agroecologia e produção de sementes; processamento de frutas; produção de mudas de hortaliças em ambiente protegido

18/10/2007 a 31/12/2007

120

3

EOP

Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná

Produção de leite e derivados (queijo colonial e mozarella); produção de uva e derivados (vinho, suco, geleia, graspa e vinagre)

30/4/2008 a 24/6/2009

200

4

OG

Agência Sul-Americana de Desenvolvimento (Adesul)

Quaraí/RS

Reorganização institucional da cooperativa; estabelecimento de padrões de organização institucional, produtiva e valoração do trabalho; incorporação formal dos equipamentos produtivos ao patrimônio da cooperativa; definição e organização da estratégia comercial; formação e capacitação -aprimoramento profissional dos cooperados

28/8/2008 a 24/6/2009

22

1

OG

Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc)

Chapecó/SC

Artesanato em palha de milho e trigo, tecelagem e beneficiamento da lã de ovelha, tricô, crochê e patchwork

10/12/2008 a 1/7/2009

58

1

OG

Agência Sul-Americana de Desenvolvimento (Adesul)

Uruguaiana/RS

Adequação do processo produtivo, fomento à comercialização, articulação interinstitucional

9/12/2008 a 1/6/2009

21

1

OG

Conselho Regional de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Codemau)

Ametista do Sul/RS

Estruturação do empreendimento e formação de capital de giro mínimo; criação de uma equipe de vendas e capacitação dos cooperados para comercialização; formação de rede de fornecedores de matéria-prima; criação de peças únicas e exclusivas para diversificar a produção; recuperação de máquinas e equipamentos do empreendimento; reorganização do layout de produção

9/12/2008 a 15/8/2009

64

1

OG

Instituto de Desenvolvimento Regional (Saga)

Chapecó/SC

Atividades voltadas para elaboração do planejamento estratégico, definição do manual de orientação e procedimentos, capacitação em gestão e empreendedorismo e elaboração de um posicionamento de marca para fortalecer a associação

21/1/2009 a 20/7/2009

48

1

ECC – Evento de Capacitação em Campo

Goioerê/PR

Capacitações realizadas

Barracão e Bom Jesus do Sul/ PR e Dionísio Cerqueira/SC

EOP – Evento de Organização Produtiva

OG – Oficina de Gestão.



Secretaria de Programas Regionais

Ministério da Integração Nacional


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