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DALVA RAPOSO ESTUDANTE NO ESTRANGEIRO

Quem é a Dalva?

Sou uma jovem de mente revolucionária, dedicada a causas morais e com uma tremenda paixão por livros, tanto ler quanto escrever e também por aprender, primeiramente teologia e política, e segundamente, outras culturas e línguas, falando eu Espanhol, Inglês, Árabe e Francês básico.

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O que faz a Dalva?

Eu sou estudante universitária de 21 anos, atualmente no Qatar a cursar Política Internacional, um curso que combina Ciência Política e Relações Internacionais. Em adição, também sou assistente de pesquisa no Center for International and Regional Studies onde tenho o prazer de trabalhar e aprender com os melhores acadêmicos da região e globais.

Quais os motivos para ingressar por outros espaços?

Sempre desejei estudar fora, desde pequena pesquisava por bolsas e oportunidades para estudar fora, queria conhecer o mundo além da bolha em que eu vivia e experiênciar novas culturas, línguas, músicas, tradições e costumes. Nunca tive medo mas sim uma ânsia por aquilo que eu não entendia ou ainda não conhecia.

Quais as motivações ao cursar actualmente política?

Fiz os dois últimos anos da secundária nos Estados Unidos e lá conheci uma professora que incentivoume a juntar-se a equipa de debate, e lá aprendi a pensar criticamente, a defender e atacar ideas, tanto políticas quanto social. Conheci a minha própria voz, e descobri que tinha sim conteúdo e poder de trazer mudanças. Isso reformou o meu ser, e matou o medo de pensar diferente da norma e conformarse com o que é, simplesmente porque todos o fazem.

Qual é a avaliação que fazes dos jovens moçambicanos em prol do interesse pela política?

Na minhas opinião, os jovens moçambicanos aprendem desde cedo a conformar com o sistema, já que tudo gira em torno dele no país. Não vejo fé na democracia. Não existe realmente a liberdade de expressão ou associação política que possa nutrir ativismo político no jovens em Moçambique que vá além de show para partidos políticos.

Actualmente envolvida no livro sobre Regional Integration in Africa, conte-nos do que se trata?

Este livro é um projeto da minha professora e mentora, que irá produzir o primeira compilação acadêmica compreensiva sobre as Organizações Regionais Africanas no século 21. Será uma adição importante para a literatura acadêmica Africana, com especial foco na cooperação entre países Africanos, que já vem atraindo muito interesse ao redor do mundo. O meu capítulo investiga a participação juvenil ao redor da Africa na integração regional e continental. Escrevelo tem sido uma jornada muito interessante, onde não só tenho aprendido muito sobre a condição dos jovens no continente mas também por ser a mais nova, ainda estudante universitária num projeto com alguns dos melhores PhD acadêmicos da Africa, que contrário do que eu pensei que não me fariam caso, tem sido um grande apoio para mim nessa jornada, sempre dispostos a guiar e aconselhar.

Ao teu ver quais as principais problemáticas dos jovens na diáspora?

O problema principal dos jovens moçambicanos na diáspora é continuar no mesmo círculo de grupos só moçambicanos. É importante explorar e procurar integrar-se noutra cultura sem medo. Não mudar a sua essência como moçambicano, é importante saber e lembrar sempre de onde vêm para chegar-se onde realmente quer chegar, mas essa essência pode-se manter enquanto a pessoa explora a outra cultura, não de fora, mas de dentro.

Fazendo Política em Qatar, Como pretendes ajudar no desenvolvimento do teu país?

Tenho uma paixão por pesquisa, pelo ensino e pelo ramo acadêmico, creio que é o lugar onde posso ter mais influência ao produzir e disseminar conhecimento, quero levar Moçambique ao mapa, traze-lo ao centro das discussões políticas, filosóficas e sociais. O meu maior sonho é ver a cultura lusófona celebrada ao redor do mundo, assim como fazem com a árabe ou latina.

Conte-nos a experiência de viver fora do país.

Muitas vezes sou a primeira Moçambicana que as pessoas conhecem e gosto de saber que estou a passar uma certa imagem do país que dignifica a minha cultura, tradição, família e comunidade Moçambicana. Em Indiana, apesar de estar em uma comunidade predominantemente branca, senti um forte sentimento de pertencimento e me integrei calorosamente à comunidade local. Foi animador ver a abertura e a aceitação das pessoas ao meu redor, o que me fez sentir em casa. A mudança para o Catar foi igualmente gratificante.

Fiquei cativada pela mistura de modernidade e herança cultural que prevalece aqui. Uma das coisas que apreciei em viver no estrangeiro é a oportunidade de partilhar a minha cultura moçambicana com outras pessoas e aprender com elas. Aprendi também que estamos mais conectados do que pensamos, mesmo em diferentes países e continentes, isso ensinou-me a enxergar-me como uma cidadã global acima de todas as coisas.

Quais são as tuas ambições?

Quero capacitar os jovens e promover a educação como um catalisador para a mudança, não só em desenvolvimento físico mais mental. Minha maior ambição é ser uma ponte entre culturas e promover entendimento e a colaboração entre as nações. Espero servir como uma defensora de Moçambique e de África no palco global, trabalhando para um mundo mais inclusivo, equitativo e sustentável.”

Encontre a Dalva Raposo, na rede: @dalva.lee

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