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DÉRCIO RODRIGUES MOZ OUTDOOR ADVENTURES

Qual é o lugar que vocês gostariam de ir e ainda não foram?

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A Ilha do Fogo na provincia da Zambezia, é um lugar que gostaria imenso de ir mas devido à dificuldade da via de acesso daqui para o norte, ainda não conseguimos lá chegar.

O que o MOA pretende fazer para expandir mais além-fronteiras?

Nós pretendemos promover toda a biodiversidade que existe no nosso País, promover todos os parques, falamos de parques marinhos, parques terrestres, reservas, lugares sagrados, nossa gastronomia, nossa cultura e através disso atrair mais pessoas.

‘‘Como é que vão fazer para tal?’’ Nós partilhamos nas nossas redes que são internacionais, o Facebook e o Instagram.

Temos recebido muito feedback de fora, de pessoas que moram fora de Moçambique pessoas que são de Moçambique, de pessoas que nunca estiveram em Moçambique, que têm curiosidade em conhecer e isto tem vindo a acontecer muito nos últimos anos.

Temos recebido muitas reservas do estrangeiro e temos acompanhado famílias para visitar o nosso país, já recebemos pessoas da Suécia, Suíça, Inglaterra e este ano vamos receber italianos também.

E a MOA já tem uma loja, que inclusive promove marcas moçambicanas diversas.

A ideia da loja foi mesmo nesse intuito, de poder partilhar o que é moçambicano para ser levado para fora do país. Normalmente eu recebo turistas de fora e levamo-los a passear e a conhecer e no final levam uma lembrancinha de Moçambique.

A loja foi a cereja no topo do bolo, juntei algumas marcas moçambicanas que temos, de boa qualidade, com renome e promovemos na nossa loja.

‘‘Dércio é uma pessoa que sonhou, colocou no papel e antes mesmo de colocar no papel já estava lá a realizar.’’

O que é que tem a dizer para pessoas que têm sonhos mas que até hoje ainda não colocaram para fora da gaveta como tu disseste antes?

Para as pessoas que têm sonhos como eu também tive um dia, eu digo assim, nunca desistam, vão atrás daquilo que vocês querem.

Confie nos seus próprios instintos, confie naquilo que tu queres, não desistas, essa é a palavra-chave.

E para conseguir algo, a pessoa tem de querer, é a força do querer que vai te fazer conseguir.

A Moz OutDoor trabalha sempre com os locais?

Quando vamos para um distrito ou algum local, trabalhamos sempre com eles. Isto é uma forma também de promover o distrito e ajudar as outras cadeias de valor que lá existem.

Como é que são feitas as cerimónias nos locais?

A cerimónia é feita pelo regulo local, que é escolhido pelos antepassados, ele invoca os seus espíritos e pede para que tudo que esteja lá que possa nos fazer mal, afaste-se, deixe-nos com o caminho livre para fazer a visita até um determinado momento, então leva-se farinha, leva-se um bocado de cerveja, um bocado de vinho, um bocado de tabaco, um bocado de peixe seco, bolachas para dar as crianças, sumos e eles fazem essa cerimónia, aquilo que a gente chama de Mbamba, por outro nome e depois da cerimónia feita existe um sinal. Aquela farinha que é posta lá não se pode mexer, se ela mexer, é sinal de que não estamos autorizados a entrar.

Enfrentamos até hoje a era da

Covid-19.

Isto afetou, de certa forma, o Moz OutDoor?

Pra ser sincero a Covid deu um boost. Com a Covid as portas estavam todas fechadas, os aeroportos fechados, ninguém podia viajar, só restava o turismo doméstico, então os turistas todos que estavam dentro do país que não podiam voltar às suas terras natais vinham ao Moz OutDoor Adventures

Como é que pretende chamar mais o público para praticar, para inovar cada vez mais o desporto radical cá na cidade da Beira?

Primeiramente eu poderia dizer que o que a gente está a fazer aqui é uma ação social, é algo que todo o munícipe devia fazer em sua cidade. Quando vi este projeto a ser erguido, várias vezes passei por aqui (parque urbano de Chiveve-Beira) ou por outras bacias e eu olhava e sonhava com aquilo que já tinha visto em outras cidades turísticas, com lugares similares a este, que era ter bicicletas a passarem de um lado para o outro, outros a fazerem caminhadas, outros a fazerem passeios guiados e aquele sonho foi crescendo, até que um dia explodiu e saiu da boca e fui pedir uma audiência com o Mresidente do Município.

Nessa audiência, apresentei o projeto criado por mim, no papel, que seria de exploração das atividades turísticas dentro do parque. A ideia da MOA era abraçar este projeto e criar condições para que as atividades turísticas acontecessem, então, as atividades que nós trouxemos foram caiaques, barcos a remos, barcos a pedal, passeios de bicicleta, passeios de skate, patins, e passeios guiados a pé também.

E vocês, para além do Presidente do Município,tiveram mais algum patrocínio algo assim?

Patrocínio não, mas o projeto foi apresentado à Secretária de Estado e daí foram-nos abertas muitas portas, a partir da Secretária de Estado e até hoje estão-nos a abrir. Temos recebido vários convites.

Já estive pessoalmente com o Vice-Ministro do Turismo onde apresentei o projeto também para ele e este mesmo projeto foi levado a Maputo.

Ainda aguardamos a resposta para nos encaixar em alguma parte do turismo em Moçambique, uma vez que, na Zona Centro, digamos que estamos a representar o turismo nesse sentido, então, sim, tivemos muita ajuda.

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