Outubro de 2005 Número 21
Cadernos de Viagem
Pinceladas do Japão
Nesta edição: Tóquio
2
Nikko
3
Himeji
4
Hiroshima
4
Quioto
5
Nara
5
Aichi e a Expo 2005
6
Kanazawa
7
Nagoia
8
Como nos devemos comportar? • Descalce sempre os sapatos antes de entrar num santuário, num templo ou numa casa particular. Também o tem de fazer nos ryokans, nos castelos, nalguns museus e nalguns hotéis. • Não se assoe em público ou durante uma refeição. • Não espete os pauzinhos na taça do arroz. É assim que se fazem os donativos para os mortos nos altares domésticos budistas • Não abuse do molho de soja – é um insulto para o cozinheiro. • Antes de ir a um banho comum japonês, deverá tomar um duche.
Os mitos que vão passando boca a boca acerca do Japão são inúmeros e fazem-nos ficar algo ansiosos no advento duma viagem ao Japão. O país e os seus habitante não são propriamente um bicho de sete cabeças, mas… Há que desfazer esses mitos e fazer com que os estrangeiros vejam o país como ele é. Em lugar cimeiro no ranking dos mitos vêm os preços. A quem quer que se diga que se esteve no Japão, o primeiro comentário que se ouve é “Lá é tudo caríssimo, não é?”. Toda a gente conhece alguém que já lá esteve e que pagou balúrdios por uma bica, mal comeu porque os restaurantes eram impraticáveis, etc. Estivemos no Japão quinze dias com toda a família, quer dizer, cinco pessoas. E, para lá dos hotéis que são bastante mais caros do que na Europa ou E.U.A., o nível geral de preços é muito idêntico ao nosso. Que poderei dizer dos restaurantes? Durante a
Utentes do metro a dormir nossa viagem jantámos sempre em restaurantes onde pagámos, pelos cinco, entre 35 e 40 euros. E comemos sempre muito bem. Caro? Cá, na nossa terra, pagamos muitas vezes mais. Museus e transportes têm um preço igualmente idêntico ao nosso. Comprámos uma espécie de passe Interrail japonês e viajámos de comboio por onde quisemos as vezes que quisemos – incluindo a ida do aeroporto de Tóquio para o centro da cidade e o barco para a ilha de My. Tóquio tem um aeroporto moderno, a que eu chamo de “despachado”. Tudo funciona, aliás, no Japão a fiabilidade dos serviços é grande. Despachámo-nos rapida-
mente da burocracia da emigração e fomos apanhar o comboio para o centro da cidade. Íamos com a cabeça cheia dos mitos das viagens de metro e comboio em Tóquio: mas, para de comprovarmos a eficácia do sistema de transportes, nada mais pudemos ver. As avalanches de pessoas, a falta de ar, etc. nada disso vimos. E andámos muitas vezes de metro em hora de ponta, até com as nossas grandes mochilas… Havia realmente muita gente (mas em Lisboa também…), mas muito ordeira e bem comportada. As estações têm marcações no chão para as pessoas se porem em fila para entrar e a fila é respeitada. Comprovámos, sim, a utilização dos meios de transporte para.. pôr o sono em dia. 80% dos passageiros do metro e dos comboios suburbanos fazem as viagens a dormir. Entrar no metro, sentar, baixar a cabeça e … começar a dormir.