Uma câmera escondida, um local esquecido.

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Dados de catalogação da publicação

Franco, Gustavo Triches Uma câmera escondida. Um local esquecido. - Gustavo Franco Balneário Camboriú, 2011. Projeto fotográfico apresentado à Universidade do Vale do Itajaí na disciplina de Fotojornalismo como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do curso de Tecnologia em Fotografia. Professor Orientador: Robson Souza



“Se suas fotos ainda não estão boas o suficiente é porque você ainda não está perto o suficiente”. Robert Capa (1913-1954))


Uma câmera escondida, um local esquecido. Uma câmera escondida e a idéia de fotografar a realidade do que se passa no centro de São Paulo. No inicio parecia uma situação pouco complicada de ser fotografada, mas estava enganado, fui recebido com paus e pedras. A câmera fotográfica é considerada uma arma. A violência, a pobreza e a situação em que se encontra esse local é crítica.


São Paulo, 2011. Típico prédio no centro da "cidade cinza".



As fotos a seguir são para reflexão e não para apreciação. Esqueça regras e enquadramentos. Tente entender o sofrimento que essas pessoas passam.


Uma epidemia. "O crack leva a pobreza. A pobreza leva ao crack" Âť



A seguir segue o depoimento exato de um morador do local que pediu para não ser identificado: "O crack leva a pobreza. A pobreza leva ao crack". Mas no meu caso e em muitos outros até o dinheiro leva ao crack. Essa droga destrói, modifica as pessoas. Uma droga leva a outra, e eu perdi minha mulher primeiro para a maconha, e depois disso as coisas pioraram e não existe nada pior do que chegar no crack. Era uma moça formada e hoje vive nas ruas, desaparece e reaparece, é difícil encontra-la. Já tentei de tudo mas nada faz com que ela mude. Existem muitas pessoas assim em São Paulo, pessoas inteligentes e com capacidade que tinham sim uma boa vida. Mas por algum motivo se perderam e hoje vivem a andar por essa cidade, parecem até zumbis. A droga acaba com as vidas, e até com esse país. As coisas seriam muito diferentes sem ela. E sabe o que é pior? A polícia de São Paulo também está envolvida..." ( a partir disso ele me aconselhou a não escrever mais o que ele dizia, pois segundo ele e outra pessoa que entrevistei é muito perigoso falar a verdade sobre o que acontece dentro da polícia).



"Aqui é um território livre para o uso de drogas. Cansamos de ser ignorados pela PM", afirmou uma moradora. "Entre os frequentadores da cracolândia há até mesmo homens com cerca de 60 anos vestindo terno e gravata, que compram e consomem droga no local". - Folha de São Paulo - UOL - 14/06/2011 - 06h00.





Lixo, barracas e o carro ao contrรกrio.



A pobreza.







O olhar mais triste. O olhar mais triste. Comendo comida do ch達o e pedindo dinheiro. Assim estava o menino da foto. Pedindo dinheiro para comer. Assim estava o menino da foto quando o vi. No momento em que o fotografei n達o percebi No momento em que o fotografei n達o percebi que seu olhar estava voltado para mim. que seu olhar estava voltado para mim. O olhar mais triste. O olhar mais triste. .



"Aos gananciosos".



Sem ter para onde ir. Sem ter uma casa para morar.







Apesar de todos os problemas que parecem não ter solução algumas pessoas ainda conseguem mudar de vida. Graças a organizações e campanhas contra o crack e as drogas.


Retrato de um ex-usuรกrio.


Agradecimentos Agradeço a todos que de alguma maneira tornaram possível fotografar a pobreza e o crack em São Paulo. Agradeço especialmente a Hélio Soares, grande amigo e morador de São Paulo. Sem você essas fotografias não seriam possíveis.


Referências - Robert Capa - Folha de São Paulo - UOL



Foto: Gustavo Starke

Gustavo Franco, 1990, natural de Jataí (GO), mas gaúcho de coração. Apaixonado por música e fotografia. No período de 2010/2011 cursou Fotografia na Universidade do Vale do Itajaí.



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