A arate da menos máscara do mundo

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A arte da MENOR mรกscara do mundo

Camila Gonรงalves



Bem-vindo ao festival da

menor

mรกscara do mundo.


Apresentação

O mundo mora num detalhe! Para muitos, é só um pequeno pedaço de borracha vermelha. Para poucos um detalhe que é capaz de transformar quem veste e a quem olha. A pequena grande máscara que já vestiu grandes artistas, que veste ainda grandes palhaços e que com certeza vestirá outros grandes que virão contém "dentro" dela todo um mundo, um universo, muitas vezes incompreensível para leigos e iniciantes. O mistério desse detalhe é o que moveu os sete dias do 2º Ospália Encontro de Palhaços na cidade de Itajaí. O mergulho dentro desse pequeno pedaço de látex, desse signo que é capaz de resgatar nosso ser primordial e nos confrontar trazendo no bojo de um mundo tão caótico, a singeleza. É claro que há palhaços que não utilizam o nariz vermelho, mas mesmo ali na inexistência do pedaço de látex o nariz aparece mesmo não estando, mesmo vendo um palhaço sem o tradicional nariz, consigo enxergar ele ali. Durante os dias 23 e 30 de outubro de 2011 acompanhei a programação do festival de palhaçaria. E aqui, neste livro fotográfico, deixo alguns momentos de risada, reflexão e muita grandeza de um ator que dedica sua vida à arte do palhaço. Sei que o caminho é longo, e isso me deixa feliz, saber que ser palhaço é para vida toda!

«Ser palhaço é surpreender a atenção das pessoas e roubar-lhes o coração»



Sumário Apresentação

04

Palhaços do encontro

08

Dedicatória

09

Palhaço Pepe Nuñez

10 - 11

Palhaço Pepe Nuñez

12 - 13

Palhaça Barrica

14 - 15

Palhaça Barrica

16 - 17

Palhaços Gut e Póc

18 - 19

Palhaça Palitolina

20 - 21

As três irmãs

22 - 23

Clov’s o Internacionável

24 - 25

Clerouak e Maria Lulu

26 - 27

Palhaço?

28 - 29


«Observa a ti mesmo»



dedico esse livro a todos aqueles que, atravÊs de sua arte, amam o palhaço



Bom Apetite Cia. Pé de Vento (Florianópolis/SC) Espanhol e brasileiro, ingênuo e atrevido, adulto e criança, no espetáculo Bom Apetite, o ator Pepe Nuñez, nascido na Espanha e radicado na capital catarinense, faz um mergulho na arte do ator cômico. Re-elaborando cenas e situações clássicas dos cômicos populares, e usando recursos da tradição Cômico-circence, este palhaço com nariz vermelho e um estilo franco e descontraído, convida o público a participar ativamente das cenas, compartilhando sempre o lado ridículo e inocente do ser humano. Bom Apetite é um espaço de brincadeira, um espetáculo

cumplicidade

aberto, para todas as idades. Jogos e marcam o compasso na orquestra que formam público e palhaço, e, rindo de si mesmos, trazem à tona o que todos nós temos de mais irreverente, descontraído e ingênuo. No cardápio da peça, tem música, mágica, malabarismo, jogos coletivos e, naturalmente, muito humor. Direção/Autor: Pepe Nuñez Palhaço: Pepe Nuñez

«Liberdade de arriscar-se»


«O Palhaço encontra prazer em tudo que faz»



Barrica Poráguabaixo (Chapecó - SC) O espetáculo “Barrica Poráguabaixo” traz a história de uma palhaça que quer ir à praia e isso já é um bom motivo para atrapalhações. Em praça pública a palhaça Barrica utiliza recursos concretos e imaginários, lança mão de toda a sua graça e

sensibilidade para vencer os limites impostos pelos padrões a fim de alcançar o prazer e a alegria em movimentos de pura brincadeira consigo mesma e com a plateia. Direção/atriz: Michelle Silveira da Silva Palhaça: Barrica

«Não pode comunicar prazer, a menos que o sinta»






Riscado Cia. Andante (Itajaí - SC) Companhia Andante de Itajaí sobe ao palco do Municipal com a peça “Riscado”. Os

palhaços Guti e Póc são os responsáveis pela organização de uma grande atração. Tudo tem que estar em ordem para o show. Enquanto a plateia aguarda essa “grande atração”, Guti e Póc distraem a plateia, afinal, eles “entendem” do riscado… Atores: Jô Fornari e Laércio Amaral Palhaços: Póc e Guti

«O importante é representar verdadeiramente»



Gringa Errante (Porto Alegre - RS) Palitolina é assim, magrela. Tem pernas compridas. E finas. Fiiiiiinas! O espetáculo solo de rua traz a palhaça Palitolina interagindo e se

atrapalhando

no encontro com personagens e bonecos inusitados. Com montagem privilegia o riso em uma esfera poética e contagiante

poucas palavras e composta de números próprios, a

Direção/atriz: Genifer Gerhardt Palhaça: Palitolina

«O público é o espetáculo que diverte e emociona o palhaço»



As três irmãs (Florianópolis - SC) A peça discorre sobre o desejo das irmãs Olga, Maria e Irina de retornarem à cidade natal, de onde saíram com o pai, general militar, há onze anos. Ainda mais importante que o plano dos acontecimentos, porém, é a exposição dos conflitos que se estabelecem entre o plano da vida material – o cotidiano da vida humana – e o plano espiritual – a eternidade. O espetáculo é encenado pela Traço Cia. de Teatro de Florianópolis, aborda o clássico texto do dramaturgo russo Anton Tchékhov a partir da técnica do clown. Atrizes: Débora de Matos, Greice Miotello e Paula Bittencourt. Palhaças: Olga, Maria e Irina.



Clov’s O internacionável (Criciúma - SC) Fãs do mundo inteiro apresentamos, poxa apresentar uma figura tão famosa é muita pretensão. Falastrão e exigente - “como todo astro deve ser” – (palavras do próprio artista) e que tem em seu público um parceiro ideal, público este que tem “o privilégio de ter sido escolhido para assisti-lo”, um privilégio para poucos o mais Internacionável dos Internacionáveis, Clóv's, em sua última apresentação de uma turnê mundial, mostrará sua grandiosa composição musical. Esplendorosamente magnânimo como só ele mesmo sabe ser O Internacionável Clov's fará dos instantes que antecedem a apresentação da composição musical um divertido jogo onde

palhaço e platéia conduzem juntos o espetáculo. Ator: Fabiano Peruchi. Palhaço: Clov’s.

«A busca do palhaço é a busca do próprio ridículo»



Cantando para subir (São Paulo - SP) O espetáculo é apresentado através da linguagem circense, uma das mais antigas artes teatrais do mundo, nele os palhaços músicos Clerouak e Maria Lulú desempenham diferentes funções e narram de forma poética culturas e aspectos de um mundo atual. A figura lírica clássica do palhaço europeu com a força ancestral de palhaços pouco conhecidos na cultura ocidental é apresentada ao público com o intuito de retomar a essência e força desse

arquétipo que habita o imaginário de diferentes povos. Os artistas trabalham através da poética mambembe números que reavivam memórias e estimulam o imaginário, reaproximando à população para a linguagem do teatro, e dessa forma contribuindo para formação de público do teatro brasileiro, informando e educando com entretenimento e linguagem popular. Os espetáculos também proporcionam oportunidades de ver e ouvir um estilo musical totalmente inovador e diferenciado da dupla que vêm desenvolvendo em suas pesquisas recursos melódicos, timbres e ritmos de diferentes culturas do mundo. Seus instrumentos variam, desde a clássica guitarra elétrica a um exótico banjo feito de forma de bolo de cozinha, com isso os artistas reutilizam objetos diversos criando instrumentos musicais reciclados e exclusivos com riquíssimos timbres e peculiar sonoridade Palhaços: Clerouak e Maria Lulú Azul


Palhaço? Historicamente a figura do palhaço é encontrada desde a antiguidade, sendo que, na cultura popular da Idade Média o palhaço é visto ao lado de bufões, gigantes, anões e prestidigitadores. Nas últimas décadas a imagem do palhaço tem sido usada para diversos fins, fazendo com que se tenha a ideia errada sobre essa figura que canaliza e expõe toda estupidez do ser humano. Quando rimos de um palhaço rimos de nós mesmos, pois as situações vividas por ele podem ser vividas perfeitamente por nós fazendo com que acabemos nos identificando com ele. Apesar da figura do palhaço não estar ligada ao longo dos anos exclusivamente ao público infantil ele acaba por encantar a todos colocando, igualmente, lado a lado, jovens e velhos independentes de suas posições sociais, políticas e até mesmo religiosas. O palhaço é o mais democrático de todos os artistas, é um instaurador do mundo ao contrário, aquele que diz as verdades, que faz rir da sua própria condição de estupidez, o que provoca que comove um verdadeiro festeiro. Com um palhaço não há solidão, ao contrário, traz a festa, a confraternização, em seu espaço ele prova. O palhaço é uma das figuras mais amadas e na mesma proporção ama, é isso que o torna tão fascinante!


«Essa festa não tem fim, meu Deus se terá, o que será de mim?»


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