Concurso Ibirapuera 2020 pelo Projetar.org

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Cidade parque A cidade de São Paulo desponta enquanto maior metrópole da América Latina, e distingue-se enquanto centro econômico, cultural e urbano. O cotidiano apressado e exaustivo da capital leva seus habitantes à recorrer às áreas verdes da cidade, sendo o Parque Ibirapuera um dos principais destinos com esse fim. O parque urbano impressiona com sua vasta extensão de aproximadamente 1 500 000 m², localizado na Vila Mariana, bairro privilegiado na região centro-sul. São das mais diversas as atividades proporcionadas pelo parque, distribuídas entre os setores cultural, de esportes, recreação, lazer e educação ambiental, atraindo pessoas de todos os tipos, sejam elas frequentadoras assíduas, turistas entusiasmados ou visitantes esporádicos. É de interesse da nova gestão aprimorar a experiência de ir ao parque, conquistando cada vez mais visitantes a partir do novo projeto aqui estabelecido. A fim de amplificar ao máximo o caráter sustentável e ecológico do parque, estabelecem-se ciclos “de dentro para dentro”, isto é, um constante esforço para reutilizar, reciclar e reaproveitar tudo o que provém de seu interior. O percurso da horta pretende iniciar um ciclo que envolve a população tanto na etapa educativa quanto no seu usufruto nas instalações de cozinha e lanchonete. Adequando-se à mesma lógica, o sistema construtivo utiliza majoritariamente os seguintes materiais: tijolo de solo-cimento, madeira e chapas transparentes feitas a partir da reutilização dos plásticos descartados pelos usuários no parque. De maneira ambiciosa, estabelece-se ainda um entendimento de que “de dentro para fora”, os benefícios do parque podem estender-se em escala urbana. Dessa maneira, espera-se que nesses próximos dez anos de gestão, e também posteriormente, toda a comunidade urbana comprometa-se com a nova agenda ambiental proposta pelo Parque Ibirapuera.

MOBILIÁRIO

LANCHONETE

O mobiliário é pensado com o intuito de integrar todas as áreas e criar usos plurais que dialoguem com todos os setores do parque. Dessa maneira, criou-se diferentes módulos a partir de morros de terra de variados tamanhos e formas, que, com a inclusão de peças de madeira impermeabilizada acopladas a eles se torna possível formar mesas e cadeiras para refeições, bancos, espreguiçadeiras, redes e brinquedos para crianças. Para aprimorar o mobiliário do parque, foi pensado, também, em postes de luz que incorporam variadas funções, como bebedouros, que permitem o consumo de água por todos, até pelos animais, as placas de energia solar garantem a eletricidade para a iluminação e bancos que também podem ser usados como paraciclos. Além disso, as lixeiras de coleta seletiva permitem a garantia da reciclagem e a manutenção do projeto de reuso de materiais que são produzidos dentro do parque

Ao longo do parque são pulverizadas duas tipologias de quiosques (autônoma e de vendas), que se propõem a estabelecer uma integração entre plantar, colher e comer: a primeira é um módulo que possui um caráter mais independente, incrementando a experiência de quem frequenta o parque que têm agora a possibilidade de cozinhar seu próprio alimento a partir das infraestruturas oferecidas, sendo elas uma bancada com pia, mesas e uma horta. também estão à disposição ferramentas de jardinagem, dois pontos de água, como torneira e mangueira, para a manutenção dessa, tudo localizado na parede ao lado de forma simples e organizada. Além disso, algumas especiarias dispostas podem ser convenientes na hora de preparar uma refeição saudável para a família. Outro uso estimado para este módulo é enquanto apoio aos cursos vinculados ao circuito de educação ambiental do parque. A segunda tipologia apresenta-se numa forma mais tradicional enquanto lanchonete e contribui para uma ida agradável ao parque, oferecendo mais praticidade para além da cozinha autônoma, promovendo o comércio de lanches, bebidas, souvenirs e também de produtos da horta, durante as feiras organizadas mensalmente. A fim de tornar mais agradável a experiência no parque, paraciclos e bebedouros são instalados nas duas tipologias, além do caráter de uso universal dos bebedouros dispostos em diferentes alturas, possibilitando que pessoas de todas as idades, portadoras de deficiências físicas e até os animais possam se refrescar. Conta-se também com o trabalho dos vendedores ambulantes que vêm contribuindo para a realização das refeições dentro do parque. Eles são responsáveis por atender uma vasta área com produtos de rápido consumo e têm livre acesso aos cursos ofertados pela UMAPAZ.

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TIPOLOGIA AUTÔNOMA

cobertura de garrafas plásticas

espera

cozinhas autônomas

preparo e atendimento

horta e material de suporte

estocagem mobiliário de apoio

vendedores ambulantes

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BANHEIRO A fim de explorar a utilização dos sanitários para criar novas experiências em conjunto com as vivências do parque, a cobertura dos banheiros é formada a partir da reutilização de garrafas plásticas descartadas proporcionando uma iluminação diferenciada ao espaço. Além disso, as paredes feitas de tijolos espaçados e a parte superior aberta cria uma maior interação entre a parte interna e externa, e garantem o conforto térmico mesmo nos dias mais quentes. A estruturação do projeto é realizada a partir de um módulo fixo de banheiro, que se baseia no princípio do design universal. Já o espaço central se configura pela possibilidade de variação de acordo com o setor do parque no qual ele está inserido, de forma que pode ser um espaço de vestiário, que se acessa pela parte interna do banheiro, disponível nos setores de esportes e de recreação, como também um espaço de banheiro infantil e fraldário, acessado pelo lado de fora, nos demais setores.

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PLANTAR

B

O uso imediato dos produtos da horta é possível por meio dos quiosques autônomos, permitindo aos usuários do parque a colheita dos legumes e especiarias, entre outros, para o preparo de lanches rápidos entre exercícios ou até mesmo piqueniques para toda a família. A possibilidade de autonomia conferida à todos tende a instigar experiências diferenciadas no parque, visto sua natureza inovadora e cativante. Outra alternativa é a compra dos produtos frescos diretamente nas lanchonetes espalhadas pelo parque, estimulando visitas mais frequentes e regulares, podendo até incluir o hábito de fazer feira no Ibirapuera no cotidiano do paulistano.

ESPRAIAR

esporte e recreação esporte lazer educação ambiental lago - núcleo

4. Espaços Verdes 5. Proposta de Parquificação da Cidade

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COLHER

cultural

B

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A criação do quarto percurso no parque, transversal aos demais e aos diferentes setores de atividades, dispõe de uma horta de ordem coletiva em seu trajeto, fortalecendo a lógica da educação ambiental já existente. O percurso tem em uma de suas extremidades a UMAPAZ (Coordenação de Educação Ambiental e Cultura de Paz) e se estende entre os portões 7, 7a e 8, promovendo completa integração e relação de manutenção da coordenação para com a horta, a partir dos cursos e atividades práticas oferecidas de capacitação para jardinagem e cultivo; sugere-se, ainda, um vínculo entre a rede de educação pública municipal e os cursos oferecidos. Dessa maneira, aproveita-se o potencial do parque enquanto local gerador de conhecimento, planta-se a ideia de consciência e responsabilidade ambiental, sempre em conjunto à participação popular.

1. Novo Percurso da Horta 2. Mapa de Percursos 3. Mapa de Setorização

paraciclos

souveniers

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TIPOLOGIA DE VENDAS

Que, em dez anos, a horta se faça valer de uma outra função, - além de seu importante papel no circuito da educação ambiental, seu uso nas cozinhas autônomas e venda nas lanchonetes e feiras - retomar o parque Ibirapuera enquanto viveiro experimental. Integradas à horta, árvores frutíferas e de diversos portes terão o espaço e o suporte necessários para amadurecer no decorrer da década. O vínculo estabelecido entre o viveiro e os usuários do parque que acompanharão e contribuirão com seu desenvolvimento seria apenas um dos benefícios à longo prazo, além da democratização do contato contínuo com áreas verdes que aprimoram a qualidade de vida e levam mais tranquilidade para toda a cidade.

EM 10 ANOS

PROJETAR.ORG | 033 - Mobiliário do Ibirapuera

PORTARIA A portaria visa priorizar o seu caráter receptivo, enquanto centro de apoio e de informações, em detrimento da vigilância e desmanchar aos poucos o limite entre o parque e a cidade. Com essa finalidade, a edificação se funde à paisagem, criando novas maneiras de acessar o parque, por dentro ou por fora. Essa proposta, além de configurar uma nova espacialidade que permite diferentes usos, gera uma maior permeabilidade tanto visual quanto física. Em seu interior, estabelecem-se as instalações voltadas ao atendimento ao público, isto é, bilheteria e central de informações, além dos dois banheiros, também pautados no design universal. O restante do espaço pode vir a ser um ponto de encontro, um local de espera e até mesmo de descanso. Ademais, pretende-se que até o final desta década, todas as grades e portões sejam gradativamente retirados, a fim de desmaterializar o que divide o Ibirapuera da Cidade Parque.

bilheteria e central de informações com espaço para funcionários

banheiros

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