Concelho de Loures - Empresa Farmacêutica - Auditoria Energética - Relatório

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RELATÓRIO

DE

AUDITORIA ENERGÉTICA EMPRESA FARMACÊUTICA Relatório 13.087.12/002

30 de Setembro de 2012


2

1. INTRODUÇÃO

5

2. OBJECTO E ÂMBITO DA AUDITORIA

8

3. METODOLOGIA UTILIZADA

10

3.1. FASE 1: PLANEAMENTO E PREPARAÇÃO 3.1.1. RECOLHA DE INFORMAÇÃO E DADOS HISTÓRICOS DA INSTALAÇÃO INDUSTRIAL 3.1.2. ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO 3.2. FASE 2: TRABALHO DE CAMPO 3.3. FASE 3: TRATAMENTO DE DADOS 3.3.1. ANÁLISE ENERGÉTICA 3.3.2. ANÁLISE DE FATURAS DE ENERGIA ELÉTRICA 3.4. FASE 5: ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE AUDITORIA ENERGÉTICA 3.5. FASE 6: DETERMINAÇÃO DOS INDICADORES DE INTENSIDADE ENERGÉTICA E CARBÓNICA E ELABORAÇÃO DO PLANO DE RACIONALIZAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA (PREN)

10 10 11 11 12 12 13 13

4. ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO GERAL DA INSTALAÇÃO

15

4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL 4.2. PROCESSO PRODUTIVO 4.2.1. FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO 4.2.2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

15 16 16 16

5. ANÁLISE DO PERÍODO DE REFERÊNCIA

19

5.1. CONSUMOS E CUSTOS DE ENERGIA 5.2. CONSUMOS E CUSTOS POR FORMA DE ENERGIA 5.2.1. ENERGIA ELÉTRICA 5.2.2. GÁS NATURAL 5.2.3. GASÓLEO 5.3. PRODUTOS FINAIS 5.4. CONSUMOS ESPECÍFICOS DE ENERGIA 5.5. EVOLUÇÃO DA INTENSIDADE ENERGÉTICA E DA INTENSIDADE CARBÓNICA 5.6. RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ENERGIA E A PRODUÇÃO REALIZADA

19 19 20 22 22 22 23 23 23

6. DESAGREGAÇÃO DOS CONSUMOS DE ENERGIA NA INSTALAÇÃO

25

6.1. METODOLOGIA 6.2. DISTRIBUIÇÃO DOS CONSUMOS DE ENERGIA ELÉTRICA 6.3. DISTRIBUIÇÃO DOS CONSUMOS DE GÁS NATURAL

25 27 28

13

7. CARACTERIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PRODUTIVOS PRINCIPAIS CONSUMIDORES DE ENERGIA 30 7.1. PRODUÇÃO

30

8. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS AUXILIARES

33

8.1. ALIMENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 8.1.1. ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 8.1.2. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 8.1.3. BATERIAS DE CONDENSADORES

33 33 36 36

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8.1.4. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA 8.2. SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO INTERIOR 8.2.1. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA 8.3. ENERGIA TÉRMICA 8.3.1. CENTRAIS DE FRIO 8.3.2. PRODUÇÃO DE VAPOR 8.3.3. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA 8.3.3.1 OTIMIZAÇÃO DO CICLO FRIGORÍFICO DE UM COMPRESSOR 8.4. AR COMPRIMIDO 8.4.1. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA 8.5. TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS 8.6. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 8.6.1. POTENCIAS MEDIDAS DE MELHORIA

37 40 40 43 43 44 45 45 51 52 54 55 55

9. GESTÃO DE ENERGIA

57

10. RESUMO DAS POTENCIAIS MEDIDAS DE MELHORIA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO

60

10.1. METODOLOGIA UTILIZADA E PRESSUPOSTOS 10.2. MEDIDAS IDENTIFICADAS 10.3. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA - COGERAÇÃO

60 61 61

11. CONCLUSÕES

64

12. BIBLIOGRAFIA

67

13. ANEXOS

69

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1. INTRODUÇÃO A INENERGI ADVANCER realizou um conjunto de

condições

necessárias

para

detetar

ações enquadradas no âmbito do projeto e-Aire

eventuais

ineficiências

no

sistema

(Programa

energético da instalação e propor medidas

INTERREG

MUNICIPAL

DE

compromete,

IV)

onde

LOURES

tendo

em

é

a

CÂMARA

parceiro

vista

a

e

se

redução

de

de racionalização energética; 

Elaboração

de

Relatório

de

Auditoria

emissões de carbono, a promover a execução de

Energética – documentação do trabalho de

Auditoria Energética e a elaboração do Plano de

Auditoria Energética e caracterização da

Racionalização do Consumo de Energia (PREn) para

instalação.

a instalação da Empresa Farmacêutica., adiante

Intensidade

designada

possível, e identificação das medidas de

como

EMPRESA

FARMACÊUTICA,

localizada em Loures. Neste âmbito foi realizada

melhoria

uma Auditoria Energética à instalação, com o objetivo de elaborar PREn para o cumprimento dos requisitos

impostos

supramencionado, respetivos

pelo

tendo

relatórios

projeto

sido

e

europeu

elaborados

demais

dos

Carbónica,

para

a

Índices sempre

eficiência

de que

energética

identificadas na instalação; 

Plano de Racionalização do Consumo de Energia – Como resultado da análise das

os

condições de utilização de energia na

documentos

instalação, foi elaborado o PREn para o

acordados. A

Cálculo

incentivar a redução de emissões gasosas

Empresa Farmacêutica é

uma empresa da

para a atmosfera.

indústria farmacêutica (C.A.E.: 21100 – Fabricação de

produtos

farmacêuticos

de

base)

que

desenvolve e fabrica produtos farmacêuticos de base, finais e intermédios.

De acordo com o disposto no artigo n.º 2 do D.L. nº 71/2008, de 15 de Abril, o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE) é

A instalação desenvolve-se numa área bruta total

aplicável a toda e qualquer instalação consumidora

de, aproximadamente, 37.000m2 abrangendo 20

de energia, em relação à qual se verifique que a

edifícios que se repartem por:

instalação tenha alcançado no ano anterior um consumo energético superior a 500tep.

“Áreas Administrativas”;

“Instalações industriais para produção”;

“Laboratórios

de

Investigação

Durante o ano de 2011, ano de referência no e

âmbito desta auditoria, a Empresa Farmacêutica,

Desenvolvimento”;

S.A., teve um consumo superior a 500tep, estando

“Oficinas”;

por isso abrangida pelo SGCIE, de acordo com o

“Armazéns”;

artigo acima citado.

“Áreas Técnicas”.

Assim, o desenvolvimento dos trabalhos realizados foi suportado tecnicamente nos regulamentos em

Essencialmente, os trabalhos realizados incidiram sobre

três

vertentes

que

estão

diretamente

relacionadas entre si: 

Auditoria

nesta

os

vertente

trabalhos têm

como

objetivo apurar as condições de utilização, gestão

e

dos Consumos Intensivos de Energia - SGCIE (Decreto-Lei n.º 71/2008 de 15 de Abril) e nas normas dos Despachos n.º 17313 de 2008 e n.º

Energética

realizados

vigor, nomeadamente no novo Sistema de Gestão

consumo

de

energia

na

17449 de 2008. O cumprimento do disposto no SGCIE contempla essencialmente duas atividades principais:

instalação, de forma a reunir todas as

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Auditoria Energética – Os trabalhos realizados

nesta

vertente

têm

como

objetivo apurar as condições de utilização, gestão e consumo de energia no edifício, de forma a reunir todas as condições necessárias para o cálculo dos Indicadores Energéticos; 

Plano de Racionalização do Consumo de Energia – Como resultado da análise das condições de utilização de energia na instalação, foi elaborado PREn.

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2. OBJECTO E ÂMBITO DA AUDITORIA Tal como foi já indicado, a presente auditoria teve como objetivo a avaliação energética da instalação fabril da Empresa Farmacêutica com vista a dar cumprimento

aos

compromissos

da

Câmara

Municipal de Loures, no que diz respeito ao programa europeu e-Aire. Neste

contexto,

desenvolvidos

o

âmbito

dos

trabalhos

nos

seguintes

enquadraram-se

planos de intervenção: 

Caracterização da instalação e sistemas energéticos, ou seja, das infraestruturas energéticas e dos respetivos regimes de exploração;

Auditoria Energética, que corresponde a uma

análise

local

dos

sistemas

energéticos, com vista à desagregação dos consumos de energia por tipo de utilização

e

elaboração

do

balanço

energético global da instalação; 

Elaboração de PREn, tendo como objetivo a redução de consumo nos Indicadores de Eficiência Energética e consumos globais da instalação.

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3. METODOLOGIA UTILIZADA A metodologia definida para a realização deste trabalho abordou um conjunto de ações destinadas a caracterizar energeticamente as instalações e respetivos sistemas energéticos integradas em

de

Arquitetura

não

foi

disponibilizada

qualquer documentação. Dado não existir registo atualizado ou informação técnica completa e atualizada dos equipamentos afeto ao sistema de AVAC, projetos de ar

cinco fases distintas:

comprimido, vácuo e vapor, optou-se por 

Fase 1 – Planeamento e Preparação;

Fase 2 – Trabalho de Campo;

Fase 3 – Tratamento de Dados;

Fase 4 – Elaboração do Relatório da

equipamentos

Auditoria Energética;

consultando os manuais dos mesmos ou

avançar com a informação recolhida em campo e com pressupostos que tiveram em conta a tecnologia disponível à data dos anos

outra

Fase 5 – Elaboração do PREn.

A fase de planeamento/preparação permitiu a recolha de alguma informação, complementada com uma visita prévia às instalações, que foi a

análise

da

documentação

disponibilizada pelo cliente. Durante

a

visita

reconhecimento

os

consumidores

informação

diferentes de

energia

disponibilizada

pelos

Faturas

Energéticas – Foi cedido o

energia

elétrica

para

consulta

diagramas de carga. Não foram cedidas faturas ou outra informação relativa ao consumo de gasóleo ou gás natural, tendo sido apenas indicado o consumo

foi

efetuado

instalação

e

um

esclarecidas

Preliminar

preenchido

pela

Empresa

Farmacêutica, S.A..

questões relativas à distribuição de energia.

3.1.1. RECOLHA

INFORMAÇÃO

DE

E

DADOS

HISTÓRICOS DA INSTALAÇÃO INDUSTRIAL A documentação entregue foi a seguinte: 

Inquérito Preliminar – Preenchimento de um inquérito de caracterização geral da instalação,

com

caracterização desenvolvidas descrição

informação das

na

sucinta

atividades

instalação das

geral, e

uma

instalações

a

auditar; 

Documentação Técnica da Instalação – A documentação entregue compreendeu apenas

as

peças

desenhadas

de

Instalações Elétricas. Esta informação revelou-se

dos

total para o ano 2011 no Inquérito

prévia

da

para

acesso à plataforma do distribuidor de

3.1. FASE 1: PLANEAMENTO E PREPARAÇÃO

com

fabrico

fabricantes; 

completada

de

desatualizada

e/ou

incompleta. Relativamente a elementos

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3.1.2. ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO Foi efetuada a análise de toda a documentação

instalação, não foi possível fazer uma

entregue, que permitiu identificar as principais

caracterização

características

componente.

da

instalação

onde

ocorreu

a

e

análise

desta

auditoria. A caracterização da instalação dividiu-se nas seguintes vertentes: 

Foi

3.2. FASE 2: TRABALHO DE CAMPO

dos

A fase do trabalho de campo, que decorreu durante

consumos de energia elétrica através dos

os dias 09 e 16 de Julho de 2012, compreendeu

dados de 2011, disponibilizados no portal

a recolha de toda a informação possível e útil para

do distribuidor. O registo dos consumos

a elaboração da análise, efetuando-se as medições

foi também analisado e comparado mês a

necessárias à identificação dos fluxos de energia da

mês para o ano de 2011. Não foi possível

instalação, através da instalação de instrumentos

efetuar qualquer análise para gás natural

de medida nas principais cargas consumidoras de

ou gasóleo por não ter sido entregue

energia elétrica e identificando os consumos pelos

qualquer faturas;

principais usos finais.

Análise

das

efetuada

faturas

uma

energéticas

análise

-

apenas

Caracterização sumária da instalação e da

Todas

atividade

de

analisadores de energia, foram registadas com um

caracterização da instalação, no âmbito da

período de integração de 1 minuto e/ou 15

Auditoria Energética, consistiu numa visita

minutos.

desenvolvida

-

A

fase

as

medições,

efetuadas

através

dos

às instalações, para conhecimento do tipo de

produto

ou

atividades

que

são

desenvolvidas na instalação e dos horários de

funcionamento.

Não

foi

entregue

qualquer outra documentação; 

Caracterização dos sistemas energéticos A

caracterização

das

principais

infraestruturas energéticas dos edifícios previu a avaliação dos principais sistemas energéticos existentes, através da análise das peças escritas e desenhadas dos projetos

de

AVAC,

iluminação,

eletricidade, etc. Contudo, e tendo em Figura 3.1 –

conta a inexistência de documentação

Montagem dos

técnica detalhada e atualizada, optou-se

analisadores

por fazer essa caracterização durante o trabalho

de

campo,

sempre

que

de energia.

foi

possível; 

Caracterização da envolvente térmica da instalação – Não tendo sido disponibilizada qualquer tipo de informação acerca da envolvente

opaca

e

envidraçada

das

instalações, e tendo em conta o número

Foi também realizado um levantamento e uma avaliação

das

condições

de

exploração,

dimensionamento e manutenção das instalações de equipamentos Contudo,

dada

e

dos a

sistemas

inexistência

de

energéticos. informação

elevado de edifícios que compõem a

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detalhada e atualizada, esta análise foi feita apenas

o ano de 2011, provenientes dos dados

com base no verificado no terreno.

disponibilizados

pelo

distribuidor

de

energia elétrica e da informação indicada no Inquérito Preliminar, como apresentado no Capítulo 5.2.

3.3. FASE 3: TRATAMENTO DE DADOS Esta

fase

corresponde

ao

tratamento

da

informação e dos dados recolhidos nas fases anteriores, de forma a obter os fluxos energéticos existentes na instalação. Assim, as ações a realizar

Consumo de energia por utilizações finais: As

utilizações

Comprimido,

Frio

e

Vapor;

realizados, especificando os parâmetros de tensão, intensidade, potência ativa,

Produção;

reativa pedida e fator de potência;

Laboratórios e AVAC;

Análise técnica da situação energética

Tratamento de Resíduos

atual das instalações; 

na

Serviços Auxiliares – Ar

Análise dos registos de energia elétrica

consideradas

análise da instalação são as seguintes:

foram: 

finais

URIS e F2;

Desagregação do consumo por utilização

Serviços Administrativos

final (equipamentos de produção típicos

e de Apoio.

para a indústria farmacêutica, assim como serviços

auxiliares

ar

comprimido,

vácuo, vapor, frio) e consumos associados

O balanço energético foi realizado com base no

a atividades administrativas ou outras de

cruzamento de dados de vários procedimentos

apoio.

distintos:

De ressalvar que não será possível a obtenção de

Análise detalhada da variação mensal

consumos específicos de energia, indicadores de

dos registos de consumo de energia

intensidade energética e carbónica e cálculo das

elétrica, bem como os horários de

metas a atingir no final da implementação do

laboração, aferidos nas faturas;

PREn, porque não foram facultados quaisquer dados relativos à produção desta instalação.

um

energético

das

formas de energia utilizadas na instalação com as diferentes utilizações finais, sempre que possível, permitindo obter uma desagregação do consumo de energia pelos vários sectores ou utilizações A

realização

deste

balanço

prevê

a

concretização das seguintes fases: 

Cálculos

efetuados

equipamentos

balanço

instalações numa base anual, relacionando as

finais.

aos

principais

com

base

na

caracterização feita no terreno dos

3.3.1. ANÁLISE ENERGÉTICA elaborado

efetuadas

equipamentos; 

Foi

Medições

Consumo de energia por fonte energética: O balanço energético teve como base os consumos de energia verificados durante

instalados

e

no

respetivo regime de exploração. Dada a importância do consumo de energia elétrica e a dispersão de consumidores intensivos nesta instalação, foi instalado um conjunto significativo de equipamentos de medida para registo dos consumos de energia elétrica, com períodos de integração de 1 e/ou 15 minutos. Desta forma obtiveram-se

diagramas

de

carga

diários

da

instalação e dos circuitos elétricos relativos aos principais equipamentos energéticos ou sectores identificados.

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3.3.2. ANÁLISE DE FATURAS DE ENERGIA ELÉTRICA Para além da informação anteriormente referida, é

de transporte e distribuição de energia, estudos e

ainda possível através da análise das faturas de

verificação

energia elétrica identificar um conjunto de dados

temperaturas,

referentes à opção tarifária e ciclo:

monitorização

Potência

contratada

e

consumos

de

energia em horas cheias, vazio normal,

da

capacidade, eficiências,

dos

rendimentos, resultados

principais

consumidores

da de

energia e desagregação dos consumos de energia globais e por fonte e utilização.

super vazio e pontas; 

Se existe ou não penalização devido a uma incorreta compensação do fator de potência;

Evolução

3.5. FASE 6: DETERMINAÇÃO DOS INDICADORES DE INTENSIDADE

ENERGÉTICA

E

CARBÓNICA

E

ELABORAÇÃO DO PLANO DE RACIONALIZAÇÃO DO das

potências

tomadas

e

contratadas.

CONSUMO DE ENERGIA (PREN) A

auditoria

principais:

energética a

verificação

visa

dois

das

objetivos

condições

de

distribuição e utilização de energia na instalação e 3.4. FASE

5:

ELABORAÇÃO

DO

RELATÓRIO

DE

a obtenção de informação para a elaboração do

AUDITORIA ENERGÉTICA

PREn. Esta caracterização permitiria a identificação

Os resultados e conclusões referentes à Auditoria

e cálculo de indicadores para verificar a eficiência

Energética são expostos de uma forma simples e

energética da instalação e para acompanhar a

clara no presente Relatório de Auditoria Energética.

evolução da mesma ao longo do tempo, contudo,

O

relatório

resultantes

apresenta das

fases

todas de

as

conclusões

Caracterização

da

Instalação e Auditoria Energética, nomeadamente, a descrição e verificação do estado das instalações

dado não ter sido disponibilizada informação acerca da produção desta instalação não será possível apresentar estes indicadores e PREn será elaborado tendo em conta metas de redução no consumo global da instalação.

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4. ANÁLISE

E

CARACTERIZAÇÃO

GERAL

DA

INSTALAÇÃO Neste

capítulo

descreve-se

sumariamente

a

localização, a estrutura da instalação como linhas de produção, produtos finais e serviços auxiliares.

4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL A instalação da Empresa Farmacêutica, S.A., encontra-se localizada em Sete Casas, no concelho de

Loures,

com

uma

área

bruta

de,

aproximadamente, 37.000m2,dos quais 7.943m2

Figura 4.2 – Atual implantação da instalação de produção da Empresa Farmacêutica, S.A..

correspondem a área coberta, distribuída entre zonas de serviços administrativos, laboratórios, oficinas, armazéns e zonas de produção. Existe ainda uma área exterior para estacionamento, armazenamento, áreas técnicas e de circulação de veículos, como é possível observar na figura seguinte.

A instalação compreende, no total, 24 edifícios, que integram áreas de produção, armazéns, parques de armazenagem

de

solventes,

laboratórios

de

investigação e análise, áreas de reciclagem e tratamento de resíduos, outros serviços auxiliares e utilidades, bem como áreas administrativas. Apresenta regime de funcionamento normal em contínuo, segundo 3 turnos/dia, 24 horas/dia, 7 dias

por

semana,

compreendendo

e

cerca de

períodos

anuais

360

dias/ano,

de

paragem

programada variáveis.

produtivas à escala industrial em Loures, Macau e China, e, ainda, escritórios em Hong Kong e Suíça.

Figura 4.1 – Vista aérea da instalação de produção da Empresa Farmacêutica, S.A..

A figura 4.2 ilustra a atual implantação das instalações, que é composta por diversos edifícios e infraestruturas.

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4.2. PROCESSO PRODUTIVO O processo de produção da Empresa Farmacêutica,

efetuada a produção de uma grande variedade de

S.A. vai sendo alterado ao longo do ano, tendo em

produtos API em quantidades variáveis, que podem

conta as especificidades dos produtos finais ou

ir desde alguns quilogramas até algumas dezenas

intermédios a desenvolver. Contudo, a instalação

de toneladas, por produto.

compreende três grandes famílias de produtos finais, são eles:

Em termos operacionais, globalmente, a instalação pode ser subdividida nas seguintes duas grandes

Esteroides (ST);

áreas fabris principais:

Meios de Contraste (XR);

Minociclina (NY).

A “Fábrica 1” (F1), dedicada às atividades de produção propriamente ditas;

A produção é feita em laboração contínua, ou seja,

A “Fábrica 2” (F2), que compreende os

nos dias úteis e não úteis das 0h às 24h. A

processos de recuperação/reciclagem e

produção é interrompida parcial ou totalmente

tratamento de produtos

entre uma a duas semanas durante o ano que

secundários/resíduos resultantes,

corresponde ao período de paragem para tarefas

maioritariamente, das atividades

de

realizadas na área F1, ou provenientes do

manutenção

e

ocorre,

normalmente,

nas

primeiras semanas de Agosto.

exterior (ex. devoluções de clientes). Esta área da instalação iniciou funcionamento em 1991, à exceção da unidade de recuperação de iodeto de sódio (URIS),

4.2.1. FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO Não

foram

disponibilizados

fluxogramas

instalada no final de 1999.

dos

processos produtivos da Empresa, contudo os

O fabrico dos produtos API, realizado na área F1,

principais equipamentos de produção em utilização

envolve normalmente vários passos, os quais,

consistem

em

com

globalmente, podem ser agrupados de acordo com

potências

médias

kW,

a seguinte sequência de operações: carga, reação,

reatores de

e

centrífugas,

10

e

45

evaporação/destilação,

aproximadamente.

filtração,

secagem

e

embalagem. Para a recuperação/reciclagem e tratamento de produtos secundários/resíduos, nomeadamente a

4.2.2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO As principais atividades realizadas na instalação consistem na investigação, desenvolvimento de processo e produção à escala industrial (síntese) de produtos farmacêuticos de base (substâncias ativas farmacêuticas), utilizando exclusivamente a via da síntese química, sem recorrer a processos biológicos. É também efetuada, como atividade secundária, a preparação de princípios ativos para ensaios clínicos de medicamentos. As

Substâncias

Ativas

primas

de

base

para

constituem

posterior

(API)

matérias-

utilização

em

laboratórios farmacêuticos, que os formulam em comprimidos,

cápsulas,

reutilização

de na

solventes

orgânicos

instalação,

assim

para

como

a

recuperação de outros compostos orgânicos e catalisadores, a área F2 da instalação integra maioritariamente evaporação

e

processos

de

separação

por

destilação, membranas

(permeação gasosa). Em alguns outros casos, as operações de recuperação/reciclagem em causa são realizadas em conjuntos de equipamentos (ex. reatores, centrífugas, secadores, etc.) que, por

Farmacêuticas

produzidas na instalação

recuperação

injetáveis,

questões maioritariamente logísticas, tanto podem situar-se

na

encontrarem-se

área

F2

integrados

da na

instalação área

como

produtiva

propriamente dita (área F1).

cremes,

inaladores, ou outras formas de apresentação. É

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Os produtos secundários/resíduos são geridos pela

Áreas

de

armazenagem

de

matérias

área F2 procurando que, como regra geral, sejam

primas, de solventes e de outras matérias

tratados/reciclados, sempre que possível, para

subsidiárias,

permitir uma posterior reutilização interna nos

resíduos.

processos produtivos da própria instalação. Os resíduos

líquidos

referentes

aos

solventes

orgânicos não reutilizáveis, ricos em iodo ou com poder calorífico elevado, são encaminhados para valorização térmica, por incineração na unidade de recuperação de iodeto de sódio (URIS), igualmente

de

produtos

finais

e

A instalação integra ainda alguns sistemas para o tratamento de fim-de-linha dos efluentes gerados, designadamente para o tratamento de efluentes líquidos e resíduos e para a redução de emissões gasosas.

integrada na área F2 da instalação. O calor gerado neste processo de incineração é aproveitado para a produção de vapor, posteriormente utilizado como utilidade quente nas diferentes áreas da instalação. A URIS recebe os resíduos líquidos e utiliza gás natural como combustível auxiliar. Integra uma câmara de oxidação térmica dimensionada de forma a garantir uma temperatura de 1.100 ºC e uma

capacidade

resíduos

máxima

líquidos

de

de

931

alimentação

kg/hora

±

de

10%,

correspondente a uma capacidade máxima de processamento de 25 ton/dia, ou cerca de 9.000 ton/ano. Compreende

ainda

uma

caldeira

destinada

à

recuperação do calor produzido, sob a forma de vapor, bem como sistemas complementares de tratamento das emissões gasosas geradas. Adicionalmente,

para

apoio

às

atividades

produtivas propriamente ditas, e para além dos processos

de

recuperação/reciclagem

tratamento/eliminação

de

e

produtos

secundários/resíduos existentes na área F2 da instalação, já acima referidos, a instalação dispõe ainda de um conjunto de serviços auxiliares e utilidades complementares, nomeadamente:

Sistemas de captação e tratamento de água;

Circuitos de utilidades frias (água e outros fluidos de arrefecimento);

Circuitos de utilidades quentes (vapor) e equipamentos

de

produção

de

vapor

respetivos; 

de

Redes de azoto, ar comprimido, água de combate a incêndios, etc;

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18

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19

5. ANÁLISE DO PERÍODO DE REFERÊNCIA Neste capítulo é feita a caracterização da evolução

5.2. CONSUMOS E CUSTOS POR FORMA DE ENERGIA

do consumo de energia na instalação no ano de

Relativamente

referência deste relatório, ou seja, 2011.

instalação, energéticas,

5.1. CONSUMOS E CUSTOS DE ENERGIA

gasóleo,

ao

este

consumo

energia

sendo

energético

reparte-se

por

elétrica,

que

no

três

gás

ano

de

na

fontes

natural

e

referência

Neste capítulo é efetuada uma análise anual que

considerado (2011), o consumo de energia elétrica

permite traçar um perfil inicial da utilização global

foi de 3.366tep, representando 82% do consumo

de energia e da sua distribuição na instalação

energético global da instalação, que corresponde a

Empresa Farmacêutica, S.A..

um total de 4.119tep, em termos de energia

Em

termos

de

energia,

o

edifício,

apresenta

consumos com origem em três fontes distintas:

primária. O consumo de gás natural representa 18% da energia primária consumida na instalação, ou seja, 751tep. Existe ainda um consumo residual

Energia elétrica;

de gasóleo, associado ao funcionamento do Grupos

Gás Natural;

Geradores de Emergência, cerca de 1tep, que

Gasóleo.

representa uma percentagem inferior a 0,1%, em

Contudo, deve referir-se que o consumo de gasóleo

termos

na instalação apenas ocorre para o funcionamento

Pressupõem-se que esta repartição de consumos

dos

se reflete em proporção semelhante de custos,

Grupos

Geradores

de

Emergência

(GGE),

contudo

sendo assim o seu consumo desprezável.

de

consumo

não

nos

de

foram

energia

cedidas

primária.

as

faturas

associadas às diferentes fontes energéticas em utilização na instalação. A Tabela 5.1 apresenta os consumos de energia para o ano de 2011 desagregados por forma de energia final utilizada. Estes valores decorrem da observação das faturas e registos fornecidos pela Empresa Farmacêutica, S.A.

Tabela 5.1 – Consumo e custo por fonte de energia – 2011. Consumo de Energia Fonte de Energia

Quantidade Consumida

Unidades

Energia Primária (tep)

(%)

Energia Elétrica

15.657.570

kWh

3.366

82%

Gás Natural

829.214

m3

751

18%

Gasóleo

1.656

Litros

1

0%

Total

-

-

4118

100%

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20

Consumo por fonte de energia (tep)

Energia Eléctrica 82%

Gás Natural 18%

Figura 5.1 – Desagregação dos consumos por fonte de energia, em termos de energia primária.

5.2.1. ENERGIA ELÉTRICA Efetua-se de seguida a análise dos consumos e potências da energia elétrica, usando para o efeito os dados disponibilizados no portal da EDP Distribuição. Os quadros e gráficos seguintes apresentam de forma sistematizada os valores dos consumos de energia elétrica no ano de 2011, assim como a distribuição pelos vários itens da estrutura tarifária, quer anual, quer mensalmente.

Consumo de Energia Activa

Energia Activa (MWh)

1800

1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0

Figura 5.2 – Evolução dos consumos mensais de energia elétrica ativa, em 2011. Pelo gráfico anterior verifica-se que o mês com

Na Figura 5.3

menor consumo de energia ativa foi o mês de

valores de consumo de energia ativa para o ano de

Agosto. Durante este mês, a instalação suspende a

referência, desagregados pelos diversos períodos

produção

diários (horas de ponta, cheias, vazio normal, e

por

um período de

duas

semanas,

correspondendo ao tempo destinado a operações

apresentam-se, igualmente, os

super vazio).

de manutenção.

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21

Consumo de Energia Activa por Período Tarifário

Energia Activa (MWh)

1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0

Vazio Normal

Super Vazio

Ponta

Cheias

Total

Figura 5.3 - Consumo de energia elétrica por período horário em 2011. Como pode se verificar, no gráfico da figura

serviços administrativos e à ocupação das unidades

anterior, o consumo de energia elétrica ativa

de Investigação e Desenvolvimento.

ocorre predominantemente no período de “Cheias”. Esta observação pode ser confirmada através do gráfico

de

percentagem

anual

de

energia

consumida por período horário, da figura anterior. Este facto era expectável, dado o aumento das necessidades

de

energia

elétrica

dentro

dos

Tendo ainda em conta o diagrama de carga anual, verifica-se também que o consumo de energia ativa varia ao longo dos meses do ano, consoante as

necessidades

de

arrefecimento

e/ou

a

intensidade de produção.

horários enquadráveis no período de Cheias (9:00

No ano de referência, foi fornecido à instalação o

às 18:00), em que acresce às necessidades de

total de 15.658MWh em energia elétrica ativa, o

energia para produção, os consumos associados a

que representa 3.367tep em termos de energia primária

1

.

1

Utilizou-se o fator de conversão de eletricidade para energia primária apresentado no Conversor do SGCIE (http://www.adene.pt/SGCIE/pages/ConversorSGCIE.aspx), que é de 0,215kgep/kWh.

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22

Distribuição por Período Horário do Consumo de Energia Activa

Vazio Normal 30%

Cheias 43%

Ponta 11%

Super Vazio 16%

Figura 5.4 - Repartição dos consumos por período horário diário – 2011.

Não foi possível calcular os custos associados ao consumo de energia elétrica ativa por não terem sido cedidas as respetivas faturas.

5.2.3. GASÓLEO Tal

como

foi

anteriormente

referido,

existe

consumo de gasóleo associado ao funcionamento dos

5.2.2. GÁS NATURAL

Grupos

Geradores

de

Emergência

(GGE).

Tendo em conta que para o ano de 2011, o O gás natural é o combustível consumido nas caldeiras de produção de vapor existentes na instalação (caldeiras GV4 e GV5), sendo também consumido,

como

combustível

auxiliar,

no

consumo total verificado foi de 1.656l, considerouse o contributo desta fonte de energia como desprezável

para

o

balanço

energético

da

instalação.

incinerador (URIS). Estes equipamentos servem as necessidades de energia térmica nos processos produtivos

e

processos

de

auxiliares

(aquecimento)

queima/valorização

de

e

nos

resíduos

5.3. PRODUTOS FINAIS

(URIS). Não foram cedidas faturas relativas aos

Tal como já referido neste documento os produtos

consumos de gás natural, não havendo, por isso,

finais desta instalação dividem-se por três grupos,

possibilidade de analisar as flutuações mensais que

como, esteroides, meios de contraste e minociclina.

se possam verificar na instalação ou estimar/aferir

Os diferentes produtos têm exigências distintas

a

pelo

desagregação

consumidores

deste

tipo

de

energia

finais.

Contudo,

com

Preliminar

entregue

pela

pelos

base

no

que

os

tempos

consequentemente,

a

de

produção

energia

e,

consumida

Empresa

apresentarão, obrigatoriamente, valores distintos

Farmacêutica S.A., sabe-se que o consumo total

para cada um deles. A caracterização da produção

Inquérito

3

para 2011 foi de 829.214m N, ou seja, 751tep. Desconhecem-se, contudo, os custos associados a esta fonte energética.

tendo em conta apenas quantidade total (em massa)

de

produtos

finais/intermédios

pode

resultar em variações da produção que estão ligadas aos diferentes tempos de fabricação que cada tipologia de composto apresenta e não à real intensidade

de

produção. Tendo

em

conta

o

anteriormente exposto, pode também a produção ser caracterizada em termos de tempo de produção efetiva (Tp).

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23

No caso específico da Empresa Farmacêutica, S.A.,

contadores parciais ou conhecimento sobre os

deveriam ser estudadas as diferentes opções para

fluxos de energia em cada um dos processos de

a quantificação da produção para utilização nos

fabrico,

indicadores de intensidade energética, contudo não

produtiva, não foi possível calcular o consumo

tendo sido disponibilizada informação acerca da

específico da instalação.

produção

registada

nas

instalações,

nem

ou

ainda

dados

sobre

a

intensidade

dos

fluxogramas do processo produtivo de cada um dos

5.5. EVOLUÇÃO DA INTENSIDADE ENERGÉTICA E DA

compostos

INTENSIDADE CARBÓNICA

finais/intermédios,

não

foi

possível

caracterizar a produção nesta instalação.

Pelas

razões

anteriormente

indicadas

não

foi

possível verificar a evolução dos indicadores de intensidade energética na instalação. 5.4. CONSUMOS ESPECÍFICOS DE ENERGIA O consumo específico de energia reflete a energia necessária na instalação associada a uma unidade

5.6. RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ENERGIA E A

de produção. Tendo em conta que se trata de uma

PRODUÇÃO REALIZADA

instalação com, pelo menos, três produtos finais

Não foi possível correlacionar a produção com o

distintos

consumo energético, pelas razões já mencionadas.

e

outros

produtos

intermédios,

que

partilham serviços auxiliares sem que existam

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24

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25

6. DESAGREGAÇÃO DOS CONSUMOS DE ENERGIA NA INSTALAÇÃO 6.1. METODOLOGIA A caracterização dos consumos de energia foi

2011) na instalação tem como finalidade a

efetuada por fonte de energia e por utilização final.

produção de vapor, uma vez que a queima de

As fontes de informação foram os registos da

resíduos na URIS é uma forma de valorização

instalação, dados de consumo de energia elétrica

destes resíduos para produção de vapor na

disponibilizados no portal do distribuidor, e as

instalação.

medições realizadas durante o trabalho de campo. A metodologia utilizada para a caracterização dos consumos por fonte de energia foi: 

Eletricidade:

os

informação

consumos

de

energia

ativa, reativa e potências constam da informação disponibilizada no portal do distribuidor de energia, cujo acesso foi cedido pela Empresa Farmacêutica S.A.. Os perfis

de

transformadores

consumo foram

dos

diferentes

obtidos

por

medição aquando da auditoria. 

Assim, com base nos levantamentos de campo, cedida

pela

Empresa

Farmacêutica

S.A., e medições de consumos realizadas obteve-se a seguinte desagregação de consumos. Das medições efetuadas, durante o trabalho de campo, e da informação recolhida, verificou-se que o consumo anual, em termos de energia primária, é repartido pelas seguintes utilizações finais: 

Produção – ST, XR e NY (38%);

Centrais Térmicas - Frio (16%) e Vapor (18%);

Combustíveis: não foi possível proceder à desagregação do consumo de gás natural

Ar Comprimido (9%);

por equipamento por não ter sido cedida a

Tratamento de Resíduos - F2 e URIS

informação

necessária

(faturas

(11%);

e/ou

registos internos). Contudo, considerou-se

Investigação

e

Desenvolvimento

(Laboratórios) (4%);

que todo o gás natural consumido (em 

Serviços – Serviços administrativos e de apoio (2%);

Outros

-

Emergência

PS3,

Grupos e

Geradores

consumos

desagregados (2%).

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de não


26

Desagregação de Consumos Globais por Utilizador Final (tep) Vapor 18%

Frio 16% Tratamento de Resíduos 11%

Produção 38%

Outros 2%

Ar Comprimido 9% Investigação e Serviços Administrativos Desenvolviment o e de Apoio 4% 2%

Figura 6.1 - Representação da desagregação por consumos finais de energia primária.

Tabela 6.1 - Consumos de energia por utilização final – auditoria energética. Desagregação de Energia Primária Sector

tep/ano

%

Frio

678

16%

Vapor

751

18%

Ar Comprimido

387

9%

Tratamento de Resíduos

465

11%

1.577

38%

Produção Investigação e Desenvolvimento

167

4%

Serviços Administrativos e de Apoio

59

2%

Outros

65

2%

4.148

100%

Total

Optou-se por desagregar as diferentes formas de

relacionadas com a distribuição de energia elétrica,

energia por grandes sectores por não ter sido

não estão refletidas na identificação de quadros

possível a desagregação mais fina. O planeamento

parciais e/ou circuitos desses quadros, inclusive em

da Auditoria Energética e o nível de detalhe obtidos

quadros

estão diretamente relacionados com a qualidade da

planeamento

informação disponível nas várias vertentes como:

qualidade

consumos de energia, conhecimento da distribuição

diferentes monitorizações realizadas.

de

energia

equipamentos

na

instalação,

em

funcionamento

registos e

sobre

respetiva

documentação técnica. Como já foi referido a Empresa Farmacêutica, S.A., sofreu ao longo dos anos alterações nas diferentes redes de serviços auxiliares

durante

as

ampliações/remodelações

sofridas que não estão totalmente documentadas. Estas

alterações,

neste

caso

específico,

gerais

de

foi

da

Recomenda-se,

baixa

tensão.

redefinido de

informação

acordo

recolhida

vivamente,

Assim,

um

e

o

com a com

as

levantamento

exaustivo das instalações elétricas e distribuição de energia na instalação e a atualização dos esquemas unifilares disponíveis na instalação bem como a correta

identificação

dos

quadros

parciais

e

respetivos circuitos. Esta questão não se prende apenas

com

um

conhecimento

profundo

da

instalação para a correta gestão de consumos mas

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27

também com o cumprimento de regras básicas de

instalação e das diversas cargas associadas, a

segurança. Este levantamento poderá, e deverá,

desagregação de consumos por grandes sectores e

ser

a determinação da potência ativa média desses

enquadrado

na

manutenção

dos

quadros

elétricos.

“consumidores”. efetuadas

Todas

em

as

medições

condições

foram

normais

de

funcionamento, com um período de integração de 1 6.2. DISTRIBUIÇÃO DOS CONSUMOS DE ENERGIA

e/ou 15 minutos, entre os dias 9 e 16 de Julho de

ELÉTRICA

2012, período durante o qual foi realizado o

Durante

o

trabalho

de

campo

realizado

na

instalação da Empresa Farmacêutica, S.A., foram efetuadas

medições

nos

principais

quadros

elétricos da instalação, nomeadamente à entrada dos Quadros Gerais de Baixa Tensão (QGBT1 e QGBT2) e Quadros Parciais dos diferentes sectores. As medições efetuadas permitiram uma melhor compreensão

da

distribuição

de

energia

na

trabalho de campo. Para a análise do consumo global

diário

da

instalação

foram

ligados

analisadores trifásicos de energia elétrica aos QGBT da instalação, de modo a monitorizar o consumo à saída dos transformadores existentes (do lado BT). Foi

ainda

tida

em

conta

a

informação

disponibilizada pelo distribuidor de energia (EDP Distribuição) através do portal eletrónico.

O gráfico seguinte ilustra o diagrama de carga semanal da Empresa Farmacêutica, S.A, para o período da semana de campo

Diagrama de Carga - Perfil Semanal

Energia Activa (kWh)

2500 2000 1500 1000 500 0 9/jul

10/jul

11/jul

12/jul

13/jul

14/jul

15/jul

Figura 6.2 – Diagrama de carga para a semana de campo, Empresa Farmacêutica, S.A. A análise do diagrama de carga, apresentado na

associadas ao normal funcionamento de serviços

Figura 6.2, permite verificar que o consumo da

administrativos e de apoio, bem como às maiores

instalação e o seu perfil, como seria expectável,

necessidades de climatização dada a ocupação dos

não apresentam uma variação expressiva entre os

espaços.

dias de semana e fim-de-semana, refletindo os horários de laboração contínuos da instalação. Durante os dias úteis o consumo médio varia entre os

1.700

e

2.400kWh,

de

acordo

com

as

necessidades energéticas da instalação. Durante o fim-de-semana o consumo médio varia entre os 1.700 e 2.300kWh. Estas diferenças nos consumos médios máximos, de aproximadamente 100kW, dever-se-ão

às

necessidades

energéticas

A partir do levantamento de equipamentos, dos seus horários de funcionamento e através das várias medições efetuadas durante a Auditoria Energética é possível avaliar os consumos de base da

instalação

e

desagregá-los

por

sectores

principais. Assim, na Figura 6.3 apresenta-se a desagregação em termos dos consumos de energia elétrica, nas utilizações anteriormente referidas

.

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28

Desagregação de Consumos de Energia Eléctrica por Utilizador Final (tep)

Frio 20%

Tratamento de Resíduos 14%

Produção 46%

Ar Comprimido 11%

Serviços Outros Investigação e Administrativos e de 2% Desenvolvimento Apoio 5% 2%

Figura 6.3 - Diagrama da desagregação por consumos finais de energia elétrica. Tendo

em

conta

o

desenho

das

instalações

elétricas e da distribuição de energia dentro da

6.3. DISTRIBUIÇÃO DOS CONSUMOS DE GÁS NATURAL

instalação, bem como a localização dos quadros

Como

parciais,

energético de gás natural ocorre apenas nos

não

foi

possível

individualmente

os

equipamentos

consumo

à

produção,

afeto

monitorizar com

bem

maior

como

de

foi

anteriormente

referido,

o

consumo

geradores de vapor e URIS (onde ocorre também a valorização de resíduos), ou seja, para servir os

equipamentos de serviços auxiliares cujos circuitos

diferentes

de

corretamente

produção e climatização. Assim, a totalidade do

identificados ou que por razões de segurança ou

consumo energético de gás natural foi associada

regime de funcionamento e operacionalidade não

exclusivamente

se justificava a sua monitorização. Nestes casos,

representando para um ano em energia primária,

foram feitas medições instantâneas nos diferentes

751tep.

alimentação

não

estavam

utilizadores

à

finais

em

produção

serviço

de

para

vapor,

circuitos.

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30

7. CARACTERIZAÇÃO PRODUTIVOS

DOS

EQUIPAMENTOS

PRINCIPAIS

CONSUMIDORES

DE ENERGIA Neste capítulo são caracterizados e analisados os

representando

equipamentos

produção

aproximadamente, 150kW. Dada a diversidade de

considerados como os principais consumidores de

equipamentos, a sua dispersão e a inexistência de

energia afeto diretamente ao processo produtivo.

informação

ou

sectores

de

uma

sobre

potência

os

instalada

fluxos

de

de,

produtos

intermédios ou finais associados aos diferentes equipamentos

7.1. PRODUÇÃO O processo produtivo da Empresa Farmacêutica S.A.,

está

assente

em

equipamentos

como

reatores, de potência média de 10kW e centrífugas

produção

não

foi

possível

apresentar a análise global do desempenho do conjunto dos equipamentos instalados por produto final e da força motriz que lhes está associada. Contudo,

de 45kW de potência média unitária,

de

durante

o

trabalho

de

campo

foi

monitorizado isoladamente, a pedido da Empresa Farmacêutica, S.A., um dos sectores de produção localizado no Edifício 13, cujos resultados figuram no gráfico seguinte.

Produção - Edifício 13

Energia Activa [kWh]

120 100 80 60 40 20

00:00 00:45 01:30 02:15 03:00 03:45 04:30 05:15 06:00 06:45 07:30 08:15 09:00 09:45 10:30 11:15 12:00 12:45 13:30 14:15 15:00 15:45 16:30 17:15 18:00 18:45 19:30 20:15 21:00 21:45 22:30 23:15

0

Figura 7.1 – Perfil de consumo diário dos Quadros – Armário de Distribuição 3 e Circuito ED13 do QGBT1, que alimentam o Edifício 13. O Edifício 13 está dedicado à produção de Ny

entre

(produto final e intermédio) e inclui também uma

considerou-se que este sector labora em contínuo e

área de laboratório. O diagrama de carga obtido diz

que o diagrama apresentado é representativo de

respeito ao perfil médio diário deste sector. Neste

um

perfil estão incluídos consumos afeto a força

potência tomada neste sector varia entre 90 e

motriz,

110kW, sendo o consumo anual estimado de

iluminação

e

outros

equipamentos

auxiliares (climatização e laboratório). Tendo em

consumos

dia

normal

em

de

dias

úteis

e

funcionamento.

não

úteis,

Assim,

729.000kWh.

conta que não se verificou uma variação constante

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a


31

Através da análise dos diagramas de carga da instalação

e

das

monitorizações/medições

realizadas foi possível desagregar a produção da seguinte forma.

Tabela 7.1 - Consumos de energia elétrica por utilizador final – Produção. Consumo Relativo Total (%) Energia Energia Elétrica Primária 5% 4%

Consumo anual (kWh)

Consumo Relativo na Secção (%)

729.011

10%

6.606.780

90%

42%

34%

Total do Sector

7.335.790

100%

47%

38%

Total da Instalação

15.657.570

-

-

-

Produção Edifício 13 Restante Produção

Assim, a Produção é responsável por 47% da energia elétrica consumida na instalação repartindo-se 10% para o Edifício 13 e 90% para as restantes áreas de produção. O consumo anual estimado é de 7.336MWh. Em termos de energia primária, este sector representa 38% do consumo total.

.

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33

8. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS AUXILIARES Neste capítulo são caracterizados e analisados os

quantidade de recursos energéticos utilizados e dos

serviços auxiliares à produção, que englobam todos

principais equipamentos consumidores de energia,

os outros consumos que não estão diretamente

e

relacionados com o produto final mas com os

contínua e controlar o desempenho energético da

equipamentos ou espaços que servem. Nestes

instalação.

serviços incluem-se a alimentação e distribuição de

parciais

energia, ar comprimido, vapor, frio, iluminação e

associados a um sistema de gestão de energia que

serviços administrativos.

permita expeditamente detetar alterações no perfil

que

permita,

de

Estão

igualmente, instalados

energia

elétrica

aferir alguns mas

de

forma

contadores não

estão

de utilização de energia da instalação.

8.1. ALIMENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

8.1.1. ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A instalação elétrica da Empresa Farmacêutica,

A instalação é alimentada em média tensão,

S.A. é alimentada recorrendo a dois regimes de

recebendo a energia elétrica da rede pública sob a

alimentação:

forma de corrente trifásica, à tensão nominal de 10

Uninterrupted Power Supply), sendo que esta

kV entre fases, através de dois transformadores,

última

com uma potência instalada total de 3.500kVA

Normal

apresenta

um

e

Ininterrupta

peso

relativo

(UPS baixo

e

(1.000+2.500kVA). Em regime de funcionamento

encontra-se descentralizada. Complementarmente à instalação elétrica, estão instaladas

baterias

de

condensadores

para

a

compensação de energia elétrica reativa.

normal, cada transformador

alimenta um dos

Quadro Gerais de Baixa Tensão (QGBT1 e QGBT2) da Empresa Farmacêutica, S.A.. A tensão entre fases à saída, em carga, é de 400 V entre fases e

Atualmente, não existe na instalação, um sistema

230 V entre fase e neutro. Aquando da auditoria

de gestão técnica centralizado, que permita uma

foram

monitorização, registo e um maior controlo da

transformadores, permitindo obter um diagrama de

realizadas

medições

nos

dois

carga da instalação, sintetizado na figura seguinte que reflete as monitorizações realizadas.

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34

Perfil de Consumo - Diário

Energia Activa (kWh)

2500 2000 1500 1000 500 00:00 01:15 02:30 03:45 05:00 06:15 07:30 08:45 10:00 11:15 12:30 13:45 15:00 16:15 17:30 18:45 20:00 21:15 22:30 23:45

0

QGBT1

QGBT2

Figura 8.1 – Diagrama de carga geral da instalação, para um dia típico. De modo a monitorizar o consumo à entrada da

Verifica-se que o transformador 2 operava, à data

instalação (do lado BT) foi ligado ao barramento de

da auditoria, com fatores de carga que variam

cada transformador, um analisador trifásico de

entre 50 e 55% (o índice de carga médio verificado

energia elétrica. As medições realizadas, além de

foi de 53%) da potência nominal do transformador,

terem permitido a elaboração do diagrama de

não

carga (representativo de uma semana) que se

possibilidades de ocorrência de sobrecargas e

analisa detalhada e posteriormente neste relatório,

sobreintensidades.

possibilitam igualmente a análise, de um modo

transformador 1, verificou-se um índice de carga

geral, do rendimento a que os transformadores

médio

operam.

recomendável.

Assim, na Figura 8.2 apresenta-se o índice de carga, durante as medições efetuadas, de cada um dos transformadores. Na prática, deve evitar-se o funcionamento

dos

transformadores

a

carga

existindo

de

assim,

85%,

atualmente,

Contudo, valor

no

acima

A

sobrecargas/sobreintensidades

eventuais caso

do

do

máximo

ocorrência conduzem

de a

sobreaquecimentos que, para além dos riscos diretos que lhes tem associados, poderão resultar em paragens intempestivas da instalação.

superior à sua potência nominal, devendo o fator de carga máximo situar-se em torno dos 80%.

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35

Factor de Carga

00:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

Transformador 1

Transformador 2

Figura 8.2 – Índice de carga dos transformadores 1 e 2.

Por outro lado, como é possível observar pela Figura 8.3, em que se apresenta o rendimento

Figura 8.3 – Curva de rendimento de um

típico de um transformador em função do fator de

transformador para um fator de potência de

carga (ou índice de carga), depreende-se, através

0,8.

dos valores obtidos para os fatores de carga médios, que os transformadores instalados operam acima do rendimento ótimo.

Contudo,

deve

referir-se

que

na

semana

da

auditoria, foi indicado pelos técnicos da instalação que, devido a intervenções de manutenção, foram deslocalizadas cargas do transformador 2 para o transformador 1, sendo por essa razão, expectável que, ultrapassada esta intervenção o fator de carga no Transformador 1 baixe, reduzindo os riscos de sobreaquecimento. Uma correta conceção e dimensionamento da instalação

elétrica,

transformadores

de

operem

modo com

a

um

que

os

rendimento

ótimo, implicam a existência de menores perdas elétricas, consequentemente traduzidas em custos de

exploração

mais

baixos.

Deve-se

ainda

acrescentar que uma correta compensação da energia reativa traduz-se, igualmente, em menores perdas

elétricas

por

efeito

de

futuras

de

Joule

nos

transformadores. Assim,

no

caso

ampliações

ou

remodelações recomenda-se, de modo a otimizar o rendimento dos transformadores, que se proceda a

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36

uma repartição das cargas a instalar de modo a que os transformadores operem com um fator de carga médio próximo de 45%.

8.1.3. BATERIAS DE CONDENSADORES Nas

instalações

elétricas

existe

consumo

de

energia reativa resultante das cargas da instalação, tais como motores de indução, compressores,

8.1.2. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

lâmpadas fluorescentes, circuitos eletrónicos e os

Na prática os quadros elétricos sofreram, ao longo

próprios

dos anos, inúmeras alterações, como a inclusão de

podendo ser evitado, pode ser compensado de

circuitos ou alteração dos equipamentos a que

modo a evitar custos acrescidos de exploração,

estavam

como também melhorar a qualidade de energia da

afeto,

complexas,

sendo

ou

mesmo

poucos

remodelações

os

que

mantêm

integralmente a configuração inicial. Não existem esquemas unifilares da distribuição de energia totalmente atualizados na instalação e esta foi uma das

barreiras

que

teve

que

ser

ultrapassada

durante o trabalho de campo, em conjunto com os

transformadores.

Este

consumo

não

instalação e evitar perdas elétricas. Em

relação

aos

custos

associados

à

energia

reativa, a empresa distribuidora de energia elétrica penaliza o utilizador quando: 

A energia reativa, no período horário fora

técnicos da Empresa Farmacêutica, S.A.. Mesmo

das horas de vazio, excede 40% da

nos

energia ativa;

QGBT’s

identificados

existem ou

circuitos

que

que

estão

não

estão

incorretamente

identificados (Quadros Parciais), não permitindo, em alguns casos, uma identificação segura dos equipamentos ou sectores servidos. Para que se possa avançar para uma correta gestão de energia na instalação é fundamental um conhecimento profundo

da

configuração

atual,

pelo

que,

é

manifestamente insuficiente a informação que está documentada

relativa

às

instalações

elétricas

Aliás, uma das recomendações é exatamente a necessidade de identificar corretamente as saídas dos QGBT’s, os quadros parciais, bem como os de

cada

quadro

parcial.

Devem

ser

elaboradas telas finais das instalações elétricas e respetivos

fornecida à rede nas horas de vazio. Assim, o distribuidor de energia define um valor limite para o fator de potência, para o qual deve ser efetuada a compensação de energia reativa, para

que

o

utilizador

final

evite

os

custos

associados a este consumo ou “fornecimento”. Nas instalações elétricas da Empresa Farmacêutica, S.A., a compensação da componente reativa da

existentes.

circuitos

Existe fornecimento de energia reativa

esquemas

unifilares.

A

correta

identificação dos quadros não pode ser substituída pela confiança nos conhecimentos dos técnicos de manutenção da instalação. Esta falta de informação resultou, no caso desta Auditoria Energética, em dificuldades, no decorrer do trabalho de campo, quer na fase de planeamento das monitorizações a realizar quer na desagregação de consumos.

potência é efetuada através da instalação de duas baterias de condensadores ligadas ao barramento de entrada, de cada QGBT, realizando-se assim uma compensação do tipo centralizada, como se apresenta esquematicamente na Figura 8.4. A compensação centralizada, além de poder evitar a faturação da energia reativa consumida fora das horas de vazio, apresenta-se neste caso como uma solução técnico-económica vantajosa, pois sendo a instalação elétrica constituída por diversas cargas com diferentes potências e períodos de operação, este tipo de compensação permite, assim, tirar partido do fator de simultaneidade das cargas, necessitando-se compensação

e

de de

uma

menor

menos

potência

de

aparelhagem

de

comando e de proteção. Por outro lado, tem como desvantagem

a

existência

de

maiores

perdas

elétricas nos condutores da instalação elétrica da instalação, a jusante da bateria de condensadores.

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37

Figura 8.4 – Esquema representativo de compensação global centralizada do fator de potência. As baterias de condensadores instaladas nas áreas técnicas

têm

uma

potência

reativa

total

1.

de

elétrica

450kVAr (150+300kVAr). Contudo,

verificou-se

Redução de consumos associados energia contabilizada

a

montante

dos

PT´s;

durante

o

período

da

2.

Redução da temperatura de trabalho dos transformadores

auditoria um fator de potência médio de 0,921 e

de

potência

e,

consequentemente, das perdas por efeito

que o valor mínimo registado foi de 0,913.

de Joule;

O consumo de energia reativa é penalizado nos

3.

Redução

das

perdas

ao

longo

períodos fora de vazio. Este custo pode ser

linhas/cabos

corrigido afinando as baterias de condensadores. A

distribuição de energia elétrica;

correção do fator de potência não representa uma

4.

redução energética mas uma economia com

de

transmissão

e

das de

Estabilidade da qualidade de energia no ponto de consumo.

Os custos em energia elétrica que apesar de não se

Assim, estudou-se a viabilidade económica de

poderem

instalação

indicar,

por

não

terem

sido

de

uma

central

fotovoltaica

de

disponibilizadas as faturas, configuram, em alguns

Miniprodução

casos,

Farmacêutica, S.A.. O Decreto-Lei n.º 34/2011, de

custos

significativos

que

podem

ser

reduzidos.

nas

instalações

da

Empresa

8 de Março, estabelece o regime jurídico aplicável à produção de eletricidade, a partir de recursos renováveis,

8.1.4. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA Tendo presente o regime de funcionamento da instalação, o consumo de energia mantém-se praticamente constante. Isto significa que, no essencial para este tipo de comportamento e perfil de consumo, a redução de consumos deve partir da redução direta das potências e não dos períodos de

por

miniprodução.

intermédio Podem

ser

de

unidades

produtores

de de

eletricidade em regime de miniprodução qualquer pessoa ou entidade que disponha de um contrato de compra de eletricidade celebrado com um comercializador, sendo que o sistema de produção deve sempre ser integrado no local servido pela instalação elétrica.

integração (períodos de funcionamento) pelo que,

A potência de produção não pode ser superior a

no que se refere à energia elétrica, dever-se-á

50% da potência contratada e existem 3 escalões

investir em topologias que permitam a utilização

de potência:

direta de fontes primárias de energia alternativas, produzindo os efeitos seguintes:

Escalão I: superior a 3,68 kW e até 20 kW;

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38

 

Escalão II superior a 20 kW e até 100

há mais de um ano, e a relação entre a previsão

kW;

anual de produção e de consumo de energia, para

Escalão III: superior a 100 kW e até 250

as

kW.

funcionamento há menos de um ano.

instalações

que

tenham

entrado

em

É ainda necessário que a energia consumida na instalação de utilização seja igual ou superior a 50%

da

energia

produzida

pela

unidade

de

miniprodução. É tomada por referência a relação entre a energia produzida e consumida no ano anterior, no caso de instalações em funcionamento

Fez-se a simulação da instalação de central de miniprodução para a Empresa Farmacêutica, S.A., para

uma

potência

nominal

de

250kW.

Os

resultados obtidos estão na tabela seguinte.

Tabela 8.1 – Medida de Melhoria: Instalação de Central de Miniprodução. Energia - Instalação de Central de Miniprodução Potência Nominal do Sistema (kW)

250

2

Área de Painéis a Instalar (m )

1.910

Investimento Inicial (€)

470.000

Energia elétrica produzida pelo sistema [kWh/ano]

258.094

Energia primária produzida pelo sistema [tep/ano]

57

Remuneração anual (para o primeiro ano) [€]

54.587

Período de Retorno Simples (anos)

13

Emissões de CO2 evitadas (tCO2)

27

Esta solução permitiria uma redução significativa

energia produzida, na Miniprodução, é injetada e

nas faturas de energia elétrica de 54.587€ para o

vendida à rede, mantendo-se inalterado o regime

primeiro ano. A partir do primeiro ano deve ser

de funcionamento e distribuição de energia nas

considerada uma redução de 7%/ano nas tarifas de

instalações elétricas. Por essa razão, pode, em

venda à rede elétrica. A redução nas necessidades

alternativa,

externas de energia seria de 1%, em termos de

instalação de uma Central Fotovoltaica Autónoma,

energia primária.

reduzindo para metade a Central de Miniprodução,

Contudo, esta medida não permite a utilização direta desta fonte renovável, uma vez que, toda a

ser

considerada

a

medida

para

e utilizando internamente a produção associada à Central Fotovoltaica Autónoma.

Tabela 8.2 – Medida de Melhoria: Instalação de Central de Miniprodução e Central Fotovoltaica Autónoma. Energia - Instalação de Central de Fotovoltaica Autónoma + Miniprodução Potência Nominal do Sistema (kW) 2

250

Área de Painéis a Instalar (m )

1.910

Investimento Inicial Aproximado (€)

470.000

Energia elétrica produzida pelo sistema [kWh/ano]

258.094

Energia primária produzida pelo sistema [tep/ano]

57

Economia Associada[€]

14.195

Remuneração anual (média para 13 anos) [€]

18.775

Período de Retorno Simples (anos)

14

Emissões de CO2 evitadas (kgCO2)

26.566

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39

A medida de melhoria indicada resulta numa redução de 1% no consumo de energia primária na instalação, com um investimento inicial aproximado de 470.000€, e uma economia anual de 32.970€. O período de retorno calculado é de 14 anos. Os custos indicados foram estimados com base nos valores de mercado de referência para o custo da tecnologia fotovoltaica por área de coletor. Assim sendo, podem estas medidas ser revistas para outras avançar

capacidades, com

a

caso medida

exista mas

interesse com

em

outro

dimensionamento.

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40

8.2. SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO INTERIOR No que diz respeito à iluminação na instalação Empresa Farmacêutica, S.A., os sistemas de

para

um

correto

levantamento

destes

equipamentos em trabalho de campo.

iluminação encontrados são típicos de espaços afeto a instalações industriais, tendo-se constatado que estes são, principalmente, do tipo lâmpadas fluorescentes tubulares. Este tipo de lâmpada, pode ser considerado adequado para uma boa eficiência luminosa para as atividades presentes nas áreas de produção, contudo, tendo em conta a elevada potência instalada em iluminação, existem

8.2.1. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA Relativamente aos sistemas de iluminação interior, desconhece-se qual a sua contribuição para o consumo total da instalação, contudo, são aqui identificadas possíveis medidas de melhoria para os sistemas de iluminação instalados.

soluções no mercado mais eficientes que podem reduzir o consumo energético mantendo o mesmo

A conceção das instalações de iluminação na ótica da Utilização Racional de Energia pressupõe a

nível de iluminância.

verificação de alguns parâmetros essenciais para a O tipo de balastros instalados nas luminárias influencia, igualmente, o rendimento global elétrico do

sistema

dependendo

de do

iluminação, tipo

de

traduzindo-se,

balastro

(balastros

redução dos consumos de energia, mantendo ou melhorando as condições globais de iluminação dos espaços considerados. Assim, deve ter-se em linha de conta os seguintes aspetos:

eletrónico ou eletromagnético) e da sua classe de eficiência2,

em

maiores

ou

menores

perdas

iluminação natural

elétricas. Finalmente,

é

importante

salientar

que,

Utilizar a iluminação elétrica como forma

as

complementar da iluminação natural e

armaduras também têm um papel extremamente

mantendo sempre limpas as zonas de

importante num sistema de iluminação pois, além

entrada de luz;

de contribuírem diretamente para uma distribuição eficiente da luz no ambiente e para o conforto visual das pessoas, uma armadura eficiente otimiza o desempenho do sistema de iluminação artificial. As luminárias, além dos seus requisitos básicos de manter uma boa conexão mecânica e elétrica entre as lâmpadas e os componentes auxiliares, devem proporcionar

Rentabilizar ao máximo as condições de

a

segurança

necessária

para

a

instalação, bem como a correta emissão do fluxo luminoso da lâmpada no ambiente sem causar encadeamento.

Proceder a uma manutenção periódica às luminárias O envelhecimento das lâmpadas, bem como o pó que se deposita nas lâmpadas e luminárias levam a que o fluxo emitido seja inferior aquele que chega à superfície a iluminar, como se pode observar na Tabela 8.3 em que se apresenta um fator típico de depreciação da iluminância, em função

do

Não foi possível quantificar a iluminação presente

planeamento

em

limpeza

todos

os

edifícios

que

constituem

esta

instalação por não terem sido cedidas projetos de

e

tipo da

de

ambiente

manutenção

verificação

do

e para

estado

luminárias e lâmpadas.

instalações elétricas para iluminação ou outros desenhos de suporte, como plantas de arquitetura,

2

Em consequência da Diretiva Comunitária 2000/55/CE, de 18 de Setembro, que define os níveis mínimos de eficiência para os balastros, os fabricantes definiram classes de eficiência em função do índice de eficiência energética (EEI), que passou a constar da etiqueta dos equipamentos. O EEI é entre o mais eficiente, A1, e o menos eficiente, D.

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do a das


41

devido

Tabela 8.3 – Fator de depreciação em função do período de manutenção. Ambiente

à é

Período de Manutenção

através

das

2500h

proporcionam,

5000h

7500h

Limpo

0,95

0,91

0,88

Normal

0,91

0,85

0,80

Sujo

0,80

0,66

0,57

Assim, para evitar que em pouco tempo a iluminância se torne demasiado baixa, é importante uma ação de verificação e manutenção

periódica

às

luminárias,

realizando uma limpeza a estas de modo a remover poeiras e sujidades que afetam o rendimento

do

lâmpada

a

e

conjunto detetar

luminária

outro

tipo

e de

comparados

energia com

os

que custos

Dimensionar corretamente os níveis de

tipo

SUBSTITUIÇÃO DAS LÂMPADAS TLD

elevado número de horas de funcionamento destes sistemas de iluminação, recomenda-se que os responsáveis da instalação procedam à sua gradual substituição

por

lâmpadas

TLD

Eco

ou

equivalentes.

lâmpadas

pelo

de

atrás

aceitável,

mesmo nível de iluminância, tendo em conta o

do sistemas de iluminação;

corretamente

se

tempo

instaladas em locais onde é importante manter o

Ao

Optar

economias

equipamentos em

Para as lâmpadas TLD de 58W, 36W e 18W

anomalias que possa reduzir a eficiência

iluminação necessários para os locais; 

dos

recuperado,

associados à manutenção das soluções existentes.

8.2.1.1

utilização

descritos

equacionar tem

a de

substituição ter-se

em

deste

tipo

consideração

de a

potência equivalente da lâmpada a substituir, sendo que o nível médio de iluminância nos espaços,

em

que

os

sistemas

de

iluminação

de

equipados com lâmpadas TLD de 58W, 36W e 18W,

iluminação mais adequada para os locais

mantêm-se inalterado. Na tabela seguinte são

em questão, tendo também em atenção as

apresentadas as respetivas equivalências.

necessidades de restituição de cor das tarefas

a

iluminação

executar, direta

em

privilegiando

a

detrimento

da

iluminação indireta; 

Utilizar

sempre

equipamentos

de

rendimento elevado, não só no que se refere ao tipo de lâmpadas como também

Utilizar sistemas de controlo e comando automático nas instalações de iluminação. Em espaços com ocupação ocasional como balneários,

instalações

sanitárias

TLD [W]

TLD Eco [W]

58

51

36

32

18

16

No sentido de demonstrar a viabilidade económica

das armaduras e seus acessórios; 

Tabela 8.4 – Equivalência entre lâmpadas TLD.

ou

armazéns devem ser utilizados sensores de movimento ou presença.

desta medida, tome-se como ponto de partida um número de lâmpadas fluorescentes tubulares TLD de 36W de referência de 100 unidades, com um funcionamento 12h diárias, e a potência instalada no conjunto lâmpada com balastro, informação descrita na tabela seguinte.

Convém referir que, na maioria das situações verificadas, o acréscimo de investimento inicial

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42

Tabela 8.5 – Quantidade de lâmpadas TLD 36W e potência total instalada. Tipo de lâmpada Nº de Lâmpadas TLD 36W

Potência consumida, W (lâmpada + balastro)

Potência total instalada, kW

41

4,1

100

De seguida apresenta-se a redução obtida através

tubulares TLD, apresentadas na Tabela 8.5 por

da substituição das atuais lâmpadas fluorescentes

lâmpadas fluorescentes tubulares TLD Eco.

Tabela 8.6 – Redução da potência instalada com lâmpadas TLD Eco. Tipo de lâmpada atual TLD 36W

Solução Proposta

Potência consumida, W (lâmpada + adaptador)

Redução total (kW)

TLD Eco 32W

37

0,4

A partir da Tabela 8.5 e da Tabela 8.6, verifica-se

significativa, pelos consumos globais elevados, o

que a substituição gradual das lâmpadas TLD por

período de retorno, para a gradual substituição

lâmpadas equivalentes, mas energeticamente mais

deste tipo de lâmpadas, é praticamente imediato,

eficientes, permite uma redução da potência total

se se optar pela substituição faseada à medida que

instalada, em sistemas de iluminação interior, de

as lâmpadas existentes chegam ao final da sua

6% e uma redução no consumo energético de

vida útil, permitindo uma economia anual de,

1.800kWh/ano. Apesar de a redução no consumo

aproximadamente, 160€, como se apresenta em

de

resumo na tabela seguinte.

energia

elétrica

na

instalação

não

ser

Tabela 8.7 - Estimativa energética e análise económica. Iluminação Substituição das lâmpadas TLD de 36W por TLD Eco equivalentes (100 unidades) Estimativa de redução no consumo [kWh/ano]

1.800

Redução CO2 [kg/ano]

846

Economia anual [€/ano]

163

Custo do Investimento [€]

680

Período de Retorno do Investimento (PRI)

4 anos

Para esta medida considerou-se um custo unitário por lâmpada económica de 6,8€/unidade. Tal como já indicado, a substituição gradual das lâmpadas existentes no seu final de vida pela solução apresentada permite um retorno, que se pode considerar imediato, contudo a substituição de todas as lâmpadas num só momento apresenta um investimento de 680€/100 lâmpadas e um período de retorno, aproximado de 4 anos.

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43

8.3. ENERGIA TÉRMICA manutenção, não permitiu a caracterização detalhada dos diferentes sistemas instalados e em utilização, bem como da sua distribuição e utilização final. Contudo, foram alvo de inspeção no local e de inventariação, no que diz respeito às chapas de características visíveis e à documentação disponibilizada pelos fabricantes. Foram monitorizados, também, os principais equipamentos e os quadros parciais.

Nesta secção apresentam-se os sistemas em funcionamento na Empresa Farmacêutica S.A. para produção de energia térmica: frio e vapor.

8.3.1. CENTRAIS DE FRIO A produção de frio na Empresa Farmacêutica, S.A., assenta em três Centrais de Frio cujo funcionamento é exclusivamente elétrico e que são constituídas por chillers arrefecidos a água. A inexistência de esquemas de princípio e dados técnicos, quer em documentação quer nas fichas dos equipamentos, ou outros documentos de

Esta Secção está reservada à apresentação das principais características dos sistemas energéticos afeto às instalações de produção de frio, instalados no complexo da Empresa Farmacêutica, S.A.. As características das duas unidades de produção de água refrigerada apresentam-se na tabela seguinte

Tabela 8.8 – Principais equipamentos e características da central de produção de água refrigerada. Características

Central Frio 2

Central Frio 3

GF10

GF100

GF60

GF80

Sulzer/York

Grasso

Sulzer/Grasso

Sulzer/Grasso

GSV 111

FX VP 1300 NH3

S 52

Screw pack 1110

Capacidade Frigorífica Nominal [kWt]

450

550

495

1210

Potência Absorvida Nominal [kW]

200

256

250

250

EER3

2.25

2.15

1.98

4.84

Fluido Frigorigéneo

R717

R717

R717

R717

Marca Modelo

3

Central Frio 1

EER – Energy Efficiency Ratio, nas condições Eurovent.

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44

A central de frio 2, não estava à data da auditoria

as centrais de frio 1 e 3, respetivamente, que têm

em funcionamento, não tendo sido, por isso,

como

possível estimar o consumo anual associado a esta

necessidades de arrefecimento de equipamentos

central.

(reatores) e unidades terminais do sistema de

as

constituem

processos

com

climatizadas.

térmicas é de 24h por dia, 7 dias por semana. Os que

finais

climatização (UTAs) para arrefecimento de áreas

O horário típico de funcionamento das centrais compressores

consumidores

funcionam

O consumo anual associado aos sistemas de

durante todo o ano para satisfazer as necessidades

produção de frio estimado está indicado na tabela

de frio das áreas de produção da área industrial.

seguinte.

Os set-points verificados em auditoria para a água refrigerada na instalação são de -20ºC e 6.ºC para

Tabela 8.9 – Estimativa dos consumos anuais associados aos Sistemas de Frio. Consumo anual (kWh)

Consumo Relativo no Sector (%)

Energia Elétrica

Energia Primária

Central Térmica 1

1765297

56%

11%

9%

Compressores

1153965

37%

7%

6%

611332

19%

4%

3%

Central Térmica 2

-

-

-

-

Central Térmica 3

Produção de Frio

Torres de Arrefecimento e Bombas

Consumo Total (%)

1389608

44%

9%

7%

Compressores

700090

22%

4%

4%

Torres de Arrefecimento e Bombas

689517

22%

4%

4%

Total em Frio

3154905

100%

20%

16%

Total da Instalação

15657570

-

-

-

O maior consumo deste sector ocorre nos compressores das Centrais de Frio 1 e 3, representando 11,8% da energia elétrica consumida. As torres de arrefecimento e bombas de distribuição e circulação das duas centrais em funcionamento representam também um consumo significativo de 8%. No total, as Centrais de Frio são responsáveis por 20% do consumo em energia elétrica e 16% do consumo total, em energia primária, da instalação. Relativamente aos compressores da Central de Frio 1, não foi possível obter o diagrama de carga dos mesmos, por não ser possível à data da auditoria, instalar analisador de rede no quadro geral desta central, tendo em conta que já estava colocado outro analisador de rede e que, portanto, não

existiam condições de segurança para se proceder a leituras em contínuo. O seu consumo foi estimado com base nos horários de funcionamento e características técnicas, bem como em medições pontuais realizadas ao longo do trabalho de campo.

8.3.2. PRODUÇÃO DE VAPOR A produção de vapor é realizada através de 3 caldeiras a gás natural, que fornecem o vapor necessário para as linhas de produção na unidade industrial e sistemas de climatização. Apenas é necessário o funcionamento de uma caldeira, estando a outra de reserva, não tendo sido presenciado o funcionamento da mesma.

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45

Os geradores de vapor funcionam em regime contínuo, de acordo com as necessidades da instalação industrial.

Tabela 8.10 – Principais equipamentos e características da Central de Vapor. Gerador de Vapor

GV4

GV5

GV901

Marca

PROTER

PROTER

BERTSCH

Modelo

Condor HD01

Condor HD01

Wrahk

Tipo

Pirotubular

Pirotubular

Aquatubular

Queimador/Tipo

Modulante

Modulante

-

Superfície de aquecimento (m²)

52

127

-

Capacidade t/h

2

6

6

Timbre (bar)

10

10

15

Pressão de serviço (bar)

7

7

7

Potência Térmica (MW)

1,75

4,75

6,25

Em termos de principal informação associada aos

medidas de eficiência energética o sector de

geradores analisados, não foram cedidos quaisquer

produção de energia térmica.

dados relativos ao regime de funcionamento anual dos mesmos, ou registos dos contadores para a

8.3.3. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA

água

de

Nesta secção são apresentadas as medidas de

compensação. Não existem registos do contador de

melhoria identificadas para o sector da produção

combustível (totalizador) e a central não dispõe

de energia térmica.

de

alimentação

contadores

de

vapor.

ou

para

Também

água

não

foram

disponibilizados dados acerca das monitorizações

8.3.3.1

contínuas da temperatura dos fumos nas chaminés. É

a

análise

do

muitos

O princípio subjacente à otimização das centrais de produção de frio e de calor tem em linha de conta

referida,

de

o calor perdido para o meio exterior na unidade

combustível, pressão e temperatura do combustível

condensadora do circuito frigorífico da central de

e valores característicos do tratamento de águas,

frio.

como

periódico

caudais

de

de

COMPRESSOR

parâmetros a partir de instrumentação como a tais

registo

OTIMIZAÇÃO DO CICLO FRIGORÍFICO DE UM

água

e

entre outros, que permite conhecer o estado geral dum gerador de vapor e consequentemente atuar de modo a otimizar o seu funcionamento. Assim, não foi possível, tendo em conta o tempo de trabalho de campo, caracterizar as condições de operação

dos

geradores

de

vapor

e

O aproveitamento desse calor consiste na sua utilização para o pré-aquecimento da água injetada na central de geração de calor de onde resulta uma redução de consumo de gás natural necessária para esse efeito.

consequentemente identificar medidas de melhoria

Uma

associadas aos regimes de funcionamento dos

proporciona, é a redução de consumo de energia

mesmos.

elétrica associada ao processo de transferência de

O consumo anual de gás natural, foi em 2011, de 751tep, ou seja 18%, do consumo energético da instalação. Tendo em conta que se estimam custos médios anuais elevados, são identificadas algumas

outra

implicação

que

esta

medida

calor para o meio ambiente e que está a cargo de potentes ventiladores elétricos. A seguinte figura representa

o

princípio

de

funcionamento

estrutura atual.

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da


46

Figura 8.5 – Esquematização do ciclo frigorífico da central de frio

Na figura seguinte apresenta-se o princípio de funcionamento da configuração otimizada.

Figura 8.6 – Esquematização do ciclo frigorífico optimizador.

O

fluido

utilizado

no

circuito

frigorífico

é

o

amoníaco (NH3). Do ponto de vista qualitativo, a inovação

que

se

propõe

traduz-se

no

aproveitamento do calor libertado e quantificado pelo troço AE indicado na figura seguinte, que representa o diagrama de fase de um fluído genérico.

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47

O ganho térmico pode ser calculado contudo, não existindo dados concretos relativos à produção efetiva de frio, caudais e temperaturas dos fluidos em jogo ao longo do ano, apesar de se conhecer à priori

a

natureza

do

gás,

os

resultados

apresentados devem ser vistos como indicativos e não como valores a tomar para cálculos precisos Figura 8.7 – Diagrama de Mollier.

das economias associadas. Por esta razão não são apresentados valores em termos económicos.

Tabela 8.11 – Medida de Melhoria: Otimização do ciclo frigorífico de um compressor. Energia Térmica - Otimização do ciclo frigorífico de um compressor Potência Elétrica Absorvida do Compressor (kW)

150

Pressão de Condensação (MPa)

1.2

Pressão de Aspiração (MPa)

0

Caudal de água no circuito secundário do evaporador (kg/s)

27.22

Diferencial de temperatura de residência (ºC)

6

Potência Térmica no Evaporador (kW)

627

Calor Recuperado (kW)

718.96

Apresenta-se na seguinte, a configuração proposta para o sistema de recuperação do calor perdido para a atmosfera.

Figura 8.8 – Sistema de recuperação de calor

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48

Este sistema pode ser adaptado às infraestruturas

existentes tendo em atenção a proximidade do sistema de produção de frio e a central de produção de vapor, o que permite reduzir os custos de investimento uma vez que não é necessária a subcontratação de serviços a efetuar no circuito frigorigéneo visto que a forma apresentada recorre a um acoplamento direto entre as estruturas térmicas a instalar. Refira-se ainda que, para além de

se

obterem

ganhos

adicionalmente

térmicos

conseguem-se

em

calor,

reduções

nos

consumos de energia elétrica provenientes da extração de ar para o meio ambiente conforme ocorre atualmente. O aproveitamento do calor expelido para a atmosfera constitui uma solução que permite reduzir a contribuição das emissões resultantes da queima de gás natural bem como a redução da faturas imputada ao cliente.

frio ocorre continuamente, bem com a queima do gás natural. Todavia, a solução proposta prevê quando estes eventos não são simultâneos e, tal

acontecer,

o

sistema

instalação de produção de frio. O recurso aos variadores de velocidade no grupo compressor

parece

não

produzir

o

resultado

esperado na medida em que, o regime de rotação do motor impulsor está acima do valor síncrono. Para além do desgaste de material (maior atrito dinâmico das peças em movimento rotacional ou alternativo)

e,

consequentemente

redução

do

tempo de vida dos equipamentos, a eficiência do(s) VEV(s) também é reduzida face à dissipação de calor que ocorre nos mesmos. Por esse facto, propõe-se, apenas neste e noutros casos a este equiparáveis, a adoção da configuração tipo ligação direta à rede de energia (remover VEV´s) quando se preveja um funcionamento máximo em regime permanente, conjugado com um arranque soft start para se obter um regime transitório com

Importa ter em consideração que a produção de

quando

Injetar energia de origem fotovoltaica na

funcionará

conforme o regime em que encontra atualmente.

perturbações e perdas reduzidas. O tanque de inércia (reservatório de fluido gelado) apresenta um volume de líquido baixo que pode ser aumentado significativamente. Esta solução permitiria

aumentar,

sem

dúvida,

a

reserva

térmica para pequenas situações de ponta. Por outro lado, e notando que o reservatório em causa se

8.3.3.2

OTIMIZAÇÃO DA CENTRAL DE FRIO

encontra

no

mesmo

habitáculo

do

grupo

compressor, ou seja, sujeito a um ambiente com

Tendo em conta que a capacidade instalada para

temperatura

frio está próxima das necessidades máximas da

reconhece a presença de perdas que se podem

instalação,

de

minorar através de um reforço de isolamento

funcionamento dos compressores, apesar de terem

térmico em torno do próprio depósito, ou, em

variador

alternativa, a sua migração para um local próximo

uma de

vez

que

velocidade,

equipamentos,

o em

apresentou-se

regime alguns

dos

frequentemente

mais

elevada,

também

aqui

se

a uma cota abaixo do plano de referência.

próximo da carga máxima, ou até acima, sugerem-

Adicionalmente, poder-se-á, também, adotar com

se as seguintes medidas de melhoria, para as quais

as mesmas estruturas o funcionamento tipo banco

não foi possível estudar a viabilidade económica:

de gelo, com as vantagens do ponto de vista de

hiper-síncrono

economia de energia que se espelham diretamente

(frequência superior a 50 Hz) do motor do

na faturas de energia elétrica pela transferência de

compressor. O funcionamento do sistema

consumos para o período noturno. O recurso à

em

como

tecnologia de armazenamento de energia frigorífica

vantagens a redução da energia devida às

por banco de gelo tem resultados eficazes e, por

perdas acrescidas por atrito, o respeito

esse facto, recomenda-se vivamente o seu uso.

pelas

do

Contudo, para análise desta medida é necessário

a

conhecer o regime de funcionamento das Centrais

Redução

do

regime

regime

sub-síncrono

condições

equipamento

e,

de

tem

segurança

consequentemente,

redução de encargos com a manutenção.

de Frio ao longo do ano.

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49

8.3.3.3

BOAS PRÁTICAS

estação de aquecimento, a temperatura nas baterias de frio em 5ºC, poder-se-á

Apresenta-se de seguida alguns dos pontos a ter

evitar o reaquecimento posterior do ar

em conta na condução de centrais de frio para

antes

otimizar a eficiência das mesmas: 

Recomissionamento

da

insuflação

nos

espaços,

reduzindo quer as necessidades de água

-

Envolve

uma

arrefecida, quer as necessidades de vapor

avaliação detalhada do desempenho dos

nestes sistemas.

equipamentos existentes e procedimentos de manutenção para a comparação com o desempenho permitindo

energético

áreas

ter em conta na condução de centrais térmicas de vapor e que influem diretamente e de

negativa para a eficiência energética da

forma clara na eficiência da instalação:

O

apresentar

e

corrigir

Apresenta-se de seguida alguns dos pontos a

problemáticas que contribuem de forma instalação.

identificar

pretendido

recomissionamento

resultados

tão

ou

pode mais

normal funcionamento dos geradores por

ou

comparação com os históricos registados

adicionais; 

Regulação

das

temperaturas

ou

de

climatização nos horários de desocupação. – A alteração dos set-points para valores

forma,

a

redução da ventilação em salas limpas e também

pode

conduzir

instalações

com

sistemas

correto

a

nas

de

no

média

a

ventilar.

Por

aumentando no período noturno, ou na

purgadores

onde

o

plano

purgadores

de

não

é

dos

dispositivos

apresentem

de

períodos desta

de

retorno

medida

é

de

de

4

energia e de custos, o bom funcionamento

período

exemplo,

dos

do

meses. Além da redução de consumos de

são

dos purgadores irá reduzir o risco de corrosão do sistema de distribuição de

para atingir o set-point estabelecido para espaço

dos

implementação

noturno, evita-se o posterior aquecimento o

Um

verificação

defeitos. Para a indústria farmacêutica a

unidades de tratamento de ar quando as exemplo

-

ser

purgadores..para

funcionamento

instalações

15-20%

temperatura do ar nas baterias de frio das

por

deve

cumprido ou não existe, estima-se que

determinado set-point. Ao aumentar a

menores,

dos

simples

manutenção

previamente, tem que ser aquecido para

arrefecimento

combustível

com custos muitos reduzidos. Em média,

desperdiçada quando o ar já arrefecido

de

de

possível

pode conduzir a economias significativas

tratamento de ar, a energia pode ser

necessidades

Manutenção programa

Gestão das temperaturas de insuflação Em

caudal

que

evitar fugas no sistema;

reduções significativas. 

do

permite melhorar a eficiência da queima e

laboratórios durante os períodos de nãoutilização

estatísticas

combustível no queimador. Esta medida

significativas na energia consumida pelos mesma

ferramentas

equacionada a redução do caudal de

período noturno, pode levar a economias Da

Redução Sempre

não utilização, como fins-de-semana e

AVAC.

utilizando

preditivas;

menos exigentes durante os períodos de

sistemas

monitorização

imediata sempre que ocorrem desvios ao

Por exemplo, pode ajudar a evitar a novos

de

queima nos

procedimento permite uma intervenção

que a medida de retrofit a implementar. equipamentos

através

de

contínua da eficiência da queima – Este

gerando, por vezes, mais economia do

de

do processo

geradores

interessantes que o retrofit em si mesmo,

instalação

Controlo

vapor. 

Monitorização dos purgadores - Colocar dispositivos

de

monitorização

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que


50

recorram

à

automatização

purgadores

em

conjunto

programa

de

manutenção

para

sistemas

de

monitorização

automática

um

apresenta reduções de 5% em sistemas

pode

de produção e distribuição de vapor,

economizar ainda mais energia, sem custo

sendo normalmente os períodos retorno

adicional

do investimento inferiores a 1 ano.

significativo.

Este

com

sistema

representa uma melhoria adicional para além da correta manutenção do purgador, porque permite mais rapidamente detetar falhas nestes dispositivos. A instalação de

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51

8.4. AR COMPRIMIDO Os sistemas de ar comprimido são dos principais

diminuição do custo de produção aumentando a

consumidores de energia elétrica numa instalação

competitividade das empresas no mercado.

e são utilizados na grande maioria dos processos

O ar comprimido produzido nesta instalação é

industriais,

a

utilizado nos diferentes sectores de produção e é

otimização da sua exploração. A diminuição dos

assegurado por um conjunto de duas centrais com

custos energéticos reflete-se diretamente na

um total de 3 compressores. As condições de

como

tal,

torna-se

importante

funcionamento

e

características

destes

equipamentos estão indicadas na tabela seguinte.

Tabela 8.12 – Centrais de Ar Comprimido: características. Características

Central do Edifício 4

Marca

Central do Edifício 15

Atlas Copco

Kaeser

Kaeser

GA55

CSDX162SFC

DSD241SFC

8

13

13

Potência Absorvida Nominal [kW]

55

90

132

Caudal (m3/min)

9.5

13.5

3.56-16.88

-

-

Velocidade Variável

Modelo Pressão (bar)

Observações

Não foi possível obter o diagrama específico diário de todos os equipamentos individualmente, contudo foram feitas monitorizações para as duas centrais de ar comprimido com o intuito de estimar os regimes de funcionamento e consumos anuais.

120 100 80 60 40 20 0 00:00 00:45 01:30 02:15 03:00 03:45 04:30 05:15 06:00 06:45 07:30 08:15 09:00 09:45 10:30 11:15 12:00 12:45 13:30 14:15 15:00 15:45 16:30 17:15 18:00 18:45 19:30 20:15 21:00 21:45 22:30 23:15

Energia Activa [kWh]

Ar Comprimido - Central do Edifício 4

Figura 8.9 - Diagrama de carga do Circuito AC ED4 do QGBT1.

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52

Da análise do perfil de consumo obtido neste

Através dos registos dos diagramas de carga e das

quadro elétrico, verificou-se que o compressor

observações em trabalho de campo apresenta-se a

funciona num regime contínuo, sendo

desagregação de consumos relativos às centrais de

que

a

totalidade da central de ar comprimido apresenta pequenas

variações

no

consumo,

Ar Comprimido.

de

aproximadamente 20kWh ao longo do dia.

Tabela 8.13 – Centrais de Ar Comprimido: desagregação de consumos. Consumo Total (%) Ar Comprimido

Consumo anual (kWh)

Consumo Relativo no Sector (%)

772.387

Energia Elétrica

Energia Primária

43%

5%

4%

1.025.952

57%

7%

5%

Total em Ar Comprimido

1.798.339

100%

12%

9%

Total da Instalação

15.657.570

-

-

-

Central ED4 Central ED15

A central de ar comprimido com maior consumo

limpeza por pulverização, entre outras. Como já foi

associado é a Central do Edifício 15 que, com

dito, o ar comprimido representa geralmente um

apenas um compressor, e de velocidade variável,

dos

apresenta um total de 57% de energia consumida

instalação

farmacêutica

neste sector.

eficiência

destes

As duas centrais, a operar continuamente, são responsáveis

por

12%

da

energia

elétrica

consumida na instalação e um total de 9%, em tep, no consumo de energia primária.

usos

mais

ineficientes

de

por

energia

causa

sistemas.

da

Devido

numa pobre

a

esta

ineficiência, se o ar comprimido é utilizado, deve ser considerada a quantidade mínima para o menor tempo

possível,

devem avaliadas

ser as

mas

também

constantemente reais

estes

sistemas

monitorizados

e

necessidades da instalação

industrial. Muitas das oportunidades para reduzir o

8.4.1. POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA O ar comprimido ocupa um lugar muito importante na indústria portuguesa, sendo responsável por aproximadamente 19% do consumo de energia elétrica neste sector. Um estudo a nível europeu

consumo de energia em sistemas de ar comprimido não são muito dispendiosas; e os períodos de retorno para algumas opções podem ser muito curtos.

efetuado pela Comissão Europeia, correspondendo

A otimização de uma central de ar comprimido

a

de

passa pela análise de diversos parâmetros, tais

funcionamento de sistemas de ar comprimido

como, tarifário de energia elétrica, eficiência das

(tipicamente

de

redes de energia elétrica, instalação de variadores

operação), demonstra que 75% dos custos de

de velocidade, fugas na rede de ar comprimido,

exploração desses sistemas resultam da parcela

temperatura do ar, manutenção, entre outros.

“Energia”.

Tendo em conta o peso relativo deste sector na

O

um

ar

levantamento com

comprimido

durante

6.000

é

horas

necessário

5

anos

por

em

ano

muitas

aplicações na indústria farmacêutica, por exemplo, para

o

funcionamento

do

equipamento,

para

utilização em sistemas de vácuo, sistemas de

faturas

final

de

energia

primária

(9%)

nas

instalações da Empresa Farmacêutica, S.A., foram identificadas algumas oportunidades de redução de consumos que se apresentam na secção seguinte.

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53

8.4.1.1

MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS NA REDE

Relativamente ao funcionamento das centrais de ar

Além do consumo de energia, as fugas podem

comprimido, não foi possível estimar as perdas

tornar os equipamentos menos eficientes e afetar

efetivas na rede. Contudo, as medidas a seguir

negativamente a produção, reduzir a vida útil do

indicadas são passíveis de reduzir o consumo

equipamento, obrigar à introdução de rotinas de

associado a perdas e prendem-se com:

manutenção adicionais e, em última instância,

Instituição de um programa regular de verificação de fugas de ar comprimido;

Redução

das

fugas

através

de

resultar em interrupções não programadas da produção,

com

os

custos

que

lhes

estão

associadas.

adaptadores de fugas reduzidas e uniões

Não foram estimados os custos associados a esta

rápidas de elevada qualidade;

medida por ser necessário um prévio levantamento

Utilização de purgas de condensados do

da rede existente.

tipo “sem perdas de ar”; 

Correto seccionamento e diâmetro da tubagem;

8.4.1.2

Eliminação de utilizações não apropriadas de ar comprimido.

REAPROVEITAMENTO DA ENERGIA TÉRMICA DISPONÍVEL

Deve ainda ser equacionado o aproveitamento do

As fugas de ar comprimido podem ser uma fonte

calor

significativa

compressores. Esta energia pode ser aproveitada

de

energia

desperdiçada.

Uma

instalação industrial típica que não tenha um programa regular de manutenção dos sistemas e redes de ar comprimido terá, provavelmente, uma taxa de perdas igual a 20-50% do total da capacidade de produção de ar comprimido. Um programa de manutenção que inclua a verificação de fugas pode reduzir esta taxa para um valor inferior a 10%.

libertado

no

normal

funcionamento

dos

para outros utilizadores como: 

Pré-aquecimento da água de alimentação de caldeiras ou geradores de vapor;

Pré-aquecimento do ar de sistemas de combustão;

Aquecimento de

água para serviço

a

balneários ou cozinhas; 

Aquecimento

ambiente

de

zonas

de

A magnitude da perda de energia varia de acordo

produção, armazéns ou balneários, por

com o tamanho do orifício na tubagem ou do

exemplo, cujos set-points permitam a

equipamento, contudo, casos de estudo mostram

utilização

que o período de retorno é geralmente inferior a

considerá-la

dois meses.

aquecimento a sistemas de climatização já

exclusiva

desta

como

fonte

apoio

existentes.

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ou para


54

8.5. TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS Como já foi mencionado o tratamento de resíduos é realizado na F2e na URIS. Foram monitorizados os consumos elétricos associados a estas duas utilidades cujos resultados se apresentam nas ilustrações seguintes

.

Consumo Total (%) Tratamento de Resíduos

Consumo anual (kWh)

Consumo Relativo no Sector (%)

1.279.107 883.890

Total do Sector

Total da Instalação

URIS F2

Energia Elétrica

Energia Primária

59%

8%

6,7%

41%

6%

4,6%

2.162.997

100%

14%

11,3%

15.657.570

-

-

-

Pela tabela anterior verifica-se que a URIS é responsável por 59% do consumo elétrico para tratamento de resíduos, para uma percentagem relativa de 6,7% de energia primária. Os consumos associados à F2 representam 4,6% dos consumos de energia primária e 11,3% do consumo de energia elétrica total.

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55

8.6. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

8.6.1. POTENCIAS MEDIDAS DE MELHORIA

Os espaços, principalmente os que são afeto às

Em geral, os maiores consumidores de energia em

atividades de Investigação e Desenvolvimento, são

salas limpas ou laboratórios são os sistemas AVAC

objeto

(por

de

um

condicionamento

de

ar,

com

exemplo, sistemas

com

recurso

a

água

arrefecimento e ventilação, incluindo a introdução

arrefecida, água aquecida e vapor) e equipamentos

de ar novo. A climatização e introdução de ar novo

de processo. Os sistemas de AVAC podem ser

nestes

a

responsáveis

Unidades de Tratamento de Ar (UTA’s) e a baterias

laboratórios,

de

de

arrefecimento, 36% para aquecimento, 5% para

distribuição de ar. É também feita a correção do

ventilação e 3% para bombas. As boas práticas

teor de humidade através de humidificadores de

referem para estes espaços as seguintes soluções

vapor. Não foram cedidos dados sobre as UTAs em

para otimização dos consumos:

espaços

são

arrefecimento

efetuadas

colocadas

nas

recorrendo condutas

por

35-65%

dos

consumos

normalmente

56%

em para

funcionamento ou projeto de AVAC, pelo que se desconhecem as necessidades e requisitos dos espaços

melhorias

novo. A taxa de recirculação de ar limpo pode ser reduzido apesar de se cumprir o

funcionamento. Contudo, estima-se que as Salas

controle

Limpas serão o maior consumidor destas áreas. Os

regulamentares.

sistemas administrativos são, normalmente para o

renovações por hora podem conduzir à

sector industrial, um dos sectores com menor

redução

significativa

de

relevância na distribuição final de consumos, uma

redução

da

térmica

vez

necessidades de arrefecimento inerentes

os

para

sugestão

equipamentos

de

Reduzir as taxas de recirculação de ar

relativos à otimização de set-points ou regimes de

que

servidos

instalados

são

os

normais da atividade de escritório. Os únicos consumidores

com

importância

nos

serviços

de

qualidade

e

A

carga

as

normas

redução

das

custos

por

e

das

ao processo de recirculação. 

Melhorar a qualidade e eficiência dos

administrativos serão a iluminação e climatização

filtros dos sistemas de ventilação. Por

que, como já foi referido, sem qualquer desenho de

exemplo,

suporte ou projeto conhecido destas instalações

eficientes que permitam a retenção de

não foi possível caracterizar.

partículas ultrafinas (0,001-0,1 microns),

selecionando

filtros

mais

numa gama para a qual alguns filtros Os

consumos

Serviços

normalmente utilizados não são eficazes,

Administrativos e Unidades de Investigação e

podem reduzir a energia necessária para

Desenvolvimento são de 273.866kWh, ou seja, 5%

reaquecimento ou re-arrefecimento do ar

da energia primária consumida. De qualquer forma

nas salas limpas. As economias anuais de

são indicadas sucintamente medidas com potencial

energia

de

significativo no consumo das unidades de

eficiência

anuais

associados

energética

para

aos

as

áreas

de

laboratório ou salas limpas.

podem

ter

um

impacto

tratamento de ar. 

Redução da taxa de exaustão nas salas limpas. A energia térmica necessária para salas

limpas

representa

uma

fração

significativa do consumo de energia de climatização. Assim, devem ser estudadas medidas para reduzir o volume de ar de exaustão.

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56

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57

9. GESTÃO DE ENERGIA Nesta secção apresentam-se soluções, quer ao

programa,

criar

registos

históricos

das

várias

nível da utilização de energia, quer ao nível da

grandezas que permitam controlar o desempenho

organização e gestão da instalação, que podem ser

energético da instalação.

implementadas com investimentos médio/baixos, resultando

em

economias

de

energia

e,

consequentemente, em valor acrescentado para a

Da

nossa

experiência,

verifica-se

que

os

responsáveis pela otimização destas ferramentas de controlo devem ser técnicos qualificados e que,

Empresa Farmacêutica, S.A..

simultaneamente,

tenham

um

profundo

Estamos perante uma instalação industrial que

conhecimento das instalações. Estamos a falar na

engloba

de

figura de um Gestor de Energia, que deve ser

consumidores intensivos, em que normalmente os

responsável pela garantia da eficiência máxima da

consumos e custos energéticos associados à sua

instalação,

operação são elevados e que existindo já um

Monitoring

controlo

nos

sequencialmente metas de redução de consumos,

os

as quais devem ser alcançadas através de uma

igualmente

através

diferentes principais

uma

dos

circuitos sectores

complexa

contadores

elétricos deveria

parciais

que

haver

rede

servem

uma gestão

através &

monitorização

de

uma

Targeting

constante

abordagem (M&T),

das

de

fixando

instalações

e

centralizada dos consumos. Contudo, para esse

propondo medidas de melhoria quando necessário,

efeito, devem ser também instalados contadores

partindo, neste caso, das medidas já identificadas

entálpicos para a monitorização do consumo de

em processos de auditoria energética.

energia térmica, proveniente dos geradores de vapor, nos diferentes consumidores da instalação. Assim, para uma instalação com esta dimensão, complexidade e custos energéticos de exploração, é aconselhável um sistema de gestão orientado para a eficiência na utilização dos seus principais recursos

e

onde

sejam

delineados

objetivos

O método de gestão a aplicar numa instalação consumidora de energia depende muito do tipo de instalação e dos meios disponíveis, isto é, não existe apenas um método para organizar um sistema de gestão de energia. Pode-se afirmar que os princípios básicos são os mesmos, mas o seu desenvolvimento e aplicabilidade, bem como o

energéticos.

nível de execução, poderão ser muito diversos e A instalação de um sistema de Gestão Técnica

mais

Centralizada de Energia (GTCE) que permita a

complexidade da instalação a gerir.

parametrização,

monitorização,

registo

de

autoaprendizagem históricos,

energia,

que

e

rentabilize

permitiria

estabelecer

beneficie os

de

registos

objetivos

de

forma mais simplificada e facilitaria o comando e controlo dos sistemas instalados. Os Sistemas de GTCE podem ser utilizados para monitorizar as instalações do ponto de vista do seu correto funcionamento e eficiência, mas exigem o controlo por parte de um técnico devidamente habilitado e consciencializado para as questões energéticas, devendo para o efeito, em sintonia com a empresa responsável pela instalação do

menos

adaptados

à

dimensão

e

dos

consumos dos principais sistemas consumidores intensivos

ou

Contudo, os princípios básicos da gestão de energia numa instalação consumidora (edifício; fábrica; etc.) podem enumerar-se como sendo: 

Controlo da energia adquirida;

Controlo da energia consumida;

Controlo das matérias-primas;

Controlo da evolução, no tempo, dos consumos energéticos em quantidade e em valor.

O desenvolvimento e a aplicação destes princípios básicos devem ser adaptados a cada situação particular. Da mesma forma o nível de execução e

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58

a forma de abordagem energética poderão assumir

correta monitorização da eficiência dos

graus de sofisticação diferentes e que dependerão

geradores em funcionamento.

do gestor de energia e dos recursos disponíveis para a implementação do sistema de gestão. O controlo da energia adquirida é conseguido através

de

uma

contabilização

rigorosa

da

faturação bem como da energia gratuita que deverá ser valorizada. O controlo das matériasprimas e da produção é necessário para produzir informação sobre os consumos específicos e sobre os

custos

da

energia

afeto

a

cada

unidade

produzida. Caberá ao gestor de energia escolher o método de controlo

cujo

normalmente

nível

de

função

desenvolvimento

dos

recursos

é

humanos

disponíveis para implementar o sistema organizado de gestão de energia, da dimensão e complexidade da instalação

a gerir

e dos meios

logísticos

disponíveis, como seja, o nível de utilização de meios informáticos na gestão de energia (por exemplo os sistemas de telegestão e de gestão técnica centralizada). Através

da

análise

de

resultados

típicos

de

implementação destes sistemas, podemos estimar que

a

otimização

de

um Sistema

de

GTCE,

devidamente controlado por um Gestor de Energia, pode

contribuir

consumos

entre

para 5

uma e

redução

10%.

O

global

custo

de

deste

investimento varia consoante os pontos e as grandezas a monitorizar. Adicionalmente, sugerem-se as seguintes medidas: 

Sensibilização

dos

colaboradores

e

técnicos de manutenção para as questões de eficiência energética e do consumo energético, uma vez que são operações fáceis de executar e que têm um retorno importante; 

Instalação de instrumentação adequada à monitorização e controlo da central de vapor,

tendo

em

conta

que,

neste

momento a instrumentação instalada é manifestamente

insuficiente

para

a

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60

10. RESUMO

DAS

POTENCIAIS

MEDIDAS

DE

MELHORIA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO

10.1. METODOLOGIA UTILIZADA E PRESSUPOSTOS

A análise do desempenho energético da instalação

Todas

Empresa Farmacêutica, S.A., no âmbito do SGCIE,

possível, são comparadas com base em diferentes

revelou que o mesmo se encontra sujeito à

critérios, nomeadamente:

as

medidas

apresentadas,

sempre

que

obrigatoriedade da realização de um Plano de Racionalização

Energética

compilam-se,

neste

(PREn).

capítulo,

as

Assim,

1.

O investimento inicial na nova solução;

medidas

2.

O impacto no consumo de eletricidade

apresentadas ao longo do relatório com o objetivo

e/ou gás natural (tendo em conta o

de permitir, à instalação da Empresa Farmacêutica

reduzido peso do consumo de gasóleo,

S.A., garantir no futuro uma melhor utilização

relativamente

racional de energia e eficiência energética, e

duas fontes energéticas) promovido pela

contribuir para um melhor desempenho energético

medida.

e consequente redução nos custos de exploração e

3.

ao

consumo

das

outras

A estimativa de redução anual na faturas

manutenção da instalação dando cumprimento à

de eletricidade/gás natural por via da

obrigatoriedade de redução de 4% nos índices de

implementação

intensidade energética no final dos 8 anos de

conta os preços médios de mercado;

implementação do PREn.

4.

da

medida,

tendo

em

O período de retorno do investimento (PRI) adicional na medida.

A

utilização

racional

de

energia

(URE)

visa

proporcionar o mesmo nível de produção de bens, serviços e de conforto através de tecnologias que reduzem

os

consumos

face

a

soluções

Para

análise

do

Período

de

Retorno

convencionais. Uma URE pode conduzir a reduções

Investimento,

substanciais

convencional, é utilizada a seguinte expressão:

do

consumo

de

energia

e

das

relativamente

à

do

solução

emissões de poluentes associadas à sua conversão. ,

Em muitas situações a URE pode também conduzir a uma elevada economia nos custos do ciclo de vida dos equipamentos utilizadores de energia

em que PRI corresponde ao Período de Retorno do

(custo inicial mais custo de funcionamento ao longo

Investimento, o termo

da vida útil). Embora geralmente sejam mais

investimento associado à medida e

dispendiosos, em termos de

à economia de energia promovida pela nova

custo inicial, os

equipamentos mais eficientes consomem menos

corresponde ao corresponde

solução, dada por:

energia, conduzindo a custos de funcionamento ,

mais reduzidos e apresentando outras vantagens adicionais.

onde

é

a

economizada e

quantidade

anual

de

energia

é o preço unitário de compra da

energia. Para o cálculo do preço unitário de compra da energia teve-se em consideração a opção tarifária da instalação, atualmente em vigor, e, ainda, o custo da potência em horas de ponta, bem como o valor unitário do custo de tonelada de nafta em vigor.

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61

Na próxima secção são compiladas as medidas

Nessa perspetiva, foram identificadas um conjunto

apresentadas ao longo do relatório.

de

medidas

que

no

seu

total

constituem

informação de base que permitem tomadas de decisão para a contínua otimização da utilização de energia e redução da faturas associada. Tendo em

10.2. MEDIDAS IDENTIFICADAS

conta a dimensão da instalação e a falta de documentação de apoio não foi possível estimar de

Numa instalação industrial as medidas de eficiência

forma

energética têm como resultado final a procura de formas

de

aumentar

a

competitividade

precisa

identificadas.

no

as

medidas

Nesses

casos

de

melhoria

optou-se

por

não

apresentar os cálculos associados às reduções por

mercado, reduzindo custos energéticos associados

se basearem em observações de trabalho de

à produção que se pretende escoar.

campo que podem não ser repetíveis ao longo do processo produtivo e dos meses de produção

.

Tabela 10.1 – Potenciais economias de energia e respetiva análise económica na instalação da Empresa Farmacêutica, S.A.. Medidas de Melhoria da Eficiência Energética

Redução (tep/ano)

Economia Anual (€)

Investimento (€)

PRI (anos)

Redução em energia primária (%)

57

54.587

470.000

13

1%

57

32.970

470.000

14

1%

0,387

163

680

4

<1%

75

-

-

-

1,5%

-

-

-

-

-

205

-

-

-

5%

1.a) Renováveis – Instalação de Central de Miniprodução (250kW) 1.b) Renováveis – Instalação de Central de Miniprodução (125kW) e Central Fotovoltaica Autónoma (125kW) 2) Iluminação – Substituição das lâmpadas TLD 36W por TLD Eco equivalentes (100 unid.) 3) Frio - Otimização do ciclo frigorífico de um compressor 4.) Ar Comprimido – Reaproveitamento da Energia Térmica Disponível 5) Instalação de um sistema de Gestão Técnica Centralizada de Energia (GTCE)

10.3. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA COGERAÇÃO produção

Numa unidade de geração termoelétrica a queima

combinada de energia térmica e de energia elétrica

de um combustível fóssil produz vapor a alta

num sistema integrado a partir de uma única fonte

temperatura

de energia primária. A cogeração pode ser usada

direcionado para uma turbina que gera energia

na indústria, mas para que possa ser viável tem

mecânica

que apresentar eficiência de aproveitamento de

energia

energia primária superior a uma central de ciclo

termelétricas

combinado convencional.

médios

A

cogeração

é

um

processo

de

e

e

pressão,

seguidamente

subsequentemente

elétrica. de

que

A

convencionais 35%.

converte-a

maioria

Esta

das

tem situação

é em

centrais

rendimentos pode

ser

exemplificada esquematicamente pela Figura 10.1.

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62

Numa central termelétrica de ciclo combinado de

biomassa) e a uma redução das emissões de gases

última

poluentes. Ao contrário das técnicas tradicionais de

geração,

otimizadas,

o

com

tecnologias

aproveitamento

da

atuais energia

e do

combustível (primária) é no máximo de 55 a 60 %.

controlo

de

poluição

que

atuam

somente

no

tratamento dos gases de combustão, a cogeração reduz as emissões de gases poluentes através da prevenção, não afetando a produção de energia e a eficiência do processo. Em teoria quase todos os combustíveis são válidos para a cogeração. No entanto, os combustíveis fósseis predominam, principalmente o gás natural, por apresentar uma aplicação mais fácil e por ser menos nocivo para o ambiente.

(FONTE: http://www.eficiencia-energetica.com)

Figura 10.1 – Ilustração do balanço de energia em sistemas convencionais de

Ao nível industrial, as principais vantagens da cogeração são: 

Redução da faturas energética;

Possibilidade de tornar a instalação ou sectores

produção de energia elétrica

importante

normalmente

da

é

energia

perdida

térmica nas

energeticamente

autossuficiente;

A cogeração, através do aproveitamento de uma parte

industriais

Possibilidade de venda da energia elétrica excedentária

que

produzida

à

rede

de

distribuição nacional;

unidades

convencionais, aumenta a eficiência energética

Redução dos custos de produção;

global do processo Figura 10.2.

Melhorias no fornecimento e distribuição da eletricidade aos processos industriais.

Os sistemas de cogeração mais utilizados são a turbina a gás, turbina a vapor, motor alternativo e célula de combustível, sendo as diferenças entre eles a relação entre as necessidades em energia térmica e elétrica, os custos da instalação e da exploração e os níveis de emissões e de ruídos. Estes (FONTE: http://www.eficiencia-energetica.com)

sistemas

combustíveis

e

abrangem potências.

os As

diferentes células

de

combustível são um outro sistema, em início de comercialização, mas com futuro promissor para pequenas potências.

Figura 10.2 – Ilustração do balanço de energia em sistemas de cogeração.

Este tipo de solução, requer normalmente um estudo Quando se passa da geração separada de calor e eletricidade

para

a

cogeração,

o

aumento

de

viabilidade

aprofundado,

obviamente não está no âmbito deste Relatório de Auditoria Energética.

significativo da eficiência energética que se verifica conduz

a

uma

diminuição

do

consumo

que

de

combustível (p.ex., petróleo, gás natural, carvão,

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64

11. CONCLUSÕES A partir da análise dos elementos recolhidos,

(2011), o consumo de energia repartiu-se por

durante a Auditoria Energética e posterior

3.366tep em energia elétrica (82%) e 751tep em

tratamento de informação, verificou-se que a

gás natural (18%). Registou-se ainda um consumo

instalação industrial da Empresa Farmacêutica, S.A

residual de gasóleo nos Grupos Geradores de

teve em 2011 um consumo em energia primária de

Emergência que se considerou desprezável de,

4.118tep, correspondendo à emissão de 9.373t de

aproximadamente, 1tep.

CO2 emitido para a atmosfera. Assim, de acordo com o SGCIE – Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior, esta instalação está enquadrada como Consumidora Intensiva de Energia. Por essa razão existe um PRCE em execução na instalação, estando a mesma registada ainda ao abrigo do RGCE.

Das medições efetuadas, durante o trabalho de campo, e dos resultados obtidos através da desagregação

de

consumos

da

verificou-se que, relativamente ao

instalação, consumo

energético anual em termos de energia primária, 38% está associado aos processos produtivos, 18% à produção de vapor, 16% à produção de frio, 11%

na

ao tratamento de resíduos, 9% à produção de ar

instalação, este reparte-se por duas fontes

comprimido, 4% às unidades de Investigação e

energéticas principais, a saber: energia elétrica e

Desenvolvimento e os restantes 4% repartem-se

gás natural, sendo que para o ano de referência

serviços administrativos e outros consumos não

Relativamente

ao

consumo

energético

desagregados.

Desagregação de Consumos Globais por Utilizador Final (tep) Vapor 18%

Frio 16% Tratamento de Resíduos 11%

Produção 38%

Ar Comprimido 9%

Outros Investigação e Serviços 2% AdministrativosDesenvolvimen to e de Apoio 4% 2%

Figura 11.1 - Diagrama da desagregação por consumos finais de energia primária.

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65

Após a análise técnica das condições de utilização e

o objetivo de otimizar o consumo de energia da

exploração das instalações eletromecânicas afetas

Empresa Farmacêutica, S.A.. As potenciais medidas

aos sistemas energéticos da instalação e o estudo

de redução de consumo identificadas durante o

do

período da auditoria foram as apresentadas na

desempenho

energético

do

mesmo,

apresentaram-se algumas medidas de Utilização

tabela seguinte.

Racional de Energia e de Eficiência Energética, com

Tabela 11.1 – Resumo das medidas de melhoria identificadas, respetivas reduções e período de retorno. Medidas de Melhoria da Eficiência Energética 1.a) Renováveis – Instalação de Central de Miniprodução (250kW) 1.b) Renováveis – Instalação de Central de Miniprodução (125kW) e Central Fotovoltaica Autónoma (125kW) 2) Iluminação – Substituição das lâmpadas TLD 36W por TLD Eco equivalentes (100 unid.) 3) Frio - Otimização do ciclo frigorífico de um compressor 4.) Ar Comprimido – Reaproveitamento da Energia Térmica Disponível 5) Instalação de um sistema de Gestão Técnica Centralizada de Energia (GTCE)

Redução (tep/ano)

Economia Anual (€)

Investimento (€)

PRI (anos)

Redução em energia primária (%)

57

54.587

470.000

13

1%

57

32.970

470.000

14

1%

0,387

163

680

4

<1%

75

-

-

-

1,5%

-

-

-

-

-

205

-

-

-

5%

Não foi possível calcular todas as medidas de

funcionamento dos equipamentos. Por essa razão,

melhoria identificadas em trabalho de campo por

grande

falta de informação solicitada previamente relativa

identificadas que não tem cálculos de viabilidade

às utilidades instaladas, produção, faturação de

económica efetuados não foram tomadas em

consumos

consideração para inclusão no PREn.

e

históricos

de

regimes

de

parte

das

medidas

de

melhoria

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0

67

12. BIBLIOGRAFIA Para a elaboração deste documento foram consultadas as seguintes fontes:

ADENE – Agência para a Energia. “Relatório Final de Acão de Promoção de Eficiência Energética em Caldeiras de Vapor e de Termo fluido”. DGEG – Direção Geral de Energia, Maio de 2010.

FERREIRA, João de Jesus. "A Gestão da Energia – Monitoring & Targeting", Lisboa, Ordem dos Engenheiros, Maio de 2005.

MAGUEIJO, Víctor; et al.”Medidas de Eficiência Energética Aplicáveis à Indústria Portuguesa: Um Enquadramento Tecnológico Sucinto”. ADENE – Agência para a Energia, Julho de 2010.

MINISTÉRIO DA ECONOMIA, et al. “Manual do Gestor de Energia”. CENTRO PARA A CONSERVAÇÃO DE ENERGIA. 1997

RORIZ, Luís, “Climatização – Conceção, Instalação e Condução de Sistemas”, Amadora, Edições Orion, Novembro de 2007.

SÁ, André Fernando Ribeiro. “Guia de Aplicações de Energia e Eficiência Energética". Publindústria, 2008.

Sítios eletrónicos consultados: o

www.adene.pt

o

www.dgeg.pt

o

www.eficiencia-energetica.com

o

www.ine.pt

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17:48:14 18:48:16 19:48:21 20:48:23 21:48:26 22:48:29 23:48:33 00:48:36 01:48:39 02:48:43 03:48:44 04:48:46 05:48:48 06:48:51 07:48:53 08:48:56 09:48:59 10:49:01 11:49:05 12:49:10 13:49:13 14:49:16 15:49:19 16:49:22 17:49:24 18:49:28 19:49:31 20:49:31 21:49:35 22:49:38 23:49:41 00:49:42 01:49:44 02:49:47 03:49:49 04:49:53 05:49:54 06:49:57 07:50:00 08:50:00 09:50:02 10:50:03 11:50:04 12:50:04 13:50:06

Potência Tomada (kW)

17:32:11 18:17:12 19:02:13 19:47:15 20:32:16 21:17:18 22:02:20 22:47:22 23:32:24 00:17:26 01:02:27 01:47:30 02:32:32 03:17:34 04:02:38 04:47:41 05:32:43 06:17:45 07:02:47 07:47:48 08:32:48 09:17:50 10:02:52 10:47:52 11:32:55 12:17:57 13:03:00 13:48:02 14:33:03 15:18:06 16:03:07 16:48:10

Potência Tomada (kW)

69

13. ANEXOS

Anexo I – Diagramas de Carga dos Quadros Eléctricos Monitorizados Diagramas de Carga dos Quadros Elétricos/circuitos Monitorizados URIS

250

200

150

100

50

0

Figura 13.1 – Diagrama de carga do Quadro da URIS.

CF1

300

250

200

150

100

50

0

Figura 13.2 – Diagrama de Carga do circuito CF1 do QGBT2.

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SIMULAÇÃO TERMODINÂMICA – CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL – ARQUITECTURA BIOCLIMÁTICA – TERMOGRAFIA


70

QGBT1 1000

Potência Tomada (kW)

900

800 700 600 500 400 300 200 100 15:30 17:00 18:30 20:00 21:30 23:00 00:30 02:00 03:30 05:00 06:30 08:00 09:30 11:00 12:30 14:00 15:30 17:00 18:30 20:00 21:30 23:00 00:30 02:00 03:30 05:00 06:30 08:00 09:30 11:00 12:30 14:00

0

Figura 13.3 – Diagrama de carga do QGBT1.

Chiller CF3

Potência Tomada (kW)

120 100 80 60 40 20 0

Figura 13.4 – Diagrama de Carga do Circuito “Chiller” Quadro Parcial da CF3.

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17:15:00 18:15:00 19:15:00 20:15:00 21:15:00 22:15:00 23:15:00 0:15:00 1:15:00 2:15:00 3:15:00 4:15:00 5:15:00 6:15:00 7:15:00 8:15:00 9:15:00 10:15:00 11:15:00 12:15:00 13:15:00 14:15:00 15:15:00 16:15:00 17:15:00 18:15:00 19:15:00 20:15:00

Potência Tomada (kW)

15:30:00

14:45:00

14:00:00

13:15:00

12:30:00

11:45:00

11:00:00

10:15:00

9:30:00

8:45:00

8:00:00

7:15:00

6:30:00

5:45:00

5:00:00

4:15:00

3:30:00

2:45:00

2:00:00

1:15:00

0:30:00

23:45:00

23:00:00

22:15:00

21:30:00

20:45:00

20:00:00

19:15:00

18:30:00

17:45:00

Potência Tomada (kW)

71

ED13D

35

30

25

20

15

10

5

0

Figura 13.5 – Diagrama de carga do Quadro Parcial ED13, alimentado a partir do QGBT1.

Central Azoto ED04

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

Figura 13.6 – Diagrama de carga do Quadro Parcial da Central de Azoto do ED04, alimentado a partir do QGBT1.

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SIMULAÇÃO TERMODINÂMICA – CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL – ARQUITECTURA BIOCLIMÁTICA – TERMOGRAFIA


17:00:00 19:30:00 22:00:00 0:30:00 3:00:00 5:30:00 8:00:00 10:30:00 13:00:00 15:30:00 18:00:00 20:30:00 23:00:00 1:30:00 4:00:00 6:30:00 9:00:00 11:30:00 14:00:00 16:30:00 19:00:00 21:30:00 0:00:00 2:30:00 5:00:00 7:30:00 10:00:00

Potência Tomada (kW) 17:15:00 18:00:00 18:45:00 19:30:00 20:15:00 21:00:00 21:45:00 22:30:00 23:15:00 0:00:00 0:45:00 1:30:00 2:15:00 3:00:00 3:45:00 4:30:00 5:15:00 6:00:00 6:45:00 7:30:00 8:15:00 9:00:00 9:45:00 10:30:00 11:15:00 12:00:00 12:45:00 13:30:00 14:15:00 15:00:00 15:45:00 16:30:00

Potência Tomada (kW)

18:30:00 19:15:00 20:00:00 20:45:00 21:30:00 22:15:00 23:00:00 23:45:00 0:30:00 1:15:00 2:00:00 2:45:00 3:30:00 4:15:00 5:00:00 5:45:00 6:30:00 7:15:00 8:00:00 8:45:00 9:30:00 10:15:00 11:00:00 11:45:00 12:30:00 13:15:00 14:00:00 14:45:00 15:30:00 16:15:00 17:00:00

Potência Tomada (kW)

72

CF1

100 90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

Figura 13.7 – Diagrama de carga do Quadro Parcial CF1, alimentado a partir do QGBT1.

Ar Comprimido ED04

120

100

80

60

40

20

0

Figura 13.8 – Diagrama de carga do Quadro Parcial Ar Comprimido ED04.

ED13

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Figura 13.9 – Diagrama de carga circuito ED13..

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SIMULAÇÃO TERMODINÂMICA – CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL – ARQUITECTURA BIOCLIMÁTICA – TERMOGRAFIA


73

140 120 100 80 60

40 20 16:30:00

15:30:00

14:30:00

13:30:00

12:30:00

11:30:00

9:30:00

10:30:00

8:30:00

7:30:00

6:30:00

5:30:00

4:30:00

3:30:00

2:30:00

1:30:00

0:30:00

23:30:00

22:30:00

21:30:00

20:30:00

19:30:00

0 18:30:00

Potência Tomada (kW)

F2

Figura 13.10 – Diagrama de carga do circuito F2, alimentado a partir do QGBT2.

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