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Rosanne Mulholland
from Revista Lord #29
O que a doce professora Helena de Carrossel tem em comum com a irmã de Sarah Kubitschek e a ambiciosa advogada Lara, de Malhação? Todas elas chegaram às casas brasileiras interpretadas pela brasiliense Rosanne Mulholland. Aos 38 anos, a atriz é talento puro. E muita simpatia. Aliás, qualidades não faltam para ela. Se fosse pra escrever um currículo sobre si mesma, a própria Rosanne lista os pontos mais fortes. “Posso dizer que sou uma pessoa amorosa e gentil, boa ouvinte e acolhedora, determinada e persistente”, enumera.
Em uma entrevista exclusiva para a Revista LORD Élégant, a atriz, que hoje vive na ponte aérea Rio-São Paulo, falou sobre os anos em
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Brasília, do que sente mais falta da capital e de como os brasilienses estão ganhando espaço no mercado cultural. Confira!
Você nasceu em Brasília e viveu sua infância e adolescência aqui. Quais lembranças você guarda com mais carinho dos anos no Planalto Central?
Lembranças da minha família, que se reunia na minha casa com bastante frequência. Lembranças da minha primeira vez no palco, minha primeira vez filmando pelas ruas da cidade para um curta metragem, minha primeira vez dirigindo em uma tesourinha... São muitas lembranças! Eu me formei em Psicologia ainda em Brasília, mas já atuava. Quando decidi mudar para o Rio, queria buscar novas oportunidades como atriz, tanto para estudar quanto para trabalhar.
Como você avalia o cenário artístico de Brasília hoje?
Brasília produz cinema e teatro de ótima qualidade. Sinto muito que o Teatro Nacional esteja fechado por tanto tempo. É um espaço incrível e, há anos, tenho o sonho de ir com um espetáculo pra lá. Ao mesmo tempo, é bastante simbólico que esteja fechado, visto que a cultura no país, de um modo geral, passa por um momento difícil. O Festival de Cinema de Brasília é um dos mais importantes do país (temos uma matéria sobre ele no fim da revista, não perca!). O Festival Cena Contemporânea ocupa, de forma instigante, os palcos da cidade há 20 anos. Brasília tem muita gente incrível trabalhando incansavelmente pra movimentar o cenário cultural local e os artistas da cidade têm toda a minha admiração.
E agora aquela pergunta clássica: se pudesse escolher, preferiria fazer cinema, teatro ou novela? Se fosse obrigada a escolher, ficaria com o cinema porque sou apaixonada pela linguagem. Mas prefiro transitar entre cinema, teatro e TV. Cada um tem seu encanto e sinto que me desenvolvo de maneira mais completa dessa forma.
Tem algum projeto novo que você já pode nos adiantar?
Aguardo o lançamento de dois filmes. “A Espera de Liz”, de Bruno Torres, que também é brasiliense, e retrata o universo feminino explorando a reaproximação de duas irmãs, e “Mudança”, de Fabiano de Souza, que retrata mais o universo masculino, explorando o relacionamento entre pai e filho.
Qual foi o papel mais marcante na sua carreira? É difícil comparar. No filme “Falsa Loura”, tive minha primeira protagonista no cinema e recebi alguns prêmios pela minha atuação. Por outro lado, viver a professora Helena, em “Carrossel”, foi marcante por ter sido um sucesso enorme na TV. Recebi muito carinho com esse trabalho e essa conquista também faz com que me sinta premiada.

O que você acha que Brasília tem que não há igual em outra cidade?
O céu e o horizonte que dão uma sensação mágica de infinitude.
E do que você sente mais falta?
Sinto falta das pessoas que são fundamentais na minha vida e moram em Brasília. Sinto falta dos gramados amplos, do céu, das árvores tortas, das flores, do espaço... Construí minha vida no eixo Rio-São Paulo, mas, apesar de não me ver mais morando em Brasília, a cidade, com certeza, estará sempre na minha vida. Tenho um quadro de Athos Bulcão na parede (presente do meu irmão) que me aproxima dela todos os dias.
E, pra fechar, você nasceu no dia 31 de dezembro, né? Como é “competir” com o reveillón no quesito festa? Competição nunca funciona, a gente tem que somar. Costumo comemorar meu aniversário com antecedência pra liberar o Réveillon, mas acabo comemorando novamente na festa da virada. Sempre tem um engraçadinho dizendo que organizou uma festa pra mim em Copacabana. A verdade é que eu gosto muito do dia do meu aniversário porque as pessoas costumam estar alegres e esperançosas. É uma energia muito boa.