O Bolchevique # 2

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MARANHÃO

Criar comitês de autodefesa para os crimes cometidos contra índios, presos e quilombolas pelos Governos Lula/Dilma/Roseana Sarney

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Maranhão governado pela oligarquia Sarney coligada a Lula e Dilma está inundado de sangue das massas trabalhadoras e oprimidas. Em menos de dois meses, o Estado foi palco do assassinato a queima roupa de Flaviano Pinto Neto, líder dos quilombolas do Charco (São Vicente Férrer), do ataque aos indígenas Guajajara, baleados por um delegado da policia civil, e do massacre de dezoitos presos da penitenciária de Pedrinhas. ASSASSINATO DE LÍDER QUILOMBOLA Flaviano Pinto Neto foi morto em 30 de outubro de 2010 com vários tiros de pistola calibre 38 na BR 014. A motivação para tal crime se deu em virtude de o trabalhador rural ser uma liderança numa comunidade remanescente de quilombo conhecida por Charco, em São Vicente Férrer - MA. O líder quilombola esteve uma semana antes de ser brutalmente assassinado na Federação de Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão, e já havia feito diversas denúncias ao INCRA, ITERMA, Secretaria de Segurança do Estado do Maranhão, sem que nada tenha sido feito para que o crime fosse evitado. Lamentavelmente, as lideranças políticas camponesas buscam nesses órgãos proteção, quando na verdade o Estado burguês não tem o menor interesse em protegê-las, pois são inimigas do poder de propriedade dos grandes latifundiários - estes, sim, são protegidos por lei e têm à sua disposição a polícia assassina para massacrar aqueles que ousarem adentrar suas terras. Flaviano destacou-se na luta contra o despejo da comunidade Charco pelo fazendeiro Gentil Braga, numa ação policial que dispunha de 120 homens fortemente armados contra 70 famílias pobres remanescentes de quilombolas, que há mais de 150 anos habitam a localidade. MASSACRE EM PEDRINHAS Nos dias 9 e 10 de novembro de 2010, foram brutalmente assassinados

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O Bolchevique - Outubro de 2010

Nos destaques menores, Flaviano Pinto, líder quilombola, os presidiários de Pedrinhas e a capa dO Estado com a foto dos índios guajajaras presos, vítimas do regime assassino cujos representantes são Roseana Sarney, Lula e Dilma.

18 detentos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís-MA. Os prisioneiros se rebelavam contra a falta de água, que já durava quatro dias. Não havia água sequer para beber. Dentre as razões falsamente veiculadas pela mídia burguesa a serviço da oligarquia Sarney no Maranhão, foi citada uma suposta rivalidade entre grupos de presos da capital São Luís e grupos do interior. Contudo a mais absurda declaração partiu do Secretário de Segurança Pública de Roseana Sarney, Aluísio Mendes, que afirmou durante entrevista para a Mirante (emissora da oligarquia Sarney, em 10 de novembro de 2010), que não havia nenhuma pauta de reivindicação por parte dos presos, unicamente o gosto pela barbárie. Como se não bastasse a superlotação e as demais condições desumanas às quais estão submetidos os presos. O abastecimento de água teria sido interrompido por conta de uma bomba d’água queimada, sendo que os presos aguardavam a chegada de um carro-pipa da Secretaria Estadual de Segurança (SSP) na Casa de Detenção. Depois de 30 horas de tortura e desespero, a SSP enviou o carro, dando cabo ao protesto, que resultou num dos maiores massacres da história daquele presídio.

ATAQUE AOS ÍNDIOS GUAJAJARA No dia 23 de novembro de 2010, o jornal “O Estado do Maranhão” do grupo Sarney ostentava em sua capa a foto de um policial federal notavelmente orgulhoso por conduzir à prisão a triste figura de um índio Guajajara. A repressão aos remanescentes indígenas no Maranhão não é novidade para a população maranhense. Sempre que são lembrados pela mídia burguesa são expostos como assaltantes, criminosos, terroristas que amedrontam cidades vizinhas de sua reserva, como Grajaú e Barra do Corda. Os Guajajara tinham como principal motivo para a revolta iniciada no 7 de novembro de 2010 com bloqueio da BR 226 a falta de investimento em transporte escolar para seus filhos pelo Governo do Estado. A Reserva Canabrava declarou, por meio de manifesto, que a FUNAI, o DNIT e a Companhia Eletronorte não honram compromissos firmados, ou seja, usufruem e exploram as terras dos indígenas, enquanto a reserva permanece sem assistência, educação e apoio às suas atividades produtivas. A revolta só teve destaque na mídia


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