Reumatologia Fundamental
O exame objetivo reumatológico do membro superior deve ser complementado com exames vascular e neurológico sumários.
Decúbito dorsal Com o doente deitado em decúbito dorsal, procede-se ao estudo das articulações sacroilíacas e coxofemorais, joelhos, tornozelos e pés.
Articulações sacroilíacas As sacroilíacas são articulações com pouca mobilidade salvo durante a gravidez. Nesta posição, há várias manobras para as explorar, sendo a mais sensível e a de mais fácil execução a manobra de Volkmann (Fig. 2.9), que consiste em aplicar as mãos sobre as espinhas ilíacas ântero-superiores e forçar a bacia para trás, estando o doente deitado em decúbito dorsal. A manobra é positiva quando desperta dor nas sacroilíacas, o que é comum nas fases iniciais das espondilartrites. As articulações sacroilíacas podem também ser exploradas por palpação local, com o doente em decúbito ventral. Mantendo o doente nesta posição, pode-se efetuar
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Figura 2.9 · Manobra de Volkmann.
a báscula do sacro ao exercer uma força de pressão com o punho fechado, que no caso de sacroileíte pode desencadear dor na região das sacroilíacas. Também com o doente em decúbito lateral esquerdo e direito, pode-se exercer pressão nas asas do ilíaco, induzindo deslizamento e abertura das sacroilíacas que, se afetadas, podem ser causa de dor. Por vezes os doentes apresentam lombalgias com irradiação ao membro inferior (ciatalgia). Com o doente em decúbito dorsal, pode-se avaliar a ciatalgia com uma manobra de provocação, conhecida por manobra de Lasègue. Esta consiste na elevação do membro inferior com este em extensão e flexão da anca que, ao estirar as raízes do nervo ciático, causa dor. A avaliação de sinais neurológicos, independentemente do território afetado, deve ser acompanhada de avaliação da força muscular global e segmentar, sensibilidade e reflexos osteotendinosos.
Articulações coxofemorais A coxofemoral é uma articulação profunda e a sua observação clínica nem sempre é muito informativa. Efetua movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e rotações interna e externa, que podem estar limitados nas mais diversas coxopatias. Uma maneira prática de avaliar a sua mobilidade consiste em pedir ao doente para cruzar a perna (movimentos de abdução, flexão e rotação interna) e apertar os atacadores dos sapatos (movimentos de adução, rotação interna e flexão), duas tarefas difíceis ou impossíveis, por exemplo, num doente com artrite da anca. Na patologia intra-articular da anca, como é exemplo a fase inicial da
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