Resistir, (Re)existir e Reinventar II - Capítulo 9

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DOI: doi.org/10.29327/565971.1-9

Reinventando a presença: Nacionalismo antigênero e o campo dêitico de resistência de Marielle Franco no Brasil Reinventing presence: Anti-gender nationalism and Marielle Franco's deictic field of resistance in Brazil Daniel do Nascimento e Silva1 Allison Dziuba2 1 Graduado em Letras (Universidade Estadual do Ceará), mestre e doutor em Linguística, pela Unicamp, orientado por Kanavillil Rajagopalan. Tem mantido, desde o doutorado, colaboração com pesquisadores da University of California Berkeley, tendo feito doutorado sanduíche (2007-2008), pósdoutorado (2015-2016) e outras visitas breves e longas, sempre sob a supervisão de Charles Briggs. Email: dnsfortal@gmail.com / ORCID: http://orcid.org/0000-0002-6098-5185 2 Sua pesquisa se centra na retórica feminista interseccional. Seu projeto atual examina a escrita extracurricular, performances e ativismo de estudantes universitários e o papel da emoção nessas atividades. Já atuou como Assistente Editorial do College Composition and Communication e Rhetoric Society Quarterly, e como bolsista de graduação em redação. Doutoranda em Retórica e Composição em Língua Inglesa, na Universidade da Califórnia, em Irvine, Estados Unidos. Foi premiada com uma Bolsa de Dissertação Americana (American Dissertation Fellowship), da American Association of University Women (Associação Americana de Mulheres Universitárias). Em setembro de 2022, ela assumirá a vaga de professora assistente no Programa de Composição, Retórica e Estudos de Inglês na Universidade do Alabama. E-mail: adziuba@uci.edu / ORCID: http://orcid.org/0000-0003-4806-0881

Resumo: Este artigo discute como os atores políticos encaixam o aqui e agora da enunciação, em construções de gênero, sexualidade e raça – uma prática dêitica, que pode ser separada do seu contexto e projetada em campos políticos. Empiricamente, analisamos invocações alternativas do campo dêitico (HANKS, 2005), pela nova direita bolsonarista no Brasil, pela vereadora Marielle Franco, assassinada no mesmo ano em que Bolsonaro foi eleito presidente, e pelo movimento de luto por Marielle. Ao passo que Bolsonaro midiatizou uma imagem invertida de tropos progressistas, como a igualdade de gênero, a educação sexual e o legado de Marielle, a vereadora, e, posteriormente, seu movimento de luto, politizaram o aqui e agora de Marielle e o mapearam em motes como “Marielle vive”, que desafiam o tempo


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