5 minute read

Cultura Guabirubense

Com um povo forte, capaz e talentoso, a cidade mantém e renova suas tradições e reconhecidos. O Grupo de Danças Alemãs da Associação Artístico Cultural São Pedro, nasceu em 28 de agosto de 1993 e em sua trajetória contou com diversos trajes diferenciados. Também já foi premiado e se apresentou internacionalmente. Ambos os grupos sempre foram destaques nas festas da região e por onde passam, encantam!

O Artesanato então é de uma singularidade peculiar e elogiável. As casinhas de passarinhos pintadas de modo incrivelmente realístico por Wanneida Luizelita Lourenço Pereira Siegel, são referência premiada e de beleza ímpar, assim como os diversos trabalhos de pintura que faz. Marilise Teixeira é professora de pintura na Fundação Cultural e se dedica a esta atividade com talento e profissionalismo invejável. Claudia Rieg Baron, artista reconhecida, também se destaca na pintura de óleo sobre tela e nas esculturas. Rogéria Maria Becker Fischer já se dedica a pintura de modo diferenciado, alinhada ao trabalho de ornamentos com fitas nas toalhas que são disputadíssimas nas feiras realizadas e nos trabalhos em madeira.

Advertisement

ACultura Guabirubense é de uma riqueza e qualidade indiscutíveis. Tudo o que aqui se faz é referência pelo capricho e pelo talento de nossos artistas. Falo de cada área da cultura, pois nossos artistas são incomparáveis.

Trazida pelos nossos colonizadores, a cultura guabirubense foi aperfeiçoada e relida para que se criasse algo com o nosso jeito. Respeitando tradições e costumes, foram assimiladas as bases históricas para que ela tivesse ainda mais credibilidade.

Assim, nossos músicos se destacam. O Coral Cristo Rei, que neste ano celebra seus 60 anos de existência, sob a maestria do excelente Eusébio Kohler é destaque por onde passa. Já se apresentou acompanhado de orquestras e em diversas cidades, estados e países. Por onde passou deixou sua marca e a impressão de um trabalho realizado com o máximo esmero. Os grupos vocais da Igreja Adventista do Sétimo Dia também são reconhecidos pelo seu talento indiscutível. O Quarteto Primus, o Grupo Mensageiros e outros que agora me fogem o nome à memória, encantam pela paixão com que realizam seus shows e apresentações. Edio Polheim, Jailson Pollheim, Cristiano, Levi e Bernardino deram um imenso show ao realizar sua “live” em tempos de pandemia e são constantemente convidados a viajar pelo Brasil para abrilhantar momentos religiosos.

Outros grupos também têm destaque. Na Dança típica o nosso município é reconhecido pelos Grupos de danças folclóricas italiana e alemã. O Gruppo Folkloristico Tutti Buona Gente veio celebrar e homenagear a alegria, a tradição e os costumes italianos trazidos pelos nossos colonizadores “oriundi”. Nascido em 13 de março de 2009 já foi premiado em diversos concursos, eventos e festivais pelo Estado de Santa Catarina e teve o reconhecimento do Gruppo original italiano da região de Trento (Itália) quando se apresentou na Piazza San Marco. A qualidade da confecção do seu traje, sua alegria natural e o esmero na execução dos passos de dança foram observados, aplaudidos

A tradição da Maibaum (árvore de maio) foi uma tradição que foi inserida no município por Fabiano Siegel, que valoriza imensamente esta cultura. Dedicou-se grandemente à frente do grupo folclórico alemão por diversos anos e com isso também idealizou e realizou grandes atividades culturais que envolvessem esta etnia. A primeira Maibaum foi erguida em 1 de maio de 2008 e além de mostrar uma parcela importante da nossa cultura, ela também é um maravilhoso ponto turístico. Tem o objetivo de mostrar, de modo cultural, as empresas que se destacam nos mais diversos ramos dentro do município de Guabiruba. Outra tradição que tem como incentivador principal o artista Fabiano Siegel é a tradição do Pelznickel.

Nosso jeito de celebrar o natal ao estilo alemão já foi apresentado nacionalmente no programa Danilo Gentili na noite de natal de 2021. Ali o Brasil conheceu o Sackmann, a Christkindl, e as diferentes características do Pelznickel, pois temos os que são revestidos de pêlos, os que têm barba de velho e os que são feitos de folhas. Tudo para que o natal da nossa cidade seja sempre marcante, especial, diferente e encantador. Em 2012 iniciou-se o trabalho de juntar todos os grupos de Pelznickel que havia na cidade para se formar a Pelznickelplatz, onde anualmente pessoas de todas as cidades da região, de algumas regiões do Brasil e até de algumas partes do mundo vem conferir este trabalho.

Na literatura também temos grandes publicações. São romances, livros de canto, de culinária tradicional e da história do nosso povo. Como por exemplo, Eder Claudio Celva, hoje padre, que se dedicou imensamente a registrar a colonização italiana de modo singular e seu trabalho serve como fonte de pesquisas para contar a história do nosso povo. Mas o ponto alto da literatura foi a criação da Academia de Letras de Guabiruba, presidida pelo excelentíssimo Roque Dirschnabel. Essa academia em breve lançará um livro onde se faz um grande apanhado da história político-social-cultural do nosso querido município. Muito há de se mostrar e conhecer nesta incrível obra de arte do mundo das letras.

Mas falar de cultura guabirubense e não falar de teatro seria inconcebível. Desde as apresentações escolares até o maior trabalho da arte cênica realizado no município, observam-se grandes talentos. Apesar de não haver escola de teatro há muito tempo, nosso povo gosta de encenar e se dedicar a esta arte. Diversas peças de teatro já foram apresentadas e muitas delas tendo a Associação Artístico Cultural São Pedro como principal incentivadora e realizadora.

Nascida em 27 de janeiro de 1991 esta en- tidade sempre se destacou pela qualidade dos seus trabalhos. Seu primeiro presidente foi o Sr Francisco Odisi, que teve a visão de profissionalizar o talento do povo da nossa cidade. Paixão e Morte de um Homem Livre é uma prova desta visão. Nascida em 1981 como um belíssimo musical que integrava todos os grupos de jovens da cidade, esta peça foi apresentada de 1981 a 1984 no Salão Cristo Rei de forma única com músicas e coreografias que enriqueciam cada cena. Deste trabalho falo com carinho imenso. Vi este trabalho renascer em 1986 e desde lá atuei como ator, diretor e dramaturgo. Quando se ama o que se faz, se fala com carinho e com propriedade. Renascido em 1986 foi inserido nas celebrações religiosas até 1987. A partir de 1988 até 1992 foi apresentado no salão São Pedro e nas escadarias da Capela São Pedro. Em 1994 e 1996 foi apresentado em forma de via sacra ao longo da Rua São Pedro e a partir de 1997 foi transferido para o bairro Aymoré para oferecer mais conforto, visibilidade e qualidade. Sempre crescendo, é um trabalho que merece todo respeito, consideração e aplausos pelo modo como acontece. A cada edição vem crescendo e se solidificando como um dos es- petáculos teatrais mais lindos deste gênero em todo o Brasil. Foi assim que Júlio Rocha foi convidado em 2015 para viver Herodes Antipas, Francisco Cuoco, em 2017, emprestou toda sua experiência, sabedoria e humildade para dar vida ao Sumo sacerdote Neftali. No ano de 2019, Luciano Szafir esteve em Guabiruba, interpretando Poncius Pilatos de forma magistral, e Mônica Carvalho, nesta última edição do trabalho, em 2022, vivenciou o papel de Maria, a mãe de Jesus. São atores e atriz contratados que participaram desta peça para trazer mais visibilidade ao trabalho realizado.

Nosso povo é forte, caprichoso, capaz e talentoso. Existe muito ainda a ser falado, destacado e registrado, mas no momento temos que nos restringir a este espaço. Podemos até voltar a falar de tudo isso em outra oportunidade, pois a cultura por aqui é tratada com respeito pelo poder público e pelo público, que prestigia a cada edição artística que se realiza. Até mesmo pelo dragão que povoa o histórico cultural de Guabiruba e que é marca registrada do nosso folclore.

Quer aprender a fazer cultura? Quer conhecer artistas, produções e eventos incríveis? Viva Guabiruba!