Nalini singh kiss of snow 10 ( parte 1)

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Tradução e Revisão


Desde o momento de sua deserção da PsyNet e a entrada na matilha de lobos SnowDancer, Sienna Lauren teve uma fraqueza. Hawke. Alpha e perigoso, ele a compele a loucura. Hawke é conhecido por andar sozinho, depois de ter perdido a mulher que teria sido sua companheira há muito tempo. Mas Sienna fascina o coração primitivo dele, mesmo que ele diga a si mesmo que ela é muito jovem para lidar com a fúria selvagem do lobo. Então Sienna muda as regras e, de repente, não há mais distância, apenas a mais íntima batalha entre duas pessoas que nunca foram destinadas para se conhecerem. No entanto, enquanto eles retiram os segredos um do outro em uma tempestade de emoção crua, eles também devem preparar-se para uma luta muito mais cruel ... Um inimigo mortal estreita para destruir os SnowDancer, atacando tudo o que mais é


prezado, mas é o segredo mais sombrio de Sienna que ainda pode ferir o bando que é a sua casa ... e o alfa, que é a sua pulsação de seu coração ...


Glossário Psy—Changeling Changelings – São humanos que podem se transformar em animais. Eles têm duas naturezas, humana e animal, e são mais fortes, mais rápidos, e com sentidos mais aguçados do que humanos comuns. Eles vivem em Clãs e possuem uma hierarquia rígida e bem definida. Os dois clãs principais na série são os DarkRiver (leopardos) e os SnowDancer (lobos). Temos:

DarkRiver DarkRiver é um clã de changelings leopardos que é um dos mais poderosos dos Estados Unidos e que controla San Francisco e arredores. Eles possuem uma aliança recém-formada com os SnowDancers, um antigo inimigo. Alfa: Lucas Hunter Curadora: Tamsyn Ryder Sentinelas: São os imediatos e guarda pessoal do alfa. Eles são: Nathan - Nate- Ryder, Clay Bennett, Vaughn D’Angelo, Mercy Smith e Dorian Christensen

SnowDancer Como um dos clãs mais dominantes na Califórnia e um dos maiores nos Estados Unidos, o clã de lobos SnowDancer é uma força a ser considerada. Eles são conhecidos por sua crueldade, o que faz deles um inimigo mortal e um valioso aliado. Alfa: Hawke Curadora: Lara Tenentes – São os imediatos e guarda pessoal do alfa. Eles são: Riley Kincaid, Tomas, Índigo Riviere, Cooper, Jem, Alexei, Matthias, Kenji e Riaz.

Psys Psys – É uma raça com grandes poderes psíquicos. Esses poderes


cobraram um alto preço a eles; loucura, psicoses, psicopatias. O Conselho Psy então decidiu implantar o Protocolo do Silêncio, que objetivava eliminar todas as emoções da raça. Os Psys passaram a ser friamente controlados e práticos. Eles lideram o governo e os negócios, e todas as suas decisões são baseadas em eficiência e lógica. Ou, pelo menos, deveriam ser. O Conselho Psy lidera a raça e faz suas próprias leis. Ele é formado por sete Conselheiros: Nikita Duncan, Ming LeBon, Tatiana Rika-Smythe, Henry Scott, Shoshanna Scott, Kaleb Krychek e Marshall Hyde. Algumas designações Psy: E (Empatia) – É a habilidade de sentir e manipular as emoções de outros seres sencientes. Empatas podem afetar um ou mais indivíduos por vez e curar traumas emocionais. Eram conhecidos no passado como curadores de mentes. J (Justiça) – Capacidade de acessar as memórias de pessoas que são suspeitas de algum crime, descobrindo através delas o que eles sabem. Eles fazem parte do sistema de justiça e só são chamados em casos especiais. M (Medicina) – Existem vários tipos de M-Psys, sendo os mais conhecidos os que podem -ver- dentro do corpo e diagnosticar doenças e fraturas. Alguns M-Psys têm a capacidade de -enxergar- em um nível celular, podendo analisar o DNA, por exemplo. Apenas uma pequena parcela de M-Psys pode realmente curar. P (Previsão) – É a capacidade de -ver- um evento futuro antes que ele aconteça. Uma rara expressão da previsão é a capacidade de ver o passado. PPsys que veem principalmente o passado são extremamente raros, mas a maioria dos videntes pode ter um ou dois flashes do passado durante o ano. Ps (Psicometria) – Em termos básicos, aqueles nascidos com a habilidade Ps podem obter informações tocando objetos. Os-Psys serão discutidos mais adiante no decorrer da série. Tp (Telepatia) – É a habilidade de se comunicar mentalmente com outra pessoa. Todos os Psys são telepatas em algum grau, pois essa capacidade é essencial para que eles possam se ligar à PsyNet. Telepatas puros são raros, e eles podem enviar e receber mensagens ao longo de grandes distâncias com clareza cristalina. X – Uma designação obscura mesmo entre os Psys. Eles serão discutidos mais adiante na série. Tc (Telecinese) – Habilidade de mover a matéria com a mente. Alguns são capazes de se teletransportar (viajar de um lugar para outro usando poder psíquico).


Subdesignações da Telecinese: Tc-Celular – Habilidade de controlar as funções de seu próprio organismo ou as de outro ser vivo em um nível celular. Eles podem, entre outras coisas, parar o coração de um inimigo com um pensamento ou fazer com que seu próprio corpo se cure mais rápido, por exemplo. São muito raros. Tc-V (Viajantes) – Esses Psys são verdadeiros teletransportadores e podem ir de um lugar a outro num piscar de olhos. Viajantes são extremamente, extremamente raros. Serão discutidos mais adiante na série.

Capítulo 01


Hawke cruzou os braços e encostou-se pesadamente em sua sólida mesa, os olhos sobre as duas fêmeas jovens a frente dele.

As

mãos

entrelaçadas

atrás

de

si

e

as

pernas

ligeiramente abertas em posição de — repouso, — Sienna e Maria lembravam os soldados SnowDancer que eram — exceto pelo fato de que seus cabelos desordenados estavam em uma confusão selvagem em torno de seus rostos, emaranhados com lama, folhas esmagadas, e outros detritos da floresta. Ainda havia a roupa rasgada e o cheiro afiado, acre de sangue. Seu lobo mostrou os dentes. — Deixe-me ver se entendi. — Ele disse em um tom calmo que fez Maria empalidecer sob a pele, que estava aquecida, de um castanho suave onde não estava machucada e sangrando. — Em vez de ficar na vigilância e proteger fronteira defensiva da matilha, você duas decidiram ter sua própria batalha pessoal pela supremacia. Sienna, claro, encontrou seu olhar, algo que nenhum lobo teria feito nas atuais circunstâncias. — É... — Fique quieta! — Ele retrucou. — Se você abrir a boca novamente sem permissão, eu a colocarei junto com os de dois anos de idade. Esses incríveis olhos cardeais com estrelas brancas sobre um fundo de vívido preto que era um puro ébano, ele


sabia muito bem que indicava fúria, mas ela apertou sua mandíbula. Maria, por outro lado, tinha ficado ainda mais pálida. Bom. — Maria. — ele disse, com foco na pequena changeling cujo tamanho desmentia sua habilidade e força tanto na forma humana como lobo. — Quantos anos você tem? Maria engoliu. — Vinte. — Não é uma jovem. Os grossos cachos negros de Maria, pesados com lama, saltaram devidamente quando balançou a cabeça. — Então explique isso para mim. — Eu não posso senhor. — Resposta certa. — Nenhuma razão que pudesse oferecer seria uma boa desculpa para a besteira de terem lutado. — Quem deferiu o primeiro soco? Silêncio. Seu lobo aprovou. Pouco importava quem tinha incitado à troca quando nem tinha se afastado dela, e o fato era, eles foram feitos para trabalhar como uma equipe, assim que tomariam a punição como uma equipe — com uma ressalva. — Sete dias! — Disse a Maria. — Confinada aos quartos, exceto por uma hora a cada dia. Nenhum contato com ninguém enquanto você estiver dentro. — Era uma dura punição para os lobos que eram criaturas de bando, de família, e Maria era uma das mais borbulhantes lobas social


da cova. Forçá-la a passar todo o tempo só era uma indicação de quão mal ela errou. — A próxima vez que você decidir abandonar a vigilância, eu não vou ser tão brando. Maria segundo

casualmente

fugaz

perante

encontrou aqueles

seu

ricos

olhar olhos

por

um

castanhos

contornou para longe, seu domínio não é páreo para o dele. — Posso assistir Lake XXI? — Se esse é o uso que você quer fazer da sua hora no dia. — Sim, era um bastardo por forçá-la a perder a grande festa do seu namorado, especialmente quando os dois estavam tomando

os

primeiros

passos

cuidadosamente,

em

um

relacionamento, mas ela sabia exatamente o que estava fazendo quando decidiu se engajar em uma competição sem sentido com um colega soldado. SnowDancer era forte enquanto um bando, porque eles cuidavam das costas uns dos outros. Hawke não permitiria que estupidez ou arrogância corroesse uma que tinha reconstruído

a

partir

do

zero

após

os

sangrentos

acontecimentos que haviam roubado seus pais e barbarizou o bando tão gravemente que tinha levado mais de uma década de isolamento rigoroso para a sua recuperação. Segurando seu temperamento por um fio muito fino, ele voltou sua atenção para Sienna. — Você tinha — ele disse, o lobo muito presente em sua voz — ordens específicas para não entrar em qualquer


enfrentamento físico. Sienna não disse nada em resposta. Não importava, sua raiva era um pulso quente contra sua pele, tão crua e tempestuosa como a própria Sienna. Quando ela estava assim, sua natureza selvagem mal contida, era difícil acreditar que ela tinha vindo de sua matilha Silent, suas emoções bloqueadas por trás de tanto gelo, que havia enfurecido seu lobo. Maria moveu seus pés quando ele não continuou imediatamente. — Você tem algo a dizer? — Perguntou a mulher, que era um dos melhores soldados novatos do bando, quando ela não deixava seu temperamento ficar no caminho. — Eu comecei isso. — A cor tingiu suas maçãs do rosto, os ombros tensos. — Ela estava apenas se defendendo. — Não. — O tom firme de Sienna era resoluto, a raiva enterrada sob uma parede de controle frígido. — Vou levar minha parcela de culpa. Eu poderia ter ido embora. Hawke estreitou os olhos. — Maria, vá. O soldado novato hesitou por um segundo, mas ela era um lobo subordinado, seu instinto natural para obedecer ao seu alfa era poderoso demais para resistir, embora fosse claro que queria ficar para trás para apoiar Sienna. Hawke observou e aprovou a exibição de lealdade suficiente para que ele não a repreendesse pela hesitação.


A porta se fechou atrás dela com um pequeno ruído seco que parecia o disparo de uma espingarda dentro do silêncio pesado do escritório. Hawke esperou para ver o que Sienna faria agora que estavam sozinhos. Para sua surpresa, ela manteve a posição. Avançando, ele segurou seu queixo, virando o rosto para o lado a fim de que a luz caísse sobre as linhas suaves dele. —

Você

tem

sorte,

não

tem

um

osso

da

face

quebrado. — A pele em torno de seu olho se transformaria em tons de roxo da forma como estava. — Onde mais você está machucada? — Estou bem. Seus dedos apertaram sua mandíbula. — Onde mais você está machucada? — Você não perguntou a Maria. A vontade obstinada em cada palavra. — Maria é um lobo, capaz de levar cinco vezes o dano de uma fêmea Psy e continuar. — Exatamente a razão pela qual Sienna tinha sido ordenada a não entrar em confrontos físicos com os lobos. Isso e o fato de que ela não tinha suas habilidades letais sob controle total. — Ou você responde a pergunta, ou eu juro por Deus que realmente vou colocá-la na creche. Seria a mais humilhante das experiências e ela sabia disso,

cada

músculo

violentamente retido.

em

seu

corpo

tenso

de

raiva


— Costelas machucadas. — Ela disse entre dentes, finalmente. — Abdômen machucado, ombro torcido. Nada está quebrado. Tudo deve curar dentro da próxima semana. Soltando seu aperto em seu queixo, ele disse. — Estenda seus braços. Uma hesitação. O lobo rosnou, alto o suficiente para que ela se encolhesse. — Siena, eu lhe dei uma longa rédea desde que você entou neste bando, mas isso termina hoje. — Insubordinação de um jovem poderia ser punido e perdoado. Em um adulto, um soldado, que era uma questão muito mais séria. Sienna tinha 19 chegando aos 20, classificada com um noviço. Deixar suas ações escaparem não era sequer uma opção. — Estenda seus malditos braços. Algo em seu tom deve ter chegado até ela porque fez como ordenado. Um número pequeno de cortes na pele cremosa que era beijada pelo sol dourado, mas não cortes que teriam falado de garras. — Então, Maria conseguiu controlar o lobo. Se ela não tivesse, ele teria chutado ela certeiramente de volta para o treinamento. Perder o controle de seu temperamento era uma coisa; perder o controle de seu lobo era muito mais perigoso. As mãos de Sienna se fecharam quando ela deixou-as cair para os lados. Olhando para cima, ele encontrou os olhos


de um preto absoluto, ininterrupto. Estava claro que ela estava lutando contra o impulso elementar de ir contra ele, mas ela continuou a manter sua posição. — Até onde você foi? Seu controle era impressionante e isso o irritava de uma forma que não deveria. Mas, então, nada sobre Sienna Lauren já tinha sido fácil. — Eu não uso minhas habilidades. — Os tendões de seu pescoço se destacaram contra a sujeira incrustada em sua pele. — Se eu tivesse, ela estaria morta. — É por isso que você está com problemas muito maiores do que Maria. Quando ele tinha dado santuário à família Lauren após a sua deserção da esterilidade fria da PsyNet, tinha sido com um número de condições estritas. Uma dessas condições era uma

proibição

contra

o

uso

de

habilidades

Psy

em

companheiros da matilha. Um número significativo de coisas tinham mudado desde aquela época, e os Laurens eram agora um parte integrante e aceita do bando. O tio de Sienna, Judd, era um dos tenentes de Hawke, e frequentemente utilizava suas habilidades telepáticas e telecinéticas em defesa do SnowDancer. Hawke também nunca amarrou as mãos dos dois mais jovens Laurens, sabendo que as garras mentais de Marlee e Toby seriam necessárias para se defender contra os seus indisciplinados companheiros lobos. Mas essa liberdade não se estendia à Sienna, porque


Hawke sabia exatamente o que ela poderia fazer. No instante em que Judd aceitou o laço de sangue de tenente, manter segredos de seu alfa se tornou uma questão de lealdade e confiança. — Por quê? — Sienna ergueu o queixo. — Eu não desobedeci à regra sobre o uso de minhas habilidades. Naturalmente, ela o desafiaria. — Mas, — ele disse, controlando o rosnado do lobo que respondia ao seu desafio — desobedeceu a uma ordem direta de se engajar na luta, como você mesmo disse, poderia ter ido embora. Linhas brancas se agruparam em sua boca. — Será que você teria? — Isso não é sobre mim. — Ele foi um jovem de cabeça quente uma vez, e ele teve a sua bunda chutada . . . até que tudo havia mudado, sua infância dizimada em uma onda de sangue, dor e tristeza aguda. — Nós dois sabemos que sua falta de controle poderia ter levado a um resultado muito mais sério. O inferno disso era que ela também sabia, e ainda assim se deixou atravessar a linha. Isso irritou Hawke mais do que qualquer outra coisa. — Eu poderia ser confinada a área dos DarkRiver. — Sienna disse que enquanto ele estava pensando em como lidar com ela. — Se você não me quer na toca. Hawke bufou em sua referência ao bando de leopardo


que era o aliado mais confiável do SnowDancer. — Então você pode sair com seu namorado? Boa tentativa. A pele de Sienna corou num vermelho fosco. — Kit não é meu namorado. Hawke não ia entrar nessa conversa. Não agora. Nem nunca. — Você não opinará em sua punição. — Ele tinha a estragado. Era a sua própria culpa que estava se voltando para mordê-lo na bunda. — Uma semana confinada aos alojamentos na zona dos soldados, uma hora por dia fora. Psy eram muito melhores em lidar com o isolamento do que changelings, mas sabia que Sienna havia mudado desde desertou da PsyNet, tornando-se muito mais entrelaçada nos laços de família, do bando. — A segunda semana de trabalho será com os bebês no berçário,

que

é

a

idade

que

você

tem

atuado

recentemente. Não tem direito a se revezar até que você possa ser confiável para manter a sua tarefa. — Eu... — Ela estalou a boca fechada, quando ele levantou uma sobrancelha. — Três semanas. — Ele disse suavemente. — A terceira semana você vai gastar na cozinha lavando pratos. Suas bochechas queimaram num tom mais quente, mas ela não o interrompeu novamente. — Dispensada. Foi só depois que ela se foi, que o mistério e o tempero


de seu cheiro pairando no ar provocou uma rebelião silenciosa, que ela teria, sem dúvida, gostado de saber sobre isso, ele soltou seu domínio sobre o lobo que era sua metade mais feroz. Ele se lançou no cheiro dela. Aspirando uma respiração forte, Hawke lutou contra o desejo primordial de ir atrás dela. Ele tinha lutado contra o instinto há meses, desde que o lobo decidiu que ela era agora uma adulta e, portanto, uma presa razoável. A metade humana dele não estava tendo muito sucesso em mudar a mente do lobo, não quando tinha que lutar contra a fome para reivindicar o mais íntimo dos privilégios de pele cada vez que ela estava em sua presença. — Cristo! — Pegando o novo elegante telefone por satélite que os técnicos disponibilizaram para ele há quatro semanas, fez uma chamada para o alfa de DarkRiver. Lucas respondeu no segundo toque. — O que houve? — Sienna não irá passar um tempo com você gatos por um tempo. — Além da distância que Sienna aparentemente precisava

da

cova,

dele, ela

trabalhava

com

Sascha,

companheira Psy de Lucas, a fim de entender e ganhar o controle de suas habilidades. Mas... — Eu não posso deixá-la ir. Não nesse momento. — Entendido. — A resposta de um alfa companheiro. Hawke se sentou na beirada da mesa, empurrando a


mão pelo cabelo. — Ela pode lidar com isso? Ele sabia que ela não iria quebrar. Sienna era forte demais para uma força que agia como uma droga em seu lobo, mas o poder que vivia dentro dela era tão grande, que tinha que ser tratado como o mais selvagem dos animais. — A última vez que ela veio, — Lucas respondeu, — Sascha disse que ela demonstrou um nível excepcional de estabilidade, nada como quando começaram a trabalhar juntas. Elas não estão tendo mais reuniões regulares, então isso não será um problema. Com a mente em repouso ao menos quanto a esse problema, Hawke disse. — Eu vou ter certeza. Judd manterá um olho psíquico nela apenas para o caso contrário. Sienna não apreciaria a supervisão, mas a verdade do fato era que ela era perigosa, e ele tinha que considerar a segurança da matilha como um todo. Quanto à ferocidade de seu instinto de proteção quando ela veio para ele, não estaria mentindo e fingindo que não existissem. — Posso perguntar o que aconteceu? — O tom de voz de Lucas estava curioso. Hawke deu ao gato um rápido resumo. — Ela esteve pior no mês passado. Antes disso, sua recente estabilidade tinha sido notada e aprovada por todos os membros seniores da matilha.


— Tenho de começar a agir duramente com ela ou isso vai causar descontentamento na cova. Hierarquia era a cola que mantinha uma matilha de lobos

juntos. Como

alfa,

Hawke

estava

no

topo

dessa

hierarquia. Ele não podia, não aceitaria a rebelião de um subordinado. — Sim, eu entendi. — Respondeu Lucas. — Surpreendeme, entretanto. Ela é o soldado perfeito aqui, não me dá trabalho. Tem uma mente tão afiada quanto uma navalha. Hawke flexionado e relaxou suas garras. — Sim, bem, ela não é sua. Uma pausa longa e tranquila. — Eu ouvi que você estava saindo com alguém. — Você quer fofoca? — Hawke não fez nenhuma tentativa de esconder sua irritação. — Kit e os outros novatos viram você com uma loura linda de morrer, há algumas semanas. Em um restaurante no Pier 39. Ele lembrou. — Ela é uma consultora de mídia da CTX. — SnowDancer e DarkRiver detinham a maioria das ações da empresa de comunicações, um investimento que está valendo a pena em longo prazo, mesmo os Psy começaram a procurar notícias livres da influência do esmagamento da decisão ditatorial do seu Conselho. — Queria falar comigo sobre fazer uma entrevista.


— Quando é que vai acontecer? — Da próxima vez que você ver um porco voando pela janela. — Hawke não simpatizava com as câmeras, e ele tornou

claro

e

entendível

a

Sra.

Consultora

que

os

SnowDancer não estavam planejando, em breve, mudar sua imagem má e carnívora para bonita e fofa. Ela poderia trabalhar com isso ou encontrar outra posição. Um súbito pensamento

atravessou

limpamente

através

de

suas

aborrecidas lembranças, a mão apertada no telefone. — Sienna estava com os novatos? — Sim. Foi Hawke, que fez uma pausa desta vez, seu lobo assumiu uma atitude vigilante, presa entre duas necessidades concorrentes. — Não há nada que eu possa fazer sobre isso, Luc. — Ele finalmente disse, cada músculo de seu corpo tenso ao ponto da dor. — Isso foi o que disse Nate. O guarda leopardo estava felizmente acasalado e com dois filhotes. — Não é a mesma coisa. — Não era simplesmente uma questão de idade. O fato era a forma brutal que companheira de Hawke foi morta. Morreu como uma criança. Sienna não entenderia o que aquilo significava, o pouco que tinha para dar a ela, dar a qualquer mulher. Se fosse egoísta o suficiente para sucumbir à força sem nome, mas poderosa entre eles,


sabia muito bem que a destruiria. — Não significa que você não possa ser feliz. Pense sobre isso. — Luc desligou. Ela não dormiu com ele, você sabe... Não deixe para muito tarde, Hawke, ou poderá simplesmente perdê-la. As palavras de Indigo dois meses atrás, falando sobre Sienna e do filhote que estava preso a ela como uma cola sempre que Hawke os via. Fora o fato de o menino ser um leopardo, não havia nada de errado com Kit. Ele seria o perfeito compa... Um som triturou ruidosamente. Seu novo telefone via satélite tinha uma rachadura irregular através da tela.

RECUPERADO CORRESPONDÊNCIA

DE

COMPUTADOR

PESSOAL,

PAI,

2

(A) TAGS:

E-PSY,

AÇÃO

REQUERIDA E CONCLUÍDA. DE: Alice <alice@scifac.edu> PARA: <ellison@archsoc.edu> pai DATA: 26 de setembro de 1970 às 11:43 ASSUNTO: Notícias! Oi pai, Eu tenho uma notícia muito emocionante. Enquanto eu


estou atualmente concluindo a minha tese sobre E-Psy, acabei ganhando financiamento para fazer um segundo estudo sobre a rara designação X! A comissão de concessão referenciou meus dois trabalhos no ano passado e disse que minha visão de fora sobre as habilidades Psy tinha dado origem a alguma conclusão única, suponho que estão certos. Eu não sou psy depois de tudo. Minha Es nunca me fez sentir como uma estranha, mas esse é o seu dom, não é? George, que em breve será um colega, em vez de meu supervisor, diz para que eu me prepare para o fracasso com esse projeto, pois tem se tornado mais

difícil

lidar

com

o

Conselho

Psy

nos

últimos

tempos. Além disso, tão pouco se sabe sobre o Xs. Mas esse é o ponto, digo a ele. Eu posso não ser um arqueólogo como você, papai, mas eu estou explorando minhas próprias terras estranhas. Falando em George, ele está trabalhando em um artigo sobre o desenvolvimento da Internet. Ele é inflexível, não teria se desenvolvido tão rápido quanto se não tivéssemos tido a PsyNet como exemplo e impulso, e eu tenho que concordar — financiamento só veio grosso e rápido nos primeiros dias, porque as empresas queriam informativos iguais. Ele quer que outro antropólogo assuma isso, então eu disse que iria encaminhá-lo para a mamãe (você vai dizer a ela?). Espero que as areias do Egito estejam sendo gentis com vocês. Amor, Alice.



Capítulo 02 Sua fachada calma estilhaçou como vidro no instante em que estava por trás da porta fechada, Sienna chutou a parede de trás dos alojamentos que tinham sido atribuídos a ela

na

área

da

cova

reservada

aos

soldados

não

acasalados. Ela raramente utilizava esta área, preferindo viver com seu irmão, Toby, o tio Walker, e o primo, Marlee. Mas agora ela estaria presa neste espaço pequeno e estéril durante a próxima semana. Sienna, eu já dei uma longa rédea desde que você entrou no bando, mas que termina hoje. Ela se encolheu com o eco da memória. Não tinha acontecido nada, mas a raiva cortante nos olhos de um azul muito pálido, eles eram humanamente semelhante de uma determinada forma aos do husky. Emparelhado com aquela juba de prata e ouro e, acima de tudo, com a personalidade alfa, Hawke era um homem que convidava à atenção feminina sem esforço. Suas mãos fecharam em um punho. Porque hoje, ele não tinha visto uma mulher na frente dele, mas um membro instável da matilha, aquela que ia colocar os SnowDancer em


perigo com suas ações. Ele não poderia dar um castigo a ela que

pudesse

se

comparar

com

a

sua

própria

auto-

recriminação. O nó gelado da vergonha em seu estômago era um lembrete frio do quão mal era a confusão. Todo esse tempo e trabalho, e quando chegou à hora, ela permitiu que seu temperamento anulasse sua mente racional. — Droga, Sienna. Empurrando as mãos em seu cabelo, ela fez uma careta pela lama seca que descia em flocos pelo rosto, e começou a tirar a roupa. Levou menos de um minuto para descobrir sua pele. Entrando

furtivamente

no

pequeno

chuveiro,

agradecendo profundamente aos lobos da matilha pelo espírito de construir tudo com banheiro privativo, ela lavou a sujeira, a grama, e o sangue de seu corpo antes de começar a desembaraçar os fios longos e duros de lama de seu cabelo. Levou um longo tempo. Em meio a tudo isso, a frustração, consigo mesma, por sua incapacidade de abrir mão de algo que a rasgava dolorosamente pedaço por pedaço, rugia como um tigre enjaulado dentro dela. Se os changelings tinham um monstro dentro deles, então ela também, e era uma coisa muito mais cruel, muito mais fria em sua capacidade de destruir. Agora, que a besta estava focada para dentro, limpou-a com garras abrasadoras. Reduziu a temperatura da água, lavou os cabelos com xampu duas vezes, em seguida, correu o condicionador através deles, trazendo-o para frente sobre o


ombro para ter certeza que alcançou as extremidades. Foi só quando ela estava quase terminando, que percebeu o que estava vendo. Pegando um pedaço úmido de cabelo, levou-o aos seus olhos e xingou. A ressonância poderosa de sua capacidade tinha neutralizado o corante. Novamente. Pela terceira vez em um mês. Revelava uma falta de controle que a preocupava. Ela tinha sido tão boa desde que começou a gastar uma grande quantidade de tempo no território DarkRiver, suas habilidades Psy tão estáveis que o medo que bloqueava sua garganta desde sua

deserção

tinha

queimado

em uma

tempestade

de

confiança. Então, ela tinha visto. — Não. Tirando a água, ela saiu e pegou uma toalha grande e fofa que Brenna lhe tinha dado como parte de um presente de aniversário. Era espessa e luxuriante contra sua carne, um prazer sensorial que não podia ajudar, mas abraçavaa. . . assim como ela não podia resistir à compulsão que a levou à sua situação atual. Apertou sua mandíbula tão duramente que disparou um raio de dor ao longo do osso. Mas o choque sensorial ajudou a livrar-se do desejo profundamente arraigado, que nunca a deixava, e ela se concentrou em esfregar-se para se secar. O espelho do banheiro, quando ela olhou para ele, mostrou-lhe uma

mulher

de

estatura

média,

com

cabelos

de

tal


profundidade de vermelho escuro que parecia preto quando molhado. — Como o coração de um rubi. — Sascha tinha dito a última vez que tinha colocado na tinta, as gentis mãos de empata no suave couro cabeludo de Sienna. — É uma vergonha que tenhamos de cobri-los. Infelizmente, eles não tinham escolha no assunto. Seu cabelo era muito distinto. Então, novamente, Sienna pensou olhando para um rosto que se tornou refinado de uma forma muito feminina, todos os vestígios de suavidade infantil derretidos enquanto ela não estava olhando, talvez fosse seguro agora. Além das mudanças em seu rosto, seu corpo tinha visivelmente mais curvas e era mais musculoso. Enquanto tinha músculos de uma forma fluida que não a inchavam, ninguém que a tivesse conhecido quando saiu da Net a reconheceria agora. Especialmente tendo em conta as lentes de contato castanhas que sempre usava fora do território SnowDancer. Ela não as tinha usado hoje. Os olhos machucados que a fitavam eram os de um cardeal, um marcador genético que a diferenciava do mundo de uma forma que não poderia ser explicado, nem mesmo para outro cardeal. Talvez a única pessoa que tinha chegado perto de entender a violência que vivia dentro dela tinha sido sua mãe, uma telepata cardeal com seus próprios demônios.


O irmão de Sienna, Toby, era cardeal, também. Três em uma família... era extraordinário. Mas não tão extraordinário quanto um X-cardeal sobreviver até a idade adulta. Uma dura batida. Saltando com o som, ela rapidamente vestiu a roupa de baixo, uma camiseta limpa, e as calças pretas moles que gostava de usar em casa. — Estou indo! — Ela gritou quando o barulho começou de novo. Como sua porta tinha uma nota indicando que ela estava confinada aos aposentos, só poderia ser um dos membros mais antigos do bando. O cabelo úmido escondido atrás de suas orelhas, ela abriu a porta para ficar cara a cara com um homem que era, sem dúvida letal. — Judd. Surpreendeu-lhe que ele não tinha aparecido em seu caminho em vez de localizá-la. Então ele falou. — Você pode lidar com o confinamento? A borda da porta cavou em sua palma, uma mordida dura e fria. — Ele pediu-lhe para ter certeza, não foi? Judd Lauren poderia ter sido irmão de sua mãe, mas ele também tinha sido um Arrow, um dos assassinos mais mortais do Conselho Psy. Ele era melhor em manter uma máscara do que qualquer pessoa que ela conhecia, e agora seu


rosto não lhe dizia nada. — Responda a pergunta. Seu tom deixou claro que ele não estava perguntando como seu tio, mas como um tenente SnowDancer. Isso chamou a atenção. — Estou bem. — Suas emoções estavam causando tremores

em

seus

escudos

quando

seus

pensamentos

ricochetearam em centenas de direções diferentes, mas eles estavam seguros. Isso era tudo o que importava, pois sem seus escudos, ela seria uma ameaça muito mais destrutiva do que qualquer arma feita pelo homem. Os olhos de Judd nunca se afastaram, e ela sabia que ele tinha feito a sua própria avaliação de seu estado antes mesmo de assentir. — Você sabe o que fazer se houver um problema imediato. —

Sim. —

Ela

iria

a

sua

direção,

e

ele

a

teletransportaria, atiraria para incapacitar. Se o choque de dor não despedaçasse seu foco psíquico, ele seguiria para a cabeça em seguida. Parecia bárbaro e ela sabia que iria quebrar algo nele ter que fazê-lo, mas alguém tinha que agir como um dispositivo anti-falhas, um apoio no caso de ela não poder mais se conter. Porque o fato era que ela era um cardeal com uma habilidade marcial. Havia uma grande chance de seus escudos serem bloqueados no instante em que o ativasse. Nem mesmo um


Arrow seria capaz de romper, no plano psíquico. Um ataque físico era a única via restante. A certeza de que Judd atingiria esse golpe, se necessário, era a única coisa que lhe permitia viver sem estar constantemente temendo pela segurança de todos ao seu redor. Embora não obstante sua situação atual, ela tinha conseguido quase uma perfeita disciplina psíquica nos meses anteriores, algo que ninguém, nem mesmo ela, esperava de uma X do lado de fora do Silêncio. O lembrete a fez preparar sua coluna vertebral. — Vou usar o tempo sozinha para aumentar e refinar os controles que você e Sascha me ajudaram a desenvolver. — Judd não era um X, mas como um telecinético perigosamente forte, ele entendeu o medo profundamente arraigado em seus ossos que a levou a manter a feroz força de suas habilidades presas na gaiola de aço de sua mente. Era também por isso que ele a mataria se chegasse a hora. — Bom. — Inclinando-se para frente, ele segurou seu rosto, o gesto já não tão surpreendente quanto já poderia ter sido antes de Judd ter acasalado com um lobo que tinha sobrevivido a seu próprio pesadelo. — Eu quis saber quando você ia empurrar Hawke longe demais. — Acariciando seu polegar sobre sua bochecha, ele deu um beijo em sua testa. — Pegue uma parte deste tempo para pensar, Sienna, descobrir para onde você está indo. Com suas emoções em um nó apertado no peito, ela fechou a porta depois que ele saiu e voltou ao banheiro para


pegando o pente na prateleira do espelho. — A companheira de Hawke está morta. — Ela fez-se dizer para a mulher que era o seu reflexo, seus dedos apertando a tensão incruenta em torno da madeira entalhada da maçaneta. — Ele enterrou seu coração com ela. Até mesmo diante da dura verdade, dentro de sua compulsão

brutal

que

se

recusava

a

ser

extinto,

ser

contido. Como o poder destrutivo de um X, que ameaçava consumi-la até que permanecesse apenas cinzas.

LARA estava a caminho da toca quando ela correu para Judd Lauren. — Aqui. — ele disse, levantando o kit médico, ela estava em processo de jogá-lo sobre seu ombro. — Obrigada. — Percebendo a direção da qual ele tinha vindo, ela disse. — Eu ouvi que Sienna e Maria retornaram de suas vigilâncias feridas, mas ninguém me ligou. Elas estão ok? O tenente Psy seguiu a liderança dela ao sair da cova e para o sol escaldante e ar fresco da Serra Nevada, antes de responder. — Arranhões e machucados, nada grave. Seu coração curador se aquietou, ela levantou o rosto para a clareza dolorosa do céu azul cromo. — São dias como este que me fazem feliz por ser um


SnowDancer. Ser um lobo. — Brenna e eu fomos para uma corrida de manhã cedo, quando a névoa estava se levantando do chão. — O tom de Judd suavizou de uma forma que ela sabia que ele não estava ciente disso quando falou de sua companheira. — Eu amo essa hora do dia. — Quando tudo estava fresco, o mundo inteiro, um segredo silenciado. — Em que direção vocês foram? — O outro lado do lago. — Ele respondeu como se moveram. — Então, quem está ferido? Ela revirou os olhos. — Dois dos jovens estavam fazendo Deus sabe o quê, e agora eu tenho um braço quebrado e três costelas rachadas para curar. — Você normalmente não precisa disso. — Ele bateu no kit médico. — Jovens. — Lara murmurou. — Ocasionalmente precisam aprender uma lição sobre o fato de que talvez eles devessem

ter

mais

cuidado

para

não

quebrar

seus

membros. Eu vou fazer alguma cura para garantir que tudo esteja como deveria, em seguida, colocar gesso no braço, correia das costelas. — Seria necessário mais tempo para consertar do que se ela usasse seu dom para reparar completamente as lesões, mas não faria nenhum dano aos meninos. — O benefício periférico é que evita que minhas


habilidades médicas fiquem enferrujadas, além de que me permite manter minhas habilidades de cura em reserva para o caso de termos uma lesão súbita crítica. Enquanto Hawke pudesse compartilhar sua força com ela através de seu vínculo curador alfa, seu próprio corpo poderia lidar com muito antes de desabar. — Aqui. — Judd empurrou um galho para que ela pudesse passar por baixo. Por isso, ela estava na frente quando eles entraram na clareira, onde um dos meninos feridos jazia apoiado contra uma árvore, segurando seu braço. O outro se sentou de pernas cruzadas, segurando suas costelas. Brace era alto e magro, embora Joshua tivesse conseguido um pouco de músculo ao longo dos últimos meses. Agora, no entanto, ambos pareciam envergonhados como se tivessem seis anos de idade. A razão, Lara adivinhou quando seu coração bateu com força contra suas costelas, era o homem de pé com os braços cruzados, olhando para os dois meliantes. — Walker. — Ela tinha cheirado a água escura e a neve polvilhada do cheiro do pinheiro dele, quando ela e Judd se aproximaram, mas colocou-o de lado uma vez que ele foi muitas vezes, nesta área com os adolescentes mais jovens, tendo sido colocado no comando dos que tinham entre dez e treze anos. Uma idade difícil para os lobos, mas Walker lidava com eles sem sequer levantar a voz. Ela podia entender por que: tranquilo, intenso Walker


Lauren tinha uma presença semelhante à de qualquer lobo dominante. — Eu não esperava vê-lo aqui. — A voz dela saiu um pouco rouca até para seus próprios ouvidos, mas ninguém mais pareceu notar. Os olhos verdes pálidos de Walker encontraram os dela por um segundo, muito tenso. — Eu estava passando quando vi esses dois de relance. — Seu olhar se desviou por cima do ombro. — Vou levá-los de volta. — Precisamos conversar - traga as crianças para o jantar. — Judd desapareceu na floresta tão rápido, que Lara não conseguiu sequer virar-se a tempo. — Lara, dói. — Era uma voz quase apologética. Arrancando longe a teia sufocante de desejo, raiva e mágoa que tinha em volta dela, ela ficou de joelhos. — Deixe-me ver, meu amor. — Ela disse, verificando Brace primeiro, então Joshua. — Fique quieto por um segundo. — Com a pressão no injetor, ela deu a cada um uma dose de analgésico. Ela

estava

vividamente

consciente

de

Walker

se

entrincheirando ao seu lado, seu grande corpo, o cheiro dele tão frio e reservado como o próprio homem. Enquanto trabalhava, ele falou com Joshua e Brace. Tudo o que tinha feito para entrar em apuros, os lobos dos meninos relaxado ao mesmo tempo sob a sua atenção. Lara só queria que seu


próprio lobo não fosse tão hipersensível a sua presença, até que seu pelo esfregou-se contra o interior de sua sensível pele, mas

por

outro

lado,

o

lobo

manteve

uma

distância

cautelosa. Ambas as partes dela tinha aprendido a lição quando se tratava de Walker Lauren. — Então. — ela disse um pouco mais tarde, quando os dois rapazes verificaram o molde de alta tecnologia no braço de Brace, feito de um plascrete transparente. — Qualquer dor ou desconforto, você vem a mim de imediato, entenderam? — Obrigado, Lara. — O sorriso brilhante de Joshua foi seguido por um beijo em cada adolescente, um em cada bochecha, antes que eles se levantassem e saíssem correndo, como se não tivessem lutado contra as lágrimas, não muito tempo antes. Balançando a cabeça, mesmo quando seu lobo fez o mesmo em diversão afetuoso, Lara empacotou suas coisas e viu Walker pegar o saco sem esforço. Levou várias tentativas para conseguir que qualquer coisa passasse por sua garganta que ficou seca como poeira, mas ela estava determinada a não permitir que ele a abalasse. — Obrigada. Um aceno silencioso de cabeça. Enquanto caminhavam de volta, a mente de Lara se rebelou

contra

sua

própria

resolução,

afogando-a

no

pensamento daquele beijo da noite de Riaz quando voltou à cova. Os membros seniores do bando haviam presenteado o


tenente

com

uma

festa

de

boas-vindas

improvisada. O

champanhe fluía, e Lara, que não costumava beber, consumiu um pouco de champanhe demais. Isso tinha dado a ela a coragem não só para discutir com o alto homem Psy que a tinha fascinado desde que entrou na cova, mas para arrastá-lo para a um canto escuro, ficar na ponta dos pés, e encontrar sua boca com a sua. Ele a beijou de volta, lenta e profundamente com aquele corpo poderoso que mantinha um controle feroz, com as mãos curvadas ao redor de suas costelas enquanto ele a puxou para o V de suas coxas. Tinha sob seus dedos, os músculos fortes do pescoço flexionado quando ele inclinou a cabeça para aprofundar o beijo, a abrasividade leve que o queixo com barba fez, esfregando uma carícia áspera sobre sua pele. Grande como ele era, ela se sentiu cercada por ele, oprimida

pela

mais

sensual

das

formas,

seus

ombros

bloqueando o mundo enquanto ele a apoiava na parede. Ela poderia estar tonta, mas nunca esqueceria um só instante dessa experiência. Mulher e lobo, cada parte dela tinha sido atordoada com o sucesso... pelos cinco curtos segundos que durou. Então Walker levantou a cabeça e empurrou-a de volta para a festa. Ela pensou que ele estava agindo como um cavalheiro, pois ela estava um pouco embriagada, mas ele certamente faria como todos os dominantes quando queriam uma mulher: procuraria novamente quando ela estivesse


sóbria. Ele não tinha ligado na manhã seguinte, o que não a tinha deixado no melhor dos humores. Mas ele tinha chamado mais tarde naquela mesma tarde. Eles fizeram uma caminhada, seu o coração na garganta o tempo todo. Ela pensou que era um começo. Até Walker parar na beira de um penhasco, que desembocava em um vale com

uma

rapidez

dramática,

seu

cabelo

loiro

escuro

empurrado para trás pelo vento, e disse. — O que aconteceu ontem à noite foi um erro, Lara. — Seu tom era gentil, o que tinha feito tudo mais terrível. — Peço desculpas. Gelo arrastou por suas veias, mas não querendo cometer um erro, ela perguntou. — Porque eu tinha bebido muito champanhe? A resposta tinha sido absoluta, a rejeição clara como um cristal. — Não. Ela pensou que poderia ter feito alguma observação sorridente, antes de desculpar-se a fim caminhar de volta para a toca sozinha, mas tudo o que ela conseguia se lembrar era o esmagamento de suas emoções. Deus, esse homem, ele a tinha machucado. No entanto, se tivesse sido um simples caso de atração não correspondido, ela teria perdoado, como ela sabia muito bem, você não pode controlar por quem vai se apaixonar. Não, o que a tinha magoado e irritado era que não tinha


sido tudo fruto de sua cabeça. Ela sabia que, quando um homem a queria, e Walker a queria... o suficiente para beijar, mas, aparentemente, não para manter. Se fosse esse o caso, ele era muito grande e forte o suficiente para ter parado seu beijo antes que tivesse tocado seus lábios. Ele não o fez. Ele segurou-a como se ela importasse, antes de quebrar seu coração. E isso, ela não podia, não iria perdoar. — Lara. Olhando de relance para o rosto desenhado em ásperas linhas masculinas, ela empurrou as memórias de volta aonde eles pertenciam: ao passado. — Desculpe. — Ela disse com um sorriso construído a partir do puro orgulho. — Eu sei que o kit é pesado. Eu posso levá-lo o resto do caminho. Walker ignorou sua tentativa de manter a conversa casual. — Nós não nos falamos por várias semanas. Ela sabia que ele estava se referindo às conversas de fim de noite que eles tiveram antes do beijo. Walker era uma coruja de noite. Lara muitas vezes ficava até tarde com seus pacientes. De alguma forma, eles acabavam tomando café em torno de 11 noites ou mais, com Walker mantendo um olho telepático em sua filha e sobrinho enquanto Sienna não era capaz de ficar com eles. Eles não tinham falado nada de particular, mas as noites tinham dado a ela a coragem de fazer algo que não era fácil para um lobo que não era dominante.


Curandeiros submissos,

nunca

eram,

também. Normalmente,

embora os

não

fossem

companheiros

de

matilha dominantes simplesmente não afetavam Lara, embora seu lobo tivesse a capacidade de colocar todos, jovens ou velhos, à vontade. No entanto, as coisas não funcionavam da mesma forma com Walker. Ainda assim, ela fez o primeiro movimento,

causando

aquele

beijo

que

levou

a

sua

humilhação. Desde sua rejeição, ela fez questão de estar sempre ocupada ou não na enfermaria nesses momentos, a ferida estava muito fresca. Mas o tempo passou, as coisas mudaram, ela não era a única sobrevivendo, estava contendo a si própria neste encontro. Isso não queria dizer que estivesse prestes a permitir que Walker fizesse o seu caminho de volta para sua vida, e não quando ela estava pronta para finalmente seguir em frente. — Você se esqueceu? Falamo-nos quando eu remendei Marlee depois que ela esfolou o joelho. — Ela disse com uma risada que soava natural. Ela estendeu a mão para o kit — Na verdade, se você não se importar, eu prefiro andar o resto da distância sozinha. Vai dar-me algum tempo para pensar. Walker ficou imóvel, olhos verdes pálidos trancados nela. — E se eu me importar? Um peso desconfortável perpassou o ar. Ela não entendia por que ele estava empurrando isso,


mas o que sabia era que ela não ia abrir a tampa na caixa. Não hoje ou qualquer outro dia. — Se você estiver bem para levá-lo de volta, então, obrigada. — Ela disse, entendendo mal de propósito. Com isso e um ondular alegre, dirigiu-se para a floresta na direção da cachoeira. Então, ela pensou, estava feito: esse capítulo doloroso de sua vida foi fechado.


Capítulo 03 Conselheiro Henry Scott tinha tomado a decisão de sacrificar San Francisco há dois meses, independentemente da turbulenta destruição econômica e financeira que tal iria causar. Agora era simplesmente um caso de colocar as peças finais no lugar. Com isso em mente, ele se afastou da visão das ruas movimentadas visíveis através da janela do escritório que mantinha em sua residência em Londres, e voltou-se para o homem que ele encarregara de coordenar seus recursos militares, tudo que tinha agora fora integrada na estrutura simplificada do PurePsy. O pessoal civil de origem tinha sido silenciosamente modificados nas posições de comando. Henry não precisa de um partido político. Ele precisava de uma arma. E era por isso que Vasquez estava agora no comando de todas as operações dos PurePsy. Não havia nada simpático sobre o homem, ele levantou-se descalço em todo seu um metro e sessenta e três, com a constituição mais parecida com a de um ginasta do que a de um soldado, e um rosto tão banal que as pessoas o esqueceriam minutos após conhecê-lo. — Quanto tempo, antes que possamos passar em San Francisco e arredores das áreas mantidas pelos changeling? —


Henry perguntou. — Um mês. — Trazendo os arquivos à tela principal de comunicação, Vasquez deu a Henry um resumo de seu status atual de homens e armas. — O que os lobos chamam território da toca será o mais difícil de tomar, mas eu estou trabalhando em uma solução possível. Henry assentiu, deixou por isso mesmo. Vasquez seria inútil para ele, se não pensasse por si mesmo, algo que a — esposa— de Henry, Shoshanna, faria bem em imitar quando se tratasse de seus próprios consultores. Ela se cercou de lacaios, nenhum deles com a inteligência de um mosquito. Era por isso que Henry comandava isso, enquanto Shoshanna pensava que segurava as rédeas. — Há algum problema que eu precise estar ciente? — Não. — Nesse caso, vamos nos encontrar de novo em uma semana. Foi só depois que Vasquez saiu que Henry acionou outro arquivo. Era a sua carteira de investimentos, e mais uma vez, estava pior do que o justificável. Ele não tinha que ser um especialista para perceber a mão que estava por trás do estrangulamento lento, indetectável de suas finanças. — Nikita Duncan era um mestre na manipulação de dinheiro. No entanto,

enquanto

suas

ações

estavam

certamente

problemáticas, as perdas estavam longe o suficiente para detê-


lo. Ele pegaria São Francisco em breve, obliterando a base de seu império. Como para os changelings... eles não poderiam ter permissão para viver, não depois de sua provocação constante e permanente. Eles acreditavam-se imunes do alcance do Conselho, na medida em que eles tinham encorajado a concepção de um híbrido com sangue changeling, um feto que se chegasse a termo, resultaria na diluição das habilidades psíquicas que tornaram a raça Psy a mais poderosa do planeta. Henry não permitiria. Era hora de o mundo voltar a ser como era há mais de um século, a forma como deveria ser, com o mais puro Psy no poder, e a permissão da existência das outras duas raças apenas enquanto elas seguissem as regras Psy. Quando as pessoas pensassem em SnowDancer e DarkRiver, Henry queria que eles vissem o preço encharcado de sangue da inconformidade.


Capítulo 04 Três dias após a situação com Maria e Sienna, Hawke se

viu

olhando

para

um

pequeno

rosto

de

olhos

grandes. Descendo sobre as patas traseiras para atender aquele descontrolado olhar curioso. — Olhar sério, Ben. O menino de cinco anos e meio de idade, que passou a ser uma das pessoas favoritas de Hawke na toca, assentiu. — Didja realmente colocou Sinna no confinamento? Hawke mordeu o interior de sua bochecha. — Sim. Os olhos castanhos do mesmo tom escuro da mãe de Ben, virou âmbar do lobo em choque. — Como assim?


— Ela não seguiu as regras. Ben pensou por um segundo, linhas enrugaram a testa suave infantil. — É como um castigo para os adultos? — Sim. — Oh. — Um aceno decisivo. — Vou dizer a Marlee. — Marlee está triste? — A garota era prima de Sienna e parte de seu bando e Hawke não permitiria que ela se machucasse. Ben sacudiu a cabeça. — Seu pai disse que Sinna tinha sido impertinente e que era por isso que foi colocada na jaula, mas Marlee disse que não iriam colocar Sinna na cadeia e sim que Sinna provavelmente estava apenas mal-humorada e não queria falar com ninguém. Depois de algum modo, sucedido tudo isso, Hawke se levantou e desegrenhou os cabelos escuros de Ben, a cabeça do menino aqueceu sob seu toque. — Ela vai sair em alguns dias. E trabalharia no berçário. O trabalho em si, ele sabia, não seria uma tarefa árdua para ela. Era uma protetora natural, e como qualquer outro, protetor de lobo ou não, ela gostava de tomar conta dos filhotes. Eles, por sua vez, sentiam-se totalmente seguros com ela. Então, não, não haveria dificuldade para ela trabalhar no berçário. Era o fato de que tinha sido retirada dos deveres


condizentes e esperados de sua categoria que era a punição, uma indicação pública de que ele não tinha confiança em sua capacidade de fazer o trabalho. O golpe bateria duro no orgulho que ela usava como armadura, mas seu lobo não tinha dúvidas sobre sua coluna de aço, sua vontade de ferro. Sienna

não

permitiria

que

nada

a

esmagasse, especialmente Hawke. Em princípio. O pensamento fez seu lobo desnudar seus caninos em um sorriso selvagem. — Vá para casa, Benny. O filhote andou ao lado dele em vez disso, as pernas curtas bambeavam, enquanto corria para acompanhá-lo. — Onde você está indo? — Sair. — Posso ir? — Não. — Como assim? Inclinando-se, Hawke pegou Ben debaixo de um braço, como uma bola de futebol. — Porque você é muito pequeno. Ben riu e fingiu nadar. — Eu estou mais alto do que era na semana passada. — Quem disse? — Mama. Os lábios de Hawke se curvaram pelo amor puro dessa única palavra.


— Eu acho que deve ser verdade, então. Mas você ainda é muito pequeno. Um grande suspiro. — Quando é que eu vou ser alto o suficiente? — Antes que você perceba. — Colocou Ben em frente à porta que dava para a Zona Branca, o parque infantil para as crianças. Hawke cutucou-o a continuar. — Vá chutar uma bola. Vai fazer você crescer. — Sério? — Uh huh. Ben correu até uma clareira na parte esquerda da Zona Branca, para participar de um jogo já em progresso, que estava sendo vigiado por um dominante de folga que tinha vindo para ficar com os pequenos entes. Metade dos filhotes estava em forma humana, outra metade estavam como lobos. É evidente que esta era as regras changeling de futebol, que incluía cuidadosos beliscões para fazer aqueles que estavam em forma humana deixar a bola cair. Normalmente, a visão de um rastro de lobo que se afastava com uma bola de futebol em sua boca enquanto seus amigos tentaram morder a cauda teria feito Hawke rir, participar. Entretanto, hoje, sua pele estava muito apertada sobre seu corpo, seu próprio lobo nervoso. Afastando-se, dirigiu-se para o silêncio da floresta, com a intenção de expulsar a tensão com algum forte exercício físico. Ele não tinha andado mais de cem metros além da Zona Branca


quando congelou. O maldito filhote tinha as mãos em Sienna. Suas garras cortaram sua pele antes que processasse o pensamento. Enquanto observava, Kit angulou seu corpo para dobrar Sienna ainda mais, colocando as mãos em seu rosto para arrastá-la em um beijo de boca aberta que durou tempo suficiente para que Hawke considerasse desmembrá-lo. Mas o jovem macho leopardo interrompeu o beijo antes que o lobo de Hawke assumisse o controle, segurando a mão de Sienna a fim de puxá-la mais para dentro dos abetos verdes escuros que cobriam esta área, os espaços entre os altos troncos retos, sombreadas pela luz solar da tarde. Hawke não tinha que ser um gênio para descobrir o que o menino planejou. — Hawke! Retraindo as garras, tentou colocar uma expressão limpa em seu rosto quando se virou para a mulher que era uma de suas amigas mais confiáveis. E poderia ser uma dor real na bunda. Índigo franziu o cenho quando ela fechou a distância entre eles. — Kit estava aqui? — Uma pausa enquanto ela obviamente pegou um segundo odor. — Ah, Sienna está usando sua hora livre. — Você precisa de mim para alguma coisa? — Ele estendeu a mão para o datapad ao seu lado. — Existe algum problema com as patrulhas estendidas?


Eles estabeleceram patrulhas mais profundamente no interior da floresta e ao longo das margens das montanhas isoladas do território da matilha, após os jogos do Conselheiro Henry Scott há um par de meses atrás—jogos que quase tinham roubado a vida do companheiro de Indigo, Drew. As coisas tinham estado tranquilas desde então, mas o bando não estava disposto a baixar a guarda, especialmente quando parecia que os Conselheiros Psy tinham suas facas uns contra os outros. Goste ou não, os Psys eram a raça mais poderosa do planeta. Se eles implodissem, as repercussões fariam todos sangrarem. — Indigo, eu não tenho o dia todo. — Palavras afiadas. A resposta da tenente foi dobrar os braços, os olhos da mesma cor que o do seu nome, brilhavam com desafio. — Uns jovens machos estão começando a mostrar sinais de agressão. Você sabe por que. — Vou cuidar disso. Era uma declaração cheia de dominação, que teria feito quase qualquer outro indivíduo dobrar a cauda e correr. Indigo deu um sorriso fácil, perigoso. — Eu sei que tudo o que você tem a fazer é estalar os dedos e as mulheres se jogam em sua cama. — Ela levantou uma das mãos quando ele rosnou. — Não estou dizendo que você usa a sua posição, mas o fato de ser o alfa, a razão pela qual você é o alfa: força, sua velocidade, seu domínio, é uma coisa pura, potente. Para não mencionar seu belo rosto.


Ele lutou para manter seu foco quando a parte de trás do seu pescoço queimava com o rosnando, consciente do que estava acontecendo, não muito longe, na floresta. — Obrigado pela conversa estimulante. — O lobo ficou áspero. — Cala a boca. — Índigo era uma das duas únicas pessoas na toca que poderia dizer isso na sua cara e não se colocar seriamente na merda profundamente, e ela usou esse conhecimento impiedosamente. — Eu sei muito bem que poderia ir e arranhar a coceira agora se você quisesse, mas por mais que pense em coçá-la com um membro qualquer da matilha, mesmo que você queira, não vai ter qualquer efeito.

KIT parou

tão

logo

estava

fora

do

alcance

da

interessada audiência changeling, mesmo com tal proximidade do lobo, os sentidos do seu animal estavam mais aguçados do que o normal. Porque enquanto Kit estava feliz por provocar Hawke, ele também tinha uma relação saudável com o alfa SnowDancer e não estava prestes a empurrá-lo para além de um determinado ponto. Esse fato poderia ter irritado seu leopardo se tratasse de outro macho dominante com a idade mais perto da sua, mas na forma de leopardo Kit conhecia sua própria força: o homem e leopardo ambos também sabiam que Hawke era um macho


changeling predatório no auge de sua vida. O lobo alfa iria limpar o chão com Kit sem sequer suar a camisa. Sienna puxou a mão dele. — Por que você fez isso? — Perguntou com curiosidade, não com raiva. — Não diga que meus beijos não são bons? — Ele não pôde resistir à provocação. Cruzando os braços, ela derrotou-o com um desses olhares que aprendeu de sua mentora, Indigo. — Esse foi o problema, como eu me lembro. O orgulho de Kit estremeceu. Apenas um pouco, antes de seu leopardo encolher os ombros com uma confiança felina. — Quer tentar de novo? Foi só um beijo. Sombras nublaram sua expressão, transformando o olhar de meia-noite. —Kit, eu... — Estreitou os olhos e vislumbrou o sorriso puxando seus lábios, ela imitou jogando alguma coisa na cabeça dele. — Não é engraçado. Rindo, ele a puxou contra o seu corpo com um braço em volta do pescoço, profundamente consciente de que tais privilégios informais de pele eram difíceis para ela e que era uma das poucas pessoas que confiava para isso. De tal forma, que era o suficiente para lhe permitir jogar um beijo nela. — Como eu poderia resistir, Sin? Você é tão adorável e séria. — Ela deu uma cotovelada. Dura. Estremecendo, ele continuou a segurá-la ao seu lado. — Então, ainda não há


química, hein? — Ele acariciou o topo de sua cabeça com o queixo. — Piedade. Porque você sabe que está fumegantemete quente. — Também não é engraçado. — Não era uma mentira. Ele sabia a partir do tremor leve de sua cabeça que ela pensou que ele estava espirrando um barco inteiro de merda, mas o fato era que Sienna era linda de uma maneira tal que cada dominante masculino changeling em ambos os bandos tinham notado. A beleza dela não era uma feminina delicada, apesar de ela ser pequena e de ossos finos. Não, Sienna carregava em seu núcleo interior, força profunda que estava gravada sobre o seu rosto. Esta era uma mulher que manteria sua posição, fosse o que viesse. E para um macho changeling predatório, era a mais pura tentação e o desafio mais aliciante. Ele teve outra visão intrigante dessa força interna quando ela se afastou para encará-lo uma vez mais. — Você não respondeu minha pergunta. — Eu senti vir o cheiro de Hawke. Ele disse, os olhos nunca se afastando dela... então ele viu o enrijecimento imediato de seus ombros, a tensão que comprimia as bordas das curvas exuberantes de sua boca. Quando ela falou, sua voz tinha um tom rouco que acariciou seus sentidos como a seda áspera. — Será que ele nos viu?


— Sim. Encostado em um velho abeto, o tronco claro de ramos alto na copa, ele enfiou os polegares nos bolsos de sua calça jeans, pensando mais uma vez que a química era uma puta. Mas o desapontamento não era por não haver fogos de artifício entre ele e Sienna. Havia faíscas, com certeza, mas não o suficiente para satisfazer qualquer um deles, ele tinha um sentimento sólido como uma rocha que sua amizade estava aqui para ficar. E Kit cuidava de seus amigos. — Não olhe para mim dessa forma. Com os braços cruzados sobre o peito, mais uma vez, ela derrotou-o com um olhar irritado. — Você sabe que eu não gosto de jogar. Sim, ele sabia. Sienna era inteligente em um nível totalmente diferente da maioria das pessoas, mas ela também passou a maior parte de sua vida no Silêncio. O ar projetado para suprimir seus sentimentos, seu grande coração, tinha-a deixado com grandes lacunas em sua educação emocional, que era por isso que ela precisava dos amigos que zelassem por ela, especialmente agora. — Há jogos, e depois há movimentos estratégicos. — Ele balançou a cabeça, antes que ela falasse. — Changelings predatórios

são

possessivos,

é

parte

de

ser

parte

da

matilha. Alfas levam isso a um nível inteiramente novo. — Isso não se aplica aqui. — Sua mandíbula formou um ângulo duro, seus braços defensivamente dobrados. Mas ela


não tentava fingir que não sabia do que ele estava falando. — Ele não me vê como uma mulher adulta, não dessa forma. — Daí a minha mão... ou lábios, nesse caso. — Andando mais, ele puxou sua trança porque não tocar em alguém que importava era incompreensível para seu leopardo. — Confie em mim, gatinha. Eu sei quando um homem quer rasgar a minha cabeça fora. — Seguido por várias outras partes de sua anatomia. — Hawke estava pronto para fazer picadinho de leopardo das minhas entranhas e dar como alimento para os lobos selvagens que o seguiam por ele ser seu alfa, também. — Mesmo se você estivesse correto, não importa. — As apertadas palavras esticaram seus tendões ao longo de sua mandíbula. Ele fez a sua escolha. Que, Kit concordasse, era um problema. Porque se havia uma coisa que ele sabia sobre o lobo alfa, era que a vontade de Hawke era tão intratável e imóvel como granito.

HAWKE terminou a última das 200 flexões que ele estabeleceu para si mesmo, e sentou-se. Ele estava ali desde as três horas da manhã e seu corpo ainda estava tonto, apesar do fato de que ele estava no pequeno ginásio coberto por mais de uma hora, fazendo tudo o que podia para esgotar-se. — Inferno! — Ele grunhiu. Levantando-se, ele limpou o rosto com uma toalha, em


seguida, acendeu a tela de entretenimento na parede, programou-a para mostrar os relatórios financeiros. Cooper e Jem, em conjunto com uma dedicada equipe, cuidava do dia a dia dos investimentos da SnowDancer, mas Hawke tinha certeza de permanecer atualizado com os dois tenentes frequentemente utilizados como caixa de ressonância. Mas hoje, tudo o que ele via era o jargão, seu cérebro embotado por um apetite sexual tão cru e selvagem, ele sabia que teria que cuidar de si ou seu lobo iria começar a lutar contra ele, incitando-o a um nível perigoso de agressão em todos os machos não acasalados no bando. Agora, eles estavam nervosos, mas o nível ainda era administrável. Se o lobo de Hawke deslizasse pela coleira... Empurrando as mãos pelos cabelos, ele estava prestes a alcançar para a garrafa de água quando ouviu alguém entrar na sala de treinamento ao lado. Era provável que fosse um dos soldados do turno da noite, ele pensou. Tomou uma bebida, colocou a garrafa em um banco próximo enquanto empurrava a porta de conexão para a outra sala, com a intenção de perguntar se eles estariam interessados em uma sessão de treinamento. Riley era o único na toca que poderia confrontar Hawke em plena força e feri-lo, mas Hawke muitas vezes praticava com outros companheiros de matilha, só se certificava de controlar a sua força a uma fração dela. Ele parou três passos após entrar na sala, o misterioso


cheiro de fogo, de um pouco de tempero exótico rico entrelaçou-se em torno dele, quando a porta fechou com um pequeno ruído seco em suas costas. Ela não o tinha visto, a mulher vestida com calça preta e um top de um verde profundo que se movia com graça fluída no centro da sala. Os precisos movimentos estilizados não falavam de combate, mas de uma tentativa de encontrar a paz. Ela puxou seus cabelos que atingiam a cintura em uma trança elegante, e o entrelaçamento escuro brilhava com reflexos vermelho rubi. Isso o fez se sentir como um pedófilo bastardo, mas não podia deixar de imaginar os sedosos fios espalhados

por

toda

sua

mão... sobre

o

seu

travesseiro. Porra. Ele deveria virar-se para a direita neste segundo e caminhar. Havia uma razão para que ele se certificasse de nunca estar sozinho com ela neste tipo de humor. Mas já era tarde demais. Ela estava imóvel, a postura de uma presa farejando um predador. Quando

ela

se

virou,

foi

com

cuidadosa

cautela. Nem uma palavra passou por seus lábios, mas ele sabia que estava invadindo a sua hora livre do dia, porque por tudo aquilo que ela fez, Sienna nunca tinha mentido, ou tentou escapar da punição uma vez que tinha quebrado as regras. Ele deveria tê-la deixado. Em vez disso, ele empurrou de lado a voz da razão e caminhou para ela, consciente de sua


coluna rígida, seus ombros endireitados. Mas foi o brilho da transpiração através de sua clavícula que o fascinou. O lobo queria lamber, ver se o sabor do seu tempero era tão quente e doce quanto seu perfume. Apesar do que poderia ter acontecido na floresta anteriormente, o filhote de leopardo não tinha conseguido marcar seu perfume em sua pele. Era tudo Sienna. Engolindo seu grunhido de satisfação, ele freou seu impulso primordial de saborear, de tomar. — Seu braço. — Ele murmurou, movendo-se para ficar atrás dela e acariciou com sua mão o braço dela para erguê-lo — Deve estar reto naquela volta final. Você o está largando. Seu pulso batia forte e rápido contra a delicada pele do seu pescoço, e consumiu tudo dele não deixar cair à cabeça e mordê-lo. Não para machucar. Apenas um beliscão. Apenas o suficiente para deixar uma marca. — Assim. — Ele moveu a mão ao longo do calor suave de seu braço até que estivesse reto. — Você vê? Não houve som quando ela inclinou a cabeça para um lado. Ele sabia que ela não queria que fosse assim, mas era um convite para seu lobo, a oferta de uma parte vulnerável de si. Ele poderia fechar a mão em torno de sua garganta, fechar os dentes em torno de sua jugular, qualquer coisa que quisesse. Ele era muito mais forte do que ela, de forma que poderia fazer isso, não importa o que, mas conquista não era o mesmo que se render. — Faça novamente. — Ele sussurrou. — Eu quero ver.


Demorou cada grama de vontade que tinha para largar o braço dela, para não aceitar o convite não intencional de leválos tanto para o chão em um emaranhado de pele e calor. Mas ele não podia deixar de correr os dedos de uma mão para baixo de sua garganta quando se afastou, seu estômago apertado, seu corpo tão duro, que poderia muito bem ter sido feito de aço. Ele se moveu até que estava em posição privilegiada para vê-la, e então esperou. Ela não fez nada por um longo momento, e ele pensou que ela lhe negaria isso. Mas, então, Sienna começou a se mover. E seu lobo parou de andar.

Capítulo 05


Centenas de quilômetros de distância, no coração estéril

de

outro

continente,

um

Arrow chamado

Aden

escaneava seu olhar sobre um deserto que era de um rico vermelho ferrugem sob a luz solar, mas agora brilhava prateado no brilho da lua. — Por que você vem sempre aqui? — Ele perguntou ao companheiro membro do esquadrão que tinha teleportado ele para o local. — Não há claridade aqui. — Vasic disse, olhando para a vista ondulada de dunas de areia, os olhos de um prata penetrante que ecoava o brilho da lua. — Não há nada aqui. Vasic apenas balançou a cabeça. — PurePsy. — Um possível problema. Aden às vezes se perguntava se ele e Vasic não tinham formado uma inadvertida conexão telepática subconsciente, tal era a forma que se entendiam tão facilmente. — Talvez, — Vasic disse com precisão infalível — Foi quando fomos colocados em treinamento quando crianças. As ligações são mais facilmente formadas antes de completar Silêncio. Aden preferia não pensar sobre aqueles dias. Uma criança era fraca, simples de quebrar. Ele não era mais aquela criança. — PurePsy. — Ele disse, voltando para a razão desta


reunião. — Gutierrez e Suhana já estão dentro e enviam relatórios. Podemos perder Abbot e Sione. — Isso não é inesperado. — Ambas Arrows tinham habilidades instáveis. — Não. Aden viu quando um minúsculo inseto rastejou pela areia até seus pés. — Os adeptos do PurePsy dizem que buscam preservar a integridade do Silêncio. O inseto tropeçou, virou para retornar. Vasic endireitou a criatura com um toque delicado de Tk, e ele correu para sua toca. — O que é dito e o que é feito muitas vezes são duas coisas diferentes. — Sim. Mais de um século atrás, Zaid Adelaja formou o Esquadrão Arrow para vigiar o Silêncio, para garantir que nunca iria cair e quebrar a PsyNet. Mas agora... — Nós vamos ter que fazer uma escolha em breve. Ajoelhando, Vasic pegou um punhado de areia, a sílica refletiu o luar que passava por entre os dedos. — Sim. O que nenhum deles disse era que essa escolha poderia muito bem mudar a face da PsyNet para sempre.


Capítulo 06 A satisfação da noite anterior voltou a morder Hawke na manhã seguinte. Seu lobo tinha um gosto de Sienna Lauren, e foi através da espera. Ele a queria, e queria agora. O aroma dela, o tempero enlouquecedor e aço dela, permanecia em sua pele, quando puxava cada respiração. Ele não podia permitir-se render-se à compulsão. Por outro lado, ela tinha 19 anos de idade, pelo amor de Cristo, longe de ser madura o suficiente para lidar com um homem ou lobo, especialmente tendo em conta o fio da navalha que estava

andando

agora. Mais

do

que

provável,

ele

a

aterrorizaria. Sua mandíbula se apertou. Tomando

uma

decisão,

ele

arrumou

alguns

equipamentos e caminhou até a garagem subterrânea, onde os SnowDancer armazenavam seus veículos. — Estarei de volta em duas semanas. — Disse a Riley quando o tenente o encontrou ao lado do carro verde camuflado quatro por quatro. — Estou indo para o topo das montanhas para me certificar de não ter esquecido nenhum ponto vulnerável ao longo do perímetro. Era uma forma legítima de queimar sua frustração, especialmente tendo em conta às patrulhas extras que eles


executavam na região. Riley poderia simplesmente trocar de Hawke para um dos outros soldados e transferir o seu companheiro de matilha para uma tarefa mais perto da toca ninguém iria reclamar pois os turnos da montanha tendiam a ser quietos e solitários. — Mantenha o bando. — Sua confiança inabalável em seus tenentes era a única razão que poderia considerar estar fora da cova para um período tão longo. — Não o faço sempre? — Riley cruzou os braços, os olhos castanhos escuros assistindo Hawke com uma calma paciente que não fazia nada para esconder a mente incisiva por trás deles. — Você está com o seu telefone via satélite em caso de nós precisarmos de você? Hawke ergueu-o. Nada iria impedi-lo de retornar à toca se fosse chamado, seja através da tecnologia ou através do som de um uivo de um lobo. Riley puxou uma pequena Datapad do bolso. — Estou promovendo Tai do status de novato sênior a soldado completo. — Eu tive um pressentimento. — O jovem macho ganhou uma maturidade este ano que iria ajudá-lo quando se tratasse de suas novas responsabilidades. — Vou certificar-me de falar com ele quando voltar. — Acenou com a cabeça.

— Quanto a Maria, deve ficar em

turnos supervisionados depois que sair do confinamento. — Bom.


— Sienna vai procurar por uma briga quando a punição for concluída. — Hawke despejou seu equipamento no caminhão com mais força do que o necessário. — Não há mais tempo para prendê-la, Riley. Se sair da linha, esbofeteie-a para que volte. Seu tenente mais antigo, seu amigo, levantou uma sobrancelha. — Você sabe o que eu disse sobre tomá-la ou sequer olhá-la? — Um lembrete de que tanto Riley e Drew considerava Sienna como da família e, assim, protegida deles. — Bem, eu ainda vou bater em você sangrentamente se machucá-la, mas não vou ficar em seu caminho se quiser cortejá-la. Ela já não é mais tão vulnerável quanto era há algum tempo. Entrando no banco do motorista, Hawke ligou o volante manual e fechou a porta, suas ações ásperas pela fúria do lobo em ser negado. — Não importa. Ele não podia deixar que isso importasse. Não e viver consigo mesmo. — Sim? — Riley apoiou os braços sobre a janela na armação da porta, sua expressão tão relaxada quanto se estivessem falando sobre o assunto mais mundano da cova... exceto pelos olhos. Aqueles olhos, eles viam tudo. — Então por que diabos você está prestes a dirigir-se para o canto mais esquecido do território da matilha e como um lobo solitário?


Ele ligou o motor. — Você sabe por quê. Eu preciso execrar isso. — Hawke sabia muito bem que poderia seduzir Sienna, e não só isso, que poderia fazê-la gostar. Não era arrogância, mas um simples fato. Não havia dúvidas sobre a atração sexual entre eles. Sua pele tinha queimado com o calor de ontem à noite, seu pulso ritmava uma batida erótica que tinha fome de rastrear

através

de

cada

íntimo

centímetro

de

seu

corpo. Adicione a sua experiência para isso, e ele não tinha uma única dúvida em sua mente que poderia trazer Sienna Lauren docemente a sua cama, tomar o que tanto o homem como o lobo desejavam até que aquilo não fosse mais uma garra rasgando seu intestino. Suas mãos flexionaram no volante com a ideia, com a mente em cascata com imagens de membros entrelaçados em um emaranhado de lençóis, sua pele de um creme liso beijado pelo ouro contra a sua carne mais escura. Mas

seria

que

essas

imagens

permaneceriam:

trancadas dentro de sua mente. Porque ele não seria amante de uma inocente que não entenderia a profundidade total das demandas do que ia fazer com ela... mesmo sabendo que ele nunca poderia dar-lhe o vínculo que iria compensar a intensidade crua de tudo o que tomaria.


SIENNA limpava uma panela grande usado na cozinha comunitária que alimentava a maior parte dos lobos adultos não

acasalados

da

cova,

seus

movimentos

energéticos

conduzidos pela irritação. —

Temos

habilidades

de

alta

tecnologia!

Ela

murmurou. — Por que precisamos de panela enegrecida? Era o terceiro dia da terceira semana do castigo dela e ela estava construindo músculos consideráveis pelo trabalho duro. — Porque — Tai disse do lado dela, onde empilhava os pratos, — Algumas coisas só ficam com o sabor correto quando cozidas em uma panela. É o que diz Aisha e sua palavra é lei. Ao contrário dela, Tai não estava em problemas, simplesmente fazia o seu turno na cozinha, que era o motivo pelo qual estava tão irritantemente alegre. — Quatro dias mais e estarei livre. — Disse em voz baixa, com foco na tarefa manual em um esforço para combater a memória das mãos de Hawke em sua pele, sua respiração tão quente contra sua nuca, seu pescoço. Ela passou o dia seguinte ao do seu encontro com um nó de antecipação... apenas para descobrir que ele deixara a toca. Suas mãos se moviam mais duramente pela panela, a força girando o polidor negro. Ela não era lobo, mas entendia exatamente o que estava fazendo. Aquela noite, na sala de treinamento não se repetiria


— ele consideraria um lapso de julgamento de sua parte, uma ação inconveniente do alfa. Sienna Lauren não era uma amante adequado para o homem que era o coração dos SnowDancer. Os nós dos dedos escovaram o interior do pote, mas ela quase não notou, o peito doía tão profundamente. Uma vez, a intensidade de sua resposta teria desencadeado uma onda de dissonância, cacos de agonia projetados para lembrá-la da necessidade de manter o Silêncio, mas Judd tinha ajudado a remover o gatilho da emoção final, há seis meses. Sienna tinha resistido a dar esse passo por quase um ano depois que Judd primeiramente trabalhou em como desativar os protocolos de dor. A única razão pela qual ela finalmente concordou com a remoção tinha sido devido à força crescente da dissonância. Havia um risco de poder causar um dano cerebral permanente e irreversível. Agora Sienna estava livre para sentir tudo, incluindo o profundo terror que o Xmarcador ainda pudesse fazer dela uma assassina em massa. — Hey. — Uma cutucada de Tai. — O quê? — Ela perguntou enquanto enxaguava o pote. — Você não deve tomar isso tão duramente, sabe. — Seu corpo musculoso era quente contra o dela quando se inclinou para ela por um segundo. — Eu fui afastado de minhas funções de sentinela por um tempo depois que eu fiz alguma coisa estúpida. Acontece. Tocada por sua tentativa de fazê-la se sentir melhor, ela


afastou o nó da raiva frustrada, que nunca parecia ir embora. — Ouvi dizer que você saiu com Evie novamente. Colocando a panela sobre a extremidade do secador, ela começou na próxima. Tai levantou-se para pousar as pernas longas no balcão, quase tocando o chão. Seus ombros haviam se alargado no ano passado, e ele tinha, conforme ela percebeu, tornado-se um grande homem, quase tão grande quanto Hawke. Não. Ela não iria pensar sobre ele. Ele certamente não teve qualquer problema em se afastar dela. — Então? — Se você disser a alguém, eu admiti isso, — Tai disse — eu vou te chamar de mentirosa sem qualquer escrúpulo. — Jogando o pano de prato no ombro, ele a prendeu com uma carranca que nada fez para prejudicar as linhas exóticas de seu rosto. — Sou boa em manter segredos. — Era uma habilidade de sobrevivência. Ninguém, ela percebeu em uma idade precoce, queria saber sobre um monstro. — Eu quero escrever malditas poesias para ela, — A voz embaraçada de Tai quebrava seus pensamentos — fodidas serenata e roubar um beijo sob o luar, cobrir seu quarto à luz de velas só para ver o sorriso dela, abraçá-la durante toda a noite para que eu possa respirar o cheiro dela quando acordar. As mãos de Sienna tinham parado de se mover com sua primeira surpreendente declaração.


— Isso é lindo. Seu coração pulsava com uma frágil necessidade que ela nem

sabia

que

tinha

até

aquele

momento.

Os

olhos

ligeiramente inclinados de Tai estavam envergonhados quando disse. — Sim? — Sim. — Engolindo a estranha e incompreensível suavidade dentro dela, acrescentou. — Talvez não tudo de uma vez, por ora. — Se eu sobreviver a Indigo. — Tai murmurou. — Ela está estupidamente protetora, é como uma punição física cada vez que eu ouso perguntar por Evie. — Você pode culpá-la? Evie é tão gentil. — Sienna estava certa que Evie ficaria horrorizada com ela quando Índigo insistiu na introdução de Sienna como uma irmã, mas, apesar de seu coração muito gentil, Evie tinha uma raia de travessura bem escondida. Tornaram-se grandes amigas e, outrora,

cúmplices

de

algumas

das

acrobacias

mais

espetaculares já realizadas na toca. Tai assentiu. — Eu acho que essa panela está pronta. Após entregá-la para que ele pudesse secar e guardar, ela limpou a pia e fez uma rápida fuga. Não foi até que ela estava fora, na sombra verde e escura dos gigantes da floresta que ela percebeu o quanto tinha perdido do ar fresco da Serra durante suas horas na cozinha. Antes de desertar para SnowDancer, ela passava os dias dentro de arranha-céus, no


meio de uma cidade, não sabia de nada diferente. Agora ela tinha provado não só a beleza selvagem robusta das montanhas, mas aprendido o que era ter amigos, ter família, mais do que apenas de sangue. — Eu tomei minha decisão. — Disse ao homem que tinha vindo para ficar ao lado dela com uma assassina graça tranquila. — Não importa como, eu não vou voltar para o PsyNet, ao silêncio. Isso tinha sido uma opção que ela tinha sido forçada a considerar quando parecia que suas habilidades provocariam o caos e a destruição. — Quão bom é o seu controle? — Judd disse ao invés de responder a sua declaração. — Forte como o aço. O seu tempo longe da toca, sob os cuidados de outros desertores, incluindo um que era um gênio em construção escudo, havia lhe dado uma segunda chance. Ela nunca esqueceria a morte que vivia dentro dela, mas... — Eu vou fazer isso, Judd. Vou cuspir no rosto daquele bastardo que condenou a todos nós a morrer. Judd não disse nada para atacar a confiança de Sienna, ciente de que ela precisaria de toda se fosse sobreviver à escuridão, porque ele sabia de algo que ela não. Era uma verdade que carregou em seu coração, durante anos, uma verdade que ele nunca, jamais partilharia com ela. Pois isso poderia então transformá-lo em uma profecia auto-realizável.


Ele invadiu os arquivos secretos do Conselho quando Sienna tinha dez anos, ajudado por companheiros Arrows assim que tinha entendido que sua sobrinha poderia, um dia, acabar no plantel. Só que ele tinha lido os arquivos que tinham mais de 150 anos, e tão somente conheceu os fatos brutais: O mais velho que qualquer X Psy sobreviveu, mesmo sob o silêncio, era até a idade de 25. Esse X de 25 anos de idade, havia registrado 3,4 como Gradiente. Sienna estava além das expectativas.

HAWKE passou sua primeira semana nas montanhas, evitando contato até mesmo com os sentinelas. Ele sabia que ele não estava apto para qualquer companhia. Os lobos selvagens, também, tinham dado a ele um amplo espaço depois que rosnou para eles... embora ainda chegaram a amontoar em volta dele à noite, todos dormindo em uma grande pilha de peles. Era difícil manter um mau humor em face de tal afeto feroz, mas o lobo de Hawke estava montandoo com força. Os sonhos com certeza não ajudaram. Fogo vermelho rubi e pele lisa dourada pelo sol, misteriosa e rara especiaria selvagem. Os ecos disso o perseguiam até que não podia mais fechar os olhos sem que


isso sussurrasse sobre seus sentidos, um efêmero toque de seda. Os sonhos eram tão vívidos que ele acordou duro como pedra e furioso consigo mesmo por sua falta de controle. Como resultado, ele estava mais magro e sentindo-se um inferno de muito fraco, quando voltou para a cova. Ele corria-se à exaustão, e embora seu lobo estivesse se comportando, sabia que bastaria a menor provocação, o menor toque, para enviá-lo ao longo da borda. E ainda, teve que lutar contra a compulsão em localizá-la, certificar-se que ela sabia que ele estava de volta. — Porra. Jogando seu equipamento no chão de seu quarto, ele tirou a camiseta em preparação para uma chuveirada quando sentiu o odor de uma fêmea familiar. Rosnando, ele caminhou para a porta e abriu-a abruptamente. — Nem uma palavra. — Ele retrucou a Indigo. Recém-banhada e vestida com jeans combinado com uma simples camiseta branca, seu cabelo puxado para trás em um rabo de cavalo, Indigo favoreceu-o com um sorriso lento antes de correr os olhos pelo seu corpo, e para cima novamente. — Eu acho que a coisa toda de não dormir tem suas vantagens. Hawke mostrou os dentes. — Vá olhar seu companheiro.


Um bufo. — Se Drew estivesse aqui, você acha que o observaria? — Vá embora. — Eu vou, depois de conseguir o que quero. — O quê? — Espere um pouco. — Índigo deslocou-se para olhar pelo corredor. — Aqui está ela. — Desculpe. — Disse Yuki, limpa e dentro de um terno que lhe disse que ela estava indo para o trabalho. — Pensei nos reuniríamos em seu escritório. Alcançando sua bolsa, retirou um formulário impresso anexado a uma prancheta. Índigo pegou, empurrou-a para ele. — Decidi suportar o lobo raivoso em seu covil. Rosnando, Hawke pegou a caneta. — O que é isso? — Ele perguntou, assinando sem ler. Essa era uma confiança reservada para os tenentes. Se chegasse a um ponto em que não tivesse fé total neles, o bando estaria em sérios apuros. Isso aconteceu apenas uma vez em sua história, e Hawke estava determinado a nunca deixar que os eventos dolorosos manchassem a relação que ele tinha com os seus homens e mulheres. — Normalmente não precisamos de um advogado para testemunhar as coisas? — Não seja por isso. — Disse Índigo e rabiscou seu nome ao lado do dele, e em seguida, entregou a caneta a Yuki, para que ela pudesse seguir o exemplo. — Dá a Riley uma


procuração

sobre

seus

bens

materiais

em

outras

circunstâncias. Ele olhou para cima. — Indigo. — Estou falando sério. Também dá a ele o direito de tomar decisões de vida ou morte em seu nome se os eventos justificarem. — Desde quando é necessário em um bando? Bando era um deles. Bando era familiar. — Desde que Judd salientou que, se você ficasse incapacitado — Yuki disse com uma careta — as coisas ficariam

muito

menos

complicadas

se

tivéssemos

os

documentos legais. Caso contrário, qualquer um, que quisesse minar o bando poderia aproveitar a oportunidade para lançar obstáculos em nosso caminho. Estou chateado de não pensar nisso eu mesma. Hawke

teve

de

concordar

que

fazia

sentido. Especialmente desde então... Oh. — É porque eu não tenho nenhum parente próximo. Nenhum pai. Nenhum irmão. Nenhuma companheira. Yuki lançou-lhe um olhar penetrante, um abrupto lembrete de que a companheiro leal de Elias e amorosa mãe de Sakura também era um pit-bull para o seu maior e mais exigente cliente — a matilha SnowDancer. — Prefiro nunca termos de usar esses documentos, por isso não se machuque. — Colocou a prancheta e seu conteúdo


de volta em sua bolsa, olhou para o relógio, seu cabelo preto brilhante balançando enquanto roçava sua mandíbula. — Tenho que correr, tenho uma reunião em Sacramento. — As últimas palavras foram ditas por sobre os ombros enquanto ela saia. — Eu asseguro tudo o que Yuki disse. — Índigo se inclinou para frente, como se para abraçá-lo. Quando ele se afastou sem querer, ela estreitou os olhos. — Estará em uma porrada de problemas, se você não confiar em si mesmo para tocar em um membro da matilha em quem você não tem nenhum interesse sexual. — Eu disse que iria cuidar disso. A compreensão achatou seus lábios em uma linha fina. — Droga, Hawke. — Com os braços dobrados, ela sacudiu sua cabeça. — Eu sei o que você está planejando, que você acha que está protegendo-a, mas se fizer isso, Sienna nunca vai te perdoar. Tem certeza de que quer acabar com qualquer chance que vocês possam ter? Ele prendeu seu olhar, permitindo o toque do domínio do lobo. Ela resistiu mais do que qualquer outra pessoa além de Riley. — Droga. — Piscando quando desviou o olhar, ela suspirou. — Você é um bastardo teimoso, sabe disso? — Eu sou quem sou. E o que ele era, era um homem que precisava saciar sua fome sexual antes do lobo tomar a decisão de suas


mãos. Porque o que o lobo queria para controlar era apenas um perfume.

RECUPERADO DE COMPUTADOR 2 (A) TAGS: CORRESPONDÊNCIA

PESSOAL,

PAI,

AÇÃO

NÃO

NECESSÁRIO . DE: Alice <alice@scifac.edu> PARA: <ellison@archsoc.edu> pai DATA: 16 março, 1971 às 22:13 Assunto: Re: Sua mãe Querido papai, Diga a mamãe à razão de eu nunca trocar e-mail com ela é porque ela recebe os telefonemas. Eu devo ser justa ou


um de vocês vai me acusar de favoritismo. Antes que eu esqueça,

muito

obrigado

pelo

presente. A

escultura

é

extraordinária e vai servir perfeitamente em meu estudo. Você e mamãe me conhecem muito bem. Você me perguntou sobre o meu novo projeto. Eu mal comecei e quando meus colegas Psy concordaram em divulgar o meu apelo para obter informações sobre a PsyNet, eu já atingi o meu primeiro obstáculo, a raridade pura do X-Psy. Eu só tenho duas que se inscreveram para participar, até agora, mas eu não vou desistir. Essa não é a forma Eldridge. Diga olá para os faraós para mim. Amor, Alice

Capítulo 07 Eu sei que ele me mastigou e me cuspiu, mas Deus, é tudo que eu posso fazer para não ficar nua e implorar para que ele me morda de qualquer forma e em qualquer lugar que


ele quiser. Ao ouvir aquele sincero sentimento feminino, Sienna deixou cair o quarto prato do dia. O cozinheiro chefe, Aisha, levantou a mão e apontou, banindo-a para as pias. Ela ficou sem argumento, e esfregar as odiadas panelas era tudo para o qual tinha sido boa desde o momento em que soube do retorno de Hawke, seu cérebro ficou como os ovos mexidos que Marlee e Toby gostavam de comer nas manhãs de domingo. Como se ela o tivesse conjurado por pensar nele, seu irmão apareceu ao seu lado. — Nossa, isso é uma grande panela, Sienna. Um calor profundo espalhou-se por suas veias. Por Toby, ela faria qualquer coisa. Nascido com um leve dom empático, ele estava bem, era o coração. Ele a fez querer ser boa também, embora ela soubesse que era uma meta impossível. X-Psy nasceram, e eram úteis para uma só coisa. Destruição. Uma mão pousou em seu antebraço. — Sienna. Soltando a panela, ela inclinou-se para envolver os ensaboados braços em torno do corpo do pré-adolescente desajeitado que não era mais o da criança que ela fez cócegas na cama apenas no ano passado. — Como é que você sempre sabe? Ela sussurrou em seu cabelo. Seus braços fecharam-se em torno de seu pescoço.


— Eu posso te ver em nossa rede. — ele dele, falando da rede psíquica que ligava a todos os membros da família um para o outro. Era necessária, desde que o biofeedback para suas mentes Psy, era o que os tinha mantido vivo quando eles desertaram da extensa vastidão da PsyNet. —Sua mente fica toda gelada. Ela ouviu o medo em seu tom. Em todo o momento que ela ficava — gelada—, como ele dizia, Toby tinha medo. Porque ele entendeu o que ela era em um nível instintivo, o que significava que ela nunca tinha sido capaz de protegê-lo da dura verdade: Toby viu o monstro dentro dela e ainda a amava, ainda precisava dela. — Não volte para a Net, Sienna. — Era um apelo. - Por favor. — Eu não vou, Toby. Eu não vou. — A intenção anterior dela se solidificou em uma pedra. Se, apesar de tudo, ela não conseguisse conter a sua capacidade, então ela estaria, como o Conselheiro Ming LeBon tinha certa vez dito, fora da equação. Sua morte feriria Toby, mas não o faria selvagem, não era como se ele tivesse que vê-la fria por sua vez, um estranho silêncio que rejeitava seu amor como se fosse um símbolo inútil. Eu te amo, Toby. A comunicação telepática entre irmãos era tão fácil quanto respirar. Estou tão feliz por você ser minha irmã, Sienna. Eles mantiveram o abraço por um longo tempo. Embora


Aisha trabalhasse em um local apertado, ela não disse a Sienna para se mexer. Os olhos de Aisha sorriram quando os vislumbrou, os lobos entendiam o toque, entendiam o carinho. Eles não podiam saber o quanto significava para Sienna que ela pudesse abertamente segurar o menino que era uma vida, uma respiração de parte de seu coração. Desde o momento de seu nascimento, ela teve que esconder, tinha que enterrar tudo o que ela sentia quando Toby chegou. Se Ming tivesse descoberto a profundidade ardente de um amor que tinha desafiado o próprio silêncio, o bastardo não teria feito nada contra ela. Ela tinha sido muito importante. Mas ele poderia muito bem ter acabado com a vida de Toby para guardar o Silêncio de Sienna. Ela o teria matado por isso, é claro. Escondeu o pensamento escuro em um canto secreto de sua mente, onde Toby nunca o sentiria, recuou e afastou o cabelo de seus olhos como tinha o hábito de fazer. — Por que não está na escola? — Toby participava da pequena escola interna para as idades de cinco a treze anos. Os adolescentes mais velhos geralmente iam para uma escola fora do território da matilha, com exceção de uns poucos que tinha escolhido aprendizagem à distância. — Temos à tarde de folga hoje porque os professores têm uma reunião. — Toby, sua gramática é atroz. — Sua enunciação e gramática tinha sido perfeitas na PsyNet quando desertou. Ela


preferia muito mais ele desta forma. — Ah, Sienna. — Dois beijos, um em cada bochecha. — Você pode me ajudar com a minha lição de casa depois de sair da cozinha? — Claro. — Ela ergueu-se de volta para sua altura. — Qual assunto? — Ciência. Eu tenho que construir um vulcão. — Os olhos cardeais brilharam. — Vai explodir e tudo. Sua mão apertou sobre a bucha que ela tinha acabado de pegar. — Uau. — Forçando os dedos para relaxar, ela acenou para a fruteira. — Coma uma maçã. É bom para você. Toby fez uma careta, mas obedeceu. — Não posso ter um cookie em vez disso? — Não. — Isso é um abuso! — Mas ele sorria quando mordeu a brilhante fruta vermelha, o sorriso se ampliando quando Aisha escorregou na palma de sua mão, cookies de aveia com passas. — Conclua primeiramente a maçã. — A cozinheira ordenou, despenteando seu cabelo. — Obrigado, Aisha. — Toby disse antes de olhar para Sienna, com os olhos brilhantes de uma forma que teria assustado se ela não tivesse visto os olhos de Sascha Duncan fazer a mesma coisa. Porque as estrelas não eram mais brancas. Não era bem assim. Era como se os olhos de Toby


brilhassem com cor... com vida. Às vezes, Sienna pensava que Toby tinha sido enviado ao mundo para equilibrar a balança, um antídoto para a irmã que amava, para as profundezas de sua alma, mas que poderia criar apenas dor, apenas sofrimento, apenas horror.

HAWKE bloqueou um chute de Elias e colocou o soldado sênior em suas costas. — Droga, Eli. Você está deixando a si mesmo aberto. Elias estava no chão, o peito arfando. — Não, eu não estou. Você só não está arrancando qualquer soco. — Ele estremeceu. — Estou indo colocar Yuki atrás de você, ela não gosta quando me bate. Sem diversão, Hawke esperou enquanto o outro homem rolou a seus pés. — Você disse que queria treinar de modo a descobrir o que você precisava melhorar. — Retiro o que disse. — Elias preparou-se com as mãos sobre os joelhos. — A única pessoa que pode treinar com você neste tipo de humor é Riley. — Erguendo-se totalmente, ele passou a mão pelo úmido cabelo castanho escuro com o suor. — Eu preciso dar-lhe o meu relatório de qualquer maneira. O lobo de Hawke ficou tenso e pronto para a ação, mas


ele deu um suspiro longo e profundo, e recolocou o animal sob controle. — Problemas na cidade? — DarkRiver e SnowDancer ambos tinham mantido uma presença constante e visível em San Francisco desde as tentativas de atentados do ano anterior. — Eu não sei. — Elias esfregou o queixo. — Os leopardos detém sempre a melhor inteligência, por isso devemos colaborar com eles, mas meus instintos estão coçando. Eu não consigo apontar o que é: a coisa é que, você sabe, nós temos mais do que o número habitual de Psy entrando na área. — Sim. Efeito colateral de Nikita decidir que não suporta mais o Silêncio. — Não fora pela bondade de seu coração, mas simplesmente porque fazia o sentido mais político. A mãe de Sascha era uma fria puta. — Eles estão causando problemas? — Não, quieto como ratos de igreja. — Elias andou ao lado

dele

quando

Hawke

se

encaminhou

para

treinar

corrida. A pista de obstáculos lhe daria uma saída física muito necessária antes de ele se dirigir para dentro para falar com Tomás sobre um casal de pessoas que Hawke queria enviar para o tenente treinar. — Mas com muitos deles chegando, — Elias continuou, — é difícil identificar os amistosos dos outros. Hawke tinha levantado a mesma questão com Lucas não


muito tempo atrás. — Os Ratos, — ele disse, referindo-se ao grupo changeling pequeno que tinha uma rede de espionagem muito eficiente — sabem que devem manter-se atentos para qualquer atividade Psy incomum, mas vou falar com Luc, para que fale com eles, para amplificar os seus esforços. — Ele confiava nos instintos de Elias. O soldado era um dos seus homens mais capazes, não dominante o suficiente para ser um tenente, mas inteligente e experiente e mais importante, ele tinha uma cabeça tão estável quanto Riley. — Obrigado. — Elias olhou para a longa pista de treinamento e soltou um suspiro. — Jesus, Riaz é um sádico. O que diabos são aquelas coisas com pregos? Eles não estavam lá da última vez. — Minha hora. O

lobo

de

Hawke

mostrou

os

dentes

em

antecipação. Riaz se superou desta vez. Enquanto Hawke corria até a primeira inclinação, ele esperava como o inferno que as entranhas de Elias estivessem erradas, por uma vez, mas dado os acontecimentos dos últimos meses e o fato de que todos os F-Psy no planeta estavam aparentemente prevendo guerra, sabia que era uma esperança sombria.

WALKER amarrou de novo a fita em torno do rabo de


cavalo da sua filha, brincou com ela na LaurenNet enquanto fazia isso. Ela era fascinada pelo movimento de torção incomum no centro da estrela mental que era a sua mente, e se manteve distraída. Era uma espécie de quebra-cabeça para a equipe do hospital Psy-Med, também. Ninguém nunca tinha sido capaz de explicar a razão para o estranho movimento helicoidal que se tornou aparente muito depois que passou a infância. Houve discussões sobre estudar ainda mais, mas quando se tornou claro que a torção não a prejudicaria, nem adicionava qualquer força ao seu já forte alcance telepático, a questão foi posta de lado. Tinha, no entanto, provado ser um excelente indicador do desenvolvimento psíquico infantil, à medida que Walker passou a acreditar que essa era a razão para isso. Desde então, seu toque telepático trabalhava particularmente bem com os jovens e as hélices tinham se desenvolvido logo depois que ele começou a ensinar, o que fazia sentido. Foi assim até que Toby tinha amadurecido ao ponto de poder ignorar a distração do movimento, Marlee não tinha. Quase, ele encorajou no plano psíquico quando a fita saiu de seu alcance físico. — Pegue isso. — Ele disse. —Você sabe que eu não sou bom nisso. — Suas mãos eram muito grande, muito desajeitadas para uma tarefa tão delicada. — Por que você não pede a Sienna? Ela esperou até que ele terminasse, e se locomovesse e


se agachasse na frente dela. Então ela passou um braço em torno de seu pescoço. — Eu gosto quando você faz isso. — Um sorriso largo apareceu. Nos três anos desde que sua família tinham desertado da PsyNet, Walker tinha aprendido muitas coisas: como viver em um mundo sem Silêncio, como gerenciar os desafios de dominância dentro de uma matilha de lobos, como cuidar de Marlee e Toby de uma forma para a qual ele não tinha nenhum exemplo. Mas a única coisa que ele ainda não tinha aprendido era como lidar com a sobrecarga de emoção causada por um sorriso de sua filha. Quando ela jogou os braços ao redor de seu pescoço em um abraço espontâneo, só fez com que o aperto no peito crescesse, até que encheu cada parte dele. Envolvendo seus próprios braços em torno dela, ele se pôs de pé. Ela fez um som assustado. — Estou muito grande! — Você sempre será minha criança. — Ele desejou poder dizer as suaves e doces palavras que ouvia os pais changeling dizerem constantemente para seus filhos, mas ele tinha estado preso ao Silêncio por quatro longas décadas. As palavras eram difíceis de formarem para sair. Mas era incrivelmente fácil levantar a mão, para afastar os finos fios de cabelo que haviam escapado do rabo de cavalo de Marlee, para pressionar um beijo em sua têmpora quando ela disse.


— Podemos ir ver se o vulcão de Toby está pronto? — Ele não podia mais negar que poderia parar de respirar. Foi outro soco no coração andar para a grande sala de recreação perto dos alojamentos familiares para ver Toby e Sienna com suas cabeças inclinadas juntas sobre um vulcão torto. Isso, pensou enquanto Marlee se debatia em seus braços para se juntar a seus primos, todos eles franzindo a testa com a falta de simetria, foi pelo que ele sobreviveu à deserção da PsyNet. Para proteger sua filha e o filho de uma irmã que ele nunca tinha sido autorizado a amar. E Sienna, também, por tudo o que ela tinha sido forçada a ser: uma adulta antes de ter sido uma criança. Eles eram sua razão de ser, de existir. Quanto ao beijo que tinha ameaçado fazê-lo esquecer o resto do mundo por uma cegueira, um momento de prazer bêbado... ele tomou a decisão certa. Mesmo que as sensações do único contato abrasador continuasse a persegui-lo por dois longos meses mais tarde.

HAWKE olhou para o rosto de Matthias na tela de comunicação na manhã seguinte. — Você está certo? —

Sim.

O

tenente

respondeu. —

Indicações


definitivas de armas que entram no território em larga escala. Eles

vêm

fazendo

isso,

pouco

a

pouco.

Estou

adivinhando que algumas tenham sido teletransportadas para dentro. Mas também foram trazendo armamentos através de navio. — Alguma ideia de quem? — Não. — Vou verificar com Nikita e Anthony. Era estranho dizer, mais estranho ainda era saber que o SnowDancer tinha qualquer tipo de relação de trabalho com os dois membros do Conselho Psy. — Alguma razão pela qual eu não deva compartilhar isso com os gatos? — A aliança SnowDancer-DarkRiver estava bem cimentada na rocha, no entanto, eles ainda eram dois grupos de changelings predatórios. Total e inquestionável confiança levaria décadas. — Não. Eles têm bons contatos, os melhores da cidade. — Matthias franziu a testa. — Eu acho que você também deveria informar aos falcões para manter um olho: eles podem ver as coisas do alto que nós não. Hawke concordou. A aliança com a Windhaven era nova, mas muito funcional. — Envie-me os detalhes. Eu vou dar uma olhada e passar a informação necessária. — Você vai tê-las no próximo par de horas. — Matthias ia desconectar-se, mas, em seguida, fez uma pausa. — Como


estão Indigo e o cachorrinho? O jovem filhote de cachorro, Drew, era os olhos e ouvidos de Hawke no bando, bem como um rastreador da SnowDancer. — Eu os peguei em um armário, não muito tempo atrás. Eles não estavam procurando exatamente suprimentos. — Seu lobo mostrou os dentes em diversão. Matthias uivava de tanto rir. — Não ouse tentar me convencer de que não farejou o que estava acontecendo? — Eu fui muito discreto. — Hawke sorriu. — Eu só abri uma fresta da porta e pedi-lhes para se conterem. — E teve um esfregão jogado em sua cabeça, eu aposto. — Na verdade, foi um rolo gigante de fita para fechar os suprimentos. — Balançando a cabeça, ele respondeu à questão mais a séria. — Seu acasalamento, acrescidos de Riley e Mercy, Cooper com Grace, e Judd com Brenna, era muito, muito bom para a estabilidade do bando. — Seus tenentes terem tais pares fortes acalmava a frustração de seu lobo por não ser capaz de dar a SnowDancer a segurança de um casal alfa acasalado. — Sim, todo mundo está mais estável. — Matthias recostou-se um pouco. — Eu poderia ir até a toca no mês que vem. Aquele trabalho? Hawke assentiu. Todos os seus tenentes passavam pela toca pelo menos uma vez a cada dois meses, para assegurar a


ligação com a matilha, apesar da largura maciça do seu território. — Você falou com Alexei ultimamente? — Você percebeu isso, não é? Disse-lhe que o faria. — A expressão de Matthias era irônica. — Ele está bem, apenas frustrado com os desafios de dominância recentes dos de fora da cidade. Infelizmente para Alexei, que tinha o rosto de um jovem deus dourado. As pessoas que não o conheciam, tinham uma tendência a concentrar-se naquele rosto e ignorar o fato de que o seu domínio era um tranquilo e poderoso pulso sob sua pele. — Alguma coisa que eu precise discutir com os outros alfas? — Desafios de dominância na matilha aconteciam de vez em quando, principalmente quando um lobo forte estava procurando criar uma nova matilha ou à procura de um companheiro, mas o pobre Alexei tendia a suportar o fardo deles. — Não. — Matthias balançou a cabeça, o cabelo escuro capturando a luz. — Nosso noivo russo limpou o chão com os idiotas. Depois os amarrou com soldados seniores. — Ele sabe que você o chama assim? — Eu pareço um idiota? Alexei pode ser bonito, mas também é meio otário. Rindo, Hawke terminou a chamada depois de algumas palavras mais rápidas. Seu lobo rondava debaixo de sua pele o


tempo todo, se não estava contente, pelo menos não rosnava. Agora, ele pedia-lhe para sair, para mudar e correr através do coração selvagem do território SnowDancer. Hawke rosnou baixo em sua garganta, lutando contra o instinto. O

lobo

empurrou. O

humano

se

sustentou

firmemente. No entanto, a força do impulso deixava claro que já não podia evitar tomar este passo, que tinha que fazer algo sobre o seu apetite sexual antes que a parte primordial dele assumisse

o

controle

total. Pegou

o

telefone,

fez

uma

chamada. — Olá. — Uma voz rouca feminina. — Rosalie, é Hawke.

Capítulo 08 Tendo servido a última hora do seu castigo no turno da noite na cozinha, Sienna passou dez minutos no ar da noite antes de voltar para dentro do apartamento que ela dividia com Walker e as crianças. Seu tio havia acabado de colocar Toby na cama, quando ela chegou, então se abaixou para dizer


boa noite, espiando uma Marlee que já dormia há algum tempo, uma vez que a jovem deitava mais cedo. Não obstante, levou apenas alguns minutos, e ela estava sozinha em seu quarto, bem depressa. No momento em que ficou só, os pensamentos que estava evitando todo o dia caíram em cima dela com a violência de uma tempestade de Sierra. Tentou não prestar atenção, não ouvir, mas sabia que Hawke tinha sido visto ontem e hoje na companhia da sedutora, sexy e experiente Rosalie. A propensão dos lobos para fofocas, sendo da forma que eram, também sabia que horários conflitavam o que significava que ele provavelmente não tinha ido para a cama com ela ainda... mas provavelmente seria muito antes que ele pensava. Talvez ainda esta noite. Poder cru e escuro percorreu seu corpo, reunindo-se em seus dedos. A perda de um instante de controle e ela destruiria esse muro, faria o teto em ruínas. Rangendo os dentes, ela lutou contra a fúria que a fez um X, uma fúria que sussurrava que Rosalie e sua laia não eram nada, que iriam desmoronar com pó no rosto pela força mortal que uma vez tinha feito Sienna muito, muito valiosa para Ming. Era um pensamento horrível, e o reprimiu. Assim provocou a dor. Brutal e cega. Ela ainda podia saborear o choque que tinha percorrido seu contato telepático com Judd quando eles descobriram o


segundo nível intrincado de programação da dissonância. Mas essa faca escondida de dor que fazia perfeito sentido para Sienna: não estava ligada a emoção e não tinha nada a ver com o Silêncio, exceto que o mecanismo fora desenvolvido como resultado do protocolo. Em vez disso, este nível de dissonância só funcionava quando

suas

habilidades

X

eram

acionadas

sem

sua

percepção consciente, um aviso aos berros que ela estava prestes a se ativar. Então, o pico de agonia por sua coluna a deixou perto de desmaiar, pontos brancos flutuaram em sua visão. Ela andou sob o fio da navalha, permitindo que a dissonância cavasse suas garras ferozes até que cambaleou e retornou ao seu quarto nos aposentos da família... um quarto que ela tinha decorado com a arte gráfica de Toby e pinturas em aquarela de Marlee. Náuseas embrulhavam seu estômago, a bile queimava o fundo da garganta. Ela se moveu para lançar roupas e itens pessoais em uma mochila ainda que seu corpo continuasse a tremer com os efeitos secundários da dissonância. Ela tinha fé em sua capacidade de controlar sua — dádiva—, mas ela ainda era um X. Erros aconteciam. Walker estava sentado à mesa de jantar, fazendo anotações em um Datapad quando ela saiu. — Vai a algum lugar? — Frios olhos verdes a seguraram no local.


— Estou indo para os meus aposentos na seção de soldados de forma permanente. — Seus dedos apertaram a lona da mochila. — Amanhã vou falar com o Toby e Marlee e explicarei. — As palavras que saíam machucavam, a emoção era uma pedra na garganta. Walker pôs-se de pé. — Eles vão ficar bem. Entendem a sua posição no bando. Ele não fez a pergunta, mas ela se sentiu obrigada a responder de qualquer maneira. Essa era a coisa com Walker: ele não era o pai dela, nunca tinha tentado tomar esse papel, mas ele era, para todos os efeitos, o patriarca da família Lauren. — Estou emocionalmente instável e está afetando meu controle psíquico. — Ela admitiu, um suor frio ao longo de sua coluna vertebral. — Se eu sofrer uma violação em meu escudo, não quero estar em nenhum lugar perto de onde poderia machucá-los. — Você precisa voltar para o DarkRiver? — Não. — A distância não ia ajudá-la por mais tempo, não quando estaria pensando em Hawke todo o tempo de qualquer maneira. Pelo menos aqui, ela logo saberia que ele tomou Rosalie em sua cama, não passaria seus dias com a possibilidade corroendo suas entranhas enquanto esperava a confirmação. — Vou cuidar disso. — Sienna. — Disse Walker quando ela estava quase à


porta. — Você não está sozinha. Nunca se esqueça disso. Ela assentiu, mas enquanto caminhava pelos corredores em direção à área da toca reservada aos soldados não acasalados, ela sabia que aquelas palavras eram uma mentira. Estava sozinha de uma maneira que ninguém de sua família poderia entender. Sienna Lauren. Designação: X. Nota sobre o Gradiente: Cardeal. Ela era, de fato, a única X cardeal, que nunca sobrevivia até

a

idade

adulta

de

acordo

com

os

registros

na

PsyNet. Talvez os únicos X cardeais nunca deveriam ter nascido. A mutação era rara, tão rara que ela não tinha sido devidamente classificada até que completou cinco anos. Ela quase matou sua mãe naquele dia. Deixando cair à mochila em cima da cama, assim que chegou

a

seus

aposentos,

ela

empurrou

a

memória

insuportável para os recessos mais sombrios de sua mente e se sentou de pernas cruzadas no chão para fazer exercícios mentais destinados a conter suas habilidades de volta sob o mais estrito controle. Uma hora mais tarde, sua camiseta estava colada ao seu corpo, seu cabelo espetado pelo rosto dela, mas mantinha encurralada a ferocidade furiosa de seu poder. Foi quando ela estava saindo do banho que recebeu o telefonema e o convite.


— Estou dentro. — Ela disse, porque ficar ali com a crueldade atroz de seus próprios pensamentos não era uma opção. Desligando, ela vestiu uma calcinha antes de começar a vasculhar as roupas, tanto entre as coisas que ela havia trazido na mochila quanto as que ela tinha guardado no armário ali. A maioria deles eram itens que ela raramente usava. Primeiro,

jeans

apertados. Eles

eram

todos,

mas

parecia pintado em seu corpo pelo tempo em que ela conseguiu torcer, se remexer e amaldiçoar seu caminho para eles. Ela nunca os teria comprado por conta própria, mas um dos leopardos perto de sua própria idade, Nicki, a arrastou por uma expedição de compras não muito tempo atrás. Sienna tinha olhado para o jeans simples e moletom cinza que ela estava usando no momento. — O que há de errado com a forma como me visto? A resposta da pequena loira mel tinha sido um tremor de desespero com a cabeça. — Diz que você tem duzentos anos e aumentando. Às vezes, Sienna sentia-se exatamente assim, mas naquele dia, ela tinha cedido a Nicki e enlouqueceu. Kit tinha assobiado na primeira vez que a tinha visto no jeans, enquanto Cory tinha caído de joelhos, a mão sobre o coração. Sienna ainda não o tinha usado em torno dos lobos... em torno de Hawke, mas seu orgulho não permitiria que ela se sentasse em seu quarto enquanto ele colocasse as mãos fortes


em outra mulher. Suas próprias mãos cerraram. Não. Não. Não. Ele não era dela. Ele tinha deixado claro, de uma centena de maneiras diferentes que não queria ser dela. Bem. Jeans colocado, ela colocou um sutiã de cetim vermelho debruado com renda branca, uma que amoldava o peito de uma forma que a fez discutir com Nicki no vestiário. — Eu não posso usar isso. É como se eu fizesse publicidade! — Querida, se eu tivesse algo assim, eu anunciaria, também. — Nicki tinha olhado para os próprios seios pequenos com um suspiro triste. — Jase parece gostar do seu assim. Um rubor cor de pêssego apareceu. — Agora, tops. Vamos. Sienna tirou um dos resultados daquelas compras e colocou-o. Uma blusa preta com mangas longas, ajuste perfeito ao corpo e que tornava inconfundível as curvas que possuía. Os botões eram encaixes de metal batido, o único outro adorno eram dois pequenos bolsos pretos com o mesmo tipo

de

botões

acima

dos

seios. Mesmo

que

ela

não

costumasse usar coisas que se moldassem a sua forma com tal proximidade acariciante, ela teve que admitir que gostou da forma como a blusa a fazia se sentir. Sexy.


Em seguida, havia as botas. Lisa e negra, envolvia as pernas

até

os

joelhos,

os

calcanhares

perversamente

cravados. Seu celular tocou quando ela estava fechando a segunda bota. — Olá. — Sin, é Evie. Você está pronta? —

Quase.

Fez

uma

pausa. —

Estamos

nos

arrumando, certo? — Claro! Estou usando meu vestido prateado. O entusiasmo de Evie fez Sienna cerrar sua mandíbula, faíscas de determinação foram enviadas por suas veias. — Esse vestido vai te fazer ser presa. Sua melhor amiga riu. — Você sabe que você ia me tirar. Vejo você em dez minutos! Desligando, Sienna rapidamente colocou suas lentes de contato especiais que escondiam o olhar de céu noturno que traía sua identidade, em seguida, puxou o cabelo para trás em um rabo de cavalo apertado. Ela tinha falado com Índigo e sua própria família sobre seu cabelo, e todos haviam concordado: a cor incomum não era mais um problema, ele havia mudado muito desde que ela entrou para a roca. Somado ao fato de que seus amigos tinham passado a chamá-la de Sin, além das lentes, tudo a transformou em alguém que Ming LeBon nem mesmo consideraria merecedora de sua atenção. Feito isso, ela puxou a caixa de cosméticos que a


companheira de Judd, Brenna, tinha dado a ela, usando-a em seus olhos em uma forma esfumaçada que ela tinha aprendido com Indigo. Nicki tinha gostado tanto do efeito, que pediu a Sienna para ensiná-la. Isso a fazia se sentir bem: ser capaz de compartilhar uma coisa tão inocente com uma amiga. Isso tinha feito ela se sentir jovem, não a velha que fora desde o primeiro dia em que entendeu por que Ming LeBon a queria ao seu lado, seu monstro pessoal em uma coleira psíquica. — Pare. — Ela ordenou a mulher de olhos castanhos no espelho. — Não esta noite. Esta noite é para ser jovem e despreocupada. Dançar, beber e rir. Com isso, ela apanhou um batom cor vermelha papoula, pegou uma pequena bolsa, e saiu. — Oh, Jesus Cristo, obrigado Deus. Assustada com a exclamação masculina, ela olhou para cima para encontrar-se diante de Riordan, um soldado novato um ano mais velho do que ela. — Você vem com a gente? — Ela perguntou, fechando a porta. — Se eu não fosse, eu malditamente iria agora. — Ele ofereceu-lhe o braço, nu abaixo das mangas curtas de uma camisa cinzenta que dava uma boa aparência em sua estrutura muscular. — Pinte-se a meu lado, Sin. Perto. Eu acho que sinto um arrepio chegando. Balançando a cabeça, ela começou a caminhar pelo corredor, os saltos estalando no chão. Alguns segundos


depois, ela percebeu que ele estava atrás dela. — Por que a demora? — Olhando para trás, ela o pegou em flagrante. — Você está olhando para a minha bunda? Riordan não se incomodou em fingir inocência, seus profundos olhos castanhos cheios de ímpia apreciação. — Hey, É um bumbum bonito. E os jeans, oh, mamãe. Era exatamente o impulso de confiança que ela precisava. Se Hawke se recusava a reconhecer o pulsar da atração entre eles, embora tivesse esperado anos para crescer e ficar velha o suficiente para ele, ano em que ela bloqueou seus ouvidos para a fofoca sobre quem ele era e com quem estava: ela não iria tê-lo deitado. — recolha a sua língua do chão, e vamos. Evie, Tai e Cadence provavelmente já estão na garagem. Ela se provou certa. Mas eles não eram os únicos. Maria também estava lá, junto com seu namorado, Lake. — Ei. — Disse a outra mulher, um sorriso hesitante em seu rosto. — Queria dizer que sinto muito. É uma droga que você tenha tido uma punição pior que a minha. Sienna deu de ombros. — Minha culpa. — Seria a última vez que ela deixaria a lembrança quase dolorosa de Hawke ficar no caminho de como ela vivia a sua vida. — Sem ressentimentos. — Será que nós apenas... — Maria inclinou a cabeça. Balançando a cabeça, Sienna se afastou a uma pequena distância dos outros, para que ela e Maria pudessem falar em


privado. — Eu entendi. — Ela disse uma vez que estavam fora do alcance auditivo. — Nós lutamos porque seu lobo queria estabelecer o domínio. — Sim, bem, isso não foi o maior motivo. — Um sorriso auto-depreciativo apareceu. — Mas o que eu disse sobre você ser sangue frio... —Tudo bem. — No limite e com raiva de si mesma por ser incapaz de esquecer Hawke, ela se sentiu ferida, vulnerável, e atacou a provocação de Maria sem parar para considerar o fato de que o próprio estado de suas emoções fez a acusação patentemente falsa. — Não. — Maria colocou a mão em seu braço. — Não está bem e nós duas sabemos que não é verdade. Eu falei qualquer besteira que poderia incitá-la em uma luta. Minha única desculpa é que os lobos da minha idade tendem a ser idiotas pra caralho. Os lábios de Sienna tremeram. — Difícil, pois você não possui essa parte do corpo em particular, quer por sua cabeça ou em outro lugar. Maria bufou. — Eu não sei, eu fiz um trabalho muito bom de agir por ela. — Colocando as mãos na parte de trás bolsos de sua calça jeans, ela balançou para trás em seus calcanhares. — Eu estava definida para ser a sua parceira e eu fodi com você. — Nenhum sorriso agora, os olhos escuros solenes. — Nunca vai


acontecer novamente. Eu quero que você saiba que eu a teria em minhas costas a qualquer momento. — Idem. — Sienna disse sem hesitar. Na PsyNet, ela teria procurado a traição escondida atrás da contrição, mas estava em SnowDancer tempo suficiente para ver as palavras de Maria pelo que eram: uma declaração de ambos — lealdade e amizade. — E não foi tudo sua causa, você sabe. Eu estava procurando por uma briga. Maria tinha apenas fornecido uma desculpa. — Você com certeza tem um chute significativo. — O outro soldado disse enquanto se dirigiam de volta. — Judd me faz treinar com ele. — Eu não sei se fico com ciúmes ou se ofereço compaixão. Ambas estavam rindo quando se juntaram ao resto do grupo. — Agora que isso está resolvido, — Evie colocou os braços em volta da cintura, sua personalidade evidente no brilho de seu sorriso — estamos prontos para dançar? Sienna não só estava pronta para dançar, mas se um homem fizesse um movimento para ela nesta noite... bem, ela poderia então deixar rolar. Ela estava bem com a espera.

Sozinho no

apartamento,

mas

com

as

crianças


dormindo, Walker encontrou-se olhando para o telefone via satélite que tinha sido recentemente instalado, cortesia de sua posição como — O Briguento—por entre dez e treze anos de idade. O telefone veio pré-carregado com informações de contato

dos

outros

membros

seniores

do

SnowDancer. Folheando o diretório, ele parou no nome de Lara. A curadora seria uma boa interlocutora quando se tratava de sua preocupação com o emocional de Sienna. Lara era uma das pessoas mais sensíveis no bando. Seu polegar hesitou sobre o botão de chamada, o eco sensual do beijo da noite da festa fazendo com que cada um de seus

músculos

ficasse

tenso

em

uma

espécie

de

expectativa. Ao contrário dos changelings, ele não era um homem movido pelo desejo de tocar, mas Lara o fazia reagir de formas

inesperadas

e

desconfortáveis. Ele

não

estava

acostumado a ter seu corpo respondendo de tal forma indisciplinada, e ainda mais: ele não estava acostumado a permitir que as rédeas escorregassem de sua mão quando se tratava de sua reação mental. Algumas semanas depois e ele ainda podia sentir a suavidade de sua pele sob seus dedos, a sedução quente de seu corpo sob a palma da mão, a doçura de seus lábios separados quando encontraram os seus próprios. Ela era pequena, mas curvilínea de uma forma que o fez querer correr as mãos sobre ela quando teve a oportunidade, explorar as


sombras intrigantes e curvas de seu corpo. Ele conseguiu evitar que suas mãos vagueassem naquela noite... mas não sua mente. Ele olhou para o telefone de novo. Se a chamasse, ela viria. Apesar de não ter sido um Arrow como Judd, ele tinha suas próprias razões para aprender a ler as pessoas. Sabia que, apesar do fato de que sua amizade parecesse irremediavelmente danificada, Lara tinha o mais suave dos corações. No momento em que mencionasse sua preocupação com Sienna, teria sua atenção imediata. E no instante em que ela estivesse em seus aposentos... surgiram imagens de beijos em lábios molhados, de uma forma morna e feminina sob suas mãos. Seu corpo ficou rígido. Era um lembrete desagradável de como ela o impactou, como ela enviesava as regras em que ele reconstruiu sua vida. Tirou o seu dedo do botão de chamada... e levantouse. Havia uma possibilidade de que pudesse encontrá-la na enfermaria.

À meia noite, lutava contra a compulsão constante para rastrear Sienna que havia corroído o temperamento de Hawke a um fio fino. Não era o melhor dos momentos para ele receber um telefonema do gerente de Wild, o bar de


propriedade changeling e clube de dança que era situado em uma pequena, mas popular, área de animação noturna, apenas além da extremidade do território da matilha. — Hawke, eu preciso que você venha pegar seus filhotes. Hawke esfregou a testa. A única vez que José o chamou foi quando as coisas tinham progredido ao ponto de ruptura. — Quanto? — Nenhuma conta por danos. — José disse para sua surpresa. —

Mas

se

não

chegar

aqui

em

breve,

você

provavelmente vai resgatar alguns deles na cadeia changeling. O cervo, um touro dominante que poderia bater de frente com o melhor deles, por mais que fosse um nãopredatório, desligou. — Merda. Já vestido com jeans e uma T-shirt desde que acordou, ele puxou suas botas bem gastas de trabalho, então ligou para Riley. Seu tenente não se impressionou. — Você sabe que horas são? — Sim, sim. Quantos deles foram esta noite para o Wild? — Riley saberia. Riley sabia tudo. — Sete, mas Ebony e Amos estavam em San Francisco para uma corrida de segurança — uma pequena pausa — e o sistema não mostrou que eles logaram de volta na toca, o que indica que, provavelmente, fizeram um desvio. — Obrigada.


— Você precisa de um segundo condutor. — Mantenha-se aconchegado à Mercy. — Hawke disse, já a meio caminho para a garagem. — Vou pegar alguém do turno da noite. — Não seja tão duro com eles. Hawke fez uma pausa. — O quê? — Está com mau humor, Hawke. Não o descarregue sobre eles. Rosnando, Hawke desligou o telefone. Ele era alfa por uma razão: e parte disso era que ele sabia como lidar com o seu povo. Claro, Riley era também o seu tenente mais graduado por uma razão. — Merda. — Movendo-se o resto do caminho para a garagem, Elias se ofereceu como o segundo motorista. — Eles estavam dirigindo quando foram? Elias verificou o registro computronic. — Sim. Dois veículos. O GPS diz que estão estacionados há cinco minutos de caminhada do clube. — Bom. Nós vamos trazer um. Você pode trazer o segundo. Amanhã, um dos soldados de segurança na cidade pode se balançar até aqui e pegar o outro. O carro levou mais de uma hora, e Hawke esperava como o inferno que o grupo de jovens não estivessem em problemas piores, entretanto.

Como o radar de José era

afiado, as chances eram boas que ele tivesse alertado Hawke


com tempo de sobra. Estacionando o veículo há uma quadra, ele e Elias chegaram ao Wild em torno de uma e meia da manhã. O segurança, um dos grandes e robustos primos de José, levantou a mão em um aceno quando o viu. — Que bonita aquela com o cabelo tingido de cereja. — Assobiou. — Onde você a esteve escondendo? Hawke ficou imóvel.

Capítulo 09 — Qual é o problema? — Perguntou ele, o lobo em sua voz. O outro homem evitou seus olhos, como se soubesse que Hawke estivesse bem no limite para aceitar até mesmo o menor desafio. — Vá e veja. Ao

entrar

no

bar,

ele

permaneceu

nas

sombras

enquanto reconhecia o local. O lugar estava cheio de seres humanos e changelings: leopardo, lobo, veado, cisne, até


mesmo um rato. Seus aromas eram fios claros para ele, mesmo emaranhados como estavam no espaço confinado. A maioria dos não-predadores se amontoavam juntos, enquanto os predadores faziam o mesmo. Mas o lobo e o leopardo se misturavam. Plenamente. Ebony atualmente estava feliz colada a um gato, enquanto Riordan praticamente devorava uma garota leopardo com seus olhos enquanto os dois conversavam a uma pequena distância da pista de dança. Evie — oh, meu Deus, mas Índigo ia explodir de raiva — vestia um minúsculo vestido sem alças feito de um tecido brilhante que apenas cobria tudo o que deveria estar coberto. Ela também estava rindo e bebendo, um coquetel de espumante rosa na mão. Tai sabiamente a segurava contra seu peito, o olhar sóbrio. Talvez houvesse esperança para eles ainda. Maria, Cadie, e os outros estavam na frente, torcendo. Por Sienna. Era ela quem estava dançando na barra. Em umas botas — foda-se— e uma blusa que mal continha os seios. Com os olhos de lobo, Hawke começou a andar no meio da multidão. Alguns jovens agressivos do sexo masculino viraram-se para dar-lhe uma conversa... e congelaram, seus olhares empurraram para longe quando se encontraram com a dominância sobre si próprios. Mesmo os seres humanos


compreendiam, ficavam pálidos enquanto saíam de seu caminho o mais rápido possível. Ele percebeu parte da razão para a chamada de José quando viu os homens humanos alinhados ao longo da barra, todos eles com um olhar em seus olhos, que dizia que iriam derramar sangue para possuir a mulher que dançava com tal graça selvagem e sensual. Os machos SnowDancer iriam, naturalmente, defendê-la com os punhos e garras em qualquer momento que alguém tentasse tocá-la. E o bar de José se reviraria em minutos. Também havia os machos leopardo e lobo dando em todos os outros olhares sujos enquanto o flerte interbandos ocorria. Riordan estava sendo observado por pelo menos três gatos com a violência em suas mentes, enquanto Lake e Amos estavam olhando com intenção o parceiro de dança de Ebony.A coisa toda tinha os ingredientes de uma situação toda fodida. Empurrando os humanos do bar para longe com as mãos ásperas, ele estendeu a mão e agarrou um tornozelo coberto de couro. Sienna parou de se mover. — Para baixo. — Ele rosnou, encontrando os olhos castanhos muito menos extraordinários do que a verdade de seu olhar cardeal. — Agora. A música ainda bombeava, mas o bar ficou em silêncio.


Sienna não obedeceu imediatamente, o que só enfureceu o lobo. — Última advertência, baby. Segurando seu olhar, Sienna disse. — Eu não estou quebrando uma das regras da matilha. Cada pessoa do bar respirou. Hawke não lhes dava qualquer atenção. Já tinha o suficiente. Um puxão, único, precisamente cronometrado e ele balançou seu equilíbrio. Quando ela caiu, ele a pegou, jogando-a por cima do ombro. — Fora! — Ele ordenou para os outros lobos ao sair. Sienna, tendo aparentemente se recuperado da perda de ar causada pelo movimento súbito, começou a se mexer e se torcer. — Deixe-me ir! Ele bateu nela por trás, um choque elétrico, curto afiado que a congelou. — Não me deixe mais chateado do que estou agora. — Intimidação. — Murmurou baixinho, mas ele ouviu. — Você não tem o direito de me punir. Nenhum. Ele apertou seus braços sobre ela assim que atingiram o ar frio da noite. — Você quer falar de punição, bem. O que diabos você pensa que estava fazendo naquela barra? Estava tentando provocar um motim?


— Eu estava me divertindo. — Sua respiração estava ofegante. — Coloque-me no chão. Não consigo respirar com seu ombro na minha barriga. — Resista. — Ele não tirou as mãos dela até que a largou no banco do passageiro do veículo da frente que havia dirigido até ali. — Dentro. — Ele ordenou aos seus amigos, todos os quais tinham obedecido a sua ordem de sair. Tai levantou a mão, uma repentina aparência sóbria, um braço em torno da cintura de Evie quando ele a abrigou no calor de seu corpo. — Eu não bebi nada. Eu posso dirigir o outro carro. O nariz de Hawke disse-lhe que o jovem soldado dizia a verdade. — Tudo bem. — Ele olhou para os outros. — Vocês são sortudos. José chamou-me antes que um soco fosse lançado. A culpa surgiu em vários rostos masculinos, enquanto as mulheres franziram a testa. Os homens sabiam muito bem o que se construía naquele bar. — Da próxima vez que eu receber uma chamada como esta, instituirei um toque de recolher. Entendido? — Sim, senhor. Enquanto todos se dispersavam, dividindo-se entres os caminhões que Elias e Tai dirigiriam, Hawke se deu conta de que estava prestes a passar mais de uma hora sozinho em um


espaço confinado com a fêmea que tinha feito todo esforço para evitar, desde que ela atingira dezoito anos de idade. Uma mulher que estava quase se derramando de sua blusa, permitindo-lhe vislumbres do cetim vermelho contra a pele de ouro cremoso. Grande, bom pra caralho.

SIENNA olhou para fora da janela enquanto seus amigos se espalhavam. — Traidora! — Ela fez com a boca para Evie quando a outra mulher olhou para trás. Evie piscou para ela. — Dê-lhe o inferno... baby. — Evie murmurou de volta. As bochechas de Sienna inflamaram quando ela se lembrou de Hawke usando o carinho em um tom tão tenso e irritado que levantou todos os pêlos em seu corpo. Para ele, provavelmente não significou nada, exceto que ele a viu exatamente assim. Uma criança. Não importava o que ela fizesse, o quanto agisse amadurecida, ele só parecia prestar atenção a ela em seus piores momentos. Como esta noite.


Não, ela pensou, furiosa com ele e consigo mesma para continuar a deixá-lo afetar sua forma atual, não tinha sido um momento ruim. Ela foi se divertir. Como tinha todo o direito de fazê-lo. Provavelmente ele estava furioso porque tinha sido puxado para fora da cama de Rosalie. Suas unhas escavaram as palmas. Se ela tivesse garras, teriam saído, e então, cortado brutalmente os assentos. — Nem uma palavra. — Ele estalou quando se colocou no banco do motorista. — Você sabia o que estava fazendo naquela barra? Não? — Sem dar a ela uma chance de responder, ele continuou. — A maioria desses homens estavam prontos para agarrá-la e tirá-la nua dali. Seu temperamento fervente inflamou. — Eu sei como me defender, graças a Indigo. E dança não era um crime na última vez que verifiquei. — Eu disse, nem uma maldita palavra. — Suas mãos apertaram o volante enquanto dirigia para fora da área de animação popular noturna. Ela bufou, muito louca para pensar na sanidade de desafiar um changeling masculino predatório nas garras de uma pura fúria violenta. — Que tal em vez de ordens, Sr. Lobo Alfa, você realmente parar de se esconder e falar comigo? — Não me empurre, menina. — Silêncio, silenciosas palavras.


O tom fez todos os músculos do seu corpo ficar tenso, mas ela tinha sido treinada por um Conselheiro sangue-frio. O medo era algo com o qual ela tinha íntima familiaridade e não era quente, não como a emoção que ardia em suas veias neste momento. — Você acha que eu deveria apenas continuar fazendo o que me dizem? — Ela perguntou. — É isso que você quer que eu faça? — Um, — ele disse com tal calma, que ela sabia que estava no veículo com um predador que mal se segurava na coleira, — vou lhe dar um passe livre porque você está bêbada. — Eu não tomei uma única bebida alcoólica. — Álcool tinha efeitos imprevisíveis sobre as habilidades Psy, e ela não podia se dar ao luxo de perder até mesmo uma onça de controle mental. — Estou com raiva de você, porque começa a ganhar todos os argumentos usando seu status alfa para me derrubar. Uma pausa perigosa. Tão perigosa que Sienna bateu a boca fechada, engolindo as palavras que queriam fugir. Até que ele levou o carro a uma parada nas profundidades de uma parte desconhecida do território da matilha. A noite era um breu, sem estrelas, sem luar e sombras, as árvores escuras pareciam formar uma parede impenetrável ao seu redor. — Por que paramos? — Você queria conversar. Vamos falar. — As palmas das


mãos dela ficaram úmidas com aquele tom suave e sedoso. — Estou deixando de lado o meu estado alfa. Ah, ele ficou furioso. —

Então

vamos

ver

se

você

pode

ganhar

este

argumento. — Passando em seu assento, ele se inclinou sobre o braço que estendeu em volta dela. — Agora me explique como você já parou uma briga enorme como a do bar esta noite. — Isso não é sobre mim. — Ela disse, tentando respirar por entre o poder absoluto dele. — As mulheres eram a desculpa. Os machos estavam ansiosos para ir contra o outro desde o minuto em que entraram. Estão sempre jogando jogos de dominância. — Então, você sabia disso, e ainda assim você elevou a energia sexual do ambiente? O carro estava de repente muito pequeno, muito limitado, o perfume masculino e quente de Hawke infiltrava-se em seus poros, tocando partes que seu homem não tinha acariciado. — Não foi minha responsabilidade. — Oh? — Não. — Uma queda súbita de raiva. — Eu não presto contas de todos! Talvez eu quisesse me divertir de uma forma diferente. Talvez eu quisesse não estar no controle por poucos


minutos! Talvez eu só quisesse dançar. Os cílios de Hawke baixaram. Quando os ergueu, seu olhar era como a noite iluminada, um brilhante gelo azul salpicado com luz. Ela respirou fundo, percebendo que conversava com o lobo, agora. — Você quer dançar? — As palavras roucas acariciaram ao longo de sua pele como o pelo mais suave. Ela assentiu com a cabeça. — Então nós dançaremos. — Estendendo a mão, ele ligou o sistema de som do veículo e acionou uma seleção antes de sair. Sua porta se abriu quando uma balada lenta, obscura começou a tocar. — Venha. — Era um convite, mas um sobretudo, uma ordem. — Meus sapatos. — Ela deixou escapar, a raiva enterrada sob uma onda de antecipação nervosa. — O chão está seco. Eles não vão afundar. Ela não sabia se isto não era um sonho, mas colocou a mão na dele e, lutando contra a onda selvagem da sensação engendrada por seu toque e seu cheiro, permitiu-lhe puxá-la para frente do veículo. Quebrando a espera, ele colocou as mãos nos quadris e puxou-a para frente, sua respiração, uma carícia aquecida através de sua bochecha quando ele se


inclinou para falar contra seu ouvido. — Coloque os braços em volta do meu pescoço. O comando permeava sua voz. — Pensei que não estava sendo o alfa aqui. — Eu não estou. Oh. Quando levantou os braços, ela percebeu que as botas lhe deram altura suficiente para embalar sua nuca com uma mão, enquanto colocava a outra no calor musculoso de seu ombro. Quando ele mudou a posição de modo que sua mandíbula esfregasse contra sua têmpora, seu coração começou

a

bater

rápido

como

uma

britadeira.

Nesta

proximidade, ele era todo calor, quente e duro. Puro músculo e força... e tentação. Sempre, ele tinha sido sua tentação. Era a razão de ela ter quebrado o Silêncio em cacos inumeráveis no instante em que entrou no território SnowDancer. Deveria ter mantido a distância, mas não conseguiu. Só uma vez, só por um pouco de tempo, ela queria que ele fosse dela. Dentes beliscaram sua orelha. Ela pulou. — Preste atenção. — Um rosnado estrondou. Seus mamilos apertaram-se em pontos duros. Esperava que ele não pudesse sentir. Era além de tentador espalhar a mão para cima em sua nuca, na grossa, seda prata-dourada


de seu cabelo, mas ela não ousou quebrar o momento. Ele tinha um cabelo tão bonito, da mesma cor que a sua pele na forma de lobo. Que dizia mais sobre o quão perto seu lobo estava da superfície do que qualquer outra coisa. — Sienna. — Um profundo murmúrio contra sua pele, seus lábios, roçaram sua têmpora. — Isso não pode ser. Você sabe. Seu sangue era um trovão em seus ouvidos, sua pele esticava-se tensa sobre um corpo hipersensibilizado por um primeiro o desejo quase doloroso. — É porque eu sou Psy? — Ela se forçou a perguntar. Hawke odiava os Psy, o que sabia muito bem, embora não soubesse

a

razão

por

trás

da

profundidade

de

sua

animosidade. O fato de que ele tinha aceitado a família Lauren tão profundamente quanto o bando era nada menos do que miraculoso. Um rosnado baixo a fez ficar imóvel. — É porque você mal cresceu. — Ele acariciou sua mão pelas costas, como se estivesse em segurança. Mas ela não estava pronta para se acalmar. — Eu não fui uma criança desde o dia em que eles vieram para mim quando eu tinha cinco anos. — Um Xcardeal não poderia ser autorizado a viver fora do controle do


Conselho. — Ming LeBon certamente não cantou nenhuma canção de ninar para mim. A mão de Hawke pressionou contra suas costas, grande, quente e chocantemente íntimo através do tecido fino de sua blusa. — Cinco? — O lobo era tão evidente em sua voz, que ela teve que se concentrar para entendê-lo. — Você era um bebê. Ela riu e sabia que não tinha nenhum humor. — Cardeais são treinados desde antes de ganhar a capacidade para falar. — Nos anos que ela passou com a sua mãe, os comandos eram gentis, dados por uma mulher que queria que sua filha aprendesse a se proteger no plano psíquico. Ciente de que ela tinha que ter se afogado sob o dilúvio de vozes em contrário, Sienna nunca tinha se ressentido da instrução. Ela perdeu contato com sua mãe desde aquele dia. — O primeiro pensamento consciente que eu me lembro de ter era sobre a necessidade de proteger. Mas quando eles descobriram que ela era uma X, os escudos que colocaram em volta dela tinha sido brutais muros de uma prisão, ao contrário de qualquer coisa que ela tinha conhecido. Era tão pequena, tão assustada. Até mesmo sua corajosa e forte mãe, com seu suave toque telepático, se foi, incapaz de alcançar Sienna através da carapaça dura criada por Ming. Provavelmente tinha sido o melhor para Kristine que não teria uma chance contra uma filha que iria colocá-la em


terapia intensiva, com uma simples e infantil apresentação de temperamento. — Alguma vez você já brincou? — A voz de Hawke estava áspera, seu corpo tão musculoso e avassalador. Ela nunca se sentiu tão feminina, nunca se sentiu tanto como uma criatura sexual. — Não. Uma pausa. — Sienna... — Não. — Ela disse. — Sem mais perguntas. Não esta noite. — Ela queria dançar com ele, ser uma mulher nos braços de um homem que fez cada parte de seu ser despertar em uma fome que nunca esperou sentir e que, por este momento mágico, era dela. Sua mandíbula pesada, com o restolho, esfregou contra sua têmpora novamente quando ele mudou seu agarre a fim de pressioná-la para mais perto. Então, enquanto a música tocava, enquanto a noite avançava mais suave e silenciosa, eles dançaram.


RECUPERADO DE correspondência pessoal,

COMPUTADOR

2

(A)

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PAI, AÇÃO NÃO NECESSÁRIA DE: Alice <alice@scifac.edu> PARA: <ellison@archsoc.edu> pai DATA: 05 de novembro de 1971 às 11:14 Assunto: Re: Re: Artigo JA Eu protesto! Eu desfrutei muito do seu artigo no Jornal de Arqueologia, e não tem nada a ver com ser sua filha, eu concordo totalmente com você sobre a sua interpretação dos recém-descobertos grifos. Cho está errado. Eu sei e você sabe disso. Pai, eu queria falar com você sobre outra coisa, também, algo que está me incomodando. Agora tenho quatro Xs matriculados em meu estudo (Gradientes 3 até 4,2), e de tudo o que os acadêmicos Psy me disseram, isso significa que eu tenho feito espantosamente bem. A designação é tão rara que, se houvesse dez X-Psy vivos, em um dado tempo, seria considerado um milagre. Não é isso que me preocupa. Dos quatro, eu não localizei nenhum com mais de dezesseis anos de idade. Houve um quinto X conhecido, um dos meninos me disse, uma garota que ele conheceu na PsyNet. Eu tenho a impressão de que ele tinha uma queda por ela. A coisa é de partir o coração, ela morreu pouco tempo depois de seu aniversário de dezenove anos, quando o seu poder a consumiu. Eu não quero ver meu Xs morrerem. Alice


Capítulo 10 O LOBO de Hawke o montava duro como acontecia desde a semana passada, enquanto dirigia para o território DarkRiver na manhã seguinte para falar com Lucas sobre as armas que entravam na área, para ver se tinha alguma notícia DarkRiver sobre possíveis agentes PurePsy na cidade. Não demorou muito para descobrir que a selvageria nele tinha sido temporariamente saciada pelo contato que se permitiu com Sienna. Ele

tinha

estado

tão

zangado

com

ela:

sempre

empurrando seus botões, aquela menina. Mas, então, ele a levou em seus braços, e toda a raiva que tinha brilhou em um tom mais escuro de necessidade, possessão calorosa que insistia com ele para dobrar sua cabeça, morder o pulso latejante em seu pescoço, deixar uma marca. Deus,

aquela

blusa.

Um

puxão

e

os

botões

se

separariam, revelando o ouro creme de sua pele. Ele queria saboreá-la,

alisá-la,

acariciá-la.

Simplesmente

segurá-la,

simplesmente dançar com ela tinha conduzido a sua metade lobo à loucura... mas ele teria retalhado qualquer um que tivesse ousado interromper aquela dança lenta roubada nas


sedosas sombras da noite. — Sua pele. — Uma voz preguiçosa arrastou as palavras enquanto caminhava para a clareira ao redor da casa de Lucas. — Fará um belo casaco para minha companheira. Apontando a Vaughn um dedo a queima roupa na direção em que o sentinela de cabelos cor de âmbar estava na sombra de uma grande zimbro com seu tronco de um rico marrom avermelhado, Hawke disse. — Posso cheirar Luc. Ele está dentro? — Ele acenou para a cabana abaixo de outra árvore de grande porte, um ninho desocupado empoleirado nos seus ramos. — Sim. Nem pense em entrar. — Eu pareço ter tido uma lobotomia? — A companheira de Lucas, Sascha, estava grávida. Como resultado, as tendências de proteção do alfa leopardo havia se mudado para a faixa letal. — Vou esperar aqui. Ele vai cheirar-me em breve. Lucas saiu da cabana na esteira da afirmação. — Sascha dormiu. — Ele disse, inclinando sua cabeça em direção à floresta. — Vaughn. — Eu não vou tirar o meu olho fora deste lugar. — Como ela está? — Hawke perguntou quando eles deram um passo mais profundamente na floresta na qual o sol filtrava pela copa das árvores. — Pronta para dar à luz. — Riu um pouco. —


Infelizmente, o bebê certamente está confortável onde ele ou ela está. — Você ainda não sabe o sexo? — Hawke não teria tido o autocontrole para resistir e sim, doía como uma cadela saber que nunca teria a oportunidade de testar essa teoria, mas isso não fez sua alegria enfraquecer pelo alfa leopardo. — Se eu pedir a Sascha, ela vai me dizer? — Experimente. — Um sorriso selvagem mostrava todos os dentes. — Então, diga-me sobre estes carregamentos de armas que seu povo detectou. Hawke deu-lhe um rápido resumo. — Meu instinto diz que os Scotts, tudo aponta para eles, vão montar um ataque dessa vez. Aguentarão ao máximo, lugar aberto. — Não é surpreendente, dado que eles e os outros tentaram uma operação um número de vezes e falharam. — Lucas parou à beira coberta de musgo ao lado de um córrego pequeno, claro. — A mãe de Sascha falou com ela, há definitivamente atividade PurePsy na cidade, mas eles estão sendo muito cuidadosos. São bem conscientes de que não só não são bem-vindos, mas que a última operação acabou com seus cérebros vazando em seus ouvidos após Nikita encontrálos. Hawke não gostava de Nikita Duncan, mas ele podia apreciar a eficiência da mulher na tomada de cuidados contra


uma ameaça. — Isso vai torná-los mais difíceis de identificar. — Ratos estão espalhados por toda a cidade. Ao menor sinal de uma base PurePsy e nós saberemos. — O leopardo alfa olhou Hawke. — Você está planejando mover os vulneráveis de seu povo? — Não nesta fase. — Hawke já havia discutido com seus tenentes. — Não há ameaça evidente ainda, e nós somos lobos, Luc. — Evacuar a casa em tais fundamentos frágeis desmoralizaria qualquer changeling predatório, dominante ou não. — Se, e quando houver uma ameaça crível, é quando vamos evacuar os não-combatentes. — Os planos de fuga tinham sido elaborados há muito tempo, poderia ser colocado em movimento dentro de uma hora, e a cova toca limpa de seus vulneráveis dentro de quatro. Levaria muito mais tempo para qualquer invasor romper a primeira linha de defesa SnowDancer. Os olhos verdes de gato de Lucas brilharam a luz silenciosa da floresta. — Nós tomamos a mesma decisão. Eu quero que Mercy entre em contato com Riley para coordenar nossos planos de evacuação. Funciona para você? — Faça isso. Eu acho que devemos avisar ao Windhaven para darem uma olhada, também. — Os falcões poderiam fornecer apoio de ar, se necessário. — Vou procurar Drew,


falar com eles. — Disse enquanto Luc assentia. — Eu ouvi que o seu menino tem ido para o Canyon. — Os falcões amam Drew. Eu acho que ele ainda tinha uma proposta indecente ou três. A cabeça de Lucas voltou-se para a cabana. — Índigo sabe? — Eu não queria derramamento de sangue. — Hawke caiu em sintonia com o outro alfa quando ele começou a voltar. — Sascha acordou? — Sim. Uma pontada de inveja desenrolou no intestino Hawke. Ele se perguntou como seria estar conectado a uma pessoa com tal intimidade. Sim, ele era alfa, ligado a seus tenentes e, em menor medida, ao resto da sua manada. Mas não era o mesmo. Nenhum deles era seu. Uma rajada de memória: um corpo elegante feminino pressionado contra o seu, o cheiro de tempero selvagem em cada respiração sua, uma rápida tatuagem rápida que agia em seu pulso como um canto da sereia à sua natureza dominante. O lobo sussurrou que ela poderia ser sua, só sua, até que a fome possessiva que pulsava por ele tornou seus músculos rígidos. Ele se desfez de Lucas na clareira, cavou suas garras em suas palmas para cortar a compulsão. O cheiro de sangue lambeu o ar, e ele deixou subjugar a queimadura de


necessidade sexual por um momento. Ele não iria durar, estava totalmente ciente disso. Se ele soubesse o que era bom para ele, para sua matilha, terminaria o que tinha começado um par de dias atrás e teria uma amante. Uma amante que conhecia os fatos, que não iria olhar para ele de manhã com os olhos machucados com o conhecimento que ele tinha dado a ela tudo o que podia. Não havia mais nada nele.

Tendo

feito

uma

movimentação

de

meio-dia

no

perímetro de segurança, Sienna estava em casa com tempo de sobra para trabalhar em um projeto acadêmico e jantar com Marlee e Toby. — Eles estão na cama. — Ela disse a Walker quando seu tio entrou pela porta um turno mais tarde. Walker tirou a jaqueta para revelar ombros sólidos cobertos com uma camisa sarja bruta. — Eu os tenho agora. Em vez de sair, ela esquentou uma refeição, colocou-a sobre a mesa. Walker, depois de ter mergulhado em seu quarto para tirar seus sapatos e lavar-se, entrou enquanto ela colocava um copo de água ao lado seu prato. Colocando a mão na parte de trás de sua cabeça, ele se inclinou para pressionar


seus lábios em sua testa, assim como tinha feito com Toby e Marlee. — Está preocupada. Ele quase a quebrou, com o jeito carinhoso que a segurava. — Não é nada. — Ela não podia suportar discutir a última noite com ninguém, compartilhar a magia dolorosa de uma dança, um toque que nunca poderia ser repetido e ainda assim a tinha marcado. Ela ainda podia sentir o beijo áspero da mandíbula de Hawke contra sua têmpora, a mão tão grande e quente em suas costas, seu peito uma dura e musculosa parede que se flexionava contra seus seios. Recuando, Walker olhou para ela com olhos verdes pálidos que via muito, mas ele não empurrou. Uma onda de alívio perpassou dentro dela, disse um adeus rápido e encolheu os ombros em sua própria jaqueta. Decidiu ir caminhar sob o céu estrelado. Esse mesmo céu de meia-noite tinha estado pura quando Hawke a tomou em seus braços, como se o próprio universo estivesse conspirando para permitir que eles roubassem um único momento escondido. — Sienna! Assustada, ela se virou para ver a Maria correndo em sua direção. — Você está de folga para fazer a sua mudança? — Os soltos cachos sedosos deram um salto quando o outro novato


assentiu. — Então, você vai me dizer o que aconteceu entre você e Hawke na noite passada? — Nada. — Nada além de uma dança lenta e dolorosa que destruiu suas ilusões sobre sua capacidade de ter um homem que se recusava até mesmo a considerar a idéia de que talvez, apenas talvez, não havia tantos anos assim entre eles como ele acreditava. Felizmente, Maria levou suas palavras a sério. — Você estava no turno da manhã, certo? Deve ter sido difícil se levantar depois de ficar até tão tarde. — Estou bem. — Não havia necessidade de se levantar, ela não havia dormido desde que voltou à toca. — Na verdade, você se importa se eu for com você? Eu não estou cansada o suficiente para dormir ainda. Se dormisse, sonharia, o cheiro de Hawke assombraria na escuridão suave. — Companhia é sempre bem-vinda. — Era a resposta de um lobo. Elas correram em um silêncio sociável para a seção do perímetro onde Maria assumiria o lugar de Lake. Respirando com dificuldade, mas não sem fôlego, Sienna deu privacidade aos dois enquanto eles tocaram outro à maneira dos lobos: nariz com nariz, corpo a corpo, o beijo uma extensão do contato de corpo inteiro. Sienna tinha feito seu próprio serviço em uma área


diferente do território da matilha, então havia coisas novas para explorar aqui. Mas, ainda assim, ela quase perdeu: uma caneta, brilhante e escura. Supondo que tivesse caído do bolso de um membro da matilha, ela pegou-o: o bando era escrupuloso em garantir que nenhum lixo enchesse a sua terra. Não foi até que estava em sua mão que ela percebeu que o cilindro metálico elegante não era uma caneta, mas uma tocha de alta potência, um item caro. Os SnowDancers tinha um pequeno número delas. Eram usadas quase que exclusivamente por membros nãochangeling da manada. A visão noturna dos lobos era melhor do que qualquer iluminação que as tochas pudessem fornecer. Suas saídas e entradas eram registradas com meticulosa precisão.

Provavelmente, alguém estaria em problemas por

perder isso. Deslizando-a em um bolso, ela caminhou para se juntar a Lake quando ele esteve pronto para voltar à cova. Com o corpo exausto o suficiente para que tivesse uma chance de um sono sem sonhos, ela partiu com ele e entrou e foi verificar a tocha... para descobrir todos e cada uma do conjunto da matilha assentados nas caixas onde estavam armazenados. Os cabelos na parte de trás do pescoço dela se ergueram e fez uma chamada para Maria. — Você pode me fazer um favor? — Ela perguntou quando a outra mulher respondeu. — O que você precisa?


— Vá à cerca de cem metros a leste de onde Lake estava quando chegamos, e me diga o que você fareja. Nenhum som, exceto o farfalhar enquanto Maria corria. — Psy. Eu cheiro Psy.

HAWKE terminou de verificar a seção onde Sienna tinha encontrado a tocha. Como Maria, ele imediatamente sentiu o cheiro duro metálico exalado por alguns Psy. Quando estavam profundamente adentrados no Silêncio, eles perdiam a sua humanidade. Nada, mas o frio mais frágil permanecia. Sienna não era fria. Quente e cheia de curvas e músculos de forma suave, feminina, ela o surpreendeu com a sua suavidade. Eles sempre foram antagonistas, sempre lutaram. Tê-la tão doce e exuberante contra ele tinha sido um presente, afastar-se era pura tortura. Seu lobo não entendia por que ele tinha agido assim. Para o animal, ela cheirava a uma mulher madura. Ele não compreendia que ela era uma jovem menina que mal se tornara uma mulher. Eu nunca fui uma criança desde o dia em que vieram para mim quando eu tinha cinco anos. A memória incitou uma raiva assassina dentro dele. Ele sempre soube que ela tinha sido condicionada ao Silêncio enquanto era uma criança, mas até que ela disse isso, ele não


tinha entendido a profundidade dolorosa do que seu dom tinha exigido dela. Ela nunca tinha brincado. Como isso era possível? Brincadeira era tão necessário para o lobo quanto respirar. Ela brincou conosco. Era a voz do lobo. Carrancudo, ele passou a rejeitar a afirmação. Sienna o tinha deixado louco com seus truques Desde que se mudou para a toca. A festa que ela tivera para comemorar seu décimo oitavo aniversário terminou com um monte de lobos nus congelando suas bundas no lago, suas roupas espalhadas por tantos hectares, que ele não queria saber que diabos estavam fazendo. Sua intenção tinha sido a de levá-lo para o asilo. — Você confirma isso? Ele farejou Riley se aproximando, não se sobressaltou com a pergunta. — Sim. Definitivamente Psy. — Porra. — Exalou duramente. — Eles realmente vão fazer isso. — Qualquer palavra de nossas fontes? — Lucas falou com Nikita. Ela diz que as tensões estão aumentando no Conselho, e é a céu aberto, agora. Henry e Shoshanna Scott estão deixando claro que acham que os dois


devem liderar. Qualquer um que argumenta de forma diferente está em sua mira. — Nós não precisamos estar no meio de uma guerra Psy. — Seu dever era o de proteger seu povo, os Psy poderiam se destruir, por tudo o que importava... como eles uma vez quase destruíram SnowDancer. Riley disse. — Não. — Mas seu tom trouxe outra questão. Hawke olhou para a terra repleta de abetos na frente dele, o chão claro de uma forma diferente devido à pesada copa das árvores. — Está pensando o mesmo que eu: nenhuma maneira é que isto vai ser contido pelo Psy. — Como Max apontou, — ele disse, nomeando o chefe humano da segurança de Nikita,— a região já é vista como interligada. Não importa o que, eles não vão nos deixar. — Um encolher de ombros. — E o fato é, nós morderemos de volta e morderemos duro. Acho que pelo menos parte do Conselho decidiu que temos muito poder para sermos autorizados a continuar como estamos. Hawke sabia disso. Ele também entendeu que Nikita e Anthony eram o menor de dois males, mas ainda o irritava que a matilha fosse forçada a trabalhar com um par de Conselheiros.


— Vamos aumentar as patrulhas de segurança ao redor dos limites. Não se preocupe muito com a fronteira com o DarkRiver, mas temos que deixá-los saber que os Psys podem estar farejando mesmo que pareça como se estivessem focados em nós. Riley assentiu, seu olhar pensativo. Hawke esperou o tenente falar. Riley e Indigo foram à base sólida sobre a qual ele se levantou: Riley tinha estado lá desde antes de Hawke se tornar alfa aos quinze anos. Na época, Hawke tinha a força dos tenentes restantes ao seu redor, mas tinha procurado com mais freqüência o adolescente sangue-frio que era seu melhor amigo. Indigo, um pouco mais jovem, tinha entrado em cena alguns anos mais tarde, mas tornou-se o braço esquerdo de Hawke enquanto Riley era seu direito. Eles puxaram Hawke de volta da beira mais de uma vez, empurraram-no quando necessário, e ofereceram apoio com qualquer problema. Era um presente, que ele nunca tomou por certo. — Vou pedir a Kenji e Alexei para afinar nosso plano estratégico. — Disse Riley. — O fato de parecer que eles estão em um reconhecimento físico de nosso território preconiza um súbito aumento. Precisamos estar prontos. Hawke assentiu. Os dois tenentes tinham as melhores mentes táticas da matilha. — Use Drew, também. Ele pode ser capaz de identificar áreas de vulnerabilidade que poderíamos perder. — O


SnowDancer rastreador não era apenas os olhos e ouvidos de Hawke entre os mais vulneráveis do bando, ele também tinha se tornado um centro de coordenação para todos os tipos de informação. — Vou convocá-lo para uma conferência amanhã com Kenji e Alexei. — Disse Riley, em seguida, olhou para Hawke. — Ouvi dizer que você foi dançar a noite passada. As palavras fizeram todos os músculos do seu corpo se apertarem, mas ele manteve o mesmo tom. — Eu tive uma conversa com os jovens do sexo masculino e por isso fui até Lucas. Esse tipo de besteira não será tolerado. Um pouco de postura entre dominantes jovens era esperado e aceito. Violência física difícil? Não. — Aliança? — Sólida como uma rocha. Não é sobre isso, é por causa de você e da Mercy. — Todos ainda estavam tentando elaborar as regras para a coisa toda de um namoro interbandos, jovens e adultos mais velhos incluídos. Adicione testosterona e será a noite passada. — Não que eu não aprecie você roubar para nós um leopardo sentinela. Riley não sorriu com a piada familiar, os olhos perceptivos treinados em Hawke. — Por que José chamou você e não Lucas se ambos os


grupos estavam criando problemas? — José alterna entre nós. Luc recebe a próxima chamada depois da meia noite. O silêncio foi preenchido apenas com o farfalhar das árvores enquanto um vento forte soprava através das copas. — Você precisa falar sobre isso? — Riley perguntou depois que a floresta tinha ficado calma novamente. — Nada de falar sobre isso. O apelido de Riley não era A Parede por nada. — Você nunca foi de ignorar um problema. — Não é um problema. — Então por que é que o registro do ginásio o mostra lá metade da noite, todas as noites? Hawke rosnou baixo em sua garganta. — Mantendo o controle sobre mim? — É o meu trabalho. — O temperamento de Riley permaneceu mesmo. — Eu deixo você ir como um lobo solitário para o alto das montanhas, mas se acha que eu vou assistir você se autodestruir, não me conhece. O lobo de Hawke rosnou, mas ele e Riley tinham muita história entre eles para ele dar de ombros com a preocupação e o que isso significava. — Você pode me cobrir, amanhã à tarde?


— Você não tem que pedir. — Que o outro homem não questionasse Hawke sobre o que planejava fazer, disse-lhe exatamente o quão bem seu tenente o conhecia.

Capítulo 11 SASCHA esfregou o monte duro de sua barriga de grávida e olhou para o pote de geléia de cereja Moreno. — Não. Absolutamente não. Ela disse para a criança em seu ventre. O bebê mexeu, suas emoções eram faíscas de fome. Gemendo, ela pegou o frasco, desatarraxou, e deu uma colherada na geléia. Devia ter o sabor muito doce, muito rico. Em vez disso, era ambrosia em sua língua. Incapaz de conter um gemido de ganancioso


prazer, ela encostou-se no balcão da cozinha dos funcionários do HQ DarkRiver e lambeu a colher. Era tentador comer uma segunda colherada, mas, apesar dos apelos vorazes do bebê, ela fechou a tampa e colocou a geléia à distância. Isso não é bom para você, ela disse a seu filho. Nós já tomamos sorvete de chocolate com cereja. — Você perdeu um ponto. — Lucas entortou um dedo da entrada. Deixando a colher na máquina de lavar louça, ela se aproximou. — Perdi? — Hmm. — Ele se inclinou para lamber a geléia com um rápido movimento felino de sua língua, sua mão acariciando com suave possessividade o seu abdômen. — Mmm, cerejas. Risos ecoaram em sua mente, deleite puro. Seu bebê conhecia seu pai. — Você está mais bonita a cada dia. — Ele murmurou em seu ouvido, seu hálito quente, seu corpo tão sensualmente familiar. Sascha passou a mão por cima de seu ombro para fechar em torno de sua nuca. — Encante-me um pouco mais. Uma risada, palavras más que fizeram seus dedos enrolar.


— Dorian está pronto para levá-la. — Ele finalmente disse. — Mas, ao invés disso, talvez eu devesse ir. — Eu nunca obterei o trabalho, então. — Incapaz de resistir àquele olhar verde de pantera, ela puxou-o para frente a fim de reivindicar um único beijo profundo. — Agora, se comporte. Rindo, ele colocou uma mão na parte inferior das costas e caminhou com ela até o elevador. — Quero ter uma reunião com os sentinelas desta noite para discutir as questões de segurança. Você se importa com isso? — Vou pedir pizza. — Aninhou seu rosto contra o pescoço dele quando ele parou de pressionar sua flecha, ela ouviu um par de assobios de lobo em suas costas. Lucas sorriu. — Como está a nossa pequena princesa? Ele pediu a ela para não contar a ele o sexo de seu filho, mas ele estava convencido de que era uma menina. — A bebê, que pode ou não ser uma menina, — brincou ela — é muito ativo e está interessado no mundo esta manhã. — O filho deles tinha uma mente inquisitiva. —Alto nível de atividade psíquica. Lucas esperou até que eles estivessem dentro do elevador para dizer.


— Alguma idéia de que tipo? — Forte telepatia. — Sascha disse.— Mas é difícil saber qualquer outra coisa. Eu vou ter uma conversa com o médico da Shine, ver se ele tem alguma ideia sobre a melhor forma de medir as habilidades psíquicas do bebê. A raça Psy, focada como era em PurePsy, não tinha protocolos em vigor para lidar com uma criança que iria levar em seu sangue o selvagem pai changeling misturados com o próprio Sascha. Shine, por outro lado, era composta de descendentes de Psy que haviam desertado da Net no início do Silêncio e casaram com as populações humanas e changeling. — Eu preciso ter certeza para ensinar aos nossos filhos os procedimentos corretos de blindagem. — Seu coração doía com pressa, súbita potente de emoção. Ela nunca tinha esperado ser mãe, tendo decidido longo atrás, que ela não iria sentenciar uma criança a uma mesma vida pela metade que ela viveu na Net. Então Lucas tinha aparecido em sua vida. Você é meu coração. Ele

não

era

um

telepata,

mas

seu

vínculo

de

acasalamento tinha crescido ainda mais durante a gravidez, e ela sabia que ele a ouviu. Voltando-se, tomou-a em seus braços. As palavras que ele sussurrou eram cruas, ásperas, as palavras de amor de um alfa para sua companheira. Lucas poderia encantar, mas isso era o que ele era no núcleo, e ela


adorava. — Vamos para casa mais cedo hoje. — Ela disse contra sua boca quando eles se separaram. Ele beijou suas pálpebras fechadas, o nariz, os cantos dos lábios. — Qualquer coisa que você quiser. Um par de horas mais tarde, seu corpo e alma ainda estavam zumbindo pelo profundo contentamento quando alguém bateu na porta da cabana. A única razão para Sascha não enviar um alerta imediato foi o reconhecimento da assinatura mental do homem, do outro lado. Abrindo-a, ela sorriu. — Por que você vive para irritar meus seguranças? Judd Lauren olhou por cima do ombro para onde um carrancudo soldado DarkRiver se materializou das árvores. — É bom mantê-los em seus pés. Você pode falar? — Ele perguntou depois que ela acenou para a sentinela à distância. Sabendo o motivo da visita inesperada, ela acenou para a mobília ao ar livre situado ordenadamente sob o beiral da cabine. — Vamos sentar do lado de fora. O cheiro de outro homem dentro da casa enfureceria a pantera de Lucas agora. Enquanto Sascha não teve nenhum problema em confrontar seu companheiro quando ele ficou


muito superprotetor, ela também entendeu que ele era um homem

changeling

predatório,

impulsionado

pelo

mais

primitivo instinto. Esperar que ele agisse como um ser humano seria pedir-lhe para negar uma parte integrante de si mesmo. — Então. — disse ela depois de levar uma jarra de chá com aroma de baunilha e tomar um assento. — O livro de Eldridge. Inexpressivos olhos castanhos alcançaram os seus próprios, mas Sascha sentia o coração de Judd Lauren, sabia que o antigo Arrow tinha a capacidade de sentir, de amar com uma intensidade violenta. — Você está mais perto localizá-lo? — Ele perguntou agora. — Não. — O segundo manuscrito de Eldridge, que se destinava a ser o resultado de um projeto de pesquisa sobre XPsy,

era

meio

mito,

meio

lenda.

Ambos

DarkRiver

e

SnowDancer estava trabalhando com cada contato Psy a fim de descobrirem a verdade sobre ele, porque se existisse, poderia conter pistas que ajudariam Sienna a aprender a lidar com suas habilidades, como o primeiro livro de Alice Eldridge tinha ajudado Sascha. Mas, Sascha pensou, colocando as mãos em volta da xícara de chá de porcelana, embora ela não soubesse na época, nunca tinha estado sozinha como Sienna. Eles


poderiam estar adormecidos, mas havia milhares de E-Psy na Net. Não houve outro cardeal X-Psy. — Como ela está? Judd tomou um gole de seu chá, fez uma expressão assustadoramente masculina, de alguma forma, ela não esperava esse tipo de coisa de um ex-assassino, e a colocou-a de volta. — Ela está se mantendo. — Ele disse.— A questão agora não é com seu controle psíquico, é com sua estabilidade emocional. Sascha leu as entre linhas. — Talvez eu devesse ter uma conversa com ela. Sienna tinha se tornado uma parte da família de Sascha no tempo que ela passou no DarkRiver, e Sascha queria ver por si mesma como outro cardeal lidaria com as coisas com um homem tão dominante e tão forte como o próprio companheiro de Sascha. Um homem cujo coração tinha tantas cicatrizes que Sascha teria advertido Sienna a manter distância... exceto que Sienna se deu conta por si própria. Os dedos de Judd enrolaram em um punho sobre a mesa, e por um momento, Sascha pensou que ele poderia trair as emoções que tinham que estar rasgando seu coração, mas tudo o que ele disse foi. — Eu vou trazê-la hoje à noite.


Tranquilizado por saber que ele confiava em Brenna, mesmo que não falasse com ninguém mais, ela pousou o próprio copo. — Estou longe de ser uma inválida. — Ele era tão mau quanto um leopardo. — Vou com Lucas. — Ele não está susceptível a permitir que você se afaste do coração do território DarkRiver. Dê ao homem alguma paz. — Judd! Não admira que se encaixe tão bem com os lobos. — Rindo, ela decidiu que poderia, na verdade, ser melhor para Sienna sair um pouco da toca. — Tudo bem, vamos fazer do seu jeito. Quando o antigo Arrow se fundiu com a floresta, na sua maneira de ver um menino que tinha nascido com o mesmo dom que fez Judd tão letal, Sascha derramou uma xícara de chá e considerou o misterioso manuscrito de Eldridge. Ela, Faith e Ashaya tinham esgotado as suas fontes, sem sucesso. Ela até arriscou confiar no diretor da Shine, mas as pessoas de Dev não tinham um X no grupo original de desertores e sabia quase nada sobre eles. Quanto ao mundo atual, estava preocupada, não havia tal coisa como um X-Psy.


No meio da tarde, um dia depois que Sienna tinha alertado para a incursão Psy, Hawke se agachou em um canto ensolarado de uma pequena clareira rodeada por antigas sequóias com as raízes da espessura do corpo de um homem adulto e pontilhada com uma miríade de flores selvagens adaptadas ao clima frio de montanha. — Ei, Rissa. A única resposta foi o silêncio. Mas era um silêncio pacífico. Como este lugar era pacífico, um paraíso sempre que ele precisava de um. E hoje, ele precisava desesperadamente. — Todos eles pensam, — ele disse, retirando algumas folhas dispersas para descobrir uma porção de delicadas flores silvestres a sombra do céu do meio-dia, — que eu estou sendo teimoso sem razão. Eles não entendem que estou protegendo. — Ele era brutalmente atraído por Sienna. Tanto melhor, que ele tivesse admitido a si mesmo se a ninguém mais. Mas o fato era cruel: ele poderia lhe dar muito pouco além de uma relação física. — Eu dei meu coração a você há muito tempo. Theresa tinha cinco anos quando ela morreu em uma avalanche. Ele tinha dez. Muito jovem para amá-la como um homem ama uma mulher, ou até mesmo a maneira como um garoto ama uma menina. Mas o lobo tinha entendido desde o momento em que a conheceu que ela era para ele, que ela iria se tornar sua companheira. Eles

tinham

sido

melhores

amigos

desde

aquele


instante,

a

conexão

entre

eles

um

brilhante

fio

que

resplandecia, a sua relação cheia de risos e um prazer que estava além da inocência. Não tinha sido nada como a natureza tumultuosa do desejo que ele sentia como uma lâmina de garras afiadas em qualquer momento que estivesse na vizinhança de Sienna. O aroma dela só poderia deixar seu lobo

insano,

o

gosto

dela

apimentado,

persistente,

enlouquecedor em sua língua. — Lobos só acasalam uma vez, Rissa. — Ele disse, usando o velho nome infantil de animal que ele tinha sido responsável por cunhar. — Todo mundo sabe disso. Mas nós nunca acasalamos. A voz que ele ouvia em sua mente quando pensava em Theresa nunca era o da criança que ela tinha sido, mas da mulher que ela teria se tornado. Uma mulher cheia de calor e gentileza, uma mulher que não teria sido um soldado, mas uma mulher maternal, parte do coração pulsante do bando. — Não importa. — Ele murmurou, recusando-se a desistir de uma verdade que tanto tinha moldado sua vida. — Você foi minha companheira. Nós teríamos acasalado quando nós tivéssemos idade suficiente. O vento sussurrou pelas árvores, através de seu cabelo. Era um toque que sentiu mil vezes ao longo dos anos, e sempre, o tinha deixado centrado e calmo. Hoje, no entanto, quando ele se levantou a seus pés e se afastou do local final de


descanso da menina que teria sido dona de seu coração como mulher, sentia-se estranhamente insatisfeito, fora do eixo. Não era uma sensação que um homem ou lobo apreciava.

SIENNA estava pronta para ir ao território DarkRiver com Judd, perto das oito horas, naquela noite. Vendo Riordan enquanto deixava seus aposentos, ela levantou uma mão. — Oi. — Hey. — Ele parou alguns metros de distância, passando de pé para pé e evitando o olhar dela. — Você está bem? Hawke estava muito chateado e selvagem quando ele saiu naquela outra noite. — Você sabe que ele não faria mal a nenhum de nós. — Ela não fez nenhuma tentativa de esconder seu choque por ele apenas ter perguntado, isso era incompreensível. Rubro, Riordan olhou para cima. — Uh, sim. Isso não é disso que eu estava falando. Sienna o olhou. — Jesus, Sin ele deixou claro que você era dele. Um golpe de memória, um corpo duro de macho


segurando-a perto o suficiente para beijá-la, sua voz íntima, rugosa contra seus sentidos, suas mãos tão grandes e quentes em sua pele. — Não. — Ela forçou a resposta. — Não há nada. Ele não permitiria que houvesse. — Você tem certeza? — Os olhos de Riordan plissaram nos cantos. — A coisa é, ninguém mais vai vir para perto de você agora. — Está brincando. Ele deu de ombros, com uma mão empurrou através dos cachos chocolate escuro. — Ele é o alfa, baby. Só um idiota iria tentaria roubar em seu território. Ela rangeu os dentes. — Eu. Não. Sou. Seu. Território. — Ei, olha, não é Marlee? Sienna virou automaticamente. Riordan estava longe de ser visto quando ela percebeu que tinha a tinha enganado e girou para encará-lo. — Covarde — Ela gritou, antes de continuar seu caminho. Ela correu para Evie não muito longe da saída, e no apartamento perguntou-lhe se o outro novato tinha jorrado besteiras.


Sua amiga fez uma careta. — Hum, não. Hawke definitivamente tinha a vibração alfa-possessivo acontecendo. — Ele não me quer. — Não o suficiente para ver além de seus preconceitos. Sua mandíbula apertou, ela tencionou os músculos como se em prontidão para uma luta. Teimoso, homem arrogante, irritante! — Hey! — Evie colocou a mão no braço de Sienna. — Talvez seja uma boa notícia. Seriamente, qualquer mulher que o levar vai precisar de bolas de metal. Grandes. — Você está dizendo que os meus são muito pequenos? — Era mais fácil ser sacudida, atiçar o calor de sua raiva frustrada, do que reconhecer a dor dentro dela, a contusão que continuava a crescer cada vez mais, apesar de todos os seus votos para não permitir este impulso selvagem na direção de Hawke. — Espertinha. — Rindo, Evie balançou a cabeça. — Olha, se realmente não está acontecendo nada, ele tem que se certificar de que os machos do bando saibam disso. Caso contrário, não só a sua vida de namoro entrará em um espiral de morte no interior do bando, como os meninos vão assustar qualquer outro macho changeling, ou humano, que se atreva olhar em sua direção. — Não? — Sienna não tinha nenhum interesse em namorar ninguém, mas ela não seria humilhada por ser


reivindicada por Hawke e, em seguida, deixada como uma indesejada. — Você está em torno do componente XY SnowDancer por vários anos. — Evie levantou a sobrancelhas. — O que você acha? — Os machos do bando ficarão juntos. Com esse pensamento circulando em sua mente, ela não estava com nenhum humor para ver Hawke saindo das árvores, perto da Zona Branca, onde tinha ido para esperar por Judd. Seus pálidos olhos de lobo finalmente a viram, e ele mudou de direção para tapar a noite a frente dela. — Aonde você vai? — Ele perguntou, como se tivesse todo o direito de saber. — Não é da sua conta. — Um perigoso silêncio saudou suas palavras... e não ajudaria a si mesma. — A menos que você esteja puxando a fila? Um silêncio apertou sua pele sobre seus ossos, sua pulsação martelava em seus ouvidos. — Tinha que pressionar, não é Sienna? — Pisando perto, perto o suficiente para que ela colocasse a ponta da cabeça para trás para encontrar seu olhar, ele deu um suspiro longo e profundo. — Você mudou o seu xampu. Um calor derretido repentinamente invadiu seu corpo ao som de sua voz, como se estivesse saboreando o cheiro.


— Lara tinha algumas amostras que deu para as mulheres na sala de descanso, esta manhã. A curadora SnowDancer tinha estado em um tipo de humor nervoso, por isso Sienna tinha mantido a boca fechada e levado a amostra quando foi empurrada em sua mão. — São maçãs silvestres. — Ela não tinha idéia de por que disse aquilo, por que ela continuou a falar com ele. — Eu gosto. — Ele levantou a mão para pegar uma mecha de seu cabelo com os dedos. Lutando contra cada célula de seu corpo, ela recuou. — Pare com isso. Não toque. Não aja possessivamente. O lobo de Hawke rondou pela superfície, a presença primária por trás da pele humana. — Oh? — Tudo ou nada. — Ela se manteve firme embora estivesse tremendo por dentro, seu sangue alternadamente ficava quente e frio. — Se você me quiser, me leve. Ou deixeme ir. Um piscar lento, a força de sua personalidade em um pulso contra sua pele, um impulso quase físico. Se ela tivesse sido inteligente, teria recuado, mas era a sua vida emocional que estava na linha, e ela lutou muito duramente para se render a alguém. Mesmo um lobo alfa usando seu domínio. — Eu só descobri depois, — Ela disse através de uma


garganta que estava seca de repente — que nenhum dos meninos me convidará para sair após a cena que você fez no Wild.

Faça um anúncio se precisar. — Ela continuou

enquanto o lobo só a observava sem piscar — Mas certifiquese que eles saibam que eu não sou sua. Sua necessidade para ele era uma garra rasgando suas entranhas. Quando ele finalmente dormisse com Rosalie ou outro membro da matilha, seria feroz para ela, não podia controlar isso, mas poderia muito bem garantir que não tivesse

que

sofrer

a

humilhação

de

ser

publicamente

descartada. Um rosnado baixo fez os cabelos na parte de trás de seu pescoço subir. Permanecer no local era difícil, tão difícil quando tudo o que queria fazer era rastejar para baixo e para cima dele. Não. Não mais. Ele planeja tomar uma amante. O lembrete mental do que ele pretendia fazer para saciar sua fome de lobo foi a última gota. — Quero dizer isso, Hawke. — Ela estava se jogando para um homem que não a queria. — Tão decisivo. — Ele murmurou num tom calmo enquanto a adrenalina inundava seu corpo, a parte primitiva do cérebro consciente: ela estava na presença de um predador. — Está de olho em alguém? Ela não soube o que a fez dizer isto.


— Não. Mas eu não tenho planos para morrer virgem.


Capítulo 12 HAWKE ainda era um predador. — Kit tem sido um bom menino? — Mais uma vez, não é da sua conta. — Recusando-se a ser intimidada, ela olhou por cima do ombro. —Desculpe-me, minha carona está aqui. Hawke deu um passo de lado, para bloqueá-la. — Não. Seu corpo ameaçou prendê-la no lugar, tão forte foi o impacto dele. Apenas sua fúria a manteve em seu curso. Mova-se. Ignorando seu controle, ele continuou a manter seu olhar como o de um lobo selvagem quando ele mesmo dirigiu suas palavras a Judd, que tinha acabado de saltar do SUV. — Onde você a está levando? — Nós estávamos indo ver Sascha, mas eu recebi um contato e preciso seguir imediatamente. — Judd olhou para Sienna. — Tudo bem se adiarmos esta visita para amanhã? — Claro. — Não há necessidade. — Hawke sorriu e estendeu a mão para as chaves. — Eu posso levá-la para os gatos.


Sienna olhou para Judd, enviando-lhe mensagens telepáticas que pareciam não ter voz. — Não, está tudo bem. — Ela disse em voz alta. — Eu posso espe... Mas Judd já estava entregando as chaves a Hawke. — É melhor você ir hoje à noite. — Ele disse. — Essa visita foi previamente acordada devido à segurança de Sascha. — Eu posso dirigir. — Ela apontou entre dentes para o lobo que bloqueava seu caminho. — Judd só viria comigo porque ele queria tomar parte na discussão. — Ela estendeu a mão. — Eu não preciso de uma babá. Para sua surpresa, foi Judd quem parou sua tentativa de fuga. — É tarde. Você nunca dirigiu este rota no escuro e vai estar ainda mais escuro no momento em que você voltar. O

que

está errado com

você?!

Ela

falou

telepaticamente. Eu não posso estar em um carro sozinha com ele. Especialmente quando aqueles olhos azul-gelo estavam um pouco inflamados. Lide com isso. Era uma resposta implacável. Se você precisa que seja a ordem de um tenente, então o considere feito. Ela apertou sua mandíbula, mas de jeito nenhum estava prestes a desobedecer a uma ordem e colocar sua maturidade em questão mais uma vez. Assim, ou ela permitia que Hawke dirigisse, ou ela ficava. Era tentador aproveitar a última opção,


mas não só ela queria ver Sascha, como não daria a Hawke à satisfação de saber que ele descarrilou seus planos. — Eu vou esperar no carro. Ela se escondeu no banco do passageiro, os seus fones sem fio em seus ouvidos, pelo tempo que Hawke terminou de falar com Judd e sentou no banco do motorista. Ele não disse nada até que contornou o SUV ao redor e se pusessem a caminho. Então, se inclinou e tirou o fone dela. — Hey! Mas ele também conseguiu agarrar o pequeno leitor de música de seu colo, jogando-o por cima do ombro no banco de trás. — Eu não gosto de ser ignorado. Ela travou sua mandíbula determinada e torceu-se em seu assento, procurando o leitor de música. Ele deixou-a encontrá-lo... para arrebatá-lo dela um instante depois com a velocidade changeling. Ele jogou-o no banco de trás de novo, junto com o fone ainda em sua mão. — Da próxima vez, eu o jogarei pela janela. — É bem possível. — Ela soltou um suspiro exasperado e removeu restante do leitor, colocando-o sobre o painel. Agora, quem está sendo infantil? Ele deu de ombros, relaxando na cadeira quando ela não fez nenhum esforço a mais para recuperar o leitor de música. — Country e western? — Ele disse enquanto dirigia pela


faixa de floresta SnowDancer mantida deliberadamente bruta, com muita folhagem para impedir rondas, a fim de se certificar de que ninguém poderia deslocar-se sobre a território da matilha por veículo terrestre. — Eu diria que você pareceria ser o tipo de garota rock’n roll. Ela ignorou-o, e olhou para fora da janela. Só que era difícil de ignorar mais de duas centenas de quilos de músculos de lobo macho quando ele não pretendia ser ignorado. Estendendo a mão, ele puxou uma mecha de seu cabelo. — Fale-me sobre Kit. Ela afastou a mão dele, bem ciente de que só conseguiu porque ele deixou. — Kit é inteligente, sexy, e lindo. Um pacote completo. — Ele também era perversamente engraçado e poderia ser encantador da forma única que só um felino poderia ser. Pena que ela teve o gosto terrível da fome por um lobo em seu lugar. As mãos de Hawke apertaram o volante. — Um verdadeiro príncipe. — Você poderia aprender alguma coisa com ele. — Cuidado. — Um aviso silencioso. — Você só tem empurrado até agora. Ela estava muito brava, triste e ferida para tomar cuidado. — Nossa! — Ela disse olhos arregalados de espanto simulado. — Você conseguiu esperar dois minutos antes de


demonstrar seu posto. Para sua surpresa,

ele riu. Era um som aberto,

desinibido, o que prendeu sua absoluta e total atenção. Hawke raramente ria assim, e nunca com ela. Com tal alegria aberta, seu lobo em sua voz, em seu rosto. — Você pode ser um fedelho de verdade. Era difícil manter uma frente resistente quando sua risada estava em volta dela como uma áspera carícia, corroendo suas defesas para nada, mas ela não podia deixá-lo ver o muito que ela era vulnerável quando estava com ele. — Não me fazer mal. — Bem. — Ele disse. — Quando estamos apenas nós, não há hierarquia, não há alfa, nenhum soldado. Apenas Hawke e Sienna. Ela nunca, em um milhão de anos, esperava conseguir que ele deixasse de lado a hierarquia. Sua respiração ficou presa na garganta, as mãos úmidas, de repente. — Sem palavras? — Deu-lhe um olhar de azul gelo antes de voltar sua atenção para a faixa de floresta. Como nunca os olhos de Hawke mudavam de cor, não importando a sua forma, a maioria das pessoas achava impossível dizer se estavam falando com o homem ou o com o lobo. Sienna sempre soube. Sempre. O poder dentro dela reconhecia a mesma energia selvagem no lobo que era a outra metade de Hawke. — Não. — Ela disse por fim. — Penso quanto tempo você


vai ser capaz de cumprir antes de voltar a cair nessas regras. — Continue empurrando, baby. — Ele murmurou com aquela voz baixa e profunda que tocava lugares em seu corpo que nunca fora alcançado. — Vamos ver o que você ganha. — Frustração! — Ela disse, jogando o cuidado para os ventos com uma adrenalina alimentada pela coragem. — Isso é tudo o que já ganhei. Se a atração sexual seguisse qualquer tipo de uma regra lógica, eu estaria na cama com Kit agora, em vez de me sentar ao lado de um homem com muito medo para ter uma chance. Um silêncio carregado. Sienna

não

podia

acreditar

que

ela

tinha

dito

isso. Estava indo longe demais, até mesmo para ela. Hawke era alfa, com ou sem as regras que estavam atualmente em vigor entre eles, o que significava que ele era dominante além de qualquer homem Psy ou humano, e ainda mais que os machos changeling. Homens como ele não deveriam ter sua força questionada em qualquer nível. — Após o seu encontro com Sascha, — ele disse, seu tom de voz sedoso com ameaça, — vamos falar sobre o medo. Sienna recostou-se na cadeira, tentando controlar a corrida de seu batimento cardíaco. Ele podia ouvi-lo, ela não tinha dúvida. Mas ela era Psy, tinha sido uma protegida de Ming LeBon. Ela não ia deixar alguém assustá-la, nem mesmo um lobo changeling predatório tão letal, que os lobos selvagens tratavam-no como seu líder.


Uma barganha. Uma das grandes. A memória das palavras de Evie lhe deu uma confiança um pouco histérica, mas era confiança, no entanto. Usando cada milímetro da vontade que tinha que lhe permitiu manter uma personalidade, mesmo sob o cuidado atencioso de Ming, ela arrancou o seu batimento cardíaco e controlou sua respiração. Não tinha nada a ver com o que ela sentia e tudo a ver com um jogo muito perigoso com um predador que tinha os dentes muito maiores. Um rugido encheu o veículo, encheu seus sentidos, assim que eles entraram na pista que levava a uma pequena clareira não muito longe da casa de Lucas e Sascha. — Você tem um gosto de gelo. —

É

necessário.

Ela

disse

com

uma

calma

fabricada. — Você sabe que é. Ele a pegou em um estado ativo, não muito tempo antes de ela sair da toca e passar vários meses com os gatos. Viu em primeira mão o que ela poderia fazer. Ela escolheu uma seção isolada para tentar suas experiências no aproveitamento da fúria do X-marcador, mas apenas uma hora nesse estado, ela se virou e lá estava ele, um lobo enorme, orgulhoso e bonito. Neste momento, ele não respondeu enquanto conduzia o veículo para uma parada. Ao sair, ela respirou fundo, sentindo como se tivesse escapado da toca de um lobo muito grande, muito mal. Então ela encontrou os olhos de Hawke sobre o capô do SUV. Oh Deus. Com seus olhos de azul gelo e cabelo


de prata e ouro, ele fazia cada fantasia sua vir à vida. E ele estava focado nela, excluindo todo o resto. Ela molhou os lábios secos e viu que seus olhos seguiram o movimento. — Pare com isso. Deu um leve sorriso que fez cada cabelo minúsculo de seu corpo se arrepiar pela atenção. — Quão rapidamente você pode correr? — Era a pergunta de um lobo. — Eu não estou fugindo de você. — Ela se manteve firme. — Vamos ver. — Empurrando o SUV, ele abriu o caminho para a cabana. — Você precisa ir embora enquanto eu estiver falando com Sascha. — Ela disse depois que esteve certa de que o lobo não estava disposto a cumprir sua ameaça. Para sua surpresa, ele não argumentou. — Eu vou para uma corrida. Luc não gosta de mim perto de Sascha no momento. — Sério? — Assustada, ela olhou para onde o alfa DarkRiver estava esperando com sua companheira, uma pequena luz iluminando a área ao ar livre. — Eu pensei que houvesse confiança entre vocês dois. —

Sua

companheira

está

grávida. Isso

muda

o

equilíbrio. — Erguendo a mão em uma saudação para o casal alfa, ele olhou para ela. — Vou estar de volta em uma hora. É


tempo suficiente? Ela não confiaria em sua cooperação repentina, mas tentou manter o seu próprio tom como profissional. — Vinte minutos a mais? — Tudo bem. — Então ele se foi, uma sombra suave no escuro. Seu coração deslizou em torno de seu rígido controle mental para bater contra seu peito por testemunhar sua velocidade incrível. Se Hawke nunca fez perseguição, seria melhor que esperasse que ela tivesse um inferno de um ponto de partida. Então, novamente, poderia ser mais divertido ser pego. — Sienna. — A voz de Lucas rompeu sua atordoada percepção de que ela não era tão avessa à idéia de brincar de presa do lobo de Hawke quanto ela pensava. Cobrindo a distância até a cabana, ela sorriu, esperando que sua distração não aparecesse. — Oi. — Pegue uma cadeira. — O leopardo se levantou da cadeira própria. — Vou ficar fora do alcance da voz e verificarei se a sentinelas estarão, também. Sienna sabia a razão para a cortesia: era porque o seu vínculo de acasalamento com Sascha significava que ele saberia o instante em que ela se sentisse ameaçada de alguma forma. — Obrigada.


Lucas saiu em silêncio com graça felina. Ficando de pé no mesmo instante, Sascha acenou para que Sienna a seguisse para dentro. — Está aquecido lá. Além disso, tenho a sua fatia de chocolate com seu caramelo favorito. Uma faísca de alegria infantil. — Sério? — Era difícil para ela resistir aos doces. Na Net, não era permitido a ela nada sensual, incluindo alimentos. Desde que saiu, ela queria se fartar. De alimentos, de sentir... mas principalmente de Hawke. Um calor floresceu em seu corpo, e ela teve que se concentrar para entender as próximas palavras de Sascha. — Eu a escondi de Lucas no ninho antes das sentinelas chegarem aqui para uma reunião esta noite. Caso contrário — uma

risada

quente

teríamos

sorte

de

raspar

uma

migalha. Sente-se. Vou pegar o chá. Sienna cutucou Sascha. — Eu vou fazer isso, sei onde está tudo. — Trazendo o pote para a mesa, ela colocou de lado a infusão enquanto Sascha cortava a fatia. —

Então,

a

empata

disse,

colocando

o

rico

achocolatado deleitoso em seu prato, — Hawke quer perseguir você. Sienna congelou. — Lucas ouviu todo o caminho até aqui? — Uh-huh. E Hawke sabia que ele o faria.


Sienna demorou vários segundos para processar as implicações dessa declaração. — Ele me disse afincadamente que não poderia haver nada entre nós. — No entanto, ele tinha acabado de chegar perigosamente perto de estacar outra reivindicação. — Hmm. — O quê? — Era um alívio poder falar sobre isso com Sascha. Enquanto Índigo tinha se tornado sua amiga e guia, em muitos aspectos, Hawke era um assunto que Sienna hesitava em discutir com ela, Não queria colocar o tenente em uma posição desconfortável. — Eu ouvi o que aconteceu no Wild. — Eu ainda poderia chutá-lo por isso. — Derramando o chá, ela empurrou um dos esquisitos copos em forma de tulipa na direção de Sascha. — Ele me tratou como se eu tivesse dez anos de idade. — Exceto quando ele bateu na bunda e manteve

a

mão

ali. Suas

coxas

se

apertaram

com

a

lembrança. — É isso, não é? — O tom de Sascha era gentil. — A questão da idade. — Nada que eu possa fazer sobre isso. Eu sempre vou ser mais jovem. — Com medo de quebrar o copo de água com a força de seu aperto, ela o afastou. — Mas, — acrescentou, a voz vibrando com sentimento, — eu não apenas sobrevivi e ganhei o controle das minhas habilidades, eu fiz isso fora da PsyNet. Dificilmente o agir de uma criança. — Ela ganhou o


direito de viver a sua vida como quisesse. — Eu não estou a ponto de deixar que sua Alteza Lobo ignore tudo isso porque se torna mais fácil para ele não reconhecer... Sienna

mordeu

suas

palavras,

mas

Sascha

não

precisava delas. A partir do momento que ela tinha visto a jovem X com Hawke, ela sentia um puxão entre eles. Não tinha nome no início, não havia definição. Mesmo agora, permanecia uma coisa crua, sem nome, mas era poderoso. Poderoso o suficiente para ter Hawke substituindo suas próprias decisões sobre manter Sienna à distância, poderoso o suficiente para tê-lo arrastado para fora das sombras. A primeira vez que Sascha tinha tocado Hawke com seus sentidos empáticos, ela sentiu raiva de sangue, de tal forma que ela cambaleou por causa dele. Este homem, ela pensava, nunca iria amar, não enquanto a raiva que era uma névoa vermelha, estivesse em sua visão. Mas, então, ela o tinha visto com Sienna. Mês a mês, ano a ano, a estranha alquimia de sua relação conflituosa havia retirado o veneno da raiva até que o que restava era um reluzente lâmina, afiada, ainda letal, mas muito mais saudável. No entanto, Sascha havia sentido algo mais naquela noite, quando Hawke pediu a ela para provar a E-designação que reivindicava. Era uma verdade que ela nunca diria em voz alta, um segredo empático que ela nunca partilharia, mas havia uma solidão profunda dentro do lobo alfa, uma parte de


si mesmo que estava separada mesmo de sua matilha amada. Se Sienna pudesse chegar a esse selvagem coração quebrado. . . — Um alfa, — Sascha começou, querendo dar a outra cardeal toda a ajuda que pudesse — precisa que sua mulher vá até ele despida de toda a pretensão. Sem barreiras. Sem escudos emocionais. Eu sou uma pessoa que Lucas sabe que é sua, sem dúvida, a única pessoa que vai ficar ao lado dele, não importa o que aconteça, que vai lhe dizer a verdade mesmo que seja dura. Sienna, a seu crédito, não evitou a discussão franca. Em vez disso, os olhos estrelados ficaram como a meia-noite em intensa concentração. — E os sentinelas? — Isso também, é um tipo raro de confiança, mas... — A ligação era quase impossível de explicar a outra pessoa, mas era

necessário

que

Sienna

entendesse,

então

Sascha

encontrou as palavras. — Para mim, ele nunca, jamais é meu alfa. Ele é simplesmente Lucas, o homem que detém o meu coração. — Isso não é... A profundidade dessa vulnerabilidade não o coloca em uma posição mais fraca, dada a dominância natural de alfa? — Não, porque dou o mesmo de volta. — Amava-a com todo o poder selvagem e feroz devoção do coração da pantera. — Ele dá mais.


Eu

não

sei

se

eu

posso

ter

esse

tipo

de

relacionamento com Hawke. — Sienna murmurou. — Mesmo se eu conseguisse fazê-lo ouvir, fazê-lo ver. — Não era desânimo, mas uma contemplativa declaração. — Ele não é como Lucas. — Sascha esperou. — Eu entendo que Lucas poderia e iria me matar com um único golpe, se ele me considerasse uma ameaça para você ou o resto do bando. — Sienna disse. — Mas ele sorri e ri e brinca. — Hawke faz mais do que sua cota de provocação. — Sascha não poderia contar o número de vezes que o lobo tinha flertado com ela, a fim de irritar Lucas. Sienna empurrou a fatia de chocolate de seu prato. — Ele nunca brinca comigo. — Os lobos têm um estranho senso de brincadeira de acordo com o meu companheiro. — Sascha sacudiu a cabeça. — Ele permite você deixá-lo louco, não é? — Ele me puniu. Sascha riu da declaração descontente. — Você provavelmente merecia. — Sim, eu fiz. — A carranca, Sascha adivinhou, era auto-dirigida. — Mas ele me deu a luz verde para ignorar a hierarquia enquanto estivéssemos sozinhos. Sascha sentou-se, o seu espanto tão grande que o bebê chutou, querendo saber o segredo. Alisando a mão sobre a barriga, ao mesmo tempo em que acalmava a mente ativa de seu filho, ela usou a outra mão para tocar Sienna.


— Nesse caso, — uma faísca brilhante de esperança dentro dela — se você tiver que emboscá-lo, faça-o quando ele estiver sozinho.

Capítulo 13 Quase pronta para seu encontro, Lara alisou o vestido


sobre seus quadris. Era um de um brilhante amarelo sol, uma compra impulsiva que estava certa que iria ter uma vida curta definhando em seu armário antes que jogasse fora. Mas Drew, de todas as pessoas, a tinha convencido a dar uma chance, e o que era surpreendente, parecia impressionante contra o bronzeado naturalmente escuro de sua pele. O design em si não era sofisticado. O vestido tinha um pescoço quadrado simples e alças grossas, o corpete ajustado até

a

cintura,

onde

brilhava

em

um

suave

espiral. A

reminiscência do vestido feminino da década de 1950, ela pensou, colocando brincos que ela tinha comprado em uma barraca de rua, durante uma viagem a Nova York. A queda Uma pequena cascata de girassóis brilhavam alegremente através dos cachos negros de seu cabelo. Depois de escorregar uma pulseira de ouro fino, ela puxou as sandálias de tiras que havia comprado movida pela mesma frustração e antecipação nervosa, na mesma viagem de compras, que resultou no vestido amarelo. Um envoltório para afastar o ar da noite e uma pequena e meiga bolsa vintage, frisada com cores brilhantes completavam o look. Talvez ela nunca ganhasse nenhum prêmio de modelo, pensou com determinada confiança, mas ela parecia bem. A batida veio um segundo depois. Abrindo a porta, ela disse. — Está na hora certa. — Disse ao homem do outro lado. Kieran lançou aquele sorriso brincalhão que era sua


marca, uma covinha profunda vincando uma bochecha. — Não quero chegar tarde quando eu finalmente tenho a mulher mais bonita do bando concordando em ir a um encontro. Com sua pele num tom mais claro de marrom do que o dela próprio e hipnóticos olhos cinza-esverdeados, cortesia de seu pai Tajik, Kieran era um desavergonhado flertador. Ele também era vários anos mais jovem do que ela e tinha quebrado mais corações na cova do que a maioria dos outros homens combinados... mas também Kieran sabia como fazer uma mulher se sentir bonita, desejada. Hoje à noite, depois de não ter saído com um homem por seis meses, desde a primeira vez que Walker tinha parado para um café tarde da noite, Lara precisava sentir exatamente isso. — Onde você está me levando? — Eu pensei em um restaurante italiano no Wild. Eu sei que você ama o seu gelato. — Você fez o seu dever de casa. — Ela deslizou o braço no dele, apreciando-o apesar dele não ter feito seu lobo congelar em antecipação, antecipar-se em pânico quando estava perto, não fez seu coração saltar uma batida. Kieran respondeu quando eles dobraram a esquina, mas suas palavras foram perdidas no ruído alto dentro de sua cabeça. Ela viu Walker vindo pelo corredor, o azul desbotado da calça jeans em um contraste com o fundo marinho de sua


camisa. Masculino e confiante, ele caminhou com passos de um homem à vontade com seu corpo... um corpo que era todo músculo magro e força. Ela não o tinha visto desde sua conversa na floresta, embora soubesse que ele tinha vindo à procura dela na outra noite. Foi pura sorte ela não tê-lo encontrado, mas mesmo se tivesse, ela teria lidado com isso. O tempo de evitar Walker acabou, e enquanto ela não pudesse retomar a sua amizade, não havia nenhuma razão pela qual não pudessem manter uma relação cordial. — Oi. — Ela disse quando ele parou. Aqueles olhos verdes claros deslizaram sobre ela e Kieran, antes de voltar para ela. — A temperatura caiu. — Ele disse. — Você deve levar um casaco. Kieran riu, deslizou o braço ao redor dela. — Ei, cara, se ela tiver um casaco, como é que eu vou usar a desculpa do frio para abraçá-la mais perto? Walker saiu com um breve aceno de cabeça. Foi só depois que ele se foi que Lara percebeu que havia parado de respirar.

HAWKE tinha a intenção de ficar bem longe de Sienna depois que voltou de uma visita a Theresa. Assim, ele não tinha ideia de por que estava esperando por ela no carro 90


minutos depois de tê-la deixado, a antecipação queimava lentamente cada célula do seu corpo. Não foi nenhuma surpresa ver Lucas andando em sua direção. — Você recebeu meu recado? — O leopardo alfa perguntou quando se aproximou. — Sim. A revisão do plano de evacuação pareceu bom para mim. — Em um ponto, ele e Lucas estavam de glorioso acordo: era malditamente excelente ter um acasalamento de tenente-sentinela. Não que Riley e Mercy particularmente gostassem de sua alegria. — Tudo ficará mais rápido. Lucas passou a mão pelo seu cabelo na altura dos ombros. — Não precisamos considerar uma evacuação de nossa própria terra, mas os bastardos foram ficando mais espertos e mais focados em cada tentativa. Aprenderam mais sobre nós. — Assim como nós. Se eles vierem para a guerra, vai ser um campo de jogo nivelado. — Isso não era falsa confiança: Hawke se certificou de que SnowDancer nunca mais fosse um alvo indefeso. Ele tinha 15 anos, quando tomou o controle do bando, mas ele entendia a sombria realidade do poder Psy melhor do que ninguém, sua infância tendo terminado em um spray de sangue e traição causado pela fria raça psíquica. Então, ele odiou todos eles. Agora, ele sabia que era só o Conselho e seus lacaios que eram os inimigos. — Eu estava pensando se eu deveria ir dizer olá para a


querida Sascha. Na verdade, sua mente estava em outra mulher, uma com cabelo vermelho rubi e uma boca que tinha uma maneira de dizer às coisas que tanto divertia como irritava seu lobo. — Vá em frente. — Palavras serenas, os olhos verdes de gato brilhavam. Hawke sorriu, seu lobo encontrou na ideia de cutucar o alfa leopardo, uma distração divertida para sua compulsão de jogar certa Psy para o chão. — E se ela me convidar? Eu deveria chamar, vamos, ela sabe que eu gostaria de vê-la. Um dar de ombros lânguido. — Se você quer seus dentes em sua garganta, vá em frente. — Tem certeza de que quer deixar Sascha louca? — O lobo riu, um som rouco e baixo pela postura de Lucas pronta para a batalha. — Eu sou uma de suas pessoas favoritas, depois de tudo. Ao invés de rosnar, o outro alfa começou a sorrir um tipo muito felino de sorriso. — Você sabe, eu acho que talvez devesse convidar Kit mais vezes. Ele adoraria ver Sienna novamente. Hawke rosnou antes que pudesse se conter. O maldito leopardo sorriu. — Engraçado. — Murmurou Hawke. — Da minha perspectiva, foi hilário. — Lucas descruzou


os braços, deslizando as mãos para os bolsos das calças pretas que ele usava com uma T-shirt de uma cor que combinava com seus olhos. Hawke sabia sem perguntar, que Sascha tinha comprado aquela T-shirt. — Eles não são namorados, mas ele é muito protetor com ela. — Lucas disse quando Hawke estava prestes provocá-lo com sua elegância de alfaiataria em retaliação a piada do outro homem. — Só para você saber. Hawke não se incomodou em responder: ele comeria o alfa gato bebê no café da manhã. — O que José disse quando você falou com ele? — Adivinha. — Lucas balançou a cabeça. — Venha para uma

cerveja

amanhã

à

tarde. Sascha

estará

com

Tammy. Vamos conversar. Era estranho, ele se tornou quase amigo deste alfa que uma vez tinha sido um adversário. — Vou ver se consigo vir. Pode ser uma reunião de um comitê. Lucas assentiu um instante antes de Hawke perceber a primeira sugestão de um perfume requintado, familiar na brisa. Folhas de outono, especiarias e força. Seu lobo se estendeu intoxicado para ele. Talvez ela não fosse sua companheira, mas o animal não estava incomodado. Ele ainda queria que o homem a tomasse, reclamá-la. Mordê-la. Jesus. — Vocês duas tiveram uma boa conversa? — Lucas


perguntou, caminhando para tocar com as costas da mão no rosto de Sienna em uma carícia suave. A única razão pela qual o lobo de Hawke não estripou o outro homem, era porque a companheira de Lucas andava com Sienna. E Sascha poderia ficar um demônio se ele se comportasse assim. Principalmente. — Olá, Sascha querida. — Ele murmurou, baixando a voz. — Sentiu minha falta? — Homem terrível. — Sascha disse, tentando contornar seu companheiro. Lucas se recusou a deixá-la passar. - Tanto quanto você. — Mas ela permitiu Luc envolvê-la em seus braços e pressionar os lábios em sua têmpora. — Eu já te disse que conheci uma empata antes? — Hawke

disse,

comprando-se

tempo

para

temperar

sua

resposta a Sienna. — Ela fazia parte de SnowDancer quando eu era criança, era companheira de um lobo um tempo antes do Silêncio. — Zia tinha perto de cento e cinquenta anos, um baixo gradiente E, mas foi uma das primeiras a perceber que algo estava errado na matilha. Se as pessoas a tivessem ouvido. Os olhos de Sascha ficaram enormes. — Não, você não o fez! Por que ... Lucas a apertou. — Ele está tentando seduzi-la com suas histórias. Vá embora, lobo. — Lucas!


Sienna estava sorrindo quando ela olhou para o casal, mas o sorriso desapareceu quando encontrou o olhar dele. Isso o fez pensar o que ela vira. — Vamos. Ela entrou no SUV sem dizer uma palavra, e depois acenou um adeus para Lucas e Sascha. Desconfortável em como seu relacionamento estava com Sienna, Hawke gostaria de estar ao seu redor, um fato de que ele estava certo que seria uma surpresa para ela. Mas quando ela não estava lutando contra ele, ela era inteligente, com uma sagacidade que o lobo achava infinitamente divertido. — Quer ir para uma corrida? — Ele perguntou assim que atingiu a borda do território da matilha. — Eu prometo não persegui-la. Uma explosão exuberante de excitação feminina o fez ranger os dentes para combater a instintiva resposta de seu corpo. — Estarei longe mais rápido que você. — Ela disse, finalmente. — Não como Judd. — Não tem que ir rápido. — Ele deu de ombros, o lobo feliz porque ela não disse que não. — Algumas vezes, é apenas sentir o vento contra o rosto, a terra sob seus pés. Ela puxou as mangas de sua camisa que estava dobrada, para as pontas dos dedos. — Tudo bem. — Está frio. — A Sierra Nevada tinha escorregado para a


beleza calma da noite, o calor dos raios de sol muito distante. — Deve haver um moletom na parte de trás que você possa usar. Torcendo em sua cadeira, ela pegou o suéter... e o leitor de música. Atirando-lhe um olhar sujo, ela colocou o pequeno dispositivo sobre o painel e desafivelou seu cinto de segurança o tempo suficiente para puxar o grande suéter cinza. Rapidamente, ela estava coberta pelo seu cheiro. Observando-a arregaçar as mangas para seus pulsos, ele escondeu a sua satisfação possessiva atrás de um preguiçoso comentário. — Você é meio pequena, Sienna. — Ela nunca pareceu assim, sua personalidade era de alguém muito maior e mais forte de forma que ele apostava que se pedisse para as pessoas da toca para descrevê-la, a maioria lhe daria pelo menos metade de um pé de altura extra e mais músculos. — Talvez você seja muito grande. — Ela continuou a dobrar as mangas com precisão metódica. Sorrindo ao ser insultado tão educadamente, ele não disse nada até que estacionou o veículo numa das pequenas estradas do território. Sienna era forte mais do que o suficiente para cobrir a distância restante a pé. — Pronta? Ela já estava abrindo a porta. — Eu não conheço essa área. Ele não se surpreendeu. O território da matilha era um


deserto vasto e amplo, a maior parte inacessível para veículos e, ao contrário dos lobos, Sienna não poderia explorar a maior área a pé. — Eu quero mostrar algo. Ela subiu em uma árvore caída no caminho, e ele teve que parar para alcançá-la e pegando-a, acariciou sua cintura com as mãos quando a deslizou, bem devagar, até que ela ficou sobre seus próprios pés. Seus movimentos eram suaves e ágeis: Índigo tinha feito um bom trabalho com a sua formação, mas foi a vontade de Sienna, que a levou a tornar-se tão boa quanto era. Hawke sabia da ofensiva capacidade de cada soldado no bando, e, deixando de lado sua capacidade psíquica, Sienna era excepcional para alguém que não era changeling. — Um pouco mais longe. — Ele disse quando chegaram a uma área de coníferas entrelaçada com uma escura e delicada videira verde. Pegando uma pinha pequena do chão da floresta, Sienna esfregou seu polegar sobre as ásperas arestas. — Você estará fazendo algo amanhã à noite? Ele percebeu uma mordida nervosa em seu cheiro, pegou também, a determinação. Seu intestino apertou. Sienna. Machucá-la era a última coisa que ele queria fazer, mas não iria dar esperanças. — Eu tenho planos.


Os olhos cardeais encontraram o dele. — Rosalie? — Uma única palavra frígida. Seu lobo mordeu seus lábios. — Ela é um lobo adulto, e é uma amiga. — Ao contrário de uma menina imatura que você não pode ficar. — Um desafio, o desafio lançado. Ele percebeu. — Eu preciso de algo que ela pode me dar. — Rosalie era lobo o suficiente para aceitar e oferecer a intimidade física que seu próprio lobo desejava sem esperar uma profundidade de compromisso que ele simplesmente não podia dar... e tanto quanto ele valorizava sua amizade, Rosalie não o tentaria marcá-lo com sua reivindicação, mesmo sabendo que iria destruí-la no final. A pinha escavou na palma da mão de Sienna, mas ela quase não a sentiu contra a dor do golpe que Hawke tinha dado. Por que ela fez a pergunta, embora soubesse a resposta? Não era nada que um Psy, um verdadeiro Psy, tivesse feito. Mas como era esse homem, tinha pouco controle, como a criança que ele a chamou. — Será que é suficiente? — Ela perguntou com uma fúria que ansiava por sangue. — Apenas o ato físico. — Não tente inferiorizar isso. — Frias, frias palavras. — Você esteve na toca tempo suficiente saber que não usamos o outro. Não, eles não faziam. Isso tornava muito mais difícil de suportar. Com lobos, o contato sexual era quente, alegre e


precioso. Rosalie ficaria com Hawke com a afeição genuína de um membro da matilha, deleitando-se em ter um parceiro que pudesse muito bem, aliviar suas próprias necessidades físicas porque, apesar de Sienna ser inexperiente, ela entendeu que Hawke nunca deixaria uma mulher insatisfeita. Ele era um macho muito dominante para aceitar qualquer coisa, exceto a rendição erótica total na cama. E quando ele e Rosalie se separassem, depois de um dia ou um mês, seria com sorrisos e gargalhadas. Ela tinha visto o mesmo com os outros membros do bando, sabia que vários dos seus amigos estavam envolvidos em relações afetivas, sexuais, que não seriam permanentes, mas seriam respeitados e acarinhados. — Desculpe. — Obrigou-se a dizer, náuseas gelavam seu estômago. — Isso foi desnecessário. — Com o peito tão apertado que doía, ela disse. — É este o caminho para o taco? Feliz que sua voz saiu calma, não traindo nenhum dor que ondulava em uma bola fetal dentro de sua mente. Porque não importava quanto tempo a sós teria com ele, ela teria que passar as noites sabendo que as mãos fortes acariciavam a pele de outra mulher, seios de outra mulher. — Não. — Sua voz era uma carícia lenta, uma provocação involuntária. — É um pequeno desvio. — Eu gostaria de voltar. — Naquele momento, a última coisa que queria era estar ali, com ele, não quando ela quase podia odiá-lo pelo que ele foi capaz de fazer a ela.


— Fazendo birra, Sienna? — Palavras cruéis, que acariciavam como se de repente, parecessem uma lâmina. — Eu pensei que você tivesse se aposentado dos atos de criança mimada. Como você se sentiria se a mulher que você queria além de todas as outras planejasse outro homem em sua cama? Ela não gritou as palavras, segurando-se em seu orgulho

esfarrapado. Suficiente. Exatamente...

Suficiente. Algumas coisas, uma mulher não poderia aceitar e viver com ela. — Por que estamos aqui? — Ela perguntou sua voz tocada pelo gelo. — Por que estamos caminhando sob as estrelas, tarde da noite? Os pálidos olhos de lobo brilharam para ela no escuro, o olhar de um homem habituado a fazer exatamente o que queria. —

Somos

companheiros

de

matilha. É

uma

bela

noite. Simples assim. — Mentira. — Renúncia dura que raspou cruamente por sua garganta. — Está me dando apenas o suficiente para ter certeza que eu não consigo te esquecer e o suficiente para eu não ir de encontro a seus todo-importantes princípios. Bem, foda-se. — Calmas, palavras calmas, porque ela não iria gritar e gritar, não lhe permitiria ver sua ruptura. — Eu não quero as migalhas de sua mesa. — Virando-se em seu calcanhar, ela começou a andar através das árvores na direção que ela


pensou que iria levar para casa. Sienna. Ela não podia, não pararia. Se o fizesse, ele iria ver as lágrimas queimando nas costas de seus olhos, ver o que ele fez com ela, e sua humilhação seria completa. — Pare agora. As palavras estavam contra seu ouvido direito, o lobo tinha se movido com velocidade sobrenatural. Era demais. Ela quebrou.

HAWKE estava prestes a fechar a mão em torno da nuca de Sienna quando ela virou para encará-lo,

os olhos

desprovidos de estrelas. Sabendo do que ela poderia fazer, ele esperou um ataque, mas ela tomou uma profunda respiração, baixou a cabeça... e ficou em chamas. Um vermelho violento lambeu-a com flâmulas de âmbar, o inferno exalava nenhum calor, e ainda assim ele sabia sem dúvida que era letal além de qualquer coisa que o homem conhecia. Combateu freneticamente as tentativas do lobo para chegar, para proteger, ele se obrigou a ficar no lugar e olhar, realmente olhar. Ela estava bem dentro do fogo. Não, não era bom. Cada músculo em seu corpo estava rígido, seu cabelo soprando seu rosto em uma brisa selvagem psíquica, mas o que quer que fosse que o fogo exigia dela, sua pele ficou intocada.


Mesmo sendo capaz de vê-la segura, os dez segundos que ela passou no coração do fogo foram os mais longos de sua vida. — Faça isso de novo, — ele rosnou no instante em que o fogo apagou, — e eu juro que vou jogar você dentro do lago. Ela levantou a cabeça, as brasas continuavam a cintilar em seus olhos. — Eu gostaria de ver você tentar. O lobo não estava acostumado a ser tão categoricamente contestado. — Que diabos foi isso? — Ele a tinha visto exercitando sua capacidade antes, mas nunca assim, até que ela foi consumida por ele. — A simples liberação de energia. — Ela começou a se afastar dele novamente. Seu lobo viu vermelho. — Bebê, se... — Não. Me. Chame. De. Bebê. Virando-se em seu calcanhar, ela o encarou com seu olhar potente por tais poderes destrutivos, os homens menores poderiam ter tremido. Mas ele era um lobo alfa, e se Sienna pensava que ela iria fazê-lo recuar, ela teria uma surpresa. — Vou chamá-la de qualquer coisa que eu bem entender. — Ele entrou no seu espaço pessoal, até que ela teve que recuar ou roçar seus seios contra o peito com cada respiração.


Ela se manteve firme, o que, paradoxalmente, agradou o lobo. — O único homem, — ela disse, com palavras envoltas em uma escuridão fria que ele não tinha visto desde seus primeiros dias após a sua deserção, — que vou permitir usar esse carinho especial vai ser o meu amante. Você não está mais na corrida para a posição. A raiva que rasgou por ele era uma besta que o assolou cheio de garras e dentes. Mas ele reprimiu as demandas primordiais que queriam escapar. E disse às palavras que a manteriam com ele um tempo mais. Sim, ele era um canalha egoísta, mas nunca defendeu ser o contrário. Não quando estava com Sienna Lauren. — Eu nunca mostrei este local a mais ninguém. A escuridão fria recuou para revelar as estrelas em seus olhos. — Está brincando comigo. Uma forte vulnerabilidade em seu rosto, sua alma despida. Não tinha balançando tanto quanto ele queria que ela visse. A necessidade se tornou um incessante dor agora. — Não a torna menos verdadeira. — Seu lobo esperou. Quando ela voltou a andar ao lado dele de novo, ele apertou sua mão para não estender o punho até a joia sedaescura de seu cabelo, puxá-la para perto, perto o suficiente para que ele pudesse esfregar seu rosto contra ela... perto o suficiente para que ele pudesse persuadir seu animal a fundir-


se com ela. — Será que todos os Xs têm o cabelo como o seu? — ele perguntou com a necessidade de ouvir o som de sua voz, já que ele não poderia ter o toque da sua pele. Um olhar verdadeiramente assustado. — Eu não sei. Mas é engraçado como o meu cabelo se encaixa, não é? Fogo escondido nas trevas. Sim, o seu cabelo se ajustava. — Fale-me sobre suas habilidades. — Você já sabe. — Não de você. — Judd lhe tinha dado todas as informações, instruiu-o sobre o que fazer se Sienna alcançasse o estado crítico e os outros da LaurenNet estivessem paralisados. Seu lobo rosnou. Hawke tinha feito algumas decisões cruéis em seu tempo, mas ele não sabia se ele conseguiria provocar nela esse tipo de dor, do tipo que a levaria a inconsciência imediata. Houve um longo silêncio da mulher ao seu lado. À medida que os minutos passavam, ele começou a ouvir o farfalhar fraco no mato, criaturas noturnas começavam a fazer o seu trabalho novamente após a explosão brutal do poder de Sienna. — Eles chamam isso de fogo frio... X-fogo. — Ela disse, finalmente. — Ele pode queimar as coisas em cinzas... corpos a cinzas, dentro de microssegundos.


Ele ouviu a velha dor em suas palavras. — Você era uma criança? Deu um aceno áspero, mas se afastou de seu toque, recusando o conforto. Sua voz, quando veio, disse-lhe que não iria falar sobre a dor da sua infância. Ela estava revestida de gelo, mas ele ouviu o tremor abaixo. — O fogo frio é a primeira onda. O poder tem a capacidade de se erguer, até que alcança... — Outro silêncio, seu batimento cardíaco sincronizando com o seu próprio. — Sinergia, é chamada de sinergia. Se algum dia eu chegar à sinergia... — Uma afiada inalação. — Há uma razão para eles nos chamarem de armas que respiram. — Virando-se para ele, pela primeira vez desde que tinha começado a falar, ela lançou-lhe um olhar penetrante. — Você não tem que se preocupar com o bando estar em perigo. Às vezes me assusta a possibilidade de perder o controle. — Ela disse com honestidade crua. — Mas isso significa que eu passo ainda mais tempo fortalecendo os meus escudos. Temos também um aparelho à prova de falhas apenas no caso de acontecer. Entendendo que aquela à prova de falhas poderia muito bem ser algo letal, ele disse. — Você realmente acha que eu deixaria você ir tão facilmente? Viu um olhar implacável de olhos que estavam, de repente, décadas mais velhas que ele. — Eu não sou sua para que me deixe ir.


RECUPERADO

DE

COMPUTADOR

2

(A) TAGS:

correspondência pessoal, PAI, AÇÃO NÃO NECESSÁRIA DE: Alice <alice@scifac.edu> PARA: <ellison@archsoc.edu> pai DATA: 18 de novembro de 1971 às 10:32 Assunto: Re: Re: Re: Artigo JA Querido papai, Obrigado por seu último e-mail. Sim, você está certo. O que eu estou fazendo, pode um dia ajudar a Xs. É a isso que tenho

que

agarrar-me

quando

as

coisas

ficam

mais

difíceis. Esta é apenas uma nota rápida enquanto estou em Paris,

prestes

a

ir

ao

encontro

de

um

dos

meus

voluntários. Ele é um fascinante rapaz inteligente, espirituoso, e muito calmo para sua idade. Tenho notado isso com todos os Xs que eu conheci pessoalmente. Eu odeio escrever isso, reconhecer a razão por trás disso, mas é como se eles vivessem suas vidas em um avanço rápido, envelhecessem


antes que fossem jovens. Vou escrever novamente após o encontro. Amor, Alice

Capítulo 14 Era fim de tarde, tanto Toby quanto Marlee estavam envolvidos

em

atividades

pós-escola,

quando

Walker

encurralou Lara na sala de descanso da enfermaria, fechando a porta atrás de si. Depois, obviamente, tendo sentido quando ele se aproximou, ela se apoiou no balcão, de braços cruzados. — Sim? — Os olhos, de um tom de marrom amarelado o lembravam do olhar brilhante de uma raposa, com interesse apenas profissional. — Alguém está ferido? Ele repetiu sua posição contra a porta, fazendo uma descoberta inesperada: ele se acostumou com a maneira como Lara o olhava até o dia sobre a falésia. Isso causou uma sensação estranha e aguda no peito para não perceber algo indefinível em seu olhar.


— Como foi seu encontro? Ele perguntou, sem saber por que se sentiu obrigado a perguntar. O sorriso de Lara era uma curva sensual de seus lábios. — Kieran sabe como fazer uma mulher se sentir bem. Uma calma gelada veio à mente de Walker, lançando uma fria intenção em suas veias. Ele era um telepata treinado para trabalhar com as crianças, o seu toque era sutil, mas ele media 7,8 no Gradiente. Isso significava que ele tinha a capacidade de matar sem deixar uma marca. — Ele é mais jovem do que você. — Muito fraco e verde para

garantir

que

Lara

não

sofresse

nenhum

dano,

independentemente de onde sua escolha pudesse levá-la. Lara encolheu os ombros, os seios cheios empurrando contra o tecido cor de ferrugem do suéter de decote em V, que tinha a forma própria para as curvas de seu corpo. — Não muito. — Não foi isso que eu quis dizer. Virando-se, ela começou a preparar o café com rápidos movimentos certeiros dessas mãos capazes que tinham cuidado de muitos na toca. — Não vou dizer que ele não seja um pouco imaturo, mas não são a maioria dos homens em seus vinte e poucos anos? Walker sabia que ela tinha lhe dado as costas muito deliberadamente, a rejeição aguçava ainda mais para tudo o


que estava em silêncio. No entanto, as únicas ordens que Walker tinha sempre seguido eram as que significavam que sua família estaria segura. — Ele não tem idéia de quem você é. Mesmo aos trinta anos, Lara era jovem, muito jovem, para ser o curador designado para a toca. Diferentemente da maioria dos bandos, SnowDancer tinha mais do que um curandeiro disperso em todo o seu vasto território, cada ligação de sangue de um tenente SnowDancer permitia um tipo

de

transferência

de

poder

único

entre

os

changelings. Embora vários tinham décadas sobre Lara, que estava com o sangue ligado diretamente a Hawke, ela angariou sua confiança incondicional e respeito. Suas habilidades de cura eram incomparáveis, mas, além disso, ela tinha a vontade e o coração para lidar com os membros mais dominantes da cova, sem vacilar. Essa mulher merecia um homem tão forte, não um fedelho. — Realmente, Walker. — Lara disse, encarando-o com o copo de café na mão, vários de seus cachos escaparam do coque na base do pescoço para beijar seu rosto. — Você acha que eu iria acasalar com Kieran. — Com um sopro de uma respiração sobre a superfície quente da bebida, ela se aproximou, seu sorriso tão superficial, que ele poderia cortar como um bisturi. — Eu preciso verificar um paciente. Ele tinha a sensação de que ela estava mentindo para ele, mas ele não podia estar certo, então permitiu que ela


passasse, a elegância do seu cheiro quente acariciando-o quando o deixou. Ela estava a meio caminho para os quartos dos pacientes, quando ela olhou para trás e o fitou com aquele olhar marrom de raposa. — Às vezes, — ela disse, — é só sobre sexo.

SIENNA teve a tarde livre, mas depois de completar o curso para uma aula de física avançada, que ela estava tomando através da filial on-line de uma grande universidade, ela decidiu ir direto para a Zona Branca e aos voluntários para ajudar com as atividades pós-escolares. Enquanto caminhava, ela tentou manter sua mente em áridos fatos acadêmicos, mas era impossível não pensar na tempestade emocional e beleza escura da noite anterior. A gruta carregada de musgo que Hawke a levou após o frio ardente de sua capacidade tê-la envolto em chamas violentas, estava viva as flores silvestres fluorescentes da noite, o pequeno lago no centro era tranquilo e claro como se fosse um espelho. Sua alma tinha ficado plena, maravilhada, quando ela tocou com as pontas dos dedos numa flor delicada, seu coração dolorido com a percepção de que ele estava dando a ela um presente, dando-lhe um pedaço de si mesmo que nunca tinha mostrado para outro. Ameaçou quebrar. Porque não importava o quanto ele


fosse arrastado para ela, não importa o quão potente era o puxão entre eles, Hawke tinha uma vontade de ferro. O que irá rasgá-la em pedaços sangrentos esta noite quando ele colocasse

as

mãos

em

outra

mulher. Quando

ele

a

beijasse. Ou mais. — Sienna! — Ben derrapou até parar em seus pés não muito longe da Zona Branca, quebrando o ciclo agonizante do pensamento. — Oi! — Ele jogou os braços. Abaixando até a altura de seus quadris, ela abraçou-o com força, sussurrando. — Você quer que eu amarre o seu cadarço? — falou no ouvido dele. Um aceno furtivo. Sorrindo para o orgulho masculino que não deixaria Ben admitir a necessidade de ajuda para as outras crianças, ela fez o laço pendurado, depois se levantou para encontrar-se sendo chamada a arbitrar um jogo de esconde-esconde. Drew rastreou-a lá dez minutos depois. — Olá, Torta de açúcar. — Envolvendo um braço em volta dos ombros, ele puxou-a para o calor de seu corpo, mesmo quando ela fez uma careta para o nome ridículo que ele deu a ela depois de descobrir em sua alimentação, seu vício em doces. — Temperamento, temperamento. — Um dedo tocou seu nariz. — Jogue bonito ou não vou dar-lhe a barra de chocolate de noz de pecã que alguém realmente ama. Apesar da dor que arruinava seu interior, era impossível não sorrir para este homem que a reivindicou como uma irmã,


que tinha rido, enganado, e provocado seu caminho em sua vida. — Eu pensei que você estava no Arizona com os falcões. — Voltei um par de horas atrás. Ele deslizou a barra de chocolate em seu bolso. Inclinando-se para ele, ela o cheirou, alto e claro. — Hmm, recém-banhado. O que você fez quando voltou? Drew deu um sorriso perverso e iníquo que dobrado suas bochechas com covinhas magras do sexo masculino. — Bem, agora, eu vou deixar isso para a sua imaginação, Srta. Sienna Lauren. Risos borbulhavam dela, bombeando pela contusão gigante que era o seu coração. — Você gosta de estar acasalado. — Ele sempre foi uma das pessoas mais calmas na cova, mas havia uma felicidade feroz para ele agora, sua adoração aberta a Indigo. — Sim. — Ele levantou um dedo aos lábios quando uma menina enfiou a cabeça em torno do arbusto onde ela estava escondida. Ela abaixou-se para trás. — Eu vim para dar-lhe um conselho sábio, sendo que eu sou muito mais velho e mais sábio. — Diz o homem que uma vez roubou o telefone de Índigo e registrou seus uivos em seu nome como toque. Suas palavras ficaram inesperadamente sérias. — Eu tive o mesmo problema que você. Sienna pulou de volta para uma resposta, mas fechou a


boca parcialmente. — Sim... você teve. — Drew era apenas quatro anos mais jovem que Indigo, mas não ocupava o mesmo lugar na hierarquia. O seu namoro com a tenente foi difícil. — Eu não desisti. Atormentada, ela se afastou. — Eu não desisti. — Ela pediu a Hawke para estar com ela e foi rejeitada com finalidade tal, que ainda estava sangrando por dentro. — Eu não sei, querida. — Drew esfregou o queixo, o olhar astuto, para todos, seu comentário tinha um sotaque preguiçoso. — De onde eu estou de pé, com certeza parece que você está dando a Rosalie e Hawke a luz verde. Fogo frio lambeu seus dedos. Sufocando-o na palma da mão, ela verificou para ter certeza de que as crianças estavam felizes em seu jogo antes de responder num assobio baixinho. — Eu gostaria de salientar que você tinha um pódio plataforma mais poderoso— Drew não poderia ser um tenente, mas Sienna tinha visto a maneira que Hawke e os outros o ouviam. — Sim, isso é meio que uma droga para você. — Você me faz querer jogar coisas em você. Ele a abraçou de novo, antes que ela pudesse colocar alguma distância entre eles. Em seguida, o mais sorrateiro lobo da cova baixou a voz e sussurrou. — Mas você tem uma vantagem, querida. Você já está


em sua cabeça. E você sabe como mexer com ele.

Depois de ter passado o dia enterrado em sessões de estratégia

e

preparação

para

uma

guerra

que

parecia

inevitável, Hawke não saiu até depois de a noite ter caído em um cobertor exuberantemente preto. Ele estava no lago mais próximo da toca, olhando em volta da suave água quando Rosalie apareceu das árvores e fez o seu caminho em toda a margem de seixos. Seu andar era o de uma mulher confiante em sua sensualidade, o completo oposto da Psy cardeal que o observava com uma fome espontânea que quase quebrou sua decisão ontem à noite. Um simples toque e ele a teria tido nua no beijo de prata do luar, as costas amortecidas pela suavidade da grama verde exuberante, com o cabelo um rubi vermelho fogo sobre as flores silvestres. Tão vívida era a imagem que o lobo rosnou, querendo assumir o controle, ir à caça de sua presa favorita. —Isso não é, — Rosalie disse, encaixando seu corpo, alto, voluptuoso para o seu lado — o olhar de um homem que não pode esperar para me levar para a cama. Jogou os dedos pelo cabelo e, embora as ondas grossas de mogno fossem bonitas, sua mente continuava circulando de volta para a queda escura de seda que tinha visto sob a lua na


noite passada. — Você é muito boa para mim, Rosa. Uma gargalhada rouca. — É claro que eu sou. — Ela deu um beijo na sua mandíbula, os seios roçando-lhe o peito quando ela moveu o rosto dele. — Eu posso sentir o seu lobo puxando as rédeas. Hawke odiava que ele estivesse sendo empurrado para isso, às necessidades físicas de sua natureza changeling. Mas que não tinha nada a ver com Rosalie. — Eu sou um canalha. — Isso você é. — Ela concordou, envolvendo os braços em volta de seu pescoço. Ele levantou uma sobrancelha. — Wow, fale sobre alfa. Faz-me querer dizer sim, por favor, e de novo. — Traçando seus lábios com a ponta do dedo, ela deu-lhe um olhar solene como chicote daqueles olhos do mais profundo verde. — Você sabe disso, nós nos damos livremente? Sem amarras. Em vez de se lançar ao convite como ele meio que esperava, o lobo de Hawke sentou taciturno, embora estivesse sendo dilacerado pela necessidade sexual mais selvagem. — Eu sei. Ela inclinou a cabeça para o lado, com os cabelos em cascata sobre o ombro. — Então por que você não está rasgando minhas roupas?

Não

havia

julgamento

nas

palavras,

a


preocupação de um amigo. Aproximando-se,

ele

roçou

os

dedos

sobre

sua

bochecha. O lobo a achava sensual, bonita, inteligente. O homem concordava. Havia apenas um problema. — Índigo estava certa. — A percepção de que seu mundo inclinou em seu eixo. — Não vai satisfazer a minha fome. — O que devastava a necessidade dele era quente, específica, direcionada para apenas uma mulher. — Quer dizer, — Rosalie disse, com as mãos nos quadris, — você está me mandando embora depois de ter-me toda quente e incomodada? — Você está maluca? — Ele acariciou-a, porque o lobo não queria machucá-la. Rosalie riu, e era um som amplo, sensual, de uma mulher que viveu sua vida com uma generosidade de espírito que não lhe permitia guardar rancor. — Não é exatamente uma surpresa, querida. Ainda sorrindo, ela o beijou na boca. — Eu vim para você, porque nós somos amigos, você necessita do toque, e eu achei que você era teimoso demais para ir atrás dela. Eu não sabia que tinha chegado esse ponto entre vocês dois. Hawke

rosnou

pela

conclusão

implícita

em

sua

declaração. — Só porque eu percebo a necessidade, não significa que vou agir segundo ela. — Deixe-me ver se eu entendi isso direito. — Rosalie


cutucou-o no peito. — Você a quer tão ruim que pode fazer tudo, apenas provar sua excitação, e droga, isso é sexy, mas você não está caçando-a? Hawke pensou em como Sienna era jovem, como era inexperiente. Eu não tenho planos de morrer virgem. Ele não era um amante de uma virgem, especialmente agora, com o seu controle tão esfarrapado que estava em malditas ruínas. Inferno, ele provavelmente a assustaria tão malditamente que ela nunca iria querer fazer sexo. — É complicado. — Huh. — Rosalie não parecia convencida, mas o telefone dele via satélite tocou antes que ela pudesse atormentar-lhe ainda mais. Ao atender, ele ficou surpreso ao ouvir a voz de José. — É a vez de Luc. — Disse secamente, em nenhum humor para tomar conta de companheiros de matilha que deveriam pensar melhor. Se eles entrassem na merda esta noite, os deixaria esfriar seus calcanhares na cadeia. O dono do bar soltou um suspiro. — Penso que você não quer que outro homem lide com sua garota. As garras de Hawke cortaram fora. — Qualquer um que tocá-la, estará morto. — Ela está bem, se você não contar a quantidade de álcool que ela ingeriu... ou o gato que a mantém quente.


O rosnado de Hawke subiu em seu peito para colorir o ar. — Tenha a maldita certeza de que ela não saia com ele. — Apertando o botão — End—, ele olhou para cima para encontrar Rosalie sorrindo de orelha a orelha. — Quieta. — Ei, eu sou apenas uma espectadora inocente. — Ela levantou as mãos. — Embora talvez você possa querer desfazer sua cara de mau antes de ir buscá-la. — Ela pode lidar bem sangrentamente com isso. — Foi um grunhido.

SIENNA sorrateiramente passou a sexta dose a Kit. Ele fez uma careta. — Você tem que pedir esta merda feminina? — Eu sou uma menina, no caso de você não ter percebido. As vodkas que ela encomendou antes tinham sido mais fáceis de se livrar - líquido incolor misturado com o vazio ou cubo de gelo - , os copos cheios que os garçons limpavam em uma base regular. As doses, por outro lado, ficavam fora. Estremecendo, Kit fez um rápido trabalho com o licor de caramelo e deslizou o copo antes que alguém mais sábio percebesse o que aconteceu com a dose real.


— Meu Deus, que horrível! — Ele engoliu sua cerveja. — Essa é a última que eu estou fazendo para você. — Eu acho que deve fazer o truque. José está me olhando. — Sienna sorriu pateticamente para o barman, brincando de bêbada. O grande changeling veado deu-lhe um olhar tão direto como qualquer lobo. Decidindo não brincar com sua sorte, ela abaixou a cabeça

em

direção

Kit

e

encontrou-o

com

um

olhar

inesperadamente grave. — O que é? — Eu sei que você tem fortes sentimentos por Hawke, — ele disse, inclinando os ombros para enfrentá-la, — mas você está pronta para onde esta noite pode levá-la? Sienna fez a si a mesma pergunta e encontrou apenas uma resposta. — Eu nunca saberei a menos que nos dê uma chance. — Ela fechou a mão sobre Kit. — Talvez eu descubra que tomei mais do que poderia lidar, — ela admitiu, porque Hawke nunca seria um amante fácil, se ela ainda considerasse a ideia de um relacionamento. — Mas eu sei, eu sei, que eu não posso sentar e vê-lo ir para outra mulher. Um olhar atento. — Você realmente pensou sobre isso. — Sim. — Acontecesse o que acontecesse, continuar como eles estavam, com uma batida implacável e não resolvida


tensão entre eles, não era mais uma opção. — Não significa que eu não esteja nervosa. Kit virou a mão para apertar a dela, um sorriso felino em seus olhos. — O meu dinheiro está em você. Inclinando-se para pressionar os lábios no rosto, ela disse. — Quando devo subir na barra de novo? —

Dado

o

tempo

que

José

fez

a

chamada,

e

provavelmente quão rápido Hawke está dirigindo, eu diria que em cerca de... dois minutos. — Bom. — Pegando seu telefone celular de onde ele estava no bar, ela colocou-o de volta em seu bolso, pois não havia trazido uma bolsa. — Isso lhe dá dois minutos para sair. — Eu não vou correr. — Afronta pura. Sienna estava em um bando tempo suficiente para compreender

o

orgulho

sempre

o

estúpido

orgulho

masculino — Não está funcionando. Você vai estragar todo o meu plano se Hawke estiver focado em você, em vez de em mim. — Huh. — Terminando sua cerveja, levantou-se da banqueta. Então

ele

fez

algo

completamente,

totalmente

inesperado. Trazendo-a contra seu corpo, ele tomou sua boca em um emaranhado, quente e selvagem beijo que fala do homem que ele um dia se tornaria. Seu coração bateu duas


vezes pelo tempo que ele terminou. — Hum, bem, isso foi... Ok, ela pensou, tudo bem. Talvez eles não tivessem a química inflamável que ela tinha com Hawke, mas Kit poderia levá-la para a cama, se ele colocasse sua mente nisso. E isso era uma surpresa. —... Não agradável... — ela finalmente conseguiu dizer. — Um não muito agradável beijo. Sorrindo de satisfação masculina, Kit balançou para trás em seus calcanhares. — Uma justa advertência: agora você cheira a mim de uma maneira íntima. Ele não vai gostar disso. Gato astuto. Ainda bem que ele estava do seu lado. — Hora do show. Kit inclinou-se para falar com os lábios roçando em seu ouvido. — Eu não vou estar longe. Se ele sair do controle, vou tirar você. — Ele não vai me machucar — Ela estava mais certa disso do que qualquer outra coisa em sua vida. — Carregue-me. Kit ergueu-a para a barra ao lado de outra garota, uma fêmea

leopardo

delgada

que

explodiu

um

beijo

em

Sienna. Assobios soaram em torno do bar, Kit desapareceu, deixando as duas silhuetas contra a luz azul elétrico da parede de vidro atrás do bar, as garrafas de álcool se assemelhavam


às jóias brilhantes contra o brilho.

Bem ciente que Nicki

estava apenas flertando com ela para provocar Jason, Sienna soprou um beijo de volta, e a barra explodiu. A multidão cantava: beija, beija, beija, quando Hawke entrou. Foi termo alfa.

quando

Sienna

descobriu

o

significado

do


Capítulo 15 Ele não disse uma palavra, não fez som algum, mas assim que uma pessoa o viu, cutucou o outro. Demorou menos de trinta segundos para o clube cair em um silêncio mortal. José desligou a música no mesmo instante. Nicki deslizou para baixo da barra para os braços de Jason, murmurando ‘Boa sorte’ a Sienna antes que ela desaparecesse num canto no grupo de jovens DarkRiver. Ao chegar ao bar, Hawke olhou para cima. Era o lobo que a observava, o lobo, que disse. — Ombro ou pés? Ela engoliu em seco. — Pés. — Boa escolha. — Ele não deu um passo para trás quando ela sentou-se e escorregou para fora da barra, calor de seu corpo estapeava contra sua pele nua com a agressividade masculina. De repente, a parte superior do top estilo espartilho que ela tinha comprado por conta própria depois da viagem de


compras com Nicki não pareceu uma grande ideia. Deixava seus sentidos nus, com os ombros nus, os seios acima do corpete, seu abdômen exposto logo abaixo do umbigo até o topo de suas calças jeans cintura baixa. Com sua respiração vindo em rajadas irregulares, ele sentiu como se ela estivesse oferecendo os seios com cada inspiração. Hawke não disse uma única palavra, não deu nenhuma indicação de que ele havia notado o estado de sua roupa quando colocou a mão na parte inferior das costas dela e a conduziu até a porta. Ela quase foi. No meio do caminho, ela fincou seus calcanhares, determinada a fazê-lo admitir que ele não estava aqui para pegar um membro do bando que tinha bebido muito. Mas um olhar para o seu rosto e soube que seria uma ideia muito ruim confrontá-lo aqui. Ela podia ver Nicki e Evie por cima do ombro, balançando a cabeça freneticamente. Jason estava estremecendo, mas se afastava logo à frente, enquanto Kit e Tai tinha começado o seu caminho através da multidão, como se para protegê-la. Sua lealdade acendeu um calor profundo nela. Mas esta era uma guerra particular. Deslizando seu braço através de Hawke, ela pressionou seu peito contra a parte de seu braço nu pelas mangas curtas de sua camiseta branca. — Onde está o carro? — Ela não se incomodou em


elevar sua voz. Os sentidos dele estavam muito aguçados para ter perdido o fato de que ela estava sensata como uma fria pedra. Em resposta, ele desembaraçou o braço do dela, colocou a mão na parte inferior das costas de novo, o toque, um choque quente, áspero, que fez apertar as coisas na parte baixa de seu corpo, e caminhou para fora. — Boa sorte. — O segurança murmurou quando ela passou, nem mesmo fez uma tentativa simbólica em fingir que ficaria no caminho de Hawke. Se ela tivesse sido dele, ela não seria de qualquer um. Porque ao contrário da outra noite, Hawke não parecia chateado. Esta era uma raiva que estava mais funda, corria muito mais fria. Por que a diferença, ela não sabia... até chegarem ao lado do SUV, e ele se inclinou para rosnar: — Você tem cheiro de outro homem. Seu corpo queimava com a sensação do calor dele tão perto, mas ela não estava prestes a se render e perder o chão que ganhou. — Sim, bem, eu não sou um lobo, mas eu estou supondo que você sente o cheiro de outra mulher. Ele mordeu. Sem aviso, sem nada. Seus dentes apenas afundaram-se na curva onde o pescoço fluía em seu ombro. Ela

pulou

e

sentiu

as

mãos

travar

em

seus

quadris. Sua coluna estava se derretendo, sua pele esticada pela expectativa, mas se cedesse agora, tudo acabava.


Pense, Sienna, pense. Praticamente impossível quando ele estava em torno dela, enquanto ele a tomava. Calor úmido floresceu entre as pernas, e suas narinas. Oh, Deus. Atuando mais em defesa do que como resultado do pensamento racional, ela levantou uma linha fina de X-fogo onde ele a agarrou. Ele se afastou bruscamente com um grunhido. — Você me queimou — Lobo. Muito do lobo. Levantando a mão em seu ombro, ela tocou o calor persistente de sua mordida. — Só um aviso. Ela tinha sido cuidadosa para não queimar, só para ameaçar. — Eu não gosto de ter dentes em mim. Seus olhos brilharam. — Mentirosa. Ela não conseguiu segurar um ofegar quando ele alcançou, de repente, seu rosto novamente, mas encontrou a vontade de dizer. — Você pode tirar essa propaganda? Ele traçou a marca da mordida com o polegar. — Por que você está seminua? Uma pergunta quase descuidada... exceto que sua mão livre estava na parte inferior das costas dela novamente e, desta vez, ele estava usando as almofadas ásperas dos dedos


para pincelar a faixa de pele deixada nua por seu top. Lento e fácil. E novamente. Ela estremeceu. — Você está fria. Ele a tinha jogado para o SUV e se aproximou para tomar seu assento antes que ela percebesse. Estavam já na metade da quadra no momento em que seu coração parou de correr o suficiente para que ela pudesse falar. — Eu não quero ir para casa. — Parte dela estava aterrorizada porque não tinha ideia do que fazer com ele neste tipo de humor, mas recuar não era uma opção. Não quando ela estava jogando para valer. — Hawke? Está me ouvindo? Pegando uma garrafa de água do suporte entre os bancos, ele disse: — Lave seu cheiro. Suas coxas apertaram com a possessiva ordem nesse tom, mas ela cruzou os braços. — Não. Um rosnado baixo encheu o SUV, apertando seus mamilos em pontos dolorosos. Instável, embora não chocada pela profundidade visceral de sua resposta, ela estava tentando encontrar algum tipo de terreno sólido quando ele estacou o carro em uma parada na beira da estrada e se virou para ela. — Então eu vou fazê-lo. Pálidos olhos claros como uma noite brilhante, uma voz


tão calma como se para tornar patentemente claro que o predador estava bem e verdadeiramente sem coleira. Difícil como estava suportar o impacto de seu domínio, ela se lembrou que ele não era a única potência no veículo. — Toque-me e eu vou chamuscar as suas sobrancelhas. Um encolher de ombros. — Elas voltarão a crescer. Puxando o lenço que tinha usado para amarrar o cabelo, ele o umedeceu na água. — Ei — Ela empurrou enquanto ele a encurralava num canto. — Você queria jogar, bebê. — Palavras suaves que a mantiveram congeladas no lugar. — Então, vamos jogar. Sua boca ficou seca quando ele correu o pano úmido sobre os lábios com foco penetrante. Ela sabia que deveria protestar por suas ações, mas a voz parecia tê-la abandonado com ele tão perto, tão grande, lindo e furioso enquanto ele levava cada centímetro de espaço, cada sopro de ar. — Aqui. — Ele murmurou, correndo o pano em seu pescoço e por cima do ombro antes de se inclinar para pressionar seus lábios contra a marca da mordida. A excitação torcida por seu corpo, até que ela teve que afundar

seus

dentes

em

seu

lábio

inferior

para

não

gemer. Isso não era uma zona erógena. Ela sabia disso. E ainda assim ela não se atreveu a mover por medo que ele parasse

a

deliciosa

tortura. Outro

beijo,

molhado

e


quente. Seu cabelo roçando sua pele quando ele lambeu a marca, cada vertente uma marca ardente. — Da próxima vez que o filhote colocar as mãos em você — ele disse, levantando a cabeça depois de outro sabor persistente de sua pele, — eu vou arrancar-lhe a garganta e alimentá-lo para isso. — As palavras foram ditas em um tom razoável que ela levou um minuto para processar o seu significado. Cambaleando, ela agarrou a frente da sua camiseta. — Você não vai tocar em qualquer um dos meus amigos. Pacientes olhos de lobo. Mortais olhos de lobo. — Hawke. Ele se inclinou e lambeu a marca da mordida de novo. Seu corpo inteiro estremeceu, seus seios protestaram nos limites rígidos do espartilho. — Não toque em Kit, — ela sussurrou, mal conseguia falar após a pressão escura de um desejo tanto tempo negado ameaçando devorá-la. Sua mão se fechou em torno de sua garganta. Não uma ameaça. Esta era maneira mais possessiva que um macho changeling predatório tinha de tocar uma mulher fora do sexo. — Não diga seu nome. — Ele roçou o polegar sobre o pulso. Fechando a mão sobre seu pulso, ela disse: — Seja razoável. No instante em que as palavras saíram de sua boca, ela


percebeu que não ia conseguir o comportamento humano dele esta noite. O lobo de Hawke tinha estado sempre perto da superfície, e, agora, ele estava no comando. Ou talvez fosse mais correto dizer que tanto o homem como lobo tinha minimizado

quaisquer

pretensões

de

comportamento

civilizado. — Eu ainda não quero ir para casa. — Não era bem a verdade. Ela queria o prazer de ficar sozinha com ele. Mas se ela ia ganhar dele, e mantê-lo, ele tinha que entender que não ia ser capaz de passear sobre ela. Porque ele faria muito bem se ele pensasse que poderia. Seu olhar estava vigilante, esperando. — Eu quero ir dançar novamente. Um sorriso lento. — Em um clube. — ela acrescentou, certa de que o pensamento racional seria uma memória distante, se ele a tomasse em seus braços enquanto eles estivessem sozinhos, se ele colocasse a boca em sua pele, suas mãos em seu corpo. — Imediatamente. — Seus seios ruborizaram pelo pulso quente de necessidade na parte mais íntima dela. Apontou para um clube aleatoriamente. — Esse parece um bem popular. O rugido foi tão baixo e profundo que o sentiu primeiro com o corpo, sua pele brilhando pela reação, os pontos duros de

seus mamilos esfregando

contra

o espartilho. Só

a


disciplina que ela tinha aprendido na Net a impedia de ceder. — Pare de tentar me intimidar. Em vez de responder, ele voltou sua atenção para a estrada e começou a dirigir. Não levou muito tempo para perceber que eles estavam definitivamente voltando para o território da matilha. Reconhecendo que tinha perdido a rodada, ela se forçou a se reagrupar, para se lembrar de que ela não estava lidando com o frio e calculista alfa de SnowDancer neste momento, mas com a selvageria que vivia em seu coração. Isso não queria dizer que ela estava prestes a se render. Mesmo que ela não tivesse ideia do que ela faria se ele decidisse parar de persegui-la, então atacou. — Você gosta do meu top? — É isso o que é? — Última moda! — Ela assegurou, ignorando a ameaça de seda de sua resposta. — Amarrado pelo lado, por isso é mais fácil de tirar. Suas mãos apertaram o volante enquanto se dirigia para as montanhas. — E as botas. — Ela levantou uma perna até o painel, acariciou a mão sobre sua coxa. — Elas me tornam... O carro estremeceu com uma parada perto do perímetro do território da matilha. Hawke estava se virando para ela quando

foi

parado

de

uma

maneira

reconheceu. Predatória. Escutando. Tirando

a

que atenção,

ela ela


abaixou a perna e varreu o exterior com seus sentidos telepáticos... para encontrar mais do que alguns Psy na vizinhança. — Psy. — Hawke disse baixinho no mesmo instante. — Fique no carro. — Ele se foi antes ela pudesse argumentar. Apesar de ser tentador desobedecê-lo, suas malditas botas atrapalhariam. Então, ela deu a ele um tipo diferente de backup. Mantendo-o na periferia de seus sentidos psíquicos, ela expandiu seu alcance telepático mais uma vez. Sem surpresa, os invasores estavam protegidos. A mente de Hawke era ainda mais impenetrável, seus escudos naturais, uma parede sólida. Ela nunca saberia se ele se machucasse ou estivesse em apuros. Frustrada, ela deslizou sua porta com o máximo cuidado. O ar da noite arrepiou seu corpo, mas ela deixou de lado essa preocupação menor e focou cada um de seus sentidos na escuta. Com todos os seus sentidos — psíquicos e outros. No instante em que ouvisse o menor sinal de uma luta, ela explodiria cada mente Psy da vizinhança. Esta

era

sua

casa. Seu

homem. Ninguém

tinha

permissão para foder com qualquer um deles.

DEMOROU um minuto para o lobo de Hawke perceber


que Sienna era muito inteligente, muito perigosa, não teria criado

um

plano,

caso

as

coisas

ficassem

desastrosas. Merda. Puxou o telefone via satélite do seu bolso e digitou uma mensagem curta e concisa. Não aja a menos que eu dê o sinal. Um uivo do lobo poderia

percorrer

por

quilômetros

em

condições

adequadas. Não se entregue. Se alguém do Conselho soubesse que ela estava viva, eles viriam por ela, não se deteriam. Como Hawke não tinha nenhuma intenção de deixá-los levá-la, as coisas ficariam brutais rapidamente. Então não se machuque. A mensagem de retorno o fez sorrir apesar das circunstâncias tensas. Deslizou o telefone na parte de trás, no seu bolso, caminhou com a furtividade do lobo, para a área onde ele tinha farejado os intrusos. Seu lobo estava zangado com a transgressão, mas sua raiva era uma coisa silenciosa, focada, ambas as partes dele consciente

da

necessidade

de

descobrir

a

agenda

do

inimigo. SnowDancer estava em perigo de se tornar arrogante depois de seus recentes sucessos em frustrar as operações secretas, mas o fato é que a corrida psíquica representava uma ameaça poderosa. Mudando de sombra em sombra, sem um som, ele ficou perto de cinco pés dos intrusos. —... também muitas árvores. — Ele está certo. Precisamos de mais... — O orador fez


uma pausa por alguns segundos. — Vamos ter de continuar esta tarde. Eu sou necessário na base. O terceiro Psy colocou uma de suas mãos em cada um dos ombros dos outros dois homens e os teleportou. Hawke poderia ter tirado pelo menos um, talvez dois, antes do teletransporte, mas deixou-os ir. A primeira ordem de negócio era descobrir o seu plano de ação, algo que seria muito mais fácil de fazer se a pessoa que estava conduzindo não estivesse ciente

de

que

SnowDancer

sabia

de

qualquer

ataque

planejado. Verificando para confirmar se a área estava segura, ele estava prestes a voltar para o SUV quando fez uma pausa. Sienna tinha sido protegida Ming, passou a maior parte de sua vida estudando táticas militares e estratégias utilizadas pelo Conselho. Enquanto o lado protetor dele queria fechá-la em segurança, ele também era o alfa de SnowDancer: frio, calculista e dispostos a usar qualquer vantagem para proteger sua matilha. Trazendo seu telefone, ele a chamou. — Você pode vir até mim?— perguntou, dando uma pequena distância do local real para evitar ser visto ou ouvido por qualquer tecnologia oculta a ele. Valia ter uma paranóia extra depois que Henry Scott quase fez no ano passado. — Sim. Eu posso te ver com meu olho telepático. Ele franziu a testa, mas não disse nada até que ela surgiu na noite, sua pele prateada ao luar, onde descobriu por


que ela chamava aquela tira de tecido ridículo de top. — Posso ser rastreado dessa maneira por todos os Psy? — Ele perguntou, pensando que precisaria de um único golpe de para cortar os laços que deixava o espartilho tão confortável em seu corpo. Sienna balançou a cabeça, o cabelo mais uma vez amarrado com o lenço. — Não você, especificamente. Eu quero dizer, eu fiz uma varredura telepática e encontrei uma única mente changeling. Satisfeito, ele apontou a área comprometida, e disse-lhe o que ele tinha ouvido. — Ocorre-lhe alguma coisa? Fazendo uma verificação na seção levemente arborizada, Sienna esfregou as mãos para cima e para baixo em seus braços de forma ausente. — Nada que você não tenha considerado, tenho certeza, se eles precisam de mais um espaço aberto, estou pensando em um posto de verificação. — Sim. — Andando mais, ele passou os braços em volta dela

por

trás. —

Está

congelando.

Não

era

surpreendente. Mas seu lobo não estava mais irritado com a sua escolha de roupas, não agora que ele tinha reivindicado privilégios da pele. — Vamos, — ele disse, respirando o tempero selvagem do seu cheiro, — Não vamos aprender mais nada aqui esta noite. Ele providenciaria para que os técnicos saíssem amanhã


e fizessem uma varredura, a fim de verificar se a área estava limpa. Sienna

foi

estranhamente

subjugada

enquanto

caminhavam para o carro e lá entraram. Embora o frio não o incomodasse nem um pouco, ele ligou o aquecedor no máximo quando ele se afastou. — O que se passa na sua cabeça? — Minha raça ataca seu povo novamente. — Palavras calmas. — É por isso que odeia os Psy? Por que eles nunca param? Ecos de sangue e dor, de ver as pessoas que ele amava caírem sob as garras e os dentes como companheiros de matilha ligados um ao outro. — Não. — As cicatrizes deixadas pela violência há duas décadas nunca desapareceriam, mas ele aprendeu a se mover além da raiva selvagem que o tinha arrebatado nos primeiros anos. — Eu não odeio todos os Psy. Apenas aqueles que seguem o Conselho. Sienna apertou seus braços fortemente em torno de si mesma, embora o carro estivesse muito quente agora. Esta era a única coisa, a única coisa que ela nunca tinha calculado na equação. Sim, a atração entre eles era a mais crua das ânsias, forte o suficiente para que finalmente Hawke viesse para ela. Mas, Como ela poderia esperar que ele sentisse qualquer coisa mais profunda por ela, para uma mulher nascida de uma raça que lhe tinha causado tanta dor que sua voz era do


lobo quando ele falou disso agora, sua expressão sombria com velhas sombras. A matilha tornou-se sua casa, os SnowDancers seus amigos e família, mas ela se lembrou de como tinha sido quando eles chegaram. Lidar com o duplo choque de ser cortada da Net e de sua reação inexplicavelmente violenta ao alfa com gelados olhos, Sienna tinha focado em simples sobrevivência nos primeiros meses. Ainda assim, ela treinou com um conselheiro, era sobrinha de um Arrow. Ela arquivava os sussurros, os trechos de conversa ouvidas. Tudo a ver com o espanto atordoado do bando porque Hawke, de todas as pessoas, daria guarida a uma família Psy depois do que tinham feito para os seus. Sua garganta, de repente, estava forrada com navalhas. — Foram os Psy, — ela disse, forçando-se a fazer a pergunta mais difícil, — responsáveis pelas mortes de seus pais? Ela sabia que ele os tinha perdido quando era uma criança, mas nunca ninguém falou das circunstâncias da perda. Hawke não reagiu por quase um minuto. Quando o fez, foi só para dizer, — Há algumas coisas que você não precisa saber. — Um tapa. Frio. Não envernizado. Absoluto. Estava em sua natureza rebelar-se contra ele, o mais profundo instinto, dizendo-lhe que apenas respeitaria uma


mulher com a força para enfrentá-lo, mas ela não tinha o direito de pedir-lhe para voltar um pesadelo. — Peço desculpas. Voltando sua atenção para a escuridão da floresta, com os dedos trêmulos escondidos em seus punhos, ela olhava sem ver para a noite.

RECUPERADO

DE

COMPUTADOR

2

(A)

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correspondência pessoal, PAI, AÇÃO NÃO NECESSÁRIA DE: Alice <alice@scifac.edu> PARA: <ellison@archsoc.edu> pai DATA: 12 de fevereiro de 1972 às 10:00 pm ASSUNTO: Publicação enfim!! Querido papai, Acabei de receber os primeiros exemplares do meu livro. Eu sei que você não se importou com o título nãoerudito, mas eu acho que A Misteriosa Designação E: Presentes empáticos e Sombras soa na moda. Para responder à pergunta em seu último e-mail, sim, eu ainda estou solteira, mas tenho tempo

ainda

(especialmente

antes desde

que

você

que

se

você

aposente

sem

netos

pretende

nunca

se

aposentar). Diga à Mãe que eu fui até a casa e as flores estão


florescendo muito bem — uma da minhas empáticas amigas me ajudou com os jardins. E-Psy têm tais dedos verdes. Talvez eu devesse estudar isso da próxima vez. Quanto ao Projeto X, há quase um ano desde que eu comecei e eu percebi que não posso confiar apenas em minha pequena amostra ao vivo. Eu já pedi e recebi ajuda de arquivo de um bibliotecário Psy que irá minar o PsyNet de dados sobre Xs passado, enquanto eu faço o mesmo nas bibliotecas que eu possa acessar. Minha premissa é que esta mutação não existiria a menos que tivesse um propósito, mas George apontou como muitas doenças raras são causadas por mutações. Se eu fosse seguir essa linha de pensamento, eu teria que concluir que os Xs são tão incomuns porque eles não têm nenhuma função e que suas mortes são uma tentativa da natureza para controlar uma doença perigosa. Isso não é um pensamento. Eu me sinto confortável tendo-o, mas como cientista, eu sei que é uma teoria tão viável como qualquer outra. Desejava estar casa para que pudéssemos ter essas discussões ao vivo. Amor, Alice


Capítulo 16 LARA sentou-se à mesa da enfermaria, tendo ficado até tarde para manter um olho em um lobo idoso que tinha tido uma queda, mas sua mente não estava nos papéis à sua frente. Ela tinha desfrutado atormentar Walker sobre seu encontro com Kieran, mas sua diversão se desvaneceu no instante em que ele a deixou, para ser substituída por uma dor latejante que zombava de sua tentativa de ficar por cima dele. O fato era que a atração que sentia por Walker Lauren não era coisa simples e tinha crescido lentamente desde que ele entrou na matilha, camada por camada, palavra por palavra. Quanto mais ela aprendia sobre o homem por trás da


máscara reservada, mais duro se apaixonava. Sua rejeição havia machucado as emoções, machucado-a duramente, mas ela tinha sido estúpida em pensar que elas desapareceriam só porque ela queria. Não era surpreendente para ela como era tentador se agarrar ao ciúme evidente que o levara a procurá-la. Mas mesmo que ela tinha lido que ele estava certo, ela estava certa de que a emoção não o faria mudar de ideia. Walker não era o tipo de homem que vacilava, e ele estava malditamente certo de que o seu único beijo tinha sido um erro. No entanto, Lara, também, não era uma mulher que tomava decisões de ânimo leve, e ela tomou uma para seguir em frente. E como sua amiga Ava tinha apontado em sua maneira franca, e direta hoje cedo, Kieran pode não ter sido um ajuste bom para ela, mas ele foi o primeiro homem com quem ela tinha saído por seis meses. — Você não tem dado — Ava continuou — chance a qualquer outro homem de impactar seus sentimentos para Walker. Com essa verdade em mente, ela ligou para um técnico sênior, que a convidou há três meses, e marcou um almoço para o dia seguinte. Sentia-se bem sobre o seu acordo, apenas desligou quando viu Walker na porta. Uma vez, ela teria assumido que tinha vindo para vê-la. Hoje à noite, o seu pensamento imediato foi que alguém estava ferido. — Quem? — perguntou ela, ficando de pé. — O que


fazer... Ele parou com uma mão em seu pulso, sua pele áspera contra a sua própria, seu aperto inquebrável. Assustada, ela congelou. O choque foi a única resposta dela, silenciosa instintiva, por seu toque. Porque ela amava as mãos de Walker, amava os calos que vieram a partir do que ele fazia em seu tempo livre, as coisas belas que ele criou — incluindo pequenos pedaços de móveis para a casa de boneca de sua carinhosa filha. Agora, que a mão forte e quente a manteve em seu lugar enquanto ele se inclinava para frente para colocar uma bandeja de comida em sua mesa, a água escura e o seu cheiro de neve polvilhada no abeto a colocou em uma prisão sensual que não permitia nenhuma fuga. — Você perdeu o jantar. Novamente. Seu corpo inteiro de lobo estremeceu com o que, em um lobo macho seria um sinal do início de um namoro sério, mas Lara silenciou essa reação. Ela não estava preparada para ferir-se mais. — Eu estava ocupada. — Apesar de suas palavras calmas, quando ele empurrou-a de volta em sua cadeira, ela estava sem argumento. No entanto, quando ele se inclinou para que o corpo alto e forte de volta contra sua mesa, tão perto que ela poderia ter acariciado a mão sobre sua coxa, o jeans desgastado esticada sobre os músculos firmes, pegou o prato, e foi alimentá-la com uma garfada. Ela empurrou-se


livre dos tentáculos prolongados de choque. — Aqui. — Ela disse, pegando o prato. — Você não quer fazer isso. — Por quê? Deslizando sua cadeira para um pouco mais longe dele, obrigou-se a responder. — É uma intimidade... como um privilégio de pele. Walker não fez mais nenhuma pergunta, mas ele não foi embora como a linguagem corporal de Lara indicou que ele deveria. Ele sabia que estava empurrando sem ser convidado em seu espaço, mas também sabia que ele não gostava quando ela não cuidava de si mesma e ele viu o suficiente disso acontecer. E embora ele talvez tivesse sido mais inteligente em manter distância, dado o seu efeito desconcertante sobre ele... ele sentia falta dela. — Você ouviu, — Ele perguntou, porque Lara era a única pessoa com quem ele sempre encontrava palavras, - que Marlee se juntou ao coral de crianças? — Foi a primeira vez que ele fez um deliberado esforço para iniciar, reconstruir, qualquer tipo de vínculo com uma mulher. Um sorriso genuíno rompeu as sombras no rosto de Lara. — Eu ouvi Ben e sua praticante. Ela tem uma voz linda. Então, pensou Walker, Lara também.


SIENNA acordou, sua blusa preta lisa agarrada em sua pele. O pesadelo horrível não tinha estado em sua cabeça por meses, mas fez o tempo perdido esta noite. Empurrando-se para fora da cobertores, ela balançou as pernas no lado da cama e empurrou de volta os fios de cabelo que tinham escapado de sua trança para a pele úmida de suor. — Perfeito. — Ming,olhava para ela como um ser humano o faz com um veículo de alta desempenho. — Você realmente é o espécime mais perfeito da genética. Perfeito, se você queria um assassino em massa de sangue frio. Exceto, é claro, seu sangue já não era gelado. Ainda é um assassino em potencial. — Ela sussurrou, tremendo tanto que sua visão vacilou. — Nós somos o que fazemos a nós mesmos. — A voz de Judd , convincente em sua tranquilidade. — Nunca desista de sua vontade por uma ideia de predestinação genética. Ela agarrou-se às suas palavras. Judd tinha feito. Ele mudou a natureza do seu dom da morte para a vida, tornou-se um curador. Esse caminho não era um que Sienna pudesse seguir, sua capacidade era muito violenta, mas ela forjaria seu próprio caminho, e não como o açougueiro que Ming tinha a intenção que ela fosse: uma carniceira que ele passou tantos anos preparando na expectativa de possuir o seu corpo e


alma. Até que ela tinha provado ser muito perigosa mesmo para ele. — Você não vai me quebrar, seu desgraçado! — Não naquela época, e não agora. Levantando-se, ela se despiu e entrou no chuveiro, definindo

a

temperatura

próxima

do

ponto

de

ebulição. Somente quando sua pele estava pulsando com calor quase

doloroso

em

sua

intensidade

ela

saiu

e

se

esfregou. Uma olhada no relógio mostrou-lhe que eram cinco horas. Vestiu-se e trançou o cabelo úmido, logou-se na lista para checar sua agenda e viu um lembrete de que ela foi escalada para participar de uma sessão de treinamento a partir do meio-dia até o final da tarde. Verificando o resto da lista, ela codificou em uma chamada para Riordan. Fez isso com recursos visuais. A voz amarrotada do lobo disse: — Vou levantar-me, mãe. Eu prometo.

— Estava

debaixo de um cobertor. — Me dê apenas um minuto. Seus lábios se contraíram. — Você se importaria se eu tomar seu turno esta manhã? — Ele estava escalado das seis a onze. Riordan levantou a cabeça para encontrar o seu olhar, seu

cabelo

espetado

em

uma

confusão

que

misteriosamente atraente. — Meu Deus, você tomou banho. Mulher louca.

estava


— Como eu sou. . . — Você tem certeza? — Não perguntaria se eu não estivesse certa. Se ela continuasse se movendo, então talvez ela esquecesse a visão sombria que ela teve no SUV ontem à noite, esquecer que o passado ficou como uma barreira opaca entre ela e o único homem que já tinha quebrado através de seus próprios escudos. — Você pode me pagar de volta mais tarde na semana. — Parece bom. Obrigado, Sin. Desligando, ela pegou uma pequena mochila e saiu para a área de jantar comunitária deste setor da cova. Ela estava vazia, a iluminação fraca. Mas alguém tinha começado o café, e havia uma bandeja ainda quente de muffins no balcão. A visão fez seu coração se elevar. Obrigando-se a esperar, ela escondeu uma garrafa de água na mochila, junto com um sanduíche que fez, utilizando os ingredientes frescos do refrigerador. Feito isso, ela se serviu de um copo de leite um hábito que ambos, Evie e Riordan, brincavam com ela impiedosamente, escolheu o maior bolinho na bandeja e sentou-se para comer. Seus olhos quase rolaram para trás após a primeira mordida. Creme de queijo e pêssegos, seu favorito. Lambendo os dedos depois de terminar, ela olhou para a bandeja, mordeu o lábio inferior. Alimentos era o mais inocente

dos

prazeres

sensuais,

mas

nunca

o

tomou


levianamente, lembrando-se muito bem das barras de nutrição que tinham sido a base da sua dieta por tantos anos. Foi Hawke, ela lembrou com uma pontada de dor lá no fundo, que lhe dera a primeira mordida de algo que tinha feito zumbir seus sentidos. Ela tinha estado instável, de joelhos na grama, com os braços ao redor das crianças, que tinham desmaiado após Walker cortar sua conexão com o PsyNet. Judd tinha ficado na frente, Walker na parte de trás, tanto deles dando-lhe tempo para fazer Toby e Marlee não romper com a recém-criada ligação familiar em que Sienna tinha puxado eles, não procuraria retornar à Net. Tão azul, ela se lembrou de pensar quando ela levantou a cabeça e encontrou o olhar do homem que estava na forma da proteção de Judd, seu cabelo brilhante, mesmo à luz do sol fraca naquela fatal manhã. Tão letal, tinha sido seu próximo pensamento. Eles haviam feito suas pesquisas, e por isso ela sabia quem ele era, o que ele poderia ainda fazer para os adultos, inclusive a ela. Mas Toby e Marlee, eles eram crianças, e lobos amava as crianças. Judd, Walker, e Sienna tinham apostado as vidas das crianças em um pouco de conhecimento, na esperança de que os dois membros mais jovens da família encontrassem alguma maneira de ganhar o biofeedback necessário da matilha de lobos uma vez que os adultos se fossem. Porque, embora, ele percebesse que eles não buscavam resgate, o lobo


alfa ordenou-lhes cortar as suas ligações com a PsyNet se eles quisessem ter qualquer chance de ganhar guarida, nenhum dos adultos esperava viver ao longo do dia. Só

mais

tarde,

com

as

crianças

garantidas

na

LaurenNet, que Sienna percebeu que o lobo alfa estava mordendo

as

ordens

ocupando

seus

homens

e

mulheres. Cobertores já tinha aparecido para o crianças no tempo que ela passou no plano psíquico. Sienna estava com Marlee em seus braços, enquanto Walker levou Toby, e Judd ficou como seu escudo. Seu corpo balançava. Os olhos do lobo alfa estalaram sobre ela. — Dê ela para mim. Ela deveria ter deixado a resposta para Judd, mas ela era um cardeal que tinha estado efetivamente sozinha desde que tinha cinco anos, ela conhecia um desafio quando ela ouvia. — Não. Um único erguer de sobrancelha. — Você desertou, querida. Não adianta se preocupar com o grande lobo mau agora. Ela estava ciente de falar com Judd, mas a sua atenção nunca deslocou sua atenção do homem que era um predador, embora usasse uma pele humana. Quando ele descascou e estendeu uma barra de algum tipo, ela pegou-o, consciente que baixos níveis de energia podiam ser perigosos quando se tratava de sua capacidade de manter o controle sobre o fogo


frio. — Obrigada. Um leve sorriso, um divertimento estranho nos olhos gelados. — Vocês são bem-vindos. Foi à interação mais educada que já tiveram.

HAWKE passou a manhã em uma negociação comercial. A outra parte estava tentando obter que os SnowDancer aumentassem sua oferta pendente por uma baboseira de oferta concorrente na frente deles, um tática dissimulada, mas uma que Hawke compreendia. O que ele tinha, era um problema com o fato de o conglomerado Psy pensar que o SnowDancer era burro demais para saber a diferença entre um preço justo e um escalpelamento. — Sinto muito, — disse a negociante Psy da tela de comunicação,

com

o

rosto

intocado

em

sua

falta

de

expressão. — Eu receio que não possa aceitar nada menos do que um aumento de quinze por cento. — Nesse caso, — Hawke disse, tendo tido o suficiente, — eu acho que essa negociação acabou. — Finalizou a chamada antes que ela pudesse responder, ele olhou para Jem, que estava na sessão de L.A. — Encontre-nos outro fornecedor.


— Eu terei uma pequena lista hoje à noite. — Os olhos da tenente se estreitaram. — Eles realmente acham que estamos onde estamos sendo merdas estúpidas? Você acha que não sabem melhor até agora. Hawke

deu

de

ombros,

ignorando

a

mensagem

intermitente que dizia que a negociante estava tentando reiniciar contato. — Eles vão, quando suas ações entrarem em queda livre. SnowDancer era o maior bloco no país e tinha um grande

poder

econômico. Enquanto

Hawke

tinha

uma

preferência para tratar com empresas changeling ou humanas, pela simples razão de que os Conselheiros tinham interesses em controlar tantas empresas Psy, eram a única opção em certos setores. Exceto. —

Aquela

pequena

humana

criou,

algo

que

foi

chamado... — Aquarius? — Sim, isso mesmo. Eles podem fornecer-nos? Jem levou um momento para verificar seus arquivos. — Eles têm o saber intelectual, mas vai além de sua capacidade. — Uma pausa. — É claro que, com um contrato tão grande, eles vão ser capazes de suportar e se expandir. — Você quer falar com eles? — Vou falar pessoalmente hoje.


Deixando Jem para lidar com isso, Hawke saiu para uma caçada em forma de lobo com alguns de seus altos soldados. Era algo que ele fazia em uma base regular, não tendo nenhum desejo de ser um alfa que não conhecia os desejos

e

necessidades

de

seu

povo. Mais,

era

uma

necessidade dentro de seu lobo, a correr lado a lado com aqueles que eram seus. Como resultado da caça, e da conversa que se seguiu, ele não voltou para a toca até depois das quatro. Nesse ponto, ele tomou banho, vestiu-se com roupas limpas, e tomou um dos SUVs e dirigiu até a cidade.

CANSADA pelo dia de esforço físico e devastadoramente consciente de que Hawke não a procurou desde a caminhada da noite anterior... quando ele foi lembrado mais uma vez o que os Psy tinham tirado dele, Sienna sentou de pernas cruzadas na cama, planejando trabalhar em um problema de física. Serviria para manter sua mente ocupada até que a exaustão a chutasse num sono sem sonhos. Isso era a esperança, de qualquer maneira. Ela pegou o Datapad e estava prestes a abrir o arquivo quando houve uma batida em sua porta. Esperando que fosse Evie ou um de seus outros amigos, ela colocou de lado o dispositivo e saltou para abri-la sem se preocupar com o fato


de que estava usando suas calças de pijama macio preto favorito e uma desbotada camiseta cinza. Mas não era Evie na porta. — O que você está fazendo aqui? — Sua voz saiu sem som, próxima à rouquidão. Olhos azul gelo traçaram o contorno do seu rosto. — Eu tinha negócios inacabados. — Ele trouxe uma pequena caixa embrulhada de trás das costas. - Aqui. Ela pegou a caixa, sem uma decisão consciente de agir, olhou. Hawke inclinou o braço contra o batente da porta. — Você não vai abrir? Era difícil pensar com ele tão perto, sua voz um murmúrio profundo que transformou a porta em uma alcova particular, o momento em uma sedução lenta e potente. — O que está dentro? — Seus dedos se fecharam em torno

de

caixa,

possessiva

como

qualquer

changeling

predatória. — Se eu te dissesse, qual seria a surpresa? — O calor dele acariciava enquanto ele assumia seu mundo. Ela não podia ver em torno dele, os ombros muito grandes, a sua presença muito convincente. — Eu estou, no entanto, - queda de sua voz, aquele olhar azul de lobo focada em sua boca — Disposto a negociar beijos pelo segredo. O comentário lânguido a fez enrolar os dedos do pé. Determinada a não deixar que ele a desconcertasse mais, ela desfez a fita transparente branca com cuidado e colocou-a


em cima da pequena estante que ficava contra a parede ao lado da porta, antes de começar a desembrulhar o papel de prata. Hawke riu. — Tão organizada. — É a forma como nos foi ensinado na Net. Tais hábitos eram mais necessários para ela do que para a

maioria,

um

lembrete

para

assegurar

a

disciplina

mental. Mas isso era a última coisa em sua mente naquele instante, porque ela tinha terminado de desembrulhar o presente. Tirando a parte de cima da caixa de papelão metálico, colocou-o ao lado do papel e retirou o artigo enrolado em várias camadas de tecido. Hawke tomou a outra metade da caixa e colocou-a na prateleira quando ela afastou o tecido para revelar. — Oh! Em seu interior, ficou maravilhada à vista do pinguim minúsculo formado de metal brilhante, com smoking preto e saxofone ouro. — Aqui. — Hawke aproximou-se enquanto ela estava com o objeto cuidadosamente trabalhado em sua palma e virou a chave na parte de trás. O pinguim começou a tocar com sua nadadeira, abaixando e levantando a cabeça no ritmo da música do saxofone metálico que parecia emanar do instrumento em sua


boca. A canção era assustadoramente familiar. Franzindo a testa,

ela

virou

a

chave

quando

se

acalmou,

ouviu

novamente... e perdeu qualquer esperança de manter-se contra o lobo na porta dela, mesmo que quisesse. — Nós dançamos isso. — Sob a luz da lua, no meio da floresta. — Se você tivesse esquecido, — Hawke disse, com a cabeça perto dela, mas ela não conseguia se lembrar de vê-lo se mover, — eu teria que morder você de novo. Sua mão foi para o ombro. — A marca se foi. Estendendo a mão, ele puxou a camiseta para despir a pele vulnerável, esfregou o polegar sobre o local. Olhos azuis de lobo brilhavam entre as pálpebras semicerradas. — Vem aqui. O tremor que a abalou pela baixa reivindicação quase destronou

o

brinquedo

lunático

da

palma

da

sua

mão. Balançando a cabeça para o lobo que, definitivamente, queria usar os dentes nela, ela disse: — Onde você encontrou isso? — Há uma pequena loja na cidade. Eu vou te levar lá um dia. — Sua mão deslizou para trás de sua nuca. — Eu perguntei ao proprietário se poderia usar essa música. Era tentador, tão tentador, inclinar a cabeça contra aquele peito largo, ficar neste perfeito momento e ignorar as palavras faladas no carro ontem à noite, mas nunca tinha sido


uma mulher que se escondesse dos fatos: uma vez, fora porque ela não tinha escolha, mas agora se tornou parte de seu caráter. Erguendo a cabeça, ela olhou para aquele olhar selvagem de um ser humano com o coração de um lobo. — Por que você está dando isso para mim? Era um pedido de desculpas silencioso, ela entendeu, mas a razão por trás de suas palavras duras ontem à noite não podia ficar por dizer. Elas eram uma sombra escura sobre qualquer relacionamento futuro. Foi o lobo que lhe respondeu. — Eu só estou. — Você tem outros?

— Ela perguntou, mudando de

rumo. — Talvez. Foi uma sensação muito peculiar: ter essa conversa com Hawke, nenhum deles tentando extrair o sangue. — Posso vê-los? Um encolher de ombros. — Se você for boa. Sua pele estava, de repente, muito apertada sobre os seios, mesmo a suavidade da camiseta era muito abrasiva. — Quantos você têm?— Ela perguntou enquanto ele andava incrivelmente perto, até que a força musculosa de suas coxas enquadraram as dela. — Todas essas perguntas. — Sua mão apertou sua


nuca, seu corpo duro e exigente estava contra as pontas sensíveis de seus seios. — Talvez eu queira algo em troca. — Eu... — começou ela, sem saber se iria se render ou exigir as respostas que necessitava quando o telefone de Hawke tocou. — Espere. — Ele murmurou, sem quebrar o contato visual escaldante, sem retirar o acidentado calor de sua mão de sua nuca. — Isso é código de Riley. Ele colocou o telefone no ouvido. E tudo mudou.

Capítulo 17 — Mantenha-os detidos. Vou encontrar Judd e descer até aí. — Hawke viu os olhos de Sienna com nitidez, percebeu que ela iria juntar as peças. — Não. Sem comunicação. Se eles falarem, apesar da ordem, atire nas pernas dos homens. A mulher em frente a ele não parecia nem um pouco chocada com as suas instruções. — Mais intrusos. — Ela disse quando ele terminou a


chamada. Esfregando o polegar sobre seus lábios no lugar do beijo lento e profundo que ele tinha a intenção de conseguir dela, ele soltou sua mão e disse: — Pode falar telepaticamente com Judd e levá-lo a me encontrar na garagem? — Sim. Eu estou fazendo isso agora. Hawke já tinha virado e estava a caminho quando ele parou para pensar que talvez devesse ter dito algumas palavras doces em vez de fazer essa partida abrupta, especialmente depois da noite passada. Mesmo a mais madura das mulheres tende a ficar irritada com coisas como essas. Puxando seu telefone enquanto corria para a garagem, ele codificou uma chamada. Sienna atendeu. — Há algum problema? Nenhuma raiva, apenas uma inteligência incisiva. Foi quando se lembrou de que esta mulher tinha sido criada em um contexto militar, entendia sobre a necessidade de uma resposta rápida. — A que distância está Judd? — Perguntou em vez das palavras bonitas que ele preferiu muito mais guardar e sussurrar em seu ouvido quando ela estivesse nua e usufruindo do prazer com ele. Muito prazer. — Quase lá. — Uma pausa. — Tenha cuidado. Ele

percebeu

a

borda

distinta

de

um

comando.


Surpreso, mas não oposto à ideia de determinado comando desta mulher específica, seu lobo aguçou os ouvidos. — Sim, senhora. — Desligando, ele entrou na garagem, no momento em que Judd apareceu no corredor oposto.

JUDD parou no escuro pesado das árvores ao redor da clareira

onde

a

unidade

SnowDancer

mantinha

quatro

homens e uma mulher grávida. — Confirmado, Psy. — Ele disse em um murmúrio subvocal para o homem que estava ao lado dele. Levou-lhe tempo para aprender a falar baixo, tão baixo que não podia ouvir sua própria voz, mas que os changelings podiam discernir com infalível precisão. — Alguma outra coisa? — Hawke perguntou, sua atenção voltada para os intrusos. — Não há símbolos em seus ombros. — Disse ele. — Isso é de propósito, esses são uniformes militares, deveriam ter emblemas. — A mulher? — Ela não está tocando seu abdômen. — Uma mulher grávida que se preocupava com o feto teria feito algum movimento de proteção que traísse a desintegração de seu condicionamento

em

vez

de

ficar

de

pé,

com

rigidez

militar. Ainda assim... — Eu não posso dizer com certeza que


o seu estado é feito para manipular suas emoções. Seu silêncio poderia ser simplesmente muito forte. Ele deslizou mais para trás no escuro quando Hawke saiu para ficar ao lado de Riley. — Meus senhores e senhora, — o lobo alfa disse com calma enganadora, — gostariam de explicar a razão para esta violação territorial? O homem que respondeu era alto, com características que

colocaram

sua

ascendência

como

originário

do

subcontinente índio, mais provavelmente, da fronteira com a China. — Nós desertamos. — Uma declaração frígida, mas isso não significava nada. Uma vez Judd tinha soado tão frio quanto. — Procuramos abrigo. — O que faz você pensar que SnowDancer iria oferecer abrigo a um grupo de Psy? — Há rumores de que você já o tenha feito, pelo menos em uma ocasião anterior. — O sangue de Judd gelou em suas veias. Sua família inteira desapareceu da rede, era para terem sido listados como mortos na Net. — Ele está pescando. — Ele disse no microfone preso à gola da jaqueta de couro sintético, embora soubesse que Hawke estava bem ciente do fato. Agora, o alfa SnowDancer curvou seus lábios em um sorriso que era todo dentes. — Podemos ter corrido pela rua, ocasionalmente. — Ele


disse a ele, estendendo a mão para acariciar um dos lobos selvagens que tinham fluído para fora da floresta, em resposta à sua presença. — Então você realmente lhes ofereceu guarida? Hawke acariciou o lobo ao seu lado, uma bela criatura do mais profundo negro... mesmo tom do lobo changeling muito maior que rondou para se juntar ao círculo de observadores. Riaz. A tenente SnowDancer olhava sem piscar para

os

invasores

com

os

olhos

em

uma

sombra

surpreendente semelhante ao ouro envelhecido. — Depende do que você define como guarida. — O tom de Hawke era leve, como se fosse uma conversa diária. — Tenho certeza que já não sentem qualquer dor... não sentem mais nada. — Você está dizendo que eles estão mortos? Um leve sorriso. — Agora, se eu dissesse isso, eu estaria admitindo o assassinato. — Ele inclinou a cabeça para a mulher, e Judd sabia que o lobo estava avaliando a verdade dela. — Nossa equipe jurídica desaprovaria isso. Então ele fez algo que Judd nunca teria esperado. Jogando a cabeça para trás, ele uivou: um som estranhamente bonito, parecendo vir de uma garganta de lobo, não de um ser humano. Os lobos em torno dele, selvagens e changeling, reagiram em uma fração de segundo, as pernas dianteiras se aglomerando

quando

eles

lançaram-se

nos

intrusos. Só


alguém que tivesse observando com maior cuidado teria visto que suas investidas fluíam em torno da mulher. Os Psy não estavam prestando esse tipo de atenção. A mulher não apertava a mão em torno de sua barriga, não tentou proteger seu ventre, não tentou proteger seu corpo de qualquer maneira. Em vez disso, ela, como os outros, bateram a mão em um golpe telecinético que empurrou os lobos para trás... e teleportaram. A uma velocidade que significava que cada um tinha feito seu próprio teletransporte pessoal. Judd

silvou

uma

respiração. Não

havia

nenhuma

possibilidade de quatro capazes teletransportadores, Tk-Psy — todos teriam sido puxados para dentro da superestrutura do Conselho enquanto eram jovens — decidissem desertar ao mesmo

tempo. Nenhuma chance. Isso

provocaria

muita

atenção, incitaria uma busca muito grande. Ninguém do Conselho operatório iria cometer esse erro. Além disso, todos os quatro invasores estavam de pé, com uma postura pronta para a batalha, o que revelou a sua formação. — Limpo! — Um dos SnowDancers gritou, enquanto Brenna e os outros técnicos que seguravam um dispositivo, tinham se reunido para detectar todos os dispositivos de vigilância em seu território. Só então Judd saiu do esconderijo. — Alguém desconfia que ainda estejamos vivos.


Hawke, que havia se agachado para tocar e brincar com os lobos selvagens que fervilhavam sobre ele, ergueu-se. — Nossa manifestação deve colocar esse boato para descansar. — Especialmente quando ele passou tão próximo da verdade. O sorriso de Hawke era do lobo: divertido e perigoso. — Você teve sorte por eu ter me sentindo maduro no dia em que vocês cinco apareceram em nosso território. Judd sabia agora que Marlee e Toby nunca tinham estado em perigo, os lobos se recusavam a prejudicar qualquer criança, mesmo aquela que poderia ser uma ameaça. Era seu calcanhar de Aquiles, um que não poderiam permitir que o Conselho descobrisse, porque eram totalmente capazes da reprodução e envio de agentes infantis. — Deixe-me falar com meus contatos, ver se eu posso ter uma ideia do que pode estar por trás desta expedição de pesca. — Um conselheiro tem uma mão em todos esses Tks. — Há uma segunda opção. — Quando Hawke voltou-se para ele com uma expressão questionadora, ele disse. — Eu não os reconheci, mas é possível que eles tenham sido recrutados para a equipe depois que eu saí. — Arrows não se viravam contra os seus, mas Judd desertou e, ao fazê-lo, e quebrou a aliança. — Eles podem estar me caçando. Sentindo um lobo roçar contra ele quando terminou de


falar, olhou para Riaz que tinha vagava do outro lado da clareira. — Sim? Mas o tenente só estava interessado em Hawke, caminhando para farejar o alfa. Judd estava certo que ele viu o sorriso do lobo negro antes de Hawke adverti-lo com um rosnado baixo. Judd não tinha sentidos changeling, mas ele tinha

um

cérebro. Ainda

assim,

não

fez

nenhum

comentário. Ainda não.

Já estava tarde quando Hawke voltou à cova. Ele deveria ter ido para a cama, mas ele sentiu um determinado cheiro pelos corredores até que localizou Sienna na sala de treinamento, o mesmo onde ele a tinha visto uma vez antes. Esta coisa entre ele e Sienna, não sabia onde estava indo, mas sua culpa em reclamá-la quando ele tinha tão pouco para oferecer continuava a ser uma garra rasgando por seu

intestino.

Entretanto,

como

ficou

provado

sua

incapacidade de manter distância, ignorou-a já que não era uma opção. Quanto à culpa? Acabou que não tinha chance contra o prazer penetrante que derivava por estar em sua presença. Fechando a porta atrás de si, agora, ele se sentou em um banco para saborear a visão de seu movimento com ágil graça.


— Não conciliou o sono? — Ele perguntou quando ela o viu e interrompeu. Ela empurrou uma mecha de fogo que caía em seus olhos. — Eu estava preocupada. — Uma declaração sem sofisticação, austera em sua honestidade. — Eu queria falar telepaticamente com Judd, mas eu sabia que ele não iria me dizer nada sem autorização. Proteger era seu instinto, mas ela era a sua vida, uma contra o qual lutou desde o início. Ele não estava prestes a deixá-la em desvantagem por permitir que ela ficasse cega a uma possível ameaça. Ela prendeu a respiração quando ele começou a dar-lhe o resumo, o rosto pálido sob as sardas intrigantes que ela ganhou durante os meses de verão. — Eu. — Ela sussurrou. — Observavam-me a distância. Ele já subia para tocar seu queixo, traçando o dedo sobre a suavidade de sua pele. — Ninguém teria reconhecido você. — Ele disse, pensando que ela estava preocupada com suas visitas ao Wild, à cidade. — Inferno, eu quase não reconheci. — Não. — Com um tremor violento de sua cabeça, seus olhos ficaram semelhantes à meia-noite. — Quando eu — descarrego— o X-fogo, uma onda de choque psíquico é provocada. Entretanto, eles teriam que estar perto para sentilo...


— Mas, — ele disse, vendo o ponto letal que ela buscava — os homens de Henry Scott estavam à espreita nas margens e talvez até mesmo no interior do território por meses. Ela deu um aceno irregular. — Sinto muito. Eu deveria ter percebido. Ele parou com um dedo sobre os lábios. — Mesmo que eles tivessem vindo para pegar alguma coisa, deve ter apenas sido uma simples sugestão, ou eles teriam sido muito mais certeiros esta noite. — Eles vão voltar. Ela falou contra seu toque, e foi instintivo traçar os lábios

carnudos,

querer

entregar-se

que

muito

embora

soubesse que não podia permitir-se ir mais longe. Não esta noite. Não quando ela estava tão chocada e vulnerável. — Então, — ele disse, inalando o seu cheiro, — cuidaremos deles. — Ele esfregou o polegar sobre o lábio inferior, profundamente satisfeito por ouvir a sua respiração parar. — Você pode silenciar o lançamento do seu poder de alguma forma? — Sim. — Sua respiração era quente contra a pele dele, o ritmo de seu pulso era uma carícia que teve seu corpo rígido pela necessidade. — Vou entrar profundamente em território SnowDancer, um lugar que eu conheço que está sob pesada guarda e é altamente improvável de estar comprometida. — Bom. — Estava para lá de tentado a morder as curvas coradas de sua boca, mas ele resistiu e disse. — O que você


estava lendo quando eu cheguei mais cedo? Eu vi o leitor sobre a cama. Sienna tinha ficado doente do estômago quando ela percebeu que seus atos poderiam ter trazido perigo para toda a sua família, mas agora, uma sensação totalmente diferente deslizou por seu abdômen. — Nós não deveríamos... — ela disse contra o polegar que continuava a provocá-la até que ela sentiu como se seus lábios estivessem conectados em uma linha direta com o calor úmido entre suas pernas, — discutir a questão da segurança? — Não há nada mais para discutir ainda. — Os olhos de lobo olhavam através um rosto humano, o corpo dela tão perto do seu esbarrava em sua força implacável a cada respiração. Quando ele moveu seu toque atormentador de seus lábios para fechar a mão sobre sua sensível e delgada garganta, ela estremeceu. — Um texto de física. — Parte dela dizia que estava deixando-o ter muito controle da situação, mas o resto de si esperava em tensa antecipação para ver o que ele faria em seguida. — Hmm. — Alcançando suas costas, ele desfez a trança, deslizando a massa escura sobre um ombro para que caísse sobre o peito. — Está conseguindo um A. A surpresa atravessou o pesado desejo em seus membros, em seu sangue. — Como você sabe?


Um sorriso lento. — Porque eu sei que o seu cérebro nunca para de trabalhar. Ela não sabia como responder a isso. — Você está tirando sarro de mim? Deslizando as mãos até a cintura, ele disse: — Não. — Acariciou com as mãos para cima, para baixo novamente. — Eu gosto da forma como você é inteligente. Era um elogio inesperado, que significava muito mais para ela do que a mais florida de palavras. — Eu gosto da sua mente, também. — Ela sussurrou enquanto seus braços subiam por vontade própria para embrulhá-los em torno do pescoço dele. Ele era muito alto para isso, então ela curvou sua mão ao redor do lado do pescoço, o mover do músculo e tendão era uma intimidade flagrante sob sua palma. — Seus processos de pensamento me fascinam. — Ele poderia ser tão friamente racional, e ainda assim o lobo estava sempre lá, primitivo e selvagem. — Então estamos iguais. — Colocando sua mão na nuca dela, ele moveu a outra para a parte inferior das costas. E de alguma forma, eles estavam dançando, embora a música fosse apenas o pulsar de seu coração, a carícia áspera de sua respiração.


JUDD conseguiu entrar em contato com o Fantasma por volta das três da manhã. O outro homem concordou em encontrá-lo uma hora mais tarde nos confins obscuros de um projeto de prédio abandonado. O plástico preto vibrava pelos ventos da noite, a estrutura sólida da construção proporcionava uma ilusão de permanência. — Tem sido difícil rastreá-lo ultimamente. — Judd disse ao rebelde que estava tão perto da Net que Judd se preocupava que a loucura estivesse começando a penetrar no cérebro do Fantasma. Com o rosto escondido na escuridão, o Fantasma se inclinou para trás contra uma das vigas de sustentação. — Você perguntou-me, uma vez, qual a minha razão para fazer isso. — Isso. — Esta combinação de seus esforços para derrubar Silêncio. A

o

Conselho... embora questão

tornou-se

não mais

estivesse complexa

mais

no

do

que

isso. Como evidenciado pelo segundo nível de dissonância no cérebro de Sienna, alguns Psy precisavam do silêncio, ou algum aspecto dele, em um nível básico. — Você está pronto para compartilhar? A única coisa que o Fantasma havia admitido até aquela data era de que havia pelo menos uma pessoa na Net que tinha algum valor para ele, uma pessoa que não queria morta. Essa foi a única coisa que o impediu de aniquilar todo


o Conselho, num ato que poderia causar uma onda de choque psíquico e desestabilizar a Net, matando milhões. — Não. — O rebelde disse, em resposta à sua pergunta. — Mas eu tenho uma informação, que você deve muito querer saber. Judd compreendeu sem mais explicações que aquela era a não nomeada razão pela falta de disponibilidade recente do Fantasma. — Eu preciso saber se a minha cobertura está comprometida. — Não. Toda a sua família é dada como morta. — Quaisquer são os rumores? — Há um mito de um X cardeal, mas você e eu sabemos que é impossível. Judd se perguntou o quanto o Fantasma sabia e até sobre a lealdade do rebelde. Mas ele também sabia que, mesmo Sienna tendo ganhado o controle de sua habilidade com a recusa, pura e teimosa em render-se, chegaria um momento em que o marcador X exigiria mais dela do que ela poderia dar. Ele tinha que ter uma chance para lealdade do Fantasma, para rolar os dados. Porque se ele não o fizesse e o poder de Sienna saísse do controle... — Você já ouviu falar do segundo manuscrito de Alice Eldridge? — A dissertação sobre designação X? — O Fantasma se endireitou. — Sim. São um dos mais ocultos rumores ainda


persistentes na Net. — Há qualquer indicação de que o boato poderia ter um grão de verdade? Uma pausa longa e tranqüila. — Vou fazer uma pesquisa. — Eu te devo uma. — Não, Judd. Nunca diga isso para mim, eu posso muito bem cobrar. — Havia uma escuridão fria nessa afirmação, como se Judd não fosse gostar do pagamento exigido. — Então eu a retiro. — Cabelos ao vento de volta em uma súbita rajada que rebatia o plástico preto, ele olhou para o homem cuja identidade, tinha noventa e nove por cento de certeza. —

Você

pensou

em

assumir

a

rebelião

abertamente? — Ela nunca teria sucesso. Primeiro, as fundações devem ser definidas. Só então a crista da onda. Judd pensou em tudo que tinham feito juntos, tudo o que tinha feito, considerando o custo. — Como está o seu estado mental? — Era uma pergunta que ele nunca perguntou com tal franqueza, mas os tempos mudaram. — Sã. — Uma resposta curta. — Embora a sanidade seja uma questão de interpretação.


Capítulo 18 ALTERNANDO ENTRE os sentimentos de satisfação e frustração pela lembrança da sensação de Sienna em seus braços, Hawke bebia seu primeiro copo de café na manhã seguinte, quando recebeu um chamado de Kenji, o tenente SnowDancer cuja base era perto de montanhas de San Gabriel. Com suas altas maçãs do rosto, surpreendentes olhos verdes, e cabelos magenta violenta, ele parecia um fugitivo de um deserto selvagem, ou talvez saído de algum desfile ultramoderno. — Que merda que você fez com o seu cabelo? — Hawke perguntou, quase engasgando com o café. Porque enquanto ele poderia querer parecer uma estrela do rock japonês, o fato era


que Kenji era tão vanguardista quanto sua professora do primário. — Isso aborrece Garnet. Razão suficiente. — Ele bateu em uma carta enrolada na tela de comunicação. — Eu tive um contato interessante da Coalizão Blacksea. Hawke pousou o café. Blacksea era uma matilha changeling em um sentido. Era uma coalizão de todos os changelings

de

água. Como

entidades

individuais,

sua

população era minúscula, com apenas um ou dois exemplos registrados de alguns tipos changeling. No entanto, em vez de serem impotentes, eles eram agrupados formando uma rede de malha

estreita,

que

lhes

dava

considerável

poder

de

negociação e territorial. — Negócios? Kenji balançou a cabeça. — Eles querem uma aliança. — Envie-me os dados. — Isso iria para o topo de sua lista, porque ao contrário de qualquer outro agrupamento changeling do planeta, Blacksea tinha membros em todo o mundo. — Mande tudo com cópia para Riley. — Está sendo feito. — Kenji assinalou. Vendo uma mensagem rabiscada em sua mesa, Hawke saiu para falar com Índigo sobre alguns dos membros mais jovens da matilha que tinha estado sob supervisão. — Você está mais equilibrado. — Ela disse depois de terem terminado a discussão, as longas pernas cruzadas em


cima de sua mesa, enquanto ele estava de costas contra a porta fechada de seu escritório. — Sim. — O contato que ele permitiu-se com Sienna tinha satisfeito as duas partes o suficiente para que a sua necessidade não estivesse mais sangrando em todos ao seu redor. Mais sob controle, o lobo estava disposto a ser paciente agora que ele decidiu ir atrás dela, entendeu a caça, entendeu que às vezes, é necessário perseguir suas presas. — Ouvi sobre o namoro entre Tai e Evie.

— Ele disse num esforço

para distrair Índigo, porque ele não estava pronto para discutir a sua decisão. A expressão de Índigo disse que ela estava ciente de sua estratégia, mas deixou passar. — Eu prometi quebrar os braços dele se ele a fizesse infeliz de qualquer maneira. — Uma pausa. — Eu deveria prometer fazer o mesmo com você. Hawke estreitou os olhos. — Não faça isso. — É claro que o farei, é por isso que eu sou um tenente. — Balançando as pernas para fora da mesa, ela pegou um Datapad pequeno. — Mas não hoje. Estou atrasada para uma sessão com os novatos.

— Levantando-se, esperou que ele

abrisse a porta. — Em segundo lugar... — Ela empurrou a mão livre em seu cabelo e puxou sua cabeça para baixo. — Eu quase deixei a melhor coisa que já me aconteceu escapar porque eu estava presa a ideias do que eu deveria — querer


— . Às vezes há apenas uma única chance para agarrar a felicidade.

— Pressionando os lábios nos dele em um beijo

rápido e carinhoso, ela o soltou e se afastou. Sua

afirmação

de

separação,

no

entanto,

não

desapareceu facilmente.

BUSCANDO

ALGUMA

FORMA para

combater

a

distração de lembranças da noite passada, Sienna havia acabado de concluir seu projeto de física utilizando os recursos computacionais da biblioteca da matilha, quando ela esbarrou em um changeling idoso. — Eu pego! — Ela disse, apanhando o livro que tinha derrubado. — Sinto muito, senhor. Dalton riu quando ele aceitou o livro, as sobrancelhas brancas e espessas sobre uma pele marrom escura marcada com milhares de linhas de riso. — Faz-me soar cerca de cem anos de idade. Sienna não tinha certeza se Dalton não era exatamente o que disse. As crianças da matilha diziam que o homem carinhosamente chamado de Barba Branca não era um bibliotecário,

ele

era o bibliotecário,

o

repositório

de

conhecimento do bando. — Você estava pesquisando? — Está tudo aqui. — Ele bateu em sua têmpora, os


olhos do mesmo marrom quente dourado cintilante que sua neta. — Eu vim para obter alguma luz lendo. — Segurando o tomo pesado que ela havia pegado, ele sorriu. — No original francês! Sienna balançou a cabeça como se ela soubesse o que ele estava falando. — Espero que você goste. — Tenho certeza que vou. — Colocando o livro debaixo do braço, ele tocou-lhe no ombro quando passou. Sienna deixou escapar antes que sua coragem a abandonasse. — Espere! — Sim, querida? — Os arquivos do bando são acessíveis a qualquer pessoa? Os olhos de Dalton eram penetrantes, quando ele olhou para ela, não deixando dúvida de que Barba Branca ou não, seu cérebro era tão agudo como sempre tinha sido. — Sim. Mas certas verdades, quando escrita, são mantidas fora de alcance, porque há algumas feridas que não precisam ser reabertas. Sienna sentiu os dedos curvarem-se em punhos. — Eu entendo. — Você entende, jovem? — Dalton balançou a cabeça. — As histórias que eu escrevo fornecem os fatos, mas para entender o coração, você deve perguntar àqueles que estavam


lá. Sienna não se moveu durante vários minutos depois que Dalton a deixou, recordando a forma como Hawke tinha se fechado quando ela tinha trazido o passado à tona. Ele segurou-a na última noite, dançou com ela até que a toca inteira parecia estar tranquila, como se fossem os únicos acordados

no

tempo

abafado

entre

meia-noite

e

a

madrugada. Ela nunca se sentiu mais viva, mais mulher. No entanto, as palavras de Dalton a fizeram enfrentar uma dura verdade: a de que, apesar da escalada de contato físico, Hawke ainda não tinha, talvez nunca, confiado nela com seus segredos. Sienna! Era a voz telepática de Judd, cortando a frieza de seus pensamentos.

No escritório de Hawke. Precisamos

discutir o que você disse a ele sobre o fogo frio. O lembrete do perigo que os espreitava era um fio gelado na espinha. Estou a caminho.

HAWKE observou o rosto inexpressivo de Sienna, o ébano plano de seu olhar, e fez uma careta. — Você libera o X-fogo para impedir alcançar a sinergia, correto? — Ele perguntou, imaginando que ele ia chegar ao fundo da mudança emocional dela logo que a tivesse sozinha.


Um aceno rápido, sua postura era a de um soldado SnowDancer na frente de seu alfa. — O aterramento me ajuda a manter um equilíbrio psíquico estável. — Quantas vezes você aterra? — Judd lhe tinha dito para fazer a pergunta, embora o macho Psy tivesse se recusado, até que ele tivesse mais respostas, a dizer o porquê. Era uma medida de confiança no tenente que Hawke deixaria por isso mesmo, por enquanto. — Várias vezes ao longo dos últimos meses. — Sienna admitiu. — Antes disso, eu só estava fazendo isso uma vez ou duas vezes a cada semestre. Minha teoria é que a mudança está ligada ao meu crescimento. — Como tenho o controle, o poder não é liberado inadvertidamente, por isso se acumula mais rapidamente. Judd falou pela primeira vez. — Você prevê fazê-lo novamente em breve? — Não, eu acho que não. — No entanto, houve uma hesitação confiança.

em —

suas O

palavras, padrão

uma

rachadura

tornou-se

menos

em

sua

previsível

ultimamente, o que poderia ser devido a uma flutuação simples nas minhas habilidades. Isso aconteceu uma ou duas vezes antes, e sempre cedeu sem qualquer sequela perceptível. Hawke prendeu-a com seu olhar. — Você vai me dizer a próxima vez que você precisar aterrar. — Ele não a deixaria com a cabeça para fora sozinha,


não quando um Psy poderia tê-la em sua mira. — Sim, senhor. Ele nunca tinha sido chamado de — senhor— com tal polidez insultante. O lobo fixou-se em torno da borda amarga em sua voz. Como ele não gostava de vê-la perdida e insegura, virou-se para Judd. — Qualquer outra coisa que eu deveria saber? — Não, eu ainda estou trabalhando com meus contatos. — Voltando-se para a porta, ele disse. — Sienna? Hawke levantou uma mão. — Nós temos algo para discutir. Judd olhou para cima, encontrou seus olhos, mas falou com Sienna. — Espere lá fora. — Havia comando em sua voz, como o de um tenente falando com um soldado de menor graduação. Hawke tinha a sensação de que, mesmo Sienna podendo ter argumentado com seu tio, ela obedeceu ao tenente, embora com o queixo cerrado, deslizou por Judd e foi para o corredor. Somente quando ela se foi, a porta se fechou, e Hawke levantar uma sobrancelha para o macho Psy que tinha retornado para ficar na frente dele. — Você tem a minha lealdade, — Judd disse no mais quieto tom de voz, — mas ela tem um pedaço do meu coração. Hawke sabia que isso ia acontecer, estava pronto para isso. — Eu não vou machucá-la.


— Sienna é forte. — Judd continuou como se não tivesse ouvido o voto de Hawke. — Mais velha do que deveria ser. Mas, em muitos aspectos, ela é muito mais vulnerável do que qualquer outra mulher nesta toca. Ela quebrou o Silêncio em uma idade crítica, o que alterou sua psique emocional. O

lobo

de

Hawke

não

estava

satisfeito

em

ser

repreendido, mas ele ouviu. — Pelo que vejo, — ele disse, pensando em seus olhos vazios quando ela entrou no escritório, — ela parece boa em controlar suas emoções. Isso deveria tê-lo feito feliz, que ela tivesse a capacidade de manter essa distância. Ele sempre escolheu as amantes que não seriam feridas por sua incapacidade em dar-lhes tudo. Mas ontem à noite, quando ele entregou-se, alegando o primeiro nível de privilégios íntimos de pele, descobriu algo: quando se tratava de Sienna, ele era além de egoísta, além de possessivo. Ela era sua. E ele queria tudo dela. — Isso não é o que me preocupa. — Os olhos de Judd estavam de um azul ártico atento quando se encontraram com os de Hawke. — Ela não tem botão de desligar quando se trata das pessoas que ama. Ela vai fazer de tudo para protegêlos, até mesmo assassinato. Você entende o que eu estou dizendo? Hawke curvou seus lábios em um leve sorriso. — Soa como uma changeling predatória.


— Sim. Exceto que, ao contrário de um changeling, ela não cresceu em torno da bondade simples, do toque, e muito menos de carinho. — Uma dura lembrança de que Sienna não tinha tido uma infância como a maioria do Psy. — Em um nível intelectual, ela pode entender que o contato físico íntimo não significa um compromisso, mas quando se trata de você, isso não vai importar o mínimo. — Palavras frias, não menos fortes para ser proferidas por uma voz temperada. — Depois de virar a chave, certifique-se de que esteja pronto. Era um aviso. O lobo de Hawke ouviu alto e claro, mas também ouviu o que Judd não disse. — Por que não está me dizendo para ficar a porra longe dela? — Ele perguntou, porque mesmo que fosse tarde demais para isso, o enfurecia que sua família não tivesse pensado em protegê-la. A própria raiva de Judd era como um chicote de gelo. — Você insiste em vê-la como uma criança quando a verdade é que ela foi forçada a tomar decisões adultas há muito tempo. Ela ganhou o direito de viver a vida como lhe agrada. — Não te chateia? Que ela nunca tivesse tido a permissão de ser uma criança? — É certo como o inferno que o deixava puto. — Sim, mas ela sobreviveu.

— Nem mesmo por uma

centelha de cílio Judd traiu a profundidade da emoção que o


montava, mas a cadeira ao lado dele se transformou em uma pilha de lascas entre uma respiração e outra. O lobo de Hawke viu, entendeu. — Você mataria todos se pudesse. — Sienna poderia fazer isso sozinha.

SIENNA sabia que eles estavam falando sobre ela lá, e apesar de estar frustrada por ter sido excluída, fazia parte da toca por tempo suficiente para compreender hierarquia. A verdade era, excetuando-se situações como a de hoje, ela apreciava. SnowDancer, em seu núcleo, operava muito bem como uma unidade militar, ainda que com um caloroso centro emocional, o que era um padrão de comportamento que sua mente compreendida e aceitava, o caráter rigoroso agia como uma restrição exterior de suas habilidades. Sienna estava mortalmente certa de que ela não iria ter sobrevivido em um ambiente mais laissez-faire. No entanto, isso não significa que ela não deixaria tanto Hawke quanto Judd saber o que ela pensava de sua arrogância em excluí-la de uma conversa que a tinha como seu foco. O pensamento irritante tinha acabado de passar por sua mente quando uma faísca brilhante de alegria explodiu em seus sentidos psíquicos. Toby. Seu irmão tinha escudos


fenomenais, mas ele tendia a falar telepaticamente quando estava em espírito elevado. Por que você está tão feliz? Sascha está aqui. Sienna franziu a testa. Sério? Aquilo

não

se

encaixava

com

o

que

ela

tinha

testemunhado da natureza protetora de Lucas. Lucas está com ela. E com uma centena de outros soldados. O que fazia mais sentido. Seja bom. Drew diz que eu deveria ser ruim, às vezes. Ele é uma influência terrível. Mas ela deixou Toby sentir sua risada, saber que ela estava brincando. Apenas não seja muito ruim. A explosão de amor de um irmão que tinha esse aspecto de

suas

habilidades

enterrado

na

Net.

Depois

Toby

desapareceu de sua mente e a porta do escritório de Hawke foi aberta. — Sascha e Lucas estão aqui.

— Ela disse a Hawke

quando ele seguiu Judd para o corredor. — Eu sei. — Ele levantou um telefone preto lustroso. — Riley vai lidar com qualquer coisa que eles precisarem. Nós, — seus olhos focaram nos de Sienna — estaremos saindo por


um tempo. Por seu consentimento, ela não questionou a ordem até que Judd deixou-os na junção. — Vocês estavam falando de mim. — Ela começou. — Tios, — Hawke interrompeu, — irmãos, pais sempre tiveram e sempre terão privadas discussões ‘com homens que querem tocar suas mulheres’. Você nunca vai ganhar desse argumento. — Deu um puxão brincalhão em sua trança. — Então, desista. Olhando para ele, ela puxou o cabelo do seu alcance. — Essa é a declaração mais machista que eu já ouvi. — Não quero dizer que não é verdade. — Ele deu de ombros. — Pergunte a Riley sobre alguma conversa pouco agradável que os irmãos e o pai de Mercy tiveram com ele. A irritação descarrilou pela curiosidade, quando ela disse. — Que tal Indigo? — A tenente tinha a terceira maior patente da cova, não precisava da proteção de ninguém. — Você conhece Abel. — Ele disse, referindo-se ao pai de Indigo. — O que você acha? Sienna soube então que o lobo arrogante tinha ganhado, porque Abel adorava as suas meninas, provavelmente tinha ameaçado arrancar as peças-chave da anatomia de Drew. — Onde é que vamos? — Perguntou ela, mal-humorada e não se preocupava em esconder isso. — Daqui a pouco. — Acenando com a cabeça em direção


a uma das salas de conferência, ele disse. — Toby está lá. Uma pergunta não feita, o consentimento silencioso se ela precisasse ir até seu irmão. — Ele está bem. — ela disse, perguntando-se como o homem com olhos de lobo pode ser tão irritante e tão maravilhoso ao mesmo tempo. — Ele ama suas lições com Sascha. — Ela tem alguma coisa com isso, também, você sabe. — Ela é uma cardeal empata. As habilidades E de Toby são apenas Gradiente 3. — O estado cardeal de seu irmão vinha de sua telepatia. — Mas ele é um E em alguma parte, — Hawke apontou. — Existe. Sim, ela pensou, Hawke estava certo. Isso explicava a profunda e inexplicável alegria presente em Sascha sempre que ela estava com Toby. — Eu nunca conheci outro X. — Ela não sabia por que disse isso a ele. Hawke não respondeu até que eles saíram da toca e foram por um caminho que eventualmente conduziria à pista de corrida que tinha ficado cada vez mais diabólica desde o retorno de Riaz de uma temporada no exterior. — Que tal um X fraco? — Ele perguntou, com o rosto levantado para uma limpa, brilhante e ensolarada Sierra. É um belo homem. — Tal designação é uma doença rara.

— Ela disse


quando ele lhe lançou um olhar de questionamento. — Provavelmente há menos de dez de nós a qualquer momento. — Mesmo isso era uma estimativa generosa, considerando o que ela tinha pesquisado sobre a sua expectativa de vida. — A teoria é que o Gradiente X abaixo de 2 não se manifesta, de modo que ninguém nunca percebe. Quanto aos outros... Eu sei de um que morreu durante minha adolescência. Eu ouvi de outros dois que morreram antes de ser trazida aqui para dentro... — Tanta tristeza, tanta morte. — Dos dois Xs vivos que eu conhecia na Net, — ela continuou, — um era psicótico e o outro tinha hipersensibilidade. — Parecia estranho falar da designação X sem sentir uma rusga viciosa de dor por sua coluna que era o primeiro nível de dissonância, um aviso para não falar de coisas que o Conselho preferia manter em segredo. — Era possível explodisse se nós entrássemos em contato. — A volatilidade não o tornava um perigo? — Hawke empurrou os fios prata-ouro de seu rosto, que caíam sobre seu olho. —Sim, — ela murmurou, — mas ele deve ter sido útil de alguma forma, porque permitiram que ele vivesse. — Hawke tinha, ela pensou, o cabelo mais fascinante, incomum e belo, bem como a sua pele em forma de lobo. — Por que você não deixa seu cabelo crescer? — Quer dizer, como Luc? — Ele deu de ombros. —Não para mim, eu acho.


Ela tinha que admitir que ela adorava a maneira como os fios roçavam sua nuca, apenas o tempo suficiente para ser rebelde... convidavam mulher. Insegura

à

sobre

carícia onde

dos

estavam

dedos

de

uma

em

termos

de

relacionamento, o que ele aceitava, ela colocou as mãos sob as axilas. — Por que, em forma humana, você é tão parecido com seu lobo? — Houve um tempo em que eu precisava, por ter o aspecto dominante, mesmo quando eu estava na forma humana, o lobo era mais maduro do que o menino.

— Ele

liderou sua corrida no passado e no treinamento árvores. — Meu lobo estava sempre perto da superfície. A experiência aumentou o efeito. Assustada por obter uma resposta direta, ela lutou freneticamente para reorganizar seus pensamentos. — Eu ouvi changelings dizerem que pode ser perigoso passar muito tempo com o animal no controle. —Não poderia ser evitado. Eu tinha quinze anos quando me tornei alfa. — Tão jovem? — Nossa alfa estava morta, bem como a maioria dos tenentes e soldados seniores. — É por isso que SnowDancer tem uma população tão jovem. — Nem perto do nível de pessoas idosos que se esperaria. Ela ia fazer outra pergunta quando percebeu que tinham parado na sombra de uma árvore delgada, seus ramos


pendurados com folhas elegantes que brilhavam no vento. — Vou lhe dar, — ele disse, — uma vantagem de vinte minutos. Olhos pálidos de lobo a observava através de um rosto humano.

Capítulo 19


Os pêlos finos em seus braços se levantaram. — Para fazer o quê? — Você tem que chegar ao lago antes de eu pegá-la. — Um sorriso lento, provocante chutou direto no seu intestino. — Vamos ver se você é inteligente o suficiente para enganar o lobo. — Por que eu iria querer fazer isso? — Sienna havia pagado suas dívidas, ganhou seu status. — Isso é um teste? — Não. Cruzando os braços, ela afastou seus pés em uma posição defensiva. — Então eu não tenho que fazê-lo. — Eu estou pedindo a você. — Ele inclinou a cabeça para o lado, o movimento nada tinha de humano. — Está com medo de perder? Ela cerrou sua mandíbula. — Eu posso vencê-lo com os olhos fechados. — Estou com medo. — O lobo estava rindo dela. Se ela tivesse sido capaz de rosnar, teria feito logo em seguida. — Você tem permissão para dar a volta ao lago e esperar por mim? — Ele era mais rápido, ia ganhar, mesmo com a vantagem. Mas ele balançou a cabeça, os fios do lindo cabelo


deslizavam sobre a testa. — Qual seria a graça disso? Ela sabia que ele a manipulava a aceitar o desafio, mas a sua veia competitiva tinha chutado, não permitindo que ela recuasse. — Tudo bem. Inicie o relógio. — Feito. — Ele fechou os olhos. — Antes de ir, devo dizer-lhe o que você ganha se você vencer. — O quê? — Uma surpresa. Ah, ela queria muito ter a capacidade de rosnar. — E se eu perder? — Eu poderia jogá-la no lago. Talvez. Não confiava nele nem uma polegada quando ele tinha aquele sorriso que flertava com os seus lábios. Ela tirou o olhar. Ele era muito, muito rápido. Ela o tinha visto correr, e a visão tinha trazido seu coração à garganta. Construído como a mais bela máquina viva, todos os nervos fluídos e tendões, músculo e força, ele a ultrapassaria tão logo ela acelerasse. Ela não tinha a menor chance. Mas há outras maneiras de confundir um lobo.

HOMEM e lobo ficaram um pouco decepcionado com Sienna. Ela tinha ido a uma linha reta até o lago, não tinha


sequer tentado usar as águas próximas para mascarar o cheiro. O fio brilhante de folhas selvagens especiarias e outono se derramavam a frente dele, uma atração inconfundível para seu lobo. Ele teria que tê-la e... — Porra! Ele estava de cabeça para baixo, olhando pinhões espalhados que estavam naquele caminho a vários metros abaixo dele, o tornozelo direito preso de forma segura em uma corda. Torcendo para olhar seu tornozelo, ele balançou a cabeça. Contemplou novamente. Começou a rir. Inteligente. Menina inteligente. Não era uma corda realmente, mas uma videira grossa que crescia por toda parte por aqui. Sienna tinha que ter passado a maior parte de sua vantagem de vinte minutos para colocar

essa

armadilha.

Uma

armadilha

que

ele

teria

normalmente evitado, exceto que ele tinha anulado suas habilidades sobre este campo de atuação. Isso iria ensiná-lo a não ser um idiota arrogante. Contorcendo seu corpo, ele cortou a vinha com uma garra. Apenas para ficar um pouco aquém de seu objetivo. Soltando palavrões, ele tentou de novo, e de novo. Até o momento em que ele conseguiu tirar a maldita coisa, ele xingava, o que não exatamente o ajudou quando ele caiu duro em seu cóccix. O lobo não estava se divertindo... exceto pelo fato de que este era um jogo. Livrou-se dos restos da videira em torno de seu tornozelo, estendeu-se para esticar seus


músculos, e então farejou o ar, com muito mais cuidado desta vez. Ele viu a videira que ela tinha amarrado em todo o caminho e levantou seus pés por cima dela sem tropeçar na armadilha. Apenas para encontrar seu tornozelo, o mesmo maldito, preso em um buraco. Rosnando, ele afastou as folhas para descobrir que a moleque tinha cavado três buracos do outro lado. Ele conseguiu encontrar o centro. Inteligente, seu lobo pensou, encantado com ela. Muito inteligente. Resgatou seu já abusado tornozelo e passou vários minutos desfazendo a armadilha para que outros não fossem pegos de surpresa. Como ele tinha a sensação de que ela sabia por aonde ele iria, então mudou de rumo. Em vez de mover-se diretamente para o cheiro dela, ele tomou um caminho mais longo, chegando a um canto. Ele viu onde ela descansou, vislumbrou

outra

inteligente,

mas

sorrateira

armadilha.

Custaram-lhe preciosos minutos para desfazer, mas muito menos do que se tivesse sido pego nela. Cinco minutos depois, um longo fio de cabelo vermelho rubi brilhou para ele de um arbusto, a área cheia com seu aroma. Certo que ele ia correr dela para o solo, ele foi para aquela parte do arbusto. . . e apenas virou a mão a tempo para trás. Sua pequena curvilínea problemática quase o levou a uma moita de hera venenosa. Ah, agora ele estava louco. Sorrindo, ele olhou para baixo e viu o moletom dela


escondido sob o arbusto, provavelmente empurrado lá por uma vara. — Psy astuta! Ciente agora do calibre de adversário que ele tinha em suas mãos, ele começou a localizá-la a sério, voando sobre a terra a uma velocidade desumana, cada um de seus sentidos em alerta. — Lá. Ela estava há um mero quilômetro do lago, cabelo amarrado para trás, com os braços descobertos por sua Tshirt quando ela se ajoelhou no chão para colocar outra armadilha para ele. Em vez de atacá-la, ele moveu-se em silêncio ao redor para assistir. Sua mente era rápida, pensou, vendo como ela usou o ramo elástico de uma árvore e outra das vinhas para criar sua mais recente armadilha. Cada outro adversário com quem ele esteve nesse jogo, tentou disfarçar o cheiro dele ou dela, para confundir e desorientar. Ela foi a única que tinha pensado em usar seu tempo para montar armadilhas e o lobo apreciou sua destreza. Foi apenas sua falta de velocidade que lhe permitiu alcançá-la. Mas ele a tinha pego... e ele tinha alguns truques de sua autoria.


SIENNA ficou imóvel quando sua nuca arrepiou em advertência. Nada. Não havia som, definitivamente não o xingou como aquele quando Hawke tinha entrado na primeira armadilha. Ela tinha estado a menos de 10 metros de distância,

tendo tido tempo

suficiente apenas para se

esconder. Oh, ele estava chateado. Mas então ele riu. Ela nunca esperaria por isso, o que a fez entender: um jogo. Eles estavam jogando um jogo. Exceto com Toby e Marlee, nunca tinha participado de um jogo antes que não estivesse ligado à aprendizagem de táticas militares. Mesmo com seu irmão e prima, ela estava concentrada em seu prazer, mais como uma coordenadora do que como uma participante. Este era um jogo apenas pelo jogo. Sua eficiente voz interior X-Psy dizia que estava perdendo tempo, mas ela calou essa voz. Porque ela nunca tinha se sentido tão leve, tão jovem quanto agora, neste momento, esgueirando-se através de uma antiga floresta, tentando despistar um lobo com olhos azuis e cabelos de prata dou... —?! # O som que irrompeu de sua garganta foi ininteligível quando ela se encontrou pendurada por um tornozelo há pelo menos cinco metros do chão. — Não. — Ela murmurou, olhando ao redor, incrédula. Mas é claro que a resposta estava bem ali na sua situação atual. — Você ganhou! — Ela finalmente gritou em um acesso de raiva.


Ele apareceu saído da floresta, olhando para ela com os olhos zombeteiros. — O que você está fazendo aí, bebê? — Rrrr. — Ela bateu as mãos sobre a boca para parar o som selvagem. As bochechas de Hawke enrugaram em um sorriso deliciado. — Faça isso de novo. Nunca. — Desça-me. Ele balançou para trás em seus calcanhares. — O que eu ganho em troca? — Eu não vou fritar você como uma batata frita. — Você não iria, de qualquer maneira. — Disse com tal confiança despreocupada que era pura provocação. Ela lançou um raio de fogo, mas ele já tinha mudado de lado. — Tut, tut. Isso é trapaça. — Urgh! — Torcendo seu corpo com um sério esforço de seus músculos abdominais, ela mirou sua mão na videira, certa de que poderia cortá-la com suas habilidades. — Vai doer como o inferno quando você cair. Ela fez uma pausa. Ele planejou sua armadilha para ela bem alta. Feriria. Retornando, ela soltou um suspiro. — O que você quer? — Era um grunhido. Ela nunca rosnou antes.


Andando perto o suficiente para que ele pudesse colocar uma das mãos sob a nuca, a outro em sua parte inferior das costas, inclinou, pôs a cabeça em uma posição mais confortável, ele se inclinou tão perto que tudo o que ela podia ver era azul gelo translúcido. — Um beijo para o lobo mau. Sua garganta fechou, as palavras ficaram presas. Mas ele não fechou a distância entre eles. — Então? Engolindo em seco, ela assentiu. — Você tem que dizer isso. — Sim. — Ela conseguiu forçar a saída da voz, segurando seu ombro com uma mão. — Sim, o que? Algumas de suas frustrações reacenderam, o que fez retornar sua voz. — Você sabe o que? Eu não acho que me importe quão alto eu caia! Risonhos lábios desceram sobre os dela, uma grande mão cobrindo seu rosto enquanto a outra segurava o pescoço. — É... — É. . . Ela não tinha palavras para isso, esse choque de sensações que espetava através dela, cru e primitivo, o inchaço de seus seios, o derretimento do lugar entre as suas coxas. Tudo porque os lábios firmes provavam-na com uma


gentileza brincalhona intercalada com mais de pequenos beijos e lambidas. Ela gemeu em sua boca e foi recompensada com uma alfinetada em seu lábio inferior. Então, ele lambeu sua língua. Oh, Deus. Querendo mais, ela ousou chegar-se com sua própria língua. Ele fez um som baixo, no fundo de sua garganta e voltou a acariciar com interesse, seus dedos massageando sua nuca. Houve uma mera pausa para respiração antes de seu lábio superior ser sugado e o lábio inferior capturado entre os fortes dentes masculinos numa mordida provocante. Quando se sentiu como se tivesse de levantar a cabeça, ela se arqueou para ele. Ele abriu a boca sobre a dela própria, dançou a sua língua contra a dela, antes de quebrar o beijo com uma lentidão aconchegante. — Eu teria te dado apenas um beijo, — ele murmurou, mordiscando-lhe o pulso com os dentes, — mas você me deixa louco. Atordoada, ela disse: — Eu deixo? — Você realmente acha que eu a deixaria cair? — Uma mordida mais para baixo em seu pescoço. Mais forte desta vez. Ela estremeceu, apertando a mão no ombro de músculo pesado. — Você não pode sair por aí me mordendo sempre que você sentir vontade. — Era um comportamento masculino


muito alfa, e ele não precisava de mais incentivo. Ele lambeu sua língua sobre a marca. — Corte a videira. Desta vez, ela não o questionou e usou um laser de fogo frio para cortar a armadilha. Ele a pegou tão rápido que ela nem sequer experimentou a sensação de cair por um instante. Baixando-a seus pés, ele segurou-a contra si enquanto ela recobrava o equilíbrio, uma de suas mãos em suas costas, enquanto a outra brincava com fios de seu cabelo. Quando ela olhou para cima, ele estava olhando-a com um foco tão absoluto que roubou o ar de seus pulmões. — Você é uma boa companheira de jogo. — Ele disse, baixando a cabeça para falar contra seus lábios. — Você escolhe o próximo jogo. Roubando beijos minúsculos enquanto estava com o peito pressionado ao dele, ela sentiu a vibração de seu grunhido em cada centímetro dela. — Quando? — Ela conseguiu dizer, seus mamilos duros eram pequenos pontos, os seios tão sensíveis que ela não tinha certeza se seria capaz de aguentar se ele a tocasse. — Amanhã. — Inclinando-se, ele acariciou-a, dando apenas uma pequena mordida antes de esfregar os lábios sobre o local. — É hora de voltar. — Só mais um minuto. — Com medo que isto fosse um sonho, ela se atreveu a envolver os braços em volta do pescoço, acariciou com seus dedos a nuca dele. Ele era muito


mais alto, mas ficou em posição para que ela pudesse fazê-lo, sua respiração quente contra sua pele. Só por um minuto.

LARA não estava surpresa ao ver Walker em seu escritório naquela noite. Ele havia vindo na noite anterior, também. A parte dela que ainda estava machucada, mantinha uma cautelosa distância emocional, mas essa mesma parte reteve seus complexos e dolorosos sentimentos para com o tranquilo macho Psy, e eles tornaram-na incapaz de pedir-lhe para sair, especialmente quando ela sentiu uma sutil diferença nele, uma diminuição em sua parede de reserva. No entanto, não querendo preparar-se para uma nova queda, ela trouxe à tona algo que tinha certeza que o faria fazer uma saída rápida como na noite passada. — Você nunca fala sobre a mãe de Marlee. Para sua surpresa, obteve uma resposta. — O nome dela era Yelene. — Ele respondeu, sua expressão nada dizia de suas emoções dirigidas à mulher que tinha lhe dado uma filha. — Nós vivíamos juntos em uma unidade

familiar,

ambos

da

mesma

opinião

que,

psicologicamente falando, era a maneira mais segura de trazer Marlee e, mais tarde, Toby. A fundamentação era fria na superfície, e ainda sob ela, estava o amor que o levou a entrar em uma morte quase certa


por uma pequena chance de que as crianças encontrassem refúgio. — Sinto muito sobre sua irmã. — Ela sabia que Walker era o mais velho dos três irmãos, sendo Judd o mais novo. A mãe de Sienna e Toby havia sido a do meio... mas morreu muito cedo. — Kristine era talentosa, mas problemática. — Estou feliz por Toby ter você para apoiá-lo. — Porque Walker teria entendido a dor da perda de uma criança, mesmo sob o Silêncio. — Eu não pude proteger Sienna, — palavras nervosas e escuras, mas eu não teria permitido que ninguém tomasse Toby de nós. Devastadoramente consciente do que devia ter lhe custado ver Sienna ser tomada por Ming, ela não tinha a pergunta na ponta da língua, ontem. Naquela noite, porém, quando se sentaram na pequena mesa na sala de descanso, as pernas compridas invadindo seu espaço, ela não poderia contê-las mais. — Yelene. — Ela Disse. — O que ela era? — Nossos genes eram um bom jogo. — Seu corpo grande em nada traía seus pensamentos quando deu a ela aquela resposta indireta. — A previsão era de que iríamos criar uma prole de alto Gradiente, e Marlee é a prova viva da veracidade das previsões dos geneticistas. Com falta de linguagem corporal ou não, Lara sabia que


ele queria que ela se afastasse. Mas ela não tinha intenção de voltar o relógio, de retornar a sua relação como tinha sido antes do beijo, quando lhe permitiu ditar os limites, com essa forma sutil de ser. — Você sentia algo por ela, não era? Cada instinto dela lhe pedia para tocá-lo, para se conectar com ele no nível mais básico, mas Walker não tinha aderido a esses privilégios de pele, e até mesmo se eles tivessem tido mais entre eles do que essa estranha amizade, ele não era o tipo de homem de quem uma mulher poderia exigir. — Estava no Silêncio. — Ele disse, enquanto roçava sua perna coberta pelo jeans em uma carícia áspera que fez sua respiração parar, apesar de sua advertência para não deixarse dar demasiada importância a sua visita, as suas palavras. — Eu não sentia nada. — Walker. Ele largou o café que ela fez. — Não havia amor ou afeto, não como você o sente. Mas havia, eu acreditava, um verdadeiro compromisso e lealdade para com a unidade da família. Eu estava errado. A declaração foi tão fria e derradeira que disse que o assunto já estava fora dos limites. Não foi a determinação de Lara, que lutava contra o seu domínio, que a incitou a fazer o que fez em seguida, mas sim os instintos mais profundos do seu coração de curadora.


— Ela te machucou. Um tendão esticou em sua mandíbula. — Ela fez a escolha mais lógica quando toda a família estava prevista para a reabilitação. Walker nunca iria esquecer o dia, o minuto em que ele foi notificado do edital que informava que tinha três dias para colocar os seus assuntos, e os dos menores sob seus cuidados em ordem; três dias a fim de preparar a sua filha e o menino que ele considerava como um filho para se submeterem a uma vidente limpadora-de-cérebro que iria transformá-los em vegetais adequados apenas para as tarefas mais humildes. — De acordo com a ordem de reabilitação, a linha de Lauren tinha sido julgada instável e indesejável. — O suicídio de Kristine havia sido listado como um dos elementos de prova, mas Judd e Walker sempre souberam que isso não era nada mais que uma desculpa conveniente. — O nome de Yelene não estava no aviso prévio. Ele tinha ido para casa para discutir a situação com ela, para expor os planos que ele e Judd tinha colocado em ação, ambos tendo visto as inscrições na parede quando a extensão dos poderes de Sienna tornou-se claro. Somado à força telecinética de Judd, a telepatia de Walker, bem como a de Marlee e as habilidades nascentes de Toby, a família Lauren tornou-se uma ameaça que precisava ser neutralizada. — Ela estava arrumando suas malas quando eu entrei. No início, ele acreditava que ela estava se preparando


para uma tentativa de deserção. Neste dia, ele não sabia o que o tinha impedido de compartilhar seus planos. Talvez uma parte dele sempre tivesse entendido que, embora Yelene tivesse levado Marlee em seu ventre, sua filha era apenas uma coleção de células para ela... uma entidade substituível. — Quando ela me viu, disse-me à queima-roupa que não tinha a intenção de permitir que seus genes morressem juntos com o meu. As pupilas de Lara se dilataram ao longo dessa íris dourada. — Eu não consigo entender. — Disse com incrédula perplexidade. — Eu nunca vou. Tudo o que posso fazer é... — Ela colocou a mão sobre a mesa, com a palma para cima. Uma oferta silenciosa de cessação. Walker tinha aprendido a tocar desde sua deserção, aprendeu a abraçar, dar tapinhas nas costas ou um apertar no ombro. Mas ele nunca tinha tocado uma mulher sem nenhuma razão, exceto que iria acalmar algo irregular dentro dele, ao fazê-lo. Os dedos de Lara começaram a retroceder, quando ele não se moveu, a mão dela começando a deslizar para fora. Seus dedos se fecharam em torno de seu pulso antes que ele estivesse ciente de mover sua mão, o polegar trêmulo na batida de seu pulso. Sua pele era tão macia, mexendo com as fantasias de como seria explorar a pele de seus seios, suas coxas. Mais suave ainda, ele pensou, ela seria mais suave


ainda nesses lugares. — Eu não sou Yelene. — ela disse, com aquela força tranquila, que o tinha compelido para ela desde o início. — Eu nunca vou me afastar daqueles que são meus. Não, essa não era a forma como ela foi construída. — Mas Yelene não tem nada a ver com isso. — Mentiroso. — Um sussurro que o colocou de sobreaviso de que ela não estava prestes a recuar. — Ela fez um mal a você em um nível que você nunca vai aceitar, e essa mágoa continua a impulsionar as decisões tomadas sobre mulheres, sobre relacionamentos. — Os antigos laços, — ele disse, segurando aquele olhar dourado assim ela saberia que ele disse a verdade total, — o amor

para

as

crianças,

eles

sobreviveram

a

Yelene,

sobreviveram à deserção. Mas o resto de mim está danificado. Apesar de sua necessidade por ela, não mentiria... mesmo sabendo que as suas palavras iriam empurrá-la para os braços de um dos outros homens atraídos para o brilho do seu espírito. Sua mente ficou fria com a raiva, mas ele a fechou novamente, sabendo que não tinha o direito à emoção. — Eu estive muito tempo no Silêncio. Lara balançou a cabeça, havia algo em sua expressão que ele não sabia ler, linhas finas ao redor da boca, espalhando-se desde os cantos de seus olhos. — Você formou novos laços de lealdade, da confiança, com companheiros de matilha. Nós somos... amigos.


— Sim. — Ele esfregou o polegar sobre o pulso dela, queria tocar o local com seus lábios. A fome física não era o problema, mas Lara não era mulher para quem apenas isso fosse o suficiente. Ela era uma curandeira, feita para a família, para rir com as crianças, e com um companheiro que soubesse amar com a mesma profundidade, como ela. — Eu não pareço ter a capacidade de sentir qualquer coisa mais profunda. Talvez o tecido da cicatriz fosse muito grosso, ou talvez um aspecto crítico de sua psique emocional havia sido quebrada além do reparo, mas havia uma parede dentro dele que nada poderia penetrar. Nem mesmo Lara.

RECUPERADO

DE

COMPUTADOR

correspondência pessoal, AÇÃO EXIGIDA PAI, 2 DE: Alice <alice@scifac.edu> PARA: <ellison@archsoc.edu> pai

2

(A)

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DATA: 10 de abril de 1973 às 23:44 Assunto: Re: Olá Pai, Estou tão animada! Talvez eu não devesse estar, mas que pode ser que eu tenha encontrado a correlação mais extraordinária. Tudo começou quando eu fui capaz de rastrear os descendentes de uma mulher chamada Jena Akim, um XPsy que viveu no século XVI e era parte de uma família de alto Gradiente. A informação sobre ela e sua família é mais lenda do que realidade, mas se for verdade, pode ser a resposta. O que é crucial é que ao contrário da maioria Xs, que são colocados em treinamento especializado, logo que começam a mostrar suas tendências X, Jena nunca foi separada de sua unidade familiar. Isso, claro, é a chave e por isso tem faltado até agora. Talvez possa até ser que esteja escondido ou menos visíveis em mentes de mais fracos Gradiente, mas eu não posso tirar conclusões até que eu seja capaz de confirmar se a minha teoria está correta. Se assim for, não pode ser coincidência, meus estudos mostram que as regras do plano psíquico são multicamadas e com uma textura tão complexa que até mesmo o Psy não tem controle sobre eles, mas, e isto é fundamental, existem regras. Amor, Alice


Cap铆tulo 20 SIENNA abriu a porta na noite ap贸s o beijo para


encontrar Hawke esperando, com a mão apoiada no batente da porta. ― Pronta para jogar? ― Perguntou o lobo. Seu coração chutou contra as costelas, a memória da mordida

selvagem,

do

seu

gosto

enredado

com

a

masculinidade descarada de seu perfume, mas, assim como em sua visita anterior, o telefone tocou antes que ela pudesse responder ao convite. ― É melhor que seja importante! ― Ele gritou frustrado para o receptor. Uma pausa e então ele estalou de pé. Lendo sua expressão, ela passou por suas botas de trabalho, puxando-as com duros e rápidos movimentos. Ele olhou, mas não disse nada. ― Onde? ― Ele perguntou, seu tom estava tão calmo e controlado que ela sabia que algo de ruim tinha acontecido. ― Não, você está certo. Faça o que puder. Eu estou a caminho com Lara. Sienna ergueu a cabeça ao ouvir o nome da curadora SnowDancer. Puxando o cabelo solto em um rabo de cavalo bruto, ela empurrou-o para o corredor. ― Vou avisar Lara.

― Ela murmurou enquanto ele

pedia mais detalhes a pessoa do outro lado. Com os olhos refletindo muito do alfa, e não o sensual changeling predatório que veio a sua porta, ele rompeu com a conversa telefônica para dizer:


― Traga-a para a garagem inferior. Ela vai precisa de suprimentos extras: há mais de um ferido. Não preocupe Judd. Ele precisa se recuperar de um teletransporte que fez antes. Deixando-o no instante em que ele deu outro aceno de cabeça, ela correu para o alojamento da curadora, que era ao lado da enfermaria. Nenhuma resposta. Mas quando ela olhou na própria enfermaria, encontrou Lara em sua mesa, lendo algum tipo de revista médica. Dando à curadora um resumo conciso de tudo o que sabia, ajudou a reunir os suprimentos. ― Você tem formação médica de nível dois, não é? ― Lara perguntou, movendo-se rápida e eficientemente. Sienna agiu como uma mula de carga enquanto Lara carregava-a com o equipamento. ― Eu terminei o nível três enquanto estava com os leopardos. Todos os soldados eram obrigados a ter uma proficiência secundária. Um curso de tecnologia teria sido muito menos exigente para Sienna, dada a forma como sua mente trabalhava, mas ser capaz de ajudar as pessoas em qualquer nível, era um presente que não tinha preço para ela, uma pequena maneira de equilibrar a violência do X-marcador. ― Isso mesmo. Eu tenho a comunicação de competência. ― A curadora assentiu, como se tomasse uma decisão. ― Lucy fez dois turnos, por isso não estou acordando-a. ― Ela disse, falando da jovem SnowDancer que tinha acabado a


escola de enfermagem para assumir uma posição de tempo integral como assistente de Lara. ― Você está convocada. Seu telefone tocou naquele momento. Uma conversa rápida mais tarde, ela disse: ― Era Hawke. Vamos precisar de mais ajuda. ― Judd não está exterminado. ― Sienna não sabia para onde seu tio tinha se teletransportado, mas ela o viu no jantar com as crianças e foi capaz de medir seus níveis de energia. ― Eu não acho que ele vai ser capaz de teletransportar-nos para lá, ― ela disse, consciente de que Lara havia sido informado sobre a sua Tk, incluindo a sua capacidade para curar usando telecinese no nível celular,

― Mas ele pode ajudar com os

feridos. ― Pegue-o! ― Lara disse, em seguida, esfregou a testa. ― Vou ter que acordar a pobre Lucy depois tudo. Cinco frenéticos minutos mais tarde, Lara e Sienna chegaram à garagem com um par de companheiros de matilha que transportavam o equipamento, para descobrir que Judd já estava lá. ― Hawke já se foi. ― Disse-lhes, prendendo os suprimentos na cama do caminhão. ― Vou levar vocês duas para baixo. Outra equipe vai seguir em um caminhão maior, com macas para ajudar a transportar os feridos à cova. ― Lucy está vindo. ― Lara se virou para olhar por cima do ombro, para a entrada da garagem. ― Ela deve estar...aí está ela.


Amarrotada, com os olhos vermelhos, Lucy subiu no banco de trás ao lado de Sienna. ― Estamos lidando com o quê? ― Múltiplos ferimentos de bala. ― Disse Lara, ― Queimaduras a laser. ― Quaisquer ferimentos críticos? ― Judd entrou em uma estreita faixa de floresta. ― Posso ser capaz de levá-la lá mais rápido, mas vai me esgotar. ― Será melhor se você for capaz de ajudar na cura. Hawke vai segurar todos até chegarmos lá. Judd olhou para a curadora, verbalizando a questão que Sienna estava prestes a fazer. ― Eu percebo que Hawke pode empurrar sua força para aqueles com quem ele tem um vínculo de sangue, mas ele é capaz de atingir outros na matilha também? ― Sim. ― Lara estava verificando seu telefone para atualizações enquanto falava, em contato com a pessoa que tinha feito a chamada original para conseguir ajuda. ― Não é tão fácil ou tão eficaz como o laço de sangue com os tenentes, ou a ligação que ele tem comigo, mas ele pode mantê-los lá com o poder de sua presença. ― Hierarquia. ― Sienna disse, percebendo a verdadeira profundidade da fundação que impulsionava a matilha pela primeira vez. ― Os lobos vão obedecer a seu alfa, mesmo nesse extremo. ― Exatamente.


Sienna virou-se para Lucy quando a enfermeira voltou a trançar seu cabelo despenteado pelo sono. ― Eu posso fazer o que se você quiser. ― Obrigada. ― Você vai ficar bem com tão pouco sono? ― Lucy lembrava a Sienna de Riley, embora eles não tivessem semelhanças físicas. Era, pensou ela, a capacidade calma de suas naturezas. De tudo o que ela tinha ouvido até agora, a sólida calma seria muito necessária hoje. Lucy assentiu. ― Acostumei-me com isso quando eu fiz alguns trabalhos para CTX durante as minhas pausas na escola de enfermagem. As novidades não dormem por ninguém. Seu estômago rosnou tão logo terminou de falar. ― Droga, esqueci de pegar algo para comer. Desabei sem jantar. ― Aqui. ― Judd jogou uma barra de granola por cima do assento. ― Tinha-a no bolso do casaco. ― Eu declaro meu amor por você aqui e agora. ― Lucy disse tão logo rasgou o papel. Sienna se perguntou se Judd realmente tinha a barra, ou se ele tinha executado uma hábil — busca— telecinética. Tendo testemunhado o preço que era exigido dele, ela sabia que a telecinese não era uma habilidade fácil em qualquer sentido da palavra, mas era uma que ela não teria se importado em trocar pelo fogo e dor que era a designação


X. Foi esse tipo de violência, no entanto, que os aguardava em uma seção na fronteira do território da matilha encostada a terra

DarkRiver,

uma

área

espessa

com

abetos

que

perfuravam a beleza reluzente da céu noturno. Dois dos gatos estavam ali, um deles realizando os primeiros socorros. O outro, ela percebeu, como a sua visão adaptada para o brilho das lâmpadas de campo preso ao chão, havia sido baleado no braço, e ainda estava tentando fazer o que podia pelos outros, todos os quais foram ferido mais gravemente. ― Oh, Deus! ― Lucy sussurrou, pegando um kit médico do caminhão. ― Riordan deve ter vindo antes para a mudança de turno. Sienna seguiu o olhar da enfermeira para ver que o grande

e

brincalhão

um ferimento

em

seu

lobo

estava

abdômen

sangrando

quando

ele

muito se

de

sentou

encostado numa árvore. ― Ele está muito ferido. Então havia Elias. O soldado sênior parecia ter sido atingido com um laser de um lado, sua carne queimada, sem dúvida, causando-lhe uma dor horrível, mas ele rangia os dentes para evitar os gritos. ― Onde está Hawke? Ambos

perceberam

a

resposta

no

mesmo

instante. Simran, parceiro de Elias no momento e a mulher cujo lugar Riordan teria tomado, estavam no chão, o sangue escorrendo de uma ferida em seu pescoço. Sienna sabia que


era uma lesão fatal, ou deveria ter sido. Hawke se ajoelhou ao lado de Simran, sua mão se fechou sobre a ferida sangrenta. Pelo foco intenso dos pálidos olhos de lobo, ela sabia que ele estava segurando a sentinela à vida com sua vontade. Foi só quando ela viu o brilho da luz sobre suas costas nuas que ela entendeu o que ele tinha feito ali: sua velocidade ultrapassou a de qualquer veículo quando ele veio a este lugar através das montanhas e da floresta, dos rios e lagos. Mas ter atingido Simran antes da sentinela ir. . . Foi inimaginável, a pura fúria de sua velocidade. ― Judd está com Riordan.

― Ela disse a Lucy,

suportando, porque se ela se permitisse pensar sobre as pessoas que estavam sangrando na terra fria, isso iria paralisá-la. ― Você toma Eli e eu vou verificar os leopardos. Barker não protestou quando ela o sentou encostado na casca áspera de um antigo pinheiro, tendo perdido tanto sangue que ele começou a vacilar em seus pés. ― Por completo. ― Ela disse depois inspecionar a ferida. ― Eu não acho que a bala causou qualquer dano importante, mas precisa ser olhada por alguém mais qualificado. Colocando um compartimento de antibiótico no injetor de pressão, ela pôs contra a sua pele. O medicamento perfurou através de seu sistema um instante depois. Em seguida, ela fez uso de um analgésico antes que ele pudesse dizer a ela que não precisava dele. ― Eu estou supondo que você quer que Tamsyn olhe


isso. ― Ela disse, referindo- à curadora DarkRiver. Foi a parceira de Barker, Rina, que respondeu, tendo retornado para o seu lado. ― Contanto que você pense que ele pode esperar mais uma hora? Tammy está a caminho. Sienna verificou os sinais vitais de Barker usando um scanner. ― Ele está estável por enquanto. ― Olhando para cima, após um som leve, ela percebeu que a clareira foi cercada por lobos selvagens, seus corpos eram sombras elegantes no escuro. ― Eles chegaram com Hawke. ― Disse Rina, sacudindo a cabeça em descrença. ― Acho que eles estão de guarda. ― Sim. ― Sienna começou a desinfetar a carne mutilada, apesar dos silvos retidos de Barker. ― Como vocês acabaram no meio disso? Quanto ao que era isso, ficaria para mais tarde, depois que os feridos ficassem a salvo. ― Nosso horário de ronda se sobrepõe ao de Elias e Simran. ― Disse Rina quando Sienna acenou para que a voluptuosa soldada

loira

pressionasse

as

bandagens

esterilizadas sobre ambos os lados da ferida para que ela pudesse fazer um curativo temporário. ― Às vezes, paramos por um par de minutos, para uma conversa habitual. Nós mal tínhamos chegado aqui hoje à noite, quando esses bastardos Psy surgiram do nada. ― Uma pausa, um estremecimento. ―


Sem ofensa. ― Não me ofendi. ― Sienna sabia quem ela era, sabia também que se as coisas fossem diferentes, ela poderia ter acabado como um dos assassinos de estimação do Conselho. ― Eles se teletransportaram? Rina afastou o rico cabelo castanho de Barker da testa encharcada de suor, colocando o seu corpo ainda mais perto do dele, dessa forma changeling. ― Desceram de rapel de uma aero embarcação furtiva. Isso fazia sentido, porque Tks teletransportadores com capacidade era uma mercadoria limitada.

Especialmente

depois da maneira como Henry Scott tinha sacrificado vários destes nos últimos meses. ― Como eles pegaram vocês tão rapidamente? ― Nos sobrecarregaram com força pura. Era óbvio que significava que não haveria sobreviventes. ― A embarcação estava silenciosa. ― Barker disse, inclinando-se na direção do suave toque de Rina. ― Mas pegamos

um indício

no

segundo

anterior

em

que

quando

Sienna

eles

começarem a descer de rapel. Ele

apertou

a

mandíbula

fixou

a bandagem, o analgésico, obviamente, não era forte o suficiente para a profunda dor óssea da ferida. Calculando sua massa

corporal

e

concluindo

que

era

seguro,

Sienna

aumentou a dosagem. Que ele não objetasse lhe dizia o quanto ele estava sofrendo.


― Isso, ― ele continuou depois que ela aplicou o conteúdo do injetor de pressão, ― e o fato de Rina, Riordan, e eu

estarmos

aqui

pendeu

a

balança: eles não

estavam

esperando por nós três. O interior de Sienna ficou frio com o alvorecer da concretização

de

que

a

tentativa

de

assassinato

de

cinco pessoas era apenas a ponta do iceberg. ― Se você começar a se sentir pior, ― ela disse a Barker quando terminou, ― eu quero saber imediatamente. ― Eu estou bem. ― Sulcos brancos enquadravam sua boca. ― Quão mal, ― ela disse, ― seria o idiota ter — estúpido morreu de choque— em sua lápide? Ele virou os olhos castanhos brilhantes. ―

Definitivamente,

treinada

por

Índigo.

Ele

murmurou, a pele brilhava pelo suor frio. ― Se eu não contar, Rina vai bisbilhotar. ― Esse é o meu trabalho, idiota. ― Rina fingiu bater-lhe na testa. Satisfeita, Sienna levantou-se e caminhou até onde Lucy estava sentada ao lado de Eli, fazendo o que podia pelo soldado, agora inconsciente. Queimaduras carbonizavam todo o lado esquerdo de seu corpo, vislumbres de carne cor de rosa crua abaixo. ― Você o sedou? ― Sienna pensou na pequena Sakura, o que aconteceria a ela ver o pai tão ferido.


E a companheira de Eli, Yuki. . . ― Ele estava com muita dor. ― Palavras apertadas, a raiva contida. ― Ele precisa de Lara, mas Simran e Riordan estavam mais críticos. ― Será que Lara será capaz de curá-lo? Náuseas agitavam-se dentro dela quando se ajoelhou, impotente, ao lado do soldado... porque ela podia queimar um ser vivo, também. Pior do que qualquer laser. ― Sim, mas vai levar algum tempo. Graças a Deus. ― Algo que eu possa fazer? ― Ajude- me a empurrar essas varas no chão para que a manta térmica não toque sua pele quando eu desdobrá-lo sobre ele. Com essa tarefa feita, Sienna subiu para ver que Lara havia se movido de Simran para se juntar a Judd que estava ao lado de Riordan. O jovem macho também tinha perdido a consciência, com o rosto lixiviado de cor. Não muito longe, Hawke tinha Simran enrolado em seu colo, com a cabeça debaixo do queixo, o cabelo preto lustroso em cascata sobre seu braço. Percebendo que a mulher estava tremendo, Sienna correu de volta para o caminhão e tirou mais dois cobertores térmicos prateados. ― Aqui! ― Ela disse, dando um a Rina para Barker, antes de ir cobrir Simran. Hawke puxou-a em torno da sentinela caída, cuidando


para não acotovelá-la. ― Estão todos bem. ― O lobo em seus olhos, em sua voz. Nunca tinha estado mais consciente da força feroz de seu amor por seu bando. ― Sim. ― Ela respondeu, embora não fosse uma pergunta. ― Acho que Elias vai acabar em pior situação. ― Ao menos, até que Lara pudesse chegar até ele. Sienna não tinha certeza se Judd poderia curar queimaduras usando suas habilidades Tk-celular, mesmo que ele tivesse força depois de ajudar Riordan. ― Podemos mantê-lo sedado até então. Colocando a ponta do cobertor sob os pés de Simran, ela olhou em volta, pensou em voltar para os suprimentos que ela arrastou com Lara. ― Eu acho que há bebidas energéticas em uma das caixas. Vou pegar um pouco para todos que estão conscientes. Curadores

e

feridos

necessitavam

manter

a

sua

força, especialmente dado o ar frio da noite. Tão calma, tão eficiente, Hawke pensou, observando Sienna mover-se com graça e rapidez em toda a clareira enquanto ela intimidava e bajulava os outros a beberem. Seu lobo sentiu mais do que um pingo de orgulho, mas estava focado em questões muito mais dolorosas. ― Lara? ― Ele perguntou quando a curadora voltou para o lado de Riordan. A resposta foi imediata. ― Sim, mais.


Um único pensamento instintivo e a força de seus homens e mulheres fluíram para ele através dos laços de sangue alfa-tenente. O coração incrível de Índigo, a lealdade sólida

de

Riley,

A

calma determinação

de

Matthias,

a

intensidade de Riaz, o poder mal temperado de Alexei, a tenacidade obstinada de Cooper, o fogo de Jem, a vontade calma de Kenji, a selvageria energético de Tomás. A única coisa que faltava hoje à noite era o toque fresco de Judd. O macho Psy estava voltado para curar a última lesão de Riordan enquanto Lara cambaleava até Elias. Canalizou esse poder para Lara pelo vínculo que cada alfa tinha com seu médico, ele assistiu ao derramamento de cor em suas bochechas... e, em seguida, escorrer através dela, enquanto corria as mãos sobre a carne devastada de Eli. Ela chorou sem lágrimas. Lara nunca chorou, ao menos não até que seu povo estivesse a salvo. Só então ela entraria em colapso. Rubis escuros brilhavam à luz das lâmpadas de campo quando

Sienna

correu

ao

encontro

do

caminhão

que

tinha acabado de chegar, ajudando a tirar as macas de campo. Ela, também, pensou ele, não iria quebrar aqui, neste disseminação sangrenta na terra. Não Sienna. Não a mulher que sobreviveu a um conselheiro, sobreviveu às exigências brutais de seu próprio dom selvagem... e quase ganhou um jogo contra um lobo alfa.


Tendo tomado alguns minutos a fim de tomar banho para lavar o sangue de Simran após Lara pronunciar que não havia mais cura a ser feita, Hawke voltou à enfermaria. ― Diga-me. ― Ele disse a Lara, ciente de Sienna se deslocar entre os quartos dos pacientes, mantendo um olho nas coisas. A curadora havia ordenado tanto a Lucy quanto a Judd irem para a cama assim que todo mundo esteve estável. ― Riordan e Simran devem sair bem dessa. ― Lara disse, levantando a mão para a energia selvagem seus cachos. Seus dedos tremeram por um segundo antes dela cerrar sua mão e deixá-la cair para o lado. ― Eu ouvi de Tammy que Barker vai ficar bem também. ― Eli? ― Ele perguntou, consciente que ela não havia mencionado o soldado sênior. ― Eu sei que você tem que curar queimaduras em pequenos passos. Quão ruim é isso? Os olhos de Lara desviaram-se para a sala onde Elias estava sob um painel curvo que cobria seu corpo do pescoço aos pés. ― Já cuidei do dano do risco de vida, mas ele teve que esperar tanto tempo que seu corpo entrou em choque. Eu não vou ter certeza de nada até que ele acorde. ― Você fez tudo o que podia. ― Hawke disse, sabendo que

as

palavras

não

seriam

suficientes,

não

para um


curador. Antes de pedir-lhe para ir ao seu escritório para que pudessem conversar a sós, para que ela pudesse deixar cair sua estoicidade por um minuto terapêutico, ele viu alguém caminhar inesperadamente para fora da sala de Elias. Yuki voou para a enfermaria, no mesmo instante, parando apenas o tempo suficiente para sussurrar. ― Obrigada a você, Walker. ― E roçou a mão sobre o macho do Psy, antes que ela entrasse na sala onde Elias estava inconsciente. Hawke sabia que Yuki tinha saído para verificar se Sakura estava bem com os avós, mas não tinha percebido que Walker tinha entrado para sentar-se com o soldado caído, mas agora que ele pensava sobre isso, não era uma surpresa. Ele tinha visto Elias e Walker falando mais de uma vez, notou suas meninas brincando juntas, percebeu que os dois deviam ter formado uma amizade. ― Eli tem Yuki cuidando dele. ― Walker disse para Lara, seu olhar atento às sombras sob os olhos, as linhas em volta da

boca.

Os

medicado. Você não

outros pode

feridos fazer

estão nada

em até

um

sono

que

eles

acordem. Descanse. Os lábios de Lara se afinaram. ― Eu estou bem. ― Cruzando os braços, voltou-se para Hawke. ― Vou monitorá-los pelo resto da noite. Preciso ter certeza de não perder nenhum dano escondido. Hawke esperou para ver o que Walker faria. O outro


homem cruzou os próprios braços e disse: ― Hawke, observou como ela está vacilando em seus pés? ― Disse no mais razoável dos tons. Os olhos de Lara lançaram fogo, mas Hawke teve que concordar. ― Leve uma hora. Vou ficar de olho em todos. ― Ele ordenou, puxando-a para um abraço e um beijo aninhado em seu cabelo. ― Não seja geniosa apenas para mijar em Walker. Seu lobo não sabia o que estava acontecendo entre os dois, mas não havia dúvida sobre a tensão. A carranca marcava os traços finos. ― Geniosa? ― Mas ela suavizou seu abraço. ― Um descanso

me

fará

bem. Acorde-me

se

houver

qualquer

mudança brusca. Hawke

não

perdeu

a

maneira

como

Walker

os

observava. Nem perdeu o fato de que o alto Psy macho seguiu Lara

para

o

seu

escritório,

onde

ela

mantinha

um

sofá. Movendo-se para fora do alcance auditivo, foi checar os feridos e encontrou Sienna sentada na cabeceira de Riordan, com a mão sobre a dele. ― Sua mãe começou a chorar, então seu pai a levou por alguns minutos. ― Ela disse em um murmúrio subvocal, com os olhos desprovidos de estrelas. ― Não queriam que ele ouvisse isso em seu sono. Ele

esperou

com

ela

até

os

pais

de

Riordan

retornarem. O casal permitiu que seu lobo desse conforto aos


deles, mas ele sabia que nada disso iria realmente acalmá-los até que seu filho acordasse. Partindo com suas mãos tocando a pele de Riordan em apoio silencioso, ele entrelaçou seus próprios dedos aos de Sienna.

Capítulo 21


Lara sentiu a parte de trás do pescoço formigar com consciência quando a porta fechou com um tranquilo snick. Consciente que a fadiga poderia enfraquecer sua determinação onde Walker dizia respeito, ela comprou tempo descartando o moletom que havia puxado sobre um par de jeans desbotado depois de um chuveiro de dois minutos para lavar fora o sangue. Seu lobo ficara infeliz por deixar os lesionados por mesmo esse tempo, mas a médica nela sabia o valor de limpeza nas imediações médicas. — Olhe, — disse ela finalmente. — sei que somos amigos. — feria fisicamente dizer isso apesar do fato que tomara a decisão de aceitar a amizade, continuar com sua vida em cada outra maneira — mas eu realmente prefiro ficar sozinha. — Uma mentira dolorosa. Ela era uma curandeira, um lobo. Amava estar ao redor do seu bando. Porém mais, precisava ficar ao redor do seu homem. Infelizmente, o homem que tanto a mulher quanto a loba escolheu era incapaz de lhe dar o que precisava – Silêncio e um estranho chamado Yelene havia arruinado o melhor homem que Lara jamais conheceu... e parecia que o dano era irreversível. Afundando-se

no

sofá

com

aquela

verdade

sobrecarregando seu coração já pesado, ela inclinou-se para desatar as botas.

O cabelo loiro escuro mesclado com o mais nu


vislumbre de prata encheu sua visão quando Walker se ajoelhou para fazer a tarefa. — Não, — ela sussurrou, suas defesas abaladas pelos acontecimentos da noite, até que não podia mais esconder a dor na sua alma, o espaço vazio onde ele deveria ter estado. Ele a ignorou para desfazer os laços e remover as botas com mãos rápidas e firmes antes de puxar as meias. Ela desistiu de tentar pará-lo, desistiu de tentar combater a necessidade a dilacerando, e simplesmente aproveitou a vista daqueles ombros fortes abaixo dela, o tecido esticado sobre músculo sólido. Um professor, isso era o que todos diziam que ele tinha sido na PsyNet. Mas Lara sempre se perguntou se havia mais do que isso – havia algo sobre Walker que falava de sombras, de verdades escondidas. Coisas que sabia que ele nunca ia compartilhar. Não Walker. — Durma. — Uma única palavra profunda quando ele se levantou e pegou o cobertor de onde havia caído do sofá. Rendendo-se

tanto

a

exaustão

quanto

a

vontade

indomável dele, ela deitou a cabeça e fechou os olhos. Sentiu o cobertor sendo desenrolado sobre ela, sentiu os dedos dele empurrarem os cachos rebeldes do seu rosto com uma ternura que fez a garganta travar, mas não abriu os olhos. Por este único e cintilante momento, ela desfrutou de uma fantasia em que Walker não era quebrado. Amanhã viria logo.


Uma vez na sala de descanso, Hawke agarrou uma cadeira na pequena mesa e puxou Sienna no seu colo. Ela tornou-se rígida. — O que você está fazendo? Alguém pode entrar. Seu

lobo

despiu

os

lábios,

um

baixo

rosnado

retumbando no peito. — Você acha que estou planejando esconder isto, nos esconder? — Não. — No entanto a irritante distância permaneceu. Nenhuma parte dele gostou disto. — Você me viu segurando companheiros do bando. — Nunca eu. — A absoluta falta de emoção naquela declaração simples o matou. — Não, — ele concordou, acariciando a mão sobre a beleza escura do seu cabelo. — Deixe-me segurar você hoje à noite. Levou algum tempo para ela suavizar, curvar a mão sobre seu ombro, pousar a cabeça contra a dele. E ele soube – porque ele a conhecia – que isso seria tudo que ela lhe daria a menos que ele empurrasse. Sienna estava habituada a não só manter segredos, mas lutar suas batalhas sozinha. Não mais. Um braço ao redor dos seus ombros, a outra mão no


músculo macio de sua coxa, ele disse, — As lesões de Eli te emocionaram. — Ele estivera focado em Simran, mas seu lobo sentiu Sienna chegar, o teve erguendo os olhos para ver os olhos dela virarem meia-noite quando pousaram no soldado ferido. Não houve palavras dela, não por um longo tempo. Quando elas vieram, eram fragmentos frágeis. — Eu poderia fazer isto. Tenho feito isso... e pior. — Sienna disse, não sabendo por que estava admitindo o verdadeiro horror de sua natureza. — Ninguém sabe. A mão de Hawke acalmou na sua coxa por uma fração de um instante antes dele começar a acariciá-la novamente com aqueles pequenos e lentos movimentos. — Conte-me. Ela manteve o secreto por tanto tempo, não querendo a ninguém vê-la como um monstro, mas hoje à noite, ela soube ser uma falsa esperança. Ela era um monstro. Isso não podia ser mudado. — Quando eu tinha cinco anos, — ela disse, a mente amarga com a memória – o chicote de fogo frio, o som agonizante de um grito agudo, o odor repugnante de carne queimada e plástico derretido quando o datapad fundiu na carne suave de uma mão que somente a havia tocado em gentileza, — eu coloquei minha mãe em chamas. — Ah, querida. — A ternura na voz dele quase a quebrou. — É assim que acontece com os sortudos, — ela disse, o


eco penetrante dos gritos de sua mãe algo que nunca esqueceria. — Os azarados imolam a si mesmos a primeira vez que o X-marcador entra em ação. — Ao contrário da maioria das outras designações, era quase impossível identificar um X enquanto a habilidade permanecia dormente. — Eu sei que sua mãe sobreviveu. — Sim, ela era uma telepata poderosa. — As proteções de

Sienna

fornecendo

eram as

básicas

proteções

naquela

fase,

psíquicas

com

sua

necessárias.

mãe Como

resultado, Kristine teve pleno acesso a sua mente. — Depois do primeiro choque, ela fez a única coisa que podia e me derrubou inconsciente. — Os médicos foram capazes de consertar tudo exceto o dano feito pelo datapad. Kristine levara uma mancha fundida de pele e plástico na sua palma até o dia que morreu, e nunca culpara Sienna para ele. Hawke a colocou mais contra ele, a mão que tinha estado na sua coxa subindo para tocar o rosto. A culpa interior a fez querer evitar seu olhar, abaixar a cabeça, mas ela nunca antes tinha feito isso com ele, reconhecendo instintivamente que se curvar em tal modo era sinalizar algo ao seu lobo que não queria. — Isso foi quando Ming veio, — ela disse, encontrando aqueles olhos azuis-lobo apesar da vergonha coalhando seu estômago. — Ele queria me cortar da minha

família

de

uma

vez,

exceto

que

minha

mãe

inconscientemente tinha estado subjugando meus impulsos


deste o nascimento. Nenhum julgamento no seu rosto, nada além de uma concentração intensa. — Isto é normal? — De uma forma. As crianças Psy frequentemente não sabem o que estão fazendo com suas habilidades, por isso os pais mantêm um olho psíquico neles. — Da mesma forma que changelings adultos tem certeza que seus filhotes não se arranham entre si por acidente. Suas palavras, a tentativa de encontrar um terreno comum entre eles, descongelou um pouco do nó congelado no seu peito. — Sim. Mas minha mãe, ela era uma telepata cardeal, muito, muito forte... ela não percebeu apenas o quanto de poder esteve utilizando para me bloquear. Se tivesse sido mais fraca... — Sacudiu a cabeça, o frio retornando para infundir seus ossos. — Eu teria matado a mim mesma ou qualquer outra criança muito mais cedo. Hawke sentiu a dor profunda por trás das palavras calmas e quase planas. Cinco anos de idade. Um bebê, e tinha estado no cuidado de Ming. — Sua mãe foi com você? Um aceno de cabeça. — Eu não soube então, não percebi, mas minha mãe era diferente. A maioria das mulheres teria me entregado a Ming e se liberado de toda a obrigação, mas mesmo depois que ele foi capaz de assumir o que ela estivera fazendo para me ajudar no plano psíquico, ela recusou a prescindir seus direitos como minha mãe. —


Cintilando orgulho fundido com uma profundidade furiosa de ternura. — No entanto, — Sienna continuou, — ela não podia me ensinar controle. Ela era uma especialista em comunicações, não talentosa em combate mental como Ming. Levou a ele quatro meses para isolar com segurança e conter-me atrás de suas próprias proteções telepáticas. Então ele me ensinou. Foi duro. Uma afirmação tão simples. Uma declaração tão terrível. — Eu odeio Ming pelo o que ele fez. — Porque aquele isolamento, aquela contenção, Hawke entendeu que foi uma cela de prisão em torno da mente de uma criança assustada — mas ele te ajudou a ficar viva. — Não, — Sienna discordou, — ele ajudou a me tornar Silenciosa. A maioria dos Psy forma-se o Protocolo aos Dezesseis. Eu era Silenciosa pelos nove anos. Às vezes, penso que é por isso que minha mãe decidiu ter Toby – porque ela sabia que eu tinha ido deste o instante que Ming entrou em nossa casa. E, no entanto, pensou Hawke, Sienna nunca perdera sua alma. Ela manteve a capacidade de amar Toby com uma ferocidade que era lobo em sua força, manteve a lealdade para família que tinha visto seu defeito para salvar a vida das crianças. Cambaleou-o perceber a vontade incrível que ela devia ter tido até mesmo quando uma criança para que


pudesse esconder e proteger essa parte de sua psique de um Conselheiro. Acerca de falar da profundidade do seu orgulho por ela, dizer-lhe que não tinha nenhuma razão para carregar nenhuma vergonha, ele ouviu um som leve. — Acho que Simran está acordado. Sienna

escorregou

do

seu

colo,

preocupação

substituindo a escuridão pesada que havia caído sobre seu rosto enquanto falava da sua parodia de uma infância. — Deveria buscar Lara? — Não, deixe-me verificar primeiro. Mas por que você não faz uma breve visita aos outros? Quando ele entrou no quarto de Simran, foi para encontrar a sentinela ferida sorrindo fracamente para a mulher sentada ao lado dela, uma desengonçada soldada tão rápida

que

Hawke

frequentemente

a

usava

como

um

mensageiro pelo território do refúgio. — Inés, — Ele disse, correndo a costa da mão na bochecha dela. — Quando você voltou? — Há dez minutos. — Seu corpo tremeu quando ela se debruçou para descansar a cabeça contra seu lado. — Simran não vai me dizer o quanto ela estava machucada. Simran disse: — Nenhuma necessidade, — sua garganta rouca.


Fazendo som de silêncio, Inés agarrou a garrafa da água na mesa de cabeceira. — Eu estou conversando com meu alfa, se você não se importa. — As palavras repreendiam, o tom afetuoso quando ela colocou um canudo na garrafa de modo que a sentinela ferida pudesse tomar um gole. Hawke apertou seus lábios na testa de Inés quando ela abaixou a garrafa. — Foi ruim, — Ele disse, ignorando a carranca de Simran, — mas eu a tinha e eu não estava deixando ir. — Eu estou tão contente que você seja um bastardo teimoso. — Os magros braços de Inés o abraçaram apertado antes dela se debruçar para escovar o cabelo do rosto de Simran com os dedos que estavam perfeitamente tenros. Riordan, quando Hawke olhava para o quarto do soldado novato, permanecia em um sono sedado, mas Elias recuperou a consciência, sua mão na cabeça de sua companheira enquanto ela apertava isso para o lado incólume dele. Graças a Deus. Imaginando que Lara o perdoaria por não despertá-la uma vez que era boas notícias, ele estaria deixando o casal em privacidade quando Sienna passou por ele e para o quarto. — Aqui, — Ela disse, colocando uma xícara aquecida de sopa na mão de Yuki. — beba-o ou você sabe que ele vai continuar exagerando. — Eu não exagero. — palavras ásperas. — Agora beba. Sombras profundas permaneciam sob o líquido escuro


dos olhos expressivos de Yuki, as pálpebras inchadas e vermelhas, como estava a ponta do seu nariz, mas não houve falta de energia no rosto que ela fez a seu companheiro. — homem Mandão. — Você está presa comigo. — Sim. — Um sorriso tão íntimo, que pareceu errado testemunhá-lo. — Pelo próximo século, pelo menos. Lara apareceu na entrada do lado de Hawke naquele momento, as bochechas marcadas de sono. — Qual é o distúrbio? — Ela perguntou com um sorriso radiante antes de enxotar tanto Hawke quanto Sienna para longe. — Esteja descansado no caso de que eu precisar de você amanhã. Vendo que Walker retornou a enfermaria, Hawke concordou. — Eu quero pegar um pouco de ar fresco, — disse a Sienna. — Boa ideia. Não foi até que estiveram fora, com ela inclinando-se contra um outeiro suave na Zona Branca, que ela disse, — Deve ser bom, não acha? Ele apoiou um braço na superfície gramada ao lado da cabeça dela, seu lobo estranhamente contente apesar da fome de pele que continuava a ser uma dor constante no fundo de sua mente. — O quê? — Enroscando uma mecha do cabelo dela ao redor do dedo, ele esfregou-a entre o dedo e polegar.


— Ter cem anos com alguém. — Sua voz possuía tal necessidade assombrada que o agitou. — Eu nunca imaginei que fosse possível antes de chegar aqui. — A maioria das pessoas vivem pelo menos três décadas além de cem, — Hawke disse, pisando perto suficiente para que uma de suas coxas roçasse as delas, — então isso não é incomum. Sienna não se afastou, o cheiro dela uma carícia indesejada sobre seus sentidos. — Mas juntos... Imagine quão profundamente você conhece alguém após todo esse tempo, como muito complexo seria o amor entre os dois. Já era tempo, pensou ele, de colocar as coisas à tona. — Sem hipóteses, Sienna. Você e eu. É isso que você quer? — Eu fiz isso bem claro. — Uma resposta mordaz acompanhada de braços cruzados pelo peito. Seu lobo gostou da mordida dela, mas ele tinha que ter certeza que ela entendia as implicações de estar com ele. Todos deles. Cerrando uma mão no seu cabelo, ele apertou fechada até que ela teve que desdobrar os braços, as mãos aterrissando na cintura dele. — Sabe o que significa para você se eu a aceito como minha? Embora sua pulsação fosse uma batida frenética que ele queria lamber, ela manteve a posição. — Não importa o que, eu não posso dar-lhe o acasala- —


Ele começou, porque não mentiria para ela. — Eu sei, — Ela interrompeu. — Eu ouvi... coloquei as coisas juntas. Claro que ela tinha, sua Psy inteligente. Mas essa não era a única coisa que tinha a dizer. — Sem mais flertes com meninos da sua idade, — Ele disse, prendendo aquele queixo teimoso com os dedos. — Sem mais dança com qualquer macho exceto eu. Sem mais tempo para descobrir quem você é antes de ter que segurar essa personalidade contra minha. Sem mais liberdade para explorar sua sensualidade antes de eu possuir isto. Naquele momento, cara a cara com a força dominante da personalidade dele, Sienna percebeu exatamente o quanto Hawke esteve segurando, e parte dela hesitou. O fato era, enquanto ela era inteligente e fora dos quadros quando se tratava de força psíquica, não tinha verdadeiro conhecimento de como lidar com machos... não, com este macho. Ele era o único que cortava por cada escudo para pressionar o simples âmago

dela,

a

parte

que

protegera

com

determinação

obstinada até mesmo quando o resto tornou-se Silencioso. — Assustada? — O sorriso de Hawke não mantinha nenhum humor. — Você devia estar, bebê. — Então ele a beijou, e não foi nenhuma exploração tenra, nenhuma provocação brincalhona. Este era o beijo de um homem que sabia justamente o que queria e não tinha escrúpulos sobre


pegá-lo. Usando o aperto na sua mandíbula para angulá-la como queria, ele mordeu o seu lábio inferior forte o suficiente que ela ofegou, abrindo a boca. Fazendo um profundo som baixo na garganta, ele varreu dentro, saboreando-a com uma meticulosidade particular que causou um tremor por sua estrutura. Em vez de aliviar no beijo, ele pressionou mais fundo nela, deixando-a sentir cada centímetro duro dele enquanto lambia, saboreava e exigia. Nunca tinha percebido quão suave seu corpo era em comparação com o dele, quão mais quente ele queimava. Era uma lição, e quando terminou, ela tinha os lábios inchados de beijos, um corpo tão sensível ao seu toque que queimava um desejo em cada centímetro dela... e uma consciência súbita de que talvez, só talvez, não tivesse refletido isto tão bem como tinha acreditado.


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