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Compartilho da minha dor
COMPARTILHO DA MINHA DOR
Karine Alves Matias
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Não compartilho da sua dor Assim disse a preta, pobre e perturbada
Compartilho da sua dor Dizem aqueles que não sentem, que não passam, que querem ter [voz pra pagar de midiático e bom moço
Eu compartilho da minha dor com meus iguais capazes de sentir. E [aos que se foram, escute: Eu sinto a dor. Já que pela falta de amor ou atenção, professores se concentram no [grupo da frente, na linha da frente, branca.
Mas de ousada me meto, reivindico meus direitos, e olho pro fundão… Mais uma irmã preta sentada no fundo, enquanto cegos professores [fingem não notar.
Depois não venha me dizer que: ah, é falta de interesse, já que o [silenciamento está sempre presente, é sutil e tem cor.
Hei, teacher, não se mantenha ausente, fazendo o mais convincente, [fingindo agradar a massa, caiu a coroa
A massa é sólida e quanto mais você bate, mais cresce A massa é diversa, e a única coisa que você vê é a superfície da [mistura, não a concentração
Esperando o PAAE, não espero o meu pai chegar na reunião, ambos [não vem Por falta de bolsa, penso em rodar a bolsa, mas não. Paro e penso: Preta acadêmica incomoda, né?
E Marielle se faz presente dentro de mim
Não basta só oferecer espaço, se não há manutenção Ou seria Reparação? Mais um dia vindo, mais um dia vivo, mais um dia resistindo aos [espaços de opressão E essa gente fede, a burguesia fede ao sangue dos meus ancestrais
E até hoje não entendem que camburões são resquícios do Navio [Negreiro.