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Falamos de Esperança

FALAMOS DE ESPERANÇA

Christian Jesus da Silva

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No submundo das palavras que transcendem o crânio A língua lambe as feridas que exalam ódio Destilam o doce veneno em forma de poesia Autodefesa marginal pra destruir a covardia

Eu sou leão onde se mata um felino todo dia E os inflamados dardos chovem nesse céu vermelho Pele marcada das batalhas que já batalhei Sabendo que da morte os inimigos não poupei

Olho no espelho e vejo a alma refletir cansaço Olho nos olhos e esbravejam pela resistência Olho ao redor e os oprimidos clamam por clemência Olho pro céu esperando sinal de divindade

Olha a verdade, é nebulosa como um dia frio Que nem um barco num deserto, não serve pra mim A lama beira o pescoço de quem sobrevive E eis que do fundo do poço brota uma semente

É a esperança de um começo, de um novo futuro Ou só pretexto do poeta pra seguir em frente Mudando os rumos da história, espanta o pessimismo E nesses tempos de fascismo, falamos de amor A juventude acredita como uma noiva Aguarda o noivo atrasado que ainda não chegou

Subjetivo nos meus versos, sou mal compreendido Quando falo literalmente, mal interpretado Se acaso grito aos quatro ventos, sou repreendido

Se me calo subitamente, sou questionado Longe de ser o mais politicamente correto Que o poeta não se renda a herege blasfêmia E no momento oportuno prefira o silêncio Do que interromper o raciocínio de uma fêmea

Palavras são sinais Ouvidos são antenas Os pés pisam as flores As flores são poemas Poemas de amores Daqueles de criança Pra superar as dores Falamos de esperança

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