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Pele Alvo

PELE ALVO

Caroline da Conceição Barbosa da Purificação

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Um corpo tombou sete da manhã do domingo que você dormiu aqui após tanto medo do que habitava teu peito

Depois dos estalos meus olhos que ontem pousaram no nosso amor despontaram aquosos porque o lado em que eu esperava teus braços estava vazio então

Meu corpo parou por alguns segundos antes de eu lembrar da tua mão acariciando de leve a aridez dos meus dias e eu corri

Lembrei do teu sonho de emoldurar o mundo dos nossos em imagens de resistência para as meninas do futuro se olharem com todo o amor que minhas antecessoras não receberam e eu quis abrir a terra pois

Fomos pratas reluzentes caminhamos com nossas raízes honramos todas as cicatrizes para recriar o mundo tão duro com nossa existência e mesmo assim

Eu não pude acreditar quando vi teu corpo-casa atirado no solo que nos olhamos pela primeira vez olhamos pela primeira vez tombado como um alvo da guerra infinita que não conseguimos vencer

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