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Fogo
FOGO
Ágatha Keila de Jesus da Silva
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Eu sempre gostei do fogo, era quase aconchegante Eu sempre gostei do fogo, ele era incompreendido Não era culpa do fogo que ele fosse tão vibrante E de certo, ao provocá-lo, mereceu sair ferido
Às vezes, me sentia próximo demais, como se pudesse o abraçar Disseram-me que ele machuca, mas quem o iria consolar? Pelo ódio recebido, calma, fogo, disso eu sei… Sempre nos atiçam e nos culpam, a culpa mesmo é de vocês
Eu também nasci assim, por muitos odiado Minha pele preta e marcada é o que causa o desagrado Eles dizem por aí que eu represento o pecado Por isso, te entendo, fogo, também foi injustiçado
Eles nos apagam diariamente, sem a menor compaixão Agora só restou nós dois, no meio desse salão Assim como eu, só nasceu, assim como eu, só existiu Agora você é o fogo, e o fogo me consumiu